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EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PARA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE DE FRANGO DE MATO GROSSO

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

1 EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PARA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE DE

FRANGO DE MATO GROSSO laercio@unemat.br

APRESENTACAO ORAL-Instituições e Desenvolvimento Social na Agricultura e Agroindústria

LAÉRCIO JUAREZ MELZ; CLEITON FRANCO; ARIEL LOPES TORRES. UNEMAT, TANGARÁ DA SERRA - MT - BRASIL.

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PARA CADEIA PRODUTIVA DA

CARNE DE FRANGO DE MATO GROSSO

Grupo de Pesquisa: Instituições e Desenvolvimento Social na Agricultura e Agroindústria

Resumo

Competitividade tem sido estudada por grande número de pesquisadores. Os aspectos institucionais sempre alcançaram espaço privilegiado nas pesquisas, incluindo disponibilidade de crédito e incentivos fiscais. O objetivo principal desta pesquisa foi mostrar a evolução do crédito rural aplicado na avicultura no Brasil entre 1999 e 2007, em especial, no estado de Mato Grosso e, também, mostrar os incentivos fiscais existentes neste estado que afetam a produção de carne de frango. Dados da evolução do crédito rural foram coletados no Banco Central do Brasil (BACEN). Os dados de produção e exportação foram coletados nas bases de dados SIDRA/IBGE e Aliceweb/MAPA. Legislações sobre impostos forma consultadas nos websites do Governo. Uma correlação foi estabelecida entre o crédito rural e as séries históricas de alojamentos, produção, abates e exportações. Os resultados apontam para relação forte entre disponibilidade de crédito rural e o crescimento alojamentos, produção, abates e exportações do estado de Mato Grosso no período analisado.

Palavras-chaves: competitividade, crédito rural, políticas públicas.

Abstract

Competitiveness has been studied by a great number of researchers. Aspects of institutional environment always achieved privileged space in researches, including credit availability and taxation incentives. The main objective of this research was to show the evolution of rural credit applied in poultry production in Brazil between 1999 and 2007, in special Mato Grosso state and, also, show the taxation incentives existing in this state that affect the chicken meat production. Data from rural credit evolution were collected at Central Bank of Brazil (BACEN). The data from production and exports were collected at SIDRA/IBGE and Aliceweb/MAPA databases. Legislations about taxations were consulted at Governments websites. A correlation was established between rural credit and lodgments, production, slaughters and exports historical series. Results pointed to strong

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relation between rural credit availability and production, lodgments, slaughters and exports from Mato Grosso state increasing in the analyzed period

Keywords: competitiveness, rural credit, public policies.

1 INTRODUÇÃO

O sistema produtivo do frango de corte compõe-se dos elos de insumos, produção, processamento, distribuição e consumo. O elo inicial, insumos, fornece máquinas, vacinas, linhagens (pintos) e ração para o elo seguinte, a produção. A produção acontece em três tipos de criações, as matrizes, os incubatórios e os aviários, cada criação fornece para a seguinte a matéria prima (pintos). O elo de processamento inclui o abate e a industrialização da carne de frango. O elo de distribuição fornece o produto final, carne de frango, para distribuidores, varejo e traders. Finalmente, o último elo da cadeia é o consumidor final (SILVA; ONOYAMA, 2008).

A cadeia produtiva da carne de frango é marcada pela integração vertical que acontece, principalmente, nos elos de produção e processamento. É comum os frigoríficos fornecerem todos os insumos para a produção no aviário. Esse fornecimento acontece por meio de contratos de integração que garantem a entrega regular do frango para o abate. A integração vertical fornece também um instrumento eficiente de regulação do nível de produção, já que o ciclo de produção do frango no aviário é relativamente curto. O produtor de frango (aviário) pode optar por um sistema cooperativo para produção ou, ainda, ser um produtor independente (COTTA, 2003). Tal coordenação tornou a agroindústria do frango de corte uma das mais competitivas em nível mundial.

A competitividade poderia ser definida como a capacidade de uma indústria (ou empresa) produzir mercadorias com padrões de qualidade específicos, requeridos por mercados determinados, utilizando recursos em níveis iguais ou inferiores aos que prevalecem em indústrias semelhantes no resto do mundo, durante um certo período de tempo (HAGUENAUER, 1989)

Ao longo do tempo pesquisas têm sido realizadas com o intuito de mensurar a competitividade revelada por diversos setores produtivos ou, ainda, o seu potencial competitivo. A competitividade dos sistemas agroindustriais depende, mais do que os outros setores da economia, dos fatores chamados institucionais. O ambiente institucional refere-se aos dispositivos criados para regular a competição entre as firmas, como regras de um jogo (FARINA; AZEVEDO; SAES, 1997). Os empreendimentos ligados de alguma forma à agricultura ou à pecuária são fortemente sujeitos aos fatores sazonais e climáticos sendo, portanto, mais suscetíveis à perdas imprevistas e instabilidade de produção. A instabilidade de produção, aliada à grande concorrência via preço fazem com que a competição seja acirrada e exige a interferência direta ou indireta dos Governos (BUAINAIN; SOUZA FILHO, 2002). Dois fatores institucionais que pesam fortemente na produção agroindustrial são a disponibilidade do crédito barato, bem com sua facilidade de obtenção, e a existência de incentivos fiscais à produção.

O crédito rural, por exemplo, tem papel fundamental no fomento da atividade agropecuária. Ele atua sobre o custeio, investimento e comercialização, com os objetivos de estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou associações, favorecer custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários, fortalecer o setor rural,

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incentivar o uso de métodos racionais no sistema de produção para aumentar a produtividade, melhorando, assim, o padrão de vida das populações rurais e preservando os recursos naturais (BACEN, 2008a).

