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O CICLO DE VIDA DE ALGUNS PEIXES DO ESTUÁRIO DA LAGOA DOS PATOS, RS, INFORMAÇÕES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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O CICLO DE VIDA DE ALGUNS PEIXES DO ESTUÁRIO DA LAGOA DOS

PATOS, RS, INFORMAÇÕES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Antônio Farias de OLIVEIRA1 & Marlise de Azevedo BEMVENUTI2

Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade Federal do Rio Grande -FURG, Campus Carreiros, Caixa Postal 474, Rio Grande, RS, 96.201-900

1 E-mail: parasitobio@yahoo.com.br 2 E-mail: docmab@furg.br

RESUMO: O presente trabalho é um sumário sobre o ciclo de vida de alguns peixes que habitam o estuário da Lagoa dos Patos (RS), para ser trabalhado junto ao conteúdo “peixes” no ensino fundamental e médio. Seu desenvolvimento teve como objetivo suprir a carência de material didático observada nas escolas, de forma a auxiliar e complementar, de maneira didática, como se comportam os peixes, qual a época de reprodução, onde crescem os juvenis, etc. Através da pesquisa bibliográfica foi elaborado um texto ilustrado sobre alguns grupos de peixes que habitam o estuário da Lagoa dos Patos, mediante a classificação de: peixes estuarinos residentes (peixe-rei, barrigudinho e peixe-cachimbo), estuarinos dependentes (corvina, tainha e bagre), visitantes de água doce (lambari, pintado, dentudo) e visitantes marinhos (pampo, linguados). Para cada grupo estão disponíveis informações sobre o ciclo de vida, deslocamento no ambiente estuarino, aspectos de sua morfologia, onde vivem e de que se alimentam.

Palavras-chave: ciclo de vida, reprodução, estuário, corvina, tainha, bagre INTRODUÇÃO

Peixes são vertebrados aquáticos que apresentam, na sua maioria, sangue frio (ectotérmicos), respiração branquial, extremidades adaptadas à natação, tegumento lubrificado por secreção mucosa e recoberto por escamas de origem dérmica (Wootton, 1990).

São encontrados em quase todos os ambientes aquáticos, desde as regiões congeladas do Ártico e Antártico, até as águas quentes das selvas tropicais. Vivem nas correntes de águas revoltas que descem as montanhas e nos quietos rios que correm subterraneamente. Alguns peixes fazem longas travessias oceânicas. Outros passam a maior parte de suas vidas enterrados na areia ou no fundo do oceano (Pough et al. 1993).

No Brasil a fauna ictiológica é muito rica e variada, com enorme importância para o homem, principalmente porque proporciona alimento a milhões de pessoas.

Os “Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs” (BRASIL, 1998), indicam que o processo de ensino-aprendizagem está relacionado com o incentivo às atitudes de curiosidade, à persistência na busca e a compreensão das informações de preservação do ambiente, sua apreciação e respeito à individualidade e à coletividade. Os “Seres Vivos” compõem um dos quatro eixos temáticos dos PCNs, os quais ressaltam que devemos nos desprender de esquemas detalhados de classificações biológicas entre espécies, e também de apresentar os seres a partir de agrupamentos (Reinos, Filos, Classes, Gêneros etc) pois, esta extensa nomenclatura vem se tornando desinteressante e desestimulante ao aluno. Ao contrário, pode-se mobilizar e motivar os estudantes se forem enfocadas as relações existentes entre o ser vivo e os fatores ambientais.

Os PCNs também ressaltam a importância de produzir material didático complementar acessível aos professores do ensino fundamental e médio, utilizando como exemplo, ambientes mais próximos da realidade do aluno. Porém, estudos recentes em livros didáticos indicados pelo MEC (Vaniel, 2001), evidenciaram uma total falta de exemplos regionais referentes ao meio ambiente relacionado com estuários, principalmente o da Lagoa dos Patos (32ºS).

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Os estuários são de grande importância ecológica, econômica e social. Segundo Odum (1983), são ambientes mais produtivos do que a água doce ou marinha adjacente, devido em grande parte à abundância de nutrientes que propiciam uma grande variedade de recursos alimentares.

