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Vigilância em saúde
Vigilância das Doenças Crônicas não Transmissíveis
Aula 2: câncer de mama
Instituto de Saúde Coletiva (ISC) Depto. Epidemiologia e Bioestatística
Parâmetros para a eleição das principais
condições a incluir na Vigilância (revendo)
• Magnitude: a incidência, a prevalência, a morbidade e a mortalidade e, em planejamento e Vigilância Sanitária, a gravidade do efeito
(conseqüência, ou dano) do evento.
• Transcendência: é a medida da relevância social, da importância, do reconhecimento que determinada população dá a um evento, do
desejo da comunidade de resolver o problema.
• Vulnerabilidade: permeabilidade à intervenção, a condição de
modificação do processo, do quadro, conforme a capacidade científica e técnica de intervenção.
Vigilância do câncer e vulnerabilidade
• O câncer é, em grande medida, evitável. • Muitos cânceres podem ser prevenidos.
• Outros podem ser detectados no início do seu desenvolvimento,
tratados e curados.
• Mesmo com câncer de estágio avançado, a dor pode ser reduzida, a progressão do câncer diminuir, e os pacientes e suas famílias podem ser ajudados a lidar com a situação
• O que fazer nos casos de cancer de mama?
CASO 1
ATD, 43 anos, referindo dor na mama direita tipo
pontada, ocasional, mal definida. Está muito
assustada com a morte de sua tia há cerca de 15
dias com câncer de mama, aos 60 anos.
CASO 2
MMT, 48 anos procura o médico de família. Está
muito assustada com o diagnóstico de câncer de
mama invasivo de sua irmã, um ano mais nova e
que mora nos Estados Unidos.
Que conduta você adotaria quanto ao rastreamento de ca de mama nos dois casos?
Detecção Ca de Mama
• Diagnóstico precoce x Rastreamento
Identificar sinais e sintomas teste simples em pessoas assintomáticas suspeitos. para identificar na Ca na fase pré
clinica.
Buscar confirmação com novos População geral x Grupo de risco exames.
Desafios
Conscientização da população Barreiras do acesso
Os grupos maior de risco
História de câncer de mama em familiar de primeiro grau •
antes dos 50 anos ou bilateral,
Parente de primeiro grau com CA de ovário. •
Presença de familiar masculino com CA de mama, •
Biópsia mamária prévia com diagnóstico de lesão •
Outros fatores de risco para ca de mama
• Idade
• História reprodutiva: estímulo do hormônio estrogênio • Ingestão de bebida alcoólica
• Sobrepeso e obesidade após a menopausa • Exposição a radiação ionizante
• Tabagismo (?)
• História familiar outro grau de parentesco
Métodos matemáticos Gail e Claus
Recomendação população alto risco
Rastreamento População Geral
Testes
Mamografia AEM ECM OutrosUSPSTF 2016
2015
Parâmetros para qualificar as recomendações
A) Direção da recomendação: balanço entre os resultados desejáveis e indesejáveis (possíveis benefícios e danos) e a aplicação de valores e preferências do paciente
B) Força da recomendação: qualidade das evidências
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_ programas/site/home/nobrasil/programa_controle_c ancer_mama/deteccao_precoce
Balanço entre possíveis danos e benefícios
direção e força da recomendação
Direção das
evidência
Força das
evidências
Direção e força da
recomendação
Benefícios
superam danos
Forte
Favorável/forte
Fraca
Favorável/fraca
Ausente
Sem recomendação
Danos superam os
benefícios
Forte
Contrária/forte
Fraca
Contrária/fraca
Ausente
Sem recomendação
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_controle_cancer _mama/deteccao_precoce
Recomendações práticas
Favorável forte Favorável fraca Contrária fraca Contrária forte
Pr of issi on ai s d e sa ú d e A maioria dos pacientes deve receber a intervenção recomendada
Diferentes escolhas serão apropriadas para cada pessoa e
o processo de tomada de
decisão compartilhada e informada deve dar maior peso aos valores e às preferências dos
pacientes
Diferentes escolhas serão apropriadas para cada paciente e
o processo de decisão
compartilhada e informada deve dar maior peso aos valores e
preferências dos pacientes
A maioria dos pacientes NÃO deve receber a intervenção recomendada P o pu laç ão A maioria das pessoas, quando bem informada, desejaria a intervenção, apenas uma minoria não desejaria
A maioria das pessoas, quando bem informada, desejaria a intervenção, mas muitas não
desejariam
A maioria das pessoas, quando bem informada, NÃO desejaria a
intervenção, mas muitas desejariam
A maioria das pessoas, quando bem
informada, NÃO desejaria a
intervenção, apenas uma minoria
Detecção precoce do câncer de mama:
estratégias
• Rastreamento: aplicação de teste ou exame numa população
assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de
identificar lesões sugestivas de câncer e, a partir daí, encaminhar as
mulheres com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento
• Diagnóstico precoce : abordagem de pessoas com sinais e/ou
sintomas iniciais da doença
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_ programas/site/home/nobrasil/programa_controle_c ancer_mama/deteccao_precoce
Questão norteadora
Qual a eficácia do rastreamento com mamografia na redução da mortalidade global e por câncer de mama, comparada à ausência de rastreamento?
