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ESTIMATIVA DE CARACTERÍSTICAS COMERCIAIS EM DIFERENTES GENÓTIPOS DE CENOURA

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Academic year: 2021

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ESTIMATIVA DE CARACTERÍSTICAS COMERCIAIS EM

DIFERENTES GENÓTIPOS DE CENOURA

Fábio Augusto Manetti1; Norberto da Silva1; Renata Rodrigues Silva1; Max Leal Bispo1; Juliana Iassia Gimenez 1

1

UNESP, Dept° de Produção Vegetal - Horticultura, Botucatu. Caixa Postal 237, CEP 18610-307 – SP. e-mail: fmanetti@fca.unesp.br, secdamv@fca.unesp.br, rrs@fca.unesp.br, mlbispo@fca.unesp.br, julianaiassia@gmail.com

RESUMO

Este trabalho foi realizado na Fazenda Experimental de São Manuel sob cultivo à campo com o objetivo de avaliar características de diversas cultivares de cenoura. Foram avaliadas vinte e nove cultivares e híbridos em comparação com nove populações do grupo Brasília no delineamento em blocos ao acaso, com duas repetições. Na colheita, utilizaram-se dez raízes por repetição e as características avaliadas foram: 1- peso comercial de raiz; 2-comprimento de raiz; 3- índice de cilindricidade. Para peso comercial de raízes, a cultivar Brasília foi a que apresentou a maior média. Para o comprimento de raízes, a cultivar Yellowstone foi a que apresentou a maior média. Para o parâmetro índice de cilindricidade a cultivar Bejo 2724 foi a que se destacou, pois apresentou o índice mais próximo de 100,0 sendo considerada mais cilíndrica.

PALAVRAS-CHAVE: Daucus carota L., peso

comercial de raízes, comprimento de raízes, índice de cilindricidade.

ABSTRACT

Estimate of commercial characteristics in different genotypes of carrot

This work was conducted at Experimental Farm of San Manuel in field aiming to evaluate characteristics of various carrots cultivars. Twenty-nine cultivars and hybrids were evaluated compared with nine Brasília group population design in randomized blocks with two replications. At harvest, ten roots were used per replicate and the characteristics were: 1 - commercial weight, 2 - root length, 3 – roundness index. For commercial weight of roots, the Brasilia cultivar presented the highest average. For the length of roots, the Yellowstone cultivar presented the highest average. For the parameter roundness index the cultivar Bejo 2724 was to be highlighted, as had the closest index of 100,0 is considered more cylindrical.

KEYWORDS: Daucus carota L., commercial

weight of roots, root length, roundness index.

INTRODUÇÃO

A cenoura (Daucus carota L.) é uma dicotiledônea pertencente à Ordem Apiales e a Família Apiaceae, conhecida em todo mundo, sendo nos países de clima temperado uma das raízes comestíveis de maior importância. No Brasil ela é cultivada em larga escala nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. É originária da Ásia Central, sendo a Índia e o Afeganistão os mais importantes centros de origem (George, 1985).

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A cenoura estabeleceu uma rota de dispersão que era a predominante no século XV e compreendia o Oriente Médio e as Costas do Mediterrâneo até a Europa (Shinohara, 1984). A parte utilizável é a raiz pivotante, tuberosa, carnuda, lisa, reta e sem ramificação, de formato cilíndrico ou cônico e de coloração alaranjada com comprimento e diâmetro, variando de 15 a 20 cm e de 3 a 4 cm, respectivamente, sendo estas as características preferidas pelo mercado consumidor brasileiro (Vieira et al.,1997). Possui elevado teor de betacaroteno, precursor da vitamina A, e é considerada a melhor fonte vegetal dessa vitamina (Filgueira, 2003).

Cultivares de verão, como Brasília e as do grupo Kuroda, adaptam-se bem às chuvas e temperaturas elevadas; já as de inverno, como as do grupo Nantes, produzem melhor sob temperaturas amenas ou frias, entre 16 e 20 °C (Souza & Resende, 2003).

