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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE ODONTOLOGIA. Fernanda Barros de Oliveira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE ODONTOLOGIA

Fernanda Barros de Oliveira

Insucessos nos sistemas adesivos autocondicionantes: uma revisão de literatura

Florianópolis 2021

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Fernanda Barros de Oliveira

Insucessos nos sistemas adesivos autocondicionantes: uma revisão de literatura

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Cirurgiã-Dentista.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Elisa Oderich.

Florianópolis 2021

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Fernanda Barros de Oliveira

Insucessos nos sistemas adesivos autocondicionantes: uma revisão de literatura

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de Cirurgiã-Dentista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Odontologia da

Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 16 de abril de 2021.

________________________ Prof.ª Dr.ª Gláucia Santos Zimmermann

Coordenadora do Curso de Graduação em Odontologia

Banca Examinadora:

________________________ Prof.ª Dr.ª Elisa Oderich

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof.a Dr.a Silvana Batalha Silva

Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof.a Me. Roberta Pinto Pereira

Avaliadora

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Dedico este trabalho a Lenoar de Oliveira (in memoriam), meu querido e amado pai.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe Silvana, por ser meu símbolo de força e dedicação. Obrigada por tudo que você já fez e continua fazendo por mim. É graças a você que hoje estou realizando mais esse sonho!

Ao meu namorado Taylon, por sempre estar comigo nos momentos mais difíceis nos últimos anos. Obrigada por todos os gestos de amor, carinho e paciência que demonstras por mim diariamente.

A minha amiga e dupla Pauline, obrigada por fazer parte da minha vida, por sempre estar disposta a me ouvir e me aconselhar. Sou muito grata pela nossa amizade e por tudo que já vivenciamos.

As minhas amigas Graziela, Ludiana, Selma e Luiza. Agradeço a vocês por todos os momentos especiais que passamos juntas, muito obrigada por tornarem meus dias mais alegres e a minha vida mais tranquila.

A minha orientadora Prof.a Elisa Oderich, obrigada por todo o seu acolhimento, pela oportunidade de realizar esse trabalho e por permitir que eu conhecesse melhor essa professora, mãe e profissional incrível que você é.

A Prof.a Silvana Batalha, Prof.a Sheila Stolf e Prof.a Roberta Pereira, agradeço por todos os seus ensinamentos, por participarem da minha banca e por contribuírem com o meu trabalho.

A Universidade Federal de Santa Catarina por conceder um ensino superior público, gratuito e de qualidade.

Aos pacientes da Clínica Odontológica da UFSC que contribuíram de maneira significativa para a minha formação profissional.

Aos servidores, Batista e Luiz, que tornaram as atividades laboratoriais mais descontraídas e menos estressantes.

A Bibliotecária Crislaine por toda a sua paciência e atenção. Sua ajuda foi essencial para a realização desse trabalho!

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RESUMO

Esse estudo tem por objetivo investigar na literatura os principais fatores relacionados ao insucesso da adesão à dentina perante a utilização de sistemas adesivos dentais simplificados. A procura por essas informações se deu através das seguintes plataformas e bancos de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, Portal Periódicos CAPES, National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus e Web of Science. Como critério de inclusão foi estabelecido a abordagem dos seguintes temas: “adesão à dentina”, “sistemas adesivos dentais” e “fatores que interferem na adesão à dentina”. Para a delimitação dessa pesquisa foram procurados artigos e teses publicados entre os anos de 2010 e 2020, nos idiomas de português, inglês e espanhol. Observou-se nesses trabalhos a existência de uma variedade de fatores capazes de influenciar negativamente a adesão à dentina, a exemplo da contaminação do campo operatório, da dentina afetada por cárie, dos métodos utilizados para a aplicação dos sistemas adesivos entre outros. Apesar da dentina ser um substrato amplamente estudado, a complexidade de se alcançar uma adesão eficiente e duradora evidencia a necessidade de novos estudos na área.

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ABSTRACT

The aim of this study was to investigate in the literature factors that influence negatively adhesion to dentin when using simplified dental adhesive systems. The search for this essay was conducted through the following platforms and databases: Virtual Health Library (VHL), Embase, CAPES Periodical Portal, National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus and Web of Science. As an inclusion criterion, the following themes were established: “adhesion to dentin”, “dental adhesive systems” and “factors that interfere with adhesion to dentin”. For the delimitation of this research, articles and theses published between 2010 and 2020, in Portuguese, English and Spanish, were sought. It was observed a variety of factors that influences negatively adhesion to dentin, as contamination of the operative field, dentine affected by caries, methods used to apply adhesive systems, among others. Although the adhesion to dentin is a topic well reported in literature, the complexity get high strength and longevity of the adhesion to dentin expose the need for more studies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Características morfológicas da infiltração de diferentes sistemas adesivos ao tecido dentinário...18 Figura 2- Sistemas adesivos dentais contemporâneos...20 Figura 3- Fluxograma da revisão de literatura...41

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BVS Biblioteca Virtual em Saúde DAC Dentina afetada por cárie DCPD Fosfato dicálcico di-hidratado DMSO Dimetilsulfóxido

EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético et al. E colaboradores

EUA Estados Unidos da América

FESEM Field Emission Scanning Electron Microscopy

FEISEM Field Emission In-Lens Scanning Electron Microscopy FeSO4 Sulfato Ferroso

Fig Figura GPDM Glicero-fosfato dimetacrilato G1 Grupo 1 G2 Grupo 2 G3 Grupo 3 G4 Grupo 4 h Hora HAps Hidroxiapatita HEMA Hidroxietilmetacrilato In vitro Em vidro In situ No local MDP 10-metacriloiloxidecil di-hidrogenofosfato

MDP-Ca 10-metacriloiloxidecil di-hidrogenofosfato- Cálcio MET Microscopia eletrônica de transmissão

min Minuto

mM Milimolar

MMPs Metaloproteinases NaClO Hipoclorito de Sódio

p Página

pH Potencial hidrogeniônico PUBMED National Library of Medicine

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s Segundo

SBS Resistência ao Cisalhamento SiC Carbeto de silício

SciELO Scientific Electronic Library Online SPSS 19.0 Software estatístico

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LISTA DE SÍMBOLOS ( ) Parênteses % Porcentagem [ ] Colchetes “ ” Aspas + Adição = Igualdade # Cerquilha / Barra °C Graus Celsius

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 16 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 17 1.1.1 Dentina ... 17 1.1.2 Adesão à dentina ... 17 1.1.3 Sistemas adesivos ... 19

1.1.3.1 Classificação dos sistemas adesivos por geração ... 19

1.1.3.2 Classificação dos sistemas adesivos pelo método de aplicação ... 19

1.1.4 Sistemas adesivos autocondicionantes ... 21

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 22

2.1 COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS ... 22

2.2 CONTAMINAÇÃO DO CAMPO OPERATÓRIO ... 23

2.3 DENTINA AFETADA POR CÁRIE (DAC) ... 24

2.4 DENTINA ESCLERÓTICA ... 25

2.5 ENVELHECIMENTO DENTINÁRIO ... 27

2.6 EXPERIÊNCIA DO OPERADOR ... 28

2.7 INIBIÇÃO DA CAMADA DE OXIGÊNCIO ... 28

2.8 IRRADIAÇÃO COM LASER ... 29

2.9 METALOPROTEINASES (MMPS) ... 31

2.10 MÉTODOS DE APLICAÇÃO ... 32

2.11 ORIENTAÇÃO DOS TÚBULOS DENTINÁRIOS ... 34

2.12 PROFUNDIDADE DENTINÁRIA... 35 2.13 RUGOSIDADE SUPERFICIAL ... 35 2.14 SMEAR LAYER ... 36 3 OBJETIVO ... 38 3.1 OBJETIVO GERAL ... 38 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 38 4 METODOLOGIA ... 39 5 RESULTADOS ... 41 6 DISCUSSÃO ... 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 48

APÊNDICE A- SISTEMAS ADESIVOS MENCIONADOS NA REVISÃO DE LITERATURA ... 53

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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas tem-se observado um avanço significativo na fabricação de novos materiais e técnicas adesivas (CARDOSO et al., 2011). De acordo com Manuja, Nagpal e Pandit (2012) grande parte dessas mudanças ocorreram em virtude das tentativas de promover um sistema adesivo que fosse capaz de suprir as necessidades clínicas dos profissionais e que ao mesmo tempo apresentasse uma técnica considerada simples e fácil de se executar.