O ESTUÁRIO DA LAGOA DOS PATOS

O estuário da Lagoa dos Patos, no extremo sul do Brasil, ocupa uma área de 963,8 km² (10% da área total desta laguna), recebendo água dos rios localizados na sua porção superior, assim como da Lagoa Mirim ao sul, através do Canal São Gonçalo (Calliari, 1998). O estuário é normalmente caracterizado como a região compreendida entre os molhes da barra de Rio Grande e uma linha imaginária que liga a Ponta da Feitoria a Ponta dos Lençóis (Castello, 1986) (Fig. 1). Entre os ambientes

disponíveis para os peixes, dois possuem importância destacada: as enseadas rasas, denominadas “sacos ou baixios”, formadas por áreas mais protegidas, com profundidade menor que 2 m e a região de águas abertas, que constituem o corpo central do estuário com uma profundidade maior que 2m. Nas zonas rasas ocorrem pequenos peixes, enquanto em águas mais profundas os indivíduos são maiores, servindo de corredor para peixes de grande motilidade (Chao et al., 1985, Vieira et al., 1998).

Os estuários atuam como área de reprodução ou

criadouro para o

desenvolvimento de ovos e larvas de muitos organismos, entre eles os peixes. Alguns utilizam o estuário durante todo o seu ciclo de vida, outros passam parte inicial de sua vida ali, onde existem alimento abundante e proteção contra predadores, aumentando assim, sua sobrevivência (Chao et al., 1985).

Uma vasta

bibliografia relata dados interessantes sobre as

espécies que habitam a região do estuário da Lagoa dos Patos e áreas adjacentes. Também são encontradas informações sobre como vivem os peixes, onde desovam, para onde se deslocam durante o ano (Chao et al., 1982, 1985; Araújo, 1983; Pereira, 1986; Vieira & Scalabrin, 1991; Bemvenuti, 1987; Garcia, 1999; Garcia & Vieira, 2001). A maior parte desta informação está disponível em bibliotecas de Universidades, mas continua inacessível ao professor de ensino fundamental e médio.

Figura 1. Mapa da região estuarina da Lagoa dos Patos, RS (32O S 52O W); a linha entre a Ponta da Feitoria e a Ponta dos Lençóis separa a região do estuário do restante da Lagoa dos Patos.

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O “Guia dos Principais Peixes da Região Estuarina da Lagoa dos Patos e Área Adjacente, RS, Brasil” (Bemvenuti & Fischer, 1998), disponível no CEAMECIM – FURG e distribuído às escolas do município, juntamente com uma coleção de peixes, contém mais detalhes sobre características morfológicas, hábitat, alimentação, reprodução, distribuição e importância ecológica de alguns peixes do estuário.

O objetivo principal deste trabalho foi o de elaborar um texto acessível aos professores do ensino fundamental e médio sobre o ciclo de vida de alguns peixes que vivem ou utilizam o estuário da Lagoa dos Patos. Inclui-se para cada espécie a descrição do período reprodutivo, deslocamento no estuário, hábitat e preferência alimentar.

O CICLO DE VIDA

A comunidade de peixes estuarinos da Lagoa dos Patos tem sido agrupada de diferentes formas ao longo dos últimos anos. Chao et al. (1985) num estudo de longa duração (1978-1984), capturaram aproximadamente 110 espécies, estabelecendo cinco categorias ecológicas: (1) estuarinos residentes, (2) marinhos dependentes do estuário, (3) visitantes regulares que utilizam o estuário nas fases juvenis, (4) peixes anádromos e (5) visitantes ocasionais.

Vieira et al. (1998) propuseram sete categorias, as quais foram reduzidas para quatro, por Garcia (1999) e Garcia & Vieira (2001), com o propósito de obter um modelo simplificado do modo pelo qual os peixes utilizam o estuário da Lagoa dos Patos.

A classificação das espécies neste trabalho é uma adaptação daquelas já propostas, seguindo principalmente Garcia & Vieira (2001): (1) estuarinos residentes, (2) estuarinos dependentes, (3) visitantes de água doce e (4) visitantes marinhos. As duas categorias de visitantes podem ter sua composição alterada de acordo com as condições climáticas no estuário da Lagoa dos Patos e na sua bacia de drenagem. Predominam as espécies de água doce quando houver elevada descarga fluvial provocada pelo excesso de chuvas, tornando o estuário menos salino. Os visitantes marinhos ocorrem em período de menos intensidade de chuvas com ventos de sul tornando o estuário mais salgado (Garcia & Vieira, 2001).