Idade/anos O Ministério da Saúde recomenda:
< de 50 Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos (contrária forte: os possíveis danos claramente superam os possíveis benefícios)
De 50 a 59 O rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 50 e 59 anos
(favorável fraca: os possíveis benefícios e danos provavelmente são semelhantes)
De 60 a 69 O rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 60 e 69 anos
(favorável fraca: os possíveis benefícios provavelmente superam os possíveis danos)
De 70 a 79 Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 70 e 74 anos. (contrária fraca: o balanço entre possíveis danos e benefícios é incerto)
75 ou mais Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com 75 anos ou mais.
(contrária forte: os possíveis danos provavelmente superam os possíveis benefícios)
Ras
tr
eame
n
to
com
m
amogr
afia
Rastreamento com mamografia
O Ministério da Saúde recomenda:
Periodicidade Periodicidade do rastreamento com mamografia nas faixas etárias recomendadas seja bienal (favorável forte: os possíveis benefícios provavelmente superam os possíveis danos quando comparada às periodicidades menores do que a bienal).
Evidências
Rastreamento -> >mortalidade geral e por ca
mama
Inclui casos de ca de mama diagnosticado no período de intervenção ou seguimento
Evidências
Rastreamento -> >proporção de casos
avançados de ca de mama
Danos associados ao rastreamento com a
mamografia
Falsos negativos e Falsos
•
-positivos
Magnitude do
•
sobrediagnóstico e do sobretratamento e de
danos a eles associados
Indu
•
ção de câncer de mama pela radiação
Morte por
Definições e riscos
Resultado falso-negativo (inversamente ao VPN):
Definição:
•
rastreamento não identifica alterações suspeitas
de câncer, quando presentes.
Principal risco :
•
falsa sensação de segurança
=> retardar a procura por um serviço para confirmação diagnóstica do câncer, caso os sinais e sintomas surjam antes da próxima
Definições e riscos
Resultado falso-positivo (FP): (inversamente ao VPP)
Definição:
•
rastreamento identifica alteração suspeita de
câncer, quando ausente/ o indivíduo não possui doença.
Principais riscos:
•
investigação diagnóstica desnecessária,
muitas vezes invasiva e suas consequências.
Frequência FP e FN:
Variação: características do próprio teste de rastreamento e
da população na qual é realizada (prevalência da doença
O que são
falsos negativos e falsos
positivos
? Em que população eles serão mais
frequentes?
