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PALAVRAS CHAVE: Pesquisa de Campo; Geografia; Ensino Aprendizagem.

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Academic year: 2021

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A PESQUISA DE CAMPO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM: Uma experiência exitosa na Geografia Escolar

Iara Maria Soares Costa da Silveira Professora Doutora do Departamento de Geociências Universidade Estadual de Montes Claros/UNIMONTES

yara.mariasilveira@gmail.com

RESUMO

A pesquisa de campo é um recurso pedagógico imprescindível nas aulas de Geografia. Este instrumento é amplamente empregado pelos professores para diagnosticar dados e informações no âmbito da comunidade escolar, associando assim a teoria e a prática em prol do desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem. Dentro da abordagem geográfica faz-se necessário um planejamento conciso para a realização das pesquisas de campo, uma vez que, é primordial delimitar a área pesquisada, o seu objetivo e aplicabilidade, para que a pesquisa não fuja dos moldes de um trabalho empírico. Na perspectiva, o objetivo de presente artigo é analisar a pesquisa de campo como ferramenta de aprendizagem nas aulas de Geografia, a partir da investigação sobre a ocorrência da Dengue na comunidade escolar da Escola Estadual Antônio Canela/Montes Claros/MG. Buscando avaliar o potencial da pesquisa de campo por meio da investigação empírica, foi feito o acompanhamento da atividade prática no território da comunidade escolar supracitada, aonde professores, alunos e acadêmicos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID diagnosticaram a ocorrência da Dengue entre as famílias entrevistadas na área de abrangência da comunidade escolar em questão. Sendo a pesquisa de campo como uma prática investigativa e exploratória, a metodologia utilizada para alcançar e responder o objetivo proposto está pautado em autores que discutem sobre a importância da pesquisa de campo dentro das aulas de Geografia. Posteriormente, através de relatos de alunos e professores, foi possível analisar os pontos e contrapontos da pesquisa enquanto ferramenta de aprendizagem. Vale destacar que, emprego da pesquisa de campo para analisar a realidade do aluno, o seu local de vivência, aonde o mesmo mantém suas relações sociais é extremamente valioso, pois, por meio das suas vivências torna-se mais fácil referenciar o estudo dentro da abordagem geográfica. Nesse pressuposto, conclui-se que o saber extraescolar aliado ao cunho científico, pautado no cotidiano do aluno da Escola Estadual Antônio Canela foi com certeza uma experiência exitosa.

PALAVRAS CHAVE: Pesquisa de Campo; Geografia; Ensino Aprendizagem.

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O trabalho de campo instaura-se como um experimento científico que, como ferramenta de intermediação da teoria com a prática, conglomera os diversos campos do saber contextualizado de forma inter e multidisciplinar. Na Geografia, a técnica de trabalho de campo consiste em seus princípios gerais observar, analisar e descrever o espaço, seja ele macro ou micro, de acordo com a temática do estudo. Brasil (1998b, p. 126) informa que

[...] Esses trabalhos contemplam visitas planejadas a ambientes naturais, a áreas de preservação ou conservação, áreas de produção primária (plantações) e indústrias, segundo os diferentes planos de ensino do professor [...] Além de unidades de conservação, deve-se considerar a riqueza do trabalho de campo em áreas próximas, como o próprio pátio da escola, a praça que muitas vezes está a poucas quadras da escola, as ruas da cidade, os quintais das casas, os terrenos baldios e outros espaços do ambiente urbano, como a zona comercial ou industrial da cidade (BRASIL, 1998b, p. 126).

Na Geografia sua prática é bem antiga, vem quebrar o velho conceito que a disciplina é enfadonha, mnemônica, sem nexo e que está contida simplesmente como mais um conteúdo, que faz parte do currículo das Escolas. O trabalho de campo conseguiu romper boa parte desses paradigmas, pois vem rompendo com os diversos (pré) conceitos tidos como exaustivos, irreais e muitas vezes distantes das realidades escolares, os quais são expostos nos vários conteúdos desta ciência.

Assim, o trabalho de campo constitui-se hoje como imprescindível ferramenta de trabalho, versada em informações contextuais, que se interelacionam holisticamente em uma completa análise do espaço estudado, seja ele rural ou urbano.

Portanto, o trabalho de campo consiste numa experiência inusitada, o qual oportuniza o entendimento dos arranjos locais, interação com o meio, viver e pensar no individual para o coletivo. A partir de sua vivência traz para o público envolvido melhor visualização, compreensão e assimilação dos conceitos da Geografia expostos didaticamente na disciplina. Oliveira e Assis, (2009, P. 196) contribui para o presente estudo quando destaca que:

[...] A aula de campo é uma atividade extra-sala/extra-escola que envolve, concomitantemente, conteúdos escolares, científicos (ou não) e sociais com a modalidade espacial; realidade social e seu complexo amalgamado material e

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imaterial de tradições/novidades. É um movimento que tende elucidar sensações de estranheza, identidade, feiúra, beleza, sentimento e até rebeldia do que é observado, entrevistado, fotografado e percorrido.