1) ESTUARINOS RESIDENTES

São peixes que tem seu ciclo de vida inteiramente associado ao estuário, por exemplo, os peixes-rei Atherinella brasiliensis e Odontesthes argentinensis (Fig. 2), o barrigudinho Jenynsia multidentata (Fig. 5) e o bagre Genidens genidens. São capturados quase que exclusivamente nas enseadas rasas abrigadas. A manjuba Lycengraulis grossidens também é abundante o ano todo no estuário (Chao et al., 1985). Seus juvenis são capturados nos baixios, enquanto os adultos estão em profundidades maiores (4 a 10 m), juntamente com o pequeno linguado Catathyridium garmani e o peixe-cachimbo Syngnathus folletti.

PEIXE-REI

Figura 2. Peixe-rei Odontesthes argentinensis (Atherinopsidae); desenho obtido de Fischer (1999). O peixe-rei O. argentinensis tem o corpo fusiforme, coloração amarelada no dorso, esbranquiçada no ventre com uma faixa lateral prateada (Fig. 2). As escamas são pequenas de 50 a 56 séries na longitudinal do corpo. Possui duas nadadeiras dorsais, a anterior com espinhos e a

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posterior com raios. A boca é pequena e terminal. Alcançam no máximo de 30 a 40 cm de comprimento total (Bemvenuti, 2002).

Esta espécie distribui-se desde Santa Catarina, Brasil até Baía Blanca, na Argentina, sendo muito comum nas enseadas rasas do estuário da Lagoa dos Patos e região costeira adjacente. Vivem próximos à superfície em áreas costeiras, preferencialmente em estuários, mangues, lagoas salobras e praias rasas, onde é abundante. Forma cardume de juvenis e de adultos em águas menos salinas (Bemvenuti, 1987). Os indivíduos juvenis são planctófagos, alimentando-se de crustáceos, larvas de insetos e algas filamentosas, enquanto os adultos são preferencialmente bentófagos, alimentando-se de crustáceos bentônicos, poliquetos e moluscos (Bemvenuti, 1990). CICLO DE VIDA DO PEIXE-REI

Durante o período reprodutivo, adulto de O. argentinensis deslocam-se para águas mais rasas e calmas dos estuários (Fig. 3). Atingem o estágio de maturação aos 23 cm de comprimento total, com cerca de dois anos de idade. A desova parcelada ocorre entre o final do inverno e início da primavera, junto à vegetação, onde os ovos (entre 2.000 e 50.000) se fixam por meio de filamentos (Bemvenuti, 1987). Entre a primavera e verão aparecem os juvenis, que se deslocam para áreas mais próximas da desembocadura do estuário (Fig. 3). Um ano depois, no verão, já atingiram comprimento entre 17 e 27 cm (Bemvenuti, 1987).

PEIXE CACHIMBO

Figura 4. Peixe-cachimbo, Syngnathus folleti (Syngnathidae); a seta indica a bolsa incubadora do macho; desenho obtido de Fischer (1999).

Figura 3. Ciclo de vida do peixe-rei estuarino, Odontesthes

argentinensis; (1) desova realizada dentro das enseadas entre

inverno e primavera; (2) juvenis do ano no estuário durante verão e outono; (3) indivíduos em crescimento durante primavera e verão; (4) indivíduos com dois anos, em maturação, durante verão e outono; (5) adultos aptos a desovar.

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O peixe-cachimbo tem a forma de um palito, alongado, tubular, recoberto por placas ósseas em forma de anéis articulados (Fig. 4). Apresenta mimetismo com a vegetação, por isso sua coloração no estuário, vai do marrom escuro ao bege, o ventre é amarelado ou branco e possui faixas escuras na cauda. Atinge 20 cm de comprimento total. Alimenta-se de pequenos crustáceos, principalmente copépodos, além de anfípodos e ostracodas (Garcia & Vieira, 2006).

O peixe-cachimbo distribui-se no Atlântico Sul Ocidental, desde o Ceará, no Brasil até a desembocadura do rio da Prata, entre Uruguai e Argentina. Vive refugiado entre massas de algas flutuantes, nos fundos de areia, cascalho ou lodo dos estuários e mangues (Garcia et al., 2005). CICLO DE VIDA DO PEIXE-CACHIMBO

A reprodução ocorre no verão. As fêmeas possuem o ventre de aspecto normal, enquanto os machos têm uma bolsa incubadora no ventre onde se desenvolvem os ovos, que podem variar em número (entre 26 e 181), de acordo com o tamanho do indivíduo; quanto maior o indivíduo maior o número de ovos.