No entanto, apesar desses importantes avanços para a Odontologia Restauradora, a adesão à dentina ainda continua sendo considerada o seu principal desafio (REIS; PEREIRA; GIANNINI, 2007 p.88). Corroborando com essa afirmativa, vem sendo relatado na literatura que a dificuldade para o estabelecimento da adesão pode estar relacionada com a complexidade da composição desse substrato (COSTA et al., 2021; MANUJA; NAGPAL; PANDIT, 2012; PERDIGÃO, 2010; REIS; PEREIRA; GIANNINI, 2007, p.88). Além disso, conforme descrito por alguns autores, essa dificuldade também se relaciona com fatores inerentes aos sistemas adesivos utilizados (STAPE et al., 2016; YOSHIHARA et al., 2018).

Segundo Chain (2013, p.105) as constantes modificações realizadas nos sistemas adesivos acarretaram em uma mudança na forma que os mesmos são classificados. Assim, à medida em que foram feitas adaptações e simplificações, a prática de classificá-los de acordo com a sua geração entrou em desuso e se passou a preconizar a classificação conforme seu método de aplicação e a maneira em que interagem com o substrato aderente. Dessa forma, podemos encontrar atualmente sistemas adesivos denominados como convencionais, autocondicionantes ou universais (CHAIN, 2013, p.105; MUÑOZ et al., 2013; PERDIGÃO; SWIFT JR, 2015; WAGNER et al., 2014).

Em vista dessas modificações e da permanência na dificuldade para a obtenção de uma interação adesiva à dentina, este trabalho buscou elencar através da literatura, quais são os principais fatores relacionados ao insucesso dos procedimentos restauradores adesivos à dentina perante a utilização de sistemas adesivos autocondicionantes.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1.1 Dentina

De acordo com Nanci (2013, p.166) a composição química da dentina é representada por cerca de 70% de conteúdo inorgânico (hidroxiapatita), 20% de conteúdo orgânico (predominantemente colágeno do tipo I) e 10% de fluídos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008, p.287; NANCI, 2013, p.166).

Com o surgimento da adesão e por consequência dos sistemas adesivos e das restaurações adesivas, a manutenção de uma maior quantidade de estrutura dental sadia tornou-se possível (DIETSCHI; MAGNE; HOLZ, 1994; MOREIRA JUNIOR et al., 2011). Dessa forma, o uso de materiais restauradores adesivos vem se tornando cada vez mais frequente na prática clínica odontológica (REIS; PEREIRA; GIANNINI, 2007, p.87).

Segundo Anusavice, Shen e Rawls (2013, p.24) o intuito principal da utilização dos materiais restauradores contemporâneos é o restabelecimento da funcionalidade do substrato através da reconstrução da estrutura dental perdida, resultando consecutivamente em uma melhora na sua estética dental. No entanto, conforme relatado por Perdigão (2010), as diferentes características físicas e morfológicas encontradas, especialmente na dentina, influenciam esse processo de reconstrução, pois a complexidade tecidual presente nesse substrato o tornam extremamente desafiador para a adesão (MANUJA; NAGPAL; PANDIT, 2012; PERDIGÃO, 2010; REIS; PEREIRA; GIANNINI, 2007, p.88).

1.1.2 Adesão à dentina

“ O mecanismo de ligação primário dos adesivos convencionais à dentina é baseado principalmente na difusão e depende da hibridização ou infiltração da resina dentro do arcabouço de fibrilas colágenas expostas, devendo ser o mais completo possível” (VAN MEERBEEK et al., 2003, p.217; tradução nossa).

Assim, considera-se que a interação entre o sistema adesivo e o substrato aderente (Fig. 1) é fundamental para o sucesso num procedimento restaurador adesivo (REIS; PEREIRA; GIANNINI, 2007, p.90).

Desse modo, diante da utilização de um sistema adesivo convencional, comumente realiza-se um condicionamento prévio da superfície com ácido fosfórico entre 30 a 40% por 15 segundos. Em seguida, após a remoção completa do ácido por meio de um jato abundante

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de água e a remoção do excesso da umidade por meio de um jato leve de ar, tem-se a aplicação da resina adesiva. Esta pode se dar de 2 maneiras distintas: 1) aplicação do primer e do adesivo em etapas separadas ou 2) aplicação do primer e do adesivo em uma única etapa. A prática da utilização de ácido fosfórico na dentina acarreta na exposição de suas fibras colágenas, o que consequentemente facilita a ocorrência do intertravamento micromecânico do sistema adesivo ao tecido (MANUJA; NAGPAL; PANDIT, 2012).

Além da técnica mencionada acima, uma outra maneira de promover a adesão à dentina é através da utilização de sistemas adesivos autocondicionantes, a qual pode ser realizada a partir das seguintes formas: 1) aplicação do sistema adesivo em duas etapas separadas ou 2) aplicação do sistema adesivo em um único passo (RITTER et al., 2008). Entre as diversas características observadas nesses sistemas, a capacidade de desmineralização provocada por eles merece destaque (VAN MEERBEEK et al., 2003). Conforme relatado pelos autores tal característica está diretamente relacionada com as concentrações de pH desses adesivos, o que possibilita que os mesmos sejam classificados como autocondicionantes “fortes”, “intermediários”, “suaves” ou “ultra-suaves” (VAN MEERBEEK et al., 2003; VAN MEERBEEK et al., 2020).

Figura 1: Características morfológicas da infiltração de diferentes sistemas adesivos ao tecido dentinário.

Legenda: A imagem (A) representa a dentina condicionada por um sistema adesivo convencional e a imagem (B) representa a dentina condicionada por um sistema adesivo autocondicionante. Técnica de análise: micrografia de

FEISEM.

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1.1.3 Sistemas adesivos

Os avanços no âmbito da Odontologia Adesiva possuem como uma das suas principais características satisfazer as diversas situações clínicas enfrentadas pelos Cirurgiões-Dentistas. Assim, tem-se observado nos últimos anos, uma tendência à simplificação das técnicas operatórias adesivas, a qual levou a criação de sistemas que apresentam diferentes composições químicas e métodos de aplicação. Contudo, apesar de tais modificações resultarem em uma prática simplificada e rápida, as mesmas também podem acarretar em mudanças significativas na qualidade e longevidade da interação adesiva, principalmente quando nos referimos à dentina (CARDOSO et al., 2011; MANUJA; NAGPAL; PANDIT, 2012; TAY; PASHLEY, 2003).

1.1.3.1 Classificação dos sistemas adesivos por geração

A evolução dos sistemas adesivos resultou em 8 gerações distintas, as quais foram caracterizadas por suas próprias particularidades, vantagens e desvantagens (VAN MEERBEEK et al., 2020). Segundo Van Meerbeek et al. (2020) tais especificidades presentes em cada uma dessas gerações, relacionam-se diretamente com a composição química e com o método de aplicação dos sistemas adesivos que as representam. Dessa forma, de acordo com Chain (2013, p.105), conforme esses sistemas adesivos foram sendo adaptados, a prática de classificá-los por geração passou a ser substituída pela classificação através do seu método de aplicação.

1.1.3.2 Classificação dos sistemas adesivos pelo método de aplicação

Os sistemas adesivos de condicionamento ácido total, também conhecidos como convencionais, apresentam como elemento essencial a utilização de ácido prévio. Dessa forma, os mesmos ainda podem ser novamente classificados de 2 maneiras, as quais levam em consideração o número de passos obrigatórios necessários para que a sua técnica possa ser realizada (Fig. 2). Em vista disso, encontram-se comercialmente sistemas adesivos convencionais de 2 ou 3 passos (CHAIN, 2013, p.105; VAN MEERBEEK et al., 2020).

Os adesivos convencionais de 3 passos apresentam o ácido, o primer e a resina adesiva separadamente. Os convencionais de 2 passos, por outro lado, utilizam primeiramente

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o ácido, seguido da aplicação do primer e do adesivo, os quais são dispostos juntamente em frasco único (CHAIN, 2013, p. 105-106; LOGUERCIO; REIS, 2005).

