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Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Gabinete da Desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira

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Academic year: 2021

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20ª Câmara Cível

Agravo de Instrumento nº 0045585-22.2013.8.19.0000

Agravante: William Rodrigues e Regina de Souza Rodrigues

Agravado: Geraldo Bacellar Neto

Relator: Des. Marilia de Castro Neves Vieira

PROCESSUAL

CIVIL.

AGRAVO

DE

INSTRUMENTO. AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE.

MÚTUO IMOBILIÁRIO. INADIMPLÊNCIA. IMÓVEL

RETOMADO

PELA

CAIXA

ECONÔMICA

FEDERAL.

VENDA

AO

AGRAVADO.

ADQUIRENTE DE BOA-FÉ. DECISÃO QUE

CONCEDE A POSSE À ADQUIRENTE DO

IMÓVEL

RETOMADO

PELO

CREDOR

HIPOTECÁRIO.

Agravantes que mantinham “contrato de gaveta”

com os mutuários originais, deixando de

comunicar a Caixa Econômica Federal a

transferência do imóvel. Impossibilidade do

agente financeiro proceder a intimação pessoal

dos

Agravantes

dos

atos

executórios

e

expropriatórios. Terceiro de boa-fé adquirente

do imóvel não pode ser prejudicado por

questões que envolvem o agente financeiro, o

inadimplente do contrato de financiamento

imobiliário e terceiros. Precedentes desta E.

Corte.

Manutenção

da

decisão

recorrida.

Recurso manifestamente improcedente a que se

nega seguimento na forma do artigo 557 caput

do Código de Processo Civil.

DECISÃO

Cuidam os autos de Agravo de Instrumento

interposto por William Rodrigues e Regina de Souza Rodrigues de decisão

que, proferida pelo juízo da 6ª Vara Cível de Volta Redonda, em Ação de

Imissão na Posse que Geraldo Bacellar Neto ajuizou em face dos

recorrentes, deferiu a liminar.

Vieram informações do juízo agravado (fls. 20/22).

Não houve contrariedade (fls. 23).

(2)

É o relatório.

É de se negar seguimento ao agravo.

Com efeito, uma vez inadimplente o contrato com

garantia hipotecária, a retomada do imóvel pela Caixa econômica Federal,

em tese, procedeu-se de forma regular, através de execução extrajudicial

prevista no Decreto Lei 70/66, tornando assim legítima a propriedade do

Agravado, adquirida pelo registro do contrato de compra e venda no

competente cartório imobiliário, hábil a conferir-lhe a posse do imóvel.

Observe-se que os Agravantes, embora noticiem a

propositura, em juízo federal, de ação anulatória da execução extrajudicial

supramencionada, não demonstraram que fora deferida a antecipação da

tutela naquele processo, deixando, inclusive, de promover a juntada de

qualquer documento relativo ao mesmo.

Deste modo, o terceiro de boa-fé adquirente do

imóvel não pode ser prejudicado por questões que envolvem o agente

financeiro e o inadimplente do contrato de financiamento imobiliário.

Este também o entendimento desta E. Corte, como

são exemplo os acórdãos cujas ementas se transcrevem:

0038086-89.2010.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DES. PAULO SERGIO PRESTES - Julgamento: 12/08/2010 – DECIMA NONA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMISSÃO NA POSSE. INDEFERIMENTO DA MEDIDA LIMINAR, POR ENTENDER O JUÍZO A QUO QUE NÃO SE ENCONTRA PRESENTE O PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL. IMÓVEL ADQUIRIDO ATRAVÉS DE LEILÃO REALIZADO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ARTIGO 37, § 2º E 3º DO DECRETO-LEI Nº 77/66. UMA VEZ TRANSCRITA NO REGISTRO DE IMÓVEIS A CARTA DE ARREMATAÇÃO, O ADQUIRENTE PODERÁ REQUERER AO JUÍZO COMPETENTE IMISSÃO NA POSSE DO IMÓVEL. DECISÃO QUE DEVE SER REFORMADA, PARA DETERMINAR A IMISSÃO DA AGRAVANTE NA POSSE DO IMÓVEL DESCRITO NA INICIAL, DEVENDO A AGRAVADA SER NOTIFICADA PARA DESOCUPAR O IMÓVEL, DE FORMA VOLUNTÁRIA, NO PRAZO DE 15 DIAS. DECISÃO MONOCRÁTICA, DANDO PROVIMENTO AO RECURSO.

(3)

GHELFENSTEIN - Julgamento: 04/11/2010 – DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

IMISSÃO DE POSSE. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL. LEILÃO EXTRAJUDICIAL. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COMO CREDORA HIPOTECÁRIA. TRANSFERÊNCIA CONTRATO PARA EMGEA. ALEGAÇÕES DE VÍCIOS RELACIONADOS À EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL E À CESSÃO DE CONTRATO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. IMÓVEL ARREMATADO EM LEILÃO, COM A TRANSCRIÇÃO DA CARTA DE ARREMATAÇÃO NO RGI. PROVA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL. ILEGÍTIMA A OCUPAÇÃO DOS EX-MUTUÁRIOS. DEFERIMENTO DA LIMINAR DE IMISSÃO DE POSSE. ACERTO DA SENTENÇA QUE JULGA PELA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DOS AUTORES A QUE SE NEGA SEGUIMENTO NA FORMA DO ART. 557, CAPUT DO CPC, MANTENDO A SENTENÇA PROLATADA.

