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Contabilidade de Custos

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Contabilidade de

Custos

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Sistemas de Custeio, Elementos de Custos e Métodos de Custeio

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:

Prof. Ms. Walter Franco Lopes da Silva

Revisão Textual:

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Nesta Unidade, trataremos de alguns temas teóricos muito importantes e essenciais para a compreensão dos conceitos que dão estrutura à nossa análise sobre os Sistemas de Custeio e Elementos de Custos.

Veremos, também, as principais definições e elementos representativos dos custos que influenciam os resultados das empresas, sejam estes lucros ou prejuízos.

Em seguida, apresentaremos os três conceitos de custeio conhecidos por custeio por absorção, custeio direto e custeio padrão, e faremos exercícios matemáticos para fixar estes conceitos. Em seguida, introduziremos o conceito de Custo por Ordem de Produção, normalmente adotado pelas empresas que produzem atendendo a encomendas dos clientes, praticando, assim, uma forma descontínua de produção.

Estudaremos, ainda, os conceitos e classificações relacionados aos Sistemas de Custeio que tratam das formas como os custos são registrados e transferidos internamente nas empresas e da identificação dos custos dos estoques de produtos em processo ou estoques de produtos acabados e discutiremos como os custos influenciam os resultados das empresas, sejam lucros ou prejuízos.

Concluiremos com as definições de custo dos produtos vendidos, custo das mercadorias vendidas e custo dos serviços prestados e com alguns exemplos e cálculos numéricos.

Nesta Unidade, estudaremos conceitos e classificações relacionados aos Sistemas de Custeio, às formas como os custos são registrados e transferidos internamente nas empresas, bem como à identificação dos custos dos estoques, dos custos dos produtos em processo e dos custos dos estoques de produtos acabados.

Veremos, também, as principais definições e elementos representativos dos custos que influenciam os resultados das empresas.

Sistemas de Custeio, Elementos de

Custos e Métodos de Custeio

·Classificação do Sistema de Custeio ·Definições dos Elementos de Custos ·Definindo Custo Integral ou Pleno ·Custos dos Produtos Vendidos ·Custo da Mercadoria Vendida

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Contextualização

Nesta Unidade, é fundamental que você procure compreender as definições, classificações e importância do Sistema de Custeio no dia a dia das empresas e saber as formas como podemos aplicar estes importantes temas no cotidiano de nossas atividades nas áreas financeira e contábil.

Certamente, a análise e a gestão dos elementos de custos impõem um enorme desafio ao gestor da empresa, razão pela qual devemos compreender a importância do entendimento dos conceitos de CPV, CMV e CSP, bem como suas aplicações práticas e seus impactos nos resultados corporativos.

O conteúdo busca oferecer ao estudante ou profissional de finanças as bases conceituais essenciais para o entendimento das diferenças entre os diversos conceitos e tipos de apuração de custos, suas nomenclaturas e metodologias de apuração pelos departamentos de contabilidade e finanças das empresas como, por exemplo, os casos dos custos por ordem de produção e custos por processo.

Procuraremos, também, oferecer métodos de aplicação matemática dos conceitos apresentados e o cálculo do Custo do Produto Vendido (CPV).

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Classificação do Sistema de Custeio

Há uma vasta e completa bibliografia que trata da definição e das classificações do sistema de custeio nas empresas brasileiras.

Segundo Bruni & Famá (2010, p. 33), os sistemas de custeio podem ser definidos como as formas como os custos são registrados e transferidos internamente na empresa.

Ainda segundo o autor, os custos dos estoques de produto em processo e de estoques de produto acabado podem receber diferentes classificações segundo critérios que atendem às necessidades e particularidades da gestão contábil e financeira da empresa analisada.

Assim, quando estudamos ou aplicamos ao nosso dia a dia de trabalho determinada metodologia de custeio, faz-se essencial saber qual tipo de classificação ou critério utilizar segundo necessidades e características da empresa e objetivos da Gestão. Portanto, vejamos as classificações a seguir.

Classificação por Critério de Mecânica de Acumulação

• Por Ordem Específica

Adequado para empresas que produzem bens ou serviços de forma intermitente, ou seja, aquelas que não apresentam ritmo de produção constante.

