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Desafio de Geometria Marina Cancio Rodrigues Orientadora: Edna Maura Zuffi Universidade de São Paulo São Carlos PIBID - Capes

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Academic year: 2021

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“Desafio de Geometria”

Marina Cancio Rodrigues

Orientadora: Edna Maura Zuffi

Universidade de São Paulo – São Carlos

PIBID - Capes Eixo: Ciências Exatas e da Terra

RESUMO

Esse trabalho trata do desenvolvimento de jogos didáticos, em especial o “Desafio de Geometria”, que é um jogo elaborado para substituir a avaliação tradicional, para tornar esse processo mais atrativo, dinâmico, e também desenvolver a interação entre os alunos por meio do trabalho em grupo. Foi aplicado para uma turma especifica da 8ª Série/ 9º Ano, em uma aula de escola estadual, como avaliação, depois de cinco aulas de conteúdos de geometria, abordando os principais tópicos tratados, como definição de polígonos, área, perímetro, círculos e circunferências. É um jogo de cartas, que envolve Matemática, mas também tem caráter interdisciplinar, abordando aspectos de Língua Portuguesa, uma vez que, para prosseguir, era necessário reformular algumas frases, que eram as perguntas do jogo. Como resultado, a aplicação evidenciou que, embora um pouco longo para ser aplicado em cinquenta minutos, o jogo se mostrou adequado para envolver todos os alunos com o processo avaliativo, o que geralmente não ocorria com formas de avaliação tradicionais para aquela turma.

INTRODUÇÃO

Esse jogo foi desenvolvido para ser aplicado como uma atividade avaliativa com foco nos conteúdos de geometria, especificamente polígonos, para explorar o raciocino lógico matemático, o desenvolvimento cognitivo e a interação entre os alunos.

Ele teve este objetivo, de se constituir num objeto de avaliação formativa, com o intuito de estimular a participação dos alunos nesse processo, uma vez que consideramos importante diagnosticar os níveis de aprendizagem em diversos momentos, assim como estimular que a própria avaliação se constitua num momento de reflexão e aprendizagem adicional.

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Frequente, nas escolas, é dado um enfoque excessivo à pedagogia do exame, na qual “resolver provas” torna-se a questão primordial, quase que independentemente do processo de ensino e aprendizagem. A nota domina quase tudo e é em função dela que se vivencia a prática escolar. Na medida em que estiver polarizada pelos exames, a avaliação não cumprirá sua função de auxiliar nas decisões para a melhoria da aprendizagem. Não se quer dizer, com isto, que avaliações de caráter classificatório não possam ser realizadas, mas outras propostas também precisam ser vivenciadas pelos alunos.

A avaliação educacional deve ter também um caráter de diagnóstico da situação de aprendizagem, tendo em vista o avanço e o crescimento dos educandos. Ela envolve juízo de valores, a partir de critérios preestabelecidos e dos caracteres relevantes da realidade em que se insere, considerando também as diferenças étnicas, socioculturais e econômicas que podem interferir nas condições de desempenho de certas classes ou escolas, o que demanda uma tomada de posição sobre o objeto avaliado e decisões sobre o andamento do processo de ensino e aprendizagem.

Para se efetivar tal caráter, é muito importante que o professor tenha consciência dos objetivos que quer alcançar com determinadas unidades de ensino, para que possa inserir, no processo avaliativo, atividades que verifiquem se esses objetivos foram realmente atingidos. Para isto, a avaliação não pode deixar de ser racional, rigorosa e impessoal, em certo nível possível - aqui no sentido de que o professor deve deixar de lado preconceitos e julgamentos pessoais que possam interferir drástica e negativamente em sua forma de avaliar as atividades de cada aluno.

O que ocorre na prática da avaliação, em geral, é que dificilmente os professores definem com clareza o que se espera da conduta do aluno, após ter se submetido a uma determinada aprendizagem. Então, faz-se necessário delimitar quais são os dados relevantes que são compatíveis com o objeto a ser avaliado e os objetivos previamente estabelecidos. Aí está o verdadeiro caráter da avaliação formativa, em sua faceta diagnóstica, pois esta leva em conta os rumos que já foram tomados e as perspectivas de ampliação das potencialidades dos alunos, com as tomadas de decisões sobre as próximas ações de ensino a serem desenvolvidas, para que os alunos aprendam mais.

Além da avaliação do professor, nesta perspectiva, também é interessante que os alunos se autoavaliem, a fim de estabelecerem um julgamento crítico sobre a própria aprendizagem, verificando as atividades que efetivamente realizaram qual o nível de empenho que dispuseram para elas, quais as dificuldades que apresentaram e por que acham que as tiveram. Também é interessante que o professor avalie os recursos

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disponíveis no processo de ensino, sua própria atuação nesse processo e por que uma atividade pode não ter atingido os objetivos esperados.

