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Eixo Temático: Gestão. Liane Carolina Bohn, graduanda em Arquivologia Bolsista PET/MEC/SESu

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Academic year: 2021

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Eixo Temático: Gestão

Liane Carolina Bohn, graduanda em Arquivologia Bolsista PET/MEC/SESu

lianebohn@yahoo.com.br

Daniela dos Reis de Almeida, Profª Drª do Departamento de Ciência da Informação O ESTUDO DE USUÁRIOS NA ARQUIVOLOGIA BRASILEIRA: UM

LEVANTAMENTO EM PERIÓDICOS ON LINE.

RESUMO:

A Arquivologia no Brasil tem se desenvolvido nas últimas décadas pelas necessidades proeminentes da Ciência da Informação, consequencia da crescente documentação que vem sido produzida desde o século XIX. Consequentemente a área tem desenvolvido toda uma bibliografia básica, e anseia por estudos e pesquisas para contribuição sobre os diversos temas relacionados a Arquivologia. Um destes temas e o que será analisado na presente pesquisa é o Estudo de Usuários na Arquivologia. Tema ainda emergente na Arquivologia que apresenta a necessidade do olhar para o usuário e consequentemente um estudo e análise das necessidades dos usuários de Arquivo. Os estudos voltados aos usuários de arquivo aperfeiçoariam o planejamento e gestão de serviços de arquivo. Assim, a pesquisa propõe um levantamento em periódicos on line da Ciência da Informação a fim de investigar a ocorrência do tema “usuário” e do termo “estudos de usuário” na Arquivologia Brasileira, por meio de verificação nos periódicos: Arquivistica.net; Data Grama Zero; Encontros Bibli; Informação & Informação; PCI; RBBD; Transinformação e Revista em Questão. Analisando os dados qualitativamente e levantando discussões sobre a necessidade do olhar para o usuário a partir das suas necessidades, segundo proposta da autora Carol Collier Kuhlthau. No momento o trabalho encontra-se em andamento.

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INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa insere-se na linha “Gestão da Informação e do Conhecimento”, no tema “Cultura e Comportamento informacional voltado à gestão da informação e do conhecimento”.

Na literatura arquivística clássica/tradicional, na qual se prioriza o tratamento documental e a preservação de documentos, percebe-se, claramente, que o tema “usuário” ás vezes é pouco significativo. Em decorrência desse fato os estudos no Brasil ainda não se preocupam com a questão do estudo de usuários nos arquivos, como em outros países nos quais tais estudos configuram uma corrente ainda emergente na Arquivologia.

A origem de tal pesquisa deve-se a um artigo que instigou a realização do projeto. Nesse artigo os autores, José Maria Jardim e Maria Odila Fonseca (2000) fazem um convite a uma Arquivologia cada vez mais centrada no usuário da informação apresentando a ausência de janelas no arquivo para o mundo/sociedade. Apresentando hipóteses levantadas na análise da literatura da área, que deram origem a problemática da presente pesquisa:

* A literatura arquivística sobre estudos de usuários é pouco expressiva quando comparada a outros temas como transferência de documentos, avaliação, arranjo e descrição, etc. ;

* A preocupação com o acesso à informação é evidente, reiterando o compromisso ético-profissional do arquivista com este tema. A ênfase, porém, encontra-se nos aspectos legais, oferta de instrumentos de pesquisas, normalização, etc;

* A noção de acesso à informação arquivística tende a estar mais relacionada aos atributos do arquivista e aos deveres da instituição arquivística do que a um processo de transferência da informação que envolve necessariamente a participação do usuário.

* De maneira geral, o usuário não se configura como sujeito do processo de transferência da informação e sim como objeto (nem sempre explicitado) do acesso à informação;

* No que se refere aos estudos de usos e usuários de arquivos não se plasma uma literatura que aprofunde este tema do ponto de vista teórico e prático;

* A preocupação com o acesso aos arquivos não parece estar calcada numa perspectiva efetivamente dialógica envolvendo arquivista, arquivos e usuário;

* Os estudos tendem privilegiar o usuário do arquivo permanente, sem contemplar as especificidades que envolvem os usos e usuários das demais fases do ciclo vital arquivístico,

* Parece ocorrer no campo arquivístico algo semelhante ao que menciona Le Coadic (1997, p. 7) quando aborda a questão no campo da Biblioteconomia e da Documentação ou seja, inicialmente procuraram-se respostas " aos problemas colocados pelas coleções (constituição, crescimento, classificação, catalogação, conservação), depois aqueles

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colocados pelas biblioteca em si, enquanto serviço organizado (regulamento, pessoal, contabilidade, local, mobiliário) e somente por último, os problemas colocados pelos leitores, pelos usuários... "

