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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL MÁRCIO BALDUINO SARAIVA

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS E

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

MÁRCIO BALDUINO SARAIVA

ÍNDICE DE DESEMPENHO COMPETITIVO DA SUINOCULTURA

DAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE MATO GROSSO:

ANÁLISE E FATORES DETERMINANTES

CUIABÁ – MT

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ÍNDICE DE DESEMPENHO COMPETITIVO DA SUINOCULTURA

DAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE MATO GROSSO:

ANÁLISE E FATORES DETERMINANTES

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios e Desenvolvimento Regional, para obtenção do título de Mestre em Agronegócios e Desenvolvimento Regional.

Orientador: Prof. Dr. Benedito Dias Pereira.

CUIABÁ – MT

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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV

T

Saraiva, Márcio Balduino, 1985-

S243i Índice de desempenho competitivo da suinocultura das 2012 principais regiões produtoras de Mato Grosso : análise e

fatores determinantes / Márcio Balduino Saraiva. – Cuiabá,

MT, 2011.

x, 77f. : il. (algumas col.) ; 29cm.

Inclui anexo.

Orientador: Benedito Dias Pereira.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso.

Referências bibliográficas: f. 71-76

1. Suíno - Criação - Mato Grosso. 2. Suíno - Criação - Aspectos econômicos. 3. Concorrência. 4. Suíno - Registros de desempenho. 5. Suíno - Mato Grosso. I. Universidade Federal de Mato Grosso. II. Título.

(4)

ÍNDICE DE DESEMPENHO COMPETITIVO DA SUINOCULTURA

DAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE MATO GROSSO:

ANÁLISE E FATORES DETERMINANTES

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre em Agronegócios e Desenvolvimento Regional, na área de concentração em Desenvolvimento Regional e Agronegócios.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por mais essa vitória alcançada em minha vida. Aos meus pais, Jorge e Lenir e ao meu irmão Harley, por sempre estarem presentes, me apoiando na realização dos meus estudos.

Ao Prof. Benedito Dias Pereira, pela grande amizade, ajuda e disposição na orientação e realização do trabalho.

Aos conselheiros Profs. Arturo e Carlos Magno pelas importantes contribuições em todas as etapas do trabalho.

A todos os colegas e amigos que tornaram meus dias em Cuiabá mais felizes.

Aos professores da UFMT que muito contribuíram para o meu crescimento profissional, científico e humano.

A Faculdade de Economia, pela oportunidade de realização do curso e formação acadêmica.

A CAPES pela bolsa de estudos e auxílio financeiro para realização do trabalho.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

(6)

RESUMO

SARAIVA, Márcio Balduino, M.Sc., Universidade Federal de Mato Grosso, fevereiro de 2012. Índice de Desempenho Competitivo da suinocultura das principais regiões produtoras de Mato Grosso: análise e fatores determinantes. Orientador: Benedito Dias Pereira.

A suinocultura industrial vem se estabelecendo em Mato Grosso desde o início da década de 90, quando se instalaram as primeiras granjas tecnificadas, tendo-se consolidado em 1996 com a criação do programa setorial Granja de Qualidade do governo estadual. Ademais, o estado possui outras condições competitivas para a suinocultura como sua grande produção agrícola, pertencer à área livre de febre aftosa, entre outras. Essas vantagens têm atraído investimentos e deslocado a produção de suínos de tradicionais estados produtores da região Sul do país para Mato Grosso. Neste contexto, torna-se interessante analisar os fatores determinantes da competitividade da produção suinícola mato-grossense. Com isso, o objetivo deste trabalho é analisar a competitividade da suinocultura de Mato Grosso, assim como seus fatores determinantes. Especificamente, estimou-se um índice do desempenho competitivo (IDC) das empresas do segmento de produção e identificou-se o grau de influência de tradicionais variáveis determinantes da competitividade sobre o IDC. Este trabalho tem como embasamento teórico o desenvolvimento da teoria da concorrência e competitividade, destacando-se o conceito de competitividade na vertente da eficiência. Os referenciais analíticos utilizados foram a análise fatorial e a análise de regressão. A análise fatorial foi utilizada para identificar os principais fatores determinantes da competitividade e, a partir deles, criar o IDC da suinocultura mato-grossense. Em adição, empregou-se a análise de regressão com a finalidade de mensurar o grau de influência de outras variáveis não consideradas na análise fatorial, sobre o IDC. Com base nos resultados, identificou-se que os principais fatores determinantes da competitividade da suinocultura estão ligados à intensidade de utilização de mão de obra, ao sistema de produção e ao preço pago pelo milho. Ao verificar o grau de influência de outras variáveis sobre o IDC, identifica-se que a variável nível de escolaridade tem influência positiva sobre o IDC e, de modo contrário, a suinocultura como atividade principal desenvolvida pelo proprietário influencia de forma negativa o IDC.

(7)

ABSTRACT

SARAIVA, Márcio Balduino, M.Sc., Universidade Federal de Mato Grosso, february, 2012. Competitive Performance Index of swine industry from main producing regions of Mato Grosso: analysis and determinants factors. Advisor: Benedito Dias Pereira.

The swine industry has been established in Mato Grosso since the early 90s, when the first technified farms have settled, and have been consolidated in 1996 with the creation of sectoral program - Quality Grange - from the State Government. Moreover, the State has other competitive conditions for the swine industry as its large agricultural production and also for belonging to the area free of Foot-and-Mouth disease (FMD), among others. These advantages have attracted investment and displaced the swine production from traditional producing states from the South region of the country to Mato Grosso. In this context, it is interesting to analyze determinant factors of swine production competitiveness in Mato Grosso. Thus, this study aims to analyze the swine industry competitiveness from Mato Grosso and its determinants. Specifically, a competitive performance index (CPI) of producers companies was estimated and the influence degree of traditional variables determining the competitiveness of the CPI was identified. This work is based on theoretical development of competition and competitiveness theory, highlighting the competitiveness concept on efficiency aspect. The analytical frameworks used in this work were factoral analysis and regression analysis. Factoral analysis was used to identify the main determinant factors of competitiveness, and from them to create the CPI of swine industry in Mato Grosso. In addition, the regression analysis was used in order to measure the influence degree of other variables not considered in the factoral analysis on the CPI. Based on results, the main factors determining the competitiveness of swine industry are linked to intensity of manpower utilization, production system, and corn price. When checking the influence degree of other variables on CPI, it was found that the education level variable has a positive influence on CPI, and conversely the swine industry as main activity developed by the farm owner has a negative influence on CPI.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO ... iii

ABSTRACT ... iv

LISTA DE FIGURAS ... vii

LISTA DE TABELAS ... viii

LISTA DE SIGLAS ... ix

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 O problema e sua importância ... 2

1.2 Objetivos ... 3

1.3 Hipóteses ... 4

1.4 Justificativa ... 5

1.5 Estrutura do trabalho ... 5

2. CARACTERIZAÇÃO DA SUINOCULTURA ... 6

2.1 A produção de carne suína no mundo ... 6

2.2 A produção de carne suína no Brasil ... 8

2.3 A cadeia produtiva da carne suína em Mato Grosso... 11

2.3.1 Elo de insumos ... 12

2.3.2 Elo de produção ... 13

2.3.3 Elo de processamento ... 17

2.3.4 Elo de distribuição e comercialização ... 19

2.3.5 Elo de consumo ... 20

2.4 Direcionadores de competitividade da carne suína em Mato Grosso ... 21

2.4.1 Programas e políticas setoriais ... 22

2.4.2 Disponibilidade de crédito rural ... 23

3. METODOLOGIA ... 26 3.1 Referencial teórico ... 26 3.2 Referencial analítico ... 36 3.2.1 Análise Fatorial... 36 3.2.2 Análise de regressão ... 44 3.3 Fonte de dados ... 45 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 49

(9)

4.2 Índice de Desempenho Competitivo ... 59

4.3 Análise de regressão ... 63

5. CONCLUSÃO ... 69

REFERÊNCIAS ... 71

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução do rebanho de suínos nos principais estados produtores, 2000 a 2010, em milhões de cabeças. ... 9 

Figura 2 - Fluxograma da cadeia produtiva da carne suína. ... 12 

Figura 3 - Distribuição do rebanho de suínos em Mato Grosso, 2010, em cabeças. ... 16 

Figura 4 - Evolução do número de suínos abatidos em Mato Grosso sob os sistemas de inspeção sanitária SIF e SISE, 2001 a 2010, em mil cabeças... 18 

Figura 5 - Evolução da exportação mato-grossense de carne suína, segundo municípios, 2000 a 2010, em mil toneladas. ... 19 

Figura 6 - Rebanho e matrizes de suínos do programa Granja de Qualidade, de Mato Grosso, 1999 a 2008, em mil cabeças. ... 22 

