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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A APLICABILIDADE DA LDB NA SUPERVISÃO ESCOLAR DA

ESCOLA CONFESSIONAL - POSSIBILIDADES

Por: Léa de Souza Cordeiro

Orientadora Profa. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro 2009

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A APLICABILIDADE DA LDB NA SUPERVISÃO ESCOLAR DA

ESCOLA CONFESSIONAL - POSSIBILIDADES

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Supervisão e Administração Escolar Por: . Léa de Souza Cordeiro.

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AGRADECIMENTOS

Às novas e antigas amizades, à minha família.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as amizades de longos anos, meus pais e as novas amizades conquistadas no curso.

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RESUMO

Neste trabalho vamos discutir sobre a aplicabilidade da LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional na Escola Confessional. Delimitamos esta reflexão na educação da Igreja Metodista, que possui muitas escolas espalhadas no Brasil e no mundo. A LDB foi criada e reformulada com a intenção de regularizar e estabelecer critérios únicos para a educação pública regular, a escola confessional e as demais particulares, no que se refere ao currículo, formação de professores e a especialização de profissionais ligados à educação. A DEIM – Diretrizes da Educação da Igreja Metodista, segue a mesma linha da LDB, quando estabelece critérios para o desenvolvimento escolar, estabelecendo parâmetros para a realização da aprendizagem. Sua única divergência com a LDB são os eixos confessionais que devem ser abordados nas salas de aula. E concluímos esta pesquisa falando especificamente da função de Supervisor Educacional não só nas escolas públicas, mas também na escola confessional. Verificamos que esta função está estabelecida nas leis e devem obedecer aos critérios específicos de cada demanda, seja ela pública, privada, confessional ou qualquer outra espécie de instituição.

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METODOLOGIA

Faremos o trabalho baseado em pesquisa bibliográfica, realizando leitura de livros, revistas e sites oficiais do governo no que tange a LDB e oficiais da Igreja Metodista no que tange à Educação Confessional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A LDB – Leis de Diretrizes e base da Educação Nacional. 11

CAPÍTULO II - DEIM – Diretrizes da Educação na Igreja Metodista 20

CAPÍTULO III – Como supervisionar uma escola confessional, a partir da LDB 29 CONCLUSÃO 37 ANEXOS 41 BIBLIOGRAFIA 50 ÍNDICE 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

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INTRODUÇÃO

Definir o que é educação... Seria bom procurar refletir um pouco sobre algumas questões sobre a educação. Tentar, quem sabe, compreender alguns de seus caminhos. Nem sempre houve a escola e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos. Na história da humanidade, o que percebemos, é que “o local de educar” se transformou tantas vezes quantas foram necessárias. As sociedades criaram diferentes modos de educar, que tentaram atender as demandas de cada época. Caminhos para percorrer esta forma de lidar com o saber, com o conhecimento e os poderes que ele carrega consigo.

Consideramos a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento do ser humano em sua dimensão física, social e intelectual.

Muito tem sido feito e avançado no Brasil para alcançar resultados satisfatórios na área de educação, porém, há muito ainda a se realizar. As escolas são locais de grande importância para a ascensão social, e é importante que setores políticos responsáveis pela educação e a sociedade de um modo geral invista nessa tarefa.

Nossa proposta é uma reflexão do papel da educação confessional. Para isso, delimitaremos nosso tema na análise de dois documentos:

Diretrizes da Educação da Igreja Metodista e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, naquilo que se refere também ao profissional de

supervisão.

A Igreja Metodista na área educacional tem contribuindo efetivamente ao longo das últimas décadas, para a formação da cidadania do povo brasileiro, firmado no seu compromisso como “Comunidade a serviço do povo”. Ao pesquisar na LDB, encontramos pontos em comum no que tange à

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importância da educação e do desenvolvimento do ser humano como cidadão. Assim, de que modo a proposta educacional metodista brasileira se relaciona com a educação, a partir da LDB, abrindo espaço nesses documentos para o exercício profissional da supervisão escolar? Que subsídio uma dá a outra para o exercício da aprendizagem e a atuação do Supervisor ou Supervisora Escolar?

Para regulamentar a educação brasileira foi criada a LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9394/96, que estabelece entre outras questões, a instituição educacional tem por dever abranger todos os meios e normativas na formação do cidadão.

A LDB também afirma ser inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana com finalidade de desenvolvimento do educando e seu preparo para o exercício da cidadania, e sua qualificação para o trabalho. A Educação na Igreja Metodista visa oferecer à pessoa e comunidade, uma compreensão da vida e da sociedade, comprometida com uma prática libertadora, recriando a vida e a sociedade.

O tema foi escolhido por haver ligação entre nossa práxis durante muitos anos na educação confessional da Igreja Metodista e o curso de Supervisão Escolar que ora concluímos. Os dois documentos: Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Diretrizes da Educação Metodista demonstram compromisso no engajamento e re-inserção do ser humano como cidadão; não obstante, tal compromisso precisa ser constante, crítica e dinamicamente contextualizado, em face das ações cidadãs, tais como: inclusão digital, formação para o trabalho, direito à cidadania... Essas ações cidadãs são entendidas através destes documentos citados, além da própria visão da prática educacional, direcionada a todas as faixas etárias. A abordagem dessas questões vai nos levar a perceber a ação da supervisão dentro da proposta destes documentos. Que importância tem este profissional para o bom andamento das propostas educacionais como um todo.

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Este trabalho tem como objetivo verificar a aplicabilidade da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, no documento Diretrizes da Educação na Igreja Metodista, e a atuação do profissional de supervisão dentro do processo educacional.

Para tanto, tentaremos demonstrar como as Leis de Diretrizes e Bases da Educação entende a educação, a educação confessional e o profissional da educação, para logo após fazermos uma avaliação do documento: Diretrizes da Educação na Igreja Metodista. Feito isto vamos identificar a aplicabilidade da supervisão numa escola confessional, a partir da LDB.

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CAPÍTULO I

A LDB – LEIS DE DIRETRIZES E BASE DA EDUCAÇÃO

NACIONAL

Nunca em nossa história temos feito tantos progressos no setor educacional, mas também nunca alcançamos uma consciência tão clara de nossas próprias fraquezas.

(Darcy Ribeiro)

Este capítulo tem por objetivo fazer uma análise da LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96, tecer comentários sobre alguns dos artigos e temas abordados nela.

Não vamos fazer um apanhado histórico das leis, mas discutir e pensar nos pontos que ela aborda sobre a educação, gestão pedagógica e educação confessional. Sem aprofundar nestes temas, pois os mesmos terão capítulos específicos, mas localizando-os na LDB. A princípio, gostaríamos de definir ou mostrar algumas definições e comentários de autores sobre a educação como um todo. Esse é nosso primeiro passo.