* Sem minimizar os mecanismos que determinam o predomínio da difusão de conhecimento em nosso campo, aparentemente é no âmbito da literatura arquivística norte-americana que a questão do usuário mostra-se mais enfatizada. (JARDIM & FONSECA, 2000)

Esse estudo torna-se pertinente por analisar a promoção do uso, acesso e fluxo da informação. Propondo analisar as novas práticas de estudo do usuário, configuradas em uma perspectiva voltada para as necessidades do usuário, ou seja, para um serviço de informação realmente orientado as necessidades do usuário. Através da análise comparativa da perspectiva apresentada por Carol Collier Kuhlthau na área da Biblioteconomia.

Le Coadic apresenta quatro campos de pesquisa que se relacionam atualmente nos estudos dos usuários na Ciência da informação: o estudo dos usos da informação e dos sistemas de informação; o estudo dos usuários da informação e dos sistemas de informação; o estudo das necessidades de informação; o estudo das interações informacionais, reveladoras das necessidades de informação. (JARDIM & FONSECA, 2000). Das quais a pesquisa se aterá nas relacionadas as necessidades do usuário, o estudo das necessidades de informação; o estudo das interações informacionais, reveladoras das necessidades de informação.

Tálamo (1996, p. 12) afirma que “a informação é inseparável do sujeito, tanto daquele que a gera, como daquele que a transforma e a trata, como daquele que a recebe e aplica (...)”. Assim a informação apresenta a figura do usuário durante todo o seu fluxo: produção, tratamento e uso.

Enquanto Santos (2008, p. 184), analisando o papel do arquivista em suas atribuições tradicionais, considera equivocada a visão de alguns teóricos que definem como passiva a relação entre os arquivistas e seus clientes, os usuários de arquivo. Apresentando questões da Gestão do Conhecimento para a mudança de tal realidade, “acredita-se na possibilidade mudar esta situação e otimizar o trabalho dos arquivistas e o uso dos arquivos elevando-os a um novo patamar de importância na estrutura decisória da instituição” (p. 185).

A autora Carol Collier Kuhlthau apresenta a necessidade do estudo do usuário, sob a perspectiva de aprendizagem, no sentido de ser ativo ao criar significado para a informação, sendo que tal atividade depende do conhecimento que o usuário já possui, suas experiências particulares, apresenta uma perspectiva

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que parte do usuário ao buscar significados, levando em conta suas vivências e conhecimentos anteriores, escolhas de relevância pessoais (2004).

Esse estudo faz parte da análise da Gestão da Informação e do Conhecimento em Unidades de Informação. Ponjuán Dante (2004) define a Gestão da Informação como

el proceso mediante el cual se obtienen, “despliegam” o utilizan recursos básicos (econômicos, físicos, humanos, materiales) para manejar información dentro y para la sociedad a la que sirve. Tiene como elemento básico la géstión del ciclo de vida de este recurso y ocurre em cualquier organización. Es propia también de unidades especializadas que manejan este recurso em forma intensiva, llamadas unidades de información (p. 19). As dimensões de estudo da Gestão da Informação são: o ambiente, os processos, as pessoas, a tecnologia, a infra-estrutura e os produtos e serviços (PONJUAN DANTE, 2004, p. 19). Observa-se que os arquivos fazem parte das Unidades de Informação citadas pela autora, ou seja, possuem a função de gerir a informação, com suas particularidades, e consequentemente devem analisar as dimensões de estudo da Gestão da Informação, nas quais as pessoas, o ambiente e os produtos e serviços estão incluídos. Em virtude disto podemos assimilar tais questões como uma afirmação a importância do estudo de usuários para gerir as informações, o ambiente em que se encontram e os produtos e serviços oferecidos a eles.

A Gestão do Conhecimento, segundo Choo (2006), aborda a organização do conhecimento ao analisar as formas que as organizações se utilizam das informações ao criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. Seu foco, segundo Santos (2008, p. 192), encontra-se no conhecimento, “abrangendo as pessoas, os clientes e fornecedores, visando a melhoria da eficiência e da eficácia dos processos organizacionais, bem como a inovação”.

Nessa perspectiva, Santos (2008) apresenta o profissional arquivista em período de transição, ou até crise de identidade, pois ao seu fazer tem sido adicionadas tais questões como os estudos da Gestão da Informação e do Conhecimento. O profissional tem se aprimorado para atender as necessidades das organizações, e assim a área também têm acrescido questões antes não analisadas, como as referentes aos usuários que o autor apresenta em seu artigo, e ao assimilar as abordagens da Gestão da Informação e do Conhecimento

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percebe-se visivelmente a análipercebe-se primordial dos usuários. Entendendo o usuário como sujeito que gera, transforma, trata, recebe e utiliza a informação.