Figura 7 - Distribuição das entrevistas por município. ... 46 

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Rebanho, abate, produção, market share, exportação, importação e consumo mundial de carne suína, 2000 a 2010. ... 6 Tabela 2 - Produção de carne suína por país, 2000 a 2010, em milhões de toneladas. ... 7 Tabela 3 - Consumo per capita de carne suína por país, 2000 a 2010, em kg/pessoa/ano. ... 8 Tabela 4 - Rebanho, abate, produção, exportação, importação e consumo brasileiro de carne

suína, 2000 a 2010. ... 9 Tabela 5 - Evolução das exportações brasileira de carne suína, segundo principais destinos,

2000 a 2010, em mil toneladas. ... 10 Tabela 6 - Evolução das exportações brasileira de carne suína, segundo os principais estados,

2000 a 2010, em mil toneladas. ... 11 Tabela 7 - Estabelecimentos agropecuários com suínos e número de suínos, 2006. ... 15 Tabela 8 - Número de contratos de financiamento concedidos a produtores e cooperativas para

custeio, 2000 a 2010, em unidade. ... 23 Tabela 9 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para custeio,

2000 a 2010, em milhões de reais. ... 24 Tabela 10 - Número de contratos de financiamento concedidos a produtores e cooperativas

para investimento, 2000 a 2010, em unidade. ... 24 Tabela 11 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para

investimento, 2000 a 2010, em milhões de reais. ... 24 Tabela 12 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para

comercialização, 2000 a 2010, em mil reais. ... 25 Tabela 13 - Matriz de correlação. ... 51 Tabela 14 - Fatores obtidos pelo método de componentes principais. ... 52 Tabela 15 - Matriz de cargas fatoriais rotacionada, comunalidades e porcentagem de variância

explicada. ... 54 Tabela 16 - Matriz de pesos dos escores fatoriais das granjas de suínos de Mato Grosso. ... 58 Tabela 17 - Matriz de escores fatoriais originais, padronizados e Índice de Desempenho

Competitivo. ... 62 Tabela 18A - Regressão estimada para todos os parâmetros ( , , , , , ). ... 77 Tabela 19A - Regressão estimada para os parâmetros ( , ). ... 77

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LISTA DE SIGLAS

ABIPECS - Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína ACRISMAT - Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso

AR - Auto-regressivo

BACEN - Banco Central do Brasil BTS - Teste Bartlett Test of Sphericity CAB - Cabeças

CC - Ciclo Completo

CDA/MT - Conselho de Desenvolvimento Agrícola do Estado de Mato Grosso CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento

CPR - Cédula de Produto Rural DR - Duplicata Rural

EVIEWS - Econometric Views EUA - Estados Unidos

FASM - Fundo de Apoio à Suinocultura Mato-grossense GRSC - Granja de Reprodutores Suídeos Certificada Ha - Hectare

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IDC - Índice de Desempenho Competitivo

INDEA/MT - Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social KMO - Kaiser-Meyer-Olkin

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MCR - Manual de Crédito Rural

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MQO - Mínimos Quadrados Ordinários

MT - Mato Grosso

NCM - Nomenclatura Comum do MERCOSUL NPR - Nota Promissória Rural

OIE - Organização Mundial de Saúde Animal POF - Pesquisa de Orçamento Familiar SECEX - Secretaria de Comércio Exterior

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SIF - Serviço de Inspeção Federal SIM - Serviço de Inspeção Municipal

SISE - Serviço de Inspeção Sanitária Estadual SPSS - Statistical Package for the Social Sciences Ton. - Tonelada

UE-27 - União Europeia

UPL - Unidade de produção de leitão UT - Unidade de terminação

(14)

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o setor suinícola do Brasil consolidou-se como grande exportador mundial, tendo o país, em 2010, exportado um volume de 540 mil toneladas, o que gerou receita de US$ 1,33 bilhão, representando 1,75% de participação nas exportações do agronegócio, propiciando divisas ao país, além de aumentar a rentabilidade da atividade internamente.

Em relação à produção de carne suína, o Brasil é o quarto maior produtor mundial, precedido por China, União Europeia (UE-27) e Estados Unidos. Em 2010, o rebanho nacional era constituído de 38,9 milhões de cabeças, 4,9% do rebanho mundial. O efetivo de suínos concentrou-se nos estados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, responsáveis por 48, 18, 16 e 14%, respectivamente, estando o maior efetivo no estado de Santa Catarina, com 20,1% do rebanho nacional.

Segundo Fialho (2006), o processo de abertura econômica e as crises ocorridas no setor de carnes expuseram a suinocultura à competitividade internacional, impondo ao setor um processo de reestruturação produtiva, com objetivo de aumentar a produtividade e diminuir custos de produção. Nos últimos anos, a cadeia produtiva de suínos experimentou transformações tecnológicas, com técnicas de produção intensiva e desenvolvimento de genética adaptada, transformações organizacionais, com estrutura de integração coordenada verticalmente por grandes grupos nacionais, internacionais, cooperativas e, mais recentemente, nota-se uma mudança na geografia espacial da produção em direção às regiões de fronteira (Saboya, 2001). Observa-se que grupos líderes dos complexos grãos-carnes estão direcionando investimentos para a região do cerrado atraídos pela redução nos custos com matérias-primas, além dos incentivos provenientes dos programas de desenvolvimento regional, incentivos fiscais e infraestrutura.

Na década de 90, teve início em Mato Grosso a transição do sistema produtivo de subsistência para a suinocultura industrial pela instalação das primeiras granjas tecnificadas. Essa transição teve a finalidade de aumentar a escala produtiva e consolidar a suinocultura industrial e assim agregar valor à produção de grãos da região. O processo de tecnificação consolidou-se em 1996, a partir do programa Granja de Qualidade, cuja finalidade foi elevar o nível de tecnologia utilizado na produção de suínos, obedecendo aos preceitos da Qualidade Total (ACRISMAT, 2010).

(15)

1.1 O problema e sua importância

A suinocultura vem ganhando destaque em Mato Grosso, haja vista a expressiva expansão do rebanho. Em 2010, havia um efetivo de 2,11 milhões de cabeças em 37 mil estabelecimentos, correspondendo a 32% dos estabelecimentos agropecuários do estado. O efetivo representa 5,4% do rebanho nacional, com uma elevação da ordem de 153% nos últimos 10 anos. Os maiores municípios produtores do estado e suas respectivas parcelas da produção são: Tapurah, com 366 mil animais (17%); Sorriso, com 202 mil cabeças (9%); Vera, com 171 mil suínos (8%); Diamantino, com 149 mil cabeças (7%); e Lucas do Rio Verde, com 132 mil suínos (6%) (IBGE, 2011). Essas granjas estão instaladas em municípios próximos às principais fontes de matérias-primas, onde os produtores buscam alternativas para a produção de grãos.

Em 2010 foram abatidos no estado 1,9 milhão de suínos, com peso total das carcaças de 165 mil toneladas (IBGE, 2011). Nesse mesmo ano, as exportações do estado atingiram um volume de 26,23 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 72,85 milhões. Nos últimos 10 anos, esta receita se elevou em 908%. Esse expressivo crescimento se deve a condições competitivas do estado, como a grande produção de grãos, ganhos de escala de produção, pertencer à área livre de aftosa e de peste suína clássica, além do programa do governo estadual intitulado Granja de Qualidade, iniciado em 1995, o qual propicia uma redução de 66,66% no imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) incidente sobre a comercialização de animais (Pereira et al., 2008).

A suinocultura é de relevante importância para a economia do estado por agregar valor à produção de grãos, além de gerar empregos diretos e indiretos. Atualmente, estima-se que, para o plantel estadual de 110 mil matrizes, o setor ocupe em torno de 25 mil empregos diretos e outros 150 mil indiretos (Suinocultura Industrial, 2011).

Estão em operação no estado 13 frigoríficos e abatedouros de suínos entre os que têm registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e no Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (SISE). Contudo, embora o estado apresente significativo parque industrial, ocorre predomínio da suinocultura independente em que a empresa produtora compra as matérias-primas, promove o processo produtivo e vende os suínos no mercado spot ou através de contratos de compra e venda, sem que haja nenhum vínculo com empresas processadoras. Em geral, o produtor que pratica o sistema produtivo independente tende a auferir melhores preços de venda, por estar sujeito a maiores níveis de risco de mercado (Pinheiro, 2000).

(16)

Nesse contexto, entretanto, verificam-se avanços no processo de integração pela instalação no estado de agroindústrias líderes do país.