1.1 – O que é educação:

Para o escritor Rubem Alves, em seu livro “Aprendiz de mim” (2004), a tarefa de educar pode ser vista não como uma obrigação, mas como um prazer docente, a ser semeado dia após dia. Ele diz que a tarefa de educar é linda. “Plantar jardins, ... mudar o mundo, torná-lo belo e manso. Aprender construindo. Aprender fazendo. Para que as crianças possam brincar para que os adultos possam voltar a ser crianças...”

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Entendemos que a tarefa de educar pode se tornar algo prazeroso, dinâmico, simples e profundo quando esta caminhada é feita com pessoas que tem o mesmo prazer, objetivo e esforço, quando há um elo de alegria em quem ensina, contaminando aquele que aprende. Educação é a arte de fazer desaparecer fronteira entre pessoas, surgindo a qualquer momento em qualquer lugar, tornando os sonhos em realidade.

Uma das primeiras coisas que temos que pensar é que antes de tudo, existe grande diferença no modo de educar. Diferença, não só pelo espaço geográfico, mas pelas necessidades de cada época e de cada cultura.

Brandão, no livro “O que é educação”, afirma que não existe um modelo único de educação, que a escola “não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor”. A educação está misturada no cotidiano de todos nós, e está por todos os lugares onde nós estejamos. E mais, que “educar é um modo de vida”... A educação “existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais”.

Segundo o dicionário Aurélio, educação “é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual ou moral da criança e do ser humano em geral, visando a sua melhor integração individual e social”. Num primeiro momento, ao nascer, a criança recebe “ensinamentos” da família, criando o seu caráter, posturas... diante da vida que se tem a seguir. Após os primeiros anos, a criança começa a freqüentar escolas e aí vai aprender disciplinas concernentes não só a sua vida pessoal como também a profissional. Não existe um termo único para educação, pois ela é tão abrangente quanto as relações humanas, e Brandão afirma em seu livro “O que é educação”, exatamente isso, “ninguém escapa da educação, em casa, na rua, na Igreja, ou na escola...”.

Houaiss – educar é ”despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e idéias de sociedade, aprimorando-lhes as

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faculdades intelectuais, físicas e morais”, e educação é “ação de desenvolver as faculdades psíquicas, intelectuais e morais”.

De acordo com alguns pensadores, educação é um meio de desenvolvimento das potencialidades da pessoa. Brandão afirma que educação vem do latim “educere” que significa extrair, tirar, desenvolver...

Luckesi (2001), em seu livro “Filosofia da Educação” – Editora Cortez, São Paulo, diz que a educação é um ‘que-fazer’ humano, ou seja, atividade que se caracteriza por uma preocupação a ser atingida.

Paulo Freire dizia que escola deveria ensinar aos alunos ‘a ler o mundo’. Imaginava que para isso seria necessário o respeito cultural e familiar do aluno, deixando-os participar do processo ensino-aprendizagem e, que estes vissem nos conteúdos ensinados, sua vivência diária.

Ao pensarmos educação, não podemos reduzi-la de processos formais de ensino/aprendizagem. A aprendizagem se dá na convivência de um com o outro. A educação é uma porção da experiência cultural cotidiana.

A educação aparece sempre que surgem formas de condução e controle do processo de sujeição à teoria da educação, que cria, situações próprias de exercício, métodos e regras.

Durante muito tempo a educação dos mais pobres estava a cargo daqueles que realizavam o ofício, fosse ele na agricultura, no pastoreio e nas oficinas. Só quando surge a necessidade de democratização cultural e a participação da vida pública é que surge a escola pública, por volta do ano 600 a.C.

A história da educação do Ocidente está ligada aos gregos e romanos, e repensando a educação clássica grega e suas implicações na nossa história, vimos que era um processo de integração do ser humano à sua sociedade,

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sua cultura. Uma educação que não estava preocupada no que era o ser humano, mas no que ele poderia vir a ser.

Foram necessários muitos séculos e movimentos: renascimento, Idade Moderna, para que a educação fosse novamente conclamada a uma esfera de prática social dirigia à sociedade e à cultura.

Em 1824, é outorgada a primeira Constituição brasileira, e em seu artigo 179, dizia da “instrução primária e gratuita para todos os cidadãos”. Em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogia (escolas primárias) Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827, um projeto de lei propõe a criação de pedagogia em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda abertura de escolas para meninas. Em 1834, o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835 surge a primeira escola normal do país em Niterói (de acordo com o site da uol hieduc 1).

A educação brasileira passou por grandes transformações nas últimas décadas, que tiveram como resultado uma ampliação significativa do número de pessoas que tem acesso as escolas.

Visto isto, passamos a análise da atual LDB, nos seus enfoques sobre a educação básica e a questão da aprendizagem.

1.2 – LDB – o que é?

A LDB representa um marco na história da educação brasileira, sua importância se deve ao contexto em que foi elaborada.

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, veio em atendimento aos preceitos constitucionais, e resultou de um longo processo de tramitação que se iniciou em 1988, quando foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil. Levou oito anos de tramitação no Congresso Nacional e, em 20 de dezembro de 1996, ganhou o número 9394, foi sancionada e promulgada, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso com base na Constituição Federal quando fala do direito universal à educação. Tem como objetivo delinear ou regular a política e o planejamento educacional das escolas públicas de todos os graus de ensino. O texto foi elaborado por Darcy Ribeiro e possui 96 artigos e representam um novo momento do ensino brasileiro. Neles vemos refletidos muitos dos desafios e esperanças que movem o trabalho de tantos educadores numa nação de realidades diversas.

Essa nova Lei gerou muitas polêmicas, e talvez, nos meios educacionais ainda gere, pois seu texto possibilita diversas interpretações e omite assuntos importantes, de acordo com Saviani (1997). Este autor detecta vários pontos negativos da Lei, dentre eles a visão simplista da educação como mero ensino. Já Pedro Demo (1997), fala sobre a parte do ensino superior, que é muito fraca e ainda afirma que “num congresso... como o nosso só pode sair uma lei antiquada...” Para Demo uma lei tem que ser curta pra não dizer besteiras.

O que vemos, em seus artigos, entre outros: “a educação abrange os processos formativos, que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de pesquisa e ensino, nos movimentos sociais, e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (art. 1º). Demo (1997) afirma que se tratando de uma lei de educação o artigo primeiro, parágrafo primeiro quando diz que a lei “disciplina a educação escolar que se desenvolve predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias", olhando para o significado do termo “ensino”, vamos perceber que no fundo, ficamos com a aula como protótipo de educação escolar, representando, segundo ele, algo medieval. Por trás, se tem o esquema ‘ensino-aprendizagem’, que separa o que ensina do que aprende. Segundo

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Demo, ainda, na educação moderna, não mais se reconhece um profissional do ensino, pois “o educador autêntico é o autêntico profissional da aprendizagem”. Para ele, é um erro muito grande fazer da aprendizagem do aluno, um resultado de uma atividade chamada ensino, visto que não é uma “situação de ensino que resulta a aprendizagem”.

