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REGULAMENTO PARA APROVAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA CAPÍTULO I. Disposições gerais. Artigo 1.º. Objecto

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REGULAMENTO PARA APROVAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA

CAPÍTULO I Disposições gerais

Artigo 1.º Objecto

O presente Regulamento estabelece, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Decreto-lei n.º 270/2003, alterado pelo Decreto-Lei n.º 231/2007, de 14 de Junho, os procedimentos para aprovação pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) de planos de emergência.

Artigo 2.º Âmbito de aplicação

O presente Regulamento aplica-se a pedidos de aprovação de planos de emergência apresentados por empresas nacionais que sejam:

a) Titulares de uma ou mais licenças válidas para o exercício da actividade de prestação de serviços de transporte ferroviário e pretendam iniciar a exploração ou, em caso de alteração, que possuam já planos de emergência aprovados pelo IMTT;

b) Responsáveis pelo exercício da actividade de prestação de serviços de gestão da infra-estrutura ferroviária nacional, ou de parte desta.

Artigo 3.º

Existência de planos de emergência

As empresas devem garantir a existência de planos de emergência gerais e, nos termos do artigo 18.º, de planos de emergência específicos, para todas as partes da rede ferroviária nacional que exploram ou onde prestam serviços.

Artigo 4.º Definições 1. Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:

a) «Acidente» o acontecimento súbito, indesejado ou involuntário, ou uma cadeia de acontecimentos dessa natureza com consequências danosas;

b) «Acidente grave no âmbito ferroviário» qualquer colisão ou descarrilamento de comboios que tenha por consequência, no mínimo, um morto, ou cinco ou mais feridos graves, ou danos significativos no material circulante, na infra-estrutura ou no ambiente

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e qualquer outro acidente semelhante com impacto manifesto na regulamentação de segurança ferroviária ou na gestão da segurança;

c) «Coordenador do plano» a pessoa designada pelo gestor de infra-estrutura ou pela empresa de transporte ferroviário como responsável pela elaboração, implementação, manutenção e teste do plano de emergência;

d) «Danos significativos» os danos cujo custo possa ser imediatamente avaliado pelo organismo responsável pelo inquérito num total de pelo menos 2 milhões de euros; e) «Emergência» a situação de gravidade excepcional que obriga à adopção de medidas

adequadas em função do seu tipo;

f) «Incidente» qualquer ocorrência, distinta de acidente ou acidente grave, associada à exploração ferroviária e que afecte a segurança da exploração;

g) «Instalações de triagem» as instalações pertencentes à rede ferroviária nacional dispondo de vários feixes de via destinados a receber comboios de mercadorias para estacionamento e/ou separação e reagrupamento de vagões segundo o seu destino, com vista à formação e expedição de novos comboios;

h) «Manutenção do plano de emergência» a revisão e reedição de um plano de emergência;

i) «Mercadorias perigosas» as matérias e objectos cujo transporte ferroviário é proibido pelo Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Caminho-de-ferro (RPF) anexo ao Decreto-Lei n.º 124-A/2004, de 26 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 391-B/2007, de 24 de Dezembro, ou pelo Regulamento Relativo ao Transporte Ferroviário Internacional de Mercadorias Perigosas (RID) ou autorizado apenas nas condições aí previstas;

j) «Organizações externas» as organizações, incluindo empresas prestadoras de serviços, que não sejam gestores da infra-estrutura ou empresas de transporte ferroviário;

k) «Operações» as actividades desenvolvidas pelos gestores da infra-estrutura ou pelas empresas de transporte ferroviário, incluindo as realizadas em gares de triagem e estações;

l) «Planos de emergência» os documentos técnicos elaborados pelo gestor de infra-estrutura e pelas empresas de transporte ferroviário, onde são descritos os meios humanos e materiais disponíveis e as características das instalações, bem como as formas de actuação de diferentes entidades em caso de acidentes ou incidentes no sistema ferroviário;

m) «Retorno da experiência» a obtenção de conhecimentos estruturados, transmitidos por participantes envolvidos em testes ou em situações de execução real de planos de emergência;

n) «Serviços de emergência» os corpos de bombeiros, as forças de segurança, as Forças Armadas, autoridades civis e outras entidades competentes nas áreas de jurisdição onde um acidente ou incidente ocorra;

o) «Revisão do plano de emergência» a revisão crítica de toda a informação relevante, incluindo retornos da experiência para identificação de matérias susceptíveis de aperfeiçoamento;

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2. Para efeitos das alíneas a) e b) do número anterior, os acidentes dividem-se nas seguintes categorias:

a) Colisões;

b) Descarrilamentos;

c) Acidentes em passagens de nível;

d) Acidentes com pessoas provocado por material circulante em movimento; e) Incêndios;

f) Outros.

