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Com a criação do Sistema Único de Saúde 1 DO SAÚDE NA TUAÇÃO PROGRAM DO ENFERMEIRO INTRODUÇÃO

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Maria Bernadete de Sousa Costa*

Maria Iracema Tabosa da Silva**

RESUMO: RESUMO:RESUMO: RESUMO:

RESUMO: Estudo exploratório realizado com o objetivo de analisar e comparar a atuação do enfermei-ro nas Unidades de Saúde, nos períodos anterior e posterior à implantação do Penfermei-rograma Saúde da Família. Participaram da pesquisa todos os 47 enfermeiros que permaneceram em exercício nas referidas unidades, localizadas na capital e em 23 municípios do Estado da Paraíba, no período de 1989 a 2002. Os dados foram coletados por meio de um questionário e tratados mediante a estatística descritiva e o teste de Wilcoxon. Os resultados mostram que a implantação do Programa Saúde da Família intensificou e ampliou as atividades do enfermeiro tanto na área da assistência e da educação em enfermagem quanto de gerenciamento dos serviços de saúde.

Palavras-chave: Palavras-chave:Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: Enfermeiro; gerência; saúde da família; serviço de saúde. ABSTRACT

ABSTRACTABSTRACT ABSTRACT

ABSTRACT: This exploratory study aimed to compare the nursing practice in Family Health Units, before and after the launching of the Family Health Program. The research participants were all the 47 nurses who remained working from 1989 to 2002 in such units located at the capital and at 23 towns of the State of Paraíba. Data have been collected by means of a questionnaire and analyzed through descriptive statistics using the test of Wilcoxon. The results showed that the Family Health Program’s launching has intensified and amplified nursing activities not only in the area of nursing assistance and education as well as in the area of management of health services.

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Keywords: Nurse; management; family health; health service.

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om a criação

do Sistema Único de Saúde1

(SUS), em 1988, aconteceram transformações no Brasil que determinaram os processos de municipalização e descentralização das ações de saúde dos estados para os municípios, impondo-se novas relações no mercado de trabalho e exigên-cias quanto ao perfil do enfermeiro. À medida que foi se implantando a municipalização, expandiu-se o mercado de trabalho para o enfermeiro. Esexpandiu-ses profissionais foram gradualmente incorporados aos serviços de saúde, com a função de executar os programas de extensão de cobertura do Ministé-rio da Saúde, principalmente o Programa Saúde da Família (PSF).

A implantação do Programa de Agentes Co-munitários de Saúde2(PACS), em 1991, e do

Pro-grama Saúde da Família3(PSF), em 1994,

repre-sentaram um desafio para os enfermeiros, no sen-tido de redirecionar suas ações para o atendi-mento integral à saúde individual e coletiva da população, que anteriormente era pouco explo-rada4.

Embora seja denominado programa, o PSF é, antes de tudo, uma estratégia cujas diretrizes ori-entam para novo fazer na saúde. Nesse sentido, o modelo de atenção prioriza a promoção da saúde do sujeito, da família e da comunidade, além de continuar atendendo ao homem doente.

Dentro da proposta de reorganização das prá-ticas de atenção à saúde, novos e antigos instru-mentos de trabalho foram incorporados para pro-porcionar melhor execução das atividades e fa-cilitar o alcance do novo paradigma, a exemplo da consulta médica e de enfermagem

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individu-al, consulta conjunta, com mais de um profissio-nal atendendo o cliente, e da visita domiciliar.

Vale salientar que a visita domiciliar garan-te o vínculo e o acesso da equipe de saúde ao contexto familiar e social dos assistidos e desta-ca-se como uma atividade que permite acompa-nhar regularmente a saúde da família, prestar ou supervisionar cuidados e identificar, no domicílio e nas dinâmicas e relacionamentos do grupo fa-miliar, os fatores que poderão auxiliar na deter-minação do processo saúde-doença3.

A política de implementação dos Centros de Saúde Pública, pelo Ministério da Saúde, possi-bilitou a participação do enfermeiro na equipe multiprofissional. Como resultado dessa política, esse profissional tornou-se apto a assumir, com competência e responsabilidade, os programas de saúde planejados pela instituição, competindo-lhe desenvolver as seguintes atividades:

Treinar o pessoal de nível médio e elemen-tar para execuelemen-tar as atividades previstas nos pro-gramas; participar na implantação das atividades técnicas e burocráticas dos programas; mediar relações de prestação de assistência médica indi-vidual, feitas pelo médico, e coordenar uma equi-pe de agentes, mediando essa assistência por meio de uma ascendência técnica sobre elementar, mas sem linhas de mando sobre eles5:74.