0051420-93.2010.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DES. JESSE TORRES - Julgamento: 03/11/2010 - SEGUNDA CAMARA CIVEL

AGRAVO INTERNO. Decisão do relator que, com base no art. 557, caput, do CPC, negou seguimento a recurso de agravo de instrumento contra decisão interlocutória que manteve liminar de imissão na posse de imóvel adquirido em leilão realizado pela Caixa Econômica Federal. Inexistência de ofensa ao artigo 93, IX, da Constituição Federal. Ausência de fundamento jurídico que sustente o restabelecimento do status quo ante. Agravo a que se nega provimento.

004263023.2010.8.19.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO -DES. ISMENIO PEREIRA DE CASTRO - Julgamento: 02/09/2010 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

IMISSÃO NA POSSE. CONCESSÃO DE LIMINAR. IMÓVEL RETOMADO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL EM FACE DA INADIMPLÊNCIA DOS PRIMITIVOS PROMITENTES COMPRADORES. COMPRA E VENDA REALIZADA COM TERCEIROS. CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE EM NOME DOS ADQUIRENTES, AUTORES DA PRESENTE AÇÃO POSSESSÓRIA. HIPÓTESE DO ART. 30 DA LEI 9.514/97. TÍTULO LEVADO A REGISTRO. PRAZO RAZOÁVEL CONCEDIDO PARA DESOCUPAÇÃO VOLUNTÁRIA. AÇÃO DE USUCAPIÃO MOVIDA CONTRA A CEF, ALIENANTE DO BEM, QUE NÃO IMPEDE A IMISSÃO DOS COMPRADORES NA POSSE DO IMÓVEL. CONFIRMAÇÃO DO JULGADO. NEGATIVA DE

(4)

DES. MAURO DICKSTEIN - Julgamento: 20/05/2010 DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMISSÃO DE POSSE. IMÓVEL FINANCIADO À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PELO SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. LIMINAR DETERMINANDO A DESOCUPAÇÃO VOLUNTÁRIA, NO PRAZO DE 30 DIAS. IRRESIGNAÇÃO. DEMANDA QUE EXIGE, TÃO SOMENTE, A PROVA DA POSSE INJUSTA E ILEGAL DO BEM. CERTIDÃO QUE COMPROVA A QUALIDADE DE PROPRIETÁRIOS, ASSIM COMO, HAVEREM OS AGRAVADOS NOTIFICADO OS OCUPANTES DO IMÓVEL. PRECEDENTES DESTE E. TJRJ. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUALQUER PAGAMENTO PELO AGRAVANTE DURANTE O LONGO PERÍODO DA OCUPAÇÃO (16 ANOS), PERMANECENDO SEM QUALQUER CONTRAPRESTAÇÃO, NÃO PODENDO, ASSIM, INVOCAR O DIREITO SOCIAL CONSTITUCIONAL À MORADIA. RECURSO CONHECIDO, AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC.

Ademais, no caso em comento, os Agravantes

mantinham verdadeiro “contrato de gaveta”, deixando de comunicar à Caixa

Econômica Federal que adquiriram o imóvel do mutuário original.

Está aí, a razão para a ausência de intimação

pessoal dos Agravantes dos termos da execução e do leilão extrajudicial.

Assim, o que impediu que o agente financeiro

intimasse pessoalmente os Agravantes acerca do inadimplemento e da

eventual execução extrajudicial, foi o fato de não saber que os mutuários

originais (Linandro Barbosa da Costa e Elizabeth Duclos da Costa),

celebraram, em 03/11/83, “contrato de gaveta” com os Agravantes.

Desta maneira, não tendo a CEF como saber da

transação particular, eventuais notificações, boletos de pagamento, e

mesmo editais pertinentes ao imóvel discutido nos autos, conteriam

forçosamente apenas os nomes dos mutuários originais, jamais o dos

Agravantes.

Por outro lado, a Súmula 58 desta E. Corte veda a

reforma de decisão que, não sendo teratológica, manifestamente contrária à

prova dos autos ou à Lei, haja concedido ou negado medida cautelar, in

(5)

Súmula nº 58

LIMINAR. REFORMA DA CONCESSÃO OU

INDEFERIMENTO

"Somente

se

reforma

a

concessão

ou

indeferimento

de

liminar,

se

teratológica,

contrária à Lei ou à evidente prova dos autos."

Assim, tenho que a r. decisão agravada agiu em

conformidade com a lei quando, diante da existência de elementos

probatórios que sustentassem os fatos narrados pelo Agravado na

vestibular, deferiu a liminar.

Isto posto, em sendo o agravo de instrumento

manifestamente improcedente, nego-lhe seguimento na forma do que

dispõe o artigo 557 caput do Código de Processo Civil, mantendo a decisão

hostilizada pelos seus próprios e jurídicos fundamentos .

Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2013.

Marilia de Castro Neves Vieira

Desembargador Relator

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