Os recursos destinados ao crédito rural no Brasil são oriundos do Tesouro Nacional, de recursos obrigatórios, poupança rural, de recursos livres, Fundos Constitucionais, Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), de fundos de commodities, do BNDES/FINAME, do FTRA/Banco da Terra, de Governos Estaduais, Funcafé, recursos externos e outras fontes (BACEN, 2008b). As principais fontes de recursos para o crédito à pecuária tem origem nos recursos obrigatórios, na poupança rural e nos Fundos Constitucionais (BACEN, 2008a).

Os recursos obrigatórios são equivalentes a 25% do depósito compulsório que todas as instituições financeiras devem recolher diariamente ao Banco Central (BACEN, 2008b). O depósito compulsório é aplicado sobre valor dos depósitos a vista, em conta corrente, sendo para os bancos baixo o custo de financiamento, pois sobre o deposito em conta corrente não existe capitalização. O percentual recolhido é definido pelo Banco Central e pode ser maior ou menor, dependendo da política econômica adotada e da necessidade de recursos ou de disponibilizar moeda no mercado (BUAINAIN; SOUZA FILHO, 2002). A poupança rural foi criada, inicialmente, com o objetivo de captar recursos para aplicar na agricultura. A princípio somente os bancos oficiais podiam operar com poupança rural. A partir de 2004, com o decreto 3.188/04, foi possível aos bancos cooperativos operarem com poupança rural. Foi estabelecido, no mesmo decreto, que 65% do Valor Sujeito a Recolhimento (VSR), depósito compulsório, deveriam ser aplicados na atividade rural, a partir de 1 de setembro de 2007. Todavia, a resolução 3.625/2008-CMN, ampliou o percentual de aplicação para 70% no período entre 1/11/2008 e 30/06/2009 (BACEN, 2008b).

O FCO foi instituído pelo artigo 159 da Constituição de 1988 e regulamentado pela lei 7.828/1989 com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da região Centro-oeste, através de financiamentos direcionados especificamente às atividades produtivas agroindustriais, agropecuárias, minerais, turísticas, comerciais e de serviços (MI, 2008). Tais financiamentos podem ser feitos por pessoas físicas, jurídicas, firmas individuais, associações e cooperativas de produção. O FCO trabalha de acordo com uma programação, elaborada anualmente, que discrimina os programas nos quais serão aplicados os recursos do Fundo. “Os recursos destinam-se a financiar projetos dos produtores rurais e das empresas que exercem atividade econômica nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, de turismo e de comércio e serviços do Centro-Oeste” (MI, 2008). A programação do FCO segue as diretrizes de aplicação dadas pela Lei 7.828. Essas diretrizes impõem condições tais como o empréstimo prioritário para micro e pequenos empreendimentos, preservação do meio ambiente e o atendimento racional de modo que o crédito potencialize o desenvolvimento regional (MI, 2008). Para tanto, o FCO tem suas prioridades categorizadas em: a) prioridades gerais; b) prioridades setoriais e c) prioridades espaciais. As prioridades gerais dizem respeito ao bem estar da sociedade e do meio ambiente. As prioridades setoriais convergem para os setores produtivos e de geração de renda nos diversos setores. As prioridades espaciais têm a finalidade de reduzir as desigualdades existentes entre as regiões dos estados (MI, 2008). As taxas de juros aplicadas aos recursos originários deste fundo variam entre 8,75% ao ano e 14% a.a.,

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dependendo do porte do empreendimento. Os prazos para pagamento podem ser de 3, com 1 ano de carência para capital de giro, a 12 anos, com 3 anos de carência para atividades de investimento.

A presente pesquisa com objetivo de apresentar a evolução do credito rural direcionado à avicultura e sua relação com o aumento da produção e alojamento de frangos no Brasil, em especial no estado de Mato Grosso.

2 Metodologia

Para a realização desta pesquisa foram utilizados dados das bases do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA ), Aliceweb do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), entre os períodos de 1999 e 2007. A base do SIDRA forneceu as informações sobre alojamento e abate de frangos por estado. O Aliceweb forneceu os dados sobre exportações de frango inteiro congelado através da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) 02.07.12.00 e frango em pedaços congelado (02.07.14.00). Dados sobre a evolução do crédito destinado à avicultura no Brasil, regiões e estado de Mato Grosso foram obtidos no Anuário Estatístico do Crédito Rural, disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, referente ao período de 1999 a 2007.

Foi estabelecida Correlação de Pearson, utilizando o software SYSTAT®, entre as séries históricas. Foram relacionados os valores destinados ao crédito para avicultura de engorda para abate com os quantitativos de alojamentos, abates e exportações de frango. Também forma relacionados os valores destinados ao crédito para finalidade produção de crias com os mesmos quantitativos. Além destes a mesma relação foi feita com os valores destinados ao crédito para compra de aves e ovos e, ainda, comercialização da carne de frango.

Tabela 1. Critérios de classificação da correlação.

Classificação Intervalo de Correlação ( + / - )

Muito Forte de 0,90 a 1,00

Forte de 0,70 a 0,89

Moderada de 0,40 a 0,69

Fraca de 0,20 a 0,39

Muito Fraca até 0,19

Fonte: Mourão e Magnusson (2003).

Estabeleceu-se, como critério de classificação da correlação entre muito forte e muito fraca. A correlação pode, ainda, ser classificada como positiva ou negativa. Correlação negativa, quando existe relação inversa entre as séries comparadas.

O levantamento das empresas de abate instaladas em MT foi feito nos sites do Sistema de Inspeção Federal (SIF) e do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA/MT).

Limitações foram impostas à pesquisa pela falta de informações detalhadas sobre a destinação do crédito para avicultura por fonte do recurso.

