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FRANCISLAINE MEDEIROS BENITES A ESCASSEZ DE CONCEITO SOBRE DST NA ADOLESCÊNCIA

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Academic year: 2021

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Campo Grande 2017

FRANCISLAINE MEDEIROS BENITES

A ESCASSEZ DE CONCEITO

SOBRE DST NA ADOLESCÊNCIA

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Campo Grande 2017

A ESCASSEZ DE CONCEITO

SOBRE DST NA ADOLESCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande-Unidade II, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

Orientador: Mariana Silva

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FRANCISLAINE MEDEIROS BENITES

A ESCASSEZ DE CONCEITO

SOBRE DST NA ADOLESCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande-Unidade II, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família que soube compreender a minha ausência do seu aconchego durante muitas horas para que este trabalho pudesse ser concluído;

À todas as pessoas que de uma forma ou outra contribuíram para a realização deste trabalho.

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BENITES, Francislaine Medeiros. A escassez de conceito sobre DST na adolescência. 2017.23f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Enfermagem) –Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande-Unidade II, Campo Grande,2017.

RESUMO

As doenças sexualmente transissíveis têm aumentado significativamente atualmente. Esse é um dos temas preocupantes nos dias de hoje, o que também é um agravante quando ocorre no período escolar, pois muitos adolescentes abandonam a escola devido a vários motivos, físicos, sociais e emocionais; Objetivo: verificar a importância fundamental de desenvolvimentos de projetos educativos junto às escolas abordando o tema sexualidade; Metodologia: uma revisão narrativa da literatura, utilizando uma abordagem descritiva bibliográfica a partir da base de dados Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS), Scientfic Eletronic Library

OnLine (ScieLO), National Library of Medicine (MedLine), acessadas no primeiro

semestre de 2017 pelo Google Acadêmico; Conclusão: De acordo com os dados que nos foram apresentados, é necessário que ocorra uma mudança na educação, e já. É preciso que os profissionais de enfermagem se capacitem para a discussão sobre a sexualidade, que os governantes proponham cursos de capacitação. É preciso educar para que percebam que a escola é uns lócus de (in)formação, troca, conhecimento... pois o seu papel é promover debates entre os alunos, fornecendo-lhes informações claras e objetivas.

Palavras-chave: Adolescência e educação; DSTs na adolescência; Educação e sexualidade.

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BENITES, Francislaine Medeiros. A escassez de conceito sobre DST na adolescência. 2017.23f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Enfermagem) –Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande-Unidade II, Campo Grande,2017.

ABSTRACT

Sexually transmitted diseases have increased significantly. This is one of the worrisome issues nowadays, which is also aggravating when it occurs in the school period, as many adolescents leave a class due to various forms, physical, social and emotional; Objective: to verify the fundamental importance of the development of educational projects with schools addressing the topic sexuality; Metrology: a narrative review of the literature, using a descriptive bibliographical approach from the Latin American and Caribbean Literature in Sciences and Health (LILACS) database, Scientfic Eletronic Library OnLine (ScieLO), National Library of Medicine (MedLine) accessed in the first half of 2017 by Google Scholar; Conclusion: According to the data that has been carried out, a change in education is necessary, that is it. It is a problem with nursing professionals for a discussion on sexuality, which is governmental to propose training courses. It is necessary to educate them so that they perceive that the school is a locus of formation, exchange, knowledge ... their role is to promote debates among the students, carrying detailed and objective information.

Key-words: Adolescence and education; STDs in adolescence; Education and sexuality.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...00

1. ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS DA ADOLESCÊNCIA...15

1.1. EFEITOS PSICOLÓGICOS DA MATURAÇÃO SEXUAL PRECOCE E TARDIA...16

2. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL...19

3. A PROBLEMÁTICA DAS DSTs NA ADOLESCÊNCIA...23

CONSIDERAÇÕES FINAIS...27

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INTRODUÇÃO

A gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), tem sido um assunto muito discutido nas reuniões sobre a saúde pública da população jovem, o que também é um ocorrido agravante, pois muitas adolescentes quando engravidam, estando no período escolar, abandonam a escola devido a vários motivos. Diante deste contexto, pode-se entender a importância fundamental do desenvolvimento de projetos educativos junto às escolas abordando o tema sexualidade, pois, a escola não deve fugir do seu papel de educadora e ignorar questões sexuais, como por exemplo, gravidez e DST.

