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Os anos iniciais da cafeicultura no Sul de Minas: apontamentos da imprensa regional ( ) Carolina Messias Cação*

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Academic year: 2021

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1 Os anos iniciais da cafeicultura no Sul de Minas: apontamentos da imprensa regional (1870-1890)

Carolina Messias Cação*

Resume: The southern region of Minas Gerais was during the nineteenth century, the highlighted area of diversified agriculture, mainly on the supply of the Court. The cattle and swine, dairy production, rum, tobacco, textiles and large volumes of cereals and cotton dominated the regional productive staff. In the last quarter century, however, the coffee began to come in several counties in southern Minas, causing changes in farming systems and farmers' wealth. At the turn of the twentieth century and the first three decades of the nineteenth century, the region became agro-export of coffee and more coffee pole of Minas Gerais. . The communication goal is to examine how the regional press, with its almanacs and journals, reporting and sought to understand this economic transition, and what kinds of discussions around the coffee were then locked in the pages of newspapers in South miners.

Palavras-chave: Agricultura diversificada – Cafeicultura- Sul de Minas - Diversified agriculture - coffee - South of Minas Gerais.

Durante o século XIX, a agricultura diversificada teve grande importância na região do Sul de Minas, o fumo, a cana (e seus derivados), o algodão, a pecuária bovina e suína, e os cereais, dominavam a produção regional. Porém a partir da década de 1870, o café passa a fazer parte da paisagem sul mineira, com uma produção ainda pequena, perto do que viria a ser na virada para o século XX e em suas três primeiras décadas, onde a região se torna o maior polo cafeeiro de Minas Gerais.

As transformações econômicas, as novas demandas (mão de obra, transporte, especialização), a convivência com as atividades tradicionais da região e a resistência á novidade, surgiram com a expansão da cafeicultura e serão examinadas nessa comunicação, através dos jornais das cidades de Campanha, Itajubá, Ouro Fino, Jaguary (hoje

Camanducaia) e Pouso Alegre; e do Almanaque Sul Mineiro com foco nas Comarcas de: Itajubá, Três Pontas, e suas respectivas freguesias.

O Sul de Minas exerceu grande importância na agricultura mercantil de

abastecimento durante o século XIX, como assinalou Caio Prado Jr. (1972), destacando ___________________________

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2 principalmente a pecuária, que foi atraindo os mercados próximos (chegando mais tarde também em São Paulo) e substituindo os antigos fornecedores que vinham do Norte e do Rio de Janeiro.

A região contava com grandes proprietários, fazendas equipadas para as diversas atividades agropecuárias que exerciam, e empregados que se misturavam entre cativos e livres. Estes grandes proprietários formavam uma elite rural que alcançou prestigio social e político.

Ao analisar a estrutura das maiores unidades produtivas de Campanha, Marcos Ferreira de Andrade (2008), enfatiza a diversidade da produção do período (meados do século XIX). Segundo o autor, as fazendas sul mineiras se dedicavam ao plantio de cana e fabricação de açúcar, rapadura, aguardente, as lavouras de alimentos, um pouco de algodão e fumo, e à criação de animais (bovinos e suínos). O café aparecia raramente e em pequena quantidade. O destaque na agricultura de abastecimento, associada ao avanço da lavoura cafeeira, possibilitavam para a região uma renda expressiva, que além de estimular a demanda interna, permitiu a importação de grande número de escravos entre 1870 e 1880 à região, segundo Robert Slenes (1985).

A partir dos anos de 1870, a situação regional começa a mudar, com a introdução da cafeicultura, que em poucas décadas transforma a região numa área de ponta da agro exportação, obtendo papel de destaque na economia e na política mineira. Porém existem muitas divergências entre os estudiosos do assunto, no que diz respeito à introdução do café no Sul de Minas. Paul Singer (1968) acredita que a cultura sul mineira tenha se originado do Vale do Paraíba Paulista, expandindo-se através das cidades do sudoeste de Minas Gerais.

