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Universidade de Brasília Faculdade de Comunicação Departamento de Audiovisual Mapeamentos da Performance

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Academic year: 2021

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Universidade de Brasília Faculdade de Comunicação Departamento de Audiovisual

Mapeamentos da Performance

Autora: Bárbara Viana Orientador: Armando Bulcão

Brasília – DF 8º Semestre/2016

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A meus amigos, que me orientaram de diversas formas no processo, à minha família pelo ajuste constante e apoio e à Universidade de Brasília, pelo caminho conceitual e de aprendizado.

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3 Agradecimentos

Aos meus amigos, que me iniciaram no processo criativo, e me fizeram superar diversas adversidades, à minha família pelo apoio constante na formação desse trabalho, às pessoas que me deram ideias para a mudança no processo, ao meu Orientador Armando Bulcão pela orientação constante e dando ideias de como seguir no processo da melhor forma e à Universidade de Brasília, local pelo qual aprendi muitas lições e cresci na formação acadêmica.

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4 Resumo

A série Mapeamentos da Performance é o resultado de entrevistas e registros das performances de quatro artistas radicados nas cidades de Brasília, Campo Grande e Teresina. O produto consiste em quatro (04) episódios da série. Cada episódio contempla um artista e é composto por dois seguimentos – entrevista e registro de performance. Nas entrevistas, duas perguntas básicas: “O que é performance?” – justamente para confrontar o conceito de “performance”, termo de múltipla e diversa definição; e “Por que você faz performance?” – Para entender o porquê dos artistas fazerem performance. Os episódios foram masterizados em arquivo digital no formato H264 Full HD 1080p, a fim de permitir codificações posteriores para outros formatos. Foram produzidas 10 cópias em DVD, para divulgação, em caixa com capa e rótulo.

Palavras-Chave:

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5 Abstract

The Mapeamentos da Performance series is the result of interviews and records of four performances of artists in the cities of Brasília, Campo Grande and Teresina. The result consists of four episodes. Each one includes an artist and consists of two segments - interview and record of the performance. Two basic questions are made in these interviews: "What is performance?" - to confront the concept of the multiple and diverse setting of the word; and "Why do you do performance?" - to understand why these artists do performance. The episodes were mastered in digital file - H264 Full HD 1080p format in order to enable subsequent encodings for other formats. It was also produced 10 copies on DVD for release and were put in a box with cover page and title.

Keywords:

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6 Sumário 1. Introdução 2. Problemas da Pesquisa 3. Justificativa 4. Objetivos 5. Referencial Teórico 6. Metodologia 7. Considerações Finais 8. Referências

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7 1. Introdução

Trata-se do projeto final de audiovisual da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, orientado pelo professor Armando Bulcão.

A ideia de fazer a série Mapeamentos da Performance decorre da experiência de diversas linguagens em trabalhos de produção audiovisual ao longo da graduação em Audiovisual no DAP - Departamento de Audiovisuais e Publicidade da Universidade de Brasília.

O tema performance surge da experiência como integrante do grupo de pesquisa Corpos Informáticos da Universidade de Brasília, através do qual realizou-se os primeiros contatos com a performance e o seu registro. Esta experiência de dois anos com este grupo de pesquisa Corpos Informáticos motivou a desenvolver os temas a serem discutidos neste trabalho: performance e vídeo. Durante a experiência com o grupo, registrei e editei seus vídeos.

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2. Bia Medeiros, 2016, CorposInformáticos. Foto retirada da internet.

O produto do projeto Mapeamentos da Performance é uma série dividida em quatro episódios e em cada episódio é entrevistado um artista. Duas perguntas são feitas: O que é performance e Por que você faz performance, ideias que organizam a fala dos entrevistados. Além disso, foram utilizados registros de performances de cada artista, captados ao vivo.

O programa utilizado para edição foi o Adobe Première, as configurações dos vídeos foram: H264, 1920x1080, FULL HD, 23,976 kps, Estéreo.

Os produtos encontram-se masterizados em arquivo digital no formato H264 Full HD 1080p, a fim de permitir codificações posteriores para outros formatos. A duração total do material da série é de 17 (dezessete) minutos.