Quando se busca entender o papel do enfer-meiro nas Unidades de Saúde, verifica-se que sua prática tem passado por um conjunto de dificul-dades em decorrência das mudanças na conjun-tura sociopolítica e culconjun-tural e no sistema de saú-de. Contribuíram, também, para isso a carência de pessoal qualificado, de recursos materiais e equipamentos, a existência de salários baixos e diferenciados entre médicos e enfermeiros.

Diante desse quadro, o estudo objetiva ana-lisar e comparar a atuação do enfermeiro nas Uni-dades de Saúde da Família, nos períodos anteri-or e posterianteri-or à criação do PSF, no Estado da Paraíba.

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rata-se de uma

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exploratório–des-critiva, realizada em todas as 42 unidades de saú-de, atualmente Unidades de Saúde da Família (USF), do Estado da Paraíba, sendo 19 localiza-das na capital e 23 nos demais municípios. A po-pulação foi constituída por 47 (100%) enfermei-ros em exercício nas USF, desde 1989 até 2002.

Para a coleta de dados, utilizou-se um ques-tionário contendo variáveis de identificação dos sujeitos e relativas às atividades desenvolvidas pelo enfermeiro nas USF, nos períodos anterior e pos-terior à implantação do PSF. Os dados foram coletados nas USF por ocasião de um treinamen-to realizado na Maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa, no mês de março de 2002. Na conso-lidação dos dados, utilizou-se o programa SPSS, além do pacote estatístico com base no teste de Wilcoxon6para medir a freqüência da ocorrência

da variável, considerando-se diferença significa-tiva valores > 3.

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Todos os participantes do estudo pertencem ao sexo feminino e estão na faixa etária acima de 40 anos de idade; 74,5% possuem somente o cur-so de graduação em enfermagem e 25,5% são en-fermeiros especialistas. Do total de entrevistadas, 49,0% possuem entre 20 e 24 anos de serviço; 27,0% entre 15 e 19 anos e 24,0% entre 25 e 29 anos. Quanto à renda em salário mínimo (R$120,00, na época da coleta de dados), 69,0% percebem acima de 5 salários mínimos e 31% até 5 salários mínimos.

A predominância de mulheres nas USF tem suas raízes na história da enfermagem, embora se observe nas últimas décadas a busca desta profissão por parte dos homens7. Para o baixo

número de enfermeiros com qualificação em nível de especialização, pode-se apontar os se-guintes fatores: a necessidade do multiemprego que lhes tira o tempo e a disposição para estu-dar, a falta de uma política de capacitação nas instituições e o custo dos cursos de pós-gradu-ação lato sensu8. É preciso considerar ainda que

a enfermagem não conta com uma legislação específica que regulamente seu piso salarial. No caso particular dos enfermeiros da Paraíba, o salário é regido pelo art.76 da Consolidação das Leis Trabalhistas9.

Considerando que esses profissionais desem-penham as mesmas funções, e às vezes no mesmo local de trabalho, os salários são profundamente desiguais, além de baixos. Some-se a isso o fato de não existir um plano de carreira, cargos e salários que defina responsabilidades e competência téc-nica, consolidando a importância da mão-de-obra. As atividades desenvolvidas pelos enfermei-ros nas USF estudadas serão apresentadas

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con-forme sua localização nos programas de saúde existentes nos serviços.

Observa-se, na Figura 1, aumento significa-tivo (> 3) na execução das atividades pertinen-tes ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Neste, destaca-se a aplicação de vacinas que, antes da criação do SUS, em 1988, era feita por qualquer membro da equipe de enfermagem. Com a Norma Operacional Básica do SUS 01/9310e a

implantação do PSF, essa atividade passou a ser responsabilidade do enfermeiro nas unidades de saúde, onde existe esse profissional.