Testes diagnósticos (1)
Resultado da
mamografia
Resultado exame padrao ouro
Há um câncer de
mama
Não há um
câncer de
mama
Totais
mamo-grafia
Há um câncer de mama
Verdadeiros
positivos
Falsos
positivos
VP+FP
Não há um câncer de
mama
Falsos negativo
Verdadeiros
negativos
FN+FP
Totais padrão ouro
VP+FN
FP+VN
Resultado exame ouro
CA + CA - Total mamografia
Mamografia+ VP FP VP+FP
Mamografia+ FN VN FN+VN
Total exame ouro VP+FN FP+VN VP+FN+FP+VN
Probalidade pre-teste= VP+FN/VP+FN+FP+VN=50% Sensibilidade = VP/VP+FN= 50%
Especificidade=VN/FP+VN=50% VPP= VP/VP+FP=50%
VPN=VN/FN+VN=50%
Probabilidades na ausência de informações sobre a(s) paciente(s) e qualidade da mamografia
Resultado exame ouro
CA + CA- Total mamografia
Mamografia+ VP FP VP+FP
Mamografia+ FN VN FN+VN
Total exame ouro VP+ FN
FP+VN VP+FN+FP+VN
Rastreamento populacional em mulheres com menos de 50 anos, baixa qualidade da mamografia
VN FP VP FN Probalidade pre-teste= VP+FN/VP+FN+FP+VN= +/- 25% Sensibilidade = VP/VP+FN= 50% Especificidade=VN/FP+VN= 50% VPP= VP/VP+FP= +/- 25% VPN=VN/FN+VN= +/- 75%
Resultado exame ouro
CA + CA- Total mamografia
Mamografia+ VP FP VP+FP
Mamografia+ FN VN FN+VN
Total exame ouro VP+FN FP+VN VP+FN+FP+VN
Rastreamento populacional em mulheres com mais de 50 anos, presença de fatores de risco, alta qualidade da mamografia
VN FP VP FN Probalidade pre-teste= VP+FN/VP+FN+FP+VN= +/- 75% Sensibilidade = VP/VP+FN= 50% Especificidade=VN/FP+VN= 50% VPP= VP/VP+FP= +/- 75% VPN=VN/FN+VN= +/- 25%
Evidências quanto aos falsos positivos
Probabilidade cumulativa
• ≅ 58% a 77% (1)
Pode aumentar com a piora da qualidade do exame e com a baixa •
prevalência de câncer na população (2). Os impactos
• psicológicos desses resultados podem persistir por anos, mesmo após o diagnóstico de câncer ser descartado (1).
Sobrediagnóstico do câncer de mama:
diagn
•
óstico de casos de câncer de mama que nunca iriam se
manifestar clinicamente;
pseudoc
•
ânceres: critérios histopatológicos de
adenocarcinoma de mama (in situ ou invasivo) presentes
mas comportamento não progressivo ou pouco agressivo;
fen
•
ômeno comprovado mas não é possível saber com
certeza se um caso de câncer de mama descoberto no
rastreamento é ou não sobrediagnóstico
.Definições e riscos
Sobretratamento do câncer de mama:
Definição: tratamento de casos de câncer de mama
sobrediagnosticados.
Como individualmente
•
não é possível saber com certeza se um
caso de câncer de mama descoberto no rastreamento é ou não
sobrediagnóstico, esses casos são tratados.
O sobretratamento
•
=instituição de terapias desnecessárias (não
traz benefício), podendo ainda trazer danos à saúde em função
dos riscos inerentes às terapias existentes.
Sobrediagnóstico – evidências
Informa
•
ções dos ensaios clínicos – o rastreamento com
mamografia gera um excesso de 30% de mulheres
diagnosticadas e tratadas com câncer de mama (2).
Sobretratamento – evidências
• cirurgias de mama (incluindo mastectomia e cirurgias
conservadoras) ≅ +30% (RR =1,31; IC 95%: 1,22 - 1,42) (2)
• tratamento com radioterapia ≅ +24% (RR=1,24; IC 95%: 1,04 - 1,49) e de +40% (RR=1,40; IC 95%: 1,17 - 1,69) (3)
estima
• -se 1/2 mulheres sobrediagnosticadas sofrerá com dor crônica por toda a vida em função do sobretratamento (2).
RR? Relembrando epi 3
Estudos bem conduzidos, com acompanhamento
Cirurgia de mama +
Cirurgia de mama
-Total
Rastreou com mamografia 51 949 1000
Não rastreou com mamografia 39 961 1000
Risco de cirurgia em quem rastreou=51/1000
Risco de cirurgia em quem não rastreou=39/1000
Risco de cirurgia relativo a ter rastreado (RR)
RR=(51/1000)/(39/1000)= 1,31
Relembrando epi 3 – outros conceitos
Redução absoluta do risco (RAR ou RRR), redução relativa do risco •
(RRR)
Numero necessário a rastrear para redução de um caso de morte • 1000 rastreados 1000 não rastreados 10 óbitos 11 obitos RAR= 1/1000 RAR%= (1/9)*100=9% (não
expressa a grandeza da redução) NNR= 1/(1/1000)= É necessário rastrear 1000 mulheres para
Polêmica benefícios e danos da mamografia (1)
• Câncer de mama é uma doença heterogênea.