Dentro deste contexto, esta pesquisa justifica-se pela importância de se discutir este tema tanto nas escolas como em programas de intervenção na saúde e identificar a necessidade de profissionais capacitados para atuarem neste contexto, conscientizando os jovens acerca da questão das DSTs e gravidez na adolescência e suas consequências. Buscando sempre uma melhor maneira de conscientizar os adolescentes e jovens, ao importante uso do preservativo e a sua maneira correta de ser utilizada.

Foi levantada a seguinte questão: Quais conceitos relacionados as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) na adolescência? A pesquisa busca discutir a atuação do enfermeiro no tratamento e prevenção. O aumento da incidência de DSTs na adolescência traz a importância de se intervir diante do problema. A educação sexual é a melhor forma de reduzir estes números, e o enfermeiro tem formação e capacitação para isto, dando a oportunidade aos adolescentes para a socialização e compartilhamento de atitudes e valores, o que mais eles precisam nesta fase.

Diante disso, este trabalho teve como objetivo discutir sobre a problemática da incidência de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, quanto a carência de aumentar a educação sexual transmitida através das escolas e unidades de saúde da família.

Utilizou-se nesse estudo uma revisão narrativa da literatura, utilizando uma abordagem descritiva bibliográfica a partir da base de dados Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS), Scientfic Eletronic Library

OnLine (ScieLO), National Library of Medicine (MedLine), acessadas no primeiro

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Adolescência e educação; DSTs na adolescência; Educação e sexualidade. Foram utilizados como critérios de inclusão Literaturas e Artigos Científicos escritos por profissionais de saúde dentro do contexto entre os anos 2004 a 2016, excluiu-se os artigos que não se encaixaram nos requisitos desse estudo.

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1 ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS DA ADOLESCÊNCIA

O adolescente é um ser em transformação e experimentação. É uma fase evolutiva da vida que merece atenção de todos interessados em saúde e se caracteriza por muitas transformações tanto físicas como psicológicas. É um período de experimentação, reconhecimento e consolidação do conhecimento adquirido. É também um período de crescimento e desenvolvimento do ser humano, com características e marcas muito específicas, não só fisiológicas, mas também psicológicas (BOTTTEGA et al, 2016).

Segundo Bottega et al (2016), as alterações fisiológicas e psicológicas desta fase da vida sempre existiram em cada pessoa jovem, independente do período da história, mas, a cultura e o meio em que o indivíduo vive a sociedade adulta, nem sempre reconheceu as características específicas da adolescência.

Os aspectos físicos da adolescência (crescimento, maturação sexual) são os componentes da puberdade, vividos de forma semelhante por todos os indivíduos. Quanto às dimensões psicológica e social, estas são vividas de maneira diferente em cada sociedade, em cada geração e em cada família, sendo únicas até mesmo para cada indivíduo. O alcance da maturidade física nesta idade desperta um interesse em atividades sexuais (ROEHRS et al, 2010).

A sexualidade nos seus múltiplos e variados aspectos é um tema que tem merecido a atenção de diversos autores da área das ciências humanas ao longo das últimas décadas. Tem grande importância no desenvolvimento dos indivíduos, uma vez que é um todo complexo, que se refere ao modo como cada um se relaciona consigo próprio e com os outros, na procura de amor, contato e intimidade.

