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Palavras-chave: Deficiência Visual. Narrativas Autobiográficas. Práticas Pedagógicas

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Academic year: 2021

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: NARRATIVAS DE EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES DEALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA ESCOLA MUNICIPAL RURAL ANTONIA EURLÍ DE BRITO

Iure Coutre Gurgel ¹

RESUMO

Este trabalho consiste em um recorte da nossa pesquisa de Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN, através do Programa de Pós-Graduação em Educação- POSEDUC. O mesmo tem como objetivo: Refletir sobre as práticas desenvolvidas pelos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Antonia Eurlí de Brito, para sabermos se garantem o direito a aprendizagem promovendo o processo de inclusão de um aluno com deficiência visual. Como fundamentação teórica,nos embasaremos em: Brasil (1995); Carvalho (2000); Mantoan (2003); Nóvoa (2007), entre outros. A metodologia será de cunho qualitativa, sendo fundamentada na metodologia da História Oral, bem como através da pesquisa (auto) biográfica, em que buscaremos valorizar as histórias de vida e as experiências, tanto do aluno protagonista de nossa pesquisa como dos professores, para sabermos se as práticas docentes contribuem para a inclusão de uma criança com deficiência visual. Constatamos, que alguns professores buscam desenvolver um trabalho inclusivo com essa criança e, assim possibilite o contato da mesma com outras crianças, promovendo a socialização e a integração, como forma de garantir o que diz a constituição,que a educação é um direito de todos. Porém, nos deparamos com práticas em que infelizmente, há professor, que exclui ainda mais o aluno, por não acreditar que o mesmo não “enxerga”, sendo incapaz de fazer alguma coisa.Então,acreditamos que desenvolver ações inclusivas é um trabalho coletivo que depende de toda escola,onde deve-se acreditar que toda criança é capaz de aprender e desenvolver suas habilidades e competências.

Palavras-chave: Deficiência Visual. Narrativas Autobiográficas. Práticas Pedagógicas

CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

A educação inclusiva é, hoje, tema discutido por muitos estudiosos, servindo como ponto reflexivo para que a escola repense a forma como tem garantido a acessibilidade bem como a permanência com qualidade das crianças que apresentam deficiência e, para o caso deste estudo, a deficiência visual.

Ao conhecer na escola onde leciono, uma criança que, na época com 5 anos de idade, cega, vivendo em uma comunidade rural, sem contato algum com outras crianças e, trancada em um quarto como se fosse algo sem valor, desprezado, é que surgiu o interesse em pesquisar sobre a questão da deficiência visual, mas, precisamente

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voltando-se para o contexto escolar, sobre como as práticas docentes podem contribuir para a inclusão de uma criança cega na escola.

Dessa forma, foram surgindo várias angústias e inquietações, e que neste momento,senti que deveria fazer algo para ajudar essa criança excluída da escola, que não “enxergava” sequer o meio onde vivia,limitando-se assim, a conviver com seus pais. Então, inicialmente fui juntamente com outra professora a casa desta criança, para conhecer sua família, sua rotina e um pouco da história de vida e do dia a dia da mesma. Enquanto professor, o primeiro contato que tive com essa criança foi inesquecível, marcante, emocionante. Ao vê-la deitada sobre um colchão, ao chão, em um quarto escuro, com a janela fechada, sozinha, “isolada” do mundo, tive a sensação de uma prisão, onde os detentos não teriam contato com ninguém e não saberiam o que era o mundo exterior, enfim,vimos uma criança com todo um futuro pela frente, capaz de enxergar, brincar, arengar, correr com outras crianças e que,por vontade da família, seus direitos básicos foram negados.

Diante de tais proposições, surgem alguns questionamentos acerca da temática em análise, como forma de refletirmos e repensarmos as ações inclusivas que devem acontecer no contexto escolar:: O que é inclusão?Que práticas pedagógicas têm desenvolvido os professores para promoverem realmente a inclusão?Que saberes, conhecimentos e ou competências deve possuir o educador para trabalhar com crianças que tenham deficiência visual?Que ações ou práticas a escola pode desenvolver a fim de possibilitar a inclusão de crianças com deficiência visual às demais crianças ditas “videntes”?

São questionamentos como esses que nos inquietou e nos levou a construção deste projeto de pesquisa, com o objetivo de identificarmos que concepções e práticas desenvolvem os professores da Escola Municipal Rural Antonia Eurlí de Brito no processo de inclusão de um aluno com deficiência visual?

Então, diante das dificuldades enfrentadas pela escola lócus da pesquisa (Por ser localizada em área rural, a maior parte das famílias são analfabetas, vivendo a grande maioria dos moradores da agricultura,pela falta de conhecimento dos pais em relação a inclusão da criança com deficiência visual em uma escola regular, como também pelo desinteresse do próprio professor em buscar conhecimentos e formações na área) é que, sentimos instigados a pesquisar sobre tal problemática.

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Para a realização deste trabalho consideramos a abordagem qualitativa como melhor opção, pois é orientada para a análise dos casos concretos em sua particularidade temporal e local, partindo das expressões e atividades das pessoas em seus contextos naturais (FLICK, 2004). Uma abordagem qualitativa visa compreender as atitudes das pessoas ou de um grupo frente à realidade.

