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Referencial Teórico

O problema da desigualdade entre grupos diferenciados por raça, etnia, gênero e outras características gera, inevitavelmente, uma discussão sobre a questão da discriminação. Antes de tudo, é fundamental destacar que este trabalho trata de desigualdade de rendimentos por raça1 e gênero, e não exatamente de discriminação. De fato, rendimentos desiguais podem ser reflexos de discriminação tanto dentro quanto fora do mercado de trabalho (no que tange as condições de acesso à educação e a outros recursos, por exemplo). No entanto, embora estejamos falando de duas faces de uma mesma moeda, o problema da discriminação, especialmente, é objeto de diferentes áreas do conhecimento, por envolver razões de ordem sociais, culturais e psicológicas, que não serão aprofundadas aqui.

A todo o momento estes dois conceitos se confundem e, com isso, torna-se interessante definir melhor o que está torna-sendo entendido por discriminação quando este termo é utilizado na literatura econômica. A discriminação é a conotação que se dá ao fato de bens idênticos terem preços diferenciados, isto é, trabalhadores com a mesma produtividade em um senso físico ou material, serem tratados de formas desiguais com base em alguma característica observável, como por exemplo, a raça ou o gênero. Esta mesma definição pode ser encontrada em Altonji e Blank (1999), assim como em Arrow (1973), onde é afirmado que a noção de discriminação envolve o conceito adicional de que características pessoais dos trabalhadores, não relacionadas com suas respectivas produtividades, serem também levadas em consideração no mercado2.

1

Existem diversos estudos que tentam definir melhor o que seria raça. Possivelmente este termo não é adequado para a forma em que ele está sendo empregado aqui, pois branco, negro e pardo dificilmente poderiam ser definidos como raças. Porém, seguindo a nomenclatura usada na literatura, e na falta de um termo mais apropriado, a diferença entre brancos e não-brancos será tratada como diferença racial. Ver Edna Maria Santos Roland (2000).

2

Esta abordagem sobre o assunto foi introduzida por Gusta v Cassel (1918), e é contemporânea às de Fawcett (1918) e Edgeworth (1922). Após estes artigos, pouco foi acrescentado à literatura até os anos 50.

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Apesar da discriminação ser apenas um dos componentes da desigualdade de rendimentos, grande parte da literatura empírica sobre o tema volta-se para métodos econométricos que viabilizassem a constatação e estimação da mesma. Segue abaixo uma resenha sobre os métodos desenvolvidos para a análise de desigualdades de rendimentos.

2.1

Métodos Econométricos

Existem diversas metodologias para se abordar o tema das desigualdades salariais entre grupos. Entre as mais usadas ressalta-se o uso de regressões lineares de rendimentos, com a inclusão de controles para cada grupo a ser estudado, além da tradicional metodologia Oaxaca-Blinder. A última se destaca pela capacidade de se decompor a desigualdade entre um montante referido à discriminação e outro montante à desigualdade de dotações. Esta subseção tem o objetivo de descrever estas duas metodologias, compará-las e apresentar algumas extensões.

De acordo com Cain (1986) a forma mais tradicional de abordar a questão da desigualdade salarial seria através de regressões mincerianas com a inclusão de dummies:

ln (w) = X’â + áZ + å ,

onde w é o rendimento, X é o vetor de características pessoais, Z é uma dummy atribuindo valor 1 caso o indivíduo seja do grupo majoritário e zero caso contrário. â e á são todos os coeficientes que representam o efeito de X e Z em ln(w), respectivamente, e å é o erro. Então, ao estimar este modelo será encontrada evidência de discriminação caso á seja significativamente diferente de zero.

Segundo Cain (1986), este modelo é mais adequado para a análise de curto prazo, considerando-se que as variáveis de controle devem ser tais que, afetem a variável dependente e, sejam exógenas ao processo de discriminação.

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No entanto, como algumas das características podem ser afetadas pela discriminação em outros níveis, o autor sugere que para a análise de longo prazo seja utilizado um modelo que exclua todas as variáveis que compõem o conjunto X3. Com isso, poderia verificar-se apenas a diferença nas médias dos rendimentos. Por outro lado, a exclusão das variáveis explicativas acaba deliberadamente ignorando a distinção da ocorrência de discriminação “dentro” e “anterior ou fora” do mercado de trabalho (Cain (1986), pg. 697).

Em função disto, diversos autores estudaram o problema da desigualdade salarial incluindo no modelo a interação da dummy Z com algumas das variáveis que compõem X. De fato, a inclusão destas interações pressupõe que a desigualdade também é fruto das diferentes formas de remuneração de cada característica dos trabalhadores, o que fortalece a evidência de discriminação oferecida pelo parâmetro á, e também ajuda a levar em conta diferenças advindas das variáveis explicativas.