No que se refere as características presentes nos sistemas adesivos autocondicionantes, conforme relatado por Ritter et al. (2008), os mesmos podem serem encontrados de duas maneiras, dependendo do número de etapas operatórias que apresentam. Assim o profissional poderá optar entre um sistema adesivo autocondicionante de 2 passos ou de passo único. Quando caracterizados como adesivos de 2 passos, esses devem apresentar um primer acídico autocondicionante em um frasco e o agente adesivo em outro. No entanto, quando apresentam-se como adesivo de passo único, todos os componentes da solução deverão estar presentes no mesmo frasco (RITTER et al., 2008).

Já os adesivos classificados como universais foram os últimos sistemas, até o momento, a serem lançados no mercado odontológico. Entre suas características principais encontram-se sua apresentação em frasco único e a versatilidade de sua técnica operatória, a qual possibilita que o profissional a adapte conforme suas necessidades clínicas. Desse modo, o mesmo pode ser então utilizado como um sistema adesivo convencional, autocondicionante ou mediante condicionamento ácido seletivo do esmalte (MUÑOZ et al., 2013; PERDIGÃO; SWIFT JR, 2015; WAGNER et al., 2014).

Figura 2: Sistemas adesivos dentais contemporâneos.

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1.1.4 Sistemas adesivos autocondicionantes

No que se refere a composição química dos adesivos autocondicionantes, a mesma baseia-se em um primer acídico capaz de promover alterações nas superfícies dos substratos dentais. Contudo, conforme relatado na literatura, as características do substrato dentinário no qual esses sistemas adesivos estão sendo aplicados podem aumentar a dificuldade para o estabelecimento da adesão, pois sua capacidade de desmineralização limita-se as características de seu pH. Assim, em um substrato como o esmalte, por exemplo, o qual possui um percentual de componentes inorgânicos superior ao observado na dentina, pode se ter um aumento na dificuldade para o estabelecimento de uma interação adesiva (BARATIERI et al., 2015, p.111).

Segundo Baratieri et al. (2015), para a aplicação desses sistemas, a etapa de condicionamento ácido prévio tornou-se dispensável. Desse modo, a interação adesiva promovida por esses adesivos, ao invés de resultarem na remoção completa de sua smear layer, possibilitaram que a mesma fosse incorporada em sua camada híbrida. No entanto, apesar promoverem uma redução no número de passos operatórios é fundamental que o cirurgião-dentista tenha conhecimento a respeito das possíveis consequências que essa simplificação pode exercer sobre a longevidade das restaurações adesivas (BARATIERI et al., 2015, p.108-111).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

As diversas particularidades encontradas no substrato da dentina a caracterizam como sendo um dos grandes desafios para Odontologia Adesiva. Em virtude disso, nos últimos anos, tem-se observado a realização de inúmeras pesquisas na tentativa de obter um sistema adesivo capaz de suprir tais particularidades e estabelecer uma interação adesiva eficiente (LOPES et al., 2002).

2.1 COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS

De acordo com Stape et al. (2016) a incorporação de 2% de Dimetilsulfóxido (DMSO) na composição de resinas adesivas com características hidrofílicas, pode resultar em melhorias na sua resistência de união à dentina. Tal afirmação foi embasada por meio de um estudo laboratorial realizado por esses autores, no qual foi demonstrado que a incorporação acarretou em um aumento da mobilidade do adesivo, pois alterou a sua viscosidade. Segundo os resultados obtidos no estudo, a prática da incorporação de DMSO (2%) promoveu uma resistência de união estatisticamente superior as apresentadas por todos os demais grupos, incluindo a resistência observada no grupo controle (STAPE et al., 2016).

Yoshihara et al. (2018) compararam através de um estudo laboratorial, a capacidade de estabelecimento de uma interação química dos monômeros funcionais Glicero-fosfato dimetacrilato (GPDM) e 10-metacriloiloxidecil di-hidrogenofosfato (MDP) com as hidroxiapatitas (HAps) presentes na dentina. Como parâmetro de referência utilizou-se os sais de fosfato dicálcico di-hidratado (DCPD) e 10-metacriloiloxidecil di-hidrogenofosfato-Cálcio (MDP-Ca). Dessa forma, os autores constataram que o monômero funcional GPDM não foi capaz de promover uma ligação de sais de cálcio estáveis na dentina. Por outro lado, a ligação proporcionada pelo MDP, apresentou-se como sendo eficiente (YOSHIHARA et al., 2018).

Nesse mesmo estudo Yoshihara et al. (2018) descreveram que a presença do GPDM em adesivos convencionais, pode facilitar a sua infiltração nos túbulos dentinários após o condicionamento ácido. Já em um adesivo autocondicionante, o GPDM pode acarretar na exposição das fibras colágenas na interface adesivo-dentina. No entanto, ao contrário do GPDM, o monômero MDP apresenta características químicas hidrofóbicas, o que possibilita a formação de uma camada sobre a superfície da dentina capaz de favorecer a estabilidade de sua ligação e impedir que haja a exposição de colágeno na sua interface adesivo-dentina (YOSHIHARA et al., 2018).

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Ferreira et al. (2013) avaliaram, por meio de um estudo laboratorial, a ocorência de nanoinfiltrações presentes na interface adesiva da dentina condicionada a partir de 4 sistemas adesivos distintos: Adper Scotchbond-1XT (3M ESPE, Seefeld, Alemanha); One Coat bond (Coltene Whaledent, Altstätten, Suíça); AdhseSE (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e Xeno V (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha). As amostras desse estudo foram confeccionadas a partir de 20 molares humanos extraídos hígidos, e em seguida divididas de maneira igualitária em 4 grupos. Para a avaliação da nanoinfiltração foram utilizadas imagens obtidas por FESEM. Após a análise dessas imagens, observou-se a ocorrência desse fenômeno em todos os sistemas adesivos do estudo. Contudo, os autores relataram que as nanoinfiltrações ocorreram de maneira diversificada, variando conforme as características químicas de cada adesivo, como por exemplo, o tipo de solvente e o monômero funcional que os compunha (Ferreira et al., 2013).

Segundo Spreafico et al. (2006), sistemas adesivos livres de HEMA são mais propensos, durante a etapa de evaporação de seus solventes, a sofrer com o processo de separação de fases. Além disso, foi descrito por esses autores que a evaporação dos solventes por meio da utilização de fortes jatos de ar pode resultar no surgimento de bolhas, as quais podem ficar aprisionadas na camada híbrida e diminuir a resistência de união promovida entre o sistema adesivo e o substrato aderente (SPREAFICO et al., 2006).

2.2 CONTAMINAÇÃO DO CAMPO OPERATÓRIO

Mendonça (2010) analisou em sua dissertação de mestrado as características presentes na interface adesiva condicionada com o sistema Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão). O estudo envolveu a contaminação da interface com sangue em diferentes momentos do procedimento restaurador. Após a análise dos seus resultados, foi constatado pelo autor que a contaminação do campo operatório durante esse procedimento interferiu na formação da camada híbrida acarretando em uma diminuição no comprimento dos tags de resina, o que consequentemente proporcionou uma menor habilidade de infiltração na dentina. Tal característica pode ser observada independente do período em que a contaminação ocorreu (MENDONÇA, 2010).

Chang et al. (2010) investigaram por meio de um estudo in vitro a influência exercida pela contaminação com sangue sobre a resistência de união a microtração de 3 sistemas adesivos autocondicionantes à dentina. Para isso, foram selecionados pelos autores os seguintes sistemas: Clearfil SE Bond (Kuraray, Okayama, Japão); AdheSE (Ivoclar

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Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e Tyrian (Bisco, Schaumburg, EUA). Conclui-se que independente da etapa operatória em que ocorreu a contaminação, houve uma redução estatisticamente significativa nos valores de resistência de união à dentina de todos os sistemas adesivos testados (CHANG et al., 2010).