Foram produzidas 10 cópias em DVD, para divulgação, em caixa com capa e rótulo, a serem distribuídas:

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 Aos professores da Banca.

 Ao Instituto de Artes da Universidade de Brasília  Aos artistas participantes da série

 Ao Instituto Federal de Brasília (IFB)  Para festivais de performance

O perfil do público é de artistas, estudantes de artes, pesquisadores e público em geral.

A série foi filmada nas cidades de Brasília, Teresina, São Paulo e Campo Grande.

Os artistas entrevistados foram:  Vicente de Paula (PI)

Estudante de Comunicação Social/Jornalismo na UFPI, pesquisa nesta Universidade a vida e obra de Patrícia Galvão – Pagú e a coluna “Poesia Experiência” de Mário Faustino. Colabora com movimentos/eventos/mobilizações em torno das questões de gênero (Gaymada, Katias Coletivas, Movimento Pró-Saia, Dia de Degenerar, dentre outros). Os primeiros projetos artísticos iniciaram nas artes visuais com desenhos burlescos que resultaram na saga “Alegrias de uma Calcinha”

(2013). A partir daí, realizou exposições,

intervenções/composições urbanas, oficinas e residências artísticas. Atualmente desenvolve projetos voltados a performance com experimentos de corpo, imagem e som. Dentre estes a performance Pramulambada, realizada no Projeto Sesc Confluências em Parnaíba(PI) em 2015; Some Dance to Remember (2015) - residência em Dança com Janaína Lobo começada no Galpão do Dirceu; e o mais recente

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trabalho em performance/dança/corpo é Tumate de Elielson Pacheco – iniciada em parceria com o Coletivo Salve Rainha - que teve última apresentação no JUNTA Festival Internacional de Dança em Teresina. Vicente busca relações artísticas descontraídas que transitem entre subjetividades/pluralidades e tempo/espaço das frestas cotidianas através da experimentação das artes visuais, comunicação e performance. É também jornalista no Portal EntreCultura e realiza assessoria de imprensa de espetáculos e ações artísticas.

3. Vicente de Paula, Some dance to remember, Teresina, PI, Galpão do

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11 4. Série: Alegrias de uma calcinha, Ilustração, Teresina, PI, 2015, autor Vicente de Paula, foto retirada da internet.

 Thiago Salis (MS)

Tiago Salis Barreto, 29 anos, solteiro, caboclo periférico afrodescendente, filho de sertanejos, abawo omoloko. Artista- ator/performer, compositor musical, Educador, Produtor de Montagem de teatro e eventos, Pesquisador das Manifestações Culturais do Imaginário Popular. Participou de grupos de teatro experimental na Zona Sul de São Paulo, onde realizou formação enquanto artista/performer e músico/compositor, desenvolvendo ações entre o estudo de obras clássicas e marginais na relação com a experiência periférica. Desenvolve trabalho como performer e em produção de montagem junto ao Núcleo Desvio Coletivo-desde sua formação, e em demais núcleos e eventos, sob contratação eventual. Trabalhou no Serviço Público Municipal e Estadual, como Orientador de Teatro, Organizador Escolar, na Vigilância em Saúde no Segmento Ambiental, como professor de Sociologia e Filosofia no Ensino Básico. E no terceiro setor como Educador

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Social em Casa Abrigo, permanecendo a parceria da rede em auxílio à promoção do desenvolvimento social, executada no Fórum Social Sul e em demais ações posteriores. Esteve presente na Militância Estudantil e Política Social, sobretudo em Educação e Cultura, participando e representando os grupos pertencentes em fóruns, conferências e congressos. Consolidado na condição de Conselheiro Participativo da Cidade de São Paulo M’boi Mirim, para os anos de 2014/2015. Realizou em 2015 parceria em Assistência ao DISS- Danish Institute for International Studies- in cooperation with Department of Anthropology- University of Copenhagen, para PhD em “Violência Urbana e Cidadania em São Paulo- Paz, Risco e Violência. Atualmente, dedica atenção para saberes e tradições populares, tecnologias simples, permacultura, autoconhecimento e saberes ocultos- xamanismo/cura/empoderamento.

