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Freiburg/Handrup/BerlinBRASILEIROS NA ALEMANHA
MAR/ABR-2013Ano 003 Nº 005
Pág. 02«Para mim, as duas grandes guerras mundiais não estão
mais somente nas folhas dos livros, mas sim, nas ruas
por onde passo e no olhar de algumas pessoas»
Fr. Maximiliano Cândido,scj
Sehnsucht
statt Hoffnung
(Saudades ao invés de Esperança)
Padre
Przemyslaw
Bukowski
«Podemos nos perguntar: o que nos espera?
Qual é a nossa esperança? O que deve mudar
em nós?»
ESPECIAL
Pág. 03/04
Mais um encontro com os jovens alemães que irão para o EJD em Tau-baté e a JMJ no Rio de Janeiro em julho deste ano.
«Ide e fazei discípulos entre todas as nações»
(Mt. 28,19)
Michael inicia o
Postulantado
na Província Alemã
Pág. 05 Pág. 05 Pág. 01Fratres ajudam no
Night Fever em
Freiburg
Um pouco sobre
Handrup...
Ginásio
Leoninum
Berlim
Pág. 06 Pág. 06Pág. 01
Editorial
Fr. Rarden Pedrosa, scj
Diagramação: Fr. Rarden Pedrosa,scj Revisão: Pe. Ricardo Diniz,scj
Autores: Religiosos Brasileiros na Província Alemã Jesus ressuscitou, aleluia, pois, Ele está no meio de nós. Nós, religiosos brasileiros que e s t a m o s n a A l e m a n h a , desejamos a todos vocês, leitores do Info-Deutschland um santo tempo pascal. Nesta nova edição de número 5, inovamos o nosso informativo por meio do convite feito ao Padre Przemyslaw, para expor seu pensamento sobre a situação da Igreja Católica na Europa. Agradecemos a disponibilidade dele. Você verá também nesta edição um «Especial Berlim», uma vez q u e e s t a , é a n o v a comunidade da Província Alemã. Além disso, você terá acesso ao trabalho dos religiosos que estão no G i n á s i o L e o n i n u m e m Handrup, a participação dos Fratres junto ao movimento Night Fever, a preparação dos jovens para o EJD e JMJ e a admissão do novo postulante M i c h a e l . P o r f i m , F r . Maximiliano nos escreve sobre sua experiência em um país que transmite história de uma guerra ao longo do dia-a-dia. Agradecemos a todos os nossos leitores e ainda aguardamos a sua visita em nosso blog. Lembrando que, você, leitor, pode contribuir com nosso trabalho por meio do nosso e-mail. O que você gostaria de saber sobre a m i s s ã o d o s r e l i g i o s o s brasileiros que estão na Alemanha? Continuemos e n c u r t a n d o n o s s a s distâncias. Boa leitura e até a próxima!
SAUDADES AO INVÉS
DE ESPERANÇA
Padre Przemyslaw BukowskiPadre Przemyslaw
Bukowski tem 32
anos e é natural de
Szczucyn, Polônia.
F o i o r d e n a d o
sacerdote no dia 26
de maio de 2007.
C o m o v i g á r i o
trabalhou os três
primeiros anos em
uma Paróquia na
cidade de Lublin,
Polônia. Após este
trabalho foi para
Freiburg, com o
objetivo de realizar
seu Mestrado em
F i l o s o f i a , l u g a r
o n d e a t é h o j e
trabalha e estuda.
a Europa encontram-se as fontes de nossa fé
católica cristã. A Palestina pertence à Ásia,
porém Roma ao Vaticano... tudo isso já nos
pertence. Isso significa também, que a Igreja,
desde o princípio, marcava presença neste
continente e ali pode crescer. Porém, apesar disso,
a situação da fé e da Igreja aqui, hoje, voltou a ser
difícil.