CAPÍTULO II

PEDIDO DE APROVAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA Artigo 5.º

Apresentação do pedido

1. As empresas que pretendam obter a aprovação de um plano de emergência devem apresentar ao IMTT um requerimento.

2. O requerimento referido no número anterior deve ser apresentado em português, devendo toda a documentação oficial para instrução dos pedidos de primeira emissão, renovação ou alteração de planos de emergência cuja língua original não seja o português, ser acompanhada da respectiva tradução certificada e quando necessário, devidamente apostilhada nos termos da Convenção de Haia de 5 de Outubro de 1961.

3. O pedido é acompanhado dos elementos necessários à demonstração do cumprimento dos requisitos exigidos, nos termos do Capítulo III do presente Regulamento.

CAPÍTULO III INSTRUÇÃO DO PEDIDO

SECÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 6.º

Elementos formais de identificação

Os planos de emergência devem conter, obrigatoriamente, os seguintes elementos identificativos:

a) Um título referindo que se trata de um plano de emergência; b) Um código ou número interno, único, para identificação; c) Um número de emissão ou versão;

d) Datas de emissão e de entrada em vigor;

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f) Referencia à pessoa ou ao cargo com responsabilidades pela manutenção do plano.

SECÇÃO II

CONTEÚDO DOS PLANOS DE EMERGÊNCIA

SUBSECÇÃO I MEDIDAS A PREVER

Artigo 7.º Informação comum

1. As empresas devem elaborar e implementar planos de emergência concisos e de fácil percepção, que assegurem respostas estruturadas e coordenadas a ocorrências através da adopção de medidas adequadas.

2. Os planos de emergência devem conter informação com um nível de detalhe proporcional à dimensão das ocorrências esperadas que permita, designadamente:

a) Caracterizar os elementos da infra-estrutura ferroviária que abrangem, contendo informação específica sobre instalações como pontes, túneis e passagens de nível; b) Identificar os serviços de passageiros ou de mercadorias-tipo a que respeitam; c) Identificar os diferentes tipos e níveis de emergências susceptíveis de ocorrer;

d) Indicar as circunstâncias que motivam a respectiva activação, o modo como essa activação é efectuada e o responsável pela mesma;

e) Referir os meios humanos e materiais a envolver em cada emergência;

f) Indicar as responsabilidades dos diversos intervenientes, incluindo as relativas à coordenação das acções em cada emergência;

g) Apresentar com detalhe adequado as acções a desenvolver, incluindo as necessárias para a evacuação de pessoas do local da emergência;

h) Indicar as entidades a envolver, incluindo os serviços de emergência, bem como as informações pertinentes destinadas às mesmas;

i) Referir que informações são transmitidas aos passageiros durante as emergências e o modo como essa transmissão se efectua;

j) Caracterizar as comunicações adequadas entre as diversas entidades a envolver na emergência;

k) Definir a quem compete dar por finda a emergência, o modo como tal é efectuado e os responsáveis a quem deve ser feita a comunicação, bem como as acções respeitantes ao retorno com segurança às condições normais de exploração;

l) Definir o modo de análise da resposta dada à situação de emergência, para verificação do cumprimento do plano de emergência, da sua eficácia e consolidação de experiência.

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3. Os planos de emergência devem ser claramente identificados como documentos integrantes do sistema de gestão da segurança das empresas.

4. Os planos de emergência gerais e específicos das empresas de transporte ferroviário devem dar especial relevância aos aspectos relacionados com os serviços de transporte que as mesmas executam com comboios.