• Por Processo

Adequado para empresas com ritmo constante de produção, unidades idênticas, produção em massa e demanda constante.

Classificação por Critério de Grau de Absorção

• Por absorção

Quando os custos indiretos são rateados pelos produtos fabricados. • Direto

Quando apenas os custos diretamente ligados à produção são rateados pelo cálculo do custo do produto.

Classificação por Critério de Momento de Apuração

• Pós-calculado

Quando o custo é calculado pela empresa ao final do período de apuração. • Pré-calculado

Quando os custos indiretos de fabricação são alocados ao produto com base em médias históricas do processo.

• Padrão

Quando o custo é determinado cientificamente, ou seja, quando existe uma base efetiva de parâmetro.

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Definições dos Elementos de Custos

Sabemos que, em um sistema econômico de características capitalistas, toda empresa procura obter o máximo lucro possível para a sua atividade, seja esta fabril, comercial ou de qualquer outra natureza.

Assim sendo, devemos sempre ter em mente que este resultado (lucro ou prejuízo) dependerá das relações, e dos valores, entre estes elementos representados pelo Faturamento (ou seja, o valor auferido com a venda dos bens produzidos ou serviços prestados), pelos Custos Totais e pelas Despesas incorridas para o funcionamento da empresa.

Veja a seguir a composição do Custo Total de Produção segundo classificação e critério normalmente adotados pelas empresas:

Sendo que definimos como Custos Diretos aqueles custos que podem ser facilmente associados aos produtos fabricados pela empresa, como material direto (MD) e mão de obra direta (MOD), e cujos gastos são exclusivamente relacionados a este processo produtivo. Vejamos a seguir a definição de cada um de seus componentes.

Material Direto (MD)

Nesses custos, estão inclusos apenas os gastos com material direto (como, por exemplo, matérias primas) e mão de obra direta. São custos que estão necessariamente identificados com o produto final fabricado pela empresa.

Mão de Obra Direta (MOD)

Nestes custos, estão representados os custos totais trabalhistas do(s) empregado(s) diretamente ligado(s) ao processo produtivo do produto, ou seja, o salário e seus encargos trabalhistas, enquanto os Custos Indiretos de Fabricação – CIF são aqueles gastos, também relacionados com o processo produtivo, mas que para serem corretamente apurados e calculados ainda precisam passar por uma fase intermediária de rateio para serem incorporados ao custo do produto.

Nesta categoria, são alocados todos os custos relacionados à fabricação do produto, mas que não podem ser facilmente identificados em cada unidade produzida do produto no processo fabril, como, por exemplo, aluguel da fábrica, aluguel de maquinário, mão de obra indireta utilizada no processo produtivo, seguros e impostos.

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Com relação às Despesas incorridas para o funcionamento da empresa, que também compõem o Custo Total de Produção, apesar de importantes, não podem ser alocadas ao produto final.

Como exemplo de Despesas é possível destacar: os gastos com marketing e vendas, as despesas administrativas, com segurança e comerciais, entre outras.

Importante notar que alguns estudiosos destacam também o conceito de Custo Misto que são aqueles que apresentam variação em função do nível de produção, mas que também têm uma parcela fixa.

Esta parcela ocorrerá mesmo que nada seja produzido, como, por exemplo, a taxa mínima cobrada da fábrica pela concessionária distribuidora de energia elétrica, mesmo que nada seja produzido, ou até mesmo o exemplo da cobrança de taxas para uso de uma máquina copiadora, mesmo que nenhuma cópia seja tirada durante o mês.

Não se trata de custo fixo, importante lembrar, mas um custo que pode variar caso a empresa produza e gaste mais energia elétrica ou tire as cópias utilizando a máquina (e, consequentemente, aumentando seus gastos).

É de conhecimento geral que a parcela fixa da conta de energia elétrica é muito pequena, quando comparada à parte variável: imagine uma indústria de cimento que recebe uma conta de energia elétrica de $ 2.000 em certo mês. A parcela fixa é de $ 20, enquanto a parte variável é de $ 1.980. Jamais seria possível afirmar que os custos fixos constituem a metade da conta (DUBOIS, 2009, p. 31).