3. Evolução do crédito para a avicultura no Brasil e MT 3.1 O cenário da avicultura do Mato Grosso

O Centro-Oeste vem se tornando mais competitivo ao longo dos anos, não somente na produção de grãos e carne bovina, como também na produção de carne de frango. O

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mercado de abate de frangos em Mato Grosso é dominado por 5 plantas industriais, pertencentes a três grupos de frigoríficos.

Anhambi, com duas unidades, uma em Tangará da Serra com capacidade de abater até 600 aves por hora, outra em Sorriso, com capacidade de abate entre 600 e 1500 aves por hora. Sadia com duas plantas localizadas em Várzea Grande e Lucas do Rio Verde, ambas com capacidade de abater mais de 3000 frangos por hora, esta última não estava em operação em 2007. Perdigão, localizada em Nova Mutum e com capacidade de abater até 600 aves por hora (MAPA, 2008). Estas três são as empresa presentes no estado e que tem autorização para comercializar para todos os estados do Brasil e, ainda, para o exterior.

Outros dois frigoríficos têm autorização para comercializar seus produtos dentro de MT. São eles Marques e Caetano Ltda, com capacidade de abate de 20.000 frangos por dia, localizada em Mirassol d’Oeste, e Cooperativa Agrícola Mista Agropecuária Cláudia, localizada em Cláudia (INDEA/MT, 2008). Esta última produz frango caipira e possui capacidade reduzida de abate, somente 500 frangos por dia.

Nos mesmos moldes da produção sulista, as indústrias de Mato Grosso utilizam-se do sistema de integração como mecanismo de governança. Neste contexto, pode-se afirmar que a estrutura do mercado de carne de frango em Mato Grosso é um oligopólio altamente concentrado.

Uma das principais políticas públicas adotadas para o setor agroindustrial é o crédito rural (BUAINAIN; SOUZA FILHO, 2007). Através de sua política de crédito, o governo direciona recursos do orçamento público para financiamento das atividades agropecuárias, com juros menores que os praticados normalmente pelo mercado.

Os recursos podem ser destinados para todas as atividades ou podem ser destinados para uma determinada região, como fomento à produção local para uma melhor distribuição da renda entre as diversas regiões. O crédito pode ser oferecido para uma determinada faixa de renda da população rural que, por falta de patrimônio expressivo, não tem acesso às fontes usuais de financiamento da produção.

A destinação do crédito rural acontece em duas atividades. A agricultura, que relaciona-se com a produção vegetal, e a pecuária, que se trata da produção animal. O crédito é concedido para cada uma das atividades para as finalidades de custeio, investimento ou comercialização.

3.2 Crédito para atividade de avicultura

A modalidade do financiamento abordada nesta pesquisa foi a avicultura, na qual o crédito pode ser concedido para empreendimentos de engorda para abate, produção de crias, aquisição de animais ou ovos e comercialização de carnes, entre outros. Os empreendimentos de engorda para abate e produção de crias são atendidos por crédito com finalidade de custeio. O crédito para aquisição de ovos e animais é considerado, como finalidade, em investimento.

3.2.1 Evolução do crédito para a atividade de engorda para abate

A intensidade da atividade de avicultura nos estados do Sul do país é maior que nas demais regiões. Tal intensidade fez com que, entre 1999 e 2007, maior volume de crédito destinado a esta atividade fosse para essa região. Em 1999 aproximadamente 83,52% dos valores destinados para financiamento de atividade de engorda de animais para abate, foram para a região Sul, 11,84% foram destinados para a região Sudeste e, somente, 4,84% para as demais regiões. A evolução dos valores trouxe menos desigualdade entre as regiões

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Sul e Sudeste. As demais regiões, no período de 1999 a 2007, sempre mantiveram percentuais baixos de participação dos financiamentos para esta atividade (tabela 2).

Tabela 2. Evolução do crédito destinado à engorda para abate por região.

Ano Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Total

1999 5.580.640,10 4.810.437,95 2.207.651,03 32.165.551,08 226.801.455,72 271.565.735,88 2000 2.906.880,27 7.137.228,37 527.835,90 48.783.418,28 229.520.101,32 288.875.464,14 2001 6.077.060,22 11.596.438,06 2.323.280,98 72.166.590,90 287.142.307,50 379.305.677,66 2002 12.116.733,85 11.603.209,15 2.173.266,64 110.683.707,07 366.473.151,37 503.050.068,08 2003 12.715.436,03 19.376.500,85 145.874,85 91.955.891,01 353.619.719,90 477.813.422,64 2004 17.727.439,09 23.629.274,49 307.818,50 160.267.019,22 381.101.282,25 583.032.833,55 2005 19.122.578,40 10.258.222,10 127.184,64 116.265.436,58 349.343.714,96 495.117.136,68 2006 22.466.680,82 6.907.636,34 109.721,58 175.941.977,71 517.415.928,13 722.841.944,58 2007 17.070.413,99 24.457.834,14 62.069,94 247.185.963,70 542.470.586,46 831.246.868,23 Fonte: BACEN (2008).

O total do crédito concedido para a atividade de engorda para abate cresceu 306%. O crescimento da concessão de crédito da região Sudeste foi de 768% e da região Sul foi de 239%, a região Centro-oeste cresceu 306%, nordeste 508%. A região norte foi a única que teve queda de 97% nos financiamentos, comparando-se 2007 e 1999. Os anos de 1999, 2001 e 2002 foram anos com maior valor de financiamentos para a região Norte (figura 1).

0,00 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 3.000,00 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano C o n tr a to s (N ) Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Fonte: BACEN (2008).

Figura 1. Evolução do número de contratos de financiamento destinados a engorda para abate por região.