Artigo 8.º

Recursos necessários e sua disponibilidade

1. Para efeitos do disposto na alínea e) do número 2 do artigo anterior, os planos de emergência devem conter informação relativa aos recursos necessários para a respectiva implementação, designadamente sobre:

a) Meios humanos das empresas a envolver e caracterização quanto à sua aptidão técnica, formação e treino necessário;

b) Equipas externas a envolver;

c) Instalações para assistência e descanso do pessoal; d) Referências a pessoal de reserva;

e) Meios materiais necessários à respectiva implementação, incluindo equipamentos e serviços adequados.

2. Os planos de emergência devem identificar, quanto aos meios materiais necessários: a) Onde podem ser obtidos;

b) Medidas relativas à sua manutenção e teste periódicos;

c) Quais os que apresentam uma disponibilidade permanente para situações de emergência;

d) Medidas relativas à coordenação dos equipamentos para que a sua utilização não origine riscos resultantes de actuações não previstas.

3. Os planos de emergência devem identificar meios materiais e humanos especializados de difícil disponibilidade, para cuja disponibilização em tempo útil as empresas devem celebrar os acordos necessários.

Artigo 9.º Equipas externas

Para efeitos do disposto na alínea b) do número 1 do artigo anterior, os planos de emergência devem conter a identificação das equipas externas habilitadas a intervir em situações de emergência, das respectivas responsabilidades e explicitar a informação relevante a elas destinada.

Artigo 10.º

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1. Para efeitos do disposto na alínea f) do número 2 do artigo 7.º, os planos de emergência devem conter a identificação das pessoas com responsabilidades atribuídas no seu âmbito, explicitando se a atribuição advém de nomeação individual ou se decorre do exercício de um cargo determinado na orgânica da empresa.

2. Deve ser indicada forma de assunção das responsabilidades referidas no número anterior, no caso de ausência das pessoas a quem foram originariamente atribuídas.

Artigo 11.º Evacuação de pessoas

Para efeitos do disposto na alínea g) do número 2 do artigo 7.º, os planos de emergência devem conter medidas relativas à evacuação de pessoas, designadamente sobre:

a) Evacuação de comboios, com ou sem recurso a outros comboios; b) Evacuações de comboios para a via em segurança;

c) Evacuação de instalações fixas, incluindo medidas para a continuidade da exploração quando se trate de instalações de controlo, centros de sinalização ou outros locais relevantes para a circulação;

d) Evacuação de pessoas com mobilidade condicionada;

e) Garantia de ordem e controlo de aglomerações na área a ser evacuada e/ou no caminho de evacuação;

f) Coordenação das medidas de evacuação com os serviços de emergência;

g) Minimização do risco de passageiros iniciarem espontaneamente a evacuação e controlo do risco se tal se verificar;

h) Confirmação de que a evacuação está concluída;

i) Impossibilidade de terminar uma evacuação ou impossibilidade de confirmar que a mesma está concluída;

j) Controlo do acesso a áreas evacuadas antes de ser seguro fazê-lo;

k) Informação a transmitir durante a evacuação e a movimentação de pessoas; l) Utilização de barreiras móveis ou fixas para controlo do movimento de pessoas; m) Desactivação de canais de acesso/saída para controlo de títulos de transporte; n) Sinalização clara de caminhos de evacuação e saídas de emergência;

o) Suspensão de equipamentos ou da laboração de instalações fabris, quando necessário;

p) Sinalização apropriada de aparelhagem para corte de abastecimento de combustíveis ou energia eléctrica, quando necessário;

q) Remoção ou protecção de equipamentos vitais ou dos seus registos, susceptíveis de serem danificados durante uma evacuação.

Artigo 12.º

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1. As medidas referidas no artigo anterior devem ter em conta:

a) As circunstâncias que motivaram as evacuações, incluindo alarmes automáticos de incêndio ou de segurança;

b) O local e o momento em que deve ser suspenso o funcionamento de escadas rolantes ou invertido o seu sentido de movimento;

c) O local e o momento em que deve ser suspenso o funcionamento de elevadores ou determinada a sua utilização para apoio à evacuação de passageiros incapacitados ou com mobilidade condicionada;

d) O encerramento de saídas de instalações fixas com acesso para áreas a evacuar ou evacuadas, assegurando-se que não são permitidas evacuações para locais que precisem igualmente de ser evacuados;