Uma extensão natural a este tipo de abordagem é a estimação de modelos separados. Se no lugar de interagir a dummy identificadora dos grupos com as demais variaveis, fossem estimados dois modelos - um para o grupo majoritário e outro para o minoritário4 - teríamos a vantagem adicional de resíduos com distribuições distintas5. Esta abordagem pode ser encontrada inicialmente em Duncan (1968) (apud Cain (1986)), e posteriormente em Oaxaca (1973) e Blinder (1973), ainda que, trabalhando com as médias das distribuições, os autores não explorassem a propriedade de resíduos com distribuições diferentes.

Em Oaxaca (1973) é estudado o caso da desigualdade entre homens e mulheres, mas a idéia básica do modelo também pode ser estendida para a comparação inter-racial, como é feito em Blinder (1973). O ponto de partida da

3

Esta não é a forma mais correta de trabalhar com este problema, pois acredita -se que parte das variáveis incluídas na matriz X são endógenas ao processo de discriminação, então é mais razoável utilizar a abordagem proposta por Blinder (1973) de equações simultâneas.

4

Na literatura, grupo majoritário é geralmente designado para o que discrimina e, grupo minoritário para o discriminado. Isto não necessariamente condiz com as proporções de cada tipo na sociedade. Um exemplo é o caso da África do Sul em que os negros discriminados alcançam cerca de 70% da população, segundo o censo de 2001.

5

Como em uma equação minceriana o resíduo tem um papel importante, respondendo pelas características não observáveis, torna-se interessante uma abordagem que seja capaz de levar em conta as diferenças nas suas distribuições. No entanto, os primeiros trabalhos a estimarem separadamente as regressões de salários não chegaram a usufruir desta vantagem, pois trabalhavam com as médias salariais, como é o caso de Oaxaca (1973) e Blinder (1973).

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decomposição é o coeficiente de discriminação elaborado por Becker (1957, 1971)6, generalizado para viabilizar a análise empírica:

(

)

(

)

0 0 b a b a b a w w w w w w D = −

onde wa e wb são os rendimentos dos grupos majoritário e minoritário,

respectivamente, e D é uma medida de discriminação, sendo o próprio coeficiente definido por Becker dividido pela razão dos rendimentos do grupo discriminador e do grupo discriminado em um equilíbrio onde não existe discriminação (logo o sobre-índice 0 indica os rendimentos em um mundo igualitário). Com uma simples manipulação algébrica chegamos a forma abaixo:

0 ) / ln( ) / ln( ) 1 ln(D+ = wa wbwa wb

que nos diz que a discriminação pode ser mensurada como sendo a diferença entre a desigualdade vigente e a desigualdade em um mundo “igualitário”. Isto nos leva a concluir que estimar o coeficiente de discriminação é o mesmo que estimar a razão dos rendimentos em um mundo sem discriminação. A sugestão do autor é que em um mundo sem discriminação os retornos às caracteristicas dos agentes do grupo minoritário deveriam ser iguais aos do grupo majoritário. Para viabilizar o cálculo, Oaxaca (1973) sugere a estimação das distribuições de salários de cada grupo através de equações mincerianas:

( )

wa Xa a ∧ = _ β ln e

( )

wb = Xb βb _ ln 6

Becker (1957,1971) revolucionou de certa forma o pensamento econômico sobre discriminação, traduzindo este conceito em termos de preferências e gostos. Assim, se um agente discrimina outro, ele o faz por derivar utilidade deste ato. Através de sua abordagem, Becker trouxe uma série contribuições à literatura, e entre elas a capacidade de mensurar a discriminação em termos monetários com o coeficiente de discriminação do mercado:

, 0 0 b a b a w w w w MDC = −

onde MDC significa market discrimination coefficient, wa é o salário efetivo do grupo majoritário, wb

é o salário efetivo do grupo minoritário e wa0 e wb0 são seus respectivos salários no equilíbrio sem

discriminação. Se realmente impusermos que os trabalhadores são substitutos perfeitos, o coeficiente de discriminação do mercado se transformaria na razão da diferença dos salários dos trabalhadores do grupo majoritário e do grupo minoritário e o salário dos trabalhadores do grupo minoritário, pois os salários dos brancos e dos negros no equilíbrio sem discriminação seriam os mesmos.