1.3 - Alguns comentários sobre artigos e temas abordados na

LDB:

“Art. 7° - O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I – Cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino; II – autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público; III – capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal”.

Este artigo reporta à Constituição Federal em um de seus artigos, acrescentando a questão do autofinanciamento dessas instituições que têm a iniciativa da educação. Ele fala da possibilidade de não só as instituições públicas, mas também as privadas assumirem o processo de educação. Tendo a avaliação do Poder Público vigente, este estará sempre fiscalizando, acompanhado, se essas instituições estão em condições de manter o que lhe fora proposto. E afirma a responsabilidades dos respectivos sistemas de ensino, através dos órgãos normativos, regulamentar estratégias específicas para o atendimento escolar.

“Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais de educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”.

Aqui ela define os sistemas de ensino (estrutura administrativa) que são competências estabelecidas e inseridas na organização da educação nacional, pois estes “definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades...”. Estabelece que sistema de ensino é o estadual e o federal.

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“Art. 20 – As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias: I – particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo; II – comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupo de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologias específicas e ao disposto no inciso anterior; IV – filantrópicas, na forma da lei.”

Este artigo faz parte do Título IV, que fala das organizações e instituições privadas, que são diferentes das públicas em termos de administração e recursos financeiros e lhes são dados status de organizações como as particulares, as comunitárias, as confessionais e as filantrópicas.

A aparição das escolas privadas hoje é uma realidade constante e dinâmica, vide as escolas confessionais que aqui no Brasil antecedem as públicas.

Art. 26: “Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, e ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigidas pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e clientela”.

Pretende-se com este artigo, assegurar aos alunos a diferença de acesso a uma base nacional comum, que seja integrada à parte diversificada do currículo, para legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A elaboração do currículo é de competência da escola envolvendo a participação dos professores e demais profissionais da educação.

Art. 29: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”

A LDB, concebe a educação infantil como a primeira etapa da educação básica e define a sua finalidade como o da promoção do desenvolvimento

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integral da criança. O trabalho pedagógico tem o objetivo de atender as necessidades determinadas pela diferenciação de faixa etária, a partir de uma visão da criança como ser histórico, sujeito de direitos, e capaz de estabelecer suas relações.

Art. 64: “A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, , inspeção, supervisão, e orientação educacional, para a educação básica, será feita em cursos de graduação de pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional”.

Este artigo fala sobre as atividades de apoio pedagógico à docência, bem como a formação necessária ao seu exercício, ou seja, especialistas da educação. Esta deve ser adquirida pela realização de curso superior de pedagogia ou através de cursos de pós-graduação direcionada a uma das áreas específicas, indicadas pelo artigo acima citado: administração, planejamento, inspeção, supervisão ou orientação educacional. Deverão ser suporte pedagógico direto para os que exercem a docência.

1.4 - Considerações Finais:

Este primeiro capítulo teve como objetivo demonstrar como as Leis de Diretrizes e Bases da Educação entende a educação. Para atingir esse objetivo, mostramos como alguns autores pensam a educação, fizemos uma rápida descrição acerca da LDB e alguns de seus artigos, como parâmetro para outras discussões a seguir. Essa lei veio para consolidar, aperfeiçoar propostas para o setor educacional nacional.

É perceptível, diante dos vários autores que lemos sobre o assunto, que a tentativa de consolidação da educação pela LDB, ainda está longe de ser alcançada. Isso, em função da política nacional que desconsidera a importância da educação para a formação do cidadão e cidadã brasileira. Uma lei quando criada, além de ser estudada, entendida, precisa ser colocada em prática nos seus ambientes a que se dirige. Porém, não vemos atitudes concretas neste sentido, nem por parte dos governantes, como por parte das

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muitas escolas que temos em nosso país. Principais problemas enfrentados na educação brasileira nestes últimos tempos e que há muito vem sendo discutida e analisada por Paulo Freire: número grande de analfabetos, precária escolarização das camadas sociais subalternas, privilégio da educação das elites, educação bancária, reprodução de processos opressores em sala de aula, qualidade de trabalho inadequada...

No capítulo seguinte, vamos abordar a questão da confessionalidade, de forma específica, a educação na Igreja Metodista, centrando a discussão nas Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista, mas também analisando alguns autores que refletem essa educação específica.

CAPÍTULO II

DEIM – DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO NA IGREJA

METODISTA

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Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549, juntamente com o primeiro governador geral Tomé de Souza, comandado pelo padre Manoel de Nóbrega. Quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador tendo como mestre Vicente Rodrigues.

Além do ensino das primeiras letras, os jesuítas também mantinham cursos de Letras e Filosofia, considerada secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras, estudava-se gramática latina, humanidades e retórica, e no curso de filosofia estudava-se lógica, metafísica, moral, matemática e ciências físicas e naturais.

Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro ministro de Portugal de 1750 a 1777.

Com a saída dos jesuítas pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Ficaram funcionando como referência “o Seminário Episcopal, no Pará e os Seminários de São José e São Pedro,...a Escola de Arte e Edificações Militares, na Bahia e a Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro”. O primeiro ministro Marquês de Pombal, expulsou os jesuítas, pois tinham diferenças de objetivos. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. Ou seja, as escolas fundadas pelos jesuítas tinham o objetivo de trabalhar aquilo que era útil e vantajoso à fé da Igreja Católica, enquanto que o Marquês de Pombal, tinha o objetivo de organizar as escolas para trabalhar o que era útil aos interesses do Estado. Aí é que podemos mostrar o momento da ruptura dos moldes da educação no Brasil.

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No início do século XIX, a educação brasileira estava muito prejudicada, ocasionada pela ruína do sistema jesuítico e pela falta de criação de uma organização educacional pelo Marquês de Pombal. A história da educação teve sua mudança com a chegada da família real no Brasil.

O pensamento religioso no Brasil é cada vez mais explícito, especialmente no que diz respeito a ação contínua de busca de algo que ultrapasse os dados oferecidos pelo conhecimento humano,

.

A LDB no seu artigo 20 abre espaço para o funcionamento de escolas de cunho não público, sendo elas particulares, comunitárias, confessionais e filantrópicas.

Neste capítulo queremos abordar a educação confessional, de forma específica, a educação da Igreja Metodista. Mas a princípio precisamos entender o termo confessionalidade.

Confessionalidade identifica um grupo que possui uma identidade e uma doutrina própria. Levando em consideração um dos autores que abordam a confessionalidade metodista, o Rev. Rui Josgrilberg, em um artigo da Revista de Educação, n° 8, do COGEIME (Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação), “Confessionalidade e educação: uma visão ecumênica”, diz que “confessionalidade implica coerência de palavras e atos, coerência de vida”.

Paulo Ayres, afirmou em um de seus artigos para a Revista de Educação do COGEIME que “a expressão escola confessional é uma contradição de termos,...porque a Escola como parte importante da sociedade civil tem fundamentos próprios, que não se confundem com os da Igreja”.

