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Rodada #1 Direito Processual Penal Militar

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Academic year: 2021

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Assuntos da Rodada

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR: 1 Processo Penal Militar e sua aplicação. 2 Polícia judiciária militar. 3 Inquérito policial militar. 4 Ação penal militar e seu exercício. 5 Processo. 6 Denúncia. 7 Prisões processuais e medidas cautelares. 7.1 Prisão em flagrante. 7.2 Prisão preventiva. 7.3 Menagem. 7.4 Liberdade provisória. 7.5 Prisão administrativa disciplinar. 8 Deserção de oficial e de praça; insubmissão.

Rodada #1

Direito Processual Penal Militar

Professor Bruno Schettini

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

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a. Teoria

I. Processo Penal Militar

1. O Direito Processual Penal Militar é um ramo especializado do direito que tem por objetivo permitir a aplicação da legislação penal militar por meio de regras processuais (que de forma semelhante cuidam do processo penal) e proteger a ordem jurídica militar, fomentando o salutar desenvolver das missões precípuas atribuídas às Forças Armadas e às Forças Auxiliares. A constatação dos valores de hierarquia e disciplina, como regentes da carreira militar, confere legitimidade à existência do direito penal e processual penal militar, além da Justiça Militar (arts. 122 ao 124, da CF).

2. A especialidade do Direito Processual Penal Militar evidencia-se pelo órgão especial que o aplica: as Justiças Militares. Entretanto, a especialidade (ius singulari), que não se confunde com excepcionalidade (privilegium), por esse critério, advém das normas constitucionais (arts. 124 e 125, § 4º, da CF), que definem a competência da Justiça Militar.

3. Assim, podemos concluir que:

a. O Processo Penal Militar (direito instrumental) existe para conferir efetividade ao

Direito Penal Militar (direito material), fornecendo o caminho (seguro e conforme o

respeito aos Direitos e Garantias Individuais) a ser percorrido para que o Estado possa punir aquele que comete um crime militar; e

b. O Direito Processual Penal Militar constitui ramo do Direito Público, uma vez que um dos sujeitos da relação jurídica que se estabelece é o Estado, titular único do jus

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

3 4. A interpretação da lei penal é a atividade de identificar o alcance e o significado da

norma penal, podendo ser classificada quanto ao sujeito, ao modo e o resultado. a. Sujeito - Quanto ao sujeito a interpretação pode ser autêntica, doutrinária ou

jurisprudencial.

i. A interpretação autêntica é aquela que emana do próprio órgão encarregado da elaboração do texto legal, podendo ser contextual, feita no bojo do próprio texto interpretado; ou não contextual, quando feita por outra lei posterior.

ii. A interpretação doutrinária é aquela feita pelos mestres, especialistas e juristas, sendo encontrada em livros, teses, monografias, artigos etc.

iii. A interpretação jurisprudencial, também chamada judicial, é aquela dada pelos tribunais, mediante a reiteração de seus julgamentos.

b. Modo – Quanto ao modo a interpretação pode ser gramatical ou lógica.

i. A interpretação gramatical é aquela fundada nas regras gramáticas, levando em consideração o sentido literal das palavras.

ii. A interpretação lógica (teleológica) é aquela que procura descobrir a vontade do legislador.

c. Resultado – Quanto ao resultado a interpretação pode ser declarativa, restritiva e extensiva.

i. A interpretação declarativa é a que dá à lei o seu sentido literal.

ii. A extensiva é cabível quando for manifesto que a expressão da lei é mais estrita do que sua intenção.

iii. A restritiva quando for manifesto que a expressão da lei é mais ampla do que sua intenção.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

4 5. Sistemas do Processo Penal – A compreensão dos diferentes modelos pode nos ajudar

a visualizar características importantes que diferem o inquérito do devido processo judicial. São três os modelos:

a. Inquisitivo (presente no Inquérito) – Nesse sistema o poder de acusar e julgar se concentram nas mãos do mesma pessoa. O procedimento é sigiloso e predomina o formato escrito (não há debates orais). A confissão do réu é tida como a rainha das provas e o contraditório não existe, sendo a defesa do réu algo decorativo. Neste sistema, o julgador/condutor está impossibilitado de se recusar a investigar.

b. Acusatório (presente na ação penal) – Aqui há a separação entre as funções de julgador e acusador. O procedimento é público e há isonomia entre as partes, onde há liberdade de acusação e de defesa. O contraditório está presente e a liberdade do réu é a regra. Neste sistema, existe a possibilidade de recusa do julgador.

c. Misto (é o sistema adotado no Brasil) – No sistema misto, temos a presença de ambos os sistemas anteriores que se completam e predominam na composição de fases distintas: em primeiro, a instrução preliminar (inquisitiva) e, em segundo, o julgamento (acusatório).