(5)

definindo Xa _

e Xb _

como os vetores de médias dos regressores e β e a β os b coeficientes estimados. Através da simulação da média dos salários do grupo minoritário remunerado como se fosse do grupo majoritário, definida a partir de

a b _

X β∧ , podemos encontrar a decomposição que se segue:

∧ ∧ ∧ ∧ ∧ ∧ ∆ − ∆ = − ⇒ − + − = − b a b a a a b βa b β a w X X X X w w X X w ) ln( ) _ _ _ _ ln( ) ln( ) _ _ ln( onde , ∆_X = X_aX_a e b a ∧ ∧ ∧ − = ∆β β β

Assim, decompomos a diferença salarial como sendo a soma de dois termos. O primeiro é a vantagem de dotação do grupo discriminador avaliado pela sua equação de rendimento, ou a diferença entre o salário do grupo majoritário e o salário simulado do grupo minoritário. O segundo é a diferença de preços atribuídos a cada uma das características dos trabalhadores, ponderada pelas características do grupo discriminado7. Este componente é definido como sendo o termo de discriminação8, que é a diferença do salário simulado do grupo minoritário menos o seu salário observado. Ou seja, uma vez que se define discriminação como sendo a diferenciação na forma de remunerar agentes igualmente produtivos, coeficientes diferentes implicam em diferentes formas de

7

A decomposição pode ser feita no sentido contrário, isto é:

a b a b a b b a b b a a b a X X X onde X X w w X X w w ∧ ∧ ∧ ∧ ∧ ∧ ∧ − = ∆ − = ∆ ∆ + ∆ = − ⇒ − = − β β β β β β β / _ / _ / _ / _ / _ / _ / _ ) ln( ) ln( ) ln( ) ln(

Este é o problema referido como path dependence da metodologia. Mas como Blinder (1973) afirma, sendo o objetivo estudar a discriminação contra o grupo minoritário, e não a discriminação a favor do grupo majoritário, a abordagem acima é mais indicada.

8

A decomposição não fornece uma medida exata da contribuição da discriminação. As principais razões desta afirmação estão em dois fatos. Primeiro, o ajuste das regressões mincerianas é geralmente baixo, indicando que possivelmente algumas variáveis explicativas não foram incluídas no modelo. Então, geralmente considera-se o resíduo como sendo composto pelos fatores não observados, e portanto, não incluídos no modelo. Mas segundo Soares (2000), como o objetivo é apenas diagnosticar a discriminação no mercado de trabalho, isto não é um problema, já que “uma vez que não são características escolhidas, ..., podemos transportar o resíduo de uma equação para a outra”. Para fazer isto, ele segue a metodologia desenvolvida por Juhn et al. (1993). Segundo, é que a diferença nas características dos trabalhadores também pode ser fruto de discriminação, porém, pré-mercado. E a decomposição não é capaz de diagnosticar este tipo de discriminação. Alguns autores, como o próprio Oaxaca, preferem designar ao termo de discriminação a noção de limite superior da discriminação.

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remunerar as características de cada grupo, e em última instância, uma medida da discriminação.

Em seu artigo, Blinder (1973) tenta ir além desta decomposição, propondo uma divisão do segundo termo em: diferença dos interceptos e diferença dos coeficientes de inclinação. Segundo ele, desta forma teríamos uma parte não explicada da desigualdade, dada pela diferença de interceptos, e a outra parte seria a diferente avaliação do mercado às características de cada grupo. Porém, como freqüentemente entre as variáveis explicativas se encontram diversas dummies, a escolha do grupo de controle destas dummies deve afetar o intercepto. Então, a separação de Blinder do segundo termo acaba sendo arbitrária, geralmente variando com o grupo de controle escolhido (Jones, 1983). Esta talvez seja a crítica mais consistente ao método de Blinder, e não se estende ao trabalho de Oaxaca.

Diversos trabalhos têm feito referência a técnica de Oaxaca e Blinder, entre eles o de Brown, Moon e Zoloth (1980), que generaliza a metodologia para a inclusão de desigualdades na participação. Baseiam-se nas motivações de Bergman (1974)9 e no fato de que a decomposição acima não contabiliza diferenças na ocupação, que são bastante expressivas entre homens e mulheres – os grupos estudados por eles. Conforme os autores argumentam, se a ocupação fosse determinada pelas mesmas características que o rendimento, então a metodologia Oaxaca-Blinder seria suficiente. Mas como geralmente isto não ocorre, a proposta dos autores é realizar a seguinte decomposição:

− + − + − + − = − n i b i * b i a i _ n i * b i a i a i _ a i ^ n i b i _ a i _ b i b i ^ a i ^ n i b i _ b i b _ a _ ) p p ( ) p p ( ) X X ( p ) ( X p w w β β β π π

onde pia e pib são, respectivamente, as proporções de pessoas do grupo majoritário

e minoritário no setor i, e pib* é a proporção de pessoas do grupo minoritário que

estariam no setor i se tivessem a estrutura de escolha ocupacional do grupo majoritário. Os dois primeiros termos são equivalentes à decomposição

9

Bergman (1974), que tenta incluir ao modelo de Becker o fato de que as ocupações de cada grupo tendem a ser diferentes, explora a idéia de que o grupo discriminado não tem apenas a sua remuneração diferenciada, mas também sofre restrições na sua inserção no mercado de trabalho. Por conseguinte, as ocupações destinadas a estas minorias acabam tendo um excesso de oferta de mão de obra, levando os salários a sofrerem pressões de queda. Assim, negros e/ou mulheres recebem menos não só por discriminação na remuneração, mas também pelas conseqüências da discriminação (como um todo) no equilíbrio de mercado.