A tradição educacional Metodista remonta ao século XVIII na Inglaterra, quando João Wesley, o iniciador do movimento metodista, fundou a primeira escola Metodista, a “Kingswood School” em 1748, até hoje em funcionamento. No Brasil as escolas metodistas foram criadas a partir da segunda metade do século XIX, através do trabalho de missionários e missionárias que vieram dos

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EUA para cá. A primeira escola metodista fundada no Brasil é o Colégio Piracicabano, fundado em 1881, por Martha Watts. Com o passar dos anos esse Colégio deu origem a UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba, primeira universidade metodista no Brasil e América Latina.

Neste período, a administração e a ação pedagógica, das instituições de ensino estava centralizada nas mãos da Igreja dos EUA, cuja influência era conhecida por onde as Igrejas metodistas passavam.

Rosana G.K. Meneghetti, no texto publicado na Revista Comunicações, ano 5, nº 2, em 1998, fez uma análise das características do ensino metodista, identificado como “mais humano, democrático, pragmático e flexível às mudanças”. Ela observa as convergências entre as propostas dos pioneiros da educação e os objetivos das práticas pedagógicas metodistas:

Na ótica dos protestantes e escolanovistas, enquanto o ensino católico se caracterizava por ser tradicional, demasiadamente propedêutico, mantenedor de espaços de ignorância e superstição das camadas da população que freqüentavam os bancos escolares, condutor, portanto de uma visão de mundo falsa e enganosa e que, por decorrência da censura a que submetia seus currículos, reforçava o atraso e o pouco desenvolvimento da nação, o ensino ministrado nas escolas protestantes sinalizava uma outra possibilidade com perspectiva político-educativa mais concorde com os ideais republicanos. [...] propunham-se a engajar seus alunos na luta pelo progresso nacional, a partir, exatamente, de uma visão inversa: a razão, base do pensamento científico, é o motor propulsor de sua perspectiva educacional; as “trevas” da ignorância das pessoas precisam ser substituídas pela instrução esclarecedora sobre os fenômenos existentes.

O ideal de João Wesley era de “Igreja e Educação, como organizações indissociáveis”. As escolas metodistas se multiplicaram por vários estados do país. Atualmente, são mais de setecentas instituições educacionais espalhadas pelo mundo, atuando nos diferentes níveis de ensino, vinculadas à tradição wesleyana.

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2.1 – DEIM – Diretrizes para a Educação na Igreja

Metodista:

Por volta dos anos 70, no auge do movimento conservador que caracterizou as ações institucionais da Igreja, o metodismo brasileiro passou por um momento de avaliação, tanto de suas práticas missionárias como de suas ações educativas. Neste período foi criado o documento “Credo Social da Igreja Metodista”, que veio com o objetivo de valorizar a tradição confessional metodista e orientar ao povo metodista, na discussão dos problemas sociais do país.

De mesma forma que o governo brasileiro sentiu necessidade da criação de um documento que normatizasse a Educação Nacional, a Igreja Metodista também teve esta preocupação. E como a LDB, o DEIM também levou algum tempo para ser definitivamente redigido. Em 1979 começou-se a discutir a necessidade de regulamentação da educação nas escolas metodistas, até que em (1982) criou-se o que hoje conhecemos por Diretrizes da Educação na Igreja Metodista. Aprovada pelo XIII Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado no período de 18 a 28 de julho de 1982, na cidade de Belo Horizonte.

Desde seu início a educação tem sido uma preocupação da Igreja Metodista e como tal tem pautado a sua ação. Essa ação educativa é vislumbrada não só na família, igreja, mas principalmente na criação de escolas de ensino secular e teológico. As propostas pedagógicas das escolas metodistas eram conhecidas como “inovadoras e humanizantes”, de acordo com a introdução do DEIM, combatendo a rigidez da educação jesuíta e governamental da época. Mas à medida que, “a sociedade brasileira foi se desenvolvendo, elas (as escolas) perderam suas características inovadoras e passaram a ser reprodutivas da educação oficial”.

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Em função da perda de objetivos iniciais e na tentativa de a educação metodista voltar para a perspectiva humanizadora, libertadora, deixando de ser individualista e voltar para a sociedade e suas necessidades, criou este documento com objetivos claros de “desenvolver a consciência crítica, exercitar a o senso e a prática da justiça e solidariedade” entre outros. Talvez, hoje, seja preciso fazer uma análise crítica das posturas tomadas com as instituições educacionais da Igreja Metodista e quem sabe, recriar este documento.

Em outro documento da Igreja (Plano para a Vida e Missão da Igreja), vimos definido que a Igreja entende educação secular como “o processo que oferece formação melhor qualificada nas suas diversas fases, possibilitando às pessoas o desenvolvimento de uma consciência crítica...”. Dessa forma no DEIM estipula-se que,

1 - O ensino formal praticado em nossas instituições não se limitará a preparar para o mercado de trabalho, mas , além disso, igualmente, deverá despertar uma percepção crítica dos problemas da sociedade. 2 - As instituições superarão a simples transmissão repetitiva de conhecimentos, buscando a criação de novas expressões do saber, a partir da realidade e expectativa do povo.

3 - Terá prioridade a existência de pastorais escolares que atuem como consciência crítica das instituições, em todos os seus aspectos, exercendo suas funções profética e sacerdotal dentro e fora delas. 4 - Toda a prática das instituições se caracterizará por um contínuo aperfeiçoamento no sentido de democratizar cada vez mais as decisões.

5 - Os órgãos competentes farão com que estas diretrizes sejam cumpridas em suas instituições.

6 - As instituições participarão em projetos da Igreja compatíveis com suas finalidades estatutárias atendendo aos fins da Missão.

Parágrafo único - As instituições educacionais da Igreja, de qualquer nível e grau, são regidas pelas Diretrizes para a Educação da Igreja Metodista, devendo toda a sua vida administrativa e acadêmica ser planejada e desenvolvida segundo seus ditames.

O documento é um discurso da Igreja sobre suas práticas pastorais e educacionais. O Rev. Clory Trindade, teólogo e historiador da Igreja, em um de seus artigos afirma que “o documento surge como parte de um processo de reflexão da Igreja Metodista que se inicia na década de 60...Concílio Vaticano II, Ditadura Militar e Teologia da Libertação...”.

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Na Igreja Metodista vimos duas vertentes de ensino: as formais caracterizadas pelo trabalho das instituições metodistas de ensino e as não formais caracterizadas pelo trabalho dos ministérios e das pastorais organizadas na Igreja.

A Diretrizes da Educação da Igreja Metodista são princípios filosóficos que traduzem as orientações da Igreja para as Instituições Metodistas de Ensino no Brasil (IMEs). Nela, a ação educativa da igreja é caracterizada como: educação teológica, educação secular e educação cristã.