Ampla
•
variação de comportamento biológico: crescimento e
potencial metastático (4).
Tumores de crescimento lento
•
: + facilmente detectados mas
pode não haver benefício em sua detecção precoce.
Cânceres mais agressivos
•
: a detecção precoce + difícil e pode
não ser efetiva, (rápida taxa de crescimento e potencial de
gerar metástases)
Polêmica benefícios e danos da mamografia (2)
Estima
• -se que apenas entre 5% e 10% (RRR) das mulheres com câncer detectado pelo rastreamento mamográfico terão suas vidas prolongadas em função dessa detecção (5).
Esse
• fenômeno é explicado pela ausência de benefício real da antecipação da detecção do câncer ou pela existência de sobrediagnóstico.
Benefícios e danos da mamografia: polêmica (3)
Alguns resultados indicam a
• existência de um aumento não
signi-cativo da mortalidade geral com o rastreamento mamográfico (2;6). Há
• evidências sobre viés de informação na aferição da causa da
morte, com favorecimento do grupo rastreado com mamografia em ensaios clínicos randomizados (6)
• >
efeitos de redução da mortalidade por câncer de mama :ensaios
• clínicos com qualidade de mamografia inferior, menos rodadas de rastreamento e
•
maior periodicidade
• , resultados que sugerem a existência de vieses nesses ensaios clínicos (2).
E as faixas etárias? (1)
NNR para evitar uma morte por
• câncer de mama: 39 • a 49 anos = 1.904 • 50 a 59 anos =1.339 60 • a 69 anos =377 (8). Na
• revisão sistemática da Cochrane:
• estudos com randomização adequada foram incluídos nas metanálises: não
houve redução significativa da mortalidade por câncer de mama em nenhuma faixa etária, quando somente os (2).
estudos com
• randomização sub-ótima foram incluídos nas metanálises: a
redução da mortalidade, em sete anos de seguimento, só foi significativa na faixa etária de 50 anos ou mais. Após13 anos de seguimento a redução da
E as faixas etárias? (2)
Maior eficácia
• - faixa etária de 60 a 69 anos: plausibilidade biológica,
em virtude da maior prevalência de câncer, melhor acuidade da mamografia – pela menor densidade das mamas – e existência de
tumores de melhor prognóstico nessa faixa etária=> <NNR . Beneficio líquido provavelmente positivo
Existem
• evidências de alta qualidade de que o rastreamento com
mamogra a em mulheres com menos de 50 anos traz mais danos do que benefícios.
Na faixa
• etária de 50 a 59 anos, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento é limítrofe, mas provavelmente favorável. Importância da probailidade pré-teste e qualidade do exame na região
• Não existem evidências conclusivas sobre a eficácia do rastreamento mamográ co em mulheres com 70 anos ou mais.
Conclusão
Benefí
• cio líquido do rastreamento com mamografia é pequeno e questionável
• Vários grupos de especialistas são contra o rastreamento em qualquer faixa etária. (Ex: Conselho Médico Suíço recomendou que nenhum
novo programa de rastreamento mamografiico seja introduzido no país e que os existentes sejam encerrados (7).
Todas as mulheres convidadas para o rastreamento devem ser •
informadas sobre os possíveis danos, os possíveis benefícios (raros) e o provável balanço entre eles.
Out
ro
s
mé
todos
de
ras
tream
ento do
cance
r
de
mam
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ht tp :// w w w 2 .inc a.go v. br /wps /wcm/ co nn ect/ aco es_ pr o gr amas/site/ h o me/ no br as il/pr o gr ama_co nt ro le_ can cer _mama/ detecca o _pr e co ce
Evidências que embasaram a recomendaçao
de não realizar rastreamento com AEM
Seis
• revisões sistemáticas selecionadas: não recomendaram o rastreamento com AEM
aus
• ência de evidências sobre a redução da mortalidade por câncer de mama exist
• ência de evidências sobre excesso de intervenções desnecessárias para investigação diagnóstica em função de resultados falso-positivos no
rastreamento.