Roehrs et al (2010) ressalta que:

O adolescente é um ser que se encontra em uma fase peculiar do desenvolvimento humano e, deve ser percebido em seu contexto, com características biopsíquicas, intelectuais e emocionais específicas, enfrentando toda a sorte de infortúnios de uma sociedade em rápido processo de transformação. A adolescência é considerada a etapa de transição entre a infância e a idade adulta, marcada por significativas mudanças e transformações biológicas, psíquicas e sociais. Constitui-se uma etapa crucial do crescimento e desenvolvimento na qual culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do indivíduo. É um período de contradições, ambivalências; turbulento, repleto de paixões, dorido, caracterizado por

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16 conflitos relacionais com o meio familiar e social (ROEHRS et al, 2010, p. 422).

Durante a adolescência, as mudanças emocionais e sociais afloram de forma muito confusa na cabeça do jovem, podendo trazer desequilíbrios. É uma fase de muitos questionamentos em relação a sociedade, tais como: sexo, família, religião e política. É extremamente normal, nesta fase, o jovem se rebelar contra as regras a ele estabelecidas, as quais ele acredita que são injustas e ultrapassadas, acreditando que pode “consertar” o mundo (ROEHRS et al, 2010).

O desenvolvimento humano é influenciado pelo biológico e pela cultura. A maturidade cognitiva apresenta-se como o resultado de interações das influências neurológicas derivadas do amadurecimento do cérebro do adolescente e das influências ambientais, os estímulos que vêm do meio em que o indivíduo se insere. A aquisição do pensamento formal é gradual e os adolescentes podem ter algumas dificuldades cognitivas nesta fase. Os adolescentes demonstram um certo egocentrismo, se sentem o centro das atenções e com sentimentos únicos. Essas características são acompanhadas pelo sentimento de invulnerabilidade, podendo estar na base dos comportamentos de risco assumidos pelos adolescentes como o sexo sem proteção e o uso e abuso de álcool e drogas (BESERRA et al, 2008).

Ao analisar as transformações anátomo-fisiológicas ocorridas na adolescência, é preciso entender a puberdade, que nada mais significa do que aspectos biológicos relacionados com os fenômenos resultantes daquelas transformações no processo de maturação da espécie humana. Paralelamente à maturação sexual são observadas outras mudanças biológicas, como alterações no crescimento, na aparência física, no funcionamento das glândulas endócrinas, na voz, etc.

1.1 EFEITOS PSICOLÓGICOS DA MATURAÇÃO SEXUAL PRECOCE E TARDIA

Do ponto de vista biológico, a transformação primordial da adolescência baseia-se no alcance da capacidade de reprodução ou da maturidade baseia-sexual. As transformações físicas da adolescência iniciam-se quando o hipotálamo (região da base do cérebro que controla o funcionamento de importantes atividades do organismo) estimula a glândula hipófise a segregar determinados hormônios que, por sua vez estimulam os ovários, testículos e glândulas adrenais a produzir hormônios

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que vão estimular o rápido processo de crescimento em altura e aumento do peso, denominado “surto de crescimento” dos adolescentes. O surto de crescimento é um sinal da pubescência que se constitui como o período quando se iniciam as transformações físicas da adolescência, que levam à maturidade reprodutiva. A puberdade é o período após a pubescência caracterizado, fundamentalmente, pelo processo de maturação das características físicas e sexuais, idade em que o indivíduo se torna biologicamente apto a procriação. A puberdade é o final da pubescência, quando então os jovens alcançam a capacidade de reprodução (BARRETO, 2008).

Vários estudos verificaram que as transformações corporais, que ocorrem durante a adolescência, podem causar um importante choque psicológico. Enquanto que uma menina experimenta desvantagens por amadurecer muito cedo, um rapaz pode levar vantagens pela maturação precoce.

O tamanho, as proporções do corpo e outras características que acompanham a maturação sexual precoce na menina podem dificultar a aceitação recíproca das meninas em termos iguais. Além disso, ela está fisicamente desenvolvida numa época em que a maioria dos rapazes de sua idade são ainda infantis e não podem apreciar os seus atributos físicos. E ainda, esta menina pode ser fisicamente madura, sem ter alcançado a maturidade social ou intelectual correspondente. Nesse caso, não lhe será fácil associar-se às meninas mais velhas semelhantes a ela, em desenvolvimento físico (BARRETO, 2008).

