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Hipótese de Incidência Fato Gerador Obrigação Tributária Lançamento Tributário Crédito Tributário CDA LEF

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1 PONTO 1: NATUREZA DO TRIBUTO

1. Conceito de Direito Tributário1

É ramo do Direito Público, uma vez que presente o Poder de Império do Estado na relação jurídica, prepondera o interesse da coletividade. Ao particular é imposto o dever de adimplemento do tributo. Dá-se a subordinação do particular, portanto, independe sua vontade na relação jurídica. O que ocorre é imposição estatal decorrente da norma, de coerção. O Direito Tributário compõe-se de normas cogentes, ou seja, obrigatórias, impostas;

A relação jurídico-tributária é de direito obrigacional, denominada obrigação tributária, impondo ao particular o dever jurídico de prestar tributo; A Obrigação nasce da lei e não do contrato, não há autonomia da vontade, mas imposição legal.

A obtenção de receitas refere-se às receitas tributárias, que são aquelas que se enquadram no conceito de tributo. Neste ponto, importa referir a diferenciação entre Direito Tributário e Direito Financeiro. O Direito Tributário regula a atividade financeira do Estado no pertinente à tributação, naquilo que se enquadra no conceito de tributo. (Receita Tributária – Imposto de Renda x Receita não-tributária – aluguéis, vendas de ativos, decorrentes de privatizações de Estatais);

Fixa limites ao poder de tributar, seja através dos princípios, das imunidades e da competência tributária.

2. Conceito de Tributo

Definição dada pelo art. 3° do CTN: "tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".

Hipótese de Incidência

→ Fato Gerador → Obrigação Tributária →

Lançamento Tributário → Crédito Tributário → CDA → LEF

3. Estrutura do Sistema Tributário Nacional

O Sistema Tributário Nacional tem como fundamento de validade a Constituição Federal de 1988 – CRFB/1988, que traz em seu Título VI, intitulado “Da Tributação e do Orçamento”, no Capítulo I – “Do Sistema Tributário Nacional”, os artigos 145 ao 162.

Tais artigos estabelecem: - Princípios Gerais;

- Limitações ao Poder de Tributar;

- Competência para a Instituição de Tributos, - Repartição das Receitas Tributárias.

1

“Direito Tributário é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder.” (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 26ª ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2005, p. 65).

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2 A Constituição Federal “outorga competência para instituição de tributos” que deverão ser instituídos pelas pessoas de direito público por meio de suas leis. Em nível infraconstitucional, tem-se o Código Tributário Nacional - CTN, Lei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966. Apesar de anterior à Constituição Federal de 1988, sendo Lei Ordinária, foi recepcionado como Lei Complementar. Explica-se: a referência do CTN é a Constituição de 1946 e a Emenda Constitucional n. 18 de 1965, quando não havia o conceito de Lei Complementar, sendo, pois, à época, Lei Ordinária. Por isso, tendo em vista que trata de matérias que hoje são privativas de lei complementar, atualmente, tem-se como Lei Complementar em razão da matéria.

CTN – Força de Lei Complementar

“(...) a de que se tratava de uma lei ordinária com força de lei complementar. Lei ordinária porque obedeceu ao respectivo processo de formação. Com força de lei complementar porque só outra lei complementar poderia afetar as normas gerais de direito tributário nela embutidas. “ (STJ, 2a. T., Res 98.578/RS, excerto do voto Min. Ari Pargendler, jun/1997)

“Não excede recordar que a Lei no. 5.172/66 – o Código Tributário Nacional – foi aprovada como lei ordinária da União, visto que naquele tempo a lei complementar não apresentava o caráter ontológico-formal que só foi estabelecido com o advento da Constituição de 1967. Todavia, com as mutações ocorridas no ordenamento anterior, a citada lei adquiriu eficácia de lei complementar, pelo motivo de ferir matéria reservada, exclusivamente, a esse tipo de ato legislativo. E, com tal índole, foi recepcionada pela constituição de 1988” (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 14a. edição. São Paulo:Saraiva, 2002, p 59/60) “A incidência de tributação deve obediência estrita ao princípio constitucional da legalidade (artigo 150, inciso I). O Código Tributário Nacional, com a autoridade de lei complementar que o caracteriza, recepcionado pela atual Carta Magna (artigo 34, parágrafo 5º, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias), define o conceito de renda e o de proventos de qualquer natureza (artigo 43, incisos I e II) (...). (AG – 20060400026811-4/PR, Rel. Luiz Carlos de Castro Lugon, 3. Turma, 24/08/2006)

PONTO 2: ESPÉCIES DE TRIBUTO

O Sistema Tributário Nacional apresenta as seguintes espécies tributárias: imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as chamadas contribuições especiais. Cada espécie tributária possui características e regime jurídico próprio, diferenciadas em sua essência. Em verdade, a CRFB/1988 traz em seu artigo 1452 a previsão de apenas três espécies tributárias, a saber: imposto, taxa e contribuição de melhoria, repetindo, em síntese, a divisão proposta no artigo 5° do CTN3. Pela análise sistemática do Sistema Tributário Nacional e conforme entendimento dominante, pode-se encontrar as outras duas espécies.

O artigo 149 da CRFB/19884 revela a existência das contribuições especiais, que podem figurar em diferentes formas e com diversas finalidades. No mesmo caminho, segue a exegese do artigo

2

CRFB/1988, art. 145: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”.

3

CTN, art. 5°: “Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. 4

CRFB/1988, art. 149: “Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo”.

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3 148 da CRFB/1988, que outorga competência à União para a instituição de empréstimos compulsórios, caracterizados, portanto, como espécie tributária.

1. Imposto

O artigo 16 do CTN estabelece que "Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte". A característica fundamental do imposto que o diferencia da taxa, é a sua ‘não-vinculação’. O imposto é criado em caráter geral, não havendo vinculação específica a uma atividade estatal. O fato gerador do imposto não se liga a atividade estatal específica relativa ao contribuinte. O sujeito passivo da relação jurídica tributária realiza o fato gerador do imposto, nascendo a obrigação e o posterior crédito tributário, independentemente de uma atuação estatal. Não há contraprestação específica, pessoal e direta pelo imposto pago, não há contrapartida. Nas palavras de Roque Carrazza, "os impostos são, pois, prestações pecuniárias desvinculadas de qualquer relação de troca e utilidade"5.