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Blinder para cada ocupação. Os dois últimos respondem pela diferença na remuneração devida às diferenças na ocupação, sendo o quarto relativo à discriminação. As ocupações são modeladas a partir de um logit multinomial, seguindo referência de Schmidt e Strauss (1975).

Assim como o Oaxaca (1973) e de Blinder (1973), Browm, Moon e Zoloth (1980) também focam apenas o primeiro momento das distribuições de rendimentos. Desta forma, tanto a desigualdade na remuneração, quanto nas dotações, só podem ser relativas às características observadas.

Juhn, Pierce e Murphy (1993), também visando a compreensão das diferenças entre distribuições de rendimentos, trouxeram para o debate o componente relativo às características não observadas: o resíduo. Assim, com a simulação feita através de uma transformação preservadora da ordem, os autores viabilizaram a transposição da distribuição dos resíduos de um grupo para o outro. Isto, por sua vez, não só torna factível o estudo das disparidades das distribuições como um todo, como também embute mais um termo na decomposição das diferenças, no que concerne à forma das distribuições dos resíduos.

A literatura das decomposições feitas a partir de simulações contra-factuais avançou com os artigos de Bourguignon, Ferreira e Lustig (1998) e Bourguignon, Ferreira e Leite (2002), que vão além da simples análise das distribuições condicionais. Como Brown, Moon e Zoloth (1980), estes artigos transcendem a noção de regressores não estocásticos e, passam a contabilizar as diferenças advindas das distribuições distintas de algumas das variáveis explicativas.

Segundo Bourguignon et al. (1998), seria mais natural, ao invés de pensar na distribuição marginal dos rendimentos, olhar para uma distribuição conjunta do rendimento e de outras variáveis, que englobam escolhas e características exógenas ao modelo. Desta forma, o conjunto de todas as variáveis explicativas está sendo subdividido em dois grupos, o primeiro de variáveis “semi-exógenas” e o segundo de variáveis “verdadeiramente exógenas”10. Por outro lado, uma vez que algumas das escolhas podem ser vistas como função de parte destas características exógenas, torna-se imediata a visualização da distribuição conjunta como a multiplicação dos seguintes termos: a distribuição do rendimento condicional nas demais variáveis; as distribuições das variáveis

(8)

endógenas (semi-exógenas) condicionadas nas variáveis exógenas (verdadeiramente exógenas); e a distribuição marginal das características exógenas. Isto faz com que, à medida que simulamos cada uma das densidades condicionais, possamos contabilizar a contribuição de cada componente à diferença encontrada entre as distribuições de rendimentos. Como será mostrado mais à frente, a metodologia a ser desenvolvida nesta dissertação segue esta linha e, portanto, uma forma mais detalhada será apresentada no próximo capítulo.

Nesta mesma direção, existe na literatura a opção por modelos semi-paramétricos, que fazem as simulações através da especificação de densidades de kernel. Referências desta metodologia podem ser encontradas em DiNardo, Fortin e Lemieux (1996) e Nopo (2002).

Com estes modelos, temos uma breve resenha das metodologias utilizadas para o estudo das desigualdades de rendimentos. Na próxima seção são apresentados alguns trabalhos empíricos, que em sua maioria utilizam metodologias semelhantes às descritas acima.

2.2

Evidência Empíricas: o caso brasileiro

Existe uma vasta literatura internacional abordando a questão da desigualdade por raça e gênero, como decorrência, principalmente, do fato de que fenômeno atinge vários países. Embora no Brasil também seja observada uma elevada desigualdade racial, e existam vários trabalhos nas áreas de Sociologia e História, esse tema foi pouco explorado na literatura econômica. Por outro lado, inúmeros artigos estudaram, sob os mais diversos aspectos, a questão da mulher11. Nesta seção será apresentada uma resenha dos trabalhos que abordam estes temas para o caso nacional, sendo isto feito separadamente por raça e gênero. Para facilitar a compreensão dos resultados, são apresentadas algumas estatísticas descritivas.

10

Esta é a forma como os autores titulam cada grupo de variáveis.

(9)

Negros e Brancos: desigualdade sem sinais de reversão

A desigualdade racial perdura por muitos anos e não é difícil encontrar evidências disto ao analisarmos dados do mercado de trabalho, bem como medidas do grau de instrução da população. Durante toda a década de 90, conforme já foi afirmado, os negros mantiveram um rendimento médio de menos de 50% do rendimento dos brancos – fato que é válido não só considerando apenas homens na amostra, mas também para a população total de brancos e negros.