O desenvolvimento da suinocultura industrial tem ocorrido pelo aumento de escala e concentração da produção, o que tem gerado restrição ao crescimento do setor em decorrência de seu impacto ambiental. Atualmente, estão ocorrendo mudanças no sistema de criação com objetivo de se adequar à questão de sustentabilidade ambiental, além da crescente exigência do consumidor quanto ao bem-estar animal, rastreabilidade e segurança alimentar. Países da União Europeia e Estados Unidos possuem rigorosas legislações ambientais para o sistema de produção de animais confinados. Igualmente, no Brasil, os principais estados produtores de suínos - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul - possuem legislações ambientais específicas. Os demais estados seguem a legislação ambiental federal. Esse rigor da legislação ambiental interfere na competitividade do setor, tendo por consequência atraído agroindústrias suinícolas para Mato Grosso por não ter uma legislação ambiental tão rígida (Suinocultura Industrial, 2011).

Algumas das desvantagens da produção estadual de suínos se referem ao fato de ela se encontrar em uma localização desprivilegiada, com granjas e abatedouros longe dos grandes centros consumidores, além dos problemas de logística que encarecem o custo do frete (Suinocultura Industrial, 2010).

Tendo em vista o exposto, torna-se importante a análise dos fatores determinantes da competitividade da produção de suínos em Mato Grosso, identificando, desse modo, gargalos da produção que impedem o crescimento do setor.

1.2 Objetivos

O objetivo geral é analisar a competitividade da suinocultura em Mato Grosso, assim como seus fatores determinantes.

Especificamente, pretende-se:

a) Estimar um índice do grau de desempenho competitivo das empresas do setor de suínos, com base nas variáveis selecionadas;

b) Verificar e discutir se as variáveis nível de escolaridade, idade e tempo na atividade suinícola do proprietário ou gerente da granja, uso de tecnologias modernas na produção, se a suinocultura é a atividade principal do proprietário e se a expectativa para o futuro desse agente econômico exerce influência sobre o índice de desempenho competitivo.

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1.3 Hipóteses

Presume-se que as variáveis que constam no item b dos objetivos específicos exerça influência positiva sobre a competitividade do segmento de produção de suínos em Mato Grosso.

Pressupõe-se que a escolaridade, compreendida como ferramenta da formação educacional e profissional de dado agente econômico, exerça efeito positivo sobre a competitividade, pois, quando o conhecimento e as informações resultantes da escolaridade se sucedem e são apreendidos pelos agentes relevantes ao longo do tempo, tendem a se transformar em capital humano, conforme o entendimento de diversos pensadores sobre o assunto, em especial, Becker (1983) e Schultz (1973).

Em particular, a idade e o tempo de experiência na atividade suinícola, inferidos como fatores de sucessão ou transcurso da vida humana, de forma objetiva, devem ser apreendidos como instrumentos que materializam o acervo do capital humano. Destarte, essas duas variáveis, assim como a escolaridade, com suporte na mesma linha de raciocínio, também são preconcebidas como conducentes ao aumento da competitividade.

Quanto ao uso de tecnologias modernas, há o entendimento de que a inovação, conforme será abordado, representa vetor da inovação tecnológica, que, por sua vez, pela ótica da eficiência, sob o ângulo teórico e empírico, se posiciona como um dos substratos da competitividade. Logo, deduz-se que o uso ou adoção de tecnologias modernas conduz ao incremento da competitividade.

Por seu turno, o empresário busca alocar seu capital na atividade que proporciona a maior rentabilidade ao investimento. Dessa maneira, o produtor, ao definir a suinocultura como atividade principal, busca alocar de forma eficiente os recursos empregados nessa atividade, com objetivo de ser competitivo, para extrair o máximo de rentabilidade do empreendimento.

Do mesmo modo que para o empresário determinar sua atividade principal ele leva em consideração a rentabilidade de certa atividade em relação a empreendimentos alternativos, análoga decisão é tomada ao avaliar as expectativas atuais e futuras para a atividade desenvolvida. Para isso, o empresário avalia a situação atual do empreendimento e as expectativas para o futuro, com o objetivo de tomar a decisão de permanecer na atividade ou abandoná-la. Por conseguinte, se o suinocultor tem como expectativa para o futuro permanecer na atividade e até mesmo efetuar novos investimentos, o empreendimento está se posicionando como competitivo frente à concorrência do mercado.

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1.4 Justificativa

A inserção do Brasil em uma economia globalizada e a reduzida interferência governamental na economia provocaram mudanças estruturais na economia brasileira, induzindo o setor a buscar maior eficiência na produção e distribuição de matérias-primas e produtos ao longo de toda a cadeia produtiva. Neste contexto, as empresas do elo de produção e processamento da cadeia produtiva de carne suína, visando garantir a sobrevivência no curto prazo e a ampliação de sua parcela de mercado no longo prazo, estão se deslocando para a região Centro-Oeste pelos incentivos públicos e redução nos custos de produção.

As agroindústrias são atraídas principalmente pela abundância de matéria-prima, representando o milho e a soja mais de 60% dos custos de produção dos suínos. A interação entre as cadeias produtivas de grãos e carnes possibilita a obtenção da ração a baixo custo. Outros fatores que favorecem a competitividade desse setor são os incentivos dos programas de desenvolvimento regional, incentivos fiscais, legislação ambiental menos rígida e infraestrutura.

Os frigoríficos de carne apresentam fortes ligações com os setores de insumos, nesse quadro, alterações no setor produtivo provocam impactos na economia regional, principalmente no setor de produção de grãos. Por conseguinte, com base nos dados do IBGE para o efetivo rebanho de suínos, constata-se atualmente uma forte expansão da suinocultura em Mato Grosso com objetivo de aumentar a inserção do produto nos mercados nacionais e internacionais. Neste contexto, torna-se necessário investigar os gargalos de ineficiência da produção de suínos, assim como fatores determinantes da competitividade da suinocultura no estado, com o objetivo de subsidiar políticas públicas que incentivem a adoção de processos e sistemas de produção mais eficientes.

1.5 Estrutura do trabalho

Além dessa introdução, este trabalho contém mais cinco capítulos. No próximo capítulo, há uma caracterização da suinocultura no âmbito mundial, nacional e a cadeia produtiva mato-grossense. No terceiro capítulo, discute-se a metodologia tendo como referencial teórico a teoria da concorrência e competitividade com enfoque na competitividade como eficiência. E, como referencial analítico, as técnicas de análise multivariada: análise fatorial e regressão múltipla. No capítulo quatro, os resultados foram apresentados e discutidos. Finalmente, no quinto capítulo, estão as conclusões deste trabalho.

(19)

2. CARACTERIZAÇÃO DA SUINOCULTURA

O objetivo deste capítulo é caracterizar a produção de carne suína do âmbito macro para o micro. Nas seções subsequentes, discorre-se sobre produção, consumo, exportação e importação dos principais países produtores de carne suína, do mercado brasileiro e, especificamente, do mato-grossense.

2.1 A produção de carne suína no mundo

No que se refere ao mercado de proteína animal, a carne de suína é a mais consumida no mundo e sua produção vem apresentando tendência de crescimento nos últimos anos. A produção mundial de carne suína é de 103,22 milhões de toneladas, ficando à frente da carne de frango (81,01 milhões de toneladas) e da carne bovina (57,32 milhões de toneladas), tendo estas produções de carne crescido da ordem de 22,01%, 39,25% e 7,88%, respectivamente, no período de 2000 a 2010. No mesmo período, o rebanho de suínos elevou-se 1,34%, passando de 779 milhões de cabeças para 790 milhões de cabeças. A diferença entre a variação da produção e do rebanho é decorrente dos ganhos de produtividade e da elevação do peso de abate. O market share da produção das principais carnes vendidas no mercado é da ordem de 42,21% da carne suína, 34,35% da carne de frango e 23,44% da carne bovina.

As exportações e importações de carne suína vêm apresentando tendência de alta, com aumento de 95% nas exportações, assim como nas importações mundiais, no período de 2000 a 2010, fato atribuído ao aumento da produção e do consumo mundial de proteína animal (Tabela 1).

Tabela 1 - Rebanho, abate, produção, market share, exportação, importação e consumo mundial de carne suína, 2000 a 2010.

Produção de suínos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var. % 2010/2000 Rebanho (milhões cab.) 779 774 782 787 780 783 802 796 771 782 790 1,34 Abate (milhões cab.) 1.033 1.058 1.081 1.103 1.125 1.154 1.169 1.146 1.123 1.147 1.172 13,45 Produção (milhões ton.) 85 86 88 90 91 94 95 94 98 100 103 22,01

Market Share 43 43 43 43 43 43 43 41 42 42 42 -1,66

Exportação (milhões ton.) 3 3 4 4 5 5 5 5 6 6 6 95,10 Importação (milhões ton.) 3 3 4 4 4 5 5 5 6 6 6 95,52 Consumo (milhões ton.) 84 86 88 90 91 93 95 94 98 100 103 22,03

Fonte: USDA (2011).