Alguns autores, porém, defendem que a cafeicultura no Sul de Minas, teve como origem a Zona da Mata, que até o começo do século XX representava mais de dois terços da produção cafeeira de Minas, segundo João Heraldo Lima (1981) que estuda as relações entre cafeicultura e industrialização nessa região. Em seu estudo ele cita a região do Sul de Minas como uma participação reduzida no total das exportações mineiras de café pelo porto de Santos, nos anos de 1890.

Roberto Borges Martins e Maria do Carmo Salazar Martins (1994) sugerem que a expansão do café no Sul de Minas, se deve à desorganização da produção cafeeira na Zona da Mata, após a abolição da escravidão, o que implicaria dizer que nos cafezais sul mineiros

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3 o trabalho era livre, quando na verdade o sistema agrário típico da agricultura mercantil de abastecimento permaneceu nas décadas finais do século XIX. Já Filleto (2000) não concorda com nenhuma das hipóteses e defende a ideia de que a lavoura cafeeira do Sul de Minas percorreu dois caminhos distintos, o que levou o café até o Vale dos Rios Sapucaí, Lourenço Velho, Verde e Grande vinha do Rio de Janeiro, já a cafeicultura do Rio Pardo (Poços de Caldas) vinha de São Paulo. São apenas suposições, que carecem de comprovações, através dos documentos locais existentes.

Alguns memorialistas também escreveram sobre a introdução da cultura cafeeira no Sul de Minas. De modo geral, eles convergem ao apontar as décadas de 1860 e 1870 como período de introdução do café na região, embora alguns apontem para outras datas como Moacyr Brêtas Soares (1940) que indica 1840 como data de introdução do café na cidade de Muzambinho, pelo fazendeiro José Alves do “Cafesal” que trouxe da Zona da Mata a primeira semente do “ouro verde” do local. Ainda segundo Soares, o café, foi inicialmente cultivado em fazendas com muitos escravos, e que foi gradualmente tomando o lugar da pecuária, da produção de cana e de alimentos, deixando-os em segundo plano.

Para Maria Lucia Prado Costa (2002) a expansão do café na região de Alfenas e Pouso Alegre ocorre nas décadas de 1860 e 1870, e foram os fazendeiros que já se

destacavam na região, e que já estavam há muito tempo estabelecidos em terras sul mineiras, que investiram na plantação dos cafezais. Sugerindo então que o financiamento da nova cultura provinha do acúmulo das atividades agropecuárias anteriores. Maria Lucia também afirma a convivência do trabalho escravo e o livre, na fase de implantação do café na região, e até da mão de obra imigrante nas duas últimas décadas do século XIX.

São muitas as divergências e as questões sobre a cultura cafeeira, e na região do Sul de Minas, que foi e ainda é uma importante área produtora do café, muita coisa ainda se tem para estudar. As fontes são as mais variadas, porém nessa comunicação, a fonte de pesquisa é a imprensa regional, mais especificamente os jornais da época.

O jornal Sul de Minas da cidade de Campanha, em edições que datam de 1859 e 1860, reclama do descaso com a lavoura, em um país que é totalmente agrícola, mas que enfrenta uma crise alimentícia, os alimentos (açúcar, feijão, farinha) estão sendo mandados por estrangeiros, em compensação os estrangeiros não querem vir trabalhar em um país, onde há concorrência com o trabalho escravo, a segurança e a propriedade são pouco

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4 garantidas. A reclamação continua, faltam trabalhadores, falta capital e as estradas são indignas!

Na mesma edição, porém uma noticia que parece ser uma tentativa de recuperar a situação ruim que vem enfrentando a lavoura. Na secretaria do Império repartiram-se

sementes de fumo, de café, e mudas de canas, de diversas qualidades, seguido de um pedido cheio de esperança de que o ano que se inicia (1860) seja melhor que o anterior. Essa noticia, confirma que realmente o café já estava presente na região na década de 1860, mesmo que seja em pequena escala.

