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CURSO DE PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA MODALIDADE SEMIPRESENCIAL: O PROCESSO E O PRODUTO NA FORMAÇÃO CONTINUADA

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Academic year: 2021

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CURSO DE PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA MODALIDADE

SEMIPRESENCIAL: O PROCESSO E O PRODUTO NA FORMAÇÃO CONTINUADA

ADVENTURE BODY PRACTICES COURSE IN SEMI-RESESENTIAL MODE: THE PROCESS AND THE

PRODUCT IN CONTINUING TRAINING

ARAÚJO, Patrícia do Socorro Chaves de; PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis Pimentel

Grupo Temático 1. Subgrupo 1.1

Resumo:

Este relato descreve e discute as estratégias de formação continuada sobre as práticas corporais de aventura adotadas por professores de educação física partir da modalidade semipresencial oferecido pelo Grupo de Estudos em Lazer (GEL) da Universidade Estadual de Maringá/ Paraná. A contextualização do projeto serviu como ponto de partida para elaborarmos uma discussão mais aprofundada sobre o que e como perpassa um processo de formação continuada, seus desafios, concepções e relações que se estabelecem no trato com as práticas corporais de aventura no campo da Educação Física escolar e o uso de tecnologias. A transformação não só tecnológica como conceitual e corporal para a utilização da modalidade semipresencial possibilitou tanto ao discente quanto ao docente uma preparação aprofundada, obrigando-o a buscar a reconstrução do seu ofício na sociedade de informação e comunicação, bem como de toda instituição educacional. A transformação tecnológica é uma realidade contemporânea, mas é um processo tão delicado quanto a tecnológica e que atinge toda a instituição e o processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação. Curso de Práticas Corporais de

Aventura. Modalidade Semipresencial.

Abstract:

This article seeks to describe and discuss the strategies for continuing education on adventure bodily practices adopted by physical education teachers based on the semi-presential modality offered by the Leisure Studies Group (GEL) at the State University of Maringá / Paraná. The contextualization of the project served as a starting point for us to elaborate a more in-depth discussion about what and how it goes through a process of continuing education, its challenges, conceptions and relationships that are established in dealing with the bodily practices of adventure in the field of school Physical Education and the use of technologies. The transformation, not only technological, but also conceptual and corporal, for the use of the semi-presential modality enabled both the student and the teacher to make a thorough preparation, forcing them to seek the reconstruction of their profession in the information and communication society, as well as of the entire educational institution. Technological

(2)

2 transformation is a contemporary reality, but it is a process as delicate as the technological one

that affects the entire institution and the learning process.

Keywords: Information and communication technology. Adventure Body Practices Course. Semipretial, mode.

1. As práticas corporais de aventura na modalidade a distância: o curso

e seu percurso

A sociedade dos dias atuais é chamada de sociedade do conhecimento ou da informação, e o uso das tecnologias digitais é corriqueiro no dia a dia de todos. Esse fato faz com que a escola seja desafiada a incorporar essas tecnologias em suas atividades rotineiras, dado não somente o amplo leque de possibilidades ofertado pelos recursos digitais, como também o fato de que sua linguagem é extremamente atraente para o aluno, por ela fazer parte de quase tudo que envolve sua vida cotidiana. Essas mudanças também ocorrem no campo educacional provocando respostas que redirecionam as formas de desenvolver as atividades tanto de ensino quanto de aprendizagem, a partir desses aspectos foi pensado o curso de práticas corporais de aventura na modalidade semipresencial.

Assim, atentos a forte presença dos meios digitais no cotidiano escolar torna premente aos pesquisadores e educadores a necessidade de encontrar instrumentos passíveis de desenvolver a formação continuada através da educação a distância (EAD), enquanto modalidade educativa que utiliza o apoio das tecnologias de rede como mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e de aprendizagem, por meio de atividades que são desenvolvidas em diversos lugares e em diferentes tempos1 com o intuito de assegurar

igualdade de acesso às informações.

Assmann (2000) coloca que a sociedade da informação é caracterizada pelo grande e contínuo processo de aprendizagem; e, para aproveitar as vantagens do progresso tecnológico e melhorar a qualidade de vida, a sociedade da informação deve estar vinculada aos princípios de igualdade de oportunidades, participação e integração.

Deste modo, fica evidente a necessidade de largos investimentos em pesquisa, estudos, propostas e ações variadas que visem, não só compreender, mas também contribuir para efetivas transformações.

Partindo-se do pressuposto de que a discussão e as ações com a Formação Continuada seja um caminho necessário para este processo, um grupo de pesquisa (Grupo de Estudos em Lazer) do curso Educação Física da Universidade Estadual de Maringá elaborou um projeto de pesquisa e extensão para promover a Formação Continuada de professores de Educação Física que atuam na Rede Pública Municipal e Estadual inicialmente como um teste piloto e sequencialmente após avaliação uma segunda versão aberta a demais estados e regiões.