A região Sul apresentou, desde 1999 até 2005, o maior número de contratos (figura 1). O aumento dos valores médios de contratos na região, reduziu-se o número de contratos e aumentou o valor total financiados para a atividade de engorda para Abate (figura 2). O valor médio do contrato na região foi de R$91.859,64, em 1999, para R$1.089.298,37, em 2007. O maior crescimento de valor médio de contrato entre as regiões Brasileiras. A distribuição dos valores pelos estados da região passou por mudanças. Os valores passaram

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a ser melhor distribuídos entre os estados, destaque-se o aumento da participação do Paraná no crédito.

A região Sudeste apresentou leve crescimento de participação no número de contratos destinados à avicultura de engorda, chegando a igualar-se ao Sul em 2006 e ultrapassando esta região em 4% no ano de 2007. O valor médio subiu de R$75.683,65 (1999) para R$451.069,28, em 2007.

O número de contratos realizados na região Norte, somente 2% dos contratos realizados no Brasil, em 2007, foram para financiamentos nesta região (figura 1). O valor médio dos contratos realizados na região teve grande redução ao longo dos anos analisados (figura 2), chegando ao valor de R$2.298,89 por contrato.

O Nordeste teve seu pico de participação nos anos de 2001 (25%) e 2005 (21%). Em 2004, 2006 e 2007 os contratos da região Norte representaram 14% do total de contratos (figura 1). O valor médio dos contratos desta região teve oscilações, variando de R$15.720,00 (1999) até R$121.078,39 (2007).

Na região Centro-Oeste o número de contratos aumentou gradativamente desde 1999, chegando a participar de 9% do total de contratos em 2005 e 2007. Em 1999, somente 3% dos contratos de financiamento para a avicultura de engorda foi destinado à região (figura 1). O valor médio do contrato aumentou, passando de R$55.806,40, em 1999, para R$132.328,79, em 2007, com um pico de R$222.442,38, em 2006 (figura 2).

-200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano V al o r M éd io ( R $ ) Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Brasil Fonte: BACEN (2008).

Figura 2. Evolução do valor médio de contratos de financiamento destinados a engorda para abate.

Calculando-se uma média geral dos valores de contratos realizados no Brasil, percebe-se que houve um aumento nos valores individuais dos contratos de crédito destinados à avicultura de engorda para abate. Contudo, observa-se que este aumento deve-se ao grande aumento dos valores médios de contratos na região Sul, pois as demais regiões não tiveram aumentos tão expressivos. Com base nestes dados, pode-se afirmar que existe uma tendência ao aumento dos valores médios de contratos em todo o país, com redução ou manutenção no número de contratos.

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A participação nos financiamentos do Centro-Oeste ficou distribuída, principalmente, no Distrito Federal e em Goiás. Em 1999, 55,37% dos valores financiados para a região Centro-Oestes foram aplicados no Distrito Federal e 21,64% em Mato Grosso do Sul. Em 2000 o Distrito Federal recebeu 82,56% dos créditos destinados à região e 12,83% para Goiás.

Distrito Federal teve queda de participação no crédito rural, passando de 62,55%, em 2004, para 32,21%, em 2005, chegando a 27,83% em 2007. Com relação ao número de contratos ao DF, em 1999, corresponderam 4% dos contratos realizados na região. O número de contratos aumentou no ano de 2001, com 19,67%, houve um pico de 32%, em 2002, e chegou em 2007 a 16,28% de participação. O valor médio do contrato do Distrito Federal apresentou queda no período de 1999 a 2007. A queda foi resultado do aumento do número de contratos. Em 1999 o valor médio de contrato foi de R$772.500,00 (4 contratos). No ano 2000 houve apenas um contrato no valor de R$2.400.000,00. Em 2001 o número de contratos passou a aumentar e, com isso, o valor médio dos contratos reduziu para R$173.995,13, passando a aumentar a partir deste ano, tendo novos picos em 2004 e 2006, R$554.450,14 e R$539.536,88, respectivamente.

Goiás aumentou sua participação no crédito rural destinado à região a partir de 2004 (15,34%), chegando a 30,38% em 2007. O número de contratos feitos em Goiás passou de 11%, em 1999, para 48,84%, em 2007, O número de contratos passou de 11 contratos para 63, maior número de contratos no período analisado. Em 2000 e 2001 teve seus picos de participação no número de contratos, 64,29% e 50,02%, respectivamente. O valor médio dos contratos realizados no estado aumentou de R$65.103,65, em 1999, para R$82.314,01, em 2007. Houve picos de R$103.424,75 e R$148.296,95, em 2005 e 2006.

Mato Grosso do Sul apresentou queda de participação nos financiamentos passando de 21,64%, em 1999, para 3,23% em 2007. Em 2001 e 2002 MS teve aumento de participação, 50,63% e 37,63%, respectivamente. A quantidade de contratos apresentou queda brusca entre 1999 e 2000, de 83 para 5. A partir de 2000, semente em 2005 foram realizados 11 contratos, 8,33% do total de contratos realizados na região. Em 2007 foram realizados 5 contratos, que representaram 3,88% dos contratos da região. O valor médio dos contratos no estado passaram de R$14.548,19, em 1999, para R$110.400,00, em 2007. O pico do valor médio de contratos foi de R$912.000,00, em 2002.

ESTADO 1999 2000 2001 2002 2003

DISTRITO FEDERAL 772.500,00 2.400.000,00 173.995,13 250.181,82 463.661,68

GOIÁS 65.103,65 19.446,72 18.926,86 47.053,23 19.942,62

MATO GROSSO 283.500,00 6.291,12 37.433,39 6.248,00 189.524,61

MATO GROSSO DO SUL 14.548,19 26.334,97 440.450,21 912.000,00 187.005,07

MÉDIA BRASIL 82.143,30 154.810,00 211.666,11 207.357,82 276.993,29 ESTADO 2004 2005 2006 2007 MÉDIA ESTADO DISTRITO FEDERAL 554.450,14 473.807,69 539.536,88 226.231,48 650.484,98 GOIÁS 50.372,88 103.424,75 148.296,95 82.314,01 61.653,52 MATO GROSSO 52.935,97 72.805,02 182.090,69 164.544,25 110.597,01

MATO GROSSO DO SUL 211.917,07 316.117,37 480.571,43 110.400,00 299.927,15

MÉDIA BRASIL 359.231,57 328.544,88 495.097,22 592.056,17 300.877,82

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9 Quadro 1. Valor médio dos contratos nos estados do Centro-Oeste.