Ohuti; Vieira e Matos (2010) observaram, através de um estudo in vitro, a influência exercida pela contaminação do campo operatório sobre a resistência de união à dentina. Para a realização desse estudo foram selecionados 60 dentes bovinos extraídos, nos quais foram aplicados o agente contaminante (saliva artificial) e o adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão). Objetivando promover uma delimitação da pesquisa, os autores dividiram suas amostras em 6 grupos distintos. Cada grupo foi responsável por representar o período em que ocorreu a sua contaminação (previamente a utilização do primer, após o uso do primer ou posteriormente a aplicação do adesivo) e o procedimento pós agente contaminante que recebeu (secagem com jato de ar ou lavagem da região com água + secagem com jatos de ar). A análise estatística foi realizada por meio do teste ANOVA. Com base em seus resultados, foi constatado que a presença de saliva durante o procedimento restaurador adesivo resultou em uma diminuição significativa da resistência de união à dentina, principalmente quando a mesma ocorreu após a aplicação do adesivo. Os procedimentos pós agente contaminante aplicados nesse estudo não exerceram efeitos positivos para a adesão (OHUTI; VIEIRA; MATOS, 2010).

2.3 DENTINA AFETADA POR CÁRIE (DAC)

Nakajima et al. (2005) investigaram, por meio de um estudo laboratorial, a resistência a microtração a dentina sadia e a afetada por cárie condicionada pelo sistema adesivo Clearfil Protect Bond (Kuraray). Conclui-se que a dentina afetada por cárie apresentou uma menor resistência de união do que a dentina sadia. Como justificativa para esse achado, os autores relataram que nos espécimes de DAC observou-se uma infiltração inadequada do sistema adesivo ao tecido aderente, além disso, a zona de desmineralização presente nesse tecido apresentou-se como sendo espessa e rica em colágeno, o que, segundo os autores pode ser considerado como um fator prejudicial para a longevidade das ligações adesivas (NAKAJIMA et al., 2005).

Corroborando com essa afirmativa, Neves et al. (2011) observaram através de um estudo laboratorial que a resistência de união apresentada por uma dentina cariada foi de aproximadamente 15% menor do que a encontrada em uma dentina sadia. Foi relatado

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também por esses autores que a metodologia empregada para a remoção do tecido cariado resultou em interfaces adesivas com diferentes características. Para este estudo utilizou-se Carisolv (MediTeam, Göteborg, Suécia) como sendo o método mais efetivo para a remoção do tecido cariado. Já a utilização do laser Er:YAG (Kavo, Biberach, Alemanha) foi descrita como sendo a metodologia que proporcionou resultados inferiores neste estudo. Para uma padronização do sistema adesivo utilizado em suas amostras, os autores fizeram uso do Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão) (NEVES et al., 2011).

Xuan; Hou e Lü (2010) avaliaram através de um estudo in vitro, a resistência de união à dentina afetada por cárie (DAC) conferida por 4 sistemas adesivos distintos: Single Bond 2 (3M ESPE, St. Paul, EUA); SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão); S3 Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e iBond GI (Heraeus Kulzer, Alemanha). A conclusão obtida por esses autores foi que diante de um substrato de DAC o uso de sistemas adesivos convencionais apresentou uma resistência de união superior a proporcionada pela utilização de sistemas autocondicionantes (XUAN; HOU; LÜ, 2010).

Pinna et al. (2015) realizaram uma revisão sistemática para investigar o conhecimento atual sobre os fatores capazes de influenciar o estabelecimento de uma interação adesiva a dentina afetada por cárie. A conclusão dos autores foi que as características morfológicas e químicas encontradas na DAC exercem uma influência negativa sobre a sua interação adesiva com os sistemas autocondicionantes e convencionais. Além disso, observou-se também que a prática do condicionamento ácido prévio pode acarretar em alterações nas configurações das fibras colágenas, resultando em uma desmineralização profunda e irregular (PINNA et al., 2015).

2.4 DENTINA ESCLERÓTICA

Tay e Pashley (2004) relataram, em uma revisão de literatura, que smear layer provenientes de substratos de dentina escleróticas podem apresentar como característica hipermineralização. Segundo os autores, a presença dessa característica pode favorecer o aumento na dificuldade para o estabelecimento de uma interação efetiva entre o sistema adesivo e o substrato aderente, principalmente perante o uso de adesivos autocondicionantes (TAY; PASHLEY, 2004).

Dalkilic e Omurlu (2012) desenvolveram um estudo clínico onde foram analisadas 158 restaurações adesivas, as quais foram confeccionadas a partir de substratos de dentina escleróticas condicionadas com diferentes tipos de sistemas adesivos: Single Bond (3M ESPE,

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St. Paul, EUA); Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e Xeno III (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha) e preparações de superfície (ácido fósforico 35% e/ou uso de ponta diamantada). Para a avaliação clínica dessas restaurações, foram delimitados os seguintes períodos: inicialmente, 3 meses, 1 ano e após 2 anos do procedimento restaurador. A análise estatistica, empregou os seguintes testes: Kruskal Wallis e Mann-Whitney. Os resultados demonstraram que o sistema adesivo Xeno III foi o que apresentou a menor capacidade de adesão à dentina esclerótica. A justificativa dos autores para isso foi em virtude da diversidade presente nas características químicas dos sistemas adesivos (DALKILIC; OMURLU, 2012).

Luque-Martinez et al. (2013) investigaram, por meio de um estudo in vitro, a influência do preparo com pontas diamantadas sobre a resistência de união à dentina esclerótica condicionada a partir de sistemas adesivos autocondicionantes. Para isso, foram utilizados os seguintes sistemas: Clearfil SE Bond (Kuraray, Okayama, Japão) e Adper Scotchbond SE (3M ESPE, St. Paul, EUA). A mensuração da resistência de união se deu através do teste de microtração. Assim, conclui-se que o emprego de pontas diamantadas, com o intuito de promover uma rugosidade superficial na dentina esclerótica, não melhorou a sua resistência de união, pelo contrário, em alguns casos foi observada uma diminuição da mesma. Desse modo, os autores ressaltaram que diante de um substrato de dentina esclerótica o uso de tal metodologia não proporcionou benefícios para os adesivos autocondicionantes (LUQUE-MARTINEZ et al., 2013).

Luque-Martinez et al. (2018) observaram através de um estudo laboratorial, que a prática de realizar um pré-tratamento com solução de ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) 17% por um período de 2 minutos, em um substrato de dentina esclerótica, acarretou em uma melhora significativa em sua resistência de união adesiva. Tal resultado pode ser observado, segundo os autores, tanto imediatamente quanto após um período de 12 meses da finalização desse procedimento. Para esse estudo, foram utilizados os seguintes sistemas adesivos: Adper SE Plus (3M ESPE, St. Paul, EUA) e Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) (LUQUE-MARTINEZ et al., 2018).

Wang et al. (2019) realizaram um estudo comparativo in vitro no qual buscou-se investigar os efeitos de diferentes pré-tratamentos de superfície aplicados em substratos de dentina normal versus dentina esclerótica. Conclui-se que diante do uso de sistemas adesivos autocondicionantes, como o empregado nesse estudo Adper Easy One (3M ESPE, St. Paul, EUA), a realização de um pré-tratamento com ácido fosfórico a 35% por 30s seguido do uso da solução de hipoclorito de sódio a 5% ou 10% por 60s, acarretam em uma melhora

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significativa na resistência de união à dentina esclerótica, pois proporcionam uma mudança superficial capaz de promover a abertura de um número maior de túbulos dentinários, facilitando dessa forma, a ocorrência da infiltração do adesivo no substrato subjacente (WANG et al., 2019).

2.5 ENVELHECIMENTO DENTINÁRIO

Erhardt et al. (2008) avaliaram por meio de um estudo in vitro, a influência do envelhecimento com água sobre a resistência de união a microtração a dentina sadia e a afetada por cárie condicionada por sistemas adesivos autocondicionantes e convencionais. Para isso, foram utilizados os seguintes adesivos: Adper Scotchbond (3M ESPE, St. Paul, EUA); Clearfil Protect Bond (Kuraray, Osaka, Japão) e Adhe SE (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein). O envelhecimento nesse estudo se deu pelos períodos de 24 horas e 6 meses. Com base em seus resultados constatou-se que tanto as características morfológicas do substrato, como o envelhecimento e o tipo de sistema adesivo utilizado influenciaram significativamente a resistência de união à dentina. Os autores descreveram que a qualidade da camada híbrida dos espécimes de dentina afetada por cárie era inferior a encontrada nos espécimes de dentina sadia. Contudo, concluiu-se que nenhum dos sistemas adesivos testados foi capaz de prevenir o início da degradação da ligação resina-dentina envelhecida por um período de 6 meses (ERHARDT et al., 2008).

