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Possibilidades e desafios para divulgação da Sexologia pela mídia de massa

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Possibilidades e desafios para

divulgação da

Sexologia pela mídia de massa

Maria de Lima Wang

Jornalista e doutora em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento (PUC-SP)

(2)

“O conhecimento estará

sempre delimitado pelas

limitações do organismo

que conhece”.

(3)

Em um livro sobre escrita científica, Richard Dawkins fez a seguinte dedicatória:

“Para Charles Simonyi, que ama ciência, ama linguagem e entende como colocá-las juntas”.

(Dawkins, 2008)

(4)

Comportamento operante

Agimos sobre o mundo Mudamos o mundo ao redor Consequências de nossas ações nos modificam Skinner (1957)

(5)

Comportamento verbal ou linguístico

Comportamento mediado: efeitos dependem do comportamento de outra pessoa, um ouvinte modelado conforme as práticas da comunidade

(6)

“Consequências proporcionam a motivação que levam borboletas às flores e pessoas à lua. A busca por felicidade significa a busca por consequências, grandes ou pequenas, o pôr do sol incluído.

Consequências estão em toda parte. Algumas são imediatas; outras estão no horizonte, a ser antecipadas ou evitadas.

Elas são boas, são horríveis ou algo no meio termo. Funcionam para os tigres e as tartarugas – e para nós. Como é irônico, então, que as

consequências e a ciência que foca nelas sejam tão negligenciadas.” (Schneider, 2012, p. 19)

(7)

Consequências

(8)

Aldeia global – McLuhan (1967)

• Knapp (1981):

considerar efeitos do meio e do conteúdo

(9)
(10)

A mídia é o “sistema nervoso do corpo social... no mundo contemporâneo, o saber científico mede a força de seu prestígio mediante o grau de visibilidade que consegue obter graças a sua penetração na comunicação de massa”. (Mininni, 2008, p. 14)

(11)

A cultura

da

mídia

“Há uma cultura veiculada pela mídia cujas imagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade... produtos da indústria cultural fornecem os modelos daquilo que significa ser homem ou mulher, bem-sucedido ou fracassado, poderoso ou impotente. A cultura da mídia também fornece o material com que muitas pessoas constroem o seu senso de classe, de etnia e raça, de nacionalidade, de sexualidade ... define o que é considerado bom ou mau, positivo ou negativo, moral ou imoral.” (Kellner, 2001, p. 9)

(12)

Tradição judaico-cristã

Proibição

(13)

Motivação alta versus proibição

Desinformação

Sensacionalismo

Tabus

(14)

Como combater

➢ Desinformação

➢ Sensacionalismo

➢ Tabu

Informação

Conhecimento

(15)

Spradlin (1982):

Efeitos da diferença de repertório entre falante e ouvinte sobre interações verbais

(16)

• Dupla de falante e ouvinte com repertório verbal semelhante (rico ou pobre) alta taxa de interação verbal

• Dupla de falante e ouvinte com repertório diferente (um rico e outro pobre) baixa taxa de interação verbal.

Spradlin (1982)

Efeito da diferença de repertório entre

falante e ouvinte

(17)

Conforme Skinner (1957):

“Somos especialmente reforçados por falantes e

escritores que dizem aquilo que estamos quase prontos a dizer – que tiram as palavras que estão “na ponta de nossa língua”. É muito significativo o fato de chamarmos tais falantes e escritores de “estimulantes”. (p. 325)

(18)

“Quanto mais você conhece alguma coisa, menos você lembra como foi difícil aprendê-la... somos mais propensos a superestimar a familiaridade do leitor médio com nosso pequeno mundo do que a subestimá-la” [grifo acrescentado] (Pinker, 2016, pp.83-93).

(19)
(20)

Leigo Profissional Especialista

Diferentes comunidades verbais

Caracterização de grupos sociais classificados como leigo, profissional e especialista como diferentes comunidades verbais.

(21)

Que atividade tem longa história em

publicar informações com diferentes

níveis de complexidades para o público

(22)
(23)

Proposta

: basear-se no

estilo jornalístico para

divulgar Sexologia ao

público em geral

(24)

Estilo

: diretrizes para facilitar a

comunicação entre o escritor

ou apresentador e o público.

(25)

Concisão Clareza Precisão Simplicidade Harmonia

Estilo

jornalístico

(26)

Escreva para ser entendido

“Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite

intercalações excessivas ou ordens

inversas desnecessárias. Não é justo exigir que o leitor faça complicados exercícios

mentais para compreender o texto”.

(27)

Manual de Publicação da APA

“O estilo APA [do Manual de Publicação da Associação Americana de Psicologia] é um conjunto de diretrizes para comunicação acadêmica clara e precisa, que ajuda autores, novos e experientes, a obter

excelência na escrita” (APA, 2020, p. xx ).

• Qualidades da escrita acadêmica efetiva:

(28)

• Na observação e verificação de eventos de interesse público

• Na criação de narrativas sobre eventos de interesse público.

Atividade baseada:

(29)

“Bom jornalismo é mais do que simplesmente contar uma boa história. É contar histórias que possuam utilidade cívica significativa”. (McCombs, 2009, pp.15-16) (...) histórias que sejam “representações discursivas da vida humana na sua diversidade de vivências e ideias”. (Sousa, 2008)

(30)

• Notícia: relata informação de forma mais objetiva possível; raramente é assinada

• Reportagem: traz informações mais detalhadas

sobre notícias, interpretando os fatos; normalmente é assinada. (Manual de Redação da FSP)

(31)

• Artigo: contém a opinião do autor e é assinado; • Análise: contém a interpretação do autor e é

sobre um evento, fato; é assinada;

• Editorial: expressa a opinião do jornal e nunca é assinado

(Manual de Redação FSP)

(32)

• Crítica: avalia trabalho artístico, acadêmico ou desempenho esportivo e é assinado.