Pode-se também verificar o aparecimento de conflitos especiais, pois é provável que os pais encarem a menina como criança e levantem embaraços aos seus encontros, não permitam que se vista como moça, etc.

Por outro lado, a maturação precoce pode trazer vantagens, por exemplo, quando amenina tem que conviver em um grupo em que as pessoas mais influentes amadureceram precocemente.

A maturação tardia também pode trazer desvantagens, levando a menina a se sentir excluída de um grupo, quando suas companheiras já amadureceram fisicamente. As meninas com quem andava estão em pleno despontar da adolescência, querem passar por moças e não mais desejam sua companhia, pois no cinema aparenta ter menos idade para entrar, etc.

Em contraste com as meninas, o rapaz precocemente amadurecido pode usufruir de certas vantagens. Será, por algum tempo, mais forte do que os outros

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rapazes, mesmo que, mais tarde, alguns destes venham a ultrapassá-lo em altura e peso. Na qualidade de mais alto e forte terá vantagem em desportos, nas competições, podendo gozar de prestígio e popularidade no campo desportivo (BARRETO, 2008).

Todas estas características e efeitos da maturidade precoce podem influenciar, de alguma forma, na atividade sexual também precoce. As meninas começam a namorar muito cedo e sem nenhum conhecimento sobre as relações afetivas, levando muitas das vezes a uma gravidez precoce e consequentemente ao abandono dos estudos e de sua vida social (CASTRO et al, 2004).

A adolescência é um período de muitas descobertas e transformações. O corpo está mudando, sim, mas a cabeça também, e essas mudanças desembocam numa nova forma de percepção da realidade, num novo olhar para o mundo. É o momento de buscar identidade, personalidade, individualidade, de começar a construir um adulto que, no entanto, o jovem adolescente ainda não sabe bem qual é. É provável até que saiba o que não quer ser, mas dificilmente já terá construído para si mesmo uma ideia do que e como ser quando crescer (MEYER e SOARES, 2004).

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2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL

A escola completa o papel educativo da família, porém, a informação que os jovens recebem na escola não é suficiente para ajudá-los a tomar decisões quanto ao início da atividade sexual, nem o que fazer quando uma gravidez indesejada acontece (ROEHRS et al, 2010).

A sexualidade nos seus múltiplos e variados aspectos é um tema que tem merecido a atenção de diversos autores da área das ciências humanas ao longo das últimas décadas. Tem grande importância no desenvolvimento dos indivíduos, uma vez que é um todo complexo, que se refere ao modo como cada um se relaciona consigo próprio e com os outros, na procura de amor, contato e intimidade (MEYER e SOARES, 2004).

Segundo Santos et al (2016), estas questões são importantes em qualquer fase da vida, revestem-se de características específicas e merecem especial atenção durante a adolescência. O comprometimento da saúde e bem estar dos indivíduos nesta fase do desenvolvimento acarreta consequências que se repercutem, não só ao nível psicológico e emocional do próprio indivíduo e de quem o rodeia, mas também ao nível social e, em último grau, ao nível econômico das sociedades em que estes fenômenos ocorrem.

Sexualidade é mais do que sexo. É um aspecto importante da vida das pessoas e envolve sexo, papéis sexuais, orientação sexual, erotismo, prazer, envolvimento emocional, amor e reprodução. A saúde sexual, a habilidade de mulheres e homens para expressar e desfrutar de sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, de gestações não desejadas e livre de imposições, violência e discriminações, é um fator importante na vida das pessoas (CASTRO et al, 2004).

A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima. Para tanto, é importante uma abordagem positiva da sexualidade humana desde a infância e a adolescência, com o estímulo ao respeito mútuo nas relações interpessoais (RODRIGUES, 2010). A sexualidade é vivida e expressada por meio de pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos (CASTRO et al, 2004). A sexualidade envolve, além do corpo, a história, os costumes, as relações afetivas e a cultura. Em muitas sociedades, as expressões da sexualidade são alvo de normas

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morais, religiosas ou científicas, que vão sendo aprendidas pelas pessoas desde a infância (MEYER e SOARES, 2004).

