Prof: Marcelo dos Santos
CRISE FINANCEIRA MUNDIAL
Administração
Nas sombras de 1929:
A crise financeira nos
EUA
I – O impasse liberal (1929)
Causas:¾Expansão descontrolada do crédito bancário;
¾ Especulação financeira;
Quebra da Bolsa de Valores de
Nova Iorque
¾Falência de 9.000 bancos; ¾Falência de 85 mil empresas;
¾ Queda de 85% no valor das ações (1929-32); ¾ Redução salarial de 60%;
¾ Desemprego: 13 milhões, somente nos EUA.
Milhares de acionistas aglomeram-se diante da Bolsa de Valores de Nova Iorque a espera de boas notícias que
não viriam.
Mundialização da crise
¾ Drástica redução do crédito dos EUA aos outros países;
¾ Elevação das tarifas alfandegárias = retração do comércio mundial;
O cinema e, em especial a genialidade de Charles Chaplin, criticou os efeitos da crise e a alienação produzida pelo
capitalismo.
Brasil:
¾Corte nos subsídios do café; ¾Café: preços em queda e estoques
elevados amontoados em armazéns das ferrovias e dos portos.
New Deal (1933)
A fome aliada ao desemprego, maiso abandono social, marcaram os EUA da primeira metade dos anos
“Sopões” urbanos procuravam aliviar a fome. Até criminosos, como Al Capone, incumbia-se
de distribuir comida para a imensa horda de marginalizados.
¾
Política intervencionista colocada
em prática pelo presidente
Roosevelt, influenciada pelas ideias
do economista inglês John
Maynard Keynes.
¾ Programa de reformas
econômicas: frentes de trabalho,
controle de crédito, financiamento
das exportações, fixação do salário
mínimo, limite da jornada de
trabalho e ampliação da
previdência social.
¾EUA,1937:
desemprego reduzido a
metade, com aumento
de 70% na renda.
70%
Obras públicas tornaram prioridade e espalharam-se pelo país: construíram-se 2.500 hospitais, 6 mil escolas e 13 mil centros de lazer, além de hidrelétricas, rodovias e etc.
Franklin Delano Roosevelt reconstruiu o país, assumindo após derrotar o “presidente da fome”, Herbert Hoover cuja preocupação primordial era ajudar as empresas.
HERBERT HOOVER
II – Ressaca neoliberal: a crise
financeira de 2007/08
¾Pós-março 2007: 150 empresas médias e pequenas de crédito imobiliário
“quebraram” (falência) – a primeira foi a
New Century Financial (13 de março),
incapaz de saldar suas dívidas fraudulentas.
¾A tendência de queda na apreciação
do dólar acentuou-se com a crise subprime. Sua importância como referência é declinante.
Evolução da crise:
¾2002: juros baixos (1% ao ano): euforia, com dinheiro para crédito sobrando = demanda para aquisição de imóveis se aquece = elevação dos preços e os empréstimos alcançam US$ 1,5 trilhão (mais de 10% do PIB dos EUA e cerca de 3% do PIB global); ¾Empréstimos são realizados até para pessoas
de poucos recursos;
Evolução da crise:
¾2004: aumento das taxas de juros para conter a inflação;
¾Agosto 2007: taxa de juros chega a 5,25%;
Evolução da crise:
¾Inadimplência chega a 20% = impossibilidade de pagar as hipotecas, devido ao aumento das prestações dos imóveis = “crise das hipotecas de alto
risco” (subprime);
Dúvidas
Evolução da crise:
¾Aumento do número de execuções: estouro da bolha imobiliária = aumento da oferta de imóveis com a queda acelerada dos preços;
Evolução da crise:
¾Investidores buscam investimentos mais seguros e saem da Bolsa de Valores: maior oferta de papéis = baixo preço das ações (venda para cobrir os prejuízos com a
inadimplência);
Evolução da crise:
¾Perdas de US$ 5,5 trilhões em um mês (23/07 a 21/08/07): mais de US$ 180 bilhões por dia;
¾ Não há como conter o contágio global da crise financeira oriunda da especulação acionária atrelada ao mercado imobiliário dos EUA.