Feitosa et al. (2012) relataram por meio de um estudo laboratorial, a influência do método de envelhecimento sobre a degradação hidrolítica na interface resina-dentina. Para isso, foram utilizados pelos autores as seguintes metodologias: 1) pressão pulpar simulada, 2) exposição direta a água e 3) exposição indireta a água. No que se referiu ao tempo de envelhecimento, o mesmo foi estipulado para 6 meses e 1 ano. Já em relação aos sistemas adesivos aplicados, foram selecionados o Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) o Clearfil S3 Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e o Single Bond 2 (3M ESPE, St. Paul, EUA). Com base na análise dos autores em relação a degradação hidrolítica, constatou-se que os sistemas adesivos Clearfil S3 Bond e o Single Bond 2 foram os mais afetados em comparação com o Clearfil SE Bond (FEITOSA et al., 2012).

A maior taxa de degradação hidrolítica do estudo foi observada nos espécimes submetidos ao envelhecimento com água de maneira direta, seguindo do envelhecimento com pressão pulpar simulada. Já os resultados inferiores foram observados por meio do envelhecimento com água de maneira indireta. Assim, os autores sugeriram que a degradação

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hidrolítica, relatada através de pesquisas in vitro, está relacionada com a metodologia de envelhecimento empregada (FEITOSA et al., 2012).

Marchesi et al. (2013) demonstraram através de um estudo in vitro a nanoinfiltração observada em espécimes de dentina nos quais os sistemas adesivos autocondicionantes simplificados foram aplicados. Para isso, os autores selecionaram 3 momentos distintos de avaliação: após 24 horas, 6 meses e 1 ano de envelhecimento. Para a padronização, os espécimes foram armazenados em solução de saliva artificial a 37°C, conforme o período pré-determinado de cada grupo. Os adesivos utilizados no estudo foram: Adper Easy Bond (3M ESPE, Seefeld, Alemanha); Bond Force (Tokuyama; Tóquio, Japão); Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão) e Optibond XTR (Keer, Orange, EUA). Conclui-se que após o envelhecimento pelos períodos de 6 meses e 1 ano, houve um aumento significativo na ocorrência de nanoinfiltrações em todos os sistemas adesivos analisados. No entanto, para o Bond Force, o percentual de nanoinfiltração encontrado foi estatisticamente superior ao observado nos demais sistemas (MARCHESI et al., 2013).

2.6 EXPERIÊNCIA DO OPERADOR

Unlu et al. (2012), relataram através de um estudo in vitro, a influência da experiência do operador na resistência de união à dentina condicionada por sistemas adesivos simplificados. Para isso, os autores utilizaram dentes humanos extraídos hígidos e empregaram os seguintes adesivos: Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão) e Single Bond (3M ESPE, Seefeld, Alemanha). A avaliação da experiência do operador se deu através de 4 grupos distintos: 1) especialista na área de adesão 2) pós-graduando com experiência em adesão 3) aluno de graduação e 4) clínico geral. A resistência de união foi mensurada por meio de teste de cisalhamento (SBS). Desse modo, conclui-se que o conhecimento e a experiência do operador sobre os métodos de aplicação e as características específicas dos sistemas adesivos utilizados influenciou significativamente na resistência de união à dentina. Os resultados superiores de SBS foram observados nas amostras preparadas pelos grupos 1 e 2, independente do sistema adesivo utilizado. Já os resultados inferiores de SBS foram encontrados no grupo 3 (para o sistema convencional) e no 4 (para o sistema autocondicionante) (UNLU et al., 2012).

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Koga et al. (2011) avaliaram através de um estudo laboratorial, o efeito da inibição da camada de oxigênio em sistemas adesivos autocondicionantes aplicados em dentina. Para isso, foram utilizados nesse estudo os seguintes adesivos: Bond Force (Tokuyama, Tóquio, Japão); Clearfil Tri S Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e G-Bond Plus (GC, Tóquio, Japão). A confecção de suas amostras deu-se a partir de dentes bovinos extraídos. Conclui-se que a inibição da camada de oxigênio apresenta um papel importante na resistência de união adesiva à dentina. A presença de uma barreira inibidora propiciou uma maior resistência a esse substrato perante o seu condicionamento com sistemas adesivos autocondicionantes (KOGA et al., 2011).

Tsujimoto et al. (2016) observaram por meio de um estudo in vitro, o efeito que a presença de uma camada inibidora de oxigênio pode exercer sobre a resistência de união à dentina. As amostras desse estudo foram confeccionadas a partir de dentes bovinos extraídos e a adesão à dentina foi promovida através da utilização dos seguintes sistemas adesivos: Scothbond Multipuorpose (3M ESPE, St. Paul, EUA); Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e o Scotch-Bond Universal (3M ESPE). Cada um desses adesivos representou um grupo de pesquisa distinto (n=15). O teste de escolha para a avaliação da resistência de união foi o cisalhamento. Já no que se referiu a análise estatística foram utilizados o Software Sigma Stat, o teste ANOVA e o de Tukey. Com base em seus resultados, os autores constataram que a presença de uma camada inibidora de oxigênio influenciou significativamente na resistência de união à dentina condicionada pelo sistema adesivo Scotch-Bond Universal. Dessa forma, concluiu-se que perante a utilização de sistemas adesivos simplificados, como o Scotch-Bond Universal, a presença dessa camada beneficia a adesão (TSUJIMOTO et al., 2016).

2.8 IRRADIAÇÃO COM LASER

Marimoto et al. (2013) analisaram através de um estudo in vitro, o efeito da aplicação do laser ND:YAG (American Dental Technologies Inc, Corpus Christi, EUA) sobre a resistência de união ao cisalhamento de diferentes substratos dentais. Os autores selecionaram 120 incisivos bovinos extraídos, os quais foram divididos de maneira aleatória em 4 grupos distintos: G1) sistema adesivo Xeno III (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha) sem aplicação do laser ND:YAG; G2) sistema adesivo Xeno III + aplicação do laser ND:YAG; G3) sistema adesivo Single Bond 2 (3M ESPE, St. Paul, EUA) sem a aplicação do laser ND:YAG e G4) sistema adesivo Single Bond 2 (3M ESPE) + aplicação do laser ND:YAG. Assim, baseado nos resultados obtidos nesse estudo, os autores concluíram que a utilização

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dos sistemas adesivos conjuntamente com a aplicação do laser ND:YAG proporcionou ao substrato da dentina uma melhora estatisticamente significante em sua resistência de união ao cisalhamento. No entanto, quando essa mesma metodologia foi aplicada sobre o substrato de esmalte não foi possível observar diferença significativa (MARIMOTO et al., 2013).

Ramos et al. (2015) buscaram avaliar, por meio de um estudo in vitro, como as modificações realizadas nas superfícies de dentinas erodidas poderiam influenciar a resistência de união a esse substrato perante a utilização de sistemas adesivos autocondicionantes e convencionais. Os autores utilizaram as seguintes técnicas preparatórias: 1) ponta diamantada (KG Sorensen, Barueri, Brasil), 2) irradiação a laser com Er:YAG (Kavo, Alemanha) e 3) irradiação a laser com Er, Cr:YSGG (Biolase Technology Inc, San Clemente, EUA). Para promover a adesão nos espécimes desse estudo foram utilizados os sistemas adesivos Single Bond (3M ESPE, St. Paul, EUA- convencional) e Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão- autocondicionante). Concluiu-se que o uso do laser Er, Cr:YSGG associado ao adesivo autocondicionante proporcionou uma melhora significativa na resistência de união da dentina erodida. Já para o adesivo convencional, foi observado que a técnica com irradiação Er:YAG demostrou ser mais efetiva que o método tradicional com ponta diamantada (RAMOS et al., 2015).