Os adolescentes devem ser informados, educados e orientados para possuir informação e esclarecimento suficientes sobre sexualidade, sendo esta uma forma de desenvolver relações interpessoais saudáveis nas áreas psicossocial e “psicossexual”.

Muitos pesquisadores acreditam que a escola é o local ideal para se discutir questões sobre sexualidade, com o objetivo de despertar nos educandos a responsabilidade por suas escolhas sexuais, bem como as formas de prevenção de gravidez precoce e DSTs, visando uma vida plena e saudável (BRASIL, 2007; RODRIGUES, 2010).

Para o adolescente, a sexualidade se mistura tanto com afetividade, quanto com sociabilidade e relações sociais de distintas ordens. É um tema que provoca risos, ênfase em discursos sobre prazer e amorosidade, receios, preocupações e cuidados, ainda que tal tônica esteja mais presente em discursos de pais e professores, o que se relaciona aos tempos de Aids e aumento da gravidez juvenil (BARRETO, 2008).

Cercando-se o tema por distintas dimensões identifica-se que não há orientações únicas, ou que se possa falar em uma geração mais ou menos progressista quanto a valores ou uma única tendência.

Desde sua constituição, a escola moderna é marcada por diferenças e está implicada, também, com a produção dessas diferenças. Embora não seja possível atribuir a ela toda a responsabilidade pela construção das identidades sociais, ela continua sendo, para crianças e jovens, um local importante de vivências cotidianas, específicas e, ao mesmo tempo, plurais. O simples acesso, a permanência ou a exclusão da escola, por exemplo, mesmo quando essa não produz os resultados em termos de certificação e empregabilidade, têm efeitos sobre vida dos indivíduos e grupos dos quais fazem parte, uma vez que entrar ou não na escola, e o tempo de permanência nela, se constituem como distinções sociais e muitas delas estão inscritas no corpo: modos de sentar e conseguir manter-se sentado por longos períodos de tempo, modulação e tom de voz, ouvir e falar, o desenvolvimento de determinadas capacidades motoras, etc. (MEYER e SOARES, 2004).

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21 A escola tem papel fundamental no desenvolvimento do adolescente, contribui com a formação global do jovem e da sociedade. Papel que extrapola o ato de ensinar e envolve o educar crianças e jovens desenvolvendo sua identidade e subjetividade. Faz parte do dia-a-dia dos professores o incentivo à cidadania, à responsabilidade social e a incorporação de hábitos saudáveis. É o segundo núcleo da vida do ser humano e também é um local em que se trabalha com a construção do conhecimento. Assim, o aprimoramento da relação interpessoal entre estudante adolescente e docentes resulta em benefício para as demais pessoas envolvidas, as famílias e amigos. É possível o desenvolvimento do cuidado de enfermagem no espaço escolar e esta ação vai ao encontro da promoção e manutenção da saúde e, consequentemente, da prevenção de doenças (ROEHRS et al, 2010, p. 422).

É necessário que os profissionais da saúde se unam a escola para a construção de um espaço acolhedor ao adolescente, que o estimule à expressão de suas dúvidas acerca de sua sexualidade, à busca de informações para saná-las (BARRETO e SANTOS, 2009). Para isso é preciso que o educador mostre-se envolvido e aberto ao conversar e ao ouvir seus alunos, uma vez que estes, na fase da adolescência estão passando por um processo de construção de identidade, processo este que não se repetirá e que, mesmo sendo de fundamental importância no desenvolvimento biopsicossocial do ser humano para o resto de sua vida, é confuso, complexo e bastante incompreendido tanto por quem o está vivendo como para aqueles que se relacionam ou convivem com os adolescentes. E, nesse processo, além dos grupos de adolescentes, as personagens de grupos de música, atletas, astros de cinema ou televisão constituírem importantes elementos para identificação (BOTTEGA et al, 2016).