e) Informação sobre os caminhos a seguir pelas pessoas evacuadas e pontos de reunião, sobre caminhos e/ou pontos de reunião alternativos e sobre a designação de pessoal responsável pelos pontos de reunião;

f) A utilização de sistemas de informação, sempre que possível, bem como indicações escritas para situações de indisponibilidade dos sistemas de informação;

g) A utilização de avisos indicando as acções a executar em caso de emergência nas áreas públicas das instalações ferroviárias, incluindo estabelecimentos comerciais, salas de espera e bilheteiras;

h) A eventual realização de evacuações para vias em utilização, assegurando-se a interrupção da circulação de comboios e o controlo do caminho seguido pelas pessoas ao longo da via, sendo providenciado acompanhamento se necessário; i) As tarefas a realizar na ajuda a passageiros durante as evacuações pela tripulação

de comboios, incluindo pessoal de serviços de cafetaria.

2. Para efeitos do disposto na alínea a) do número anterior, os planos de emergência devem referir as situações de accionamento automático de alarmes e na sua ausência, a pessoa ou o posto responsável pela activação do plano ou de parte dele.

Artigo 13.º Comunicações

Para efeitos do disposto na alínea j) do número 2 do artigo 7.º, os planos de emergência devem conter medidas relativas às comunicações no local da emergência, incluindo:

a) A existência de comunicações via rádio fiáveis, com possibilidade de gravação de chamadas para as instalações de controlo e a partir destas;

b) Alternativas para situações de impossibilidade de utilização ou funcionamento deficiente do sistema de rádio.

Artigo 14.º

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Os planos de emergência do gestor da infra-estrutura e das empresas de transporte ferroviário devem conter medidas relativas a emergências nas instalações fixas geridas por cada empresa, designadamente, sobre:

a) A forma como os ocupantes e outros participantes no plano são informados da activação dos planos e as acções que devem desempenhar;

b) A forma como o responsável pela instalação fixa é informado sobre a chamada de serviços de emergência e como tal pode afectar o funcionamento da instalação fixa;

c) A designação de um ponto de encontro para os serviços de emergência e de uma pessoa para os receber na sua chegada;

d) A actualização de desenhos (planos, esquemas de circuitos) da instalação fixa, incluindo os relevantes para utilização pelos serviços de emergência;

e) A designação e manutenção de caminhos de acesso desimpedidos para utilização pelos serviços de emergência;

f) Acções a serem desenvolvidas após o alarme ter terminado; g) Prioridades e áreas para evacuação;

h) A utilização de sistemas de informação ao público;

i) A disponibilização de pessoal adicional para controlar um aumento do número de passageiros em estações directa ou indirectamente envolvidas, em resultado de alterações nos horários dos comboios.

Artigo 15.º

Vigilância no local das ocorrências

1. Os planos de emergência devem conter medidas relativas à vigilância do local das ocorrências, designadamente, sobre:

a) A responsabilidade pela:

i. Gestão das acções e segurança no local e eventuais especialistas que prestem apoio;

ii. Avaliação das acções em tempo real para aplicação de medidas suplementares não previstas ou de medidas correctivas;

b) A definição e coordenação de regras específicas para os locais e sua comunicação às entidades intervenientes, incluindo as regras que autorizam o acesso às áreas evacuadas;

c) Controlo do acesso não autorizado ao local por pessoas e viaturas;

d) Divulgação da informação para evitar tentativas de acesso não autorizado, incluindo a definição de um centro para contactos com os meios de comunicação social;

e) Medidas de protecção nas vias de acordo com a regulamentação em vigor;

f) Corte da corrente de tracção de acordo com a regulamentação em vigor, se necessário.

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2. A entidade que assumir a responsabilidade referida no ponto i. da alínea a) do número anterior deve ser o único interlocutor dos serviços de emergência.

3. Devem ser definidas medidas para preservação das provas das ocorrências.

Artigo 16.º Contactos a efectuar

Os planos de emergência devem conter medidas relativas aos contactos a estabelecer com: a) Controladores de tráfego;

b) Outras empresas de transporte ferroviário; c) Organizações externas;

d) Serviços de emergência;

e) Especialistas, designadamente, peritos de matérias perigosas.