Entre os maiores produtores de carne suína estão China, União Europeia, Estados Unidos e Brasil. Estes quatro juntos são responsáveis por 84% da produção mundial, sendo a

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China responsável por 49% da produção. Nos últimos dez anos, a produção mundial de carne suína apresentou crescimento de 22%, e, entre os dez maiores produtores, apenas China, Brasil, Rússia, Vietnã e Filipinas tiveram crescimento superior à média mundial.

Tabela 2 - Produção de carne suína por país, 2000 a 2010, em milhões de toneladas.

País 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var. % 2010/2000 China 39,7 40,5 41,2 42,4 43,4 45,6 46,5 42,9 46,2 48,9 51,1 28,77 UE-27 21,3 21,0 21,5 21,7 21,8 21,7 21,8 22,9 22,6 22,4 23,0 7,98 EUA 8,6 8,7 8,9 9,1 9,3 9,4 9,6 10,0 10,6 10,4 10,2 18,51 Brasil 2,0 2,2 2,6 2,6 2,6 2,7 2,8 3,0 3,0 3,1 3,2 58,96 Rússia 1,3 1,3 1,4 1,5 1,4 1,3 1,4 1,6 1,7 1,8 1,9 43,18 Vietnã 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,6 1,7 1,8 1,9 1,9 1,9 88,89 Canadá 1,5 1,6 1,7 1,7 1,8 1,8 1,7 1,7 1,8 1,8 1,8 17,43 Japão 1,3 1,2 1,2 1,3 1,3 1,2 1,2 1,3 1,2 1,3 1,3 1,73 Filipinas 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,2 1,2 1,3 1,2 1,2 1,3 24,5 México 1,0 1,1 1,1 1,0 1,1 1,1 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 13,11 Mundo 84,6 85,7 88,1 89,8 91,3 93,7 95,4 94,0 97,7 100,4 103,2 22,01 Fonte: USDA (2011).

No mercado de carnes, apesar da carne suína ser a mais consumida no mundo, ela vem perdendo espaço para a carne de frango. Nos últimos dez anos, a carne suína apresentou o segundo maior crescimento do setor, ficando atrás da carne de frango. Neste período, a carne de frango obteve o maior crescimento de consumo, da ordem de 38,73%, seguido pela carne suína, com crescimento de 22,03%, e pela carne bovina, com 6,89%.

O consumo per capita mundial de carne suína tem se elevado nos últimos anos. Em 2010, a média de consumo mundial foi de 14,9 kg/pessoa. Nos últimos dez anos, o consumo per capita apresentou um crescimento de 8,3%. Entre os principais países produtores de carne suína, os maiores consumidores per capita são a China, União Europeia, Estados Unidos e Rússia. E, os países com maior elevação no consumo per capita são a Rússia, com aumento de 79,3%, e o Vietnã, que incrementou o consumo em 70,0%. De modo contrário, os Estados Unidos tiveram uma queda de 6,9% no consumo per capita no mesmo período (Tabela 3).

Segundo o relatório de Moura et al. (2011), nos últimos anos, o consumo de carnes nos países “desenvolvidos” está estabilizado. De modo contrário, nos países “em desenvolvimento”, o consumo tem exibido elevação em decorrência do crescimento da urbanização e do aumento da renda per capita. Neste cenário, a produção mundial de suínos tem acompanhado essa tendência, com aumento da produção nos países em desenvolvimento. Este fato decorre das pressões ambientais sobre a produção nos países desenvolvidos, em consequência do alto poder poluente da atividade, além do elevado custo de produção, limitação da densidade do alojamento e queda dos subsídios governamentais.

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Tabela 3 - Consumo per capita de carne suína por país, 2000 a 2010, em kg/pessoa/ano. País 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var. % 2010/2000 China 31,2 31,6 31,9 32,6 33,1 34,5 35,0 32,3 35,1 36,5 37,9 21,5 UE-27 41,3 41,0 42,5 42,4 42,0 42,2 42,1 43,8 42,8 42,8 43,2 4,7 Estados Unidos 30,0 29,5 30,2 30,4 30,1 29,3 29,0 29,8 29,0 29,3 27,9 -6,9 Rússia 11,1 12,2 14,9 15,2 14,3 14,6 16,0 17,9 19,8 19,2 19,9 79,3 Brasil 10,4 10,7 10,9 10,6 10,6 10,3 11,4 11,7 12,2 12,2 12,8 23,6 Japão 17,2 17,5 18,3 18,3 19,8 19,7 19,2 19,4 19,5 19,4 19,6 14,0 Vietnã 12,4 12,8 14,6 15,1 16,6 18,8 20,3 21,4 21,5 21,2 21,0 70,0 México 12,5 12,8 13,0 13,1 14,0 13,8 13,9 14,0 14,6 15,9 15,8 26,6 Coréia do Sul 22,8 24,7 25,3 27,0 27,9 27,3 29,5 31,1 31,4 30,5 31,6 38,7 Filipinas 12,8 12,7 13,4 13,5 13,2 13,3 13,4 13,5 13,2 13,2 13,6 6,5 Média Mundial 13,8 13,8 14,0 14,1 14,2 14,3 14,4 14,1 14,5 14,7 14,9 8,3 Fonte: USDA (2011).

2.2 A produção de carne suína no Brasil

O rebanho brasileiro de suínos tem aumentado de forma expressiva na última década, registrando crescimento de 23,43% no período, alcançando um total de 38,9 milhões de cabeças em 2010. A produção de carne suína atingiu a marca de 3,1 milhões de toneladas, decorrente do abate de 32,5 milhões de cabeças, evidenciando elevação de 128% e 97% respectivamente, nos últimos dez anos. Neste cenário, mais de 83% da oferta de carne suína é absorvida pelo mercado interno e apenas 17% da produção brasileira é destinada à exportação. Do total de suínos abatidos em 2010 sob algum tipo de fiscalização, 89,8% estiveram sob o sistema de inspeção sanitária federal, 8,0%, sob inspeção estadual, e 2,2%, sob inspeção municipal. O plantel de matrizes é de 2,46 milhões de cabeças e tem se mantido estável nos últimos anos em decorrência da crise econômica mundial, que desestimulou os investimentos no setor (ABIPECS, 2011).

O consumo brasileiro de carne suína, ao contrário do perfil mundial, é inferior ao das carnes bovina e de frango. Em 2009, o consumo per capita nacional foi de 13,9kg por habitante por ano, inferior ao consumo médio mundial que foi em torno de 14,7 kg por pessoa por ano. Esse consumo per capita tem se reduzido, caindo 2,8% na última década. Em 2010, o mercado interno de carne suína caracterizou-se por baixos estoques, forte procura pelo produto e preços em alta, situação influenciada pela menor oferta de carne bovina no mercado (ABIPECS, 2011).

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Tabela 4 - Rebanho, abate, produção, exportação, importação e consumo brasileiro de carne suína, 2000 a 2010.

Mercado de suínos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010/2000Var. % Rebanho (mil cab.) 31.562 32.605 31.919 32.305 33.085 34.064 35.174 35.945 36.819 38.045 38.957 23,43 Abate (mil cab.) 16.476 18.861 22.293 22.554 21.624 23.463 25.222 27.410 28.840 30.933 32.511 97,32 Produção (mil ton.) 1.344 1.585 1.878 1.917 1.868 2.157 2.298 2.480 2.636 2.930 3.078 128,99 Exportação (mil ton.) 135 276 480 494 507 623 527 605 528 606 540 298,71 Importação (mil ton.) 7 7 7 8 10 8 35 9 9 9 10 42,94 Consumo per capita

(Kg/hab./ano) 14,3 14,4 13,8 12,6 12,0 11,7 13,3 13,1 13,9 13,9 - -2,80

Fonte: IBGE e MDIC/ SECEX (2011).

Os principais rebanhos de suínos estão concentrados nos estados da região Sul com 18,6 milhões de cabeças, seguidos pela região Sudeste com 7,1 milhões, Nordeste com 6,1milhões, Centro-Oeste com 5,3 milhões e a região Norte com 1,6 milhão de cabeças. Os maiores rebanhos estão nos estados de Santa Catarina com 7,8 milhões de suínos, Rio Grande do Sul com 5,7 milhões e o Paraná com 5,1 milhões de cabeças. Mato Grosso aparece em quinto lugar, com 2,1milhões de cabeças, tendo sido o estado brasileiro com maior expansão do rebanho na última década, com crescimento de 153% (Figura 1).

Figura 1 - Evolução do rebanho de suínos nos principais estados produtores, 2000 a 2010, em milhões de cabeças.