Em sua introdução faz um resgate histórico da educação metodista, identificando esta como sendo parte da missão, e analisa as contribuições educacionais do metodismo. Ao valorizar essa tradição educacional da igreja, afirma a concepção wesleyana, reformadora, ao mesmo tempo, que reafirma a educação como um dos instrumentos para a transformação social.

Faz um desafio para que as instituições de ensino desenvolvam projetos pedagógicos que promovam uma educação crítica. A educação deve superar as ideologias vigentes e contribuir para a transformação da sociedade brasileira.

O documento tem uma parte que caracteriza os princípios do ensino formal na educação básica e superior, identificada neste, como educação secular. Afirma que, “...a Educação Secular...como processo que oferece educação melhor qualificada nas suas diversas fases, possibilitando às pessoas o desenvolvimento de uma consciência crítica...”.

Enfim, este documento é um exemplo no qual a instituição religiosa reconhece a amplitude da ação educativa confessional e as dimensões frente às necessidades do povo brasileiro.

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Em 2006, foi criada oficialmente pelo XVIII Concílio Geral da Igreja Metodista no Brasil, a Rede Metodista de Educação, para otimizar recursos, criar maior sinergia e sintonia, crescer e aumentar a visibilidade dos serviços educacionais prestados. Congrega todas as IMEs (Instituições Metodistas de Ensino) espalhadas pelo Brasil, tanto as ligada à educação básica (ensino fundamental e médio) quanto à superior. A necessidade de criação desta rede foi em função da concorrência no segmento educacional que leva a necessidade de uma gestão cada vez mais profissionalizada. Além disso, possibilitará a troca de experiências entre as muitas instituições de ensino.

Neste mesmo Concílio, foi discutido e aprovado algumas alterações nas DEIM, como por exemplo, acrescentou-se um item sobre as “questões críticas da educação metodista contemporânea”, falando dos diversos problemas que afligem o povo brasileiro em todos os aspectos da vida. E como Igreja, acreditamos “que o evangelho nos capacita a encontrar aquelas soluções que possibilitam a realização dos verdadeiros interesses do povo brasileiro”. Em vista disso, propõem-se examinar as ações educativas, dispondo-se a buscar novas linhas de ação.

Outro item acrescentado foi sobre a “Filosofia educacional da igreja e seus órgãos”. A educação metodista tem como referência básica o Credo Social e o Plano para a Vida e Missão (documentos da Igreja Metodista), e suas ações educativas são “iluminadas pela fé”, ou seja, está sempre relacionada com a reflexão teológica. Afirma que o interesse da Igreja Metodista na educação é para “ser fiel à sua vocação histórica e missionária”

Acrescenta-se também a discussão sobre “Políticas Educacionais e de Gestão” que visa garantir princípios contidos nos documentos do Sistema de Educação Metodista, fazer com que todas as pessoas ligadas à educação: alunos, professores e técnicos exerçam suas atividades com “justiça e solidariedade”, que os Projetos Pedagógicos sejam comprometidos com a cidadania e capacitação para o mercado de trabalho, desenvolver uma educação “inter e multidisciplinar, atuando na transversalidade”, avaliar

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sempre os currículos dos cursos oferecidos, “desenvolver a gestão de pessoas e as relações humanas, no âmbito de cada instituição”, entre outros.

Acrescentou um item que sobre o Ensino Religioso nas Escolas, matéria obrigatória do currículo nas Instituições Metodistas de Educação Básica. Este deve ser “pautado na tradição de respeito às outras tradições religiosas”, porém, sua fundamentação teológica e pedagógica deverá ter como base a confessionalidade e tradição metodista. Sua proposta pedagógica deverá se alicerçar em “conceitos epistemológicos da ação pedagógica, comunicar-se por eixos norteadores e temas transversais...”. Esta disciplina é de responsabilidade das Pastorais Escolares e Universitárias, o professor deve “ter compromisso com a tradição cristã e Metodista, com formação específica segundo os critérios estabelecidos para as IME e...critérios de formação específica na área, na forma da legislação vigente”.

E por fim, acrescentam-se itens sobre a gestão administrativa, econômico-financeira, de pessoas, de tecnologia e informação.

Concluindo, como toda lei precisa se atualizar, as Diretrizes de Educação da Igreja Metodista, também está neste processo de mudança. A criação da Rede Metodista de Educação é uma das propostas de mudança, pois unificou as Instituições Metodistas de Ensino em uma só organização administrativa, com um só Conselho Diretor, que discute, avalia e propõe ações para estas Instituições.

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CAPÍTULO III

COMO SUPERVISIONAR UMA ESCOLA

CONFESSIONAL, A PARTIR DA LDB:

(O papel de supervisão):

Não se pode trabalhar o processo educativo esperando que tudo dê certo, sem um acompanhamento quanto ao seu planejamento e execução. O bom ensino não pode ficar somente, na dependência de professores excepcionais ou do acaso, quanto ao seu bom desempenho. É preciso a presença de mais um elemento, para conduzir, orientar e trazer o consenso do trabalho desenvolvido na escola.

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O supervisor escolar surge como pessoa interessada no desempenho da escola, para que a sua ação seja constantemente melhorada e os bons resultados sejam garantidos de maneira objetiva e científica. A supervisão deve partir do pressuposto que vai trabalhar com professores de capacidade média e com eles ajustar planos que levem a bom termo o processo ensino-aprendizagem, retificando possíveis erros e melhorando a atuação, em vista de dados concretos reconhecidos da observação do desenvolvimento mesmo do ensino. A supervisão escolar é necessária, de uma ou de outra forma, para ajudar, em seu trabalho, o pessoal que se destina à tarefa de ensinar.

O que significa a palavra “supervisionar”? Segundo o dicionário Aurélio, supervisionar é dirigir, orientar ou supervisionar em plano superior. Até mesmo se formos pesquisar a origem da palavra, encontraremos o supervisor como aquele que revisa, que vê. Esta atividade consolidou-se na Idade Média, e se referia ao tipo de relação existente entre o mestre de ofício e os aprendizes. \Nos dias de hoje, levamos o termo supervisão ao pé da letra, seria um ato de autoritarismo que colaboraria para que o supervisionando aumentasse seu medo frente ao novo processo, e retornássemos à Idade Média.

A supervisão faz parte do processo educativo, onde o supervisor terá como tarefa ajudar o supervisionando a encontrar melhores caminhos para o desempenho de sua tarefa educacional. A supervisão sugere a existência de alguém que “enxerga” com um novo olhar o trabalho cotidiano do professor e escola.

Alguns autores diferem os significados em função da época em que o termo foi estudado, de acordo com anotações em sala de aula:

Harais (1963), diz que Supervisão educacional, “consiste numa série de comportamentos razoáveis, envolvidos na situação do ensino e classificados de acordo com as tarefas típicas”.

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Castilho (1971), diz que Supervisão Escolar, é “uma função que atua organizando a instrução, desenvolvendo o currículo, ...e treinando o pessoal, providenciando condições de trabalho, possibilitando o acesso a materiais e recursos didáticos(...) acompanhando o desenrolar do processo ensino/aprendizagem, avaliando resultados...”.

