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ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM CARACTERIZANDO O IDOSO PORTADOR DE HIPERTENSÃO: UM RELATO DE EPXERIÊNCIA

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Academic year: 2021

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ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM CARACTERIZANDO O IDOSO PORTADOR DE HIPERTENSÃO: UM RELATO DE EPXERIÊNCIA

Jeferson Santos Araujo1 Lucialba Maria Silva dos Santos1 Ralrizônia Fernandes Sousa1 Silvio Éder Dias da Silva2 Vander Monteiro da Conceição1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial ou "pressão alta", segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, é a elevação da pressão arterial para números acima dos valores considerados normais (120/80 mmHg). Esta elevação anormal é mais comumente encontrada na população idosa e pode causar, desde que não tratada, lesões em diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos1.

Estima-se que a hipertensão arterial atinja aproximadamente 22% da população brasileira acima de vinte anos, sendo responsável por 80% dos casos de acidente cérebro vascular, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% das aposentadorias precoces, além de significar um custo de 475 milhões de reais gastos com 1,1 milhões de internações por ano no Sistema Único de Saúde2.

É uma das doenças crônicas que apresenta maior prevalência no mundo, e sozinha representa o mais importante fator de risco cardiovascular modificável, estando associada a condições bastante freqüentes em idosos, como doença arterial coronária, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca, doença renal terminal, doença vascular periférica, hipertrofia ventricular esquerda e disfunção diastólica.

Estima-se que muitas pessoas nem sabem que têm pressão alta, pois, o organismo com o tempo acaba acostumando-se com os níveis elevados e não apresentam sinais e sintomas visíveis, por isso o conhecimento do perfil sócio-demográfico dos pacientes hipertensos, do uso que fazem dos serviços de saúde e das estratégias terapêuticas que conhecem e utilizam, é

1

Discentes da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará.

2

Professor Assistente da Faculdade de Enfermagem da UFPA. Doutorando do DINTER/UFPA/UFSC/CAPES. Mestre em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Membro do Grupo de Estudos de História do Conhecimento de Enfermagem (GEHCE) e do Grupo de Pesquisa: Educação, Políticas e Tecnologia em Enfermagem da Amazônia (EPOTENA). COREN – PA: 87238.

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importante, pois a partir destes e possível direcionar intervenções mais eficazes para o controle da doença.

OBJETIVOS:

z Identificar o nível de conhecimento dos idosos hipertensos sobre sua doença;

z Analisar o nível desse conhecimento e suas implicações nas orientações para o controle da patologia.

METODOLOGIA

Este estudo é um relato de experiência sendo utilizada a pesquisa exploratório-descritiva, com uma abordagem qualitativa aplicado a 20 idosos que participam de um programa de acompanhamento para hipertensos em um plano particular de saúde no município de Belém - Pará. O período de coleta foi de abril a maio do ano de 2009.

O estudo exploratório tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela está inserida. Este tipo de pesquisa quando utilizada em humanos serve para melhor compreensão do comportamento, tendo em vista que o homem é mais bem compreendido no contexto social onde ocorre. Assim o estudo tem um sentido geral diferencial do aplicado à maioria dos estudos apresentados, com o objetivo de obter informação a fim de refletir verdadeiramente as características da realidade, evitando então que as predisposições não fundadas no repertório que se pretende conhecer influenciem nas percepções do pesquisador e, conseqüentemente, no instrumento de medida. Não corrigido, este tipo de tendência poderá conduzir o pesquisador a perceber a realidade segundo sua ótica pessoal, de caráter técnico-profissional3.

A pesquisa descritiva serve para observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) do mundo físico e, especialmente, do mundo humano, sem a interferência do pesquisador3.

Utilizamos a técnica de observação, pois está relacionada ao campo especifico da ciência e da realidade empírica, ou seja, aos fenômenos que se podem ver, sentir e tocar etc. Na vida cotidiana, a observação é um dos meios mais freqüentemente usados pelo ser humano para conhecer e compreender pessoas, coisas, acontecimentos e situações.