A pesquisa será desenvolvida na Escola Municipal Antonia Eurlí de Brito, localizada na zona rural do município de Janduís/RN, envolvendo como sujeitos três professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, por ser este público que dará as contribuições necessárias através de seus relatos, das vivências e experiências desenvolvidas e vivenciadas, e um aluno cego, objeto de estudo,o que nos impulsionou a pesquisarmos acerca da temática escolhida, fazendo com que o referido trabalho, possa encontrar respostas para algumas dúvidas que foram lançadas, bem como apontar alguns caminhos possíveis de construirmos uma educação inclusiva,

Por essa razão, desenvolveremos estratégias metodológicas que servirão para a construção do passo a passo na realização do nosso projeto, que consiste em: fazermos uma investigação qualitativa, sobre uma criança com deficiência visual, em seguida, faremos a caracterização do campo da pesquisa, no caso, a escola, onde será o foco de investigações, diálogos e análises do assunto, espaço este, que trará grandes contribuições para a realização do nosso trabalho.Daremos continuidade através do levantamento da população e da amostragem que irão compor o projeto e, em seguida, continuaremos buscando as técnicas e instrumentos de coleta de dados, através da análise documental e da aplicação de questionários com os professores envolvidos na pesquisa.

O embasamento teórico que contribuirá para a construção da nossa pesquisa, será fundamentado nas ideias de: Brasil (1995); Carvalho (2004, 2007); Josso (2010); Mantoan (2003); Mazzotta (1996); Minayo (2010); Ramos (2005); Sassaky (1997); Souza (2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho foi calcada por uma serie de caminhos que orientaram o fazer desta pesquisa. Elementos esses que contribuíram no desenvolvimento e qualidade da mesma. Para responder a essas questões levantamos

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contextos, ressaltamos interesses e, sobretudo, pesquisamos o nível de compreensão dos atores do cotidiano escolar, no contexto que engloba desde as políticas públicas educacionais até suas práticas.

Em relação ao chão da escola, percebemos o quão distante permanecem os membros que fazem parte da instituição, é como se o aluno com deficiência é da professora “X”, então o problema é dela, nenhum outro profissional, seja ele do Auxiliar de serviços gerais ao diretor, não tivesse o compromisso de trabalhar com esse aluno, lembramos que escola é coletivo, todavia, responsabilidades devem ser divididas, dessa forma, fica impossível construirmos uma escola acolhedora, inclusiva sem a união de seus atores, o que favorece a construção de uma “ilha isolada”como diz FREIRE( 2008).

Em relação ao nosso objetivo de investigar se as práticas desenvolvidas pelos professores da Escola Municipal Antonia Eurlí de Brito promovem a inclusão de um aluno cego, constatamos, que alguns professores buscam desenvolver um trabalho que insere essa criança e assim possibilite o contato da mesma com outras crianças, que promova a socialização e a integração, como forma de garantir o que diz a constituição,que a educação ser um direito de todos. Porém, nos deparamos com práticas em que infelizmente, o professor, exclui ainda mais o aluno, por não acreditar que a criança não “enxerga”,sendo incapaz de fazer alguma coisa.

Embora os professores que participaram da pesquisa tenham evocado palavras que aludem à inclusão como direito universal à educação, percebemos, de modo geral, os mesmos não encaram os desafios da prática neste sentido. Merece destaque o pensamento de Mittler (2003, p. 184), acerca dos professores:

Os professores precisam de oportunidades para refletir sobre as propostas de mudanças que mexem com seus valores e com suas convicções, assim como aquelas que afetam sua prática profissional cotidiana. Os professores já estiveram sujeitos a uma avalanche de mudanças, nas quais suas visões não foram seriamente consideradas. É importante que a inclusão não seja apenas como outra inovação. A relevância do questionamento do autor nos faz refletir que pensar inclusão de forma individualizada e isolada, não resolverá nunca o problema de acesso e desenvolvimento da aprendizagem da criança, é preciso pensar a inclusão como forma de construção de uma sociedade mais justa, humana e com equidade.

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REFERÊNCIAS

AUSTIN, Priscila; Kaminski, Walkíria. Um beija-flor em minha vida:aprendendo a lidar com pessoas especiais- Educação Especial e Inclusiva/Priscila Austin e WalkíriaKaminski.- Fortalieza: Edições IPDH, 2007.

BRANDÃO, Zaia. Pesquisa em Educação: conversas com pós-graduandos. Rio de Janeiro :Ed. PUC-Rio; São Paulo : Loyola, 2002.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Secretaria de Educação Especial. Subsídios para organização e funcionamento de serviços de educação especial: área da deficiência visual.Brasília: MEC: SEESP, 1995. (Série Diretrizes, n.8).

_______MEC.SEESP. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, 1994.

CARVALHO, Rosita Edler. Removendo Barreiras para a Aprendizagem. Porto Alegre:Mediação, 2000.

CUNHA, Maria Isabel da. Conta-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas na pesquisa e no ensino. Revista da Faculdade de Educação. Vol.23, n. 1-2. São Paulo Jan./Dez. 1997

MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

MAZZOTTA, M.J.S. Educação Especial no Brasil. História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 1996

NÓVOA, A. Os professores e suas vidas. In.: NÓVOA, A. (org.) Vidas de professores. 2.ed. Porto-Portugal: Porto, 2007.

___________; FINGER, Matthias (orgs). O método (auto)biográfico e a formação. São Paulo: Paulus, 2010.

PASSEGGI, Maria da Conceição. Narrar é humano! Autobiografar é um processo civilizatório. In. PASSEGGI, Maria da Conceição; SILVA, Vivian Batista (orgs.). Invenções de vidas, compreensão de itinerários e alternativas de formação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 103-130.

PINEAU, Gaston. As histórias de vida em formação:gênese de uma corrente de pesquisa-ação-formação existencial. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 329-343, maio/ago. 2006.

RAMOS, R. Na minha escola todo mundo é igual. São Paulo: Cortez, 2004.

SASSAKI, R. K.Inclusão –Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

_______________

¹ Aluno do programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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