O papel sexual é invertido no peixe-cachimbo, isto é, o macho faz a gestação dos ovos até eclodirem. Os jovens são liberados por uma fenda ao longo da bolsa incubadora. A bolsa fica contraída fora da época de reprodução, formando uma nítida depressão (Teixeira & Vieira, 1995). BARRIGUDINHO

Figura 5. Fêmea (♀) e macho (♂) do barrigudinho Jenynsia multidentata (Anablepidae); a seta indica o gonopódio; desenho obtido de Fischer (1998)

São peixes de pequeno tamanho (Fig. 5), os machos chegam a atingir um comprimento máximo de 6 cm e as fêmeas 12 cm (Garcia et al., 2004). O corpo é alongado, ventre arredondado com coloração escura no dorso e clara no ventre. Séries de manchas escuras, estreitas e curtas, ocorrem ao longo das laterais do corpo. Nos machos a nadadeira anal está modificada em órgão de reprodução, o gonopódio; fêmeas possuem o ventre normalmente dilatado pelas gestações contínuas.

Esta espécie é restrita à América do Sul, ocorrendo desde o Estado do Rio de Janeiro, Brasil até o Rio da Prata, na Argentina. Vivem em águas calmas e rasas, suportando grandes variações de salinidade e temperatura. É mais abundante em período de seca com pouca chuva e maior salinidade no estuário (Garcia et al., 2004). Possuem um hábito alimentar omnívoro, ingerindo vegetais de fundo (diatomáceas epífitas), restos de vegetais em decomposição (detritos), poliquetos e anfípodes (Betito, 1984; Mai et al., 2006).

CICLO DE VIDA DO BARRIGUDINHO

Ao contrário da grande maioria dos peixes que liberam seus ovos na água, os barrigudinhos são peixes de fecundação interna (vivíparos) e desenvolvimento direto, que geram filhotes semelhantes aos pais já no nascimento. As fêmeas podem ter até 4 gestações de 25 dias cada,

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Figura 6. Corvina, Micropogonias furnieri (Sciaenidae); obtido de Fischer (1999).

gerando em média 40 a 50 embriões (Betito, 1984). A reprodução no estuário da Lagoa dos Patos ocorre em dois períodos do ano; um principal no fim da primavera e durante o verão e outro período menos intenso que ocorre no fim do inverno e início da primavera (Garcia et al., 2004).

2) ESTUARINOS DEPENDENTES

Neste grupo está incluída uma grande variedade de peixes marinhos ou de água-doce que utilizam o estuário em algum período de sua vida, como zona de criação e alimentação para seus juvenis, tendo como local de desova áreas próximas ao estuário. São capturados durante o ano todo, sendo que alguns podem viver os primeiros anos do seu ciclo de vida no estuário ou em água doce. Geralmente são peixes que penetram no estuário sob a forma de juvenis, ocupando áreas mais rasas dos baixios, menores que 2 m de profundidade.

Este grupo é constituído predominantemente por espécies da família Sciaenidae, como a corvina Micropogonias furnieri, o papa-terra Menticirrhus americanus, a pescadinha Macrodon ancylodon, a maria-luiza Paralonchurus brasiliensis e da família Mugilidae, como a tainha Mugil platanus (Chao et al.1985). Os bagres Netuma barba e N. planifrons, classificados na categoria peixes anádromos, por Chao et al. (1985), são encontrados durante todo o ano no estuário sob a forma de juvenis, sub-adultos e, esporadicamente, como adultos.

A corvina é a espécie mais abundante nesta categoria sendo encontrada, geralmente, na forma juvenil, sub-adulto e adulto, em águas mais profundas (4 a 10 m). Os juvenis também são encontrados nos baixios rasos. Já os sub-adultos e adultos do papa-terra ocorrem ao longo do estuário em profundidades de 4 a 10 m, enquanto os juvenis ocorrem nas zonas rasas, em menor número.

A pescadinha e a maria-luiza são encontradas quase que exclusivamente em zonas mais profundas do estuário (4 a 10 m). Juvenis de tainhas, representados em cerca de 95% por Mugil platanus, dominam as áreas de baixios. Adultos são capturados nas zonas mais profundas (Chao et al.1985).