A receita da arrecadação de impostos servirá para financiamento do ente estatal, custeando serviços e finalidades a serem postos para toda a coletividade, independendo se para contribuintes ou não-contribuintes. Tal valor é aplicado na sociedade como um todo, desimportando o individual que foi sujeito da relação jurídico-tributária. Ressalte-se que tal exação pode nascer ou pelo comportamento ou pela situação jurídica do sujeito. Conforme artigo 167, IV da Constituição fica vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo as exceções expressamente apresentadas6.

Os impostos incidem:

- sobre o comércio exterior; - sobre o patrimônio;

- sobre a prestação de serviços; - sobre a renda;

- sobre a produção;

- sobre operações de circulação de mercadorias;

- ainda sobre outras situações assim definidas expressamente pela CRFB/1988.

Art. 145, § 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A progressividade do imposto tem como escopo a majoração das alíquotas dos impostos, conforme CFRB/1988.

5

CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 22ª ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2006, p. 497.

6

CRFB/1988, art. 167: “São vedados: (...) IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo”.

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4 Imposto Pessoal ≠ Imposto Real

Os impostos pessoais são aqueles que levam em conta o aspecto subjetivo. A riqueza é subjetivamente considerada. Levam em conta a riqueza do contribuinte. É o caso do Imposto de Renda e do Imposto sobre Grandes Fortunas.

Os impostos reais são aqueles que levam em conta o aspecto objetivo. A riqueza é objetivamente considerada. Ignoram o sujeito passivo. É o caso do IPTU e do ITR.

A progressividade do imposto tem como escopo a majoração das alíquotas dos impostos, conforme o critério base estabelecido na Constituição. O montante do imposto é alterado progressivamente, tendo como fim último a completa efetivação, em tese, do princípio da isonomia e da capacidade contributiva, prevenindo desigualdades na imposição da exação. No mais das vezes, ao buscar a efetivação da progressividade, a lei escolhe a base de cálculo como referencial aplicável, impondo alíquota maior, conforme o aumento da base de cálculo, em uma relação direta, progressiva e proporcional. A EC 29/2000 estabeleceu, no que tange ao IPTU, a progressividade em razão do valor do imóvel. É a chamada progressividade fiscal.

Os impostos reais somente serão progressivos quando a Constituição expressamente referir, como é o caso do IPTU (art. 156, §1o) e do ITR (art. 153, §4o, I)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ITCD. PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS. INCONSTITUCIONALIDADE. REPRISTINAÇÃO DA ALÍQUOTA DE 4% LEI N.º 7.608/81. A progressividade de alíquotas prevista no art. 18 da Lei Estadual n.º 8.821/89 é inconstitucional. Precedentes jurisprudenciais. Não prospera o pedido subsidiário de incidência do disposto na Lei n.º 7.608/81. A repristinação da alíquota anterior somente seria possível caso a Lei n.º 8.821/89 tivesse sido revogada totalmente. Existindo apenas o reconhecimento da inaplicabilidade da alíquota progressiva, sem declaração formal da inconstitucionalidade da Lei n.º 8.821/89, deve-se manter a incidência da menor alíquota prevista. NEGADO SEGUIMENTO. EM MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70043184183, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 07/06/2011)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÕES. ITCD. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS. PROGRESSIVIDADE DAS ALÍQUOTAS. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA MENOR ALÍQUOTA. 1. O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD) não possui caráter pessoal, não se enquadrando, portanto, no rol daqueles cuja progressividade é permitida, nos termos do art. 145, § 1º, da CF. 2. No caso, tratando-se de cessão de direitos hereditários deve ser aplicada a menor alíquota estabelecida, qual seja, de 3% (art. 19 da Lei nº 8.821/89). Precedentes desta Corte. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, POR MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70043154038, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 03/06/2011)

INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 70013242508, TRIBUNAL PLENO, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: ARAKEN DE ASSIS, REDATOR PARA O

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5 ACÓRDÃO: DES. ADÃO SERGIO DO NASCIMENTO CASSIANO, JULGADO EM 10/04/2006

CONSTITUCIONAL. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONFRONTO DE LEI ESTADUAL PERANTE A CARTA FEDERAL. POSSIBILIDADE DO CONTROLE DIFUSO E DE SEU JULGAMENTO PELO TRIBUNAL ESTADUAL. 1. No controle difuso, qualquer juiz poderá pronunciar a inconstitucionalidade de lei estadual perante a Constituição da República, e, tratando-se de órgão fracionário do Tribunal, caberá tal pronúncia ao Órgão Especial, nos termos do art. 97 da CF/88, consoante o incidente regulado nos artigos 480 e 481 do CPC. Não importa, para tal arte, que, na via direta e concentrada, o Tribunal local seja competente somente para pronunciar a inconstitucionalidade perante a Constituição do Estado (art. 125, § 2.°, da CF/88), pois o art. 97 da CF/88 não é regra de competência, mas forma de julgamento da questão constitucional, em virtude do quorum exigido em casos que tais. Incidente conhecido. 2. Os impostos pessoais são aqueles em que o fato gerador é uma manifestação direta e objetiva da capacidade de contribuir do sujeito passivo, por isso, na definição do fato gerador desses impostos, são levadas em consideração as condições pessoais do sujeito passivo. Assim, nos impostos pessoais há uma relação direta entre o fato tributável, a sua dimensão econômica (base de cálculo) e as condições pessoais do contribuinte. A grandeza econômica do fato gerador é a própria mensuração objetiva da riqueza e da capacidade de contribuir do sujeito passivo. 3. Os impostos reais são aqueles em que a definição do fato gerador leva em consideração apenas a realidade tributável sem qualquer vinculação com a pessoa e as condições do sujeito passivo. O fato gerador e sua expressão econômica não têm vinculação direta com as condições pessoais do contribuinte porque a quantificação econômico-financeira do fato tributado não é um dado objetivo de mensuração e nem de expressão direta da capacidade de contribuir. O fato gerador significa, no máximo, um dado indireto e mediato da capacidade contributiva, ou um sinal exterior de riqueza que pode não corresponder à realidade da capacidade de contribuir, ao contrário do que ocorre nos impostos pessoais. 4. A progressividade tributária somente é possível, nos termos do § 1º do art. 145 da CF/88, nos impostos pessoais porque neles o fato gerador já é a própria expressão direta e imediata da capacidade contributiva. Nos impostos reais, cujo fato gerador não é manifestação objetiva da capacidade de contribuir, não pode haver progressividade tributária, pois esta é mecanismo que se liga diretamente à capacidade contributiva. A progressividade extrafiscal só pode ser adotada nos tributos reais se houver autorização constitucional expressa decorrente do Poder Constituinte Originário. A vedação de progressividade para os impostos reais, constante do § 1º do art. 145 da CF/88, ao lado das imunidades, da legalidade, da irretroatividade, é garantia constitucional e direito individual dos contribuintes, a qual não pode ser derrogada por Emenda Constitucional decorrente do poder constituinte congressual ou meramente derivado. 5. A progressividade de alíquotas do ITCD, por ser um imposto real, é inconstitucional. 6. INCIDENTE CONHECIDO E JULGADO PROCEDENTE, SEM PROCLAMAÇÁO DA INCONSTITUCIONALIDADE.

