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HABILIDADES SOCIAIS EM ADOLESCENTES USUÁRIOS DE REDES SOCIAIS VIRTUAIS. Resumo

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HABILIDADES SOCIAIS EM ADOLESCENTES USUÁRIOS DE REDES SOCIAIS VIRTUAIS

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Resumo

Este estudo transversal, descritivo e quantitativo objetivou identificar as Habilidades Sociais em Adolescentes Usuários de Redes Sociais Virtuais, uma vez que, a cada dia ocorre o aparecimento de tecnologias mais avançadas, que ampliam o caminho para o desenvolvimento de uma sociedade virtual. Os instrumentos utilizados foram Questionário Sociodemográfico, Entrevista Estruturada e o Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA). Participaram deste estudo 30 sujeitos, sendo 15 meninos e 15 meninas, com faixa etária de 12 a 17 anos, residentes na cidade de Uberlândia, usuários de redes sociais virtