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REGULAMENTAÇÕES DA INTERNET NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS.

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Academic year: 2021

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REGULAMENTAÇÕES DA INTERNET NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS.

Alberto Ayres Benicio Mestre em Informática pela PUC-PR.

Willian Alves de Oliveira Fachetti Graduado em tecnologia da informação e especialista em desenvolvimento de aplicações para WEB e

dispositivos móveis. Luiz Carlos Zavatin Junior Graduando em Sistema de Informação – Unesc-Cacoal/RO.

Introdução

O cenário da evolução tecnológica das últimas duas décadas, resultou na criação da rede mundial de computadores conhecida por internet, que se popularizou rapidamente e ganhou dimensões globais.

O crescimento rápido e a necessidade governamental de se a regulamentar esta nova rede levou a criação de diversas agências e leis que definem normas, direitos e deveres para seu uso em vários países e o Brasil foi um dos que aderiram recentemente a essa prática com a aprovação do Marco Civil (Lei n.12.965, de 23 de abril de 2014), que regulamenta a internet no pais.

O presente trabalho pauta-se em analisar o Marco Civil e as regulamentações da internet no Brasil, tendo por base comparações com o sistema adotado nos Estados Unidos, ressaltando suas características, conceitos, além de benefícios e malefícios.

O processo de construção da pesquisa trata-se de uma abordagem descritiva, com levantamento bibliográfico, proporcionando melhor entendimento sobre a temática em questão, onde os dados sobre a temática são abordados por meio de descrições, análises e conclusões sobre os dados.

Surgimento da Internet

Na década de 1960, durante um dos períodos de maior tensão na guerra fria, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA), do departamento de defesa do Estados Unidos, desenvolveu a ARPANET, que era uma rede simples que conectava algumas

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faculdades com o intuito de trocar informações entre si por meio de pequenos pacotes e que poderiam ser roteados em diversas direções.

Em 1972, Vint Cerf, cientista da universidade de Stanford e Robert Kahn, engenheiro elétrico da DARPA, antiga ARPA, desenvolveram em juntos o protocolo de comunicação TCP/IP, que é um conjunto de protocolos de comunicação que permitem a comunicação entre computadores, assim o aprimorando e tornando possível a expansão da rede para dimensões globais.

A internet como conhecemos hoje teve início em 1989, quando Tim Berners-Lee desenvolveu o Enquire, baseado no contexto de hipertexto para no ano seguinte baseado nesse projeto desenvolver a World Wide Web, que foi uma união do hipertexto com a rede, sendo que nesse momento a revolução tecnológica começa a ter um crescimento acentuado nos próximos anos.

Regulamentações na internet

Com o crescimento e expansão da internet, surgiu o debate se a mesma deve ser regulada ou não, onde muitos argumentam que a internet, por ser global e possuindo princípios de liberdade, deve permanecer livre de controle governamental.

Nas opiniões contrárias, argumenta-se que sem a regulamentação governamental, a internet torna-se um local propício a realização de atividades ilegais e imorais, representando um risco para às comunidades que a utilizam.

Regulamentações da Internet no Brasil

Em julho de 1997, foi criado a Agência Nacional de Telecomunicações, (ANATEL), que foi a primeira agência reguladora criada no pais, sendo ela, dentre suas atribuições que são relacionadas a internet, regula direitos e deveres dos provedores de internet e dos usuários da grande rede.

Em 2003, foi o criado o Comitê gestor da internet no Brasil (CGI), que tem a atribuição de estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da

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Internet no Brasil e diretrizes para a execução do registro de nomes de domínio, alocação de endereço IP (Internet Protocol) e administração pertinente ao domínio de primeiro Nível “br". Também promove estudos e recomenda procedimentos para a segurança da Internet e propõe programas de pesquisa e desenvolvimento que permitam a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso da Internet.