Esses fatores rompem com o aspecto de disciplina inútil que busca somente descrever formas de relevo, nomes de rios, tipos de clima dentre outros de determinado local ou região. O trabalho de campo faz reviver ou refazer a história do espaço local de sociedades que atuaram ou atuam em determinado lugar. Nele, os envolvidos são induzidos aos questionamentos, opiniões, inferências e até mesmo mudanças de posturas a partir da prática vivida, que com certeza revitalizarão os princípios do cidadão participativo e cidadania tão sonhada. O estudo prático através do trabalho de campo é importante para a compreensão dos fatos e fatores naturais, socioeconômicos e político-ambientais dos participantes.

Diante da aplicabilidade do trabalho de campo, as ações e práticas pertinentes à teoria e a práxis foram intermediadas pelo Subprojeto Geografia/Promoção da Saúde fomentado pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID. A partir do Programa foi possível proporcionar parceria entre acadêmicos e discentes da educação básica para planejar e executar uma visita a campo considerada por todos exitosa voltada para a Promoção da Saúde no espaço escolar. Assim sendo, o objetivo de presente artigo foi o de analisar a pesquisa de campo como ferramenta de aprendizagem nas aulas de Geografia, a partir da investigação sobre a ocorrência da Dengue na comunidade escolar da Escola Estadual Antônio Canela/Montes Claros/MG.

Vale destacar que, o emprego da pesquisa de campo para analisar a realidade vivenciada pelo do aluno, aonde o mesmo mantém suas relações sociais é extremamente valioso no exercício dos temas geográficos, devido ao conhecimento prévio do espaço a ser pesquisado, de forma que seu envolvimento relacionando a teoria e a práxis, tornará o estudo mais dinâmico, eficiente e palpável. Como metodologia adotou-se a revisão bibliográfica a respeito da temática a ser pesquisada, inclusive a partir da mesma, proporcionou-se aos participantes aulas expositivas dialogadas, oportunidade que os mesmo tiveram para nivelar os conhecimentos para aplicá-los no exercício do trabalho de campo.

A seguir realizou-se o trabalho de campo, onde os participantes entrevistaram alguns moradores dos bairros que compõem a comunidade escolar, ou seja, bairro Jardim São Geraldo, São Geraldo, Mangues, Chiquinho Guimarães, Major Prates e Ciro dos Anjos. Por se

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tratar de uma área extensa, os acadêmicos do PIBID, alunos e professores foram divididos em quatro grupos o que facilitou a experiência empírica, alcançando assim, todos os bairros que compõem a comunidade escolar. O trabalho de campo constitui-se em uma das etapas para as intervenções dos pibidianos em prol da Promoção da Saúde no território local. A coleta de dados está sendo tabulada e após serão confeccionados gráficos e produções textuais para compor o portfólio das atividades propostas que serão apresentadas durante o período do Subprojeto Geografia/Promoção da Saúde na Escola Estadual Antônio Canela.

CONHECENDO O TERRITÓRIO DE ESTUDO DENTRO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DA DENGUE NA COMUNIDADE ESCOLAR

A necessidade de introduzir aulas práticas no ensino da Geografia Escolar é indiscutível, deste modo, os alunos da Escola Estadual Antônio Canela participaram de pesquisas à campo voltadas para a prevenção e combate a Dengue dentro de uma abordagem educativa no território da comunidade escolar. Por meio da observação, os discentes conheceram a realidade das condições de saúde dos bairros pertinentes à comunidade escolar. Como afirma Cavalcanti (2005, p. 32):

Tais ações (práticas sócio-construtivistas na escola) devem por o aluno, sujeito do processo, em atividade diante do meio externo, o qual deve ser “inserido” no processo como objeto de conhecimento, ou seja, o aluno deve ter com esse meio (que são os conteúdos escolares) uma relação ativa, uma espécie de desafio que o leve a um desejo de conhecê-lo.

Na intervenção proposta pelos grupos envolvidos, buscou-se na prática de campo, reconhecer um pouco mais da realidade sobre a Dengue através de entrevistas realizadas junto aos moradores. Conduzir os alunos a conhecer as condições de combate e prevenção da Dengue no seu cotidiano remeteu-se à compreensão crítica da realidade vivida. Desta forma, foi possível aprimorar a leitura do espaço geográfico local, dentro de uma abordagem estimulante, saindo da neutralidade da Geografia transportando os conhecimentos apreendidos para os conteúdos afins desta disciplina que em seu teor está comprometida com a preservação ambiental e com a justiça social, não omitindo as tensões e contradições do espaço vivenciado. (VESENTINI 2004, p.225)

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As figuras 01 e 02 referem-se as pesquisas executadas pelos alunos da Escola Estadual Antônio Canela nos bairros Ciro dos Anjos e Chiquinho Guimarães

Figura 02: Entrevistas nas Residências Fonte: PIBID Antônio Canela

  Figura 01: Entrevistas nas Residências

Fonte: PIBID Antônio Canela

Nas figuras 03 e 04 a professora supervisora do PIBID-Subprojeto Geografia/Promoção da Saúde oportuniza aos alunos uma reflexão do espaço visitado, abordando sobre as questões do lixo X cultura X Educação Ambiental, relacionando esses conteúdos com a promoção da saúde e com a responsabilidade social de cada morador da comunidade escolar Antônio Canela.