Os juvenis das espécies de peixes que usam os estuários como criadouro dispõem de abundante alimento e refúgio nas águas rasas dos baixios. Tal comportamento favorece o crescimento e minimizam os prejuízos causados pela competição entre espécies no ambiente marinho. Estas concentrações temporárias no criadouro estuarino favorecem a sobrevivência e o crescimento rápido (Chao et al. 1985). A penetração no estuário de larvas e juvenis de várias espécies é favorecida pela entrada de cunhas salinas e o aumento da temperatura da água.

Vieira et al. (1998) acreditam que a distribuição espacial e temporal das larvas e juvenis de peixes no estuário seja controlada, principalmente, pela competição alimentar dos recursos bentônicos e pelos fatores ambientais como salinidade, temperatura, profundidade e transparência da água e não pela predação.

A maioria dos peixes que ocorrem em nosso estuário alimenta-se de zooplâncton durante a fase juvenil. À medida que se tornam adultos e maiores mudam, gradativamente, seus hábitos alimentares, consumindo progressivamente mais organismos bentônicos, como micro-crustáceos, poliquetas, gastrópodes, camarões, caranguejos, siris ou ainda pequenos peixes.

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Figura 7. Ciclo de vida da corvina Micropogonias furnieri, no estuário da Lagoa dos Patos, RS; (1) desova realizada no oceano; (2) ovos e larvas penetram no estuário; (3) juvenis se desenvolvem nas zonas de baixios; (4) indivíduos maturos com cerca de 20-25 cm; (5) adultos aptos para desovar, deslocam-se para o mar ou desovam dentro do estuário.

Possui o corpo fusiforme prateado, escuro no dorso e branco no ventre, com estrias escuras e oblíquas no dorso e laterais; diversos barbilhões abaixo da mandíbula; preopérculo serrilhado; nadadeira dorsal anterior com espinhos e posterior com raios; caudal furcada (Fig. 6). Escamas ctenóides no corpo e no dorso da cabeça; ciclóides no focinho e opérculo. Emitem roncos através de músculos sonoros ligados à bexiga natatória. Atingem 40 a 50 cm de comprimento total, podendo chegar aos 60 cm (Gonçalves, 1993).

A corvina ocorre desde as Antilhas, sul do Caribe até o Golfo de San Matias na Argentina, em estuários, baías ou ao longo da costa, em profundidades menores que 60 m. Sua preferência é por ambientes com fundo de areia, lodo ou cascalho.

Indivíduos jovens são freqüentemente encontrados em estuários, os quais utilizam como áreas de alimentação e crescimento (Vazzoller, 1991). Os juvenis alimentam-se de crustáceos bentônicos, misidáceos, moluscos e poliquetos; os adultos comem pequenos peixes, crustáceos (decápodes, cirripédios, pelecípodes, tanaidáceos), poliquetos (Gonçalves, 1993).

CICLO DE VIDA DA CORVINA

Durante a reprodução adquirem a cor dourada e os olhos tornam-se amarelos; formam enormes cardumes em águas da plataforma continental. A época da reprodução varia conforme a região. Na costa do Rio Grande do Sul a reprodução ocorre em frente à Rio Grande, durante um longo período com maior incidência a partir de setembro, quando milhares de ovos flutuantes são eliminados através de desova parcelada (Castello, 1986).

A corvina entra no estuário na forma de ovos e larvas (menores que 20mm - Weiss, 1981; Castello, 1986), vindas do ambiente marinho adjacente, no final da primavera e início do verão (Gonçalves, 1993). Os juvenis (20 –200 mm) ocupam as áreas marginais rasas, chamadas sacos (2 a 4 m), durante todo o ano. Crescem, aumentam em peso de outubro a abril, maturam e saem para o oceano onde, geralmente, ocorre a primeira reprodução (Fig. 7). O retorno para águas mais profundas se dá, aparentemente, no período de inverno (Castello, 1986).

Embora o local natural de desova da corvina seja o oceano, a desova dentro do estuário não está totalmente descartada (Castello, 1986). Para os pescadores locais a corvina entra grande na lagoa, sendo alvo de captura. Aquelas que não forem capturadas desovam dentro da lagoa e depois saem para o oceano, enquanto os filhotes crescem e depois saem também (Altmayer, 1999). Segundo Castello (1986), a corvina que os pescadores capturam seria aquela de tamanho grande que estaria entrando para desovar.