Nérice (1974 – ditadura militar), diz que “supervisão educacional é ter visão sobre todo processo educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola”. Esta visão exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a escola e os objetivos da educação são o foco do trabalho, sem que sejam considerados os professores, alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer outra variável dentro desse processo.

Gandim (1985), “o ideal de supervisão deveria ser...o de estimular...a competência profissional, a clareza de posicionamentos, o conhecimento da realidade, afim de que cada pessoa, dentro do seu grupo, alcance sua identidade”.. É uma ação que não é fácil, pois exige compromisso pessoal de todos, abertura de espaços para a participação, distribuição de autoridade, igualdade de oportunidades nas tomadas de decisões e democratização do saber.

Para Passerino (1996), “o trabalho do supervisor educacional deve ser orientado pela concepção libertadora de educação, exige um compromisso amplo...com a comunidade em que está inserido e consigo mesmo”. Trata-se de um compromisso político que induzirá à competência profissional e acabará por refletir na ação do educador, em sala de aula. É uma tarefa difícil visto que, exige participação e integração em sua complexidade.

Segundo Alarcão (1996) no contexto brasileiro, a supervisão apresenta-se como uma prática relativamente recente. Remonta aos anos 70 e surgiu no cenário sócio-político-econômico, historicamente, como a função de controle.

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A função de Supervisão Escolar, foi oficializada com a LDB de 1971, no artigo 64. Neste ano, foi feita uma reformulação do curso de Pedagogia, com novas habilitações: administração, inspeção, supervisão e orientação. Com isso, a função de supervisor educacional é profissionalizada.

Afinal de contas quem é o supervisor ou supervisora dentro de uma escola? Alguns autores fazem diferentes definições, como por exemplo, Alarcão (2001) usa a denominação “supervisor escolar”, quando este é compreendido como o responsável por todo o funcionamento da escola , tanto nos setores administrativos, culturais e de serviços. Já Rangel (2003), fala de “supervisão pedagógica escolar”, que é integrada à uma equipe docente, com ação didática e curricular, “faz parte do corpo de professores, e...trabalho caracterizado pela coordenação...das atividades didáticas e curriculares...”(p.57). Outras definições “supervisão educacional”, que abrange também a questão política da escola.

Saviani (2003), fala que essa função acompanha a ação educativa desde suas origens, com nomes diferentes. E que, com o passar dos tempos, supervisão passa a englobar aspectos políticos-administrativos, fiscalização, coordenação, orientação de ensino, quando no começo era somente a de vigilância. Ainda, que em alguns contextos, os técnicos ganham relevância nos serviços educacionais e, que esses técnicos são chamados de “especialistas em educação, dentre eles, o supervisor”.

Alarcão (2004) refere-se a este profissional como líder, definindo como objeto de seu trabalho “o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos que nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por meio de aprendizagem individuais e coletivas.

De acordo com Libâneo (2005), este profissional deve viabilizar e articular, no cotidiano da instituição educativa, as variadas questões que integram a dimensão pedagógica. Portanto, cabe ao profissional monitorar

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sistematicamente a prática pedagógica dos professores sobretudo a partir de estratégias de reflexão e investigação.

Pelos caminhos da história vimos mudanças na educação e percebemos isto, através de movimentos na década de 80, para repensar a educação. Alguns profissionais insatisfeitos com a educação vigente nas escolas brasileiras, passam a refletir, discutir e buscar alternativas para uma nova proposta sobre a função social da escola, o papel do educador e os resultados que estas práticas pedagógicas trazem para os educando. A realidade provocada pela distância que a escola impôs entre a vida real dos educandos e o objetivo da educação, passa a desagradar, a incomodar, a promover problematização e reflexão. Dentre vários pensadores, encontramos Paulo Freire (1992), cujas teorias vão de encontro a esta realidade e assumem um papel importante quando provocam uma reflexão e mobilizam em direção à mudança desta perspectiva. Ele nos traz a esperança, a tolerância, o formar-se para poder formar, o respeito aos saberes dos educandos, a busca de respostas e de conhecimentos, o saber-se inacabado, a escuta e o diálogo – princípios que desestabilizam a prática pedagógica de muitos educadores, fazendo-os buscarem novos rumos, impulsionando os profissionais de educação a repensarem suas práticas.

Com esta nova realidade, o Supervisor Escolar passa a ter que refletir sobre o que fazer, por que fazer, para que fazer, assumindo, enquanto educador, a dimensão política de sua função.

Como diz Medina (2002), o supervisor “abdica de exercer poder e controle sobre o trabalho do professor e assume uma posição de problematizador do desempenho docente,...indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar, apreciar,...situações de ensino...”

A supervisão deve auxiliar na concepção, elaboração e administração do trabalho didático-pedagógico.

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Na LDB, artigo 64 tem definição simples de “profissionais de educação”, “para administração, planejamento, , inspeção, supervisão, e orientação educacional, para a educação básica”.

Sendo assim, quais seriam as ações determinadas pela supervisão escolar? Acredito que essas ações diferem de escola para escola. Isso no âmbito escola pública, privada e confessional. Mas podemos citar algumas possibilidades de ações que de um modo geral é preciso se desenvolver enquanto supervisão:

• Responder pelas atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula, visando a níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa do processo ensino/aprendizagem;

• Supervisionar a elaboração de diagnósticos e projetos para a elaboração da proposta político-pedagógica da escola, bem como de outros planos e projetos;

• Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, incluindo a assistência direta aos professores na elaboração dos planos de aula, escolha dos livros didáticos e práticas de avaliação da aprendizagem;

• Organizar as turmas, designar professores para as turmas, elaborar o horário escolar;

• Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem (procedimentos, resultados), formas de supervisão dos problemas;

• Assegurar a unidade de ação pedagógica da escola, propondo orientações e ações de desenvolvimento do currículo e do ensino, gerindo atividades curriculares e de ensino, tendo em vista a aprendizagem do aluno;

• Observar aulas, entrevistas e reuniões, a fim de prestar assistência aos professores;

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• Exercer uma liderança democrático-participativa criando um clima de trabalho cooperativo e solidário entre os membros da equipe.

Nérici (anotação de sala de aula), afirma em um dos seus textos sobre supervisão escolar, que esta função pode vir agrupada em três núcleos que são: funções técnicas, administrativas e sociais.

• Funções Técnicas:

- Realizar investigações da realidade educacional de sua zona e planejar, cooperativamente, o trabalho de supervisão que se propõe a realizar; - Orientar e coordenar o trabalho dos professores, com relação à interpretação e aplicação de programas, uso de métodos e materiais de ensino e avaliação de trabalho escolar; treinar os professores no conhecimento e aplicações das técnicas para o estudo, organização e desenvolvimento da comunidade; procurar a aplicação inteligente dos princípios das relações humanas nas atividades de trabalho com os professores e demais pessoas; promover o aperfeiçoamento sistemático dos professores em serviço, por meio de cursos, boletins e outras técnicas adequadas.