Definindo Custo Integral ou Pleno

Segundo Bruni & Famá (2010, p. 35), em relação à associação com as unidades produzidas, outras terminologias podem ser empregadas na classificação de custos conforme apresentado na Figura 3.1, que apresenta o cálculo dos Custos Integrais (Gastos Totais ou Custos Plenos):

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Custo Primário ou Direto

Somatória dos custos relativos ao material direto de fabricação (MD) e a mão de obra direta (MOD).

Custos de Transformação (CT)

Somatória dos custos de mão de obra direta (MOD) e custos indiretos de fabricação (CIF) como energia elétrica e materiais de consumo industrial, entre outros.

Custo Total de Fabricação

Somatória dos três elementos de custo (MD + MOD + CIF), que corresponde a todos os custos formados durante o processo de fabricação e que são posteriormente incluídos nos estoques de produtos em processo ou em elaboração. Com a finalização do processo produtivo, estes custos e estoques são transferidos para o estoque de produtos acabados.

Custos Integrais

Somatória de todos os gastos efetuados para a efetiva produção do bem ou efetiva prestação do serviço pela empresa, incluindo, assim, o total de custos ou despesas.

Definição de Custo

» Custo dos Produtos Vendidos – CPV; » Custo das Mercadorias Vendidas – CMV; » Custo dos Serviços Prestados – CSP.

Segundo Bruni & Famá (2010, p.36), os custos das mercadorias vendidas (CMV) representam a saída dos estoques da entidade para o comprador. Consistem na última etapa do processo de formação de custos. São os valores retirados dos estoques e entregues aos clientes.

Como estão associados ao período, devem ser vistos, na verdade, como despesas – já que saem dos estoques e estão associados a um consumo temporal – e não como custos – que estão associados ao processo de formação de estoques.

Logo, os custos das vendas efetuadas precisam ser muito bem analisados, pois são, juntamente com os impostos, itens que normalmente impactam nos resultados de qualquer empresa.

Dependendo do mercado no qual a empresa atua, será necessário que o administrador classifique os custos diferentemente. Vejamos as classificações dos custos das vendas normalmente utilizadas.

» Indústria – Custo dos Produtos Vendidos – CPV; » Comércio – Custo da Mercadoria Vendida – CMV;

» Prestação de Serviços – Custo dos Serviços Prestados – CSP.

Vamos agora ver em detalhes cada um destes custos e como devemos analisá-los como parte dos resultados das empresas, levando em consideração a questão dos impostos incidentes sobre cada um deles.

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Custos dos Produtos Vendidos

Os Custos dos Produtos Vendidos (CPV) representam a soma de todos os custos necessários para a fabricação do produto pela fábrica.

Quando o produto é vendido, este “custo” vai aparecer na DRE – Demonstra-ção de Resultados do Exercício, reduzindo o Faturamento (as vendas da empresa) efetuado.

Importante lembrar que para fabricar um produto, a fábrica terá custos de matérias primas, mão de obra de fabricação e demais custos diretos ligados à produção.

Vejamos agora a equação do cálculo do Custo do Produto Vendido (CPV):

Onde

Estoque Inicial de Produto Acabado Custo de Produção do Produto Estoque Final de Produto Acabado

EIPA CP EFPA

CPV = EIPA + CP – EFPA

Sendo importante recordar alguns conceitos:

» Matéria prima: Bens primários utilizados na produção de outros bens, como, por exemplo, ferro, aço, energia elétrica, borracha;

» Produto semiacabado: Produtos com certo grau de manufatura que servem de base para a produção de outros bens. Por exemplo, peças e componentes automotivos que são utilizados pelas montadoras de veículos na produção dos carros. Somado a isso, caso o produto seja fabricado (ou seja, incorreu nestes custos) e não seja vendido, este custo deverá ser somado na conta “Estoque de produtos acabados e/ou em processo”. Outro detalhe importante: este CPV tem os valores de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) referentes às suas compras de matéria prima e semiacabados abatidos do IPI sobre suas vendas, que é um incentivo concedido pelo governo que oferece uma desoneração ao fabricante neste caso.