A partir de 2009, a alíquota do ITCD no Estado do Rio Grande do Sul passou a ser fixa e não mais progressiva, conforme Lei 13.337 de 30/12/09.

– 4% para transmissão causa mortis - 3% para doação

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6

ITCD e Alíquotas Progressivas - 2

INFORMATIVO 520 DO STF

O Tribunal retomou julgamento de recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio Grande do Sul em que se discute a constitucionalidade do art. 18 da Lei 8.821/89, daquele Estado-membro, que prevê sistema progressivo de alíquotas para o imposto sobre a transmissão causa mortis e doação - ITCD - v. Informativo 510. O Min. Eros Grau, em voto-vista, abriu divergência, e deu provimento ao recurso para declarar a constitucionalidade do dispositivo questionado. Salientou, inicialmente, que o entendimento de que a progressividade das alíquotas do ITCD é inconstitucional decorre da suposição de que o § 1º do art. 145 da CF a admite exclusivamente para os impostos de caráter pessoal. Afirmou, entretanto, que todos os impostos estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, mesmo os que não tenham caráter pessoal, e que o que esse dispositivo estabelece é que os impostos, sempre que possível, deverão ter caráter pessoal. Ou seja, a Constituição prescreve como devem ser os impostos, todos eles, e não somente alguns. Assim, todos os impostos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal, podem e devem guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo. Aduziu, também, ser possível se aferir a capacidade contributiva do sujeito passivo do ITCD, pois, tratando-se de imposto direto, a sua incidência poderá expressar, em diversas circunstâncias, progressividade ou regressividade direta. Após os votos dos Ministros Menezes Direito, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa, que acompanhavam a divergência, pediu vista dos autos o Min. Carlos Britto.RE 562045/RS, rel.Min. Ricardo Lewandowski, 17.9.2008. (RE-562045)

RE-562045 – 04/08/2011

Decisão: Após o voto-vista do Senhor Ministro Ayres Britto, dando provimento ao recurso, no que foi acompanhado pela Senhora Ministra Ellen Gracie, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Marco Aurélio. Ausentes, neste julgamento, o Senhor Ministro Gilmar Mendes e, licenciado, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. Plenário, 04.08.2011.

Seletividade do Imposto: É medida em razão da essencialidade. Implica tributação diferenciada conforme a qualidade do objeto. Ser seletivo implica ter alíquotas diferenciadas dependendo do produto ou do tipo de produto.

Seletividade - IPI:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) IV – produtos industrializados; (...) § 3° O imposto previsto no inciso IV:

I – será seletivo, em função da essencialidade do produto; Seletividade - ICMS:

Art. 155. § 2° O imposto previsto no inciso II (ICMS), atenderá o seguinte:

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7 Seletividade - IPVA:

Art. 155. § 6° O imposto previsto no inciso III (IPVA), atenderá o seguinte: II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. Seletividade – IPTU, também chamada progressividade extrafiscal:

Art. 156. § 1° Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, §4º, inciso II, o imposto previsto no inciso II (IPTU), poderá:

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. IPVA. ALEGAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL POR INSTITUIR ALÍQUOTA

PROGRESSIVA, PORÉM, LEI QUE ADOTA, CLARAMENTE, ALÍQUOTAS

DIFERENCIADAS EM FUNÇÃO DO TIPO E UTILIZAÇÃO DO VEÍCULO, O QUE ESTÁ DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE, QUE POR SUA VEZ RADICA NA JUSTIÇA FISCAL. MANIFESTA IMPROCEDÊNCIA. DENEGAÇÃO DE PLANO. APLICAÇÃO DO ART. 8º DA LEI 1.533/51, COMBINADO COM O ART. 557, CAPUT, DO CPC. (Mandado de Segurança Nº 70013776810, Primeiro Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Irineu Mariani, Julgado em 20/12/2005)

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. ALÍQUOTAS SELETIVAS OU DIFERENCIADAS PARA O IPVA EM FACE DA CF/88: POSSIBILIDADE SOMENTE A PARTIR DA EC Nº 42/03, DESDE QUE EDITADA, PELO SUJEITO ATIVO, LEI ADEQUADORA. ADOÇÃO DA