Artigo 17.º

Outras medidas a incluir nos planos de emergência Os planos de emergência devem conter medidas relativas:

a) À identificação de pontos de acesso aos locais onde se desenvolvem as actividades das empresas, para utilização pelos serviços de emergência e/ou organizações externas autorizadas;

b) Ao retorno controlado à exploração normal ou a uma alternativa segura, até que aquele seja possível.

SUBSECÇÃO II

PLANOS DE EMERGÊNCIA ESPECÍFICOS

Artigo 18.º

Elaboração de planos de emergência específicos 1. Deve ser prevista a existência de planos de emergência específicos para:

a) Instalações com relevância particular para a exploração, designadamente, estações de grande dimensão e centros de comando e controle da circulação.

b) Locais onde se proceda à recepção e formação de comboios com mercadorias perigosas, a operações de transbordo ou outras envolvendo essas mercadorias, com observância do disposto na ficha UIC 201-R.

2. Os planos de emergência referidos na alínea a) do número anterior podem ser autónomos face aos planos de emergência para o itinerário onde se inserem as instalações, devendo

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as empresas prever formas adequadas de coordenação entre os planos, no que for relevante.

Artigo 19.º

Ligações e repercussões entre planos de emergência

Os planos de emergência devem incluir disposições específicas sobre situações de ligação entre diferentes planos ou em que a adopção de determinadas medidas previstas num plano se repercuta em outro.

SUBSECÇÃO III IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS

Artigo 20.º Identificação de riscos

1. Ao elaborarem planos de emergência, as empresas devem desenvolver e implementar procedimentos para identificação e avaliação dos riscos resultantes da sua actividade. 2. Os procedimentos para identificação e avaliação dos riscos relevantes para a elaboração

dos planos de emergência constam do Regulamento para aprovação pelo IMTT de sistemas de gestão de segurança.

SUBSECÇÃO IV

COMPATIBILIDADE DE PLANOS DE EMERGÊNCIA

Artigo 21.º

Compatibilidade entre planos de emergência

1. Entre os planos de emergência das empresas de transporte ferroviário e os dos gestores da infra-estrutura deve existir uma adequada compatibilidade, no sentido de possibilitar actuações conjuntas articuladas e complementares nas emergências.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, o IMTT pode ouvir o gestor da infra-estrutura relativamente à compatibilidade do seu procedimento de emergência com o de uma determinada empresa de transporte ferroviário.

Artigo 22.º

Empresas prestadoras de serviços

As empresas devem garantir, sendo esse o caso, que as empresas que lhes prestam serviços ou fornecem bens possuem planos de emergência adequados às suas próprias actividades e compatíveis com os seus.

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TESTE DOS PLANOS DE EMERGÊNCIA

Artigo 23.º Realização de testes

1. As empresas devem assegurar que os planos de emergência são testados para garantir: a) A sua exequibilidade;

b) A compreensão do seu conteúdo pelos intervenientes e a aptidão destes para assumirem as respectivas responsabilidades;

c) O funcionamento adequado das interfaces entre as diferentes entidades envolvidas;

d) A adequação e disponibilidade dos meios necessários para a sua implementação. 2. Deve ainda ser assegurada pelas empresas a:

a) Identificação dos responsáveis pela coordenação, planeamento, gestão e reuniões finais dos exercícios, as frequências com que estes devem ser realizados e os seus requisitos mínimos;

b) Listagem do pessoal que deve estar presente nos exercícios, bem como a efectiva presença desse pessoal.

Artigo 24.º

Forma e frequência dos testes

1. Sempre que tal se justifique, as empresas devem colaborar entre si, com organizações externas e com serviços de emergência para possibilitar a realização de testes aos planos de emergência.

2. Os testes a realizar devem incluir obrigatoriamente, sob a forma de exercícios em sala ou simulacros, as acções de alarme, activação, reacção, evacuação e comunicação.

3. Para efeitos do disposto na alínea a) do número 2 do artigo anterior, as empresas devem garantir o teste dos seus planos de emergência com frequências não inferiores às seguintes:

a) Para exercícios em sala envolvendo todos os intervenientes, incluindo o gestor da infra-estrutura e outros exteriores às empresas de transporte ferroviário, pelo menos uma vez por ano;

b) Para exercícios de evacuação de estações enterradas, pelo menos uma vez em cada dois anos.