Foi utilizado também dois questionários, um com perguntas semi-dirigidas e outro com as seguintes perguntas semi-estruturadas:

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z Você sabe o que é hipertensão?

z Se sabe, explique.

Utilizamos a análise através da problematização, pois o pesquisador não se limita a conhecer e criticar textos: ele chega a descobrir novos problemas que precisam ser resolvidos. Quanto melhor tenha realizado as etapas anteriores de “entender, sintetizar e criticar”, tanto mais terá para perceber o problema ou os problemas que ainda precisam ser resolvidos, ou melhor, apresentados3.

RESULTADOS

A tabela a seguir demonstra a prevalência de idade dos clientes entrevistados. Tabela 1 – Distribuição quanto à faixa

etária

Faixa etária Quantidade 60 – 65 10 66 – 70 07 Acima de 70 03

Total 20

No processo de envelhecimento, inúmeros agravos à saúde poderão surgir em decorrência das várias alterações fisiológicas e funcionais, peculiares ao grupo de idosos, tornando o indivíduo mais vulnerável às doenças crônicas. O resultado desta constatação implica uma demanda crescente por serviços de saúde, que freqüentemente exigem intervenções onerosas, envolvendo tecnologia complexa4.

A tabela a seguir demonstra que a maioria dos entrevistados era do sexo feminino. Tabela 2 – Distribuição quanto ao sexo

Sexo Quantidade Masculino 04

Feminino 16 Total 20

As estimativas de prevalência da hipertensão arterial variam muito, dependendo, não só das diferenças reais entre as populações, mas, do ponto de corte definido, do método usado para medir a pressão arterial, da faixa etária avaliada, dos critérios utilizados (pessoas hipertensas tratadas e controladas) e da representatividade da amostra5.

A terceira tabela organiza os entrevistados quanto o estado civil, tendo em sua maioria pessoas casadas, como pode ser observado a seguir.

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Tabela 3 – Distribuição quanto ao estado civil Estado Civil Quantidade

Solteiro 01 Casado 10 Divorciado 03 Concubinato 06

Total 20

A escolaridade é definida como o maior grau de educação formal completado pelo entrevistado ao momento da entrevista, segundo sua informação. Com base neste dado, os entrevistados foram classificados nos estratos descritos logo abaixo na tabela 4.

Tabela 4 – Distribuição quanto ao nível de escolaridade

Escolaridade Quantidade Nível fundamental incompleto 02

Nível fundamental completo 04 Nível médio incompleto 04 Nível médio completo 08 Nível superior completo 02

Total 20 A renda familiar é a soma dos rendimentos brutos percebidos mensalmente pelo agregado familiar, incluindo-se salários, pensões, aposentadorias, aluguéis e demais rendimentos. Foram especificados em "reais" e convertidos em Pisos Nacionais de Salário do mês em que a entrevista foi realizada. Os entrevistados apresentaram os seguintes valores descritos na tabela 5.

Tabela 5 – Distribuição Quanto à renda mensal

Renda Mensal Quantidade

Ate 1 salário mínimo mensal 02 De 1 a 2 salários mínimos mensal 12 De 2 a 3 salários mínimos mensal 06

Total 20 A sexta tabela demonstra os entrevistados quanto o uso de álcool e de tabaco.

Tabela 6 – Distribuição quanto ao etilismo e tabagismo Uso de tabaco e álcool Quantidade

Ex-tabagista 06 Ex-tabagista e ex-etilista social 03

Ex-etilista social 08 Não etilista ou tabagista 03

Total 20 Nos idosos a diminuição natural da função renal em virtude da idade aumenta o tempo em que o organismo leva para eliminar as toxinas, por isso os idosos geralmente precisam de

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doses baixas, já que neles a chance de acúmulos no organismo e conseqüente toxicidade são mais evidentes.