• Funções Administrativas:

- Organização da escola, das aulas e dos serviços auxiliares; Organização e distribuição do calendário escolar; aquisição, distribuição e uso dos utensílios escolares; organização e manutenção dos arquivos escolares; manutenção de registros estatísticos.

• Funções Sociais:

- Estabelecer boas relações humanas com professores, alunos, vizinhos e demais pessoas; procurar que as escolas promovam e ajudem nos projetos de melhoria comum; estimular a organização de centros e associações que contribuam para o desenvolvimento da comunidade; ajudar na formação de uma consciência quanto a direitos e deveres; uma vez que a supervisão moderna dirige a atenção para os fundamentos da educação, importante que o

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supervisor promova estudos de equipe sobre as crenças e valores da sociedade, onde ele está atuando, e sobre as contradições e tensões inevitáveis numa sociedade em mudança. Ele deve, ainda, promover um estudo da natureza e do desenvolvimento dos seres humanos (psicologia evolutiva e da aprendizagem).

Acreditamos que o Supervisor Escolar tem a possibilidade de transformar a escola no exercício de uma função realmente comprometida com uma proposta política e não com o cumprimento de um papel alienado assumido. Lembrando, das escolas confessionais, além de tudo, esse profissional tem que pautar o seu trabalho naquilo que “rege” a sua confessionalidade. É preciso pensar nas leis e regras que regem a educação escolar brasileira como um todo e, também pensar nas normas confessionais para o desempenho de sua função. Deve estar envolvido nos movimentos e lutas que visem à justiça e as necessidades de toda a escola, principalmente, os professores, que dependerão indiretamente de sua atuação.

O Supervisor escolar deverá ter a capacidade de desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade e daí gerar estratégias para a ação pedagógica. Não cabe a ele, impor critérios ou soluções, cabe, ajudar na construção da conscientização necessária da luta para uma educação libertadora.

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CONCLUSÃO

A educação é fundamental para a constituição do ser humano, enquanto ser individual e social. Ela pode ser repensada sempre e até quem sabe, reinventada. Segundo Paulo Freire ela não é maior que o ser humano. Ela faz parte do existir da sociedade e está em toda parte, atribui compromissos, direitos e deveres a todas as pessoas que estão inseridas nela. Mas, como Brandão afirma, assim com a vida é maior que a forma, a educação é maior que o controle formal sobre a educação.

A educação não existe só para reforçar o que já existe, mas para a resistência e a criação de novos espaços para a construção de novos saberes existentes na ação pedagógica.

A LDB, Leis de Diretrizes e Base da Educação determina as normas e regulariza a situação do ensino no Brasil. Nossa intenção neste trabalho foi analisar sua importância e discorrer sobre alguns dos seus artigos, para então discutirmos a educação confessional, de um modo específico a educação na Igreja Metodista, através de sua “lei” – Diretrizes da Educação na Igreja Metodista.

Segundo um dos autores que pesquisamos (Pedro Demo) afirma que essa lei (LDB) não é inovadora, no sentido dos desafios modernos da nossa educação. Alguns componentes introduzidos por ela são interessantes,

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atualizados, mas, no documento, o que predomina é a visão tradicional. Ele afirma que esta, foi feita para o interesse único das elites, que o Brasil é um dos países mais atrasados em termos de educação, e que a LDB não “redime essa chaga, por mais que lance perspectivas inovadoras...”.

Saviani,(1997), também deixa um importante comentário acerca da LDB quando afirma que deixamos de aproveitar a oportunidade para traçar caminhos para se construir um sistema nacional de educação mais aberto, mais abrangente e adequado às necessidades da população brasileira como um todo.

Hoje, após mais de dez anos de sua promulgação, muitos pontos ainda restam sem conclusão. Regras continuam sem cumprimento, questões continuam sem respostas, como por exemplo, a garantia da gratuidade, a busca de melhoria de qualidade, a formação e aperfeiçoamento dos docentes... Acreditamos que é preciso colocar em discussão uma análise mais profunda das questões impostas pela LDB.

Quanto à questão da educação confessional, foi objeto nosso, a discussão da DEIM – Diretrizes da Educação na Igreja Metodista.

O ensino nas Instituições Metodistas é entendido como uma expressão da confessionalidade (marcada pelas referências da tradição wesleyana metodista). Sua proposta educacional era inovadora e humanizante, porque ofereciam uma alternativa à educação dada pelo governo ou pelos jesuítas, depois, passou a ser reprodutora da educação oficial.

Em pesquisas realizadas para este trabalho, percebemos que a educação sempre esteve presente nos idealizadores do metodismo, desde seu nascimento. A intenção dos missionários norte-americanos vindos ao Brasil para estabelecer a igreja Metodista, foi, “evangelizar” através da educação. O esgotamento das propostas educacionais foi agravado na década de 50, pela passagem do controle administrativo e pedagógico das escolas metodistas

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para a Igreja brasileira, até então estava nas mãos dos missionários norte-americanos. Diante da crise, que começou a se abater sobre as instituições educativas a partir de 1945, a direção da Igreja não tomou a tempo providências sistematicamente planejadas e implementadas. Os recursos norte-americanos remediavam os problemas, a igreja ignorou a crise que se avolumava. Os recursos financeiros vindos de fora, foram se acabando e aí a crise só foi crescendo.

Os documentos analisados (LDB e DEIM) falam de educação para todos, ou seja, toda população brasileira tem direito à educação. Mas o que vemos tanto nas escolas públicas ou não, e principalmente na confessional, é que poucos são os que tem acesso à educação ainda hoje. Em relação às instituições educacionais da Igreja Metodista, hoje ainda, está muito voltada para a elite. O neoliberalismo com seu capitalismo, com seu objetivo de lucro, vem “contaminando” a educação na Igreja Metodista. O ensino gratuito então, é quase inexistente nas escolas confessionais. Cobram mensalidades altíssimas, excluindo a classe menos favorecida de acesso aos seus espaços educacionais. Nas escolas públicas vemos a gratuidade, sendo estas “sustentadas” pelos governos.

Quanto à qualidade de ensino ministrada aos alunos, também vemos diferenças, pois nas escolas confessionais, além de material humano mais especializado, vemos muitos recursos didáticos disponíveis e uma educação mais moderna, atendendo ao que está estabelecido na LDB, no que tange a currículos. Nas escolas públicas poucas são as que atendem a demanda educacional, pois muitos de seus profissionais não tem especializações, o material didático é pobre e o ensino ainda vai muito no modelo “educação bancária”, discutida por Paulo Freire.