Os professores também são pessoas importantes para os adolescentes se identificarem e, neste sentido, têm uma participação essencial no processo. A maioria das pessoas adultas é capaz de lembrar de professores importantes, com os quais se identificou, da mesma forma que daqueles com os quais buscou ser completamente diferente. Nesse sentido, o estabelecimento de um elo de confiança, permeado pelo processo identitário, entre professores e alunos é imprescindível, na medida em que é por este elo que os primeiros expõem, com sinceridade e segurança, conhecimentos sistematizados acerca da sexualidade humana e os segundos sentir-se-ão seguros para discutir, argumentar, fazer escolhas, não necessariamente declarativas sobre a sua sexualidade, mas que os orientem a uma vivência desta com responsabilidade, conscientes de que as opções feitas agora repercutirão ao longo de sua existência ou a transformarão por completo (ROEHRS et al, 2010).

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Considera-se que os programas de educação sexual nas escolas permitem diminuir o número de gravidez e DSTs na adolescência, mas o fenômeno não é tão simples assim, porque a problemática é abrangente e multidimensional. Nela intervém aspectos como o econômico, social, cultural, educacional, psicológico, de gênero, e outros, que apontam uma possível solução, ou seja, uma adequada educação sexual pode contribuir para diminuir o problema (BRASIL, 2007).

Vários estudos realizados sobre sexualidade e adolescência demonstram a necessidade de uma abordagem livre, sem preconceitos, envolvendo o jovem, a família, a comunidade, a escola, os serviços de saúde e sociais sobre estes temas, com intuito de desenvolver estratégias que permitam aos adolescentes a compreensão da importância da saúde sexual e reprodutiva e facilitar aos jovens, condições de tomada de decisões conscientes e responsáveis, garantindo uma juventude saudável (BARRETO, 2008; BARRETO e SANTOS, 2009).

Na família, na escola, nos órgãos públicos e nos diferentes meios de comunicação, deve-se falar abertamente sobre o sexo como também sobre os cuidados a levar em conta e não o apontar como proibido (CASTRO et al, 2004).

A sexualidade na adolescência continua a ser encarada pela família, pela escola e pela sociedade de uma forma negligente, desvalorizando esta fase da vida repleta de descobertas e emoções, permitindo que as experiências sejam vividas na ignorância ou proibindo através da condenação moral como forma de dissuasão (CASTRO et al, 2004). Trata-se, no entanto, de um assunto pertinente e atual, sobretudo quando se traduz numa das maiores preocupações da sociedade: as doenças sexualmente transmissíveis. Este fenômeno não se explica por uma única causa ou fator, mas por um conjunto de fatores que influenciam os contextos de vida dos jovens, cujos padrões e regras mudam nas transações que o indivíduo estabelece com o seu meio (MEYER e SOARES, 2004).

A problemática das doenças sexualmente transmissíveis na adolescência deve ser tratada com a mulher adolescente e também com os homens. Os jovens devem saber sobre os riscos DSTs em todos os seus aspectos, do moral ao social, assim como também da grande responsabilidade e até privação que pode ocasionar.

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3 A PROBLEMÁTICA DAS DSTs NA ADOLESCÊNCIA

Segundo pesquisa realizada por Barreto e Santos (2009) foi observada uma alta incidência de crianças nascidas com sífilis congênita e conjuntivite purulenta, como também adolescentes portadoras de condiloma. Uma outra condição muito comum encontrada foi o número de internações de adolescentes vítimas de aborto por causa de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Os mesmos autores acima também ressaltam que, atualmente, tem se observado que o início das relações sexuais se tornou cada vez mais precoce e na maioria dos casos com um parceiro muito mais velho. No entanto, o debate acerca da sexualidade dentro das famílias e das escolas não acompanhou essas mudanças. Nessa perspectiva, a escola como coletivo político, como uma prática coletiva deveria construir sentidos e valores de uma sociedade livre de preconceitos.