Exemplo

A Fábrica de Biscoitos fabrica um tipo de produto chamado “Biscoitos da Sorte”. No ano de 2014, a Fábrica reportou no seu Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) o seguinte valor relativo ao Custo de Produção (CP), referente ao total dos custos de matérias primas, mão de obra de fabricação e demais custos diretos ligados à produção: R$ 51.900,00. Sabe-se que esta empresa apresentava Estoque Inicial de Produto Acabado no montante de R$ 32.000,00 e que o Estoque Final de Produto Acabado foi de R$ 3.000,00. Vamos agora, com base na definição de CPV descrita anteriormente, calcular o Custo do Produto Vendido (CPV) em 2014:

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Sabemos que: = + = + = – : . . – . $ . , Assim sendo CPV EIPA CP EFPA CPV 32 000 51 900 3 000 R 80 900 00

Custo da Mercadoria Vendida

Sabemos que Custo da Mercadoria Vendida (CMV), por exemplo, é o valor das mercadorias vendidas que foram compradas prontas para serem comercializadas. Vejamos a seguir a equação do cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV):

=

+

CMV

Estoque Inicial

Compras

Estoque Final

Diferentemente do CPV, que está muitíssimo relacionado aos custos de produção incorridos em todo o processo, o CMV destacado acima é mais influenciado pela administração de estoques (inicial e final) bem como, a política de compras dos produtos comercializados. Assim, vejamos um exemplo.

Exemplo

A Fábrica de Biscoitos compra e vende papel de embalagens para alimentos. No ano de 2014 (31-dez-2014), a empresa reportou no seu Demonstrativo de Resultados (DRE) o seguinte valor relativo a Compras de papel de impressão: R$ 16.000,00.

Sabe-se ainda que, em 31-dez-2013, tinha em seus estoques um total de R$ 9.000,00 em papel de embalagem para venda. Em 31-dez-2014 o inventário físico de estoques apresentou um total de R$ 1.700,00 desta mercadoria.

Vejamos como devemos proceder para calcular o Custo da Mercadoria Vendida (CMV) no ano de 2014 da Empresa de Armarinhos, a ser reportado no Demonstrativo de Resultados:

Sabemos que: = + = + = – : . . – . $ . , Assim sendo

CMV Estoque Inicial Compras Estoque Final CMV 9 000 16 000 1 700 R 23 300 00

Custo dos Serviços Prestados (CSP)

Vamos agora concluir nossa análise pela definição de CSP. Quando analisamos uma empresa prestadora de serviços como uma Universidade, por exemplo, sabemos que os custos para o seu funcionamento são bastante diferentes de uma fábrica.

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Em uma prestadora de serviços, os principais custos são a mão de obra, materiais e operacionais (gastos) do dia a dia da operação. Nestes casos, existem também os custos decorrentes da depreciação dos materiais e itens utilizados na prestação do serviço, que exigem cuidado bem especial do analista, na sua análise.

Vejamos a seguir a equação do cálculo do Custo dos Serviços Prestados (CSP) que será a somatória de todos os custos diretamente relacionados à prestação do serviço:

=

,

,

CSP

Custos Mão de obra Materiais Operacionais e Depreciação

Custeio por Absorção

Ao estudarmos o custeio por absorção, veremos as razões de este método ser o único aceito pela Contabilidade Financeira por atender aos princípios contábeis.

Segundo Dubois (2009, p. 128), o método do custeio por absorção consiste na alocação de todos os custos de produção, sejam eles diretos ou indiretos, em cada fase de produção do bem na fábrica.

Neste método, todos os gastos que participam do processo de fabricação são absorvidos por estes produtos elaborados.

Há outros critérios alternativos, mas o custeio por absorção ainda é o mais adotado na contabilidade gerencial e nos trabalhos de avaliação de estoques na auditoria. Vejamos a seguir o que diz este especialista em custos.

De fato, o custeio por absorção, que alguns denominam “custeio integral”, indica que cada unidade produzida “absorveu” todos os gastos necessários para obtê-la, sejam diretos, isto é, próprios do produto, ou indiretos, aqueles que auxiliam a produção.