McCollum (1971), estudando cultivares de cenoura, na tentativa de determinar valores de correlação entre algumas características da raiz, verificou que, em geral, a massa da raiz da cenoura é correlacionada diretamente com o diâmetro e inversamente com o comprimento e o índice de cilindricidade.

Em função das considerações expostas, este trabalho teve por objetivo avaliar características comerciais tais como: peso comercial e comprimento de raízes e o seu respectivo índice de cilindricidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido na Fazenda Experimental de Ensino Pesquisa e Produção de São Manuel, SP, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas, Campus de Botucatu/UNESP, cujas coordenadas geográficas são 22º44’50’’ de latitude Sul e 48º34’00’’ de longitude Oeste de Greenwich e altitude de 765 metros Espíndola et al (1974).

Segundo Espíndola et al (1974), o clima da região é mesotérmico, CWA (subtropical úmido com estiagem no período de inverno). A temperatura média anual é de 21º C. O solo utilizado no experimento foi classificado por Espíndola et al (1974) como Latossolo Vermelho Escuro, fase arenosa, denominado pela nomenclatura do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999) como LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Típico.

O preparo do solo foi realizado dentro dos procedimentos convencionais e de rotina utilizados para a cultura e constou de gradagem pesada e encanteiramento.

A adubação de plantio utilizada foi 1000 kg/ha, no sulco, da formulação 4-14-8, não sendo necessário fazer calagem. A semeadura foi realizada em 11/05/2007, utilizando-se aproximadamente 1,0 g de sementes por metro de sulco.

Os canteiros foram cobertos com bagacilho de cana através de distribuição mecanizada, deixando uma camada de 10 a 15 mm de espessura, para o controle de plantas daninhas até que ocorresse a emergência das plântulas. Em cobertura utilizou-se 500 kg/ha de uréia um mês após a semeadura e aos 53 dias após a primeira cobertura. Foram feitos desbastes aos 25 e 46 dias após a emergência, deixando-se o espaçamento aproximado de 5,0 cm entre plantas, dentro da linha.

O sistema de irrigação utilizado foi por aspersão. Os demais tratos culturais foram os usualmente empregados na cultura.

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Utilizaram-se vinte e nove cultivares e híbridos em comparação com nove populações do grupo Brasília (Tabela 1) com duas repetições e o delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com sessenta plantas por parcela.

A colheita foi feita 120 dias após a semeadura, com exceção das populações de Brasília que, por serem mais precoces, foram colhidas aos 100 dias após a semeadura.

Foram realizadas avaliações, sendo amostradas em cada parcela 10 raízes ao acaso, obtendo-se os valores individuais correspondentes às características: peso comercial de raízes (g), comprimento de raízes (cm) e índice de cilindricidade - obtido a partir da massa, diâmetro e comprimento da raiz de acordo com Ikuta e Vencovsky (1971) utilizando a expressão índice de cilindricidade (IC), onde, IC = (m/ð r2c)x100, onde m = massa da raiz (g), r = raio da raiz (cm) e c = comprimento da raiz (cm). Os valores de IC devem estar entre 33,33 e 100,0. Quanto mais próximo de 100,0 for o valor de IC, mais cilíndrica é a raiz.

Os dados foram submetidos à análise de variância sendo a significância dos quadrados médios testada pelo teste de F ao nível de 5% de probabilidade e a comparação entre as médias foi realizada pelo teste de Scott & Knott.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as avaliações feitas obtiveram ótima precisão, pois os valores do coeficiente de variação foram de 15%, 5,75% e 5,37%, respectivamente para peso comercial de raízes -PCR, comprimento de raízes - CR e índice de cilindricidade - IC (Tabela 2).