A tabela abaixo destaca a evolução dos rendimentos destes grupos nos últimos anos. Vale ressaltar que, após o plano de estabiliação, o hiato de rendimentos apresentou uma tendência de crescimento, somente retomando ao patamar anterior no último ano. A desigualdade parece estar acompanhando o movimento dos rendimentos, tanto no sentido de aumento, quanto no de queda.

Brancos Negros (a) (b) 1992 416.00 535.70 260.79 0.49 1993 434.02 557.78 269.60 0.48 1995 541.83 701.05 331.57 0.47 1996 576.70 745.79 350.58 0.47 1997 568.56 745.24 337.27 0.45 1998 560.40 732.70 337.68 0.46 1999 520.42 677.68 317.44 0.47 2001 534.68 691.87 332.16 0.48 (b)/(a) Total Ano Tabela 1

Média do rendimento da ocupação principal por cor ou raça

*Fonte: Jaccoud e Beghin (2002); IBGE/Pnad microdados. **Notas: (1) A população negra é composta de pardos e pretos.

(2) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. (3) Renda a preços de janeiro de 2002, deflacionada pelo INPC.

Parte da literatura que procura investigar este hiato salarial tentou explorar a idéia de discriminação. Silva (1980) (apud Coelho e Corseuil, 2002), através dos dados do censo de 1960 e equações mincerianas, que incluíam entre as variáveis explicativas: experiência, escolaridade, variáveis de região, antecedentes locacionais e estado conjugal, afirmou existir um montante de 16% devido à discriminação na desigualdade de rendimentos.

Na mesma linha de Silva (1980), Cavalieri e Fernandes (1998) utilizando dados da PNAD de 1989 e focando as áreas metropolitanas, estimaram

11

Leme e Wajnman (2001) afirmam que, comparativamente à riqueza da literatura internacional,

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separadamente equações mincerianas para cada grupo e reforçaram a idéia de que a discriminação é relevante para o entendimento da desigualdade de rendimentos entre raças. O argumento destes autores é fundamentado no fato de terem estimado diferentes retornos, sendo maiores para os brancos, para a idade (como proxy de experiência) e para a escolaridade. Além disso, também apresentam evidências de que o diferencial de rendimentos praticamente não varia com a idade e nem com a região considerada.

Soares (2001), Camargo et al. (2001) e Campante, Crespo e Leite (2002) vão mais além e estimam, através da metodologia de Oaxaca-Blinder, um montante entre 20 e 25 por cento relacionado à discriminação12. Este montante, embora menor do que muitas vezes esperado, não é pouco significativo e reforça a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a questão da discriminação propriamente dita. Cada um dos artigos, embora com algumas diferenças em relação ao ano da base de dados (todos utilizam a PNAD) e particularidades metodológicas, têm basicamente o mesmo enfoque e apresentam resultados bastante semelhantes. O resultado essencial converge para as evidências encontradas por Cavalieri e Fernandes (1998), mesmo sem este artigo ter estimado uma medida mais precisa de discriminação.

Em contra partida, Castro (1980) argumenta que os modelos que seguem a linha de Silva (1980) não levam em conta o efeito da “herança da escravidão” sobre os negros. A crítica do autor baseia-se na sua preocupação com a interação entre raça, nível sócio econômico da família e desempenho escolar dos filhos. De fato, Albernaz, Ferreira e Franco (2002) apresentam evidências de que o desempenho escolar de negros é inferior ao de brancos, o que pode ser conseqüência da idéia de “herança da escravidão” desenvolvida por Castro (1980). Segundo o autor, estes fatores influenciam os rendimentos, levando negros a serem prejudicados no mercado de trabalho. Assim, uma vez levadas em consideração medidas destas variáveis, a idéia de discriminação perderia sua força. Logo, ele ressalta que o modelo de Silva (1980) não estaria completo e, portanto, apresentaria problemas de viés de variável omitida13.

os trabalhos sobre desigualdade p or gênero no Brasil ainda sao escassos e recentes.

12

Este resultado em Soares (2001) é, na verdade, relativo à comparação entre homens brancos e negros e baseado em equações mincerianas sem controles para ocupação.

13

No entanto, de acordo com Silva (1980), imputar variáveis de status familiar levaria a estimativas mais elevadas do efeito da discriminação racial sobre os rendimentos de brancos e nao-brancos.