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Tiago Salis, 2015. Foto retirada da internet.

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 Yura (MS)

Yura, artista. Formação institucional: Artes Visuais-bacharelado UFMS, 2011; Especialização em produção Arte e Cultura - SENAC, 2013. Exposições: Salão de Arte Contemporânea de MS nos anos: 2010, 2012 e 2014; Apresentação da performance “Meu nome é Neusa venho em paz” em IPerformatico, MARCO, 2014

Apresentação de Canibállia: uma cerimônia antropofágica, Teatro Glauce Rocha, 2011

Participação em mostra de vídeos FUA nos anos de: 2012, 2013 e 2014.

Mesa de debate sobre performance e gênero,ARTE agora, IPerformático, 2014. E Palestra para alunos de Artes Visuais, IESF, YURA: una conversa sobre um desenvolvimento em artes visuais, 2014

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Yura, 2014, foto: Renan Reis Braz e Pamella Paine.

Yura, 2014. Performance: “Meu nome é neusa, venho em paz”. Foto: Vânia Jucá.

 e Bia Medeiros do grupo Corpos Informáticos (DF).

Maria Beatriz de Medeiros possui graduação em Educação Artística pela PUC-RJ, metrado em Estética, doutorado em Arte e Ciências da Arte – Université Paris I e pós-doutorado em Filosofia no Collège International de Philosophie, Paris. Atualmente é professora associado 4 da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, arte e tecnologia, arte e performance, composição urbana. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos desde 1992.

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Bia Medeiros, Corpos Informáticos, 2015. Foto retirada da internet.

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17 2. Problemas de Pesquisa

O registro da performance é um registro efêmero pois a ação da performance ocorre dentro de um espaço de tempo. A linguagem do vídeo assimila esse tempo.

A performance torna-se plural, tanto quanto o seu significado. A performance é por natureza um fenômeno artístico efêmero. Sua realização, enquanto ato estético, volta-se principalmente para sua incidência e impacto social sobre uma plateia, gerada, provocada e instaurada a reagir pela força do ato estético da performance do artista.

Para as entrevistas foram feitas duas perguntas: “O que é performance?” E “Por que você faz performance?” Estas questões emergem de duas compreensões básicas.

1. O conceito performance não possui uma definição única, sendo assim, nosso proposito abranger diversos conceitos: “Exposta dessa forma, observamos que distender a noção de performance nas artes visuais implica apresentá-la como uma categoria sempre aberta e sem limites...Quando o assunto é performance é sempre um número muito variável de concepções, as quais não se postulam como obrigatórias para atingir um consenso.”(MELIM, 2008, p.9).

2. O propósito de descobrir e entender o que motiva os artistas a fazer performance, o que os move. Qual é o seu grande impulso criativo, que os leva a elaborar sua linguagem da forma como ela é.

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18 3. Justificativa

A performance praticada por artistas das artes visuais ou das artes cênicas, com a presença de músicos ou não torna-se cada vez mais ativa como forma de arte. As diversas áreas: dança, música, teatro, artes visuais se entrelaçam nessa relação com a performance.

O trabalho de conclusão de curso colabora para a arte da performance, acessando e tornando acessível diferentes artistas e perspectivas. O formato série de pequena duração nos parece ser uma forma adequada de distribuição do trabalho dos artistas abarcados. Considerando que a divulgação do trabalho desses artistas é realizada normalmente via internet, em canais do youtube, ou em páginas do facebook, e vimeo... O material produzido irá utilizar estes sites como veículos de distribuição.

Para os estudos no campo da Arte e da Comunicação o projeto, ao reunir discurso e obra, realiza-se enquanto produção de memória e de material para pesquisas e trabalhos posteriores.

Do ponto de vista da formação profissional colabora para uma formação de mão-de-obra, ativando as percepções do caminho a ser traçado durante as produções.

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19 4. Objetivos

O primeiro objetivo da série é o de fomentar a discussão acerca do que é performance: as diversas opiniões, os diversos conceitos e as novas ideias de vários artistas.