Para peso comercial de raízes, (Tabela 2) as cultivares que apresentaram as maiores médias foram Brasília, Nantástico, Juliana e Napolitana, e respectivamente. Para ‘Brasília’ na semeadura de outono-inverno Brune et al., (1988) obtiveram maior peso comercial de raízes com 49,41g se tratando de materiais com características segundo os padrões comerciais.

O resultado obtido encontra-se segundo esses padrões que estão compreendidos entre 17 a 25 cm (Finger et al., 2005).

Para a característica comprimento de raízes, das trinta e oito cultivares avaliadas nove delas apresentaram valores significativamente maiores, no intervalo de 20,3 a 22,7 cm.

Para índice de cilindricidade, observa-se que a cultivar Bejo 2724 foi a que apresentou valor mais próximo de 100,0 com uma média de 78,4 e, portanto, raízes mais cilíndricas (Tabela 2). A presença de raízes cilíndricas é uma característica importante em razão de o mercado brasileiro preferir este formato de raízes.

O formato da raiz é influenciado por fatores ambientais, o que torna a seleção bem mais difícil. Para essa seleção devem-se ter padrões de cultivares com diferentes formatos, além de um cuidado especial quanto à irrigação e textura do solo que pode influenciar nesta característica (Pinto, 1977).

Pode-se concluir que as cultivares Napolitana e Yellowstone obtiveram valores maiores de peso comercial e comprimento de raízes, respectivamente. Já para a característica índice de cilindricidade, a cultivar Bejo 2724 obteve a média de 78,4, ou seja, a que mais se aproximou de 100,0, indicando ser a mais cilíndrica Ikuta e Vencovsky (1971).

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CAPES pela concessão de bolsa para os alunos de pós-graduação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUNE, S.; RIBEIRO, V. Q.; BATISTA, H. M. Comportamento de cultivares de cenoura. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 6, n. 1, p. 13-14, 1988.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA, 1999. 412p.

ESPÍNDOLA, C. R.; TOSIN, W. A. C.; PACCOLA, A. A. Levantamento pedológico da Fazenda Experimental de São Manuel. In; CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 14., 1973, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1974. p. 650-651.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2003. 412 p.

FINGER, F. L.; DIAS, D. C. F. S.; PUIATTI, M. Cultura da cenoura. In: FONTES, P. C. R. (Ed.) Olericultura: teoria e prática. Viçosa, MG: Editora UFV, 2005. p. 371-384.

GEORGE, R. A. T. Vegetable seed production. London: Longman, 1985. 318 p.

IKUTA, H.; VENCOVSKY, R. Seleção e avaliação do formato de raiz em cenoura (Daucus carota L.) Kuroda Gossum. Revista de Olericultura, Santa Maria, RS, v. 11, p.49-50, 1971. McCOLLUM, G. D. Greening of carrot roots (Daucus carota L.): estimates of heritability and correlation. Euphytica, Springer Netherlands, v. 20, n. 4, p. 549-560, 1971.

PINTO, C. A. B. P. Melhorameto de hortaliças. Piracicaba: USP, ESALQ, 1977. 319p. (Apostila). SHINOHARA, S. Carrot: simple variety seed production. In:_Vegetable seed production technology of Japan elucidated with respective variety development histories, particulars. Tokio:Shinoara’s Authorized Agricultural Consulting Engineer Office, 1984. p. 269-304.

SOUZA JL; RESENDE P. 2003. Manual de Horticultura Orgânica. Viçosa: Aprenda Fácil. 564p. VIEIRA, J.V.; PESSOA, H.B.S.V.; MAKISHIMA, N. Cultivo da cenoura (Daucus carota L.). Brasilia: Embrapa Hortaliças, 1997. 19 p. (Instruções Técnicas, 13).

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Tabela 1. Cultivares utilizadas [Cultivars used]. São Manuel/SP, outono-inverno de 2007.