Idosos que usam álcool por mais de dez anos predispõem-se a desenvolver qualquer alteração estrutural em seu coração, podendo levar ao espessamento das artérias, veias e capilares e desenvolvendo então a HAS. Os fumantes sofrem os efeitos da poluição por cigarro, tais como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de seus problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, e aumento de problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina.

A sétima tabela demonstra os entrevistados quanto à prática ou não de atividades físicas.

Tabela 7 – Distribuição quanto à realização de Atividade Física

Atividade Física Quantidade

Atividade física programada 03 Atividade física ocupacional 13

Sedentarismo 04 Total 20 Os indivíduos mais sujeitos ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de nível

sócio-econômico mais baixo e os indivíduos incapacitados. As pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física, a partir da adolescência. A redução de mobilidade nos idosos pode levar a situação de restrição ao leito ou de uma poltrona.

A pressão arterial é aferida pelo método indireto, por manômetros aneróides, por duas vezes, usando-se a segunda medida para classificar o indivíduo como hipertenso ou normotenso. O critério para a designação de uma pessoa como hipertensa foi o da Organização Mundial da Saúde: 140 mmHg ou mais a pressão arterial sistólica e/ou 90 mmHg ou mais a pressão arterial diastólica. Os resultados obtidos estão demonstrados na tabela seguinte:

Tabela 8 – Distribuição Quanto a media da pressão aferida Média de Pressão Arterial Aferida Quantidade

140/90 mmHg – 160/90 mmHg 15 161/91 mmHg – 180/100 mmHg 04

181/101 mmHg 01

Total 20 A nona tabela demonstra o nível de conhecimento dos entrevistados quanto a HAS, o

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Tabela 9 – Distribuição quanto questionário semi estruturado

Perguntas Respostas Quantidade

Pressão alta 17 Qual o seu problema de

saúde? Hipertensão 03

Total 20 Respostas Quantidade

Sim 03 Você sabe o que é

Hipertensão? Não 17

Total 20 Se sabe, explique? Respostas Quantidade

Não souberam

explicar

02

Soube explicar 01

Total 20 A educação em saúde deve ser encarada como uma atividade globalizante,

desenvolvimentista e construtivista que permite a apropriação por parte das pessoas de novas formas de estar e pensar em saúde, possibilitando-lhes a tomada de decisões livres e a seleção de alternativas num contexto adequado de informação, habilidades cognitivas e suporte social6.

DISCUSSÃO

Dos vinte participantes apenas três sabiam que eram portadores de hipertensão, porém, dos três que afirmavam saber o que era HAS, apenas um soube explicar corretamente o que era hipertensão. Dessa forma o restante não conhecia a sua própria doença.

Realizando a análise desses questionamentos verificamos que, mesmo em pequeno número de entrevistados, os idosos são pouco orientados quanto a sua doença, tendo em vista que sendo mais orientado possível o usuário melhor e mais facilmente irá aderir ao tratamento, pois este terá noção de como alguns hábitos do cotidiano interferem diretamente no controle da HAS, tais como má alimentação, sedentarismo, estresse entre outros fatores.

A problemática da adesão ao tratamento é complexa, pois vários fatores estão associados: paciente (sexo, idade, etnia, estado civil, escolaridade e nível sócio-econômico); doenças (cronicidade, assintoma-tologia); crenças, hábitos culturais e de vida (percepção da seriedade do problema, desconhecimento, experiência com a doença, contexto familiar, conceito saúde-doença, auto-estima); tratamento (custo, efeitos indesejáveis, esquemas complexos, qualidade de vida); instituição (política de saúde, acesso, distância, tempo de

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espera e de atendimento); e relacionamento com equipe de saúde (envolvimento e relacionamento inadequados)7.