Fonte: IBGE, 2010.

As exportações brasileiras de carne suína vêm ganhando espaço no mercado mundial em relação aos demais competidores, apesar da concorrência internacional e das barreiras sanitárias e protecionistas atuantes no mercado. A carne suína brasileira tem obtido maior inserção nos mercados da Rússia, Hong Kong e Ucrânia (Tabela 5), sendo exportada em sua maioria in natura, destinadas a mercados sem barreiras sanitárias, ou que praticam o princípio

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Santa Catarina Rio Grande do Sul Paraná

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da regionalização (Rússia, Hong Kong, União Europeia e outros). Essa dependência de países abertos gera maior vulnerabilidade às exportações em relação a mudanças na demanda, protecionismo e questões sanitárias. Por outro lado, as exportações brasileiras não conseguem inserção em importantes mercados importadores em função das barreiras sanitárias (Miele e Waquil, 2007).

As exportações brasileiras de carne suína em 2010 foram da ordem de 540 mil toneladas, deste total, 86% foram de carne in natura, 2% de carne industrializada e 12% de miudezas de carne suína. Isso evidencia o estágio embrionário da inserção da carne suína brasileira no mercado internacional, em que, além da dependência de mercados menos exigentes, continua sendo priorizada a exportação de carne com baixo valor agregado. No período de 2000 a 2010, o volume exportado de carne suína elevou-se 298%. Os principais destinos das exportações brasileiras são a Rússia com 43,33% do total exportado e Hong Kong com 18,51% das exportações, mercados de maior inserção da carne suína brasileira. Tabela 5 - Evolução das exportações brasileira de carne suína, segundo principais destinos,

2000 a 2010, em mil toneladas. País 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var. % 2010/2000 Rússia 23 152 377 314 288 404 268 279 226 267 234 905,35 Hong Kong 52 50 52 61 58 61 74 106 108 122 100 92,88 Ucrânia 0 0 0 0 33 22 50 55 49 57 40 - Argentina 41 46 13 36 27 17 18 29 25 28 35 -14,78 Cingapura 0 2 7 15 16 17 25 32 22 28 26 - Angola 0 0 1 2 2 5 9 17 22 30 33 - Uruguai 5 9 7 9 9 7 8 11 10 12 13 129,07 Cazaquistão 0 0 0 1 2 7 5 5 3 5 8 - Venezuela 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 4 - Moldavia 0 0 0 0 2 8 21 10 17 8 5 - Total 135 276 480 494 507 623 527 605 528 606 540 298,71

Fonte: MDIC/ SECEX (2011).

A suinocultura nacional passou pela pior crise da história em 2002, após obter bons resultados em 2001, associados ao crescimento das exportações de carne brasileira. Essa crise decorre do aumento da quantidade ofertada de carne suína, associado à estabilidade da quantidade demanda e aumento dos custos de produção, sem que fosse possível repassar este aumento para os preços (Moura et al., 2011).

A partir de 2008, a suinocultura passa por nova crise, incorrendo em redução no volume e no preço das exportações, provocado pela crise financeira de 2008/2009, além da valorização do real e da desvalorização da moeda russa. Diante desses fatores, tornou-se mais atrativo destinar a produção para o mercado interno em contraste com a exportação (ABIPECS, 2011).

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Os principais estados exportadores estão localizados na região Sul, responsáveis por 75% do volume de carne suína exportado em 2010, seguidos pelos estados da região Centro-Oeste e Sudeste, com destaque para o estado de Minas Gerais, que registrou elevação nas exportações da ordem de 5.488% no período de dez anos. Por outro lado, em particular, Mato Grosso iniciou sua inserção no mercado internacional em 2004 e, a partir de então, vem ganhando de forma sistemática espaço na exportação de carne suína.

Tabela 6 - Evolução das exportações brasileira de carne suína1, segundo os principais estados, 2000 a 2010, em mil toneladas.

Estado 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010/2000 Var. % Rio Grande do Sul 37 49 80 118 127 154 256 290 233 232 206 454,82 Santa Catarina 70 172 256 182 230 279 183 184 163 167 138 96,46

Paraná 14 26 55 77 64 90 29 38 30 54 55 283,62

Goiás 0 7 24 26 19 21 16 25 34 46 47 -

Minas Gerais 1 6 27 43 32 32 15 24 26 50 34 5.488,31

Mato Grosso 0 0 0 0 2 5 12 26 13 30 26 -

Mato Grosso do Sul 5 5 34 43 28 28 7 7 11 11 18 246,54

São Paulo 0 1 2 2 3 11 6 6 6 4 4 847,50

Total 128 265 477 493 505 621 523 598 516 594 529 312,81

Fonte: MDIC/ SECEX (2011).

2.3 A cadeia produtiva da carne suína em Mato Grosso

A cadeia produtiva da carne suína no Brasil é composta pelos elos de insumos, produção, processamento, distribuição e comercialização e consumo. A Figura 2 mostra o fluxograma da cadeia produtiva da carne suína.

      

1 Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM): 0203.11 até 0203.29.00; 0206.30.00 até 0206.49.00; 0504.00.13; 0209.00.11 até 0209.00.29; 0210.11.00 até 0210.19.00.

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Figura 2 - Fluxograma da cadeia produtiva da carne suína. 

  Fonte: IPARDES (2002).

2.3.1 Elo de insumos

O elo de insumos é constituído pelos fornecedores de matérias-primas da ração, empresas de genética, nutrição, biológicas, farmacêuticas e de equipamentos.

A ração é um insumo determinante da competitividade da produção por representar entre 70 a 80% do custo total de produção do suíno vivo. Os ingredientes de sua composição são milho, farelo de soja, farinha de carne, farelo de trigo, premix mineral e vitamínico, entre outros alimentos alternativos empregados na ração. O milho e o farelo de soja são os principais componentes da ração. O milho, em particular, pode representar até 40% do custo de produção do suíno vivo.

Visto isso, Mato Grosso apresenta grande vantagem comparativa em relação a esses dois insumos por ser o maior produtor nacional de soja e o segundo de milho do Brasil. No entanto, por serem commodities, seus preços sofrem influência do mercado internacional, ocasionando instabilidade para os setores de consumo.

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Segundo dados da CONAB (2011), Mato Grosso aparece como o segundo maior produtor de milho, com uma produção de 8,1 milhões de toneladas no ano safra 2009/2010, correspondente a 14,5% da produção nacional. Na última década, o cultivo estadual exibiu crescimento de 340%. Quanto à produção de soja, o estado figura como o maior produtor nacional, tendo produzido 18,7 milhões de toneladas na safra 2009/2010, representando 27,3% da produção nacional e crescimento de 94,7% nos últimos dez anos.

Em comparação aos estados da região Sul, principal região produtora de suínos, a produção de milho permaneceu estagnada, com crescimento de 1,2% na última década. Por sua vez, a produção de soja apresentou crescimento de 57,7% no mesmo período. Então, como a produção de suínos da região apresentou crescimento de 38,6% na década, tornou-se necessária a aquisição milho e soja de outros estados para suprir essa demanda.

O setor de genética suína é o principal determinante do ganho de produtividade da suinocultura. Neste setor, atuam empresas internacionais, responsáveis pelo processo de melhoramento e desenvolvimento genético de linhagens puras e posterior cruzamento para obtenção das bisavós e avós. No Brasil, estão instaladas empresas de multiplicação que importam as avós e desenvolvem essa genética com objetivo de obter reprodutores comerciais adaptados às características locais. Esse setor se caracteriza por ser oligopolizado devido aos altos investimentos em pesquisa necessários para o desenvolvimento de novas linhagens. As principais empresas de genética atuantes no estado de Mato Grosso são Agroceres PIC, Genetiporc (multiplicação desenvolvida pela Ideal Porc), DB-DanBred, Sadia, Embrapa, Topigs e Dalland.

2.3.2 Elo de produção

O processo produtivo suinícola pode ser conduzido sob três diferentes sistemas: integração, cooperativa e independente. No sistema de integração, a agroindústria integradora fornece a seus integrados matrizes para reprodução (genética), ração, assistência técnica e medicamentos. Em contrapartida, são de responsabilidade do produtor os investimentos e a manutenção da infraestrutura, a mão de obra, as despesas com água, energia e manejo dos dejetos, tendo a integradora exclusividade na compra da produção. A integradora exerce um rígido controle do processo produtivo, garantindo a estabilidade na oferta da matéria-prima, ganhos de escala e controle da qualidade genética. Ademais, a integradora estabelece a data do fornecimento dos lotes e determina o preço pago ao produtor. Este preço é constituído de

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um valor base mais bonificação, determinada pelos índices de desempenho (crescimento, taxa de conversão e percentual de mortalidade) do produtor (Weydmann et al., 2011).