MENOR ALÍQUOTA, CONSIDERANDO QUE AS DEMAIS SÃO

CONSTITUCIONALMENTE VEDADAS. 1.A Constituição Federal de 1988 é clara no sentido de que a diferenciação ou seletividade de alíquotas (percentuais que, aplicados sobre a base de cálculo do tributo, definirão o montante devido em cada fato gerador) somente era permitida, quando da sua promulgação, para dois tributos: o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). 2.A partir da Emenda Constitucional nº 29/00 a permissão de uso de alíquotas seletivas ou diferenciadas foi estendida também para o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e, a partir da Emenda nº 42/03, também para o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A inclusão, no texto constitucional, de norma permitindo o uso de alíquotas seletivas ou diferenciadas não exige, por sua vez, a edição de ¨lei complementar¨ para torná-la aplicável, que somente é exigida constitucionalmente (cf. seu art. 146), para a definição de fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes, e não para alíquotas. 3.Para o IPVA, a permissão constitucional de uso de alíquotas seletivas ou diferenciadas foi estabelecida em função do tipo e utilização do veículo tributado, persistindo contudo a condição (constitucional, cf. art. 150, I) de o ente tributante definir legalmente as alíquotas a serem adotadas caso a caso, bem como a impossibilidade (também constitucional, cf. seu art. 152) de adoção de tais alíquotas seletivas ou diferenciadas em função da procedência ou do destino do veículo. 4.Uma vez inadmitida a possibilidade constitucional de adoção de alíquotas seletivas ou diferenciadas para certos impostos do sistema tributário nacional, nem mesmo o § 3º do art. 24 da Constituição Federal (segundo o qual, ¨inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades¨) autoriza os entes federativos a adotarem as citadas alíquotas, porquanto o citado dispositivo os autoriza tão-somente a editar ¨normas gerais¨ ou ¨complementares¨ às

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8 essenciais previstas na Constituição Federal, como claramente deflui desta (art. 146, inciso III). 5.Nessas circunstâncias, quando indevidamente adotadas, pelo ente tributante, alíquotas seletivas ou diferenciadas, no caso para o IPVA , há de se manter como válida a menor delas, devendo ser excluídas as demais, tendo em conta que a vedação constitucional se estende somente às que dela se afastam. DECISÃO: RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, POR MAIORIA, VENCIDO O EMINENTE REVISOR QUE TAMBÉM PROVEU EM PARTE, TODAVIA, EM MAIOR EXTENSÃO. (Apelação Cível Nº 70022047575, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Roque Joaquim Volkweiss, Julgado em 13/02/2008

2. Taxa

As taxas, a teor do que preceitua o CTN em seu artigo 77, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição7. Nota-se a diferenciação entre imposto e taxa. Enquanto o imposto não possui vinculação a uma atuação estatal, a taxa é imposta em decorrência do poder de polícia ou decorrente do serviço público estatal. Aqui reside a principal característica da taxa, qual seja, a sua vinculação a uma atuação estatal, a uma atividade desenvolvida pelo ente estatal, sujeito ativo da obrigação tributária.

2.1 Exercício do Poder de Polícia

O exercício regular do poder de polícia, hipótese de incidência da taxa, é aquele decorrente da efetiva e específica atividade da administração pública que, nos termos do artigo 78 do CTN, limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direito individuais ou coletivos.

O exercício do poder de polícia, portanto, afeta diretamente os sujeitos e seus bens, suas atividades e seus direitos individuais em prol do coletivo, da comunidade, da sociedade como um todo. É a atividade fiscalizatória, de inspeção, vistoria, entre outras, efetivamente exercida frente ao administrado, que faz surgir a incidência da taxa.

2.2 Serviços Públicos Específicos e Divisíveis

Para considerar-se a utilização do serviço público tributável por via de taxas, é necessário que este possua algumas características essenciais. É imprescindível que este serviço esteja em efetivo funcionamento, visto que somente assim, ainda que potencialmente, ele poderá ser utilizado. É crucial, ainda, que este serviço seja específico e divisível, destinado a usuários determinados, sendo mensurável, satisfazendo a vinculação inerente à natureza jurídica da taxa. A hipótese de incidência, no caso, é a prestação de serviço público dirigido diretamente a um contribuinte.

A especificidade do serviço é caracterizada pela determinação dos usuários8, enquanto a divisibilidade reside na possibilidade de individualização, sendo mensurável a parcela

7

CRFB/1988, art. 145, II, com exceção da expressão ‘regular’, igualmente preceitua: “II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.

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CTN, art. 79, II: “específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas”.

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9 utilizada ou potencialmente utilizada pelo sujeito9. Acrescenta-se que é o regime jurídico que irá caracterizar o serviço como público, não necessitando da prestação direta pelo Estado, podendo ser prestado tanto por órgão estatal, autarquia, empresa pública, como por concessionárias e permissionárias.

Importa esclarecer que não configuram hipótese de incidência de taxas aqueles serviços públicos de caráter geral, voltados para toda a coletividade indistintamente, havendo realização em prol de pessoas indeterminadas. Os serviços públicos, a teor do que preceitua o artigo 79 do CTN, consideram-se prestados ao contribuinte, para fins de tributação, tanto com sua utilização efetiva como utilização potencial.

A teor do artigo 77, parágrafo único, do CTN, e do artigo 145, §2º da CRFB/1988, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto.

Taxa – Característica – Referibilidade - Custo do Serviço

"Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da Constituição da República. Jurisprudência. Doutrina." (ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-03, DJ de 20-4-06) Taxa de Iluminação Pública - Inconstitucional

Conforme Súmula 670 do STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”

“Taxa de iluminação pública. (…) Tributo de exação inviável, posto ter por fato gerador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais.” (RE 233.332, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 10-3-99, DJ de 14-5-99)

2.3 Os Preços Públicos e Tarifas

As taxas não se confundem com os preços públicos. Primeiramente, importa referir que ‘tarifa’ é expressão sinônima de ‘preço público’, ambos não se relacionando com a espécie tributária ‘taxa’. A grande diferenciação existente entre taxa e tarifa reside no fato de que aquela é de natureza tributária, estando permeada por normas de direito público. A tarifa é regida pelo direito privado, não se sujeitando às normas e princípios de natureza tributária.O preço público ou tarifa é a contraprestação advinda de uma relação contratual, ainda que realizada com o Estado. Paga-se preço público, derivado de contrato e não pela imposição legal, havendo, portanto, igualdade entre as partes e disposição do objeto do negócio. Ademais, é inerente a cobrança de preço público àquelas atividades que, mesmo sendo prestadas pelo ente estatal, estejam no campo da

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CTN, art.79, III: “divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários”.

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10 exploração de atividade econômica de gênese privada. Um exemplo de cobrança de preço público ou tarifa seria a decorrente da locação de um prédio público, quando pela contratação as partes convencionam a avença, restando o pagamento do preço pela locação do imóvel.

