Análise da implantação das ESF nos Estados da
Cooperação Técnica Descentralizada da OPAS
Bahia, Rio de Janeiro, Goiânia,
Rio Grande do Sul, Rondônia, Paraná.
Projeto Sistemas e Serviços de Saúde
OPAS
I.
Antecedentes e Justificativa
II. Objetivos da pesquisa
III. Métodos
IV. Resultados
V. Conclusões
VI. Recomendações
• Início oficial do PSF Brasil: 1994.
• Antecessor mais próximo: PACS.
• Houve um crescimento acelerado das equipes
da saúde da família (ESF)
nos últimos anos no Brasil.
• MS: teve a iniciativa de analisar o grau de
implantação e funcionamento das ESF.
• Decisão política e administrativa: pesquisa
avaliativa.
• 2001 e 2002: foram os anos de execução do
estudo.
Princípios PSF
1. Caráter substitutivo AB e com nível resolutivo
2. Territorialização
3. Programação e planejamento descentralizados
4. Integralidade na assistência: continuidade em ações
de promoção, prevenção e recuperação em saúde.
5. Abordagem multiprofissional
6. Estímulo à ação intersetorial
7. Estímulo à participação e controle social
8. Educação permanente dos profissionais das ESF
9. Adoção instrumentos acompanhamento e avaliação
1.
Determinar o grau da implantação da estratégia de saúde da
família nos Estados da cooperação técnica descentralizada da
OPAS Brasil.
2.
Identificar aspectos / áreas susceptíveis de melhora no referente
ao funcionamento das equipes na área de estudo.
3.
Determinar a influência de algumas variáveis do contexto sobre o
grau de implantação das ESF, de interesse para o gestores SUS
.
Âmbito de estudo
• ESF de todos os Estados do Brasil e DF.
• Público alvo: 100% das equipes
Momento de estudo
• Fase 1: Foram visitados 9 UF, entrevistando um total de 4814 ESF (2001)
• Fase 2: Foram visitados o resto de UF (2002)
Entrevistas
• Foram feitas um total de 13,973 entrevistas que correspondem a igual
número de equipes
Questionário
• Semi - estruturado.
•
Áreas: identificação, implantação, infra-estrutura UBS, processo de trabalho
das ESF, acesso aos serviços e procedimentos, recursos humanos e capacitação
.
• Ênfase na estrutura e processo
Entrevistador
• A coleta de dados foi feita por entrevistadores qualificados e treinados no MS
• Cada entrevistador visitou a equipe no lugar de trabalho.
Modalidade de entrevista
• Perguntas ao Médico da ESF, lista de verificação.
Controle de qualidade da informação
• Supervisão dos entrevistadores nas UBS.
Dados analisados:
• Subgrupo de ESF das UF da CTD OPAS (3577 ESF)
• Unidade de análise: ESF
• Variáveis de estudo: 348
Estatística para a análise:
O1: descritiva (freqüência e pontuações)
O2: descritiva (freqüência e pontuações)
O3: analítica (análise multivariável: regressão lineal
múltiplo)
Caráter substitutivo e resolutivo Recursos humanos Ambiente físico Materiais, equipamento Insumos Medicamentos ASSISTENCIAL Consultas ambulatoriais (4 especialidades) Saúde da criança
Adulto: ENT, transmissíveis Adulto: DTS
Territorialização Mapa de abrangência
Integralidade
Promoção / Prevenção AB: SM /SC / AEC / VD Acesso a redes do SUS
Abordagem multiprofissional Estímulo participação social Organização, gestão e participação social Capacitação dos RRHH Educação permanente
DIRETRIZES PSF VARIAVEIS DE ESTUDO DIMENSÕES DE ANALISE
ESTRUTURA
IV. Resultados
Gerais (descritivos)
Escalas de pontuação
Graus de implantação
Variáveis do contexto
Universo da Pesquisa ESF avaliados segundo Unidades Federativas
Resultados gerais
ESTADOS DA COOPERAÇÃO TECNICA DA OPAS
679 19.0 793 22.2 731 20.4 381 10.7 109 3.0 884 24.7 3577 100.0 Bahia Rio de Janeiro Goiania
Rio Grande do Sul Rondonia
Parana Total
Universo da Pesquisa
População do município onde ESF está implantado
35.5 29.1 24.8 19.2 17.8 66.0 25.5 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 BA RJ GO RS RO PR BRA % < 20,000 habitantes > 20,000 - <100,000 > 100,000 habitantes
Area de actuação das ESF segundo UF
48.3 57.3 45.9 52.8 61.3 54.9 66.50
20
40
60
80
BA
RJ
GO
RS
RO
PR
BRA
Urbana Rural Ambas %Tempo de funcionamento das ESF em meses segundo UF
UF Média Nº Bahia 16.3 658 Rio de Janeiro 23.5 788 Rio Grande do Sul 21.9 380 Rondônia 24.5 82
Brasil 25.6 8889Tempo de funcionamento ESF (categorias)