A partir de 2003 a distribuição dos valores passou a incluir Mato Grosso como um grande participante, com 38,75% de participação no crédito rural da região. Apesar de ter reduzido sua participação nos financiamentos da região, a partir de 2004, Mato Grosso tem participado de forma crescente, chegando a 38,56% de participação no valor de financiamentos da atividade de engorda para abate da região em 2007. O número de contratos cresceu de 2 para 40, entre 1999 e 2007. Em 1999, a participação no número de contratos era de 2%, passou a representar 41,67%, em 2005, e chegou a 31,01%, em 2007. O valor médio dos contratos realizados em MT passou de R$283.500,00, em 1999, para R$164.544,25, em 2007. Os picos dos valores médios foram de R$189.524,61, em 2003, e R$182.090,69, em 2006. O valor médio do contrato manteve-se sempre abaixo do valor médio nacional dos contratos desde 2000 até 2007 (quadro 1).

Percebe-se que, em 1999, os valores médios dos contratos no Distrito Federal e em Mato Grosso foram maiores que a média nacional. No DF, diferente dos demais estados da região, os valores médios ficaram, exceto pelos anos de 2001 e 2007, abaixo da média nacional. Mato Grosso do Sul somente ultrapassou a média nacional em 2001 e 2002. Goiás ultrapassou a média nacional, entre 1999 e 2007, sempre esteve abaixo da média nacional de valor médio de contratos de financiamento de engorda para abate.

3.2.2 Evolução do crédito para criação de aves

Assim como o crédito para o empreendimento de engorda para abate, o crédito para a produção de crias concentrou-se na região Sul, entre 1999 e 2006 (tabela 3). Entretanto, a atividade de cria foi marcada pelo aumento da atividade de abate e processamento de frangos na região Centro-Oeste.

Tabela 3. Evolução do crédito destinado à produção de crias por região.

Ano Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Totais

1999 134.540,00 291.326,36 94.315,00 1.256.200,00 3.975.076,00 5.751.457,36 2000 107.948,82 237.236,50 197.825,00 933.652,00 3.409.085,20 4.885.747,52 2001 894.066,04 1.548.723,27 1.052.488,60 16.789.247,29 13.941.133,26 34.225.658,46 2002 203.998,40 398.279,38 - 1.007.027,39 4.994.417,88 6.603.723,05 2003 707.026,57 129.516,75 45.791,00 5.541.441,00 1.531.825,67 7.955.600,99 2004 644.437,37 109.426,70 103.204,67 3.694.202,72 15.205.992,00 19.757.263,46 2005 3.994.640,00 302.939,55 800,00 4.878.600,00 7.363.036,40 16.540.015,95 2006 2.359.000,00 7.655.669,00 18.909,50 199.000,00 16.458.720,00 26.691.298,50 2007 6.640.000,00 1.756.497,69 42.445,00 821.346,35 2.000.000,00 11.260.289,04 Fonte: BACEN (2008).

Na região Sul do país caiu de 69,11%, em 1999, para 17,76, em 2007. O Sul somente teve baixa participação nos valores de crédito rural em 2003 e teve seu pico de participação em 2004, 76,96%.

No Sudeste a participação no crédito rural teve quedas e elevações entre 1999 e 2007. O pico foi de 69,65%, em 2003, e teve sua maior baixa em 2006, montando a 0,75%. Em 2007 a participação da região foi de 7,29%.

No Nordeste teve um aumento de participação entre 1999 e 2007. A participação em 1999 foi de 5,07% dos valores de contratos financiados no país para esta modalidade

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de financiamento. Em 2006 o Nordeste alcançou 28,68% de participação nos contratos para produção de crias do Brasil e, em 2007, 15,6%.

A região Norte desde 1999 até 2007 teve pouca participação nos financiamentos para produção de crias, passou de 1,64% para 0,38% dos valores do crédito rural do Brasil, destinados à esta atividade. Em 2002 não houve crédito rural destinado à produção de crias nesta região. Em 2005 e 2006 os valores também foram muito baixos, representando 0,005% e 0,07% dos valores nacionais nestes dois anos.

No Centro-Oeste percebe-se que os valores financiados para produção de crias na região teve um aumento muito grande a partir de 2005, passando de R$644.437,37 (2004) para R$3.994.640. Em 1999 o percentual de crédito destinado à região foi de 2,34%. O crédito destinado a esta atividade na Região chegou a 58,97% do total, alcançando, em 2007, R$6.640.000,00. O aumento do crédito para a produção de crias fez com que, no ano de 2006, fossem abatidas 92 milhões de cabeças de frango no estado de Mato Grosso, contra 72,6 milhões de cabeças abatidas em 2005.Os percentuais de participação dos estados da região Centro-Oeste variaram muito no período de 1999 a 2007.

O Distrito Federal não realizou contratos em 2000 e 2003. Participou com 100% dos contratos, em 2006. Em 2005 teve 91,62% de participação e somente 1,96%, em 2002. Em 2002, 2006 e 2007 foram realizados somente 2 contratos no DF. Em 1999 e 2004, somente um contrato. Em 2005 foram realizados 5 contratos e em 2001, foram 13. O valor médio dos contratos foi menor em 2002, R$1.999,20, e em 1999, R$9.500,00. Os maiores valores médios foram R$1.179.500,00, em 2006, e R$1.000.000,00, em 2007.