Devemos incentivar a atividade física no idoso hipertenso; é necessário realizar uma avaliação cardiológica prévia e avaliar a condição dos pés do paciente, pois na presença de neuropatias e/ou microangiopatia é importante avaliar o risco de lesão por trauma que pode ser melhor em exercícios como natação e hidroginástica. Devemos evitar exercícios como musculação, em que apenas determinado grupo muscular é ativado, pois existe risco de glaucoma ou hemorragia da retina. Os melhores exercícios são caminhadas, andar de bicicleta, natação e hidroginástica8.

A educação está fundamentada na reflexão a partir da realidade do educando, o qual após retornar a essa realidade tem a possibilidade de transformá-la.Para o educador, o ser humano estabelece relações com a natureza e a cultura. Parafraseando o pensamento freireano, o enfermeiro pode ser considerado, juntamente com o indivíduo, a família e a comunidade, também um educando9.

Ao conceber o cuidado como atividade de educação em saúde, a Enfermagem deixa de se sentir a "dona" do cuidado, adotando uma postura horizontalizada. Exercendo esse cuidado holístico, contribui para a construção de uma prática crítica, libertadora e contextualizada, valorizando a culturalidade do indivíduo, família e comunidade10.

CONCLUSÃO

A fragilidade do idoso hipertenso e não orientado, é intuitivamente perceptível, mas de difícil definição. A definição mais amplamente aceita, mas não consensual, é a de estado de vulnerabilidade devido ao autocuidado. O enfermeiro nesse contexto representa um papel de suma importância, pois tal profissional tem como principal “arma” do cuidado a educação em saúde, cabe a ele conseguir identificar pequenas falhas no processo saúde doença, buscando dessa forma o cuidado holístico, promovendo então qualidade de vida.

REFERÊNCIAS:

1. Sociedade Brasileira de Nefrologia. III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Disponível em: http://www.sbn.org.br/Diretrizes/cbha7.htm - Acesso em: 27 de junho de 2009, às 23h15min.

2. Brasil, M.S. Relatório técnico da campanha nacional de detecção de suspeitos de diabetes mellitus. Brasília: Secretaria de Políticas da Saúde, Ministério da Saúde; 2001.

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3. Rampazzo, L. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. Edições Loyola: 3ª edição, São Paulo – SP, 2003.

4. Veras, R. P. Em busca de uma assistência adequada à saúde do idoso: uma revisão da literatura e aplicação de um instrumento de detecção precoce e de previsibilidade de agravos. Cad. Saúde Pública. 2003. Maio - Jun; 19 (3): 705-15. 5. Oliveira, R. Z. de; Nogueira, J. L. Hipertensão arterial no município de Cianorte,

Estado do Paraná, Brasil. Acta. Sci. Health. Sci. 2003 Jan-Jun; 25 (1): 75-9.

6. Branco, I. M. B. H. P. Prevenção do câncer e educação em saúde: opiniões e

perspectivas de enfermagem. Texto contexto - enferm. v.14 n.2 Florianópolis abr./jun. 2005.

7. Santos, Z. M. de S. A.; Frota, M. A.; Cruz, D. M.; Holanda, S. D. O. Adesão do cliente hipertensão tratamento: análise com abordagem interdisciplinar. Texto contexto - enferm. v.14 n.3 Florianópolis jul./set. 2005.

8. Prado, F. C. do; Ramos, J.; Valle, J. R. Atualização Terapêutica 2007. Editora: Artes Médicas – SP, 23ª EDIÇÃO – 2007.

9. Veras, R. P. Modelos contemporâneos no cuidado à saúde. Rev. USP. 2001. Set - Nov; (51): 72-85.

10.Cunha, R. R.; Pereira, L. da S.; Gonçalves, A. S. R.; Santos, E. K. A. dos; Radünz, V.; Heidemann, I. T. S. B.Promoção da saúde no contexto paroara: possibilidade de cuidado de enfermagem. Texto contexto - enferm. vol.18 no. 1 Florianópolis jan./mar. 2009.

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