6. Jurisdição x Circunscrição

a. Jurisdição – oriunda do latim juris dictio (“dizer o direito”), jurisdição significa a interpretação das leis para solucionar os casos concretos que são trazidos ao Poder Judiciário. É uma das funções do Estado, onde esse se substitui aos titulares dos interesses em contraposição para, imparcialmente, buscar a pacificação da disputa em tela, com justiça. Possui três enfoques distintos: como poder, função e atividade.

i. Poder - é a manifestação da soberania estatal, traduzida na capacidade de não apenas dizer o direito, mas de decidir imperativamente e impor decisões.

ii. Função - expressa-se no encargo que têm os órgãos estatais de prestar a tutela jurisdicional quando chamado, promovendo a pacificação social, encargo esse

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

5 atribuído, em regra ao Poder Judiciário – função típica – e, excepcionalmente, a outros Poderes – função atípica –, como se constata nos processos de impeachment do Presidente da República realizados pelo Poder Legislativo (artigos 49, inciso IX, e 52, inciso I, da CF).

iii. Atividade - a jurisdição consubstancia-se em um complexo de atos praticados pelo agente estatal investido da atividade jurisdicional no processo, forma que a lei criou para que o exercício dessa função se tornasse possível.

b. Circunscrição - é uma divisão administrativa (pode ser militar, eleitoral etc.) de uma região. A circunscrição judiciária é uma forma de delimitação de território, ou definição de área de competência onde o magistrado exerce sua autoridade.

Atenção! Excepcionalmente, em face da característica da matéria, e em conversa com o prof. Igor, achamos que será mais proveitoso você ler as normas antes de responder as questões. Ou seja, leia as normas logo após estudar a teoria. Posteriormente, o professor Igor vai alocar um dia para você ler essas normas novamente, a fim de reforçar o conteúdo.

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b. Mapas Mentais

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c. Revisão 1

QUESTÃO 1 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Militar do Exército brasileiro cometeu crime de furto dentro de sua unidade. Consumado o delito, o comandante do batalhão determinou a instauração de inquérito policial militar, a fim de apurar o fato e a sua autoria.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Na hipótese de o indiciado ser oficial do Exército e estar na situação de inatividade, a autoridade policial militar poderá delegar um oficial da ativa do mesmo posto do indiciado para ser o encarregado do inquérito policial militar, observado o critério de antiguidade.

QUESTÃO 2 - PROFESSOR – 2017

No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões e, a não ser que evidentemente empregados com outro significado, os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial.

QUESTÃO 3 - CESPE – PROMOTOR – MPE/ES – 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar:

Se, na aplicação da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergência entre essa norma e os dispositivos constantes em convenção ou tratado de que o

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

8 Brasil seja signatário, prevalecerá a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos.

QUESTÃO 4 - CESPE – ANALISTA – STM – 2011 (Adaptada)

Com base no Código de Processo Penal Militar (CPPM), julgue o item a seguir.

A polícia judiciária militar exerce funções similares à polícia judiciária, e ambas têm como uma de suas finalidades o colhimento de elementos que indiquem a autoria e comprovem a materialidade do delito.

QUESTÃO 5 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Acerca do processo penal militar, julgue o seguinte item.

No âmbito das Forças Armadas, compete à Polícia Judiciária Militar o exercício das funções de polícia judiciária, de polícia investigativa e de polícia de segurança.

QUESTÃO 6 - PROFESSOR – 2017

Com base no direito processual penal militar:

A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões, mesmo se desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

9 As normas previstas no CPPM são utilizadas, em tempo de guerra, aos mesmos casos previstos para o tempo de paz.

QUESTÃO 8 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelas normas do Código de Processo Penal comum, sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade.

QUESTÃO 9 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Com o início da vigência do CPPM, as provas testemunhais que já tiverem sido iniciadas, o interrogatório do acusado será realizado de acordo com as normas da lei anterior.

QUESTÃO 10 - PROFESSOR – 2017

As normas do CPPM poderão ser aplicadas de forma subsidiária aos processos regulados em leis especiais.