Em 2009, surgiu o projeto de lei 2126/11, conhecido como Marco Civil da internet, que dita normas, princípios, sanções, deveres e diretos para o uso da internet no Brasil, o que engloba os provedores e usuários.

O Marco Civil foi aprovado em 2014, Lei n.12.965, de 23 de abril de 2014, sendo que o mesmo entrou em vigor no mesmo ano. A lei, que conta com trinta e dois artigos, dispostos em cinco capítulos, que tem como princípio o respeito a liberdade de expressão.

O primeiro capítulo aborda pontos como proteção à privacidade e aos dados pessoais, preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade, direito ao acesso por todos, a livre iniciativa, além de definir termos técnicos para os efeitos da lei.

No segundo capítulo, é abordado o ponto de maior interesse, que se refere aos direitos e deveres do usuário que possuem acesso à internet como essencial ao exercício da cidadania.

O terceiro capítulo aborda a provisão de conexão e aplicações de internet, abordando os provedores, definindo deveres e normas a serem seguidas, focando-se em isonomia e neutralidade da rede e proteção aos registros e dados pessoais.

Na seção quatro aborda as situações em que um juiz poderá requisitar ao responsável os registros de conexão e na quinta seção é abordado a atuação do poder público em relação ao desenvolvimento da internet no país.

Regulamentações no Estados Unidos

Nos Estados Unidos, as normas da internet são abordadas pela Federal Communications Comission (FCC), que regulamenta todas as comunicações no país, operando de forma semelhante a Anatel no Brasil, possuindo mais liberdade e mais poder.

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Dentre as primeiras regulamentações sobre a internet nos EUA, é o ato de telecomunicações de 1996, que define o termo e refere-se ao desenvolvimento e preservação da mesma.

Em relação a privacidade na internet, isso é abordado no Ato de Comunicações Eletrônicas Privadas (ECPA, S.2575), de 1986, que define padrões para quando o governo é autorizado a acessar as informações dos cidadãos. Define também leis aos provedores de internet.

Em 1998, foi criada a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), uma empresa de parceria pública privada que é responsável pela a atribuição de endereços IP e identificadores de protocolo, além de gerenciar sistemas de nome de domínios (Dns) e funções de gerenciamento de sistema de servidores de raiz.

Em 2005, a FCC, definiu uma base em direção a neutralidade da rede, definindo quatro princípios para encorajar o desenvolvimento preservação da internet, que define que o usuário tem direito de acessar conteúdos legais de sua escolha, tem direito de rodar aplicações e serviços de sua escolha, tem direito de conectar a dispositivos de sua escolha e tem direito a concorrência entre fornecedores de redes, de serviços e provedores de conteúdo.

Em 2011, um projeto de lei chamado de Pare o Ato de Pirataria Online (Sopa, H.R.3261) foi introduzido no Congresso americano, sendo uma lei que toma medidas duras contra a pirataria na internet e expande a ação do governo para combater isso.

Dentre algumas de suas restrições, a lei proibiria os indexadores de conteúdo como o Google, Bing e Yahoo de indexar sites com conteúdo pirata e proibiria empresas como o Facebook, PayPal entre outros de ter vínculos com os mesmos, além de proibir o acesso a sites piratas que estão hospedados em outros países. Multas maiores também seriam aplicadas a quem facilitasse a pirataria.

Grandes estúdios de Hollywood, a Associação da Industria de Gravação da América, a Nike e editoras de livro foram a favor desse projeto lei já que seriam extremamente beneficiados com ela, já que 38% da pirataria da internet é relacionada a filmes e música (Go-Gulf, 2011).

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Do outro lado, empresas como Microsoft, Google, Twitter, Facebook entre outras, argumentam que isso criaria uma censura e prejudicaria parceiras e negócios na internet. Para Vint Cerf, vice-presidente da Google e um dos desenvolvedores do protocolo TCP/IP, argumenta que “requerer que motores de busca deletem domínios começa uma corrida armamentista mundial de censura sem precedentes na Web”.