A matéria já foi, inclusive, sumulada pelo Supremo Tribunal Federal10, que acabou por não resolver a questão, permanecendo intensa controvérsia acerca do tema.

‘Custas e Emolumentos’ pertencem à espécie tributária ‘taxa’. Isto porque é serviço público específico e divisível exigido quando da sua efetiva utilização, com o escopo de ressarcir o custo estatal no cumprimento de sua função judiciária, típica função estatal.

“Sobre o tema da natureza jurídica dessa exação, o Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de se tratar de tributo da espécie taxa (Representação 1.077). Ela resulta da prestação de serviço público específico e divisível, cuja base de cálculo é o valor da atividade estatal deferida diretamente ao contribuinte. A taxa judiciária deve, pois, ser proporcional ao custo da atividade do Estado a que se vincula. E há de ter um limite, sob pena de inviabilizar, à vista do valor cobrado, o acesso de muitos à Justiça.” (ADI 948, Rel. Min. Francisco Rezek, julgamento em 9-11-95, DJ de 17-3-00)

"A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas judiciárias. Precedentes." (ADI 1.709, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 10-2-00, DJ de 31-3-00)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO COLETIVA. SINDICATO. LEGITIMIDADE. VISTORIA DE TÁXI. TAXA E NÃO PREÇO PÚBLICO. ILEGALIDADE DE INSTITUIÇÃO POR DECRETO. EPTC. DECLARAÇÃO E REPETIÇÃO. As ações coletivas para tutela de interesses individuais homogêneos geram efeitos erga omnes que atingem toda a categoria profissional, e podem ser movidas pela entidade de classe. Aplicação dos arts. 8º, III da CF, 3º da Lei nº 8.073/90, atuando o Sindicato como substituto processual, bem como do Código de Defesa do Consumidor. Possibilidade estendida, inclusive, em relação à liquidação e à execução do julgado, conforme interpretação que conferem ao instituto as Cortes Superiores. O Decreto Municipal de Porto Alegre nº 14.499/04, apesar de referir preço público, instituiu taxa, pois é de submissão obrigatória aos permissionários do serviço de transporte individual de passageiros, vinculando-se a requisito do próprio desempenho da atividade. Decorre, portanto, do poder de polícia da Administração. Como tal, exigiria criação através de lei, em respeito ao princípio da legalidade tributária, inscrito no art. 150, I, da Constituição Federal e art. 3 do Código Tributário Nacional. Mantida a adequada verba honorária fixada em sentença. APELAÇÃO DA RÉ DESPROVIDA. RECURSO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70042427153, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 25/05/2011)

10

Súmula 545 STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”.

(11)

11 Tarifa de Água e Esgoto ou Taxa de Água e Esgoto?

STJ – Súmula 412 - A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.

STJ – Súmula 407 - É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO. AÇÃO DECLARATÓRIA. TAXA/TARIFA. TERRENOS SEM EDIFICAÇÃO/BALDIOS. NÃO INCIDÊNCIA. Reconhecendo-se tratar de taxa, logo, compulsória, seria constitucional a cobrança mesmo em se tratando de terreno baldio, ou seja, sem edificação. E isto porque, está a disposição do contribuinte, modo potencial. Porém, se é tarifa (preço público), e o Superior Tribunal de Justiça diz que é (Resp 1.117.903, julgado pelo rito do art. 543-C, do CPC), não há compulsoriedade, e, portanto, em não sendo utilizada, não poderá haver a cobrança. Tarifa e taxa não se confundem, porque esta, diferentemente daquela, é compulsória, independentemente da utilização do serviço que está a disposição, enquanto aquela somente é devida individualmente em razão da utilização do serviço, e apenas em razão disto. Se não há utilização de água, no caso, não poderá haver a cobrança da "tarifa". RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70040388753, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Roberto Lofego Canibal, Julgado em 11/05/2011)

RECURSO ESPECIAL Nº 1.117.903 - RS (2009/0074053-9) PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CRÉDITO NÃO-TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE SERVIÇO DE ÁGUA E ESGOTO. TARIFA/PREÇO PÚBLICO. PRAZO PRESCRICIONAL. CÓDIGO CIVIL. APLICAÇÃO. 1. A natureza jurídica da remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: RE 447.536 ED, Rel. Ministro Carlos Velloso, Segunda Turma, julgado em 28.06.2005, DJ 26.08.2005; AI 516402 AgR, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 30.09.2008, DJe-222 DIVULG 20.11.2008 PUBLIC 21.11.2008; e RE 544289 AgR, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 26.05.2009, DJe-113 DIVULG 18.06.2009 PUBLIC 19.06.2009. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça: EREsp 690.609/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; REsp 928.267/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 12.08.2009, DJe 21.08.2009; e EREsp 1.018.060/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 09.09.2009, DJe 18.09.2009). 2. A execução fiscal constitui procedimento judicial satisfativo servil à cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública, na qual se compreendem os créditos de natureza tributária e não tributária (artigos 1º e 2º, da Lei 6.830/80). 3. Os créditos oriundos do inadimplemento de tarifa ou preço público integram a Dívida Ativa não tributária (artigo 39, § 2º, da Lei 4.320/64), não lhes sendo aplicáveis as disposições constantes do Código Tributário Nacional, máxime por força do conceito de tributo previsto no artigo 3º, do CTN. 4.

(12)

12 Conseqüentemente, o prazo prescricional da execução fiscal em que se pretende a cobrança de tarifa por prestação de serviços de água e esgoto rege-se pelo disposto no Código Civil, revelando-se inaplicável o Decreto 20.910/32, uma vez que: "... considerando que o critério a ser adotado, para efeito da prescrição, é o da natureza tarifária da prestação, é irrelevante a condição autárquica do concessionário do serviço público. O tratamento isonômico atribuído aos concessionários (pessoas de direito público ou de direito privado) tem por suporte, em tais casos, a idêntica natureza da exação de que são credores. Não há razão, portanto, para aplicar ao caso o art. 1º do Decreto 20.910/32, norma que fixa prescrição em relação às dívidas das pessoas de direito público, não aos seus créditos ." (REsp 928.267/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 12.08.2009, DJe 21.08.2009)

5. O Código Civil de 1916 (Lei 3.071) preceituava que:

Art. 177. As ações pessoais prescrevem, ordinariamente, em 20 (vinte) anos, as reais em 10 (dez), entre presentes, e entre ausentes, em 15 (quinze), contados da data em que poderiam ter sido propostas. (...) Art. 179. Os casos de prescrição não previstos neste Código serão regulados, quanto ao prazo, pelo art. 177."