Goiás teve 92,94% dos contratos realizados em 1999 e não realizou contratos em 2001, 2002 e 2006. Em 2007, 67,77% dos contratos da região foram realizados neste estado. Nos anos de 2001, 2002 e 2006 Goiás não teve nenhum contrato de crédito rural para atividade de produção de crias. Em 2004 e 2005 foi realizado somente um contrato por ano. Em 2003 foram 2 contratos e em 1999 e 2007 foram feitos 4 contratos. O maior número de contratos foi 5, em 2000. O maior valor médio dos contratos foi de R$1.125.000,00, em 2007. Os menores valores médios foram nos contratos realizados em 2000 e 2003, R$13.589,76 e R$12.550,00.

Mato Grosso do Sul somente foram realizados contratos em 2000, 2001, 2004 e 2005, com as participações de 37,05%, 51,45%, 3,17% e 1,50%, nesta ordem. Nos demais anos entre 1999 e 2007 não foram feitos contratos neste estado. Mato Grosso dos Sul tem realizado poucos contratos entre 1999 e 2007. Apenas um contrato foi realizado em 2000, 2004 e 2005 e dois contratos em 2001. Os valores médios de contratos foram R$40.000,00 (2000), R$230.000,00 (2001), R$20.429,60 (2004) e R$60.000,00 (2005).

Mato Grosso participou com 98,04% em 2002, 96,45%, em 2003, 85,81%, em 2004. Não realizou contratos entre 1999, 2000, 2001 e 2006. Em 2007 participou com 2,11% dos valores contratados para a atividade de produção de crias. O número de contratos aumentou bastante entre 2002 e 2003, de 1 para 10. Em 2004 foram realizados 9 contratos, em 2005 foram 6 e em 2007 foram 5 contratos. O valor médio dos contratos que foi de R$200.000,00, em 2002, caiu para R$68.192,66, em 2003, R$61.444,44, em 2004, R$42.333,33, 2005 e R$28.000,00 em 2007.

3.2.3 Evolução do crédito para compra de aves e ovos

O crédito para compra de aves o ovos tem a finalidade de investimento na aquisição de matrizes. O valor total de crédito concedido para esta atividade apresentou crescimento

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extraordinário entre 1999 e 2007, passando de R$2.889.359,38 para R$139.036.946,02, um crescimento de 4.712% (tabela 4).

A região Nordeste apresentou um aumento nos valores totais financiados para compra de aves e ovos de 2.342% entre 1999 e 2007. O número de contratos realizados no Nordeste cresceu de 1952, em 1999, para 44.903, em 2007. O aumento do número de contratos foi mais expressivo entre 2003 e 2004, de 7.011 para 22.027, aumento de 214,18%. O pico de contratos realizados foi em 2006, com 82.789 contratos. O valor médio dos contratos na região foi de R$2.159,92, em 1999, para R$997,83, em 2007, queda de 53,8%. Note-se que o grande aumento no número de contratos não foi acompanhado de uma manutenção dos valores dos contratos.

Tabela 4. Valores totais de contratos para compra de aves e ovos por região.

Ano Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Total

1999 151.602,59 1.640.916,25 295.378,38 92.457,00 709.005,16 2.889.359,38 2000 3.729.910,40 469.563,42 663.176,06 276.494,38 1.968.124,91 7.107.269,17 2001 5.502.730,09 2.550.404,00 424.315,89 638.001,44 4.190.311,36 13.305.762,78 2002 6.036.410,16 4.915.434,10 532.631,68 1.078.925,29 6.197.995,91 18.761.397,14 2003 4.648.671,37 6.479.425,87 1.265.928,38 2.204.962,18 5.951.477,60 20.550.465,40 2004 7.277.680,51 15.822.767,56 2.678.854,13 4.646.948,49 20.310.978,74 50.737.229,43 2005 45.900.006,98 25.107.905,94 1.290.952,53 11.332.521,65 25.372.093,54 109.003.480,64 2006 47.751.347,46 47.948.589,95 3.745.310,76 14.228.409,95 20.108.025,73 133.781.683,85 2007 54.673.780,32 40.068.814,09 3.259.835,00 13.526.131,18 27.508.385,43 139.036.946,02 Fonte: BACEN (2008).

A região Norte teve crescimento de 1.003% nos valores totais do crédito distribuído para compra de aves e ovos em seus estados. Sua participação no total do crédito destinado à finalidade caiu de 10,22%, em 1999, para 2,34%, em 2007. O número de contratos realizados no Norte foi de 30, em 1999, para 1.303, em 2007, crescimento de 4.243,33%. O aumento mais expressivo no número de contratos aconteceu entre 2005 e 2006, passando de 402 contratos para 1.066, aumentou 165,17%. O valor médio dos contratos para a região passou de R$12.207,00, em 1999, para 2.176, em 2007, apresentando queda de 82,17%.

A região Sudeste aumentou sua participação nos valores distribuídos pelo crédito rural para a aquisição de aves e ovos, passando de 3,2%, em 1999, para 9,73%, em 2007, apresentando aumento dos valores totais na ordem de 14.529,65%. O número de contratos realizados na região passou de 12, em 1999, para 12.470, em 2007. O valor médio dos contratos passou de R$44.768,82, em 1999, para R$133.482,18, em 2007, um aumento de

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198,16%. Percebe-se que na região Sudeste, diferente do Norte e Nordeste, houve aumento no número de contratos e no seu valor médio.