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d. Revisão 2

QUESTÃO 11 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Militar do Exército brasileiro cometeu crime de furto dentro de sua unidade. Consumado o delito, o comandante do batalhão determinou a instauração de inquérito policial militar, a fim de apurar o fato e a sua autoria.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Se o indiciado for um cabo, a autoridade policial militar poderá nomear um oficial da ativa de qualquer posto superior ao de cabo como encarregado do inquérito policial militar.

QUESTÃO 12 - PROFESSOR – 2017

No que tange ao CPPM, o uso da interpretação literal é considerado inadmissível quando prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza.

QUESTÃO 13 - PROFESSOR – 2017

O art. 1º, § 1º, do CPPM, apresenta o seguinte texto: “Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas”.

Nesse caso, um tratado internacional que se refira a direitos humanos, ao ser promulgado pelo Executivo, ganha status de Emenda Constitucional.

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11 QUESTÃO 14 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelos princípios gerais de direito e pela analogia.

QUESTÃO 15 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos pela analogia e pelos usos e costumes militares estabelecidos pelos respectivos regulamentos.

QUESTÃO 16 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Com o início da vigência do CPPM, as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior.

QUESTÃO 17 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, suas normas se aplicam, em tempo de guerra, em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

12 No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A interpretação extensiva ocorre quando manifesto que a expressão da lei é mais ampla que sua intenção: vg. ao dizer acusado abrange homens e mulheres.

QUESTÃO 19 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

As medidas de segurança regem-se pela lei processual vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.

QUESTÃO 20 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.

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e. Revisão 3

QUESTÃO 21 - PROFESSOR – 2017

A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Entretanto, admitir-se-á a interpretação expansiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.

QUESTÃO 22 - PROFESSOR – 2017

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678.

No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que:

Sendo uma convenção internacional da qual o Brasil é signatário, e já tendo sido promulgada no país, a mesma prevalece sobre a norma do CPPM. Devido ao tema tratado na convenção em tela, a mesma possui status supralegal em nosso ordenamento jurídico.

QUESTÃO 23 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Os termos técnicos são entendidos exclusivamente em sua acepção especial, não se admitindo que sejam empregados com outra significação, salvo disposto em lei.

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14 QUESTÃO 24 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Aplicam- se, subsidiariamente, as normas do CPPM aos processos regulados em tratados internacionais.

QUESTÃO 25 - CESPE – ANALISTA – STM – 2004

À polícia judiciária militar, que é exercida pelas autoridades militares, cabe auxiliar as polícias civil e federal na apuração de infrações penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na apuração de quaisquer infrações penais.

QUESTÃO 26 - PROFESSOR – 2017

No que tange ao CPPM, o uso da interpretação extensiva, ou da interpretação restritiva, não será admitido quando cercear a defesa pessoal do acusado.

QUESTÃO 27 - PROFESSOR – 2017

Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas do CPPM, em tempo de paz, a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

15 As normas previstas no CPPM se aplicam somente aos processos iniciados após a vigência do referido código.

QUESTÃO 29 - PROFESSOR – 2017

No momento em que o Brasil se torna signatário de um tratado internacional, o mesmo passa a prevalecer sobre as normas contidas no CPPM.

QUESTÃO 30 - PROFESSOR – 2017

As convenções e tratados internacionais relativos a direitos humanos de que o Brasil seja signatário podem adquirir status de Emenda Constitucional, caso aprovados de

acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais. Ou seja, aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

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f. Normas comentadas

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR (art. 1º ao 8º) LIVRO I

TÍTULO I CAPÍTULO ÚNICO

DA LEI DE PROCESSO PENAL MILITAR E DA SUA APLICAÇÃO Fontes de Direito Judiciário Militar

Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável.

Divergência de normas

§ 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.

Havendo divergência entre o CPPM e uma convenção ou um tratado que o Brasil figure como signatário, as normas internacionais prevalecem. Entretanto, para ter validade no país os tratados internacionais necessitam ser aprovados pelo congresso e promulgados pelo executivo. Após a promulgação, ganham status de lei, revogando as leis anteriores incompatíveis. Caso tratado se refira a direitos humanos, o mesmo adquire status de norma supralegal (se anterior à EC 45/04, entendimento atual do STF - súmula vinculante de nº. 25) ou de emenda constitucional (neste caso se aprovado de acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais:

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aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros – art. 5º, § 3º, da CF, conforme EC 45/04).

Aplicação subsidiária

§ 2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais.

Interpretação literal

Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação.

Interpretação extensiva ou restritiva

§ 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.

Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal

§ 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado;

b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.

O CPPM dispõe expressamente que a interpretação extensiva e a restritiva são admitidas, como formas de interpretação não literal. A interpretação não literal, entretanto, deve ser condicional.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

18 Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:

a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar;

b) pela jurisprudência;

c) pelos usos e costumes militares; (observem que não há obrigatoriedade de norma escrita)

d) pelos princípios gerais de Direito; e) pela analogia.

Aplicação no espaço e no tempo

Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas deste Código:

Tempo de paz I em tempo de paz:

a) em todo o território nacional;

b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira; c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial;

d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob

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19 comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente;

e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional;

Tempo de guerra II em tempo de guerra:

a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;

b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações;

c) em território estrangeiro militarmente ocupado.

Aplicação intertemporal

Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Art. 711. Nos processos pendentes na data da entrada em vigor deste Código, observar-se-á o seguinte:

a) aplicar-se-ão à prisão provisória as disposições que forem mais favoráveis ao indiciado ou acusado;

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20 b) o prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta não estatuir prazo menor do que o fixado neste Código;

c) se a produção da prova testemunhal tiver sido iniciada, o interrogatório do acusado far-se-á de acordo com as normas da lei anterior;

d) as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior.

Aplicação à Justiça Militar Estadual

Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.

TÍTULO II CAPÍTULO ÚNICO

DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR Exercício da polícia judiciária militar

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:

a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios,

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21 bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro;

b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;

c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados;

d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando;

e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios;

f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados;

g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;

Delegação do exercício

§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.

§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.

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22 § 3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.

§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto.

Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro

§ 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.

Competência da polícia judiciária militar Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:

a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;

b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas;

c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;

d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado;

e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido;

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23 f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;

g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;

h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

A polícia judiciária é um órgão da segurança do Estado que tem como principal função apurar as infrações penais e sua autoria por meio da investigação policial, que é um procedimento administrativo com característica inquisitiva, servindo, em regra, de base à pretensão punitiva do Estado formulada pelo Ministério Público, titular da ação penal de iniciativa pública.

Ao contrário da justiça estadual e da federal, que possuem respectivamente a polícia civil e federal para a investigação de seus feitos, a polícia judiciária militar é exercida pelas autoridades castrenses, conforme as suas áreas de atuação, que poderão ser delegadas a oficiais da ativa para fins especificados e por tempo limitado.

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g. Gabarito

1 2 3 4 5 E C E C E 6 7 8 9 10 C C E C C 11 12 13 14 15 C E E C E 16 17 18 19 20 C E E E C 21 22 23 24 25 E C E E E 26 27 28 29 30 C E E E C

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h. Breves comentários às questões

QUESTÃO 1 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Militar do Exército brasileiro cometeu crime de furto dentro de sua unidade. Consumado o delito, o comandante do batalhão determinou a instauração de inquérito policial militar, a fim de apurar o fato e a sua autoria.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Na hipótese de o indiciado ser oficial do Exército e estar na situação de inatividade, a autoridade policial militar poderá delegar um oficial da ativa do mesmo posto do indiciado para ser o encarregado do inquérito policial militar, observado o critério de antiguidade.

Errada. O erro está na afirmativa de que deve-se observar critério de antiguidade dentro do

mesmo posto. Como se trata de oficial na inatividade, o oficial designado para apurar o fato praticado tem que ser apenas de igual posto, conforme o art. 7º, §4º, do CPPM:

“Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: § 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece (a antiguidade deste), para a delegação, a antiguidade de posto”.

QUESTÃO 2 - PROFESSOR – 2017

No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões e, a não ser que evidentemente empregados com outro significado, os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

26 Certa. Texto similar ao art. 2º, do CPPM.

QUESTÃO 3 - CESPE – PROMOTOR – MPE/ES – 2010 (Adaptada) Com base no direito processual penal militar:

Se, na aplicação da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergência entre essa norma e os dispositivos constantes em convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerá a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos.

Errado. Vide art. 1º, § 1º.

QUESTÃO 4 - CESPE – ANALISTA – STM – 2011 (Adaptada)

Com base no Código de Processo Penal Militar (CPPM), julgue o item a seguir.

A polícia judiciária militar exerce funções similares à polícia judiciária, e ambas têm como uma de suas finalidades o colhimento de elementos que indiquem a autoria e comprovem a materialidade do delito.

Certa. Vide competências da polícia judiciária militar no art. 8º do CPPM.