Não pretendemos alcançar uma conclusão, mas elevar a discussão para um novo patamar, integrando estes múltiplos discursos. Não é nosso interesse apenas e finalmente definir o que é performance, mas sim, através e a partir deste conceito, esmiuçá-lo, captando e promovendo múltiplas definições, dotando-as de visibilidade e validade, já que, como discursos artísticos, acabam de uma certa forma materializando-se na estética da performance de cada um desses artistas.

O segundo objetivo é o de divulgar o trabalho desses artistas. Trata-se por definição de uma arte efêmera, nem Trata-sempre Trata-sendo feitos os registros. Colocar alguns artistas em uma série é uma forma, mesmo que pequena, de agrupar esses trabalhos, podendo-se fazer interligações entre eles.

O terceiro objetivo é entender o leitmotiv, o que motiva esses artistas a fazerem performance, o que os inspira e de que forma isso se materializa em suas produções.

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20 5. Referencial Teórico

No ano de 1917, Duchamp lança sua obra “A Fonte” que se constituía em um mictório em que assinou R.Mutt, e o enviou para um salão do qual ele mesmo era um dos jurados. A obra foi aceita e inaugurou naquele momento a arte contemporânea, que se apropriava de objetos do cotidiano e os transformavam em arte, algo com um pensamento aplicado. Esse fato serviu de inspiração para muitos artistas performáticos que decidiram resignificar os seus próprios corpos e os objetos comuns do dia-a-dia que utilizam para a “cena” da performance.

No Brasil, a performance se inicia na década de 30. Em 1931, Flávio de Carvalho inicia sua pesquisa em performance através da “experiência no 2”, em que sai em um dia de uma procissão religiosa andando ao contrário do que andam as pessoas e usando um boné, o que significa total desrespeito com a Igreja e as pessoas ali presentes. Esse foi o início da performance no Brasil.

Após esse período, houve a ação de Hélio Oitica em 1960 através da sua obra “Parangolés”, roupas feitas para que o público pudesse usar a praticar performance, dança. Logo a ação só existiria caso alguma pessoa a vestisse e criasse gestos a partir da permissividade com o contato com a obra. E em seguida Lygia Clark, em 1964, com sua Obra-Mole que tratava-se de objetos maleáveis que só geravam mais tratava-sentido através da sua interação com o público. Nos anos seguintes, mais artistas da performance foram surgindo, e compondo assim, o que hoje se entende por artistas de performance.

Durante a etapa de pesquisa e revisão bibliográfica do projeto, em busca de definições para o conceito “performance” , nos defrontamos com diferentes compreensões e vertentes, de modo geral, bastantes amplas.

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Seguindo essa fluidez, nos vemos no meio de diversos conceitos sobre performance.

Para Roselee Goldberg:

“Os manifestos da performance(...) têm sido a expressão de dissidentes que tentaram encontrar outros meios de avaliar a experiência artística no cotidiano(...) A obra pode ser apresentada em forma de espetáculo solo ou em grupo, com iluminação, música ou elementos visuais criados pelo próprio performer ou em colaboração com outros artistas e apresentadas em lugares como uma galeria de arte, um museu, um “espaço alternativo”, um teatro, um bar, um café ou uma esquina. Ao contrário do que ocorre na tradição teatral, o performer é o artista, raramente um personagem, como acontece com os atores, e o conteúdo raramente segue um enredo ou uma narrativa tradicional. A performance pode ser uma série de gestos íntimos ou uma manifestação teatral com elementos visuais em grande escala, e pode durar de alguns minutos a muitas horas; pode ser apresentada uma única vez ou repetida várias vezes, com ou sem um roteiro preparado; pode ser improvisada ou ensaiada ao longo de meses”. (GOLDBERG, p.3).

Como afirma a artista cubana Carmelita Tropicana: “A performance é Kunst (arte) de fluidez, impura, híbrida, capaz de libertar o praticante e a seu público evocando as palavras da revolução francesa: liberté, égalité e homossexualité” (TROPICANA, p.10).