Com este método, podem-se apurar os saldos dos estoques, o Custo da Produção Vendida (CPV), além de demonstrar a situação patrimonial do balanço.

Custeio Direto

O custeio direto refere-se à alocação de apenas custos variáveis aos produtos fabricados, mantendo, assim, os custos fixos em separado, ou seja, considerados como despesas do exercício.

Custeio Padrão

O controle de custos pelo gestor da empresa pode ocorrer, também, por meio da utilização do método de custos-padrões, que pode ser definido como os custos que são cuidadosamente predeterminados e que devem ser atingidos em operações eficientes.

Muitos autores afirmam que o custo padrão é um custo ideal de fabricação na firma que leva em consideração o custo apurado com o uso das melhores matérias primas possíveis, com a mais eficiente mão de obra viável, com a sua total utilização da capacidade produtiva

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da empresa, sem nenhuma parada por qualquer motivo que seja, a não ser as planejadas para manutenção preventiva em geral.

Custos padrões podem ser usados na aferição de desempenho, na elaboração de orçamentos, na orientação de preços e na obtenção de custos significativos do produto, com razoável economia e simplicidade da escrituração (BRUNI; FAMÁ, 2010, p. 129).

O método do custo padrão objetiva excluir custos extraordinários que, de alguma forma, ocasionem variações de eficiência. Desta forma, possibilita um adequado tratamento contábil e financeiro, com base em padrões e processos já bem estabelecidos.

Importante destacar, também, que o método do custo-padrão permite que a empresa opere com uma fácil escrituração contábil, aumentando, assim, a eficiência do seu processo produtivo. Por exemplo, custos de mão de obra direta podem ser determinados com base em estudos detalhados de tempos e movimentos, com experiências usando o operário mais eficiente, sem se considerar sua produtividade oscilante durante o processo, mas sim, a medida no intervalo de tempo observado no teste.

Igualmente, as perdas de material são as mínimas, admitidas como impossíveis de serem eliminadas. Sob esta ótica, portanto, o custo padrão deve ser entendido como um objetivo de longo prazo da firma, e como base para comparações entre o realizado e o padrão; ou seja, como forma de medição da evolução do realizado em relação ao padrão.

Ainda segundo Bruni & Famá (2009, p. 131), “o principal objetivo da utilização do sistema de custeio padrão consiste no controle dos custos, realizado com base em metas prefixadas para condições normais de trabalho”, o que permite controles por parte da empresa de eventuais desvios entre o “realizado” versus o “previsto”.

É certo que a variação será favorável quando o real for menor que o padrão e desfavorável quando o real for superior ao padrão.

Custo por Ordem de Produção

No sistema por ordem de produção (OP), cada produto é elaborado a partir de especificações do cliente, fazendo com que cada ordem de produção ou lote de fabricação seja diferente, ou seja, único. A utilização de ordem de produção é normalmente encontrada nas empresas que produzem atendendo a encomendas dos clientes, ou, então, produzem para vendas posteriores, mas, de acordo com determinações internas, não de forma contínua.

Como exemplo de utilização deste método de custeio encontram-se as indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, algumas indústrias que fabricam itens sob encomenda, empresas de construção civil ou empresas que têm produtos específicos para seus compradores.

A OP é um documento emitido que autoriza a fabricação e com ela dá-se o início da produção. Contudo, podem ocorrer situações em que a OP fica aguardando a disponibilidade de pessoas e/ou equipamentos. Em termos de procedimentos de apuração dos custos, o sistema deve manter um controle para cada OP do lote. Isto se dá por meio de registros em uma conta denominada Produção em Andamento, na qual cada item de custos será mantido isoladamente (DUBOIS, 2009, p.109).

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Neste nosso estágio de estudo, é importante lembrar que a alocação dos gastos com materiais diretos neste método de custo é bem simples, exigindo a quantificação do valor total dos materiais utilizados para compor a referida ordem de produção.