6. O novel Código Civil (Lei 10.406/2002, cuja entrada em vigor se deu em 12.01.2003), por seu turno, determina que: "Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe

haja fixado prazo menor. (...)

Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada."

7. Conseqüentemente, é vintenário o prazo prescricional da pretensão executiva atinente à tarifa por prestação de serviços de água e esgoto, cujo vencimento, na data da entrada em vigor do Código Civil de 2002, era superior a dez anos. Ao revés, cuidar-se-á de prazo prescricional decenal. 8. In casu, os créditos considerados prescritos referem-se ao período de 1999

a dezembro de 2003, revelando-se decenal o prazo prescricional, razão pela qual merece reforma o acórdão regional. 9. Recurso especial provido, determinando-se o retorno dos autos à origem, para prosseguimento da execução fiscal, uma vez decenal o prazo prescricional pertinente. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.

2.4 Pedágio

A classificação jurídica do pedágio é matéria que traz consigo polêmicas e discussões doutrinárias acerca da natureza jurídica do instituto. Albergado pelo artigo 150, V, da CRFB/198811, o pedágio surge como exceção frente à proibição de limitação ao tráfego de pessoas e bens. Neste mote, as divergências doutrinárias vagam no sentido de, primeiro, caracterizá-lo como tributo e, segundo, encaixá-lo na definição e estrutura de alguma das espécies tributárias.

11

CRFB/1988, art. 150: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.

(13)

13 O Supremo Tribunal Federal, na ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário 181.475-6/RS, em acórdão da lavra do Min. Carlos Velloso, afirmou tratar-se de um tributo, e tributo da espécie taxa12.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ADMINISTRATIVO. PEDÁGIO. CARACTERIZAÇÃO COMO TRIBUTO (TAXA) OU PREÇO PÚBLICO. ALEGADA APLICABILIDADE DE PRECEDENTES ESPECÍFICOS FORMADOS EM OUTROS PROCESSOS. QUADRO FÁTICO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279/STF. Para concluir que a exação em exame era tributo da espécie taxa, o acórdão recorrido foi categórico ao afirmar que o motorista não tinha opção a não ser trafegar pelas estradas com pedágio. Para que fosse possível reverter tal assertiva, seria necessário reabrir a instrução probatória, circunstância vedada no julgamento do recurso extraordinário. O quadro fático devolvido ao crivo do Supremo Tribunal Federal, em processo subjetivo, não pode ser infirmado por outros precedentes, dos quais uma das partes não participou com observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (AI 531529 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 06/04/2010, DJe-081 DIVULG 06-05-2010 PUBLIC 07-05-2010 EMENT VOL-02400-06 PP-01319)

3. Contribuições de Melhoria

A CRFB/1988, a teor do artigo 145, III, outorga competência concorrente à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, para a instituição e arrecadação da contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas que representem valorização imobiliária, sendo esta um tributo vinculado a uma atuação estatal específica, qual seja, a realização da obra pública.

A hipótese de incidência é a valorização imobiliária, o acréscimo do valor do imóvel, localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas. O artigo 81 do CTN estabelece que a contribuição de melhoria é instituída para fazer frente ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. Dois aspectos devem figurar para dar ensejo à exigência da contribuição de melhoria, quais sejam, a realização de obra pública e a conseqüente valorização imobiliária.

“Só depois de pronta a obra e verificada a existência da valorização imobiliária que ela provocou é que se torna admissível a tributação por via de contribuição de melhoria” (CARRAZZA, Roque Antonio. "Curso de Direito Constitucional Tributário", São Paulo: Malheiros, 2006, pág. 533). TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. OBRA INACABADA. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA E FATO GERADOR DA EXAÇÃO. OBRA PÚBLICA EFETIVADA. VALORIZAÇÃO DO IMÓVEL. NEXO DE CAUSALIDADE. INOCORRÊNCIA. DIREITO À RESTITUIÇÃO.

1. Controvérsia que gravita sobre se a obra pública não finalizada dá ensejo à cobrança de contribuição de melhoria.

2. Manifesta divergência acerca do atual estágio do empreendimento que deu origem à exação discutida, sendo certo é vedado à esta Corte Superior, em sede de Recurso Especial, a teor do verbete Sumular n.º 07/STJ, invadir a seara fática-probatória, impondo-se adotar o entendimento unânime da época em que proferido o julgamento pelo Tribunal a

12

“Tributário. Pedágio. Lei nº 7.712, de 22/12/88. Pedágio: natureza jurídica: taxa: CF, art. 145, II, art. 150, V. Legitimidade constitucional do pedágio instituído pela Lei nº 7.712, de 1988” (RE 181.475, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25/06/99).

(14)

14 quo, tanto pelo voto vencedor, como pelo vencido, de que quando foi instituída a contribuição de melhoria a obra ainda não havia sido concluída porquanto pendente a parte relativa à pavimentação das vias que circundavam o imóvel de propriedade da recorrente. 3. A base de cálculo da contribuição de melhoria é a diferença entre o valor do imóvel antes da obra ser iniciada e após a sua conclusão (Precedentes do STJ: RESP n.º 615495/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 17.05.2004; RESP 143996 / SP ; Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 06.12.1999)

4. Isto porque a hipótese de incidência da contribuição de melhoria pressupõe o binômio valorização do imóvel e realização da obra pública sendo indispensável o nexo de causalidade entre os dois para sua instituição e cobrança.

5. Consectariamente, o fato gerador de contribuição de melhoria se perfaz somente após a conclusão a obra que lhe deu origem e quando for possível aferir a valorização do bem imóvel beneficiado pelo empreendimento estatal.