Uma das melhores formas de reduzir isso seria através da educação, ou seja, na escola, onde se concentra grande parte dos jovens, com pessoas capacitadas, de preferência outros jovens que pudessem oferecer oportunidades para socialização e compartilhamento de atitudes e valores, uma vez que esse público jovem passa grande parte do tempo com um grupo da mesma faixa etária ou da sua própria idade, podendo confiar mais em seus “semelhantes” do que nos adultos, já que, para eles, a figura do adulto está associada à figura de autoridade (BRASIL, 2007).

As manifestações de sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são preconceitos ainda arraigados no contexto sociocultural brasileiro. A educação sexual é fundamental para a prevenção de problemas graves, como DSTs, abuso sexual e a gravidez indesejada (BRASIL, 2007).

As informações corretas aliadas ao trabalho de autoconhecimento e de reflexão sobre a própria sexualidade ampliam a consciência sobre os cuidados necessários para evitar tais problemas. Na pré-adolescência, a transformação corporal é seguida por uma mudança de comportamento e atitudes. Ao mesmo tempo em que surgem cobranças, aparecem os limites, gerando confusão para os adolescentes. Para minimizar os conflitos e dúvidas geradas nesta fase é necessário um trabalho efetivo de pesquisa e busca de definições aos temas relacionados à adolescência (RODRIGUES, 2010).

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Os adolescentes muitas vezes têm um comportamento de risco. Eles têm a ideia de que são “imortais”, de que nada de mal lhes acontece e que assim, podem experimentar tudo. Não têm muito o senso de “certo e errado” e nesta fase, os modelos são muito importantes. Também os adultos, pais, professores, profissionais de saúde e todos aqueles que estão em contato direto com adolescentes tem uma parcela de responsabilidade na orientação destes.

Neste sentido Beserra et al (2008) enfatiza que:

É necessário saber lidar com os jovens, tornando-nos profissionais não só comprometidos com a prevenção dessas doenças que estão em ascensão, como também interceptores de uma gestação precoce. E, para que se venha a ser cada vez mais capacitado nessa temática, é preciso que existam trabalhos e pessoas empenhadas em combater a vulnerabilidade dos jovens ante as DST/aids, pois, onde se exerça a Enfermagem, haverá parte dessa clientela tão carente de informação sobre sexualidade, principalmente as pessoas de contexto socioeconômico desfavorecido (BESERRA et al, 2008, p. 33).

Sexualidade é mais do que sexo, é um aspecto importante da vida das pessoas e envolve sexo, papéis sexuais, orientação sexual, erotismo, prazer, envolvimento emocional, amor e reprodução. A saúde sexual, a habilidade de mulheres e homens para expressar e desfrutar de sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, de gestações não desejadas e livre de imposições, violência e discriminações, é um fator importante na vida das pessoas (BARRETO, 2008).

Os adolescentes devem ser informados, educados e orientados para possuir informação e esclarecimento suficientes sobre sexualidade, sendo esta uma forma de desenvolver relações interpessoais saudáveis nas áreas psicossocial e “psico-sexual”. Para o adolescente, a sexualidade se mistura tanto com afetividade, quanto com sociabilidade e relações sociais de distintas ordens. É um tema que provoca risos, ênfase em discursos sobre prazer e amorosidade, receios, preocupações e cuidados, ainda que tal tônica esteja mais presente em discursos de pais e professores, o que se relaciona aos tempos de Aids e outras DSTs (RODRIGUES, 2010).

É necessário o trabalho do profissional da enfermagem na escola em um espaço acolhedor ao adolescente, que o estimule à expressão de suas dúvidas acerca de sua sexualidade, à busca de informações para saná-las. Para isso é preciso que o educador mostre-se envolvido e aberto ao conversar e ao ouvir seus alunos, uma vez que estes, na fase da adolescência estão passando por um processo de construção

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de identidade, processo este que não se repetirá e que, mesmo sendo de fundamental importância no desenvolvimento biopsicossocial do ser humano para o resto de sua vida, é confuso, complexo e bastante incompreendido tanto por quem o está vivendo como para aqueles que se relacionam ou convivem com os adolescentes. E, nesse processo, além dos grupos de adolescentes, as personagens de grupos de música, atletas, astros de cinema ou televisão constituírem importantes elementos para identificação (CASTRO et al, 2004).