Na década de 1870 ainda são poucas as notícias referentes ao café, encontradas nos jornais. Um tradicional jornal da cidade de Campanha, o Colombo, traz em algumas de suas edições de 1873 e 1874, anúncios de compra e venda de café. O local de venda dos produtos é a Praça do Mercado, onde além do café são anunciados diversos produtos como o fumo, o toucinho, o açúcar, o milho entre outros, ilustrando assim a convivência do café, com a agricultura diversificada, forte no período.

Para o ano de 1874, uma importante e completa fonte é o Almanaque Sul Mineiro deste mesmo ano, escrito por Bernardo Saturnino da Veiga. Usado nessa comunicação no que diz respeito as Comarcas de Três pontas e Itajubá.

A Comarca de Três Pontas era constituída pelos municípios de Alfenas que era a sede da Comarca e pelo de Três Pontas. No município de Alfenas destacava-se a falta de água potável perto do centro populoso, o que para o autor impedia o desenvolvimento mais rápido da cidade. A pecuária era o ramo mais importante do comércio local, junto com os gêneros alimentícios, o fumo e a cana. Porém, Alfenas já se destacava na produção do café, nos quintais das casas já se via plantações do grão, que produzia abundantemente, colhendo-se o equivalente a 3 arrobas da rubiácea, dado escolhendo-se que foi autenticado e registrado no Arquivo Municipal. Alfenas ficava a 78 léguas da Corte, mas com a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II que gradualmente estava aproximando as povoações sul mineiras, da capital do Império, segundo o autor, reduziu-se para 38 léguas. Como mostra o Almanaque, a região tem uma posição privilegiada no que diz respeito a sua hidrografia, já que o

município é banhado por diversos rios, os mais importantes são: o Sapuchay ao norte, e o Machado, nesses rios fez-se uso de barcos a remo, para a realização do comércio, e para o escoamento da produção com os municípios de Passos, Pouso Alegre, Itajubá e etc.

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5 O município de Alfenas na época contava com seis freguesias: São Sebastião do Areado, Santo Antonio do Machado, São Francisco de Paula do Machadinho, São Joaquim da Serra Negra, Carmo da Escaramuça e São João Baptista do Douradinho.

A freguesia de São Sebastião do Areado, contava com uma vasta e diversificada produção. Segundo o Almanaque, além dos gêneros comuns a todos os lugares de Minas (milho, feijão, arroz e mandioca), cultivava-se na freguesia a cana, para produção de açúcar e aguardente, possuía também engenhos movidos por água e bois. Alguns lavradores ensaiavam plantar centeio e trigo. O café já era cultivado na freguesia havendo mais de 150,000 pés plantados em prometedor estado, consta também o nome dos fazendeiros de café da cidade, que somam 7. Mas é o fumo, o produto cultivado em maior escala, e exportado para o Rio de Janeiro, junto com porcos vivos, e toucinho em pequena

quantidade. Criavam-se na freguesia gado, e abelhas que produzem mais de cem arrobas de cera, e eram utilizadas na indústria de velas do cidadão José Amâncio da Silva.

A freguesia de Santo Antonio do Machado tem como produto principal de sua exportação o toucinho. Os moradores do local se dedicavam a cultura, do milho, feijão, arroz, mandioca, mamona, algodoeiro, a cana, o tabaco e a parreira. Na freguesia já se encontravam plantados mais de 220 mil pés de café, dos quais a maioria já estava dando fruto, a qualidade do café é igualada pelo autor, ao das províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Bernardo Saturnino da Veiga assinala em um trecho do Almanaque, a importância da lavoura como base da riqueza pública, e que no momento era a única fonte de riquezas em qual se deveria pensar. Porém, ele critica o atraso no qual se encontrava a agricultura do país, em termos de processos agrícolas, transporte, e no aproveitamento das terras. Na freguesia de São Francisco de Paula do Machadinho a cultura principal era a do fumo e da cana, o produto principal de exportação eram os porcos.