No segundo sistema de produção, a cooperativa tem o papel de intermediar a ligação entre o cooperado e o mercado. As cooperativas podem atuar intermediando a venda do suíno vivo ao mercado, ou vinculada ao frigorífico, fazendo o processamento industrial. As cooperativas são responsáveis pela genética e criação dos suínos até a fase da creche. A partir dessa fase, os leitões são transferidos para a propriedade dos cooperados, que são responsáveis pela fase de engorda. A cooperativa atua como mediadora entre a demanda da agroindústria e a produção dos cooperados, planejando e organizando a produção com objetivo de atender à demanda da agroindústria. Por seu turno, no sistema de produção independente, os produtores são livres para decidir sobre os insumos utilizados, a quantidade produzida e para quem será vendido o produto (Miele e Waquil, 2007; IPARDES, 2002).

A suinocultura nacional se desenvolve sob dois sistemas: a suinocultura de subsistência e a suinocultura industrial. O primeiro sistema produtivo é desenvolvido em pequenas criações, com baixo nível de tecnificação, sendo a produção destinada a açougues clandestinos ou à subsistência. Por outro lado, a suinocultura industrial exibe alto nível de tecnificação, explora ganhos de escala e está inserida nos principais canais de distribuição ou integração. A suinocultura industrial vem ganhando espaço na produção nacional em relação à produção de subsistência (Miele e Waquil, 2007).

O processo produtivo pode ocorrer em quatro tipos diferentes de estabelecimento de criação: ciclo completo (CC), unidade de produção de leitões (UPL), unidade de terminação (UT) e granja de reprodutores suídeos certificada (GRSC). Nas granjas de CC, são desenvolvidas no mesmo estabelecimento todas as fases de produção do animal. Na UPL, são desenvolvidas as fases de inseminação, maternidade, desmame e creche, produzindo leitões de 22 kg a 28 kg. Da UPL, os suínos são transferidos para a UT, onde são engordados até atingir o peso de abate, entre 100 kg e 130 kg, sendo destinados aos abatedouros ou frigoríficos. As granjas GRSC são estabelecimentos oficialmente certificados e monitorados, onde são criados ou mantidos os suínos para comercialização ou distribuição, com a finalidade de reprodução.

Segundo Miele e Waquil (2007), até meados da década de 1990, predominava a produção em granjas de ciclo completo. A partir deste momento, houve uma tendência de especialização em determinada fase do processo produtivo. Esse processo teve como consequência o aumento na escala decorrente do aumento na eficiência dos fatores de

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produção, maior uniformidade no tamanho, na forma e na qualidade no acabamento da carcaça.

O deslocamento da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste tem impulsionado a expansão da produção suinícola da região, o que tem alterado a geografia da produção nacional de suínos e a estrutura industrial de abate e processamento. A partir de meados da década de 80, iniciou-se uma migração intensiva de suinocultores, principalmente provenientes dos estados da região Sul para Mato Grosso, atraídos pela disponibilidade de terras baratas, além da crescente produção de grãos a preços comparativamente competitivos em relação aos praticados na região Sul. Portanto, o deslocamento da produção suinícola para a região próxima à fonte de matérias-primas foi estimulada pelas vantagens competitivas proporcionadas pelo elo de insumos ao elo de produção.

Nesse contexto, a suinocultura surge como atividade geralmente desenvolvida por produtores de grãos e empresas que buscam diversificar suas atividades e explorar ganhos de escala. O crescimento do rebanho da região está ligado à expansão dos frigoríficos em direção às regiões produtoras de grãos, além da menor rigidez relativa a fatores de restrição ambiental decorrentes da concentração da produção, que assegura a dispersão geográfica do rebanho e favorece a segurança da produção, e das condições edafoclimáticas, que influenciam positivamente os custos de produção (IPARDES, 2002).

Segundo dados do Censo Agropecuário 2006, o rebanho suíno do estado era de 1,29 milhões de cabeças produzidas em 37,2 mil estabelecimentos agropecuários, pertencentes, predominantemente, à agricultura não familiar. Deste total, a agricultura não familiar é responsável por 898 mil cabeças (70% do rebanho), distribuídas em 8,6 mil estabelecimentos. A agricultura familiar contribui com 393 mil cabeças (30% do rebanho), produzidas em 28,6 mil estabelecimentos agropecuários (IBGE, 2006).

A produção estadual de suínos é feita principalmente em estabelecimentos agropecuários de médio e grande portes, 50% da produção em estabelecimentos com área acima de 200 hectares.

Tabela 7 - Estabelecimentos agropecuários com suínos e número de suínos, 2006.

Área (ha)

Menos de 10 De 10 a 50 De 50 a 200 Acima de 200 Total Estabelecimentos (unidades) 4.870 13.224 11.937 7.250 37.281

% dos estabelecimentos 13 35 32 19 100

Número de suínos (mil cabeças) 80,5 379,7 181,9 650,0 1.292,2

% do rebanho 6 29 14 50 100

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Segundo Bernardes e Aracri (2010), em Mato Grosso o processo de criação de suínos é feito por médios e grandes produtores, o que tem gerado a abertura de postos de trabalho com certo nível de qualificação.

A distribuição geográfica do rebanho de suínos em Mato Grosso encontra-se dispersa pelo território, com regiões que apresentam alto índice de adensamento, como a mesorregião Norte, com 72,8% do rebanho, e a Sudeste, com 12,5% do rebanho estadual. As principais aglomerações de suínos localizam-se ao longo da BR-163, tendo como principais produtores os municípios de Tapurah, Sorriso, Vera, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Ipiranga do Norte e Nova Mutum. Com destaque para as microrregiões do Alto Teles Pires com 45,4% do rebanho estadual e de Sinop com 11,4% do rebanho. Outra aglomeração está localizada na região Sudeste do estado, ao longo da BR-070, tendo como principais produtores os municípios de Campo Verde, Rondonópolis, Poxoréo e Primavera do Leste. A distribuição do rebanho no Estado está ilustrada na Figura 3.

Figura 3 - Distribuição do rebanho de suínos em Mato Grosso, 2010, em cabeças.

  Fonte: Elaborado pelo autor.

Em relação aos custos de produção de suínos para abate, o estado de Mato Grosso obteve em 2010 o terceiro menor custo de produção, R$ 2,00/ kg, antecedido pelos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, de R$ 1,87/ kg e R$ 1,96/ kg, respectivamente (CONAB, 2011). Essa vantagem comparativa da produção de suínos mato-grossense se deve

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principalmente à grande produção de milho e soja no estado, que proporcionam uma redução significativa no custo da ração.

Os sistemas de produção predominantes no estado são a produção independente e o sistema de produção cooperado e, em menor grau de importância, o sistema integrado. Na região Norte, estão em operação grandes empresas do setor de carne, que praticam sistema de criação integrado ou cooperado, com destaque para o município de Nova Mutum, onde estão instaladas as plantas frigoríficas da Perdigão, Ideal Porc Suinocultura e Coopermutum. A planta frigorífica da Perdigão trabalha com o sistema integrado de produção. A Ideal Porc Suinocultura é uma empresa que faz parte da cooperativa de suinocultores Intercoop, constituída de 18 produtores de Nova Mutum, incluindo o frigorífico Excelência. A Coopermutum é uma cooperativa de produtores responsável pela produção de leitões, que permanecem até a fase de encaminhamento às propriedades dos cooperados.

No município de Diamantino, encontra-se o Grupo Carroll’s Food do Brasil, empresa associada aos frigoríficos Marfrig e Mabella. Essa empresa detém o maior rebanho do estado, distribuído entre os municípios de Diamantino e Pedra Preta. Sua produção é destinada a Dourados (MS), onde os animais são abatidos. Em singular, no município de Sorriso está em operação a Sinocoop, Cooperativa dos Produtores de Suínos de Sorriso.

Em Lucas do Rio Verde, localiza-se a Coagril, cooperativa formada por 20 grandes produtores, onde estão localizadas as unidades de produção de leitão (UPL) e as creches. Os leitões permanecem na cooperativa até serem transferidos para as propriedades dos associados, encarregados do processo de engorda para o abate. A produção destina-se ao frigorífico da Sadia.

Em adição, a produção de suínos na região Sudeste caracteriza-se pelo predomínio do sistema de produção independente, sendo a produção vendida no mercado spot, sem que haja vínculo com integradora ou cooperativa. A produção dessa região destina-se principalmente aos abatedouros instalados em Rondonópolis, Primavera do Leste, Cuiabá e Goiás.