A região Sul apresentou um aumento dos valores totais aplicados na modalidade de compra de aves e ovos na ordem de 3.779,86% entre 1999 e 2007. Sua participação no total destinado ao financiamento da modalidade caiu de 24,54%, em 1999, para 19,78%, em 2007. O número de contratos realizados na região foi de 57, em 1999, e passou a 993, em 2007, aumento de 1.642%. O maior aumento aconteceu entre 2003 e 2004, de 363 para 638 contratos realizados na região. O valor médio dos contratos passou de R$10.860,36, em 1999, para R$27.094,50, em 2007, aumento de 149,48%. O aumento do valor médio dos contratos no Sul aproximou-se do aumento na região Sudeste.

A região Centro-Oeste teve o maior aumento percentual de valores totais destinados à modalidade de compra de aves e ovos. Passou de R$151.602,59, em 1999, para R$54.673.780,32, em 2007, aumento de 35.963,88%. Sua participação no total destinado a esta modalidade passou de 5,25% para 39,32%, em 1999 e 2007, respectivamente. Seus picos de participação foram em 2000 (52,48%), 2001 (41,36%) e 2005 (42,11%). O número de contratos para esta modalidade passou de 7, em 1999, para 234, em 2007. O valo médio dos contratos realizados na região passou de R$11.885,42 para R$224.276,50, crescimento de 1.786,99%, muito acima do aumento ocorrido nas regiões Sul e Sudeste. Contudo, a distribuição dos valores totais dos contratos na região foi bastante heterogênea (figura 3). -5.000.000 10.000.000 15.000.000 20.000.000 25.000.000 30.000.000 35.000.000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano V a lo r to ta l (R $ ) Distrito Federal Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul Centro-Oeste

Fonte: BACEN (2008).

Figura 3. Evolução do valor total dos contratos destinados a compra de aves e ovos no Centro-Oeste.

O Distrito Federal passou a realizar contratos de compra de aves e ovos em 2000, quando teve uma participação de 7,35% dos valores totais de contratos realizados na região Centro-Oeste. Chegou a participar com 12,06% em 2002 e 9,24% em 2006. Em 2007, sua participação nos valores totais destinados à modalidade foi de 6,81%. Os valores totais destinados ao Distrito Federal passaram de R$274.160,32, em 2000, para R$3.721.337,23,

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em 2007, aumento de 1.257,36%. A maior variação no valor total foi entre 2004 e 2005, de R$70.314,00 para R$2.204.732,59. O número de contratos passou de 3, em 2000, para 20, em 2007. O valor médio dos contratos passou de R$91.386,77, em 2000, para R$186.066,86, em 2007. Em 2006, o valor médio dos contratos foi de R$489.992,80, o mais alto na série analisada e em 2001 foi de R$3.933,32, o menor da série.

Goiás foi o estado com maior participação nos valores de contratos em 1999 (85,78%), 2002 (60,59%), 2005 (69,37%), 2006 (69,05%) e 2007 (48,66%). O valor total financiado para a modalidade de aquisição de aves e ovos no estado aumentou de R$130.047,61, em 1999, para R$26.606.552,51, em 2007, crescimento de 20.359,09%. O número de contratos no estado passou de 2, em 1999, para 21, em 2007. O valor médio dos contratos passou de R$32.511,90, em 1999, para R$280.068,97, em 2007, aumento de 761,44%. O maior valor médio de contratos aconteceu em 2005 (R$468.259,97) e o menor foi em 1999 (R$32.511,90).

Mato Grosso do Sul destacou-se em participação nos valores destinados à modalidade de compra de aves e ovos no ano 2000, quando participou de 73,73% do total, em 2004 com 60,94% de participação e em 2001 com 45,63%. O valor total destinado para o estado nesta modalidade foi de R$8.504,59, em 1999, e passou para R$4.878.869,17, em 2007, aumento de 57.267,48%. O maior volume destinado ao estado foi em 2005 (R$7.949.878,40). O número de contratos no estado passou de 1, em 1999, para 21, em 2007, com picos em 2005 (37) e 2006 (27). O valor médio dos contratos passou de R$8.504,59, em 1999, para R$232.327,10, em 2007. O maior valor médio foi de R$341.156,69, em 2004 e o menor foi de R$8.142,90, em 2003.

Mato Grosso participou, em 1999, de 8,61% dos contratos de aquisição de aves e ovos da região Centro-Oeste. Em 2007 essa participação chegou a 35,61%. O ano em que MT teve maior participação no crédito destinado a esta modalidade foi 2003 (79,09%) e sua menor participação foi em 2000 (1,52%). Os valores totais destinados ao investimento nesta modalidade passaram de R$13.050,39, em 1999, para seu maior valor, R$19.467.021,41 em 2007, aumento de 149.068,12%. No período de 1999 a 2007 foram destinados à modalidade R$38.052.244,29 no total. O número de contratos passou de 2, em 1999, para 98, em 2008. Destaca-se o ano de 2003, quando foram realizados 250 contratos nesta modalidade. O valor médio dos contratos passou de R$6.525,20, em 1999, para R$198.643,08, em 2007. Um aumento expressivo de 2.944,25%. O aumento do valor médio dos contratos em MT tem sido incremental no decorrer do período de 2001 a 2007, não havendo quedas neste período.

3.2.4 Evolução do crédito para comercialização

O crédito para comercialização pode ser aplicado para comercializar carnes, crias ou ovos. O valor total dos contratos para comercialização de carnes teve um aumento em 2005, chegando a R$148.978,27. Neste ano o valor médio dos contratos no Brasil foi de R$24.829,71. 2005 foi, ainda, um dos anos com maior número de contratos de crédito rural destinado à comercialização (tabela 5).

Tabela 5. Valores e contratos para comercialização de carne de aves no Brasil.

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Valores 8.550,00 - 9.500,00 15.420,00 20.220,00 9.592,00 148.978,27 - 12.000,00 Contratos 4,00 - 3,00 6,00 5,00 3,00 6,00 - 1,00

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Valor Médio 2.137,50 - 3.166,67 2.570,00 4.044,00 3.197,33 24.829,71 - 12.000,00

Fonte: BACEN (2008).