(11)

Levando em conta argumentos como o de Castro (1980), em Camargo et al. (2001) é afirmado que, com a metodologia utilizada neste artigo, estima-se um limite superior para o termo de discriminação, e não uma medida exata de discriminação. Assim, o fato de algumas variáveis não estarem sendo incluídas no modelo poderia levar a um incremento neste termo, já que estas informações estão contidas no resíduo e poderiam afetar os resultados caso fosse possível incorporá-las no modelo. Como conclusão do debate, temos que, embora a questão levantada por Castro(1980) seja bastante relevante, existe, por outro lado, uma grande dificuldade em pô-la em prática fazendo uso das bases de dados disponíveis e dos metodos econométricos conhecidos.

A mesma linha desenvolvida por Castro sobre a idéia de “herança da escravidão” pode ser encontrada, sob uma abordagem diferente, em Henriques (2000) e Lam (1999). O primeiro autor faz uma longa análise das desigualdades raciais e conclui que existe uma certa estabilidade ao longo dos anos nos diferenciais de educação assim como de status familiar e posição na distribuição de renda. Assim, é reforçada a idéia de que os negros mantêm salários mais baixos, não só pela presença de discriminação dentro do mercado de trabalho, mas pela carga de terem pais menos educados, pertencerem a grupos sociais mais pobres e terem menos acesso à educação e a melhores postos no mercado de trabalho.

Complementarmente, Lam (1999) afirma que o Brasil é caracterizado por uma grande transmissão intergeracional de desigualdade através do mecanismo da educação. Isto significa que negros, que têm pais menos educados, permanecem com um baixo nível educacional em virtude da forte correlação entre níveis educacionais dos pais e dos filhos. Isto, por sua vez, é refletido no mercado de trabalho na forma de rendimentos inferiores para os negros. Confirmando as ideias de Lam (1999), verificamos que mesmo com o acréscimo da escolaridade média, o hiato educacional permanece ao longo do tempo. A tabela abaixo mostra isto para a década de 90.

O hiato educacional, assim como o de rendimentos, parece estável ao longo de este período. Negros e brancos mantiveram a mesma diferença em anos de estudo (em torno de 2.3), apesar do crescimento da escolaridade media em mais de 1 ano. O mesmo resultado é encontrado quando consideramos dados mais antigos, como pode ser observado em Halsenbalg (1979). Segundo este autor,

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embora a educação tenha sido o principal canal de ascensão social da população negra, os progressos educacionais deste grupo foram mais lentos.

B r a n c o s Negros ( a ) ( b ) 1 9 9 2 4.9 5.9 3.6 2.3 1 9 9 3 5.1 6.0 3.7 2.2 1 9 9 5 5.2 6.2 3.9 2.3 1 9 9 6 5.4 6.3 4.1 2.2 1 9 9 7 5.5 6.4 4.1 2.3 1 9 9 8 5.6 6.6 4.3 2.3 1 9 9 9 5.7 6.6 4.4 2.3 2 0 0 1 6.0 6.9 4.7 2.2

Média de anos de estudo de instrução formal das pessoas de 25 anos ou mais de idade por cor ou raça

(a) - (b) T o t a l

A n o

T a b e l a 2

*Fonte: Jaccoud e Beghin (2002); IBGE/Pnad microdados. **Notas: (1) A população negra é composta de pardos e pretos.

(2) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

Assim, somando-se ao fato de negros terem menos escolaridade, e pior desempenho escolar, existem também evidências de problemas na inserção no mercado de trabalho. Soares (2001) afirma que parte da discriminação sofrida pelos negros ocorre na inserção e não na remuneração. O autor mostra que uma vez estimada a decomposição de Oaxaca-Blinder usando controles para a ocupação, o poder explicativo da discriminação diminui sensivelmente tanto para negros quanto para negras (usando como referência os homens brancos). Assim, pode-se sugerir que uma vez levada em conta as diferenças na inserção, a discriminação dentro do mercado de trabalho não é tão grande quanto parecia – ficando próximo do estimado por Silva (1980).

No entanto, quando falamos de posição na ocupação, que será a variável utilizada neste trabalho14, não percebemos uma distribuição muito diferente entre as raças15, conforme a tabela abaixo16. De fato, existem proporcionalmente mais negros na informalidade do que com carteira, mas esta diferença não é tão expressiva quanto a observada na distribuição de ocupação.

14

Como este trabalho tambem foca a desigualdade por g ênero, pareceu mais relevante a análise da escolha de posição na ocupação do que a ocupacional propriamente dita. O principal argumento é que a desigualdade na ocupação foi muito mais fortemente exp lorada pela literatura.

15

Este resultado se verifica incluindo ou não mulheres na amostra. No entanto, uma vez que existe uma grande diferença na distribuição de posição na ocupação por gênero, optou-se por apresentar os dados apenas relativos aos homens.

16

Este resultado também decorre do fato de que não estão sendo incluídos os empregadores, já que estes não serão incluídos na amostra usada neste trabalho. Uma vez considerando também os empregadores, percebemos um volume muito maior de brancos nesta categoria.