QUESTÃO 5 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Acerca do processo penal militar, julgue o seguinte item.

No âmbito das Forças Armadas, compete à Polícia Judiciária Militar o exercício das funções de polícia judiciária, de polícia investigativa e de polícia de segurança.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

27 Errada. A função de polícia de segurança cabe a polícia administrativa militar. É o caso da

Polícia do Exército e Polícia da Aeronáutica. Observe as competências da polícia judiciária militar no art. 8º do CPPM.

QUESTÃO 6 - PROFESSOR – 2017

Com base no direito processual penal militar:

A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões, mesmo se desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.

Correta. A consideração extra apresentada (“mesmo que desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo”) serve apenas para confundir, ao utilizar restrição a interpretação não literal (art.2º, § 2º, c, do CPPM).

QUESTÃO 7 - PROFESSOR – 2017

As normas previstas no CPPM são utilizadas, em tempo de guerra, aos mesmos casos previstos para o tempo de paz.

Correta. Vide art. 4º, inciso II, a).

QUESTÃO 8 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelas normas do Código de Processo Penal comum, sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

28 Errada. Art. 3º, alínea a, aborda as normas do CPP, ”quando aplicável ao caso concreto e

sem prejuízo da índole do processo penal militar”. Não há menção a “sem adoção de leis extravagantes, em face do princípio da especialidade”.

QUESTÃO 9 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Com o início da vigência do CPPM, as provas testemunhais que já tiverem sido iniciadas, o interrogatório do acusado será realizado de acordo com as normas da lei anterior.

Correta. Vide art. 5º, do CPPM: “As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711 (onde a hipótese da questão está referenciada no inciso III), e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

QUESTÃO 10 - PROFESSOR – 2017

As normas do CPPM poderão ser aplicadas de forma subsidiária aos processos regulados em leis especiais.

Correta. Vide contido no art. 1º, § 2º, do CPPM.

QUESTÃO 11 - CESPE – ANALISTA – DPU – 2016

Militar do Exército brasileiro cometeu crime de furto dentro de sua unidade. Consumado o delito, o comandante do batalhão determinou a instauração de inquérito policial militar, a fim de apurar o fato e a sua autoria.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

29 Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Se o indiciado for um cabo, a autoridade policial militar poderá nomear um oficial da ativa de qualquer posto superior ao de cabo como encarregado do inquérito policial militar.

Certa. Observe a combinação dos art. 7 e 15 para não haver dúvidas da resposta. Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:

§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.

Encarregado de inquérito. Requisitos

Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.

O fato de cabo ser praça e, dessa forma, não ter posto, mas sim graduação, não invalida a questão.

QUESTÃO 12 - PROFESSOR – 2017

No que tange ao CPPM, o uso da interpretação literal é considerado inadmissível quando prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza.

Errada. A inadmissibilidade em tela diz respeito à interpretação extensiva ou à

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

30 QUESTÃO 13 - PROFESSOR – 2017

O art. 1º, § 1º, do CPPM, apresenta o seguinte texto: “Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas”.

Nesse caso, um tratado internacional que se refira a direitos humanos, ao ser promulgado pelo Executivo, ganha status de Emenda Constitucional.

Errada. Para uma lei ser promulgada pelo Executivo, deve antes ser aprovada pelo

Congresso. Mesmo se tratando do tema de direitos humanos, o tratado deve seguir o rito da Emenda Constitucional para ser considerado como tal. Como a questão apresenta que a promulgação foi feita pelo Executivo, logo entende-se que o rito não foi seguido, visto que EC são promulgadas são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado, em sessão solene do Congresso.

QUESTÃO 14 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o CPPM, os casos nele omissos poderão ser supridos pelos princípios gerais de direito e pela analogia.

Correta. Conforme alíneas d) e e) do art. 3º do CPPM

QUESTÃO 15 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, os casos nele omissos poderão ser supridos pela analogia e pelos usos e costumes militares estabelecidos pelos

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

31 Errada. Não há necessidade de estar estabelecido em regulamentos respectivos, conforme

art. 3º, c), do CPPM

QUESTÃO 16 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Com o início da vigência do CPPM, as perícias já iniciadas, bem como os recursos já interpostos, continuarão a reger-se pela lei anterior.

Correta. Vide art. 5º, do CPPM: “As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711 (onde a hipótese da questão está referenciada no inciso IV), e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

QUESTÃO 17 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar, suas normas se aplicam, em tempo de guerra, em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional.