Trevelin (2018) avaliou, em sua tese de doutorado, o efeito da irradiação com laser Er:YAG (Fidelis, Eslovênia) sobre as características morfológicas e estruturais da dentina condicionada por um sistema adesivo autocondicionante simplificado (Scotchbond Universal (3M ESPE, Samaré, Brasil). Para isso, foram utilizados no estudo 112 dentes humanos extraídos livres de cárie. A irradiação com laser Er:YAG foi realizada de duas maneiras distintas (G1: preparo cavitário ou G2: pré-tratamento de superfície). Para observar as alterações promovidas no substrato dentinário empregou-se a MET. Os testes de resistência de união selecionados para esse estudo foram microcisalhamento (G2) e microtração (G1). A análise estatística se deu através do teste ANOVA e teste de Tukey. Os resultados da pesquisa demonstraram que conforme aumentava-se a largura de pulso de irradiação, as alterações na morfologia e na estrutura do substrato de dentina aumentavam proporcionalmente. A utilização do laser Er:YAG para o preparo cavitário demostrou ser potencialmente mais agressivo do que o seu uso como pré-tratamento de superfície, em virtude de o mesmo ter levado a carbonização e o derretimento das fibras colágenas. Assim, concluiu-se que a irradiação não promoveu uma melhora da adesão à dentina, pelo contrário, o emprego dessa metodologia resultou em alterações na matriz de colágeno que dificultaram a formação de uma camada híbrida adequada (TREVELIN, 2018).

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2.9 METALOPROTEINASES (MMPS)

Mazzoni et al. (2013) investigaram, através de um estudo in vitro, a influência da utilização de sistemas adesivos contemporâneos sobre a ativação das MMPs 2 e 9 presentes na dentina. Foram selecionados e preparados 52 dentes humanos extraídos de modo que todos os tecidos dentais, com exceção da dentina, fossem removidos de suas amostras. Após essa preparação, as amostras de dentina foram moídas e submetidas ao condicionamento com diferentes sistemas adesivos (1) Adper Scotchbond 1XT (3M ESPE, St. Paul, EUA); (2) PQ1 (Ultradent, Salt Lake City, EUA); (3) Peak LC (Ultradent); (4) Optibond Solo Plus (Keer, Orange, EUA); (5) Prime & Bond NT (Dentsply Sirona,Konstanz, Alemanha) (6) Adper Easy

Bond (3M ESPE), (7) Tri-S (Kuraray,Tóquio, Japão) (8) Xeno V (Dentsply Sirona, Konstanz,

Alemanha). Foi aplicado sobre suas amostras ácido fosfórico 1% por 10 min previamente a utilização dos adesivos convencionais. Já no que se referiu ao tempo de aplicação de cada sistema adesivo, o mesmo foi estabelecido em um período de 30 min. A atividade das MMPs foi avaliada através do teste Biotrack. Para a análise estatística utilizou-se ANOVA e Teste de Tukey. Com base em seus resultados observou-se que tanto os adesivos convencionais como os autocondicionantes são capazes de ativar as MMPs 2 e 9. De acordo com os autores, a ativação dessas enzimas pode acarretar em um aumento da degradação dos procedimentos restauradores adesivos em dentina, diminuindo assim a sua longevidade e resistência de união adesiva (MAZZONI et al., 2013).

Montagner et al. (2014) realizaram uma revisão sistemática com meta-análise, na qual buscou-se analisar os resultados de trabalhos envolvendo a utilização in vitro de inibidores de MMPs. Os estudos selecionados tinham como objetivo avaliar a resistência de união apresentada entre a dentina e o material restaurador imediatamente e após o seu envelhecimento. Concluiu-se que o uso de inibidores de MMPs pode interferir em diversos modos na resistência de união. Também foi relatado que a utilização da clorexidina, como um inibidor de MMPs, demonstrou-se capaz de melhorar a estabilidade da resistência de união entre a dentina e o material restaurador. Conforme descrito pelos autores, tal característica foi mais evidente diante da utilização de sistemas adesivos convencionais do que de autocondicionantes (MONTAGNER et al., 2014).

Zheng et al. (2015) avaliaram por meio de um estudo laboratorial, a influência exercida por inibidores de MMPs sobre a µTBS à dentina diante do uso de sistemas adesivos autocondicionantes e convencionais. Para isso, foram utilizados os seguintes inibidores: 1) Clorexidina 2%, 2) Extrato de chá verde 0,05%, 3) FeSO4 1mM (milimolar) e 4) Galardin

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0,2mM. Já em relação aos sistemas adesivos utilizados nesse estudo, os mesmos limitaram-se ao uso do Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e do Optibond FL (Keer, Scafati, Itália). Os autores observaram que o uso de inibidores de MMPs, não influenciou a µTBS à dentina para o sistema adesivo Clearfil SE Bond (autocondicionante). No entanto, para o Optibond FL (convencional), o uso de tais inibidores, com exceção do FeSO4, acarretou em uma melhora significativa em sua µTBS à dentina após um período de 9 meses de envelhecimento (ZHENG et al., 2015).

2.10 MÉTODOS DE APLICAÇÃO

Pleffken et al. (2011) realizaram um estudo laboratorial com o intuito de investigar a relação entre o modo de aplicação dos sistemas adesivos autocondicionantes à dentina e a resistência de união proporcionada por eles. Foram utilizados 255 incisivos bovinos para a obtenção de seus espécimes, divididos aleatoriamente em 4 grupos experimentais (n=60) e um grupo controle (n=15). Cada grupo representava um sistema adesivo autocondicionante distinto: One Up F Bond Plus (Tokuyama, Tóquio, Japão); Clearfil SE Bond (Kuraray, Tóquio, Japão); Xeno III (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha); Futurabond NR (VOCO, Cuxhaven, Alemanha) e Adper Single Bond Plus (3M ESPE, St. Paul, EUA- adesivo convencional utilizado para o controle). Diferentes protocolos de aplicação dos sistemas adesivos foram avaliados neste estudo, são eles: 1) uma camada adesiva aplicada passivamente, 2) duas camadas adesivas aplicadas passivamente, 3) uma camada adesiva aplicada ativamente e 4) duas camadas adesivas aplicadas ativamente. Observou-se que a aplicação ativa do adesivo proporcionou aos sistemas autocondicionantes um aumento da resistência ao cisalhamento, obtendo valores de resistência de união à dentina nos grupos Xeno III e Clearfil SE Bond similares ao grupo controle (Adper Single Bond Plus) (PLEFFKEN et al., 2011).

Taschner et al. (2014) avaliaram através de um estudo laboratorial a influência que a aplicação de duas camadas adesivas poderia exercer sobre a resistência de união à dentina em diferentes períodos de envelhecimento. Para isso foram selecionados os seguintes adesivos: Scotchbond Universal (3M ESPE, Seefeld, Alemanha); iBond SE (Heraeus Kulzer, Hanau, Alemanha); Clearfil S3 Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e o Xeno V (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha). As amostras de cada sistema (n=14) foram divididas em dois grupos distintos, divergindo apenas no número de camadas adesivas aplicadas. Assim, obteve os seguintes subgrupos: G1- aplicação de uma camada adesiva (n=7) e G2- aplicação de duas

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camadas adesivas (n=7). A resistência de união foi mensurada por meio do teste de microtração e o envelhecimento foi promovido por meio da utilização das seguintes soluções: 24h (saliva artificial), 6 meses (saliva artificial) e 5h (NaClO 10%). Observou-se que no período de 24h e de 6 meses a aplicação de 2 camadas dos sistemas adesivos iBond, Clearfil S3 e Xeno V favoreceu a sua resistência de união à dentina. Por outro lado, no envelhecimento de 5h em NaClO, todos os adesivos apresentaram redução em sua resistência adesiva. Dessa forma, os autores concluíram que a aplicação de 2 camadas dos sistemas adesivos autocondicionantes de 1 etapa pode beneficiar a adesão (TASCHNER et al., 2014).