Entende-se que a investigação dessa problemática torna-se pertinente na medida em que auxiliaria a compreensão da relação complexa entre os Arquivos e os Usuários.

Sendo assim, o problema dessa pesquisa é a necessidade de estudo dos usuários na arquivologia brasileira sob a perspectiva e análise das necessidades do usuário, necessidades de informação e interações sociais. Tema pouco divulgado no Brasil.

A pesquisa se propõe a analisar as condições do estudo de usuários no Brasil pela análise dos periódicos on line da Ciência da Informação,. E em seguida a análise dos dados realizando a comparação entre as áreas de Arquivologia e Biblioteconomia, conforme o proposto por Carol Collier Kuhlthau, e levantando as discussões necessárias.

METODOLOGIA

A pesquisa se configura em uma abordagem quantitativa/qualitativa e descritivo/analítico.

O caminho a se percorrer inicia-se pelo levantamento bibliográfico. Fase que analisará bibliografias já publicadas, como, artigos de periódicos e livros sobre: gestão da informação e do conhecimento, suas relações com o estudo do usuário e o estudo dos usuários em Unidades de Informação. Seguido de revisão da literatura selecionada, realizada por meio de pesquisa exploratória para posterior elaboração da fundamentação teórica. Entendendo pesquisa exploratória, conforme apresenta Gil (1991), como a pesquisa que tem por objetivo criar familiaridade com o problema com vistas de torná-lo explícito, sendo a pesquisa que envolve levantamento bibliográfico e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Posteriormente serão coletados os dados em alguns periódicos on line da Ciência da Informação: Arquivistica.net; Data Grama Zero; Encontros Bibli; Informação & Informação; PCI; RBBD; Transinformação e Revista em Questão. Buscando termo estudo

de usuários e o tema usários nas palavras-chave e resumos dos artigos dos periódicos

citados no período de 1990-2010. Concluindo com as análise e discussão dos dados levantados.

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RESULTADOS ESPERADOS E DISCUSSÕES

O presente projeto encontra-se em fase inicial, já foram realizados levantamento bibliográfico, e breve análise nos periódicos a serem analisados.

Foi analisada completamente as publicações do periódico Arquivistica.net, e não encontrou-se nenhum artigo relacionado ao estudo dos usuários. E o periódico DataGramaZero, por enquanto analisou-se os anos de 1999 a 2005, encontrando apenas um artigo relacionado ao estudo de usuários. Pela breve pesquisa realizada pude perceber claramente que a área necessita de publicações e incentivos quanto ao estudo dos usuários, pois no total de 200 artigos analisados apenas um apresentou o tema.

Espera-se com a pesquisa demonstrar a situação da arquivística brasileira quanto ao estudo dos usuários, suscitar outras pesquisa e publicações que enfatizem esse tema devido a sua visível relevância e apresentar tais estudos como contributo para a área.

CONCLUSÃO

Sendo o trabalho ainda inconcluso, e sem resultados analisados por enquanto, nos satisfazemos em enfatizar a importância do tema para a área, pelo seu caráter inovador na arquivologia, buscando apresentar a necessidade do estudo de usuários na Arquivologia Brasileira, pois o usuário faz parte de todas as fases do fluxo documental e deve ser a partir de suas necessidades a realização do planejamento e gestão dos arquivos.

REFERÊNCIAS

CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as aorganizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões.

Tradução de Eliana Rocha. 2 ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1991 JARDIM, J. M; FONSECA, M. O. Estudos de usuários em arquivos: em busca de um estudo da arte. IN: I Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica.

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KUHLTHAU, C. C. Seeking meaning: a procces approach to library and information services. 2 ed. Westport, Connecticut: Libraries Unlimited, 2004.

PONJUÁN DANTE, G. Gestión de información: dimensiones e implementación para el êxito organizacional. Rosário, Santa Fé, Argentina: Nuevo Parhadigma Edicionaes, 2004.

SANTOS, V. B. dos. A prática arquivística em tempos de gestão do conhecimento. In: SANTOS, V. B. dos; INNARELLI, H. C.; SOUZA, R. T. B. de. Arquivística temas contemporâneos: classificação, preservação digital, gestão do conhecimento. 2 ed. Distrito Federal: SENAC, 2008. p. 175 – 223.

TÁLAMO, M. de F. Informação: organização e comunicação. In: SEMINARIO DE ESTUDOS DE INFORMAÇÃO, 1, 1996. Anais... Niterói: Eduff, 1996.

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