Errada. Apesar da questão retratar quase que a integralidade do art. 4º, inciso II, b), a

mesma exclui o conceito de aliada para força militar estrangeira, dessa forma invalidando a questão.

(32)

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

32 No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: A interpretação extensiva ocorre quando manifesto que a expressão da lei é mais ampla que sua intenção: vg. ao dizer acusado abrange homens e mulheres.

Errado. Invertida a definição de extensiva com restritiva, conforme se observa no art. 2º § 1º

do CPPM.

QUESTÃO 19 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

As medidas de segurança regem-se pela lei processual vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.

Errada. A questão não possui previsão no CPPM, conforme demanda o enunciado. O texto

reflete, aproximadamente, o art. 3º do CPM: “Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução”.

QUESTÃO 20 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. Correta. Texto idêntico ao art. 6º, do CPPM.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

33 QUESTÃO 21 - PROFESSOR – 2017

A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Entretanto, admitir-se-á a interpretação expansiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.

Errada. A questão apresenta a transcrição de parte do art. 2º, do CPPM. Entretanto, a parte

relativa ao § 1º, do mesmo artigo, troca a palavra extensiva por expansiva.

QUESTÃO 22 - PROFESSOR – 2017

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi promulgada no Brasil em 6 de novembro de 1992, por meio do Decreto nº 678.

No tocante às divergências entre essa convenção e a interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que:

Sendo uma convenção internacional da qual o Brasil é signatário, e já tendo sido promulgada no país, a mesma prevalece sobre a norma do CPPM. Devido ao tema tratado na convenção em tela, a mesma possui status supralegal em nosso ordenamento jurídico.

Correta. Vide art. 1º, § 1º, do CPPM e súmula vinculante de nº. 25 do STF.

QUESTÃO 23 - MPM – PROMOTOR – MPM – 2013 (Adaptada)

No tocante à interpretação da norma processual penal militar, podemos afirmar que: Os termos técnicos são entendidos exclusivamente em sua acepção especial, não se admitindo que sejam empregados com outra significação, salvo disposto em lei.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

34 Errado. Conforme art. 2º do CPPM, os “termos técnicos hão de ser entendidos em sua

acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação”. Logo, “não se admitindo” está errado.

QUESTÃO 24 - PROFESSOR – 2017

De acordo com o Código de Processo Penal Militar:

Aplicam- se, subsidiariamente, as normas do CPPM aos processos regulados em tratados internacionais.

Errada. Vide art. 1º, § 2º, do CPPM.

QUESTÃO 25 - CESPE – ANALISTA – STM – 2004

À polícia judiciária militar, que é exercida pelas autoridades militares, cabe auxiliar as polícias civil e federal na apuração de infrações penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na apuração de quaisquer infrações penais.

Errada. Observe o Art. 8º do CPPM, “compete à Polícia judiciária militar”:

a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;

g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;

Logo, a apuração é feita de polícia judiciária militar, a qual pode requisitar o apoio da polícia civil e das repartições técnicas civis.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

35 QUESTÃO 26 - PROFESSOR – 2017

No que tange ao CPPM, o uso da interpretação extensiva, ou da interpretação restritiva, não será admitido quando cercear a defesa pessoal do acusado.

Correta. Vide art.2º, § 2º, a), do CPPM: “Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado”.

QUESTÃO 27 - PROFESSOR – 2017

Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas do CPPM, em tempo de paz, a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada.

Errada. O art. 4º, I, d), apresenta a ressalva “desde que estejam sob comando militar ou

militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente”, a qual não aparece na questão.

QUESTÃO 28 - PROFESSOR – 2017

As normas previstas no CPPM se aplicam somente aos processos iniciados após a vigência do referido código.

Errado. Conforme art. 5º, do CPPM, as normas se aplicam inclusive aos processos

pendentes: “Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

36 QUESTÃO 29 - PROFESSOR – 2017

No momento em que o Brasil se torna signatário de um tratado internacional, o mesmo passa a prevalecer sobre as normas contidas no CPPM.

Errada. Os tratados devem ser validados pelo Congresso Nacional e sancionados pelo

Executivo para ganharem eficácia. Ou seja, a prevalência não ocorre no momento da assinatura do tratado.

QUESTÃO 30 - PROFESSOR – 2017

As convenções e tratados internacionais relativos a direitos humanos de que o Brasil seja signatário podem adquirir status de Emenda Constitucional, caso aprovados de

acordo com as regras em vigor para emendas constitucionais. Ou seja, aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

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