Chasqueira, Arantes- Oliveira e Portugal (2013) investigaram por meio de um estudo laboratorial, a influência da aplicação de camadas adesivas adicionais sobre a resistência de união à dentina por meio do teste de cisalhamento. Para isso, foram utilizados os seguintes sistemas adesivos: Easy Bond (3M ESPE) e Scotchbond 1XT (3M ESPE, St. Paul, EUA). Os autores concluíram que a aplicação de 2 camadas adesivas pode contribuir de forma positiva para a resistência de união à dentina (CHASQUEIRA; ARANTES-OLIVEIRA e PORTUGAL, 2013).

Hass et al. (2012) fizeram um estudo laboratorial para avaliar a influência do tempo de polimerização dos sistemas adesivos autocondicionantes na resistência de união resina-dentina. Foram utilizados nesse estudo 3 tempos de polimerização distintos, sendo eles: 10, 20 e 40s. Os sistemas adesivos selecionados foram: Adper Easy One (3M ESPE, St. Paul, EUA) Clearfil S3 Bond (Kuraray, Tóquio, Japão) e GO (SDI Limited, Victoria, Austrália). Concluiu-se que os maiores tempos de polimerização proporcionaram aos sistemas adesivos um aumento no grau de conversão de seus monômeros in situ, podendo essa característica ser correlacionada, segundo os autores, com a diminuição das taxas de nanoinfiltração observadas no estudo. Contudo, foi relatado que o tempo prologando de polimerização não foi capaz de prevenir a ocorrência da degradação dos sistemas adesivos, assim como não evidenciou uma melhora significativa na resistência de união (HASS et al., 2012).

Masarwa et al. (2016) realizaram uma revisão sistemática composta por 9 estudos laboratoriais, os quais buscavam analisar a resistência de união à dentina proporcionada por sistemas adesivos autocondicionantes e convencionais. A conclusão obtida por esses autores foi que não havia uma diferença significativa na resistência de união à dentina conferida pelos diferentes tipos de sistemas adesivos. Contudo, os mesmos ressaltaram que a diminuição no número de passos operatórios, principalmente quando utilizados sistemas adesivos autocondicionantes, acarretaram em resultados inferiores na adesão a esse substrato (MASARWA et al., 2016).

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2.11 ORIENTAÇÃO DOS TÚBULOS DENTINÁRIOS

Schiltz-Taing et al. (2011) realizaram um estudo laboratorial no qual buscou-se investigar o efeito da aplicação de um sistema adesivo autocondicionante experimental associado a diferentes orientações de túbulos dentinários. Foi constatado que diante da utilização desse adesivo experimental com pH de 1,8, houve uma redução estatisticamente significante nos valores de resistência de união à dentina. Contudo, de acordo com esses autores, tal resultado foi dependente da orientação dos túbulos dentinários. Dessa forma, os espécimes que possuíam uma orientação tubular perpendicular apresentaram uma redução em sua resistência de união. Já aqueles que demonstravam uma orientação paralela a influência não foi considerada significativa. Assim, concluiu-se que a direção em que se dá a orientação dos túbulos dentinários pode exercer um efeito negativo sobre a resistência de união adesiva à dentina (SCHILTZ-TAING et al., 2011).

Guo et al. (2018) analisaram, através de um estudo in vitro, a influência da orientação dos túbulos dentinários e da realização de pré-tratamentos de superfícies sobre a resistência de união à dentina. Para isso, os autores selecionaram 48 molares humanos extraídos hígidos, os quais foram divididos em dois grupos distintos (A e B). Cada grupo representava um tipo de orientação tubular, sendo o grupo A (perpendicular) e o grupo B (paralela). Após a divisão inicial, os grupos A e B foram subdivididos em 6 novos grupos (n=8), sendo esses representantes do pré-tratamento de superfície a qual os espécimes foram submetidos. Assim, obteve-se os seguintes grupos: A1 e B1 (pré-tratamento com ácido fosfórico 20%), A2 e B2 (pré-tratamento com ácido fosfórico 35%), A3 e B3 (aplicação de sistema adesivo autocondicionante). Objetivando a padronização da adesão, o estudo empregou os seguintes sistemas adesivos: Single Bond 2 (3M ESPE, EUA) e Adper Easy One (3M ESPE, EUA). Para a avaliação da resistência de união foi feito uso do teste de cisalhamento. Já para análise estatística utilizou-se o software SPSS 19.0, Teste t, ANOVA e o teste de diferença mínima significativa. Observou-se no grupo A uma diferença estatisticamente significativa entre todos os seus subgrupos. Por outro lado, no grupo B, essa diferença só foi significativa quando comparado os subgrupos B1 e B2 com o subgrupo B3. Desse modo, ao correlacionar os pré-tratamentos de superfícies com o tipo de orientação tubular, os autores constataram que os túbulos dentinários com orientações paralelas apresentaram um desempenho adesivo superior aos que detinham orientações perpendiculares (GUO et al., 2018).

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2.12 PROFUNDIDADE DENTINÁRIA

Yousry et al. (2011) realizaram um estudo laboratorial, no qual foi comparado a resistência de união ao microcisalhamento de 4 sistemas adesivos contemporâneos simplificados aplicados em diferentes profundidades de dentina. Para isso, foram utilizados os seguintes sistemas adesivos: 1) Scotchbond Multi-Purpose (3M ESPE- convencional), 2) Adper Scotchbond SE (3M ESPE- autocondicionante), 3) XP Bond (Dentsply Sirona- convencional) e 4) Xeno IV (Dentsply Sirona- autocondicionante). Por meio das análises realizadas nesse estudo, constatou-se que houve uma diferença estatisticamente significante entre os sistemas adesivos e a profundidade da dentina. Dessa forma, foi relatado que o desempenho do sistema adesivo convencional XP Bond demonstrou superioridade quando o mesmo foi aplicado sobre um substrato de dentina profunda. Já em relação a resistência de união à dentina superficial, os resultados superiores foram apresentados pelo autocondicionante Xeno IV. Apesar de não haver diferenças significativas entre a força de união do Xeno IV e a dentina superficial ou profunda, sua resistência diminuiu conforme aumentou-se a profundidade. Assim, os autores concluíram que a adesão a dentina nesse estudo foi dependente tanto das características do substrato aderente como da composição e propriedades específicas dos sistemas adesivos utilizados (YOUSRY et al., 2011).

2.13 RUGOSIDADE SUPERFICIAL

Ermis et al. (2008) avaliaram, através de um estudo laboratorial, o efeito que diferentes preparações de superfície poderiam exercer sobre a resistência de união à dentina condicionada por sistemas adesivos autocondicionantes. A confecção de suas amostras se deu a partir de 36 molares humanos extraídos hígidos, os quais foram submetidos ao preparo de superfície com pontas diamantadas nas seguintes granulações: G1) média, G2) fina e G3) extrafina. Cada granulação representou um grupo de avaliação distinto. Os sistemas adesivos utilizados no estudo foram: Adper Prompt-L-Pop (3M ESPE, St. Paul, EUA); Clearfil SE Bond (Kuraray, Osaka, Japão); Clearfil S3 Bond (Kuraray, Osaka, Japão) e Optibond FL (Kerr, Orange, EUA- controle). Para avaliar a resistência de união utilizou-se o teste de microtração. Já para a análise estatística foi feito uso dos testes ANOVA, post hoc e Tukey. Constatou-se que o protocolo utilizado para a preparação de superfície afetou negativamente a resistência de união à dentina. Os autores relataram que a utilização de pontas diamantadas

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com granulações médias podem dificultar a interação adesiva de sistemas autocondicionantes ultra-suaves (ERMIS et al., 2008).

Toledano et al. (2011) analisaram, por meio de um estudo in vitro, a rugosidade superficial dentinária de 30 espécimes submetidos a diferentes preparações de superfície. Para isso, fora utilizada as seguintes preparações: G1) ácido fosfórico 37%, G2) primer do Clearfil SE Bond (Kuraray, Kurashiki, Japão) e G3) adesivo Prompt-L-Pop (3M ESPE, Seefeld, Alemanha). Cada uma dessas substâncias representou um grupo composto por 10 espécimes. No que se referiu as características de rugosidade superficial, o adesivo Prompt-L-Pop apresentou os resultados superiores do estudo, sobrepujando dessa forma a rugosidade proporcionada pelo condicionamento com ácido fosfórico e pelo Clearfil SE Bond (TOLEDANO et al., 2011)

A rugosidade promovida pelo Prompt-L-Pop foi correlacionada com a diminuição do ângulo de contato observada nas amostras que foram submetidas a esse sistema. De acordo com os autores do estudo, tais características (tanto a rugosidade como o ângulo de contato) podem serem consideradas como responsáveis por proporcionar uma adequada interação adesiva entre o Prompt-L-Pop e a dentina (TOLEDANO et al., 2011).