4. Os exercícios de evacuação de ocupantes de instalações fixas e de evacuação de passageiros de comboios podem ser realizados com a periodicidade referida na alínea b) do número anterior.

Artigo 25.º Simulacros

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1. Para efeitos do disposto no número 2 do artigo anterior, as empresas devem assegurar a realização de simulacros para testar os planos de emergência, sempre que tal for possível e recomendável.

2. Cada simulacro deve ser objecto de um plano específico que contenha informação relativa, designadamente:

a) Aos objectivos do exercício e de cada participante; b) Aos requisitos de segurança;

c) Ao envolvimento de outras empresas do sector ferroviário, organizações externas e serviços de emergência;

d) Aos meios a empregar;

e) À prestação de informação ao pessoal e aos meios de comunicação social; f) Ao controlo do exercício em tempo real;

g) Ao horário e às medidas para reuniões;

h) À forma como o local deve ficar desocupado após o exercício; i) Ao impacto na infra-estrutura e na normal exploração ferroviária;

j) Ao aviso ao controlo de tráfego sobre exercícios que afectem a operacionalidade dos serviços.

Artigo 26.º

Centros de comando e controlo

As empresas devem assegurar a realização de exercícios específicos para verificação do funcionamento de centros de comando e controlo da circulação e verificação do equipamento para vigilância e controlo de instalações.

Artigo 27.º Relatório de segurança

As empresas devem assegurar a preparação, previamente à realização de simulacros, de um relatório de segurança que identifique os seguintes elementos:

a) Responsável principal pelo cumprimento dos requisitos de segurança;

b) Atribuição de outras responsabilidades e definição de medidas de segurança do exercício;

c) Avaliação de riscos;

d) Informação prévia de medidas de segurança aos participantes e aos assistentes; e) Controlos de acesso ao local;

f) Conclusão do exercício por razões de segurança antes da altura prevista;

g) Limitações físicas para o exercício a cumprir pelos participantes e pelos assistentes; h) Atribuição de responsabilidades em matéria de eventuais cortes de energia, incluindo a

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i) Interfacescom outras partes, designadamente, vias adjacentes e estradas;

j) Interfacescom instalações para controlo dos exercícios e instalações para controlo de

actividades normais;

k) Medidas para primeiros socorros e emergência médica;

l) Medidas para controlo das horas afectas ao exercício e dos intervalos de descanso.

Artigo 28.º Comunicações

As empresas devem assegurar a verificação das comunicações nos exercícios, quanto aos seguintes elementos:

a) Disponibilidade e adequado funcionamento de equipamento para comunicações; b) Definição de medidas para resposta a eventuais falhas;

c) Distribuição e posterior recolha de equipamento de comunicações ao pessoal; d) Definição de protocolos para utilização do equipamento de comunicações.

CAPÍTULO IV

APROVAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA

Artigo 29.º Decisão do pedido

1. O IMTT decide os pedidos no prazo de 30 dias úteis, contados da recepção de todas as informações necessárias e de quaisquer informações adicionais que tenha solicitado. 2. A decisão do IMTT, devidamente fundamentada, é notificada à empresa requerente. 3. A falta de decisão no prazo indicado no número 1 importa indeferimento do pedido.

4. O IMTT pode ouvir o gestor da infra-estrutura relativamente aos pedidos, designadamente, quanto à compatibilidade do seu plano de emergência com os apresentados pelas empresas de transporte ferroviário.

CAPÍTULO V

DIVULGAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA

SECÇÃO I DIVULGAÇÃO

Artigo 30.º

Conhecimento a outras entidades

Os gestores da infra-estrutura e as empresas de transporte ferroviário devem enviar os respectivos planos de emergência aprovados, ou os extractos relevantes dos mesmos, à

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Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), aos Delegados Distritais e Municipais de Protecção Civil e às demais entidades cuja participações é prevista.