No mesmo ano, também foi introduzida a Prevenção de Real Ameaças Online à Criatividade Econômica e Roubo de Propriedade Intelectual (PIPA, S.968), que é uma versão similar da SOPA, sendo mais focado na distribuição de pirataria vindo de sites fora dos Estados Unidos. Ela aumentaria as punições e restrições aos provedores da pirataria. O mesmo foi retirado em janeiro de 2012, por unamidade no Senado.

O governo americano possui mais controle do que o brasileiro sobre o tráfego na internet, possuindo uma fiscalização maior e mais efetiva, tendo também atenção à troca de informações com empresas.

Visando isso, em Novembro de 2011, surgiu Ato de Proteção de Compartilhamento de Cyber inteligência (Cispa, H.R 3523), que é uma lei de combate ao cyber crimes que se refere a colaboração das empresas com o governo americano em relação ao repasse de dados de usuários para o governo, permitindo o fiscalizar suas informações com proposito de assegurar a integridade e segurança da rede, em investigação de cyber crimes, para proteger indivíduos de perigos como sequestro e pornografia infantil e proteger a segurança nacional.

Em fevereiro de 2015, a FCC adotou um conjunto de regras chamados de Open Internet (Internet aberta), cuja seu princípio é a neutralidade da rede, protegendo e mantendo o acesso a conteúdo legais sem que os provedores possam bloquear ou diminuir os acessos a ele, se referindo a questão da priorização de tráfego a determinado sites, definindo que todos os conteúdos devem ser tratados de forma isonômica.

Todas as informações devem ser tratadas da mesma maneira, sem diminuição ou aumento de rapidez no tráfego para determinados provedores de conteúdo em troca de considerações de qualquer jeito, sem interferir no acesso à internet pelos consumidores. Essas regras também requerem que os provedores de internet sejam transparentes sobre os serviços

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que eles oferecem e que fornecem informações suficientes para os clientes fazerem suas escolhas, como velocidade, preço e práticas de gerenciamento da rede.

Resultados e Discussões

O modelo atualmente adotado pelo Brasil não se difere em muitos pontos do modelo implantado nos Estados Unidos da América. Ambos possuem agências reguladoras de telecomunicações e comitês que gerem a internet no país. Em ambos se prioriza e tem como princípio a neutralidade da rede e determinam normas, direitos e deveres aos provedores e aos consumidores da internet.

Dentre algumas diferenças das legislações, podemos citar o fato que a FCC tem mais poder e alcance que a Anatel e que o combate à pirataria nos Estados Unidos é mais agressivo, já que as empresas que mais sofrem com isso estão localizadas no país. A fiscalização do tráfego na internet também é mais forte, devido ao fato de ser alvo de terrorismo e cyber crimes com maior frequência.

Conclusão

O resultado a decorrer da presente pesquisa mostra que em ambos os países existem várias regulamentações para a internet, algumas eficazes e outras não, mas sempre respeitando o princípio da “liberdade de expressão”.

Referências

Federal Communications Commission. FCC 05-151, p. 1-3, set. 2005. Disponível em:

https://apps.fcc.gov/edocs_public/attachmatch/FCC-05-151A1.pdf. Acesso em: 5 nov. 2016.

Lilla, E, P. Marco civil da internet e a regulamentação da neutralidade de rede. 1 ago. 2014. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI205139,51045Marco+civil+da+internet+e+a+regulamentacao+da+ne utralidade+de+rede. Acesso em: 5 nov. 2016.

Open Internet. Disponível em: https://www.fcc.gov/general/open-internet. Acesso em: 11 nov. 2016.

Rouse, M. ARPANET. Mai. 2008. Disponível em:http://searchnetworking.techtarget.com/definition/ARPANET

House of Representatives. H.R. 3523, set. 2011. Disponível em:

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