Fazendo-se uma comparação entre as ati-vidades desempenhadas pelo enfermeiro antes e após o PSF, infere-se que a própria organização do trabalho em saúde e o estabelecimento do papel da enfermagem constituem-se em recur-sos tecnológicos inestimáveis para a implementação das mudanças dos modelos de atenção à saúde individual e coletiva. Por exem-plo, a tecnologia de produtos descartáveis con-tribuiu para a não reutilização de materiais como seringas e agulhas, facilitando o trabalho do

pro-fissional e proporcionando maior segurança tan-to a ele quantan-to ao usuário.

Verifica-se, na Figura 2, uma elevação (>3) da produtividade em todos os setores do Progra-ma de Saúde da Criança (PAISC), após a implan-tação do PSF. Antes, a atuação do enfermeiro objetivava integrar as ações de promoção da saú-de da criança, por meio da assistência preventiva e curativa. Com o PSF, foi implantado também o Programa de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância11(AIDPI). Neste, a

atu-ação do enfermeiro está voltada para a atenção

às populações de maior risco e a revitalização do nível primário de atenção, tornando-o mais resolutivo e capaz de prestar atendimento de qua-lidade às patologias de maior prevalência na po-pulação infantil. Nos municípios que dispõem do PSF, a estratégia AIDPI, em cada unidade de saú-de, conta com um enfermeiro responsável pela consulta de enfermagem à criança.

Quanto à atuação do enfermeiro no Progra-ma Saúde do Adolescente12(PROSAD),

consta-tou-se que não houve diferença significativa (<3)

FIGURA FIGURA FIGURA FIGURA

FIGURA 1:1:1:1:1: Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no Programa de Imunização, antes e após a implantação do PSF. Paraíba, 2002.

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da produtividade entre antes e após a introdução do PSF, conforme mostra a Figura 3. Explica-se tal resultado pelo fato de o PROSAD ter sido implantado na Paraíba após a criação do PSF.

De acordo com a NOB-SUS 01/9613, o

redirecionamento do modelo de atenção ao jovem

deve estar centrado na qualidade de vida das pes-soas e do seu meio ambiente, bem como na relação da equipe de saúde com a comunidade, especial-mente com os seus núcleos sociais primários que são as famílias. Essa prática, inclusive, favorece e impulsiona as mudanças globais, intersetoriais.

FIGURA FIGURA FIGURA FIGURA

FIGURA 2:2:2:2:2: Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no Programa de Saúde da Criança, antes e após a implantação do PSF. Paraíba, 2002.

FIGURA 3: FIGURA 3:FIGURA 3: FIGURA 3:

FIGURA 3: Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no Programa Saúde do Adolescente, antes e após a implantação do PSF. Paraíba, 2002.

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O enfermeiro desenvolve seu trabalho em dois campos essenciais14na USF e na

comunida-de, apoiando e supervisionando o trabalho dos agentes comunitários de saúde e do auxiliar de enfermagem, bem como assistindo às pessoas que necessitam de atenção de enfermagem no domi-cílio. Esse profissional, além de participar das ações de assistência e de orientação sanitária, passou a ser o responsável por determinado número de fa-mílias em sua área de atuação, possibilitando o estabelecimento de vínculos de compromisso e de co-responsabilidade entre os profissionais e a po-pulação.

Verifica-se, na Figura 4, elevação da produ-tividade (>3) na atenção à saúde da mulher, a partir do novo modelo de assistência, com a im-plantação e ampliação do Programa Saúde da Mulher (PAISM) em 100% das unidades de saú-de. Nelas foram incluídas diversas linhas de ação: assistência ao puerpério, gravidez na adolescên-cia, gravidez indesejada, planejamento familiar,

mortalidade materna, prevenção da transmissão da AIDS em mulheres e recém-nascidos, assis-tência ginecológica que abrange o Programa Na-cional de Controle de Câncer de Colo de Útero e de Mamas e violência contra a mulher13. O

enfer-meiro passou a desenvolver um trabalho em equi-pe e de integração das atividades de promoção, prevenção e cura. Além disso, passou a dar con-sulta de enfermagem à mulher no pré-natal.

O controle e prevenção de câncer cérvico-uterino e de mama ainda apresentam baixos índi-ces de cobertura, apesar de serem meta prioritária do programa. Destaca-se ainda a existência de um trabalho educativo constante por parte dos profissionais de saúde, dos meios de comunica-ção e de campanhas de prevencomunica-ção realizadas pe-riodicamente pelo Ministério da Saúde.