Na família, na escola, nos órgãos públicos e nos diferentes meios de comunicação, deve-se falar abertamente sobre o sexo como também sobre os cuidados a levar em conta e não o apontar como proibido (BOTTEGA et al, 2016).

A sexualidade na adolescência continua a ser encarada pela família, pela escola e pela sociedade de uma forma negligente, desvalorizando esta fase da vida repleta de descobertas e emoções, permitindo que as experiências sejam vividas na ignorância ou proibindo através da condenação moral como forma de dissuasão. Trata-se, no entanto, de um assunto pertinente e atual, sobretudo quando se traduz numa das maiores preocupações da sociedade. Ser jovem, estudante e mãe é um fenômeno complexo associado a variáveis de ordem individual, familiar, social, cultural e educacional. Este fenômeno não se explica por uma única causa ou fator, mas por um conjunto de fatores que influenciam os contextos de vida dos jovens, cujos padrões e regras mudam nas transações que o indivíduo estabelece com o seu meio (BARRETO, 2008).

Como parte da orientação sexual aos adolescentes devem ser oferecidas alternativas de lazer e possibilidades de esportes, pois a prevenção DSTs não deve ser abordada apenas como informação, deve-se fornecer aos jovens, normas, valores para que possam desenvolver atitudes responsáveis (BESERRA et al, 2008).

A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima. Para tanto, é importante uma abordagem positiva da sexualidade humana desde a infância e a adolescência, com o estímulo ao respeito mútuo nas relações interpessoais. A sexualidade é vivida e expressada por meio de pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. A sexualidade envolve, além do corpo, a história, os costumes, as relações afetivas e a cultura. Em muitas sociedades, as expressões

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da sexualidade são alvo de normas morais, religiosas ou científicas, que vão sendo aprendidas pelas pessoas desde a infância (CASTRO et al, 2004).

Considera-se que os programas de educação sexual permitem diminuir o número de DSTs, mas o fenômeno não é tão simples assim, porque a problemática é abrangente e multidimensional. Nela intervém aspectos como o econômico, social, cultural, educacional, psicológico, de gênero, e outros, que apontam uma possível solução, ou seja, uma adequada educação sexual pode contribuir para diminuir a problemática (RODRIGUES, 2010).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados que nos foram apresentados, é necessário que ocorra uma mudança na educação, e já. É preciso que os profissionais de enfermagem se capacitem para a discussão sobre a sexualidade, que os governantes proponham cursos de capacitação. É preciso educar para que percebam que a escola é uns lócus de (in)formação, troca, conhecimento, pois o seu papel é promover debates entre os alunos, fornecendo-lhes informações claras e objetivas.

Sabe-se que mudar é difícil, a missão é árdua, os desafios são imensos, porém, cabe a cada um ousar e tentar mudar esse quadro, promovendo as mudanças necessárias. É absolutamente necessária a atuação da escola na informação sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis para minimizar os fatores de riscos mediante orientações pertinentes à realidade dos jovens, como, também, capacitá-los para o amadurecimento da cidadania.

Estas informações são importantes em qualquer fase da vida e merecem especial atenção durante a adolescência. O comprometimento da saúde e bem-estar dos indivíduos nesta fase do desenvolvimento acarreta consequências que se repercutem para a vida inteira, não só ao nível psicológico e emocional do próprio indivíduo como também ao nível social e, em último grau, ao nível econômico das sociedades em que estes fenômenos ocorrem.

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REFERÊNCIAS

BARRETO, A. C. M. A sexualidade da adolescente e sua vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis: contribuições para o cuidado de enfermagem. [Dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro (RJ): Escola de Enfermagem Anna Nery/ UFRJ; 2008.

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