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Figura 8. Tainha Mugil platanus, (Mugilidae) obtido de Fischer (1999).

Figura 9. Ciclo de vida da tainha Mugil platanus, no estuário da Lagoa dos Patos, RS; (1) desova realizada no oceano, ao norte do RS, entre outono e inverno; (2) juvenis penetram no estuário onde se desenvolvem; (3) crescimento dos juvenis; (4) indivíduos iniciam a maturação, indo para o oceano desovar; (5) adultos aptos a desovar no oceano.

TAINHA

A tainha possui corpo robusto, fusiforme (Fig. 8), com coloração azulada no dorso, prateada nas laterais e ventre. Possuem escamas grandes e boca anterior larga. Ocorrem desde o Rio de Janeiro, Brasil até a Argentina, sendo comuns ao sul de São Paulo. No Rio Grande do Sul, é abundante na região estuarina da Lagoa dos Patos (Vieira, 1985).

São peixes costeiros de águas tropicais e subtropicais que nadam na superfície formando cardumes. São encontrados em grande abundância em ambientes estuarinos, onde podem atingir até 50 cm de comprimento total médio, com 6 a 8 kg de peso.

Alimentam-se de microorganismos bentônicos, principalmente, detritos, diatomáceas (Skeletonema costatum), cianofíceas, bactérias, vegetais em decomposição (detritos), associadas ao sedimento inorgânico. Por terem um hábito alimentar detritívoro (iliófagos), não competem com as demais espécies capturadas nos baixios (Vieira, 1985; Vieira et al., 1998).

CICLO DE VIDA DA TAINHA

Migram para o mar aberto para desovar, entre a costa norte do Rio Grande do Sul e o norte de Santa Catarina, onde formam grandes cardumes. A desova ocorre entre final de outono e início de inverno, com picos nos meses de maio e junho, podendo se estender até setembro. O recrutamento dos juvenis na Lagoa dos Patos ocorre o ano todo com picos de maior abundância durante o inverno e primavera. Os jovens procuram águas costeiras, penetrando em estuários onde se desenvolvem e à medida que crescem, migram para o mar (Vieira & Scalabrin, 1991) (Fig. 9).

Segundo o entendimento dos próprios pescadores (Altmayer, 1999), a tainha entra pequena na lagoa, cresce, desenvolve-se até a maturação e começa a migrar para o oceano, onde irá realizar a primeira reprodução. Quando a tainha está migrando para o oceano ocorre a “corrida da tainha”, período em que é pescada. Naqueles anos que o estuário está muito doce (ou

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seja, baixa salinidade) a tainha adulta aparentemente não forma grandes cardumes quando migra para o mar, refletindo na menor captura pelos pescadores artesanais (Vieira & Scalabrin, 1991). Os adultos após desovarem no oceano, penetram novamente no estuário para se alimentar.

BAGRE

Figura 10. Bagre Netuma barba (Ariidae), obtido de Fischer (1999).

Entre os bagres a espécie Netuma barba é uma das mais abundantes no estuário da Lagoa dos Patos (Araújo, 1983). Distribui-se desde as Guianas até o Rio da Prata, na Argentina. Apresenta corpo robusto, fusiforme e sem escamas (Fig. 10). O dorso é cinza azulado escuro, com o ventre branco. A cabeça é moderadamente achatada, boca grande e inferior, rodeada por 3 pares de barbilhões. A primeira nadadeira dorsal e as peitorais possuem acúleos rígidos e serrilhados; nadadeira adiposa estreita. É um dos maiores bagres do litoral brasileiro, alcançando 50cm de comprimento total médio, podendo atingir até 90cm com 30kg (Araújo, 1983).

Seu hábito alimentar é oportunista, ingerindo detritos e grãos de soja, comuns no estuário da Lagoa dos Patos, devido à exportação de grãos da área portuária. Alimenta-se também de pereiópodos (apêndices) do siri Callinectes, fragmentos de peixes e poliquetas (Araújo, 1984). CICLO DE VIDA DO BAGRE

Entre agosto e setembro (final do inverno), o bagre N. barba penetra no estuário da Lagoa dos Patos, a fim de reproduzir-se em águas menos salinas, onde os juvenis se desenvolvem, retornando ao mar quando adultos (Fig. 11) (Araújo, 1983).