(13)

Inativo/Desocupado 27.22 27.87 Com carteira 38.70 33.39 Sem carteira 13.97 19.52 Conta própria 20.10 19.22 Negros Tabela 3

Distribuição de Posição na Ocupação por raça, para homens com 15 anos ou mais, 1996

Brancos A n o

*Fonte: IBGE/Pnad microdados.

**Notas: (1) A população negra é composta de pardos e pretos.

Assim, podemos sumarizar os dados apresentados nessa subseção dizendo que existem evidências na literatura de que o hiato salarial entre negros e brancos pode decorrer de inúmeros fatores. Entre eles, os mais discutidos na literatura são: a educação, a ocupação e a discriminação. Este trabalho tem por objetivo fazer um exercício contra-factual para analisar como o hiato de rendimentos poderia ser alterado uma vez que a estrutura de escolhas, bem como a forma do mercado remunerar os negros fosse igual aos brancos. Assim, o objetivo central é, acima de tudo, contribuir para uma melhor compreensão do problema, aprofundando dados já discutidos, além de motivar estudos futuros.

Homens X Mulheres: a desigualdade parece estar mudando.

Um perfil muito diferente ao apresentado para a questão racial pode ser vislumbrado quanto à desigualdade por gênero. Embora um grande diferencial de rendimentos ainda possa ser observado no mercado de trabalho, Leme e Wajnman (2001) afirmam, baseadas nas PNADs de 1977 a 1997, que houve uma redução de cerca de 45 pontos percentuais no hiato. De acordo com as autoras, os homens ganhavam aproximadamente 70% a mais do que as mulheres no final da decada de 70, e dados recentes mostram que este valor caiu para algo em torno de 25%17, conforme o gráfico abaixo.

17

Aqui são incluídas todas as raças e, por isto, os n úmeros apresentados pelas autoras parecem contradizer os valores apresentados na introdução do presente trabalho.

(14)

Fonte: Leme e Wajnman (2001); IBGE/Pnads Micordados.

Na análise por coortes, feita pelas mesmas autoras (Leme e Wajman, 2000), o resultado parece ser um diferencial ainda menor para as gerações mais novas ao longo do tempo. De forma complementar, em Stelcner et al. (1992) (apud Leme e Wajman, 2001) usando o censo de 1980, é feita a análise apenas para os indivíduos jovens, observando um diferencial de salários muito menor do que o usualmente encontrado. Em parte, os autores atribuem isto ao fato de que as mulheres mais jovem, de uma forma geral, ainda não tiveram a sua participação no mercado de trabalho interrompida em função da sua fecundidade. Assim, os autores concluem que parte do diferencial de rendimentos que é geralmente atribuído à discriminação, decorre na verdade de erros de medida na variável experiência, que não leva em conta este fato. Os argumentos desenvolvidos pelos autores ajudam a entender os resultados de Leme e Wajnman (2000) no sentido de que as gerações mais jovens, além de mais educadas (conforme destacado pelas autoras), apresentam taxas de fecundidade cada vez menores (dimimunindo o erro de medida da variável experiência).

Cavalieri e Fernandes (1998) também diagnosticam um comportamento diferente no hiato de rendimento entre diferentes grupos etários, bem como diferentes retornos à idade (como proxy de experiência) e à educação. O resultado explorado por estes autores sugere, como no caso da raça, que parte do diferencial

(15)

é fruto de discriminação dentro do mercado de trabalho. Soares (2001) confirma este resultado mostrando, através da metodologia Oaxaca-Blinder, fortes evidências de discriminação contra a mulher na remuneração, independentemente de sua raça. O mesmo resultado pode ser encontrado em Camargo et al. (2001) que estima um termo de dsicriminação de mais de 100% pesando sobre as mulheres. Este resultado é derivado do fato de que em média as mulheres são mais educadas do que os homens dentro da PEA e, portanto, mais preparadas18.

O aspecto da escolaridade, tanto dos homens, quanto das mulheres, é outro fator que vem mudando ao longo dos anos. A população feminina, que tinha o acesso limitado à educação, ao longo das gerações observou um acréscimo no seu nível educacional, em ritmo mais acelerado do que os homens. A conseqüência imediata é uma convergência da escolaridade entre os sexos. Além disso, considerando apenas os indivíduos ocupados, encontramos que a escolaridade feminina é até mesmo superior à masculina.