Evolução da crise:
¾Reação em cadeia: população perdeu seu imóvel, bancos e financeiras não receberam pagamentos,
incapacitando-as de fornecer novos empréstimos; queda no número de construção de novas casas;
Evolução da crise:
¾Pânico: intervenção estatal dos bancos centrais dos EUA, União Européia e Japão = “injeção” de US$ 500 bilhões;
Evolução da crise:
¾Desemprego: atinge 300 mil pessoas somente nos EUA.(Agosto/2007); ¾Março 2008: 4,4 milhões de
O que está fazendo o
governo dos EUA:
¾Pacote de estímulo à economia (18/01/08): alívio nos impostos em US$ 168 bilhões (restituições de parte dos impostos pagos por empresas e pessoas físicas),
contrariando o que o próprio governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), recomendam as demais nações, ou seja, cortes nas despesas do governo;
O que está fazendo o
governo dos EUA:
¾Pretensão: aquecimento da economia, pois os juros mais baixos reduzem os valores dos financiamentos e facilitam a concessão de novos empréstimos.
O fim de uma era
“Recordem a sexta-feira, 14 de março de 2008: foi o
dia em que o sonho de um capitalismo de livre mercado morreu. Por três décadas avançamos na direção de sistemas financeiros movidos pelo mercado. Com sua decisão de resgatar o Bear Stearns, o Federal Reserve, instituição responsável pela política monetária dos EUA e principal defensor do capitalismo de livre mercado, decretou o fim de uma era. (...) A desregulamentação atingiu os seus limites”. (Martin Wolf – Financial Times / Valor,
Dúvidas
Crise Financeira Mundial
9Quebra Leeman Brothers
9Quebra AGF (Classificação AAA) 9Estatização Fred Mac
9Estatização Fanie May 9Estatização Wamu
9Empresas Automobilísticas 9Grandes Bancos
Crise Financeira Mundial
9Pacote de 1 trilhão EUA Companhias de Hipoteca empréstimos de 8 trilhões.
Crise Financeira Mundial
Dilema dos bancos de Investimento. Securitização de Recebíveis.
Crise de Confiança
9Alavancagem • EUA 32 vezes o PL • Europa 64 vezes o PLReflexos da Crise
9Redução de Crédito Externo
9Redução do prazo de financiamento de veículos.
9Aumento do nível de critérios para concessão de crédito.
Reflexos da Crise
9 Fusão de Bancos 9 Auxílio do Governo
• Aumento prazo recolhimento de impostos. • Compra de carteiras de bancos com dificuldades. 9 Natal com nível de vendas maior (3,5%), mas inferior do
que o crescimento apresentado nos anos anteriores. 9 Aumento índice de desemprego.
Reflexos da Crise
Medida provisória 442:Autoriza o Banco Central:
1 – Ao comprar carteira de crédito dos bancos e conceder empréstimos em moeda estrangeira.
2 – Fazer leilões de financiamento em
dólar para empresas exportadoras.
Reflexos da Crise
Medida provisória 442:Autoriza o Banco Central:
3 – Criar um redesconto em moeda
estrangeira, com utilização das
reservas nacionais, aplicadas em dólar no exterior, como empréstimo para instituições que operam no exterior.
Reflexos da Crise
Medida provisória 442:Autoriza o Banco Central:
4 – Autorização para empresas de
leasing emitir letra de arrendamento
mercantil, com lastro em suas
operações de crédito.
Reflexos da Crise
Medida Provisória nº 4439Autorização para a Caixa Econômica Federal (CEF) comprar participação de empresas no setor da construção.
9Autoriza a CEF a criar subsidiárias, inclusive um banco de investimentos.
Reflexos da Crise
Medida Provisória nº 4439Autorização para a CEF e o Banco do Brasil (BB) participar do controle
acionário de instituições financeiras (não são somente bancos, podendo ser financeiras, fundos de pensão, seguradoras e etc.) com problemas de liquidez.
Reflexos da Crise
Medida Provisória nº 443
9A venda de instituições para a CEF e o BB ficam dispensados de procedimento licitatório.
9Autorização para o Banco Central efetuar
swap de moeda nacional em países de
moeda com aceitação internacional.
Reflexos da Crise
Outras medidas:9Abertura de uma linha de financiamento na CEF para financiamento de capital de giro do setor da construção civil.
9Liberação de 11,49 bilhões em 2009 para a compra da casa própria com recursos do FGTS.
Reflexos da Crise
Outras medidas:9Ampliação do prazo de recolhimento e perdão de dívidas junto a união.
Obrigado !!!
Prof: Marcelo dos Santos