6. É cediço em doutrina que: "(...) Só depois de pronta a obra e verificada a existência da valorização imobiliária que ela provocou é que se torna admissível a tributação por via de contribuição de melhoria." (Roque Antonio Carrazza, in "Curso de Direito Constitucional Tributário", Malheiros, 2002, p. 499) 7. Revela-se, portanto, evidente o direito de a empresa que pagou indevidamente a contribuição de melhoria, uma vez que incontroversa a não efetivação da valorização do imóvel, haja vista que a obra pública que deu origem à exação não foi concluída, obter, nos termos do art. 165, do CTN, a repetição do indébito tributário.

8. Precedentes: RESP 615495/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 17.05.2004; RESP 143996/SP, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 06.12.1999.

9. Recurso Especial provido.

(REsp 647.134/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/10/2006, DJ 01/02/2007, p. 397)

4. Empréstimos Compulsórios

Os empréstimos compulsórios estão definidos no artigo 148, incisos I e II da CRFB/1988, sendo de competência privativa da União Federal instituí-los por meio de lei complementar, com o escopo de atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. Ressalte-se que, dada a sua natureza e por expressa disposição constitucional13, os recursos provenientes da arrecadação dos empréstimos compulsórios estão vinculados à despesa que fundamentou a sua instituição.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Somente os empréstimos compulsórios do artigo 148, II da CRFB/1988, exigidos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, devem respeitar o princípio da anterioridade do artigo 150, III, alínea ‘b’ da CRFB/1988, em virtude de expressa determinação constitucional.

13

CRFB/1988, art. 148, parágrafo único: “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”.

(15)

15 5. Contribuições Especiais/Sociais

As contribuições, em suas diversas modalidades, constituem ponto de intensa discussão na doutrina e jurisprudência. Elas são criadas e exigidas almejando determinada finalidade, fim social a ser promovido. São conhecidas também como ‘contribuições especiais’ com o objetivo de diferenciá-las das ‘contribuições de melhoria’, e estão postas no ordenamento cumprindo a referibilidade entre a arrecadação e a atividade estatal a ser desempenhada.

O preceito legal do artigo 149 da CRFB/1988, ao tratar das contribuições, assim dispõe: “Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, sem prejuízo do previsto no art. 195, §6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo”. Portanto, salvo exceções constitucionais14, as contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas são de competência exclusiva, privativa, da União Federal.

Como visto, as contribuições podem revestir-se de determinadas características, as quais permitem a sua classificação em três subespécies, quais sejam, contribuições interventivas, contribuições corporativas e contribuições sociais, consoante a finalidade e o campo de sua atuação.

Ressalte-se que as contribuições não estão veiculadas apenas no artigo 149 da CRFB/1988, figurando na Carta Magna outros dispositivos que veiculam espécies de contribuição. Encontramos no texto constitucional as contribuições do artigo 149, do artigo 149-A e do artigo 195. A contribuição do artigo 149-A15 foi inserida pela Emenda Constitucional n° 39/2002, que restou por incluir no sistema a chamada ‘contribuição para o custeio do serviço de iluminação’, outorgando competência tributária aos Municípios e ao Distrito Federal para assim instituírem, respeitando as limitações ao poder de tributar.

Conforme Súmula 670 do STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”

“Taxa de iluminação pública. (…) Tributo de exação inviável, posto ter por fato gerador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais.” (RE 233.332, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 10-3-99, DJ de 14-5-99)

O artigo 195 da CRFB/1988, seus incisos e parágrafos, por sua vez, estabelecem as contribuições sociais para a seguridade social e a sua forma de financiamento por toda a sociedade de forma indireta e direta.

QUESTÕES

01 - (22o. Concurso Procurador da República ) Assinale a alternativa correta:

(a) as contribuições (sindical, social da seguridade social, FGTS) estão relacionadas à atuação do Estado;

14

CRFB/1988, art. 149, § 1°, acrescentado pela Emenda Constitucional 41/2003, estabelece a competência concorrente dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

15

CRFB/1988, art. 149-A: “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III”.

(16)

16 (b) a Constituição Federal não cria tributo;

(c) pelo que depreende do inciso I, do art. 154, do Estatuto Político Fundamental, contribuições não podem ser criadas com o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo de outras já existentes ou de impostos;

(d) o empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, à vista do caráter de urgência, pode ser instituído, excepcionalmente , por medida provisória.

02 - (23o. Concurso Procurador da República) Assinale a alternativa correta: Para o custeio de serviço de iluminação pública, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir (EC no. 39/2002):

(a) taxa de iluminação pública; (b) contribuição de melhoria;

(c) imposto que tenha como base de cálculo o valor da fatura de consumo;

(d) contribuição, facultada sua cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.

03 – (18o Concurso Procurador da República) Emolumentos devidos pela prestação de serviços notariais e/ou registrais têm natureza jurídica:

(a) preço público (b) taxa

(c) de caráter privado, podendo parte de seu produto ser vinculado a determinado órgão como Caixa de Assistência de Advogados e Associação de Magistrados;

(d) preço público, somente na hipótese de a prestação de serviços de serventia extrajudicial advir, por delegação do poder público, por considerar-se exercício de função revestida de estabilidade. 04 – (21o. Concurso Procurador da República) Preço Público constitui Receita do Estado: (a) dotado de força compulsória se a sua cobrança;

(b) e encerra relação de direito público; (c) e tem natureza contratual;

(d) dotado de natureza mista: de direito público em razão do poder intervencionista do Estado na atividade e de direito privado em decorrência da efetiva utilização do serviço público por particular. 05 – (17o Concurso Procurador da República) A contribuição de melhoria:

(a) tem como base de cálculo parte dos gastos totais com a realização da obra pelo poder público; (b) tem como hipótese de incidência a valorização imobiliária;

(c) tem caráter remuneratório;

(d) decorre da prestação de um serviço público numa determinada localidade. 06 - (X Concurso Juiz Federal da 4a. Região) Assinalar a alternativa correta: (a) O crédito tributário é constituído pela ocorrência do fato imponível.

(b) O crédito tributário é constituído pela inscrição em dívida ativa, feita pela autoridade administrativa competente.

(c) O crédito tributário regularmente constituído pela decisão administrativa em processo fiscal.