SECÇÃO II IMPLEMENTAÇÃO

Artigo 31.º

Medidas prévias à entrada em vigor

1. As empresas devem assegurar, depois da aprovação e antes da entrada em vigor dos planos de emergência:

a) A adopção das seguintes medidas obrigatórias:

i. Planeamento e controlo da distribuição dos planos de emergência, segundo um procedimento escrito;

ii. Estabelecimento de acordos com as entidades intervenientes nos planos de emergência;

iii. Formação e treino adequado ao pessoal.

b) Que as entidades com responsabilidades atribuídas no âmbito de planos de emergência, ou as entidades que deles devam ter conhecimento prévio, têm acesso a uma cópia integral ou aos extractos relevantes dos mesmos;

c) O registo das referências de novos planos de emergência em lista de controlo da distribuição, sendo caso disso e a verificação, a partir da data de entrada em vigor do novo plano de emergência, da recolha das edições anteriores.

2. O lapso temporal entre a distribuição e a entrada em vigor dos planos de emergência dependerá da sua complexidade e da dimensão das alterações relativamente à emissão anterior, sendo caso disso, devendo em qualquer caso permitir a realização de formação e treino adequados.

Artigo 32.º

Conhecimento formal das responsabilidades

1. As empresas devem garantir que o pessoal com responsabilidades relevantes atribuídas no âmbito nos planos de emergência tomam conhecimento dessas responsabilidades por escrito, através de uma comunicação específica ou da descrição das tarefas a cumprir pelo pessoal em causa.

2. As responsabilidades relevantes atribuídas no âmbito nos planos de emergência podem integrar uma lista detalhada ou ser resumidas, referindo-se neste caso os pontos dos planos de emergência onde as mesmas se encontram detalhadas.

Artigo 33.º Formação e treino

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1. As empresas devem garantir a realização de formação e treino adequados ao pessoal com responsabilidades atribuídas no âmbito dos planos de emergência, incluindo eventuais certificações de competências.

2. A formação e treino referidos no número anterior são definidos segundo a natureza das medidas a adoptar, da complexidade dos locais e dos acontecimentos susceptíveis de ocorrerem.

Artigo 34.º Objectivos a atingir

A formação e o treino devem permitir ao pessoal com responsabilidades atribuídas no âmbito dos planos de emergência:

a) O conhecimento:

i. De medidas básicas de resposta apropriadas aos locais perante determinadas situações comuns, designadamente, alarmes de fogo ou alertas de intrusão;

ii. Dos locais para identificar a sua localização;

iii. Do equipamento para emergências e da respectiva utilização;

iv. Da(s) pessoa(s) a quem deve reportar e da(s) pessoa(s) que lhe deve(m) reportar durante uma emergência;

v. Da necessidade de reunir e preservar provas;

vi. De como pode contactar pessoal com funções de comando de sinais e aparelhos de mudança de via;

vii. De como obter um corte de corrente de tracção, sendo caso disso; b) A aptidão para identificar pontos de acesso autorizado;

c) Conhecimentos básicos sobre comportamento face a determinadas situações específicas, designadamente, derrame de matérias perigosas provenientes do material circulante ou de outras fontes.

CAPÍTULO VI

REVISÃO, AVALIAÇÃO E ALTERAÇÃO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA

SECÇÃO I REVISÃO

Artigo 35.º Revisão

As empresas devem garantir que os seus planos de emergência são obrigatoriamente revistos quando:

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b) Da análise dos resultados da avaliação periódica referida no artigo 41.º se conclua pela existência de deficiências;

c) Ocorram mudanças relevantes para a segurança na organização ou na zona geográfica a que os planos se aplicam.

Artigo 36.º Análise conjunta

1. As empresas devem garantir que experiência resultante da avaliação periódica ou de situações reais de aplicação dos planos de emergência é objecto de análises conjuntas reunindo todos os participantes com responsabilidades atribuídas no respectivo âmbito, incluindo:

a) Pessoal;

b) Organizações externas; c) Serviços de emergência;

d) Observadores e peritos participantes em exercícios de sala ou simulacros.

2. As empresas devem divulgar a informação resultante da experiência conseguida junto das entidades que possam beneficiar da mesma.

Artigo 37.º Reuniões

1. As empresas devem garantir, até um período máximo de 3 dias decorridos após a avaliação periódica e/ou situações reais de aplicação dos planos de emergência, a realização de reuniões nos locais em causa, abrangendo uma diversidade de aspectos, grupos de pessoal e organizações.