Observa-se que não houve diferença signi-ficativa (< 3) quanto à atuação do enfermeiro no Programa Nacional de Controle da Hiperten-são Arterial e Diabetes15, antes e após a

introdu-FIGURA FIGURA FIGURA FIGURA

FIGURA 4:4:4:4:4: Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no Programa Saúde da Mulher, antes e após o PSF. Paraíba, 2002.

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ção do PSF. Antes do PSF, o atendimento era destinado ao hipertenso e registrado na estatísti-ca geral. Após a implantação do PSF3, o

atendi-mento de enfermagem ao hipertenso e/ou diabé-tico passou a ser realizado de acordo com o novo modelo clínico e epidemiológico. Objetivou-se com isso a captação dos clientes hipertensos e diabéticos pela adoção da estratégia de verifica-ção dos níveis de pressão arterial em qualquer indivíduo assistido, cuja idade fosse maior ou igual a 20 anos, e de verificação de glicosúria em indi-víduos com idade igual ou superior a 30 anos.

Os dados referentes ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose16(PNT), ao

Progra-ma Nacional de Controle de Hanseníase17

(PNCH), ao Programa de Atenção Integral à Saú-de do Idoso18(PAISI) e ao Programa Saúde

Men-tal19 também não apresentaram diferenças

signi-ficativas (< 3).

Em relação ao Programa Nacional de Tu-berculose16, os dados da pesquisa se justificam

pela evolução cada vez mais decrescente da do-ença no Estado da Paraíba. Constatamos neste estudo que, apesar de ser antigo no Estado, esse programa era centralizado, dificultando o aten-dimento da demanda; ressalte-se, ainda, que o referido programa não está em pleno funciona-mento em todas as unidades de saúde. Em algu-mas, as ações do enfermeiro não chegam a atin-gir a coletividade numa perspectiva de transfor-mação social, visto que a organização tecnológica do trabalho ainda está direcionada para o mo-delo hospitalocêntrico de saúde. Por outro lado, a atuação do enfermeiro nas USF atinge uma maior cobertura da população rural.

No que diz respeito ao Programa Nacional de Controle de Hanseníase17, os dados da

pesqui-sa apontam baixa cobertura e subnotificação. O enfermeiro é responsável pela supervisão da equipe de saúde que acompanha o doente e faz a busca de casos novos, visando reduzir a taxa de inci-dência da doença.

O Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso18tem como principal meta a mobilização

da família e da comunidade para que assumam seu papel no processo de valorização dos idosos, promovendo a atenção a essa clientela tanto nas unidades de saúde quanto nos domicílios7.

Quanto ao Programa Saúde Mental19,

des-taca-se que o percentual de consultas de enfer-magem ainda é baixo. Constatamos que apenas em duas unidades de saúde o enfermeiro

desen-volve esse Programa que, de acordo com o novo modelo de assistência, procura identificar as cau-sas sociais, econômicas e culturais relacionadas à demanda para posteriores intervenções.

Em relação ao gerenciamento, constata-se diferença significativa (>3) entre as atividades realizadas antes e após a criação do PSF. Anteri-ormente, eram de competência do enfermeiro as seguintes atividades: supervisão do serviço de enfermagem, assessoria, controle e cooperação no preparo de pessoal.

Em virtude do crescimento do número de unidades de saúde e de acordo com o Plano Di-retor para a Saúde do Município, o trabalho do enfermeiro duplicou, uma vez que ele passou tam-bém a coordenar os programas em nível local, as-sumindo atribuições que articulam a assistência e complementaridade da prática de enfermagem com as demais práticas sociais.

Na realidade, torna-se necessária a adoção de novas políticas e práticas na gestão realizada pelo enfermeiro com vistas à resolução de proble-mas que surgem no âmbito local. Em alguproble-mas oca-siões, os objetivos organizacionais não estão defi-nidos ou são conflitantes. Por outro lado, as infor-mações acerca da situação de saúde local são in-suficientes, dificultando as possíveis alternativas para solucionar os problemas.