Cultivares

Parmex – Thompson & Morgan Nantastico (Híbrido) ABK - Bejo Napolitana (Híbrido) Babylong – Nickerson-Zwaan Juliana (Híbrido) Roletto - Bejo Brasília

Samson - Bejo Bejo 2724 (Híbrido) Forto - Seminis Nikki (Híbrido) Scanex - Hortec Nappa (Híbrido) Bull – Nickerson-Zwaan Nairobi (Híbrido) Oranza Nantes – Hortec Romosa Shinkuroda – O. Enke Laros Amabigin – Seminis (Híbrido) Vita longa Brasília RL – Sakata

Kuroda 2 Brasília Isla Chantenay Brasília – Hortec

Rola Brasília alta seleção – Top Seed De Flakee HT – 2000 – Hortec

Joba pel. K Londrina – 2002 – FCA - Botucatu Farba Londrina – 2004 – FCA - Botucatu

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Tabela 2. Médias gerais de diferentes características avaliadas. [General averages of different characteristics

evaluated]. São Manuel/SP, outono-inverno de 2007.

Progênies PCR (g) CR (cm) IC X=D2 Parmex 36,3 a 5,2 a 70,4 g 3,5 ABK 23,5 a 17,6 d 78,0 i 1,5 Babylong 28,1 a 15,8 c 75,9 h 1,7 Roletto 27,5 a 15,6 c 74,4 h 1,7 Samson 91,6 b 17,2 d 73,0 g 3,1 Forto 100,0 b 19,4 d 71,3 g 3,0 Scarnex 84,0 b 16,1 c 72,9 g 3,0 Bull 98,2 b 18,7 d 76,2 h 3,0 Oranza 89,2 b 19,2 d 67,0 e 3,0 Romosa 94,3 b 19,1 d 69,9 f 3,0 Laros 100,1 b 20,3 e 71,3 g 2,9 Vita longa 123,2 c 19,2 d 63,0 d 3,5 Kuroda 2 97,6 b 16,1 c 61,1 c 3,5 Chantenay 85,9 b 12,3 b 58,9 b 3,9 Rola 132,2 c 15,1 c 59,9 b 4,3 De Flakee 98,6 b 19,9 d 60,3 c 3,2 Joba pel. K 94,6 b 20,3 e 62,6 d 3,1 Farba 100,0 b 19,9 d 62,1 d 3,2 Yellowstone 114,6 b 22,7 e 67,6 e 3,1 Nantastico (Híbrido) 158,0 d 22,0 e 69,0 f 3,6 Napolitana (Híbrido) 149,0 d 21,1 e 67,9 e 3,6 Juliana (Híbrido) 155,5 d 20,9 e 68,9 f 3,7 Brasília 162,8 d 22,6 e 71,6 g 3,6 Bejo 2724 (Híbrido) 90,3 b 21,9 e 78,4 i 2,6 Nikki (Híbrido) 126,8 c 19,5 d 71,0 g 3,4 Nappa (Híbrido) 112,2 b 21,2 e 73,1 g 3,0 Nairobi (Híbrido) 104,7 b 18,9 d 70,5 g 3,2 Nantes – Hortec 117,2 c 20,4 e 71,8 g 3,2 Shinkuroda – O. Enke 86,7 b 18,2 d 65,3 e 3,0 Amabigui – Seminis (Híbrido) 95,2 b 15,8 c 34,2 a 3,6 Brasília RL – Sakata 125,5 c 19,3 d 71,3 g 3,4 Brasília Isla 97,6 b 19,3 d 73,9 g 3,0 Brasília – Hortec 117,2 c 18,2 d 69,9 f 3,4 Brasília alta seleção Top Seed 122,9 c 18,8 d 73,2 g 3,4 HT – 2000 – Hortec 102,3 b 17,7 d 67,7 e 3,3 Londrina – 2002 121,4 c 19,5 d 69,9 f 3,4 Londrina – 2004 101,1 b 18,5 d 67,9 e 3,2 Seleção p/ Flor Nacional 129,7 c 18,3 d 71,4 g 3,6

CV (%) 15 5,75 5,37

-Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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