(d) O crédito tributário é constituído pelo lançamento feito privativamente pela autoridade administrativa competente.

07 - ( ) O legislador federal, enquanto cria tributo, não pode fugir da matriz constitucional. 08 - ( ) É impossível tributar o produto financeiro resultante de atividades criminosas.

09 - ( ) Discernem-se fato gerador e hipótese de incidência, emprestando concretude ao primeiro e natureza abstrata à segunda.

(17)

17 10 - ( ) Em razão de sua peculiar natureza, porquanto implica posterior obrigação de ressarcimento, o empréstimo compulsório refoge ao rol dos tributos.

11 - ( ) No âmbito do Direito Tributário, taxa e tarifa são termos que guardam sinonímia.

12 - ( ) Há precedentes no Supremo Tribunal Federal no sentido de que o pedágio constitui taxa de serviço.

13 - (X Concurso Juiz Federal) Assinalar a alternativa correta.

a) Tratando-se de rendimentos produzidos por atividade ilícita, decorrendo a validade dos atos jurídicos dos requisitos de agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei, é inadmissível o poder tributante exigir imposto cuja obrigação tem por fato imponível situação penalmente reprovável.

b) Tratando-se de rendimentos produzidos por atividade ilícita, não incide Imposto de Renda, porquanto não descrito pelo legislador ato ilícito como elemento de hipótese de incidência.

c) Tratando-se de rendimentos produzidos por atividade ilícita, a exigência tributária fica sobrestada até o pronunciamento declaratório da licitude da atividade.

d) Tratando-se de rendimentos produzidos por atividade ilícita, é exigível o imposto, visto que a ilicitude dos atos praticados não interfere na relação tributária.

14 - (Esaf) Denomina-se preço público

a) a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

b) a prestação pecuniária exigida pelo Poder Público, decorrente de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

c) a prestação pecuniária decorrente de tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que resulte valorização imobiliária.

d) a obrigação do sujeito passivo, que surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo.

e) a prestação pecuniária, decorrente da livre manifestação do comprador, exigida pelo Estado, por órgão estatal, ou por entidade ligada ao Poder Público, pela venda de um bem material ou imaterial.

15 - (Esaf) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se:

a) taxa.

b) contribuição de melhoria. c) Imposto.

d) empréstimo compulsório. e) preço público.

16 - ( ) As taxas são instituídas para suportar os custos da realização de obras públicas que decorra a valorização imobiliária de particulares.

17 - ( ) As contribuições de melhoria são devidas em função da prestação de serviços públicos divisíveis.

18 - (XI Concurso Juiz Federal) - Assinalar a alternativa correta.

Art. 34, § 5º do ADCT – “Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que não seja incompatível com ele e com a legislação referida nos §§ 3º e 4º.”

(18)

18 I. A exigência de compatibilidade da legislação tributária anterior à Constituição Federal de 1988, nos termos do art. 34, § 5º do ADCT, para que continuasse vigente, é apenas a da compatibilidade material.

II. A incompatibilidade formal, nos termos do art. 34, § 5º do ADCT, gerou o fenômeno da não recepção da legislação tributária anterior à Constituição Federal de 1988.

III. A compatibilidade formal e material permitiu a recepção pela nova ordem constitucional da legislação anterior à Constituição Federal de 1988.

IV. Por força do art. 34, § 5º do ADCT, a legislação infraconstitucional tributária, incompatível formalmente com a nova Carta, não foi recepcionada.

a) Está correta apenas a assertiva I. b) Está correta apenas a assertiva II. c) Está correta apenas a assertiva IV.

d) Estão corretas apenas as assertivas I e III.

19 - (XIII Concurso Juiz Federal) Assinalar a alternativa correta. (Marque V ou F)

( ) A sinonímia existente entre taxa e preço público torna acadêmica e irrelevante a discussão sobre classificação de determinada exigência fiscal outra dessas figuras jurídicas.

20 - ( ) Em caso de calamidade pública, os estados podem instituir empréstimos compulsórios, desde que por lei complementar.

DPU

Em conformidade com a CF e com o Código Tributário Nacional, julgue os próximos itens. 21 - ( ) Consoante o texto constitucional, a definição da espécie tributária empréstimo compulsório cabe à lei complementar.

22 – ( ) Considere que um menor esteja privado de sua liberdade de locomoção em razão de medida socioeducativa por prática de delito. Assim, em razão desse fato, o menor ficará insuscetível de sujeição passiva tributária, transferindo-se a responsabilidade para o pai.

Juiz de Direito RS

23 – ( ) Os Estados podem instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

24 - ( ) O empréstimo compulsório criado para custear investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional pode, face à urgência, ser exigido no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu.

25 - À luz das disposições em vigor da Constituição Federal, com relação ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, é correto afirmar que

(A) só é admitida sua progressividade fiscal. (B) só é admitida sua progressividade extrafiscal.

(C) são admitidas tanto a sua progressividade fiscal quanto a extrafiscal.

(D) é admitida sua progressividade, não se lhe aplicando, em consequência, a proibição de utilizar tributo com efeito de confisco.

(19)

19 (E) não pode ser progressivo, por se tratar de imposto real.

PGE RS

26 – Sobre o princípio da capacidade contributiva, é correto afirmar que: a) se manifesta, exclusivamente, através da progressividade.

b) justifica a instituição de tributos fixos.

c) é aplicável aos impostos sobre o consumo e, neste caso, a capacidade contributiva a ser considerada é apenas a do contribuinte de direito.

d) é o principal critério de aplicação da igualdade tributária no âmbito dos impostos com finalidade extrafiscal.

e) é o principal critério de aplicação da igualdade tributária no âmbito dos impostos com finalidade fiscal.

27 – Assinale a alternativa correta.

a) Os Estados podem instituir taxas que tenham a mesma base de cálculo de impostos. b) As taxas deverão sempre observar o princípio da capacidade contributiva.

c) As taxas não precisam observar o princípio da anterioridade.

d) As taxas podem ser instituídas sempre que houver contraprestação por parte do Estado, independente de previsão em lei.

e) As taxas só podem ser instituídas em função do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis.

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