Tempo de funcionamento das ESF segundo UF
44 56.1 50 37.5 38.8 26.8 51.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 BA RJ GO RS RO PR BRA< 1 ano 1 - 3 años > 3 años
Infra-estrutura da UBS
Disponibilidade de ambiente físico
para os ESF segundo UF
62.6 62.9 60.7 48.8 91.8 70.6 79.5 0 20 40 60 80 100 120 BA RJ GO RS RO PR BRA
C. médico C. enfermagem S. vacinas
Disponibilidade de equipamento e materiais
para o
atendimento da criança
segundo UF
73.1 88.2 74.7 84.9 67.5 72.9 74.6 0 20 40 60 80 100 120 BA RJ GO RS RO PR BRA
Geladeria Aerossol, nebulizador Balança infantil
Disponibilidade de equipamento e materiais
para o
atendimento do adulto
segundo UF
46.4 60.3 51.0 80.4 43.9 62.9 59.4 0 20 40 60 80 100 120 BA RJ GO RS RO PR BRA
Tens / esfignoman Balança de adulto Otoscopio Glicosìmetro
Disponibilidade de equipamento e materiais
para o
atendimento da mulher
segundo UF
83.1 88.3 74.7 97.6 78.3 85.0 69.2 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 BA RJ GO RS RO PR BRA
Mesa ginecològica Espèculos ginecològicos Estetoscopio Pinard
47.2 48.9 41.4 65.3 27.7 45.7 53.3 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %
Captopril comp Amoxicilina caps. Diclofenaco comp
Carga Horária profissionais ESF segundo UF
Médicos: 40 horas 0 20 40 60 80 100 120 BA RJ GO RS RO PR BRA % Contratadas Cumplidas Enfermeras: 40 horas 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 BA RJ GO RS RO PR BRA % Contratadas CumplidasVínculo laboral (Estatutário / CLT) del personal ESF según Estados 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %
Médico Enfermera Auxiliar enfermería ACS
Processo de trabalho das ESF
81.2 76.4 60.8 82.1 86.9 79.0 76.5 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %Médico Enfermero Agente comunitario de salud
Realização de visita domiciliar pelo
pessoal ESF segundo Estados
(*)Reunião do pessoal da ESF com a comunidade
segundo Estados
(*)
(*): nos últimos 180 dias
35.7 50.8 43.5 62.6 55.9 48.3 51.8 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA
Médico Enfermeiro Agente comunitario de saúde
Pessoal das ESF participa nas reuniões de Conselho Municipal de Saúde 30.8 18.1 35.3 67.5 20.5 51.4 37.2 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA % %
78.7 90.4 70.8 55.6 70.0 67.1 75.1 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA
CPN médico CPN enfermeiro Prevenção CA colo
%
Atividades preventivas das ESF em Saúde da mulher
segundo UF
61.3 76.7 67.8 55.6 56.1 63.7 47.1
0.0
20.0
40.0
60.0
80.0
100.0
BA RJ GO RS RO PR BRA%
ADPI medico
ADPI enfermeiro
TRO
64.1 62.9 40.0 77.4 58.5 63.2 49.6 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %
Glicemia capilar Tratamiento DM Tratamiento HTA
Atividades assistenciais das ESF em Saúde de Adulto
(doenças crônicas) segundo UF
33.7 22.7 22.8 23.3 24.6 26.1 36.5 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %
Diagnostico TB Tratamento TB DOT - TB Trat.Hanseniase
Atividades assistenciais das ESF em Saúde de Adulto
(doenças transmissíveis) segundo UF
49.1 69.9 58.0 48.3 33.3 61.1 43.8 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA
Gestantes Diabéticos Idosos
Atividades educativas continuadas feitas pelo
ESF a grupos populacionais segundo UF
Uso do SIAB pelos ESF para Program ação sanitária segundo Estados 41.9 60.9 51.1 46.9 23.2 36.3 49.7 0 10 20 30 40 50 60 70 BA RJ GO RS RO PR BRA %
80.3 80.5 48.3 50.1 50.5 57.7 57.9 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %
Citopatologia CA colo utero Ultrassonog obsterica
Acceso dos ESF as consultas especializadas segundo UF
45.4 80.3 60.6 58.4 56.8 66.3 61.4 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0 BA RJ GO RS RO PR BRA %INFRAESTRUTURA Recursos humanos (1.25) Ambiente físico (1.25) Materiais, equipamento (0.75) Insumos (0.25) Medicamentos (0.5) ASSISTENCIAL (1.75) Consultas ambulatórias (4 especialidades) Saúde da criança
Adulto: ENT, transmissíveis Adulto: DTS Promoção: AEC (0.75) Prevenção: SM /SC / VD (1.0) Organização, gestão e participação social (0.5) Capacitação dos RRHH (1.0)
ESTRUTURA (4.0)
PROCESSO (6.0)
Acesso a redes (1.0):Lab. (0.2), outros exam (0.2)
Cons. Espec (0.3), internam (0.3).