São Joaquim da Serra Negra tem matas de excelente cultura e campos de criação, o rio Muzambo passava a meia légua da povoação. Cultivavam-se na freguesia em grande quantidade os cereais e o fumo, e já existiam grandes plantações de café. O fumo, os porcos, carneiros e bois, faziam parte da pauta de exportação do povoado. Um dado

interessante era a presença de fábricas de velas de ceras que eram exportadas aos municípios vizinhos. A freguesia de Carmo da Escaramuça não difere nos produtos produzidos pelas

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6 demais freguesias da Comarca, porém, a presença de pés de café não é notada, o forte da freguesia é a produção do vinho, a fabricação de tecidos e lãs, e as tentativas de melhorias nas lavouras já existentes, por parte dos fazendeiros.

Mais uma vez o autor criticará as condições precárias do Sul de Minas, como a falta de água próxima ao povoado, e a ausência de estradas, que segundo ele causam a segregação em relação ao resto do mundo, mantendo a região estacionada. A queixa parte desta vez em nome da freguesia de São João Baptista do Douradinho, que cultivava cana, fumo e o café, que junto com os bois, carneiros e porcos constituíam a pauta de exportação do lugar.

No município de Três Pontas que dá nome a Comarca, cultivava-se cereais, cana, fumo, açúcar, aguardente, algodão, e parreira com forte produção de vinho. O gado, o fumo, a aguardente e o açúcar, faziam parte da exportação do lugar. Carmo do Campo Grande é uma das freguesias do município, lá o plantio do café vinha se desenvolvendo e os que já haviam sido colhidos se igualavam em qualidade com o café fluminense. A cultura principal da freguesia era o milho que servia de alimentos aos porcos, que eram exportados para a Corte em grande escala. A outra freguesia do município é Espírito Santo da Varginha, que tinha um comércio com crescente desenvolvimento. Como produtos de sua exportação destacavam-se o fumo, a cana, o toucinho e o gado.

A Comarca de Itajubá é composta pelos municípios de Itajubá, São José do Paraíso e suas respectivas freguesias (1874). O município de Itajubá, contava com terras férteis, como todas do Vale do Sapuchay, rio que banha a cidade e de onde se esperava grandes vantagens com a chegada da navegação a vapor, assim como se esperava a construção de uma ferrovia, que beneficiasse o comércio local. Já fazia parte da cultura do município o café, junto com a cana e com o fumo, a cultura principal do lugar.

O município de Itajubá contava com quatro freguesias: Soledade de Itajubá e Santo Antonio do Pirangussú tinha como cultura principal o fumo, único produto de exportação, Soledade exportava cerca de 20 mil arrobas por ano. A criação de gado e de porcos era apenas para o consumo local.

As outras duas freguesias eram: São Caetano da Vargem Grande e Santa Rita da Boa Vista. Santa Rita tinha como produto principal da exportação o fumo, com 30 mil arrobas por ano, faziam parte também da pauta de exportação o toucinho, e porcos. Havia terra

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7 apropriada para a plantação do café, mas esta cultura ainda estava muito no começo, em ambas as freguesias.

O município de São José do Paraíso, pertencente à Comarca de Itajubá, contava com duas freguesias: Capivary e São João Baptista das Cachoeiras, além do distrito de Conceição dos Ouros (1874), eram comuns a todas essas localidades a cultura do fumo, como produto mais importante, e de toucinho para exportação. A cana e o café eram cultivadas em São José do Paraíso e São João Baptista das Cachoeiras porém ainda estavam no começo. O distrito de Conceição dos Ouros produzia além do fumo, cereais. Quando o autor fala sobre São João Baptista das Cachoeiras, as dificuldades da exportação dos produtos surge por falta de pontes no rio Sapuchay, principalmente nas épocas de cheia. Uma característica peculiar á São José do Paraíso, é a presença de uma grande fábrica de licores, vinhos e outros

produtos alcoólicos que pertencia aos Srs. Silva e Alvarenga. Muito se elogiavam os licores, e o vinho demonstrando um futuro promissor.