O professor deve estar ciente de que o tipo de avaliação escolhida depende dos objetivos que quer atingir. Por exemplo, quando ele tem a necessidade de classificar muitos alunos e avaliar se estes dominam aspectos de algoritmos e técnicas da área em estudo, os

testes de múltipla escolha podem ser uma boa opção. Já as questões de resposta discursiva

devem ser propostas quando se deseja avaliar suas habilidades de expor, organizar e sintetizar conhecimentos. Outro recurso são as fichas de registro, que podem ser individuais ou de um pequeno grupo, para anotar comportamentos, problemas disciplinares, nível de participação e todo o processo de resolução de uma situação-problema ou de determinada tarefa investigativa proposta. A avaliação feita por meio de trabalhos práticos em laboratórios ou com o uso de computadores e software educacional, pode ser particularmente interessante para as áreas de Ciências da Natureza e de Matemática. Também as exposições orais de resultados de pequenos projetos podem ajudar o professor a avaliar aspectos mais amplos do desenvolvimento dos alunos, como sua capacidade de expressão oral e visual em público, os valores que eles destacam como relevantes na execução do projeto, sua capacidade de organização em grupos de trabalho, etc. Os

exercícios para serem realizados como tarefas extraclasses podem ajudar a verificar se o

aluno está tendo progressos parciais durante o desenvolvimento de um determinado conteúdo. O uso de provas tradicionais, mas com a retomada posterior de suas questões para uma atividade de reflexão dos alunos, individualmente ou em grupo, pode ser importante para dar um fechamento e promover a síntese de uma unidade de ensino. Outro recurso tecnológico de que algumas escolas dispõem são as filmadoras e os vídeos, para uso em determinadas aulas de caráter mais investigativo, que podem ajudar o professor a ter um acompanhamento mais detalhado do desenvolvimento de seus alunos, durante essas atividades.

A variação desses procedimentos, mas não necessariamente de todos, pode compor um panorama mais fiel sobre a situação de cada aluno, ao longo de vários momentos do processo de ensino e aprendizagem, além de fornecer oportunidades de mostrar o desenvolvimento de habilidades mais diversificadas. Pode também ajudar o professor a replanejar ações de ensino que envolva determinados conteúdos que não foram assimilados de forma significativa, com a revisão do que foi selecionado, do método utilizado, das atividades realizadas e das relações estabelecidas em sala de aula. É com o intuito de oferecer mais uma opção na forma de avaliação formativa, que apresentamos esse jogo.

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DESENVOLVIMENTO

Esse jogo foi aplicado na Escola Estadual Attília Prado Margarido, numa aula de 50 minutos, para alunos de 8ª Série/ 9º Ano. Abaixo, seguem as regras do jogo.

Regras do jogo:

1. Colocar todas as cartas com a tarja vermelha virada para cima, pois a outra tarja é parda;

2. Pegar as 3 cartas iniciais com a imagem abaixo:

3. Virar as 3 cartas iniciais (para o lado da tarja parda) e montar a frase, formando uma pergunta a respeito das figuras dessas cartas;

Exemplo de pergunta: Dê a classificação dos ângulos. Qual é a soma dos ângulos internos de um triângulo? Respostas: ângulo reto, ângulo raso, ângulo agudo, ângulo nulo e ângulo obtuso. 180º

4. Encontrar a resposta correta, que está em 5 cartas. 5. Recolher essas 5 cartas da resposta correta;

6. E novamente virar as 5 cartas (para o lado da tarja parda) e montar a frase;

Todas as perguntas, terão 5 respostas, apenas a última pergunta terá apenas 1 resposta correta. Repetir esses passos (4., 5. e 6.), para todas as 5 perguntas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os alunos encontraram problemas para reformular as frases, e não conseguiram concluir o jogo, por falta de tempo. Porém, a maioria chegou até a terceira pergunta, em um total de cinco.

Por ser um jogo relacionado com o conteúdo das cinco aulas anteriores, escolhi abordar os principais tópicos de cada tema como, definição de polígonos, área, perímetro, círculos e circunferências. Isso elevou o grau de dificuldade do jogo. O importante é que os alunos abordaram essa situação como desafiadora.

A sala foi dividida em trios, e esse trabalho em grupo favoreceu a atividade. Foi preciso auxilia-los, para verificar se estavam seguindo as regras e assim prosseguir o jogo corretamente. Como era um jogo avaliativo, pedi para que escrevessem em folha à parte as

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frases que foram formadas a partir das respostas corretas, e as mesmas foram entregues ao final da aula, para uma análise mais detalhada dos desempenhos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS e IMPLICAÇÕES

Pelo pouco tempo de aula, o jogo deveria ter apenas três respostas possíveis para cada pergunta. Também se verificou que as regras do jogo poderiam ter sido entregues por escrito e com maior clareza, para ser mais fácil o entendimento, e por último uma folha para poder anotar as perguntas dos alunos, por exemplo, uma folha de questionários.

Porém essa atividade foi mais atrativa e dinâmica que uma avaliação tradicional, do tipo teste ou dissertativa. Os alunos não apresentaram resistência e se dedicaram para tentar terminar o jogo. Nenhum grupo conseguiu concluir, mas como o jogo só continuava se as respostas anteriores fossem corretas, os alunos precisavam saber as respostas, então, como todos chegaram à terceira pergunta, considerou-se que foi um resultado adequado e aceitável com o tempo disponível para terminar o jogo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Ed. Cortez, 2001. Edição 11.

KRASILCHIK, M. As relações pessoais na escola e a avaliação. In: CASTRO, A. D.; CARVALHO, A. M. P. (Orgs.). Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e

média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. p. 165-76.

HAGA, M. S.; CAETANO, A. S.; ACHCAR, K.; HAGA, K. I. A Avaliação e o seu potencial pedagógico para a mediação da aprendizagem. In: CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA SOBRE FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 10., 2009, Águas de Lindóia. Formação de professores e a prática docente: os dilemas contemporâneos. São Paulo: Ed. da Unesp/Prograd, 2009. p. 5585-5597.

HAGA, M. S.; HAGA, K. I. Fundamentos de avaliação formativa: os conflitos e as conciliações entre as diferentes lógicas. In: CONGRESSO ESTADUAL PAULISTA PARA FORMAÇÃO DE EDUCADORES, 9., 2007, Águas de Lindóia. Anais... Ed. da Unesp/Prograd, 2007. CD-ROM

Referências

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