Exemplo 1. Ordem de Produção

Nossa Fábrica de Biscoitos tem no seu departamento de produção uma OP que apresenta uma matéria prima (açúcar especial) com custo unitário é de R$ 40,00 o quilo. Se para a produção da ordem em estudo foram utilizados 120 Kg de açúcar, teríamos que multiplicar 120 pelo custo unitário de R$ 40,00, chegando ao custo de material de R$ 4.800,00.

Na possibilidade de existência de perdas ou desperdício de materiais, este pode ser considerado como custo indireto. Mas, caso este fato ocorra com certa frequência (ou represente valores pouco expressivos), será necessária a sua apuração e lançamento deste “gasto” como despesa do período.

Quanto aos gastos com mão de obra direta, normalmente, estes são transferidos para a OP de acordo com a quantidade empregada, ou seja, multiplica-se a quantidade de horas/homem utilizadas para a referida ordem de produção pelo seu custo unitário chegando assim ao custo total de mão de obra direta alocada na ordem de produção.

Caso ocorra ociosidade da mão de obra, ou queda de eficiência do trabalhador, decorrente de atrasos ou faltas, por exemplo, será exigida a alocação destes gastos como custo indireto. Este custo indireto, por sua vez, deve ser rateado.

Alguns autores sugerem que as paradas não previstas, como no caso das greves, devam ser apuradas como despesas diretamente em resultado do período.

Em relação aos custos indiretos é necessário o uso de algum indicador para a apropriação desses custos à OP. O parâmetro deste indicador poderá ser o “gasto” de mão de obra direta, os “gastos” com materiais diretos alocados, ou a somatória dos dois. Segundo Bruni & Famá (2010, p.123), as principais vantagens do sistema de custeio por ordem de produção são:

» Possibilitar que a gestão de empresa identifique os produtos que mais contribuem para o resultado da firma;

» Os registros passados de OP podem servir de base para estimativas de custos de novos pedidos similares ou ligeiramente diferentes;

» As OP servem para a administração gerir custos sem necessidade de efetuarem inventários com frequência;

» Nas encomendas de alto valor, os clientes costumam pagar antecipadamente compromissos à medida que as produções e entregas ocorrem.

Como desvantagens, o mesmo autor cita o aumento das despesas associadas ao maior controle dos gastos atribuídos às ordens de produção e o fato de os custos acumulados nas ordens serem custos históricos, com exceção dos custos indiretos.

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No exemplo da fábrica de sapatos que se utiliza do custo por OP, esta fabrica diferentes modelos em tamanhos voltados a diversos segmentos de mercado e todos fabricados em uma mesma linha de produção.

Neste caso, esta empresa controla de forma individualizada os custos de cada tipo de sapato fabricado, gerenciando adequadamente os insumos utilizados no processo de produção.

Assim, neste modelo de produção por encomenda, muitas vezes o produto é comercializado antes ou durante sua elaboração atendendo às especificações do comprador, não havendo vendas para outro comprador.

Exemplo 2. Ordem de produção

Segundo defendem Bruni & Famá (2010, p. 120-1), a alocação de gastos com materiais diretos num sistema de alocação e custos por ordem de produção é tarefa relativamente simples. Para tanto, basta que se transfira o total dos custos para o que chama de “ordem em elaboração”, que é o resultado das quantidades consumidas pela ordem multiplicadas pelos custos unitários. Assim sendo, a nossa empresa fabricante de biscoitos utiliza 16 Kg de farinha de trigo para a fabricação de determinada partida de caixas de biscoitos no dia. A farinha no estoque foi adquirida a um custo de R$ 3,00 por pacote de 1 Kg.

Assim, o custo transferido para a Ordem de Produção será de 16 x R$ 3,00 = R$ 48,00. O mesmo raciocínio deve ser seguido para gastos com mão de obra (utilizando-se de horas de trabalho como rateio destes custos) e demais custos envolvidos no processo produtivo.