A performance também pode ocupar as ruas, parques, quadras, shoppings, feiras, etc. Muitas são as possíveis reações com as performances. O público tem uma condição ativa dentro da obra, podendo escolher sair no meio de uma performance ou ficar para ver a obra. O público ocupa um local de receptor e o performer de emissor. As formas de transgressão são diversas. A linguagem “em si” da performance já carrega uma carga anárquica e de forte apelo comunicativo. O público entra muitas

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vezes em estado de choque quando ocorre uma performance, o que faz com que esse público tenha reflexões e critique a obra e seus possíveis significados.

Uma das performances da artista Maria Eugênia, do grupo de pesquisa Corpos Informáticos, consistiu em ela se vestir com uma roupa inteiramente branca e se arrastar pela Rodoviária de Brasília, de acordo com a artista, para juntar nela todos aqueles rastros que passam diariamente no local. No meio da performance uma das pessoas que assistia chamou o SAMU, por entender que a artista estava passando mal ou tendo reações próximas da loucura.

A performance também tem essa característica. Por causa do público, pode assumir diversos significados. E é nesse ponto que entra o corpo do artista. É um corpo não mais inserido nas tradições sociais do lugar onde está; ele desconstrói essas tradições, formando novas linguagens. O corpo do artista de performance é seu elemento mais importante que ocupa lugar central na obra. Algumas performances podem acontecer com objetos, mas ainda sim, o corpo é o principal meio performático.

A performance pode acontecer de diversas formas, são infinitas as possiblidades dessa arte. “De tal forma que a performance deve mostrar não o homo sapiens – que é como nos intitulamos do alto de nosso orgulho – e sim o homo vulnerabilis, essa pobre e exposta criatura, cujo corpo sofre o duplo trauma do nascimento e da morte, algo que pretende ignorar a ordem social, ersatz (recurso) da ordem biológica.” (BERGER, P.46)

Para a professora Maria Beatriz de Medeiros, a performance entendida como possibilidade artística é “nascida nos anos 1920; na Europa com os futuristas, dadaístas, com os grupos Fluxus e Gutaï” (MEDEIROS, P. 25) . Já para Diana Taylor, as origens da performance remontam aos primeiros rituais praticados pela civilização: “Ainda que a performance possa parecer uma palavra intraduzível, as estratégias performáticas estão

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profundamente enraizadas nas Américas, onde há a transmissão do conhecimento e da memória da história. As performances operam como atos ao vivo ou ações corporais que transmitem saberes sociais, memórias e sentido de identidade a partir de ações ou comportamentos reiterados. Os povos originários das Américas têm dependido de práticas corporais e cerimoniais para afirmar seus valores e fazê-los visíveis”. (TAYLOR, P. 15).

“Performance nunca acontece pela primeira vez, se não pela segunda, terceira, quarta, ao infinito”. (SCHECHNER, p.22). Então qual é o tempo da performance? É quando o artista inicia sua ação, no momento exato de início e vai até o fim, com suas construções corporais. O tempo em que o artista inicia é o momento de ligar a câmera, esse tempo pode ser registrado de diversas formas: tripé ou câmera na mão, planos detalhe ou planos abertos.

A falta de uma definição prolifera uma gama de artistas que fazem diferentes tipos de performance, em diferentes contextos. Segundo Maria Beatriz de Medeiros, coordenadora do grupo Corpos Informáticos:

“Buscar uma definição para o termo não interessa. O que vemos como necessidade, neste momento histórico no Brasil e no mundo, é a presença de uma discussão sobre essa linguagem”. (MEDEIROS, P. 12)

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24 6. Metodologia

Para as filmagens, foi usada uma Canon 7D, filmando em 1920x1080 como tamanho do quadro, e em 24 fps, ou frames por segundo. Foi utilizado também para a captação do som, um gravador Sony IC recorder e uma lapela. Nas entrevistas foi utilizado o tripé. Somente o meu equipamento foi utilizado. Nada foi alugado.

Na edição, o material da série foi exportado no formato H264, com formato de saída .mp4. A edição das imagens e do som foi feita com o programa Adobe Première Pro CC.