Não podemos dizer que a Europa tenha medo
diante da Igreja ou que sinta ódio dela. Tem-se a
impressão de que a Igreja sempre, já desde o
princípio, tinha uma influência sobre a Europa. A
meu ver, não se pode pensar a Europa de hoje sem
tais influências do Cristianismo.
Muitos costumam dizer hoje: “A Europa já se
cansou do Cristianismo”. Penso ser justamente
esta a razão da crise de fé na Europa. Porém, esta
crise não significa que os europeus não queiram
mais crer, mas, sim o fato de não conseguirem
mais crer como creram no passado. Não se trata
portanto de uma crise da fé em si, mas sim, da
interpretação que se faz dela. Talvez a Igreja atual,
presente neste continente, ainda não tenha
encontrado o método apropriado, para se
estabelecer e encontrar a sua posição em meio à
sociedade modernizada.
Poderíamos perguntar: “o que nos espera?” “Qual
é nossa esperança?” “O que deve mudar em nós?”
São grandes interrogações, que também a Igreja
na Europa se faz neste ano atual da fé.
Pessoalmente penso que não é a fé em si ou a
Igreja na Europa que tem problemas. Muito mais
são aqueles, que não encontram na Igreja ou na fé,
o que lá procuram e necessitam para a sua vida.
Uma dica e possível resposta que eu vejo: Os
europeus hoje já não têm o anseio de voltar às
fontes de sua fé e da Igreja, porém eles têm a
grande esperança, de que a sua fé e a sua Igreja
possam oferecer-lhes algo vivo hoje, algo que
responda aos seus anseios mais profundos.
O rosto da Igreja Católica
e da Fé na Europa
N
Confira o texto no original
Tradução de Pe. Márcio Auth,scj
Pág. 02
Após alguns meses na Alemanha tive a oportunidade de conhecer alguns lugares onde aconteceram batalhas das duas grandes guerras mundiais – (1914-1918) e (1939-1945). Quando nós estudamos história na escola, especificamente as duas grandes guerras mundiais, logo nos chamam a atenção várias particularidades como a figura de Hitler, a Alemanha nazista, os campos de concentração, o massacre dos judeus e o desejo de Hitler, de tornar Berlim a capital do mundo. Ficamos curiosos, olhamos as fotos atentamente, nos questionamos sobre as razões de tais guerras, decoramos datas importantes dos acontecimentos deste período, damos asas para a imaginação e assim compreendemos um pouco da razão deste triste fato da história. Porém, pisar neste solo de guerra, que no passado foi muitas vezes banhado por sangue, é uma experiência ímpar. Enquanto eu lia nos livros, estudava com os amigos e questionava os professores sobre os acontecimentos das guerras, minha visão se limitava as referências dos livros. Entretanto, agora que visitei lugares históricos, como por exemplo: museus de guerras onde pude ver artefatos utilizados em campos de batalhas, pontos de batalhas sangrentas e campos de
concentração, posso dizer que minha visão sobre o que foi realmente a guerra, com certeza, não são mais as dos livros. Um dos primeiros lugares de guerra que visitei e o que mais me marcou até agora foi o campo de concentração “Natzweiler-Struthof” na França. Fui com mais quatro religiosos. Quando chegamos ao campo pairava no ar uma atmosfera triste, respeitosa e meditativa. O campo se localiza num lugar afastado e calmo. Assim que chegamos, já vimos a entrada do campo toda feita de madeira e arame farpado por todos os lados. Em seguida observamos outros pontos como: as torres de vigilância, os pátios, os galpões, os vários níveis de cercas de arame farpado. Todavia, o que mais me chamou a atenção não foram estes pontos. Nada me deixou mais meditativo neste dia do que o crematório, a câmara de gás e a bancada de tortura. O sentimento foi tão forte quando entrei na câmara de gás, que aquilo não parecia ter acontecido de verdade e que não podia acreditar que pessoas passaram por tamanha atrocidade. Depois visitamos uma sala preparada para execução de prisioneiros, onde o ralo está bem no centro e o piso é todo inclinado para uma limpeza rápida do sangue do executado. Triste e lamentável foi o holocausto de seres humanos. Este é um momento daqueles que as palavras não expressão os sentimentos. Tudo isso é um pouco da triste parte da história e dos períodos de guerras, que tive o privilégio de conhecer. Contudo, pisar, tocar e ver todos esses lugares possibilitou ir além dos conhecimentos dos livros de história, sobre as duas grandes guerras mundiais, e colocou-me, de fato, nos lugares históricos. Por exemplo, a cidade onde moramos, Freiburg, foi quase toda destruída. Restou somente a catedral gótica, de mais de 700 anos, e, algumas casas. Para mim, as duas grandes guerras mundiais não estão mais somente nas folhas dos livros, mas sim, nas ruas por onde passo e no olhar de algumas pessoas que até então tive a oportunidade de conhecer.