2.3.3 Elo de processamento

O elo de processamento é constituído pelas empresas e cooperativas de abate e processamento de suínos. As empresas atuantes neste segmento são registradas em três diferentes subsistemas de inspeção, que certificam a qualidade do produto: sistema de inspeção federal (SIF), estadual (SISE) e municipal (SIM). As empresas registradas no SIF operam sob regras sanitárias mais rígidas, permitindo a comercialização do produto no

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mercado nacional e, se habilitadas, podem comercializar no mercado internacional. As empresas registradas no SISE e SIM podem comercializar seus produtos no mercado estadual e municipal, respectivamente.

Dos 13 frigoríficos instalados no estado, os de maior capacidade de abate estão localizados nas regiões Norte, Sudeste e Nordeste. Estas regiões apresentam grande concentração do rebanho de suínos, o que favorece a comercialização e reduz os custos de transporte até o frigorífico.

Atualmente, no estado estão em funcionamento 13 frigoríficos e abatedouros de suínos entre os que têm registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e no Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (SISE). Deste total, cinco estabelecimentos possuem registro no SIF, localizados nos municípios de Cuiabá, Nova Xavantina, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Rondonópolis, com capacidade de abater 10.882 suínos por dia (MAPA, 2010). Com relação ao serviço de inspeção estadual, estão em operação oito frigoríficos, instalados nos municípios de Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Primavera do Leste, Alta Floresta e Tangará da Serra, com capacidade total de abater diariamente 860 suínos (INDEA, 2010).

A Figura 4 ilustra a evolução do abate suíno em Mato Grosso sob os diferentes sistemas de inspeção sanitária. Em 2010, observa-se que 92% do abate estadual foi feito sob o sistema inspeção sanitária federal e apenas 8%, sob a inspeção estadual. Ademais, nos últimos anos verifica-se uma constante evolução do abate com certificação federal, representando elevação da ordem de 1.430% na última década. Este fato é decorrente da crescente instalação de novas plantas frigoríficas, que, por possuírem certificação federal, podem destinar seus produtos ao mercado nacional e internacional.

Figura 4 - Evolução do número de suínos abatidos em Mato Grosso sob os sistemas de inspeção sanitária SIF e SISE, 2001 a 2010, em mil cabeças.

  Fonte: IBGE (2011). 0 500 1000 1500 2000 2500 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 SISE SIF Total

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2.3.4 Elo de distribuição e comercialização

O mercado de suínos tem por característica apresentar ciclos de produção, o que gera instabilidade no preço do suíno. No período de preços favoráveis, os suinocultores retêm matrizes, provocando aumento da produção por um período de 3 a 4 anos, em decorrência, os preços se reduzem gradualmente. No período de preços desfavoráveis, os suinocultores descartam as matrizes para reduzir os custos de produção, em consequência, em período posterior reduz-se a oferta de suínos, fazendo com que os preços se elevem, reiniciando um ciclo de expansão (Weydmann et al., 2011).

A produção estadual de suínos é comercializada no mercado estadual, nacional e internacional. Por oportuno, o mercado externo surge com uma alternativa aos frigoríficos com SIF, por conta de limitações do mercado interno, como o baixo consumo per capita e a concorrência das carnes substitutas, como bovina e de frango.

Conforme se observa na Figura 5, os frigoríficos de Mato Grosso iniciaram sua inserção no mercado internacional a partir de 2002. Em 2010, o volume exportado de carne suína atingiu a marca de 28,4 mil toneladas, 4,9% da quantidade nacional exportada. Nos últimos anos, as exportações estaduais vêm sendo realizadas por frigoríficos instalados nos municípios de Cuiabá, Nova Mutum, Rondonópolis e Várzea Grande.

Figura 5 - Evolução da exportação mato-grossense de carne suína2, segundo municípios, 2000 a 2010, em mil toneladas.

  Fonte: MDIC/ SECEX (2011).

      

2 Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM): 0203.11.00 até 0203.29.00; 0206.30.00 até 0206.49.00; 0504.00.13; 0209.00.11 até 0209.00.29; 0210.11.00 até 0210.19.00. 0 5 10 15 20 25 30 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Cuiabá Nova Mutum Rondonópolis Várzea Grande Total

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No contexto de comércio internacional, os países importadores têm utilizado de barreiras comerciais para a proteção de seu mercado interno, frente aos produtos importados. Essas barreiras são divididas em dois grupos: barreiras tarifárias (picos tarifários, escaladas tarifárias, quotas tarifárias e salvaguardas específicas) e não tarifárias (barreiras técnicas e sanitárias). A principal barreira utilizada pelos países importadores para a carne suína brasileira contempla as questões sanitárias, figurando a febre aftosa como a principal barreira.

Atualmente, Mato Grosso está entre as 15 unidades da federação reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como livres de febre aftosa com vacinação. Por sua vez, o estado de Santa Catarina tem o reconhecimento internacional de região livre de febre aftosa sem vacinação (MAPA, 2011). Esse reconhecimento propicia a abertura de novos mercados para a carne suína catarinense e amplia assim a tendência de destinar a produção estadual ao mercado externo. Contudo, isso impede que a produção estadual atenda à demanda do mercado interno, pois o rebanho catarinense está em seu limite de expansão. Esse fato tem ocasionado um aceleramento dos movimentos migratórios para os estados onde a produção mais cresce no país, tais como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Associados à expansão do rebanho, vêm juntos abatedouros e frigoríficos para industrialização dessa carne suína.

2.3.5 Elo de consumo

Com relação ao consumo nacional, cerca de 83% da carne suína brasileira e seus derivados se destina ao abastecimento do mercado interno, indicando que a dinâmica da agroindústria do setor está diretamente relacionada ao comportamento do mercado consumidor doméstico e, em menor relevância, atrelado ao desempenho das exportações (IPARDES, 2002).

Segundo ABIPECS (2011), o consumidor brasileiro tem preferência por produtos processados, sendo que mais de 63% da carne suína comercializada no mercado nacional é consumida sob a forma de industrializados. Do total de carne suína consumida pelo mercado nacional, 37% são de carne in natura, 24% de linguiças, 12% de salsichas, 8% de mortadela, 5% de presunto, 4% de toucinhos, 4% de banha, 2% de salame e 4% de outros processados. Neste cenário, os grandes frigoríficos, buscando fugir da concorrência do mercado de carne in natura, têm se inserido no mercado de produtos industrializados, adotando estratégias de diferenciação do produto e agregação de valor a ele.

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Ao contrário do perfil mundial, o consumo nacional de carne suína é inferior ao das carnes bovina e de frango. Segundo Weydmann et al. (2011), o baixo consumo per capita nacional da carne suína decorre de uma série de fatores como o consumidor considerar que a carne suína apresenta elevados níveis de gordura, colesterol e fatores prejudiciais à saúde, além da concorrência de produtos substitutos (carne bovina e de frango), a baixa renda dos consumidores e a oferta de carnes não certificadas fornecidas por abatedouros clandestinos.

Nos últimos anos, o consumidor tem alterado seus hábitos alimentares, revelando tendência em consumir produtos com baixos níveis calóricos e de gordura, além de buscar alimentos de fácil manuseio e cozimento. Essas mudanças nos hábitos de consumo têm exigido dos frigoríficos maior controle sobre a matéria-prima utilizada. Para isso, as grandes empresas vêm estabelecendo contratos de integração com os produtores com o objetivo de aumentar a eficiência, padronizar o rebanho e reduzir custos em decorrência dos ganhos de escala (Veloso, 1998). Além disso, estão sendo desenvolvidas linhagens genéticas com menores níveis de gordura.

Com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo IBGE, ao comparar a mudança do hábito de consumo das famílias entre os anos de 2002 e 2008, observa-se uma queda na aquisição domiciliar per capita de carnes, fato influenciado pela queda no consumo de carne suína, pescados e aves. De modo contrário, a aquisição de carne bovina e de outros animais registrou elevação. A carne suína tem maior participação nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto no Nordeste e Norte, a carne suína tem consumo inferior aos pescados (Miele, 2011).

Outrossim, o mercado de carne suína vem exibindo tendência de queda no consumo da carne in natura e aumento do consumo de processados. Além disso, em todas as regiões do país, à medida que a renda das famílias se eleva, os consumidores passam a adquirir mais produtos de maior valor agregado, como presunto e cortes de carne in natura. De modo contrário, produtos processados como linguiça e mortadela não sofrem tanta influência da renda ou até mesmo têm o consumo reduzido a partir de faixas de renda intermediária (Miele, 2011).

2.4 Direcionadores de competitividade da carne suína em Mato Grosso

Nesse subitem, são discutidas algumas políticas de crédito e incentivo fiscal direcionadas à suinocultura estadual.