Todas as entrevistas são filmadas em planos sequência, fazendo-se o corte apenas na edição, posteriormente. Os registros das performances são feitos de forma a não invadir a performance. A câmera se posiciona longe e através do uso da linguagem cinematográfica: planos-médio, câmera na mão, tripé, planos abertos, planos detalhe, etc., e assim, registramos as performances.

A captação de imagens e sons foi realizada de acordo com o cronograma em anexo:

O encontro com a artista Bia Medeiros, em Brasília (DF), ocorreu em uma exposição do grupo de pesquisa coordenado por ela, Corpos Informáticos na galeria Espaço Piloto na Universidade de Brasília, onde foram realizadas a entrevista e o registro da performance.

Em Campo Grande (MS), ao participar do Festival de Performance Ipêrformático (DATA), contatamos, entrevistamos a artista Yura e Tiago Salis e registramos sua performance durante o evento.

Já em Teresina, entrevistei e filmei a performance do artista Vicente de Paula, que ocorreu na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Cada artista representou um tipo de agendamento com relação às entrevistas e à captação das performances:

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Como material de divulgação impresso foi produzido um cartaz do filme em formato A3. A arte foi feita utilizando a mesma arte da capa do DVD; foi criado um gride, dividido em quatro partes, preenchidas com as fotos de cada artista da série. O título tem a cor branca.

Inúmeras são as formas de se registrar uma performance, então foram dadas as preferências para os planos fixos, e alguns movimentos muito sutis, permitindo assim, imagens de maior contemplação, com o seu tempo estendido, mas ainda sim priorizando a ordem da performance, montando de forma que fiquem claras as ações que se sucedem.

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26 7. Considerações Finais

Através da produção da série: Mapeamentos da Performance, conclui que primeiramente, foram inseridos diversos conceitos da palavra performance por todos os artistas, desconstruindo um conceito, o que gerou diversidade no discurso, através do qual o espectador pode formar suas próprias definições acerca da palavra. Não há uma necessidade de fundamentar a performance de apenas uma maneira.

A expectativa quanto aos resultados a serem obtidos é a de ampliar a pesquisa na área, a difusão do trabalho dos artistas e dar visibilidade à arte da performance, colaborando para uma memória da arte efêmera.

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27 8. Referências:

8.1. Bibliográfica

ARANTES, Priscila. @rte e Mídia: Perspectivas da Estética Digital. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012

GOLDBERG, RoseLee. A Arte da Performance: do futurismo ao presente. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

INFORMÁTICOS, Corpos. Corpos Informáticos: Performance, Corpo e Política. Brasília: Editora do Programa de Pós Graduação em Arte, Universidade de Brasília, Unb, 2011.

MEDEIROS, Maria Beatriz de. Aisthesis: estética, educação e comunidades. Chapecó/SC: Argos, 2005.

MELLO, Christine. Extremidades do Vídeo. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.

TAYLOR, Diana. Performance. Buenos Aires: Assunto Impreso Ediciones, 2012.

8.2 Filmografia

SALES, João Moreira. Notícias de uma guerra particular, 1999. COUTINHO, Eduardo. Edifício Master, 2002.

WACHOWSKI, Lilly. Sense 8, 2015.

KOHAN, Jenji. Orange is the new black, 2013. Piper Chapman (Taylor Schilling) é uma mulher por volta de seus 30 anos que é sentenciada a 15 meses de prisão após ter cometido crimes para sua ex-namorada, a traficante Alex (Laura Prepon) — que não vê há mais de uma década. Piper troca a sua vida confortável de Nova York, com o noivo Larry (Jason

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Biggs), pelo macacão laranja, e cumpre sua sentença na Penitenciária Feminina de Litchfield. Para sobreviver, ela precisa aprender a conviver com as outras detentas, como Red (Kate Mulgrew), Nicky (Natasha Lyonne), Taystee (Danielle Brooks) e Crazy Eyes (Uzo Aduba). O que Piper não espera é encontrar a ex cumprindo pena no mesmo lugar.

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