Visita aos lugares das Guerras Mundiais
Pág. 03
«Uma comunidade com coração no coração de Berlim»
Padre Tarcísio Feldhaus: Superior da Comunidade Religiosa em Berlim
Especial Berlim
No dia 16 de fevereiro, com missa presidida pelo arcebispo de Berlim Rainer Maria cardeal Woelki, foi
abençoado o nosso convento. Às 10 horas da manhã de um frio sábado do inverno europeu a igreja Mater
Dolorosa situada na Greifswalder Strasse, 18 A, estava completamente lotada. Membros da comunidade
local, da paróquia Corpus Christi e da comunidade de língua portuguesa vieram prestigiar esse histórico
acontecimento. O coro da paróquia Corpus Christi e o coro da comunidade de língua portuguesa
abrilhantaram a liturgia. Mais de 40 religiosas marcaram presença, dentre elas 3 superioras Gerais, 2
provinciais e várias superioras de comunidades. Mais de 30 padres concelebraram a missa. Da parte dos
nossos confrades estiveram presentes: Dom Teemu Sippo scj, bispo da Finlândia; Pe. John van den
Hengel, conselheiro geral; Pe. Heiner Wilmer, provincial da GER; Pe. Sebastião Pitz, representante do
provincial da BSP; Pe. Salomon, representante do provincial da Polônia; Pe. Cinal, representante do
superior da ACR; 8 confrades da Polônia; Pe. Ricardo Diniz e outros confrades da GER. Da parte do
arcebispado de Berlin tivemos a presença do Prelado Tobias Przytarski, Vigário Geral; Prelado Stefan
Dyboswski, coordenador de pastoral; Monsenhor Hans-Jürgen Günther “Personalchef”; Dr. Monsenhor
Hoefs, responsável pelos religiosos; o Padre secretário do núncio apostólico que acompanhava
D. Teemu e outros padres que atuam nas paróquias vizinhas. Ao término da missa o Cardeal
rezou a oração de bênção do convento e fomos numa restrita comitiva aspergir os cômodos
de nossa casa, situados no 4º andar da construção anexa à Igreja. Então nos reunimos com
todos os nossos convidados para a recepção (espumante, sucos e uma apetitosa sopa de
carnes, na Alemanha chamada de “Gulasch”) no salão nobre da escola. Lá discursou o
conselheiro geral e o superior provincial. Em nome da comunidade religiosa local, eu, como
reitor, agradeci a todos os que estavam presentes. Pela graça de Deus e o trabalho da nova
comunidade as repercussões foram as melhores possíveis, o que nos deixou muito
satisfeitos.
Pág. 04
Padre Markus Mönch natural da Alemanha é Pároco da Paróquia
Alemã
Padre Márcio Auth natural do Brasil é Vigário Paroquial na
Paróquia Alemã e Portuguesa
Padre Ryszard Krupa natural da Polônia é responsável pelos estrangeiros em Berlim Padre Wladyslaw Mach é Capelão em um Hospital (Unfallklinik) em Berlim