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2.4.1 Programas e políticas setoriais

O Programa Granja de Qualidade foi instituído pelo Governo do Estado pela Lei Estadual nº 6.647, de 07 de julho de 1995, e regulamentado pelo Decreto nº 888, de 15 de maio de 1996. O programa oferece ao suinocultor cadastrado um incentivo financeiro de 66,66% no ICMS, incidente sobre o valor de venda de cada animal abatido em frigorífico credenciado. Esse incentivo pode ser usufruído pelo suinocultor por um prazo de dez anos. O programa tem como objetivo promover e estimular a suinocultura estadual, implementando o uso de altos padrões de qualidade na produção, com o intuito de atender às exigências dos consumidores nacionais e internacionais.

Os abatedouros participantes do programa devem se credenciar junto ao Conselho de Desenvolvimento Agrícola do Estado de Mato Grosso (CDA/MT) e estar devidamente registrados no SIF ou SISE. O frigorífico é o responsável pelo pagamento do incentivo financeiro ao produtor e pode utilizá-lo como crédito do ICMS. No entanto, o suinocultor deve destinar 15% do valor total recebido de incentivo financeiro para o Fundo de Apoio à Suinocultura Mato-grossense (FASM). O recurso destinado a FASM é aplicado em controle e erradicação de doenças, treinamento e qualificação de mão de obra, promoção de eventos, investimentos de interesse coletivo, saneamento, prevenção de doenças e preservação ambiental.

Em 2008, o efetivo do rebanho inscrito no programa foi de 420 mil suínos, com elevação de 72% nos últimos dez anos. Deste total, as matrizes suínas representam aproximadamente 10% do rebanho atendido (Figura 6).

Figura 6 - Rebanho e matrizes de suínos do programa Granja de Qualidade, de Mato Grosso, 1999 a 2008, em mil cabeças.   Fonte: SEPLAN (2010). 0 100 200 300 400 500 600 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Matrizes Rebanho Total

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2.4.2 Disponibilidade de crédito rural

Nesta seção, discute-se a disponibilidade de crédito rural para a suinocultura. O Crédito Rural, institucionalizado pela Lei nº 4.829, de 1965, e regulamentado pelo Manual de Crédito Rural (MCR), de 1979, e atualizações, tem como finalidade o financiamento da atividade agropecuária. O crédito possui linhas de financiamento concedidas a produtores e cooperativas do setor suinícola destinadas a custeio, investimento e comercialização.

Em 2010, o volume de crédito alocado no setor de suínos atingiu 1,59 bilhão de reais, concedidos pela aprovação de 46.487 contratos. Desse total, 77,3% do recurso foi destinado a custeio, 13,7% a investimento e 9,0% à comercialização.

As linhas de financiamento com a finalidade de custeio destinam-se à criação e beneficiamento ou industrialização de suínos. Do ano 2000 para 2010, houve uma redução de 17,6% no número de contratos de custeio concedidos, passando de 8.835 para 7.277 contratos. Entretanto, no mesmo período, o volume de crédito concedido elevou-se 593,4%, passando de 178,1 milhões de reais para 1,23 bilhões.

Com relação ao volume de crédito financiado em 2010, os principais estados a acessar essa forma de financiamento foram Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com 47,0%, 17,6% e 9,6% do total financiado, respectivamente. O volume concedido a Mato Grosso corresponde a 0,4% do nacional. Para o estado, foram concedidos apenas 29 contratos, no total de 5,4 milhões de reais, com elevação de 205,5% na última década.

Tabela 8 - Número de contratos de financiamento concedidos a produtores e cooperativas para custeio, 2000 a 2010, em unidade.

Estados 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Santa Catarina 2.911 2.760 3.427 2.607 2.276 2.226 2.683 2.799 2.578 2.601 2.391 Rio Grande do Sul 4.324 5.205 5.164 4.003 3.300 3.097 3.211 3.130 2.889 2.968 2.831

Paraná 612 762 911 620 652 868 1.038 1.031 944 878 908

Minas Gerais 229 211 383 281 255 291 424 465 493 469 464

Mato Grosso 82 119 92 100 81 70 45 40 37 28 29

Brasil 8.835 10.147 10.902 8.268 7.259 7.297 8.449 8.326 7.682 7.687 7.277 Fonte: BACEN (2011).

O valor médio nacional dos contratos de custeio é de 169,7 milhões de reais. Mato Grosso teve o segundo maior valor médio do financiamento, com 188,7 milhões de reais, atrás apenas de Santa Catarina, com 242,7 milhões de reais.

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Tabela 9 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para custeio, 2000 a 2010, em milhões de reais.

Estados 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Santa Catarina 80 141 151 175 206 229 255 379 360 531 580

Rio Grande do Sul 48 70 91 93 114 111 125 195 172 172 218

Paraná 23 49 39 62 39 55 95 95 126 105 119

Minas Gerais 8 9 17 14 12 13 30 57 47 42 46

Mato Grosso 2 3 2 3 3 3 2 3 4 3 5

Brasil 178 320 337 383 409 447 562 801 826 983 1.235

Fonte: BACEN (2011).

A linha de financiamento com a finalidade de investimento é destinada à aquisição de suínos, aquisição ou importação de reprodutores e à compra de equipamento. O volume de crédito financiado elevou-se em 803,1% nos últimos dez anos, passando de 27,3 milhões de reais para 219,5 milhões de reais. Em 2010, os estados com maior acesso ao crédito para investimento foram Santa Catarina 26,9%, Paraná 22,8% e Rio Grande do Sul 16,8%. Os suinocultores mato-grossenses financiaram apenas 288 milhões de reais, o equivalente a 0,1% do financiamento nacional.

Tabela 10 - Número de contratos de financiamento concedidos a produtores e cooperativas para investimento, 2000 a 2010, em unidade.

Estados 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Santa Catarina 592 337 389 207 111 420 322 434 510 720 695

Rio Grande do Sul 181 399 443 187 231 219 435 467 574 710 633

Paraná 472 636 659 196 158 315 348 232 211 222 428

Minas Gerais 44 2.068 6.103 5.827 10.797 17.330 22.189 16.417 10.551 7.677 4.525

Mato Grosso 9 8 12 15 14 53 109 70 19 31 80

Brasil 1949 10.692 23.021 17.654 43.185 77.308 11.8335 73.722 40.008 41.289 36.366 Fonte: BACEN (2011).

O valor médio nacional dos contratos de investimento é de 6 mil reais. Entre os estados com maior valor médio de contrato, estão Paraná, 116,8 mil reais, Santa Catarina, 84,9 mil reais e Rio Grande do Sul, 58,4 mil reais. O valor médio dos financiamentos para investimento de Mato Grosso é inferior à média nacional, 3,6 mil reais em 2010.

Tabela 11 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para investimento, 2000 a 2010, em milhões de reais.

Estados 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Santa Catarina 10 8 11 6 3 11 9 19 29 89 59

Rio Grande do Sul 3 8 9 3 5 4 9 12 36 39 37

Paraná 9 14 18 5 3 8 13 17 28 19 50

Minas Gerais 1 4 5 5 9 15 19 26 20 16 11

Mato Grosso 0 0 0 0 0 5 1 0 0 0 0

Brasil 27 41 56 34 45 107 124 129 155 223 220

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A linha de financiamento concedida com a finalidade de comercialização destina-se à pré-comercialização de suínos, desconto (NPR e DR), Linha Especial de Crédito e CPR para carne suína. Em 2010, o volume total de crédito sacado nesta modalidade foi de 143,9 milhões de reais, para um total de 2.844 contratos. Os maiores volumes de crédito foram acessados pelos suinocultores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais, representando 39,8%, 37,7% e 11,7% do volume financiado, respectivamente. Neste contexto, em 2010, os suinocultores mato-grossenses não acessaram essa linha de financiamento e nos últimos anos o volume financiado com a finalidade de comercialização vem sendo reduzido.

O volume médio de financiamento para comercialização foi de 50,6 mil reais. Entre os estados com maior acesso ao financiamento, destacam-se Minas Gerais, 337,8 mil reais e Santa Catarina, 142,2 mil reais. Os suinocultores de Mato Grosso não apresentam um histórico constante e relevante na aquisição de financiamento com a finalidade de comercialização (Tabela 12).

Tabela 12 - Valor total do financiamento concedido a produtores e cooperativas para comercialização, 2000 a 2010, em mil reais.

Estados 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Santa Catarina 32 32 28 25 44 59 131 30 7 59 54

Rio Grande do Sul 2 3 3 2 7 10 22 18 34 47 57

Paraná 0 0 0 0 3 6 2 5 1 41 1

Minas Gerais 0 0 0 0 9 15 13 14 3 16 17

Mato Grosso 4 2 0 2 8 4 5 1 0 1 0

Brasil 39 37 32 31 74 101 176 71 45 174 144

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