Em função do incremento no nível educacional, a participação da mulher no mercado de trabalho foi fundamentalmente afetada. Soares e Isaki (2002), através de uma análise por tempo e coorte, afirmam ter sido a educação a grande responsável pelo aumento da participação feminina no mercado de trabalho entre 1977 e 2001. A variável educação responde sozinha por 50% da variação na participação feminina, que foi de 14 pontos percentuais, saindo de um patamar de 32%. A tabela abaixo, extraída de Scorzave e Menezes-Filho (2001), mostra esta evolução entre 1982 e 1997. Ano H o m e n s M u l h e r e s 1 9 8 2 0 . 9 2 2 0 . 4 0 2 1 9 8 7 0 . 9 2 6 0 . 4 5 6 1 9 9 2 0 . 9 1 1 0 . 5 1 2 1 9 9 7 0 . 8 9 9 0 . 5 4 0

Taxa de Participação na Força de Trabalho de Homens e Mulheres, 1982 - 1987

T a b e l a 4

*Fonte: Scorzave e Menezes -Filho (2001); IBGE/Pnad microdados. **Notas: (1) Os autores restringem a base a indivíduos de 25 a 64 anos.

(2) O conceito de participação na força de trabalho foi redefinido a partir da Pnad 1992. Para viabilizar comparações intertemporais, os autores realizaram os ajustes recomendados em Bruschini e Lombardi (1996) e Wajman, Queiros e Liberato (1998) .

18

Estes resultados não levam em conta o argumento de Stelcner et al. (1992) quanto aos erros de medida na variavel experiência. Além disso, embora as mulheres tenham mais anos de estudo na média, Albernaz, Ferreira e Franco (2002) mostram evidências de que as mulheres têm um rendimento escolar inferior ao masculino dentro da escola.

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Obviamente, outros fatores contribuíram fortemente para o aumento na paraticiapação feminina, como uma mudança de postura da mulher em relação ao mercado de trabalho (Soares e Izaki, 2002), existe um forte efeito coorte (conforme Soares e Isaki, 2002, e Scorzafave e Menezes-Filho, 2001), além de mudanças na situação econômica, que levaram estas mulheres a terem mais necessidade de trabalhar. No entanto, mesmo com este acréscimo, a participação feminina ainda é muito baixa, e as conclusões de Soares e Izaki (2002) sugerem não haver uma tendência de reversão deste quadro no médio prazo.

O simples fato de participar mais do mercado de trabalho não garante a igualdade no mesmo. Barros, Corseuil e Santos (2000) mostram que exite um perfil muito diferente entre a participação feminina e a masculina. A mulher trabalha em média menos horas por semana e tem características do desemprego muito diferentes, com maior duração e taxas mais elevadas. A tabela abaixo apresenta dados que fundamentam as conclusões dos autores.

Taxa de Participação 69.67 41.97

Taxa de desemprego 6.75 8.00

Duração Média do desemprego em meses 6.91 10.48

Jornada semanal média do trabalho 43.43 38.98

Proporção da população ocupada por jornada semanal

Menor que 30 horas semanais 6.38 14.63

Menor que 32 horas semanais 9.63 22.74

Menor que 36 horas semanais 12.70 26.61

Menor que 40 horas semanais 15.05 29.66

Tabela 5

Estatísticas Basicas de Mercado de Trabalho

Estatísticas Homens Mulheres

*Fonte: Barros, Corseuil e Santos (2000); PME de 1996, 1997 e 1998.

Da mesma forma, Camargo e Serrano (1983), com a utilização dos dados da RAIS de 1976, mostram que a composição de salários na indústria é bastante diferente por gêneros. Enquanto os homens têm os seus rendimentos mais afetados pelas características da indústria (como tamanho do estabelecimento, intesidade de capital no setor e proporção de trabalhadores em cargos administrativos), os rendimentos femininos são mais sensíveis às suas características pessoais (como educação).

Por outro lado, Barros, Corseuil e Santos (2000), depois de um estudo detalhado sobre as diferenças ocupacionais também concluem que: “Apesar de haver nitidamente discriminação salarial por gênero no mercado de trabalho brasileiro, não foi possível obter evidências sinificativas de que ocupações

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predominantemente femininas sejam salarialmente piores que as predominantemente masculinas19. A discriminação ocorre principalmente pelo fato de que, numa mesma ocupação, homens e mulheres ganham salários distintos.” (Barros, Corseuil e Santos, 2000, pg.44).

Portanto, temos que, a desigualdade de rendimentos observada entre homens e mulheres deve advir mais fortemente da discriminação na remuneração do que de qualquer outro fator. Este estudo pretende aprofundar o quanto a estrutura de escolhas pode afetar o hiato de rendimentos, fazendo, através de simulações contra-factuais, as mulheres escolherem educação e posição na ocupação como homens. Além disso, também é feito o exercício de remunerar mulheres como homens e, assim, quantificar o montante atribuído à discriminação. Mais uma vez, este trabalho pretende contribuir para a compreensão e dar continuidade ao estudo nesta área.

No capítulo seguinte é apresentada a metodologia que será utilizada mais adiante neste trabalho.

19

Isto, por sua vez, fundamenta a opção deste trabalho em focar a posição na ocupação, e não a ocupação propriamente dita.

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