Figura 03: Análises do Espaço Local Fonte: PIBID Antônio Canela

A Geografia é ciência dinâmica, tem vida própria, apesar de suas interações com outras ciências humanas, todavia é necessário entender que é preciso ir além de meras reflexões, torna-se necessário descreve-las, utilizando referenciais vivos, localizando-os.

Figura 04: Visão Detalhada do Espaço Local Fonte: PIBID Antônio Canela

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De acordo com Pontuschka (2004) em qualquer local escolhido para se concretizar o estudo do meio, é preciso enxergá-lo in locun, analisando-o geograficamente, porque não há lugares privilegiados, em contrapartida não existe um lugar totalmente pobre. Portanto, dialogar com o espaço, com a paisagem, analisar os problemas existentes na vida da população local é valioso num estudo onde os alunos o conhecem e dele participam. A autora afirma que:

A escola, o córrego, a população de um bairro, o distrito industrial, um parque, uma reserva florestal, um shopping, um hipermercado, a chácara vizinha são elementos integrantes de um espaço, que podem ser pontos de partida para um raciocínio geográfico (Pontuschka, 2004 p.260).

Além da pesquisa, os alunos e acadêmicos do PIBID puderam verificar in locun a distância existente entre a aplicabilidade da teoria ensinada e a prática experimentada, pois todos aprendem sobre os princípios corretos dos diversos usos no espaço concernentes à Educação Ambiental, porém conforme as figuras 05 e 06 essas práticas não são executadas. Nos bairros visitados visualizou-se muito resíduos nas ruas e quintais, onde ficou explicito para os participantes da pesquisa que a cultura dos moradores locais está distante do ideal proposto para um exercício cidadão. Foi possível verifical a falta de respeito e cuidado com o lugar habitado,

Figura 05: Análises do Espaço Local Fonte: PIBID Antônio Canela

Sendo assim, é imprescindivel nos artefatos da promoção da saúde um compromisso social e local dos moradores com o lugar. A idéia do significado do lugar tão defendida por Tuãn (1983), local tão sonhado, esperado, cuidado, percebido através de emoções,

Figura 06: Visão Detalhada do Espaço Local Fonte: PIBID Antônio Canela

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infelizmente encontrou-se distante do meio pesquisado. O sentimento de mudanças de posturas ficou evidente no olhar e na fala dos alunos. O que pode-se afirmar que a pesquisa de campo cumpriu seu objetivo, quando o aluno se sente responsável em assumir o exercício de uma cidadania individual nas possíveis mudanças dos espaços em que habitam e usufruem.

A família de cada aluno da comunidade escolar torna-se responsável pelas mudanças locais, na convivência dos moradores com o meio ambiente. Para os acadêmicos pibidianos essa será a grande porta de entrada na execução das estratégias do PIBID. No trabalho de Campo ficou evidente que a distância escola e família devem ser rompidas gradativamente e com responsabilidade, se os participantes da comunidade escolar romperem esses paradigmas, com certeza a Dengue será uma história do passado.

CONCLUSÕES PARCIAIS

 

Como recurso didático, o trabalho de campo constitui-se como momentos em que os alunos tiveram oportunidade de observar o que foi discutido nas aulas expositivas dialogadas, direcionando-os para análises perceptivas das realidades locais, transformando espaços simples em território de investigação.

Foi importante o envolvimento dos alunos como pesquisadores incipientes quando o olhar de cada um favoreceu reflexões, análises descritivas, a partir dos relatos individuais que se tornaram pensamentos coletivos. Deixou-se para trás a função de meros ouvintes, iniciando-se assim, outra etapa, de cidadãos participantes e comprometidos na medida do possível com espaço que habitam.

Na oportunidade, esclarece-se que a mesma atividade foi desenvolvida nos seis bairros que compõem a comunidade escolar pesquisada, todavia, a produção textual só apresentou algumas iconografias parciais dos bairros Ciro dos Anjos e Chiquinho Guimarães, que juntamente com o bairro Mangues são as áreas que apresentam maiores índices de insalubridades.

Em suma, a metodologia do trabalho de campo com o foco no território da comunidade escolar Antônio Canela na abordagem Geografia/Promoção da Saúde, facilitou a visualização e assimilação dos diversos conteúdos que envolvem a Dengue, associando-os à teoria e a práxis.

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REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998b.

CAVALCANTI, L. de S. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2005

PONTUSCHKA, N. N. O conceito de estudo do meio transforma-se... em tempos diferentes, em escolas diferentes, com professores diferentes. In: VESENTINI, J. W. O ensino de geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004. p. 249 -288.

VESENTINI, J. W. O ensino de geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004.

OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de; ASSIS, Raimundo Jucier Sousa de. Travessias da aula em campo na Geografia escolar: a necessidade convertida para além da fábula. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 1, p 195-209, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br> Acesso em Agosto de 2014.

TUAN, Y. F. Espaço e lugar. São Paulo: Difel, 1983.

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