• Crônica: aborda assuntos do cotidiano de maneira mais literária e é assinada.

• Resenha: faz resumo crítico de um livro e é assinada

(Manual de Redação FSP)

(33)

“Feature”: apresenta a notícia em dimensões que vão além de seu caráter factual e imediato, em estilo

mais criativo e menos formal; pode ser o perfil de um personagem ou uma história de interesse humano.

(Manual de Redação FSP)

(34)

➢ Ineditismo ➢ Improbabilidade ➢ Interesse ➢ Apelo ➢ Empatia ➢ Proximidade (Manual de Redação FSP)

(35)

Técnicas de redação jornalística

Pirâmide invertida:

Apresenta informações por ordem decrescente de importância

Responde no lide: O quê, quem, quando, onde,

como e por quê?

(36)
(37)

Não misture:

• Estilo do

jornalismo

com o da

propaganda

em um texto informativo

• Separe opinião pura e simples com

opinião com base em fatos

(38)

Use a persuasão da

propaganda para

promover conteúdos

informativos.

(39)

❖ Iniciar/fortalecer relação com jornalistas/influenciadores

digitais

❖ Manter canal de divulgação na mídia social

❖ Investir em ambas as frentes.

(40)

Psicólogos que atuam na mídia enfrentam duplo ataque: • Dos acadêmicos → desconfiança generalizada

• De jornalistas/editores → querem resposta/solução

Desafio: manter rigor científico com explicação de eventos complexos.

(Mininni, 2008)

(41)

Divulgação pelo jornalista/influenciador

➢ Audiência construída

➢ Conteúdo tratado por equipe multidisciplinar

(42)

• Apresente-se como fonte: o jornalista precisa saber que você existe e é fonte em potencial para tratar de sexualidades humanas.

• Discutir temas tratados por comunicadores.

(43)

➢ Mediação: uma ou mais pessoas

➢ Enquadramento da informação

➢ Risco de mal entendido

➢ Diversidade de fonte/perspectiva

➢ Competição com muitos assuntos

➢ Prazo quase sempre apertado.

(44)
(45)

• Ficar atento(a) a exigências de generalização / simplificação

• Ilustrar o tema – considerar diversidade do público

• Evitar falar sobre temas que desconheça

• Recusar convite para “resolver casos" ao vivo • Saber quem são outros convidados, quando

houver mais que um

Ao falar com jornalistas

(46)

• Negociar condições de participação

• Preparar frases de efeito para escapar de possíveis armadilhas

• Evitar dizer “não sei”

• Registrar e publicar a própria participação.

(Adaptado de Mininni, 2008)

Ao falar com jornalistas

(47)

Evite:

• Pedir para ler o texto antes de ser publicado

• Confiar completamente no “off”

• Confundir jornalismo com propaganda, marketing.

(48)
(49)
(50)

Modelo

tradicional:

o livro

(51)

Conheça

manuais de

redação/estilo

• Acadêmico • Jornalístico

(52)

Diretrizes para evitar

tendenciosidade da

língua

(APA, 2020)

(53)

Semana de Escrita

(54)

O mundo da mídia social

3.43

bilhões

de

participantes

Até 2023

Consumo de notícias

pela mídia social:

68%

dos

norte-americanos

Statista (2020)

(55)

Pew Research

Center (2018)

(56)

Manter o próprio canal na mídia social

❖ Fala com parte do público-alvo diretamente Poderá atingir ao mesmo tempo:

• jornalistas

• influenciadores • Público-alvo

(57)

Manter o próprio canal na mídia social

❖ Criar e manter audiência ❖ Realizar múltiplas tarefas ❖ Efeito dos algoritmos

(58)
(59)

A bolha do filtro: Pariser (2011)

O viés da confirmação: Sharot (2012, 2017)

(60)

Crescente

inacessibilidade da ciência Hayes (1992)

(61)

Oportunidade

• Sensibilidade a consequências • Novas mídias

• Para ensino, pesquisa, C&TI

• Para intervenções comportamentais • Aprimoramento das

(62)

“Gerimos nosso comportamento quando deliberadamente alteramos as variáveis das quais tal comportamento é

função, ou seja, quando agimos de certa forma para mudar nosso comportamento subsequente”.

(Epstein, 1997)

• Skinner (1987) – Como descobrir o que você tem a dizer: uma conversa com estudantes.

(63)

Comunicação funcional e proficiente

Funcional: Escrever e falar com precisão razoável, de forma clara, organizada, sem erros significativos.

Proficiente: capacidade aprimorada:

➢ De bom/mau uso de normas da língua. ➢ Ritmo e ordem do texto.

➢ Reagir como escritor e leitor.

(64)
(65)

https://www.youtube.com/watch?v=uFk0mgljtns

(66)

Ampliar a divulgação de C&T

Depende da mídia:

do meio e

(67)

Conclusão

Divulgação da Sexologia pela mídia

Os desafios são grandes

(68)
(69)

mariadelimawang@gmail.com

(70)

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ed.). https://doi.org./10.1037/0000165-000

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Referências

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