Fazendo uso dos jornais já da década de 1880, podemos acompanhar o crescimento do café no país, e sua presença constante na imprensa regional. O jornal Livro do Povo, da cidade de Pouso Alegre em sua edição de novembro de 1883, traz uma carta de um morador de Jacuhy (atualmente Camanducaia) com noticias do município e da região, onde descreve o plantio do café em grande escala, devido aos terrenos próprios e a força de vontade dos agricultores. A estrada que levava a Passos, passava pelo município, o que tornava o comércio naquela região intenso, a esperança do morador, era que quando os cafezais

estivessem totalmente formados, esse comércio prosperasse ainda mais. Neste mesmo jornal, consta uma noticia vinda do Jornal do Agricultor, que entre outros assuntos, trazia as

Cotações dos Cafés do Brazil nos mercados estrangeiros. O que já nos permite afirmar, que o café já fazia parte da pauta de exportação do país naquela época.

Eram comuns nos jornais desse período, anúncios de comissários de café, fumo e toucinho no Rio de Janeiro, que compravam e vendiam os mais diversos produtos.

A partir de 1887, é cada vez mais frequente nos jornais, noticias sobre escravos que estão sendo libertados. Em uma edição de janeiro de 1887 do jornal A verdade, chega do Rio de Janeiro a notícia de que 22 escravos que trabalhavam em um armazém de café foram libertados. Nesta mesma edição existe uma tabela exclusiva para o preço do café, por arroba e de acordo com sua qualidade.

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8 Com o crescimento acelerado da produção cafeeira, aumentam também as

necessidades, de melhoria na infraestrutura de sua produção, mão de obra e transporte. As ferrovias que vinham sendo construídas no período ainda não eram suficientes. Uma noticia publicada em fevereiro de 1887 no jornal A verdade, mostra que existiam planos de

construir duas ferrovias que beneficiariam tanto Itajubá como Pouso Alegre, uma delas é a do Valle do Sapuchay, a outra sairia de Caldas, e passaria também pela região. O jornal enfatizava a importância da construção de linhas férreas no local, que possuía grande

população, e lavoura intensiva, a ferrovia viria atender os interesses locais, e principalmente auxiliar no escoamento da produção, a exemplo do café, que posteriormente a construção das ferrovias, obteve significativa expansão comercial.

A modernização da lavoura cafeeira ocorre nos anos finais da década de 1880, porém encontra ainda muitas dificuldades, nota-se apenas uma noticia nos jornais pesquisados, de um abastado fazendeiro da Vargem Grande que compra uma importante máquina de

beneficiamento de café, investindo na modernização da lavoura cafeeira. Mesmo com o café se espalhando e crescendo por toda a região, muitos fazendeiros ainda se encontram presos à lavoura tradicional, como fica claro em uma noticia publicada no jornal A Gazeta de Ouro Fino, de janeiro de 1892, onde se lê sobre a importância da lavoura de cereais, e da pecuária bovina e suína no município, e que todos os produtos tem valor, não só o café, que a lavoura mista é que deve ser o interesse de todos. A notícia termina dizendo que há lavouras tão importantes e ricas quanto à cafeeira, e que a humanidade não vive só de café!

A imprensa regional da época oferece material significativo, sobre a agricultura diversificada, e aos poucos sobre o café, com mais frequência nas décadas de 1880 e 1890, quando o café já tem grande participação na produção local. Os recortes dos jornais

possibilitam acompanhar o processo de expansão da lavoura cafeeira no Sul de Minas em seus primeiros anos.

A resistência à nova cultura, a convivência do café com a agricultura diversificada forte na região, a infraestrutura precária de transporte e plantio, foram às primeiras

dificuldades que a cultura cafeeira enfrentou em seus anos iniciais na região. Aos poucos a planta vai ganhando espaço e investimento por parte dos fazendeiros, mas ainda estava muito longe da expansão e da importância que veio a ter nas primeiras décadas do século XX.

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9 Bibliografia

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10 Estrada de Ferro. A verdade, Itajubá, 24 de fevereiro de 1887. Disponível em:

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