Com esta experiência, portanto, visualizamos que democratizar o conhecimento historicamente acumulado sugere discussão em torno do acesso ao conhecimento das práticas corporais de aventura e dos pressupostos que orientam a prática pedagógica na escola, visto que atualmente, as perspectivas da Educação Física, como disciplina educacional,

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3 abrangem conteúdos muito diversos; dentre estes - as PCAs, oficialmente indicadas como

conteúdo na Educação Física brasileira pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, MEC, 2018).

Assim, foi elencado enquanto objetivo do curso: Proporcionar conhecimentos teórico-metodológicos para atuação pedagógica com Práticas Corporais de Aventura junto a crianças e adolescentes, na perspectiva da educação para o lazer.

A proposta pautou-se por utilizar estratégias pedagógicas que visassem à interação e troca de experiências entre o coletivo de professores, de leitura e de discussão de textos, e de oficinas e de palestras. Dessa forma, os temas foram mediados pelo Coordenador do projeto, alunos da graduação e da pós-graduação do Departamento de Educação Física - Núcleo de Educação a Distância da UEM e por professores convidados de outras universidades brasileiras sobre os seguintes conteúdos:

Tabela 1. Programa previsto na realização do curso.

Conteúdo Carga Horária

1, Introdução aos Estudos do Lazer na perspectiva da Educação Física

36 horas

2. Planejamento, ensino e avaliação de Práticas Corporais de Aventura na Escola

36 horas

3. Técnicas de Parkour, Slackline, Orientação, Skate, Escalada

36 horas

4. Fundamentos teórico

-metodológicos do ensino de Práticas Corporais de Aventuras

36 horas

5. Produção de materiais didáticos interativos de Práticas Corporais de Aventura

36 horas

Fonte: Autoria própria.

Além do processo de materialização do nosso objetivo, apresentado anteriormente, nós nos propusemos a contribuir para a superação dos problemas pedagógicos encontrados pelos professores. A avaliação de 2020 resultou em algumas decisões que definimos serem essenciais para a continuidade do projeto, e principalmente para o seu aprofundamento, já que entendemos que uma formação para ser continuada deve realizar saltos qualitativos em seu desenvolvimento.

Um dos grandes desafios a que o grupo formador se propôs foi proporcionar aos professores uma reflexão sobre suas práticas. Isto foi feito com base em pressupostos teórico-metodológicos de autores de base que caracterizaram as atividades de aventura no lazer

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4 (BRUHNS, 2003; SCHWARTZ, 2006; MARINHO, 2008) e os referenciais que buscam elucidar as

soluções pedagógicas para o ensino de PCA na escola (CORREA et al, 2020; SCOPEL et al, 2020).

Também nos atentamos aos problemas recorrentes ao ensino remoto, como o não domínio das tecnologias e informação e comunicação – TIC, o que demanda um período de adaptação, evitando desistências enquanto isso não ocorre. Da parte do corpo docente, observamos intensificação do trabalho, com muitas tarefas e habilidades a serem incorporadas à rotina do professor. Por outro lado, em concordância com Lazarotti Filho et (2015), que estudaram o EAD na Educação Física, há inegáveis qualidades a serem consideradas, como autonomia, o multiletramento, a flexibilidade de dia/horário, o maior acesso ao conhecimento produzido na universidade e a melhoria da comunicação.

As ferramentas de trabalho combinaram formas mais individualizadas, como a leitura de material ou assistir a videoaula, quanto, atividades em grupo, na ferramenta Fórum. Em suma, metodologia combinou: videoaulas, leitura de textos, discussão em fórum, questionários, consultas, questões e, como avaliação principal, a realização de atividades com materiais didáticos interativos manuais e digitais.

Importante destacar que a versão do curso em 2019 teve como plataforma uma mídia social (Facebook) sendo ela mais comum entre as pessoas, o que possibilitou uma abordagem menos distanciada entre mídias utilizadas no cotidiano e na formação continuada. O limite, todavia, é que essa estratégia gera um contingente menor de participantes, para que os dados sejam gerenciados. Por outro lado, na versão 2020 o teto de inscritos foi ampliado de 30 para 3000, com a elaboração da formação com a mesma carga horária, mas se valendo dos recursos e das ferramentas de gerenciamento do Moodle, muito mais efetivas para controle das atividades dos alunos, embora menos amigável comparado ao Facebook:

Imagem 1: Plataforma Moodle utilizada na versão 2020 do curso, com 300 inscritos Os procedimentos de avaliação adotados no ano de 2020 demonstraram efetividade no processo de formação. Assim, foi eleito como avaliação: Apresentação das atividades quinzenalmente, Portfólio (trabalho final). Os diferentes procedimentos de avaliação

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5 adotados demonstraram efetividade no processo de formação. A efetividade do ensino a

distância é reconhecida, dependendo da estratégia adotada pelo aluno. Por outro lado, a comunidade da Educação Física tem dificuldade em mentalizar como ocorreria uma formação continuada e densa, na qual ele aplique os conhecimentos adquiridos (LAZZAROTTI FILHO et. al., 2015). Por isso, a perspectiva de ser avaliado(a) por um produto eleva o foco do(a) participante para conectar o objeto de aprendizagem à práxis docente.

Ilustramos abaixo o trabalho desenvolvido por um participante, professor de Educação Física em São José dos Campos-SP, que autorizou a apresentação de sua imagem. Ele apresentou como produção final um roteiro de aula para o período de Pandemia, permitindo que estudantes do Ensino Fundamental I pudessem vivenciar a modalidade esportiva Orientação dentro da própria residência, mantendo o isolamento.

Imagem 2: Apresentação em vídeo da aula, com variados recursos

Destacamos que o professor fez uso de aplicativos de edição e conseguiu produzir um material de mídia tradicional no modelo livro didático e um vídeo, postado na plataforma Youtube. Assim, alunas e alunos poderiam combinar (hibridar) as mídias ofertadas para melhor adquirir o conhecimento sobre Orientação e que tivessem condições reais para apreenderem esse material didático digital interativo e realizarem seus próprios percursos doméstico de Orientação. Este é um aspecto válido porque o professor ao desenvolver seus conhecimentos conceituais, metodológicos e técnicos em relação ao conteúdo (práticas corporais de aventura) também exercitou a atividade criativa, com a produção do material, o qual, nessa linguagem e mídia, servirá potencialmente não somente às aulas dele, mas para outras realidades afim. Com isso, a dinâmica do curso, permite que cada trabalho final seja imediatamente disseminado como uma possível boa prática pedagógica.

Conclusões

Neste relato enfatizamos como ocorreu a interação com os professores na versão 2019 do curso de extensão, na modalidade aperfeiçoamento (180h) e como mudanças ocorreram

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6 para ampliar o acesso a mais professores em suas necessidades de formação continuada. Um

dos aspectos destacados foi a forma de avaliação final, focando no processo de autonomia e criatividade do participante, com um produto factível de aplicação na realidade escolar.

Nota-se que a formação continuada e a valorização do professor caminham juntos e por meio dela se pode conseguir sua valorização, ganhando forças para possibilitar melhores condições de trabalho. Essa valorização começa com a própria ação docente, quando motivado pelo conhecimento passa a valorizar as oportunidades que encontra de formação, instigando para cada vez mais ter novos horizontes de trabalho e firmando laços da universidade com a produção do conhecimento.

Referências

ASSMANN, H. A. A Metamorfose do aprender na sociedade da informação. São Paulo: Revista Ciência da Informação. Brasília. vol. 29, nº 2, p. 7-15, 2000.

BRUHNS, H. T. No ritmo da aventura: explorando sensações e emoções. In: BRUHNS, H. T.; MARINHO, A. (Org.). Turismo, lazer e natureza. São Paulo: Manole, 2003.

CORREA, Liciane V. O. M.; BADARO, Luis F. ; Souza, Juliano ; PIMENTEL, Giuliano G. A. Práticas corporais de aventura e biografias de movimento na educação física escolar. Humanidades & inovação, v. 8, p. 1-20, 2020.

LAZZAROTTI FILHO, Ari, CRUVINEL, F., SILVA, Ana M., SILVA, Margarete Z. DA, ALMEIDA, Guenther C. F. de. A dinâmica, os principais problemas e as qualidades no desenvolvimento de um curso de licenciatura em educação física na modalidade a distância. Pensar a Prática, v. 18, n. 3, 2015.

MARINHO, A. Lazer, aventura e risco: reflexões sobre atividades realizadas na natureza. Movimento, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 181-206, 2008.

SCHWARTZ, G. M. (Org.). Aventuras na natureza: consolidando significados. Jundiaí: Fontoura, 2006.

SCOPEL, Alana J.; FERNANDES, Alessandra V.; RETAMAL, Franklin. C.; PIMENTEL, G. G. A.; NODA, Luana Mari; SANTOS, Silvana dos. Atividades físicas alternativas: práticas corporais de aventura. 1. ed. Curitiba-PR: Intersaberes, 2020. 242p.

Referências

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