Exemplo 3. Ordem de Produção

Vamos supor que a Fábrica de Biscoito estime seus custos indiretos de fabricação de determinada caixa de biscoitos da seguinte forma segundo Tabela 1:

Tabela 1

Fábrica de Biscoitos R$

Material Indireto 3.500,00

Depreciação 1.400,00

MDO Indireta 1.020,00

Total de Custos Indiretos 5.920,00

Foi também informado pela empresa que foram utilizadas 400 horas de mão de obra (MDO), portanto, os Custos Indiretos (CIF) por hora são assim calculados:

= =

/ $ . , / $ ,

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Segundo a Ordem de Produção da Empresa, descrita a seguir, vê-se o montante de Material Direto Consumido e Mão de obra Direta Consumida. E, quanto ao Custo Indireto de Fabricação, tal ordem de produção deve considerar o emprego de 10 horas de MDO.

Ordem de Produção OP de 100 Caixas de Biscoitos Tabela 2 Fábrica de Biscoitos R$ Material Direto 400,00 MDO Direta 600,00 CIF 10 Horas a R$ 14,80 148,00 Total de Custos 1.148,00

Custo por Processo

O sistema de custeio por processo é utilizado pelas empresas que fabricam produtos muito similares entre si. Neste caso, então, os custos são separados por tipo de gasto e, depois, compilados por processos específicos.

No sistema de custo por processo, o industrial procura identificar todo o processo de produção da empresa, separando-o em centros de custos, ou seja, por departamentos.

Os montantes somados dos custos são assim transferidos para a etapa seguinte como se fossem produtos passando de departamentos para departamentos.

Estes custos são acumulados em contas representativas dos produtos ou linha de produtos que nunca são encerradas, em razão da existência de fluxo contínuo de produtos “em processo”, “acabados” e “vendidos”.

Exemplo

Fábrica de Biscoitos

Custo de Produção

Dez 2014 – Caixas de Biscoitos de Natal

Fábrica de Biscoitos R$ Caixa de Biscoitos de Natal

Material Direto 70,00

MDO Direta 55,00

CIF 10 Horas a R$ 14,80 75,00

Total de Custos 200,00

Note que: O estoque inicial de produtos em elaboração e de produtos acabados era zero.

Da produção do período, 50% foram acabados; R$ 100.000,00. Foram vendidos 85% dos produtos acabados; R$ 85.000,00.

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Saldos:

Produtos Elaboração = Custo de Produção – Custo Produtos Acabados

• Produtos Elaboração = R$ 200.000,00 – R$ 100.000,00 = R$ 100.000,00 • Estoque Produtos Acabados = Produtos Acabados – Produtos Vendidos

• Estoque Produtos Acabados = R$ 100.000,00 – R$ 85.000,00 = R$ 15.000,00 • Custo dos Produtos Vendidos: 85% do total dos produtos acabados

• CPV = R$ 100.000,00 X 0,85 = R$ 85.000,00 • Produtos em elaboração = R$ 100.000,00 • Produtos acabados = R$ 15.000,00

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Material Complementar

Para ampliar seus conhecimentos, sugiro a leitura dos Capítulos 4 e 5 do livro Contabilidade de Custos de P. E. V. Viceconti (2003, p. 17-45), que apresenta alguns conceitos importantes de reflexão e revisão de alguns dos temas aqui tratados nesta Unidade.

Sugiro, também, uma visita ao site da Folha de São Paulo (Folha.uol.com.br) para ler uma interessante notícia sobre a importância da redução de custos propiciada pela automação e uso de robôs nas empresas: “Robôs reduzem custos e aceleram resultados”, de 25/05/2014, disponível em:

» http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/05/1457960-robos-reduzem-custos-e-aceleram-resultados.shtml

Sugiro, ainda, uma visita ao site – Portal do CRC SP – do Conselho Regional de Contabilidade: www.CRCSP.org.br, que oferece aos interessados diversas notícias, informações e links úteis para o estudante e profissional de finanças e contabilidade interessado em aprimorar e se aprofundar nos mais diversos temas ligados à Contabilidade, como é o caso dos Custos e a leitura da notícia: “Dilma sanciona lei que amplia acesso de serviços ao Supersimples’ disponível em:

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Referências

BRUNI, Adriano Leal; FAMA, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços: com Aplicação na Calculadora HP12C e Excel. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

DUBOIS, Alexy et al. Gestão de Custos e Formação de Preços. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2009. VICECONTI, P. E. V. Contabilidade de Custos. 7.ed. São Paulo: Frase, 2003.

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Referências

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