Os dois grandes ensaios
• clínicos apresentados (sec XX) não
conseguiram comprovar sua eficácia e ainda demonstraram existência de riscos à saúde associados à sua prática.
Consideraçãoes sobre a recomendaçao de não
realizar rastreamento com AEM (1)
Uma das
• limitações do AEM como método de rastreamento é a sua acuidade ( sensibilidade e especificidade) => <VPP e <VPN
o ensino do AEM deixasse de ser recomendado no meio aca
• -dêmico e
Consideraçãoes sobre a recomendaçao de não
realizar rastreamento com AEM (2)
Pr
• ática ocasional da observação e da autopalpação das mamas, no
contexto do
conhecimento do próprio corpo
, não deve serconfundida com a aplicação do método de rastreamento
padronizado, sistemático e com periodicidade fixa, como ocorre no AEM (11).
A primeira
• é uma estratégia de diagnóstico precoce, cujo objetivo é tornar as mulheres mais conscientes do aspecto normal de suas
mamas, das variações normais e dos sinais de alerta.
VALORIZAR
• a importância de a mulher permanecer alerta para o
aparecimento dos primeiros sinais e sintomas do câncer de mama e procurar uma avaliação médica o mais cedo possível (10).
Método diagnóstico X rastreamento com exame
clínico das mamas (ECM)
Como
• método diagnóstico, realizado por médico para diagnóstico
diferencial de lesões palpáveis da mama, é um complemento
essencial na investigação diagnóstica de doenças mamárias e o
primeiro método de avaliação diagnóstica na atenção primária.
Como rastreamento
• , é entendido como um exame de rotina feito por profissional de saúde treinado – geralmente enfermeiro ou
médico – realizado em mulheres saudáveis, sem sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama. Ao contrário de seu papel consagrado como método diagnóstico, o rastreamento por meio do ECM é alvo de grande controvérsia na literatura científica.
Rastreamento com exame clínico das mamas
(ECM)
Não é preconizado como método de rastreamento em países europeus •
Preconizado como método de rastreamento em muitos países USA, •
Japão, China, /colombia, Argentina, Uruguay...) Em
• cenários em que o câncer de mama apresenta-se
predominantemente de forma avançada, o ECM é visto como uma boa opção para o rastreamento quando comparado à mamografia
Danos
Fonte Mamografia Ensino auto-exame Exame clínico das mamas Decisão compar tilhada
American Cancer Society R+ 40 a -... R opcional 20 a-...
R+ 3/3a 20a... Academia Americana de Médicos de Família R ind cont <50ª
50-70ª 2/2a
R
-American Congress of Obstetrics and Gynecologists R+ 40 a-... R+ 20a...
Auto-conhecimento
R+ 1/1a >40a R+ 1/3a 20-39 a
American College of Radiology R+ 40 a -... 1/1a sim National Comprehensive Cancer Network (NCCN) R+ 40 a -...1/1a R+ 40a...
Auto-conhecimento R+ 1/1a >40a USPSTF 50-74 anos 2/2ª < 50 a – decisão compartilhada >75 sem evidências
INCA (Ministério da Saúde )
Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos /(contrária forte: os possíveis danos claramente superam os possíveis benefícios)
O rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 50 e 59 anos (favorável fraca: os possíveis benefícios e danos provavelmente são semelhantes)
O rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 60 e 69 anos (favorável fraca: os possíveis benefícios provavelmente superam os possíveis danos)
Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com idade entre 70 e 74 anos. (contrária fraca: o balanço entre possíveis danos e benefícios é incerto)
Contra o rastreamento com mamografia em mulheres com 75 anos ou mais. (contrária forte: os possíveis danos provavelmente superam os possíveis benefícios)
< de 50 50 a 59 60 a 69 De 70 a 79 75 ou mais
-Voltando aos casos –avaliação do auto exame
e do exame clínico das mamas
Conclusão: no nível da assistência individual
investir no conceito de consulta centrada na paciente
•
reconhecimento da sua autonomia,
•
criar
• espaço para um processo de decisão compartilhada (shared
decision making).
decis
• ão informada e compartilhada desafio: incertezas existentes e dos conceitos prevalentes
• =>superestimaçao do