2.14 SMEAR LAYER

Senawongse et al. (2010) relacionaram as características presentes na smear layer com o tipo de preparo cavitário a qual foi submetido o substrato dental. Tal afirmativa foi embasada pelos autores através da realização de um estudo in vitro, no qual optou-se por dois preparos cavitários distintos. Dessa forma, o grupo 1 restringiu-se ao uso de pontas diamantadas (Diamond Point FG, Quioto, Japão) e o grupo 2 utilizou-se de brocas de tungstênio (Beavers Jet, Quioto, Japão). A partir da análise dos resultados desse estudo, notou-se que os espécimes pertencentes ao grupo 1 apresentavam uma camada de smear layer mais espessa do que a encontrada nos espécimes pertencentes ao grupo 2. De acordo com os autores, essas características observadas na smear layer poderiam justificar os valores de resistência de união à dentina serem inferiores no grupo 1 em comparação aos obtidos pelo grupo 2 (SENAWONGSE et al., 2010).

Belli et al. (2011) analisaram, por meio de um estudo in vitro, a influência da espessura da smear layer na resistência de união à dentina conferida por sistemas adesivos autocondicionantes. As amostras desse estudo foram confeccionadas a partir de dentes humanos extraídos hígidos. Para a obtenção da adesão empregou-se os seguintes adesivos:

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37 Adper Easy Bond (3M ESPE, St Paul, EUA); Clearfil S3 (Kuraray, Tóquio, Japão); Clearfil SE (Kuraray, Osaka, Japão- controle) e Scotchbond Multi-puorpose (3M ESPE- controle). As amostras foram divididas de maneira aleatória em dois grupos distintos (n=32). Cada grupo representou uma metodologia de preparo de superfície, sendo G1) papéis de SiC #60 e G2) papéis de SiC #600. Em seguida, após a divisão inicial, cada sistema adesivo (n=8) foi dividido em 3 novos subgrupos, de acordo com o número de camadas adesivas aplicadas (1, 2 ou 3 camadas). A resistência de união no estudo foi conferida através do teste de microtração. Para análise estatística utilizou-se os testes ANOVA, post hoc e Tukey. Com base em seus resultados, observou-se que a presença de uma smear layer espessa influenciou a resistência de união à dentina para adesivos aplicados em uma etapa. Assim, concluiu-se que diante do uso de adesivos autocondicionantes simplificados, smear layer que apresentam tais características podem ser prejudiciais para a adesão (BELLI et al., 2011).

Shinoda et al. (2011) relataram por meio de um estudo in vitro a influência da smear layer, presente na dentina, sobre a utilização de sistemas adesivos autocondicionantes livres de HEMA (2-hidroxietil metacrilato). Para a criação da smear layer nesse estudo, foram utilizados papéis de SiC em diferentes granulações (#180 ou #600). Os adesivos selecionados foram o Xeno V (Dentsply Sirona, Konstanz, Alemanha) e o G Bond Plus (GC, Tóquio, Japão). A smear layer produzida através de papéis de SiC #180 foi caracterizada como sendo espessa e porosa. Tais características permitiram que os autores a correlacionasse com o aumento da possibilidade de absorção de água para dentro da camada híbrida, o que de acordo com eles, pode ser considerado como um ponto inicial para o processo de degradação hidrolítica do sistema adesivo (SHINODA et al., 2011).

Suyama et al. (2013) investigaram através de um estudo laboratorial, o efeito da camada de smear layer sobre a resistência de união à microtração de sistemas adesivos contemporâneos simplificados. Os espécimes desse estudo foram confeccionados a partir de dentes humanos extraídos hígidos, e os sistemas adesivos utilizados foram: 1) Adper Prompt-L-Pop (3M ESPE, Seefeeld, Alemanha); 2) Clearfil S3 Bond (Kuraray, Tóquio, Japão); 3) Adper Easy Bond (3M ESPE); 4) Clearfil SE Bond (Kuraray) e 5) Optibond FL (Keer, Orange, EUA). Concluiu-se que perante a utilização de sistemas adesivos autocondicionantes, caracterizados como suaves e ultra-suaves, a presença de smear layer reduziu significativamente a resistência de união à dentina (SUYAMA et al., 2013).

(39)

38

3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

Este estudo tem por objetivo compreender os principais fatores relacionados ao insucesso da adesão à dentina diante do uso de sistemas adesivos autocondicionantes.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar o efeito da contaminação do campo operatório sobre a resistência de união à dentina.

• Investigar a influência do protocolo utilizado para a aplicação dos sistemas adesivos autocondicionantes na resistência de união à dentina.

• Verificar a influência das características do substrato dentinário sobre a sua resistência de união à dentina.

• Analisar a longevidade dos procedimentos restauradores adesivos à dentina perante a ativação das metaloproteinases.

(40)

39

4 METODOLOGIA

Para a realização da revisão de literatura desse estudo foram utilizados teses e artigos científicos pesquisados a partir das seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, Portal Periódicos CAPES, National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Scopus e Web of Science.

As estratégias de buscas utilizadas em cada uma das bases mencionadas acima estão descritas a seguir no Quadro 1.

Quadro 1: Estratégias de busca. Bases de

dados

Estratégia de busca

BVS

SciELO

((Dentina OR Dentin) AND ("Adesivos dentários" OR "Adesivos Dentinários" OR "Camada Híbrida" OR "Hibridização Dentinária" OR

"Impermeabilização Dentinária" OR "Recubrimentos Dentinários" OR "Dentin-Bonding Agents" OR "Dentin Bonding Agents") AND ("Adesivo autocondicionante" OR "Adesivos autocondicionantes" OR "Adesivo

convencional" OR "Adesivos convencionais" OR "adhesivos autograbadores" OR "adhesivo autograbador" OR "adhesivo convencional" OR "self-etch adhesive" OR "self-etching adhesive" OR "conventional adhesive" OR "etch-and-rinse"))

Web of Science Scopus

((Dentin) AND ("Dentin-Bonding Agents" OR "Dentin Bonding Agents") AND ("self-etch adhesive" OR "self-etching adhesive" OR "conventional adhesive" OR "etch-and-rinse"))

PUBMED ((Dentin OR "Dentin"[Mesh]) AND ("Dentin-Bonding Agents"[Mesh] OR "Dentin-Bonding Agents" OR "Dentin Bonding Agents") AND ("self-etch adhesive" OR "self-etching adhesive" OR "conventional adhesive" OR "etch-and-rinse"))

Embase ('dentin'/exp OR dentin:ti,ab,kw) AND ('dentin bonding agent'/exp OR 'dentin-bonding agents':ti,ab,kw OR 'dentin 'dentin-bonding agents':ti,ab,kw) AND ('self-etch adhesive':ti,ab,kw OR 'self-etching adhesive':ti,ab,kw OR 'conventional adhesive':ti,ab,kw OR 'etch-and-rinse':ti,ab,kw)

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Os artigos e teses selecionados para compor essa revisão, restringiram-se aos seguintes idiomas: português, inglês e espanhol. Já em relação ao período de tempo analisado, o mesmo foi delimitado do ano 2010 ao de 2020.

(41)

40

Como critério de inclusão foi estabelecido a abordagem dos seguintes temas: “adesão à dentina”, “sistemas adesivos dentais” e “fatores que interferem na adesão à dentina”. Além desses critérios, com base na leitura dos artigos que compuseram a revisão, considerou-se relevante o acréscimo de 6 novos artigos.

Os documentos que não abordavam tais temas ou não apresentavam uma relevância significativa para esse estudo foram desconsiderados dessa revisão.

Referências

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