As gônadas maturam à medida que a espécie se desloca para o interior da lagoa. A desova ocorre entre o fim da primavera e início do verão. Os machos adultos apresentam incubação oral dos ovos, durante um período de três meses (Reis, 1986). Como a espécie cresce lentamente, esta estratégia reprodutiva permite a sobrevivência de um número maior de juvenis. No início do primeiro ano de vida, em março, os juvenis possuem 65 - 90 mm de comprimento total, alcançando 100 - 130 mm, no mês de dezembro (Araújo, 1983).

Indivíduos nascidos no verão, no alto estuário, deslocam-se para a desembocadura da lagoa e região costeira adjacente, no outono, em áreas mais profundas. Apresentam tamanho maior entre o outono e a primavera, deslocando-se para a área mais interior da lagoa, no alto estuário, no verão (Araújo, 1983).

O bagre N. barba permanece no estuário durante os primeiros anos de vida. Até o final de seu segundo ano de vida já atingiu aproximadamente 130 a 200 mm de comprimento total. Indivíduos de idade superior a dois anos concentram-se, no inverno, em zonas mais profundas junto à desembocadura da lagoa. A partir do sexto ano de vida, quando a temperatura começa a elevar-se na primavera, deslocam-elevar-se para o interior da lagoa, para o início do período reprodutivo (Reis, 1986).

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Figura 11. Ciclo de vida do bagre

Netuma barba, no estuário da Lagoa

dos Patos, RS. (1) desova realizada dentro do estuário, no verão; (2) juvenis no baixo estuário, no primeiro ano; (3) juvenis desenvolvem-se no estuário por um longo período; (4) sub-adultos reúnem-se aos adultos, na primavera, para realizar a desova; (5) após a desova os adultos migram para o mar, retornando na primavera seguinte para nova desova.

3) VISITANTES DE ÁGUA DOCE

Figura 12. Alguns dos principais peixes visitantes de água-doce encontrados no estuário da Lagoa dos Patos, RS: (a) Astyanax eigenmaniorum (lambari); (b) Parapimelodus nigribarbis (mandi); (c)

Pimelodus maculatus (pintado); (d) Oligosarcus jenynsii (dentudo) (obtidos de Fischer, 1998 e 1999).

a b

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Neste grupo estão incluídos os peixes de água doce que visitam o estuário esporadicamente em função da intensidade da descarga de água doce que vem da parte superior desta laguna. Entre os visitantes de água doce estão os lambaris (principalmente Astyanax eigenmaniorum), o mandi (Parapimelodus nigribarbis), o pintado (Pimelodus maculatus), os dentudos (Oligosarcus jenynsii e O. robustus), o cará (Geophagus brasiliensis), a cascuda (Loricarichthys anus), entre outros (Garcia & Vieira 2001) (Fig. 12).

4) VISITANTES MARINHOS

Nesta categoria estão aqueles peixes que visitam o estuário esporadicamente, especialmente quando ocorre penetração de água marinha. Entre os visitantes marinhos estão o pampo (Trachinotus marginatus), os linguados (Oncopterus darwinii, Citharichtys spilopterus) e alguns serranídeos juvenis como a garoupa (Epinephelus spp.) (Fig. 13).

Outros peixes costeiros como o linguado Symphurus jenynsii e alguns elasmobrânquios, também penetram no estuário na região próxima da desembocadura, quando a direção e intensidade do vento favorecem a entrada de água marinha (Chao et al., 1985; Garcia & Vieira 2001).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARAUJO, F.G. 1984. Hábitos alimentares de três bagres marinhos (Ariidae) no estuário da Lagoa dos Patos (RS), Brasil. Atlântica, Rio Grande, 7:47-63.

BEMVENUTI, M.A. 1987. Abundância, distribuição e reprodução de peixes-rei (Atherinidae) na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Atlântica, Rio Grande 9 (1): 5 – 32.

Symphurus jenynsii

Trachinotus marginatus Oncopterus darwinii

Figura 13. Alguns dos principais peixes visitantes marinhos encontrados no estuário da Lagoa dos Patos, RS: Trachinotus marginatus (pampo), Oncopterus darwinii (linguado), Symphurus jenynsi (linguado); desenhos obtidos de Fischer (1999).

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BEMVENUTI, M.A. 1990. Hábitos alimentares de peixes-rei (Atherinidae) na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Atlântica, Rio Grande 12 (1):79–102.