Após mais de 20 anos de implantação do documento que regulamenta a educação confessional metodista, não se estabeleceu uma estratégia que pudesse favorecer sua implantação em todas as instituições metodistas no Brasil. Igualmente, acreditamos com o que acontece com a LDB, cada escola

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metodista interpretou as regras de sua forma, e assim colocam em prática de acordo com sua interpretação. Muitos seguem modelos pedagógicos estranhos ao estabelecido pelas DEIM, basta vermos seus currículos, projetos pedagógicos e administrativos para percebemos isso.

A educação metodista, ao perder a percepção de que o evangelho tem também dimensões políticas e sociais, a ação educativa esvaziou-se esquecendo sua herança metodista. E ainda ficou prejudicada em dois pontos: não se identificou plenamente com a cultura brasileira e não se preocupou em descobrir soluções para os problemas dos pobres e desvalidos que são a maioria do nosso povo brasileiro.

A criação da Rede Metodista de Educação vem no afã de buscar saídas para problemas do caráter missionário próprio a uma instituição confessional.

Em meio a tudo o que foi dito, ficamos na expectativa da ação do Supervisor Educacional, que além de estar ciente e consciente de todas as conjunturas nacionais, educacionais, deve buscar se “enquadrar” nos eixos pedagógicos de cada escola. Seja ela, pública, privada, confessional ou filantrópica.

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ANEXO

Índice de anexo

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ANEXO 1

DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO NA IGREJA METODISTA

Art. 25 - O XIII Concílio Geral aprovou as seguintes Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista:

Prefácio Histórico

Na continuidade de um processo iniciado há longo tempo e de projetos já elaborados anteriormente, e tentando responder a anseios já existentes, a Igreja Metodista iniciou em 1979 processo formal para definir posições que servisse como diretrizes para a tarefa educativa de suas escolas. Após pesquisas em igrejas e instituições metodistas no País, realizou-se um seminário no Rio de Janeiro, em julho de 1980, convocado pelo Conselho Geral, quando se elaborou um documento intitulado Fundamentos, Diretrizes e Objetivos para o Sistema Educacional Metodista. Este documento, voltado para as instituições de ensino secular e teológico foi publicado pelo Expositor Cristão e encaminhado a várias igrejas, instituições e órgãos regionais e gerais, para que fosse avaliado.

Enquanto se desenrolava este processo, a Secretaria Executiva de Educação Cristã do Conselho Geral promovia, a mando deste, a busca de um posicionamento acerca da Educação Cristã. Certas afirmações básicas, intituladas A Educação Cristã: um posicionamento metodista, foram também publicadas e propostas à Igreja em 1981. Por outro lado, tendo em vista a necessidade de preparação do Plano Para a Vida e a Missão da Igreja, o Conselho Geral procurou também definir a maneira metodista de se entender a vida e a missão da Igreja. Isto foi levado a efeito através de pesquisa da Igreja e especialmente através de uma Consulta Sobre Vida e Missão. Um documento sobre esta compreensão foi também elaborado e publicado no órgão Oficial da Igreja. Tendo em vista as colocações alcançadas, o Conselho Geral determinou que elas fossem consideradas quando da revisão final dos Fundamentos, Diretrizes, Políticas e Objetivos para o Sistema Educacional Metodista. Estes deveriam ser ampliados, de modo a incluir também as responsabilidades da Igreja no campo de educação cristã. Com esta finalidade, em janeiro de 1982 reuniu-se o Seminário Diretrizes para um Plano Nacional de Educação, no Instituto Metodista de Ensino Superior.

Foram convocados os bispo, os membros do Conselho Geral, representantes dos Conselhos Regionais , das Federações Regionais de Homens, Senhoras, Jovens e Juvenis, bem como das respectivas Confederações.

Cada instituição de ensino ( secular e teológico ) foi convidada a enviar dos representantes. Os alunos de cada instituição de ensino teológico também foram convidados a enviar um representante.

O Seminário pretendia elaborar um posicionamento que levasse em conta, além das propostas dos documentos acima citados, a análise do opinamento recebido das igrejas, órgãos e instituições. A complexidade da matéria mostrou que não se alcançaria a redação apropriada. Uma comissão foi então eleita pelo Seminário e encarregada de reunir estas conclusões, aproveitando também os estudos ali realizados.

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O documento Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista é o resultado do trabalho, aprovado pelo Conselho Geral e sancionado pelo XIII Concílio Geral da Igreja Metodista.

I - 0 QUE ESTAMOS VENDO

A educação tem sido um dos instrumentos sempre presentes na ação da Igreja Metodista no Brasil. Como instrumento de transformação social, ela é parte essencial do envolvimento da Igreja no processo da implantação do Reino de Deus.

A ação educativa da Igreja acontece de diversas maneiras: através da família, da igreja local em todas as suas agências ( comissões, escola dominical, o púlpito, os grupos societários, etc. ), através das suas instituições de ensino secular, teológico, de ação comunitária e de comunicação.

Levando em conta o evangelho e sua influência sobre todos os aspectos da vida, a ação educativa metodista trouxe muitas contribuições positivas. Por meio especialmente da igreja local, muitas pessoas foram convertidas e transformadas, modificando suas vidas e seu modo de agir. Por intermédio das instituições a Igreja buscou a democratização e a liberalização da educação Brasileira. Suas propostas educacionais eram inovadoras e humanizantes pois ofereciam um tipo de educação alternativa aos rígidos sistemas jesuíta e governamental.

A ação educativa da Igreja, entretanto, deu muito mais valor às atitudes individualistas em relação à sociedade. O mais importante era uma participação pessoal e isolada. No caso específico das nossas escolas, à medida em que a sociedade brasileira foi se desenvolvendo, elas perderam suas características inovadoras e passaram a ser reprodutoras da educação oficial. Esvaziaram-se perdendo sua percepção de que o evangelho tem também dimensões políticas e sociais, esquecendo, assim, sua herança metodista. Em razão de suas limitações históricas e culturais a ação educativa metodista tornou-se prejudicada em dois pontos importantes: primeiro, porque não se identificou plenamente com a cultura brasileira; segundo, por ter apresentado pouca preocupação em descobrir soluções em profundidade para os problemas dos pobres e desvalidos, que são a maioria do nosso povo. Hoje, no Brasil, vivemos situações que exigem de nós resposta concreta. Os problemas que afligem nosso povo, desde a família até os aspectos mais amplos da vida nacional, colocam um grande desafio e todos precisamos contribuir para encontrar as soluções que atendam aos verdadeiros interesses da maioria da nossa população. Percebemos que muitas são as forças contrárias a vida. Mas Também acreditamos que o evangelho nos capacita para encontrar aquelas soluções que possibilitam a realização dos verdadeiros interesses do povo Brasileiro. Por isso, nós, metodistas, à luz da Palavra de Deus, examinamos nossa ação educativa presente, dispondo-nos a buscar novas linhas para esta ação.

II - O QUE NOS DIZ A BÍBLIA

O Deus da Bíblia - que é Pai, Filho e Espírito Santo - se revela na história humana como Criador, Senhor, Redentor, Reconciliador e Fortalecedor. Este

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