A maior parte destes contratos foi realizada na região Sul do país e poucas vezes no Nordeste (2001 e 2002) e Sudeste (2005). No Centro-Oeste não houve contrato para comercialização entre 1999 e 2007.

3.2.5 Relação entre o crédito e o aumento da produção e comercialização da carne de frango de Mato Grosso

O objetivo do crédito rural é fomentar a produção agroindustrial. Neste sentido, torna-se interessante estabelecer algumas relações entre a evolução do crédito concedido às finalidades de custeio, investimento e comercialização e a evolução da produção e comercialização do produto final.

Ao aplicar o teste de correlação de Pearson aos dados de crédito rural por destinação, foi possível determinar se a relação entre o crédito e os volumes de abate, alojamento e exportação de frangos é muito forte, forte, moderada, fraca ou muito fraca.

Tabela 6. Correlação entre as modalidades de crédito e os volumes de abate, alojamento e exportação.

Volumes / Modalidade de crédito Engorda para abate Produção de crias Compra de aves e ovos

Abates de frangos (un.) 0,8718 0,3570 0,7674

Alojamentos (un.) 0,8478 0,1426 0,9493

Exportação (inteiro) (Kg) 0,8744 0,0777 0,8808

Exportação (pedaços) (Kg) 0,7434 0,6634 0,5259

Exportação total (Kg) 0,8937 0,2840 0,8239

Percebe-se que existe uma correlação muito forte entre a evolução do crédito para compra de aves e ovos e aumento dos alojamentos de aves no estado de Mato Grosso. Portanto maiores valores destinados ao crédito para compra de aves e ovos tendem a aumentar o número de aves (estoque de matéria-prima) no estado (figura 4). Existe, ainda forte correlação entre o aumento do crédito para compra de aves e ovos e os abates ocorridos no estado entre 1999 e 2007 também com relação às exportações de frango inteiro congelado e a exportação total. A correlação entre a compra de aves e ovos com a exportação de frango em pedaços congelados é moderada (tabela 6).

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15 r=0,9493 -5.000.000 10.000.000 15.000.000 20.000.000 25.000.000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano V a lo r (R $ ) -5.000.000 10.000.000 15.000.000 20.000.000 25.000.000 C a b e ç a s ( u n )

Compra de aves e ovos Alojamentos (un.)

Fonte: BACEN (2008), IBGE (2008).

Figura 4. Evolução do crédito destinado à compra de aves e ovos e alojamento de aves em Mato Grosso, 1999-2007.

O período de 1999 a 2007 apresentou forte correlação entre o crédito destinado ao custeio da modalidade de engorda para abate e os abates, alojamentos e exportações. Essa tendência explicaria que, se houver maior disponibilidade de crédito para esta modalidade de custeio, haverá aumento da capacidade produtiva no estado. Por outro lado, também ao aumentar a capacidade produtiva, os produtores demandarão mais crédito para o custeio da produção de engorda para abate (figura 5).

r=0,872 -1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos V a lo re s ( R $ ) -20.000.000 40.000.000 60.000.000 80.000.000 100.000.000 120.000.000 C a b e ç a s ( u n )

Crédito engorda para abate Abates de frangos (un.) Fonte: BACEN (2008), IBGE (2008).

Figura 5. Evolução do crédito destinado à engorda para abate e número de cabeças abatidas em Mato Grosso, 1999-2007.

O crédito para produção de crias apresentou correlação moderada com as exportações de frango em pedaços congelados. Pode-se afirmar que é coincidência, pois a correlação foi fraca para o total de exportações e muito fraca para a exportação de frango inteiro congelado. A correlação desta modalidade de crédito também foi fraca com os abates e muito fraca com os alojamentos.

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Após apresentação da evolução do crédito para o Brasil e Mato Grosso é possível afirmar que o crescimento da produção tem uma das suas causas no aumento do crédito disponibilizado para as finalidades de custeio, investimento e comercialização. Embora Mato Grosso não tenha utilizado o crédito para comercialização, houve crescimento de sua produção e abate de frangos no período entre 1999 e 2007 em decorrência da utilização ampla do crédito para custeio da modalidade de engorda para abate e investimento em compra de aves e ovos.

Deve-se ressaltar, ainda, que as empresas menores estão sujeitas a maiores dificuldades de acesso ao crédito, devido à burocracia, às taxas de juros aplicadas e aos colaterais envolvidos. Tais problemas poderiam ser solucionados mediante a adequação das linhas de crédito existentes e criação de um Fundo de Aval para proporcionar maior acesso ao crédito por parte destas empresas (IPARDES; GEPAI; IBPQ, 2002). Além disso, foi apontado por Silva e Onoyama (2008) que os pontos fracos da cadeia produtiva de frango no Brasil seriam “Liberação de recursos do crédito rural insuficientes para os pequenos produtores da região tradicional” e, ainda, “juros muito elevados no crédito rural”.

4 Conclusão

A produção de carne de frango em Mato Grosso está concentrada em poucas plantas industriais. Contudo, o crédito rural destinado à avicultura em empreendimentos de engorda para abate tem se concentrado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. O Centro-Oeste tem se destacado, desde 2005 até 2007, na participação dos contratos de investimento em compra de aves e ovos e, em 2007, nos destinados ao custeio de produção de crias.

Foi percebido que existe forte relação entre o aumento do crédito tanto para custeio da atividade de engorda para abate, quanto para investimento em compra de aves e ovos, e o número de abates, de alojamentos e de exportações do estado de Mato Grosso. É fraca a relação entre produção de crias e o número de alojamentos, abates e exportações.

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