Pontuação da
Implantação ESF
+
-Grau de
implantação
ESF
Variáveis de contexto: Tempo de funcionamento Âmbito geográfico Porte do município Lógica de pontuaçãoPontuação Estrutura
884 109 381 731 793 679 N = Parana RondoniaRio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % E st rut ur a 100 90 80 70 60 50 40 884 109 381 731 793 679 N = Parana Rondonia
Rio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % D isp onbi lidade de m edi ca m ent os 100 90 80 70 60 50 40
Pontuação Promoção / Prevenção
884 109 381 731 793 679 N = Parana RondoniaRio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % P rom oçã o e pr eve nçã o em sa úde 100 90 80 70 60 50 40 30
Pontuação Assistencial
884 109 381 731 793 679 N = Parana RondoniaRio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % A ti vi dades assi tenci as E S F 100 90 80 70 60 50 40 30
884 109 381 731 793 679 N = Parana Rondonia
Rio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % A ce sso a r edes de se rvi ço s no S U S 100 90 80 70 60 50 40
Pontuação capacitação dos RRHH
884 109 381 731 793 679 N = Parana RondoniaRio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % C apaci taçã o R R H H 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10
Organização, gestão e participação social
884 109 381 731 793 679 N = Parana Rondonia
Rio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % gest ão e par ti ci paçã o so ci al 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10
Pontuação final da implantação PSF nos
Estados da Cooperação técnica OPAS
884 109 381 731 793 679 N = Parana Rondonia
Rio Grande do Sul Goiania Rio de Janeiro Bahia % S co re f inal I m pl ant açã o E S F 100 90 80 70 60 50 40 30
+
-Graus de implantação das ESF
Aceitável: > 80%
Intermédio: 80 - 60%
Crítico: 40 - 60%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% BA RJ GO RS RO PR BRA
Muito crit Crítico Intermed Aceitável
Grau de
implantação
ESF
Variáveis de contexto: Tempo de funcionamento Âmbito geográfico Porte do municípioRegressão lineal múltiplo
Grau implantação PSF = fx ( Temp f , Amb geog , Pop munic) Pontuação implantação meses urb / rur miles
Variáveis de contexto
Coefficients: Lineal multiple regressiona 59.795 .652 91.745 .000 .103 .015 .152 6.787 .000 4.095 .705 .132 5.808 .000 1.334E-06 .000 .071 3.122 .002 (Constant) Tempo de funcionamento das ESF em meses URBANA VS SOLO RURAL População municipio Model 1 B Std. Error Unstandardized Coefficients Beta Standardi zed Coefficien ts t Sig.
Dependent Variable: SCORE FINAL IMPLANTACION PSF (EST MAS PROC) escala centesimal
• Níveis heterogêneos de implantação do PSF.
• Implantação do PSF: ênfase em municípios de mediana população, urbanos • ESF: tem pouco tempo de funcionamento.
• Infra-estrutura física: níveis abaixo dos padrões esperados (equipamentos, medicamentos). O que representa uma ameaça à resolutividade da AB.
• O vínculo contratual profissionais ESF e cumprimento de horário : debilidades. • As ESF desenvolvem principalmente ações assistenciais.
• As ações preventivas são desenvolvidas na UBS e as ações de promoção ainda são precárias.
• A dinâmica da capacitação mostra um radio de alcance limitado (ESF) • A gestão e participação social induzida pelos PSF: limitada.
•A relação das ESF com a rede de serviços SUS é ainda limitada.
• Em gral, existem 3 grupos segundo o grau de implementação PSF: o grupo de avanço (RS, RJ), o grupo intermédio (BA, GO, PA) e um estado de nível crítico (RO).
• As ESF que tem mais tempo de funcionamento e localizadas na área urbana têm maiores possibilidades de alcançar grau de implantação aceitável.
• Aprofundar os esforços das esferas de gestão para conseguir que a estratégia PSF seja um real modelo de reorganização da AB e do SUS em geral.
• Impulsionar nas ESF o desenvolvimento prioritário de ações de promoção em saúde, prevenção de doenças e participação social.
• Desenvolver ações que fortaleçam a qualidade de atendimento nas UBS.
•Negociação entre os gestores SUS para criar, fortalecer e operar eficazmente as
redes locais de referência de pacientes, garantindo que o PSF seja a porta de entrada ao sistema.