A administração e a tomada de decisão são atividades que por vezes se confundem. Por isso, é importante entender como a organização influ-encia nesse processo. Nesse sentido, Almeida14

reforça a relevância de um efetivo relacionamen-to do enfermeiro do PSF com a equipe de saúde. Além disso, precisa ter o domínio do conhecimento específico na área de enfermagem, das normas e rotinas institucionais e do conhecimento nas áreas de administração e educação. Percebe-se, assim, que a tomada de decisão do enfermeiro é outro aspecto importante que começa bem antes do momento de decisão e acaba muito depois de uma série de fases a serem percorridas.

As atividades educativas foram intensifica-das pelo enfermeiro, a partir da necessidade de exercer a função de instrutor/supervisor/coorde-nador e orientador dos agentes comunitários de saúde, no processo de educação continuada, após a implantação do PSF. Nesse contexto, a impor-tância da educação continuada é realçada no conjunto de práticas educacionais planejadas, no sentido de promover oportunidades de desenvol-vimento ao enfermeiro com a finalidade de

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ajudá-lo a atuar de forma mais eficaz na sua vida institucional8.

Por outro lado, verifica-se que a participa-ção do enfermeiro como pesquisador ainda é mui-to incipiente, não tendo sido observadas diferen-ças após a criação do PSF. Entretanto, sua parti-cipação como colaborador no fornecimento de dados e informações é expressiva.

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s resultados do estudo

mostram que,

antes da criação do PSF, os serviços de enferma-gem encontravam-se voltados para a doença, ori-entados para o atendimento de necessidades in-dividuais centradas nas perspectivas e metas institucionais.

A posição do enfermeiro no cenário brasilei-ro nos remete a um serviço tecnicamente centrado em tarefas, distribuídas de formas mais ou menos acríticas, executadas em grande parte por pesso-al não qupesso-alificado.

A partir da criação do PSF, como estratégia do SUS, o trabalho da enfermagem foi incorpora-do a um conjunto de atividades assistenciais, gerenciais, educativas e de pesquisa. Além de pro-duzir mudanças relevantes na organização e operacionalização dos serviços de acordo com a política vigente do país, o perfil do profissional tor-nou-se adequado às mudanças do momento histó-rico, permitindo-lhe competência técnica e cien-tífica na assistência de enfermagem à população, com ênfase na assistência ao sujeito no contexto familiar e social, visando à promoção da saúde.

Portanto, o impacto da criação do PSF na atuação do enfermeiro, no Estado da Paraíba, ocorreu inicialmente com a criação do PACS, vis-to que exigiu-se a presença do enfermeiro para a implantação desse programa no país. Esse fato fez surgir um novo mercado de trabalho para o enfer-meiro e fez com que houvesse preocupação com a capacitação profissional e com o preparo de pes-soal para oferecer à comunidade assistência de qualidade. Há que se considerar também o papel do enfermeiro na orientação das estratégias e modos de prevenir, cuidar, tratar e acompanhar a saúde individual e coletiva, contribuindo para a mudança do perfil epidemiológico do país.

Esse quadro mostra o enfermeiro como ele-mento nuclear da equipe do PSF, o que o tornou

mais respeitado pelos demais profissionais da equi-pe de saúde e reconhecido no seu trabalho equi-pela sociedade.

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EFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIASEFERÊNCIAS

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RESUMEN: Estudio exploratorio realizado con el objetivo de analizar y comparar la actuación del enfermero en las Unidades de Salud, en los períodos anterior y posterior a la implantación del Programa Salud de la Familia. Participaron de la investigación todos los 47 enfermeros que permanecieron en ejercicio en las unidades básicas de salud, en el período de 1989 a 2002, en la capital y en 23 municipios del Estado de Paraíba-Brasil. Los datos fueron colectados por médio de cuestionario y tratados mediante la estadística discriptiva y el test de Wilcoxon. Los resultados mostran que la implantación del PSF intensificó y amplió las actividades del enfermero tanto en el área de asistencia y de la educación en enfermería cuanto en el de gerencia de los servicios de salud.

Palabras clave: Enfermero; gerencia; salud de la familia; servicio de salud.

Recebido em: 13.08.2003 Aprovado em: 04.09.2004 Notas Notas Notas Notas Notas

*Enfermeira. Mestra em Enfermagem de Saúde Pública. Docente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica e Administração

DEMCA/CCS/UFPB.

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