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AGRADECIMENTOS

Ao oceanólogo Luciano Gomes Fischer, pela confecção dos desenhos dos peixes e pelo acabamento final das demais ilustrações. Ao Dr. Alexandre Garcia pela revisão final do texto.

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GLOSSÁRIO

Anádromo – organismos que se deslocam do mar para a água doce para desovar.

Anfípode - crustáceo da ordem Amphipoda, que possui o corpo comprimido, desprovido de carapaça; patas torácicas em dois grupos.

Barbilhão - prolongamento membranoso, cilíndrico, particularmente notável em peixes de couro e placas ósseas. Pode ser maxilar ou nasal (maxila superior), mentoniano e pós-mentoniano (porção inferior da mandíbula).

Bentófago – animal que se alimenta de organismos bentônicos.

Bentônico – comunidade de seres que vivem sobre o fundo ou enterrado em ambientes aquáticos; pode ser fixo ou rastejante.

Cirripédio – craca, crustáceo de vida fixa que se prende em cascos de navios, rochas submersas ou na superfície de baleias.

Copépodo – animal invertebrado microscópico da classe Crustacea, que vive em ambientes aquáticos, geralmente no plâncton ou no bentos.

Decápode – animal da classe Crustacea (camarão, carangueijo, siri), que apresenta o corpo com 5 pares de apêndices locomotores e 3 pares anteriores modificados em maxilípedes.

Detritívoro - organismo aquático que se alimenta de detritos do fundo.

Diatomácea epífita - alga provida de uma rígida carapaça silicosa formada por duas valvas que se encaixam; vive na superfície de plantas.

Escama - lâmina delgada de carbonato de cálcio que recobre a maioria dos peixes; quando a superfície externa for lisa é ciclóide e quando for áspera é ctenóide.

Espécie - conjunto de indivíduos muito semelhantes, que se reproduzem entre si originando descendentes férteis; categoria da classificação biológica subordinada imediatamente ao gênero. Fusiforme – forma mais comum dos peixes; semelhante ao fuso; afunilado.

Gastrópode – molusco de concha univalve, quase sempre assimétrico.

Gonopódio – modificação da nadadeira anal dos machos de peixes barrigudinhos com função reprodutiva.

Hábitat - refere-se ao lugar de habitação natural de um indivíduo ou grupo de indivíduos.

Iliófago - organismo aquático que ingere sedimento do fundo lamacento para se alimentar de pequenos crustáceos e suas larvas.

Mimetismo – fenômeno que certos organismos desenvolvem adquirindo a cor ou configuração dos objetos em cujo meio vivem; semelhança protetora de uma espécie com outra.

Misidáceo – crustáceo da ordem Mysidacea, cujo corpo tem carapaça e olhos pedunculados. Nadadeira adiposa - pequena nadadeira situada após a nadadeira dorsal, encontrada em alguns peixes.

Onívoro ou Omnívoro – animal que ingere os mais variados tipos de alimentos de origem vegetal e animal.

Opérculo – placa óssea que protege as brânquias dos peixes teleósteos.

Ostracoda – crustáceo da subclasse Ostracoda, de tamanho pequeno, concha bivalve, 7 pares de apêndices.

Peixe de couro - peixe sem escamas nem placas ósseas.

Pelecípode – molusco da classe Pelecypoda (marisco), com concha bivalve. Pereiópodo – apêndice dos crustáceos decápodas, utilizado para locomoção.

Planctófago – animal que se alimenta de organismo microscópico, que vive em suspensão, flutuando livremente ou com movimentos fracos, sendo arrastado passivamente pela correnteza. Poliqueto – animal segmentado, com muitas cerdas inseridas em projeções laterais do corpo, pertencente a classe Polychaeta do filo Annelida.

Preopérculo - placa óssea anterior ao opérculo.

Tanaidáceo – crustáceo da ordem Tanaidacea de corpo minúsculo recoberto por pequena carapaça.

Vivíparo – indivíduo que dá origem a filhotes vivos, que são nutridos e se desenvolvem no interior do corpo materno (exemplo: barrigudinho).

Zooplâncton – comunidade de organismos aquáticos que vivem em suspensão, exclusivamente heterotróficos a maioria animais invertebrados e alguns protistas; possui movimento fraco, flutua livremente, sendo arrastado passivamente pela correnteza.

Referências

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