2. As reuniões devem preferencialmente ser orientadas por pessoas não directamente envolvidas na preparação do plano de emergência, na planificação dos exercícios em sala ou simulacros ou na aplicação do plano à ocorrência e devem procurar identificar:

a) Disposições dos planos de emergência cuja aplicação obteve sucesso, devendo configurar boas práticas e ser incorporadas em outros planos de emergência; b) Disposições dos planos de emergência cuja aplicação não obteve sucesso,

requerendo revisão que fundamente eventuais alterações;

c) Incorrecções ou imperfeições dos planos de emergência, requerendo revisão que fundamente eventuais alterações.

3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, nas reuniões referidas no presente artigo devem ser analisado com detalhe os seguintes aspectos:

a) Interfaces entre organizações externas; b) Actuações desenvolvidas;

c) Direcção das actuações; d) Evacuações.

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Artigo 38.º

Registo e comunicação de deficiências

1. As empresas devem garantir o registo e a comunicação pelo seu pessoal de qualquer deficiência dos planos de emergência.

2. A pessoa responsável pela revisão dos planos de emergência mantém em suporte adequado os registos e as comunicações referidas no número anterior e procede à revisão do plano, num lapso temporal adequado ao grau de implicação das deficiências.

Artigo 39.º Incidência da revisão

As empresas devem garantir a identificação adequada dos aspectos dos planos de emergência que devem ser objecto de revisão, designadamente:

a) Procedimentos ou regras operacionais que permitam:

i. Reduzir a frequência das situações que desencadeiam a activação dos planos de emergência;

ii. Atenuar as consequências das situações que desencadeiam a activação dos planos de emergência;

b) Procedimentos dos próprios planos de emergência e meios requeridos para a sua implementação;

c) Formação ou treino de pessoal; d) Interfaces entre organizações;

e) Procedimentos de revisão dos próprios planos de emergência.

Artigo 40.º

Modificações a introduzir

1. As empresas devem garantir o planeamento e a implementação das modificações necessárias em sede de revisão, num lapso temporal adequado às deficiências a corrigir. 2. As modificações introduzidas devem ser monitorizadas até à sua implementação e sempre

que tal se justifique, ensaiadas por meio de exercícios com o plano de emergência.

SECÇÃO II

AVALIAÇÃO E ALTERAÇÃO

Artigo 41.º Avaliação

(18)

1. Os planos de emergência devem ser periodicamente objecto de avaliação pelas empresas, sob a forma de exercícios em sala ou simulacros, segundo o disposto na Secção III do Capítulo III.

2. Os resultados da avaliação referida no número anterior devem ser analisados para efeitos de eventual alteração ou revisão dos planos de emergência e comunicados ao IMTT, no prazo máximo de 10 dias úteis após a realização dos exercícios em sala ou dos simulacros.

Artigo 42.º Alteração

1. O IMTT, oficiosamente ou a requerimento das empresas, determina através de instrução nos termos do artigo 75.º do Decreto-Lei n.º 270/2003, de 28 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 231/2007, de 14 de Junho e de acordo com as melhores práticas, a alteração dos planos de emergência, caso considere que os mesmos não garantem um adequado desempenho em matéria de segurança.

2. As empresas devem apresentar ao IMTT no prazo de 30 dias úteis os planos de emergência alterados de acordo com as determinações deste, para aprovação.

CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 43.º

Falsificação de documentos e de declarações

Sem prejuízo de participação à entidade competente para efeitos de procedimento penal, a falsificação de documentos ou a prestação culposa de falsas declarações em requerimento de pedido de aprovação de planos de emergência determina, consoante o caso, a recusa de aprovação ou a sua revogação.

Artigo 44.º Disposição transitória

1. Os planos de emergência aprovados pelo IMTT anteriormente à data da entrada em vigor do presente Regulamento mantêm-se em aplicação, ainda que quaisquer alterações aos mesmos tenham de observar as disposições do Regulamento.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os planos de emergência no mesmo referidos devem ser adaptados às disposições do presente Regulamento no prazo de 1 ano a contar da data da sua entrada em vigor.

(19)

3. As empresas devem garantir a ausência de dúvidas sobre a aplicabilidade de um plano de emergência, no caso de uma ocorrência anterior à data de entrada em vigor de um novo plano de emergência, ainda que este tenha sido distribuído internamente para efeitos de formação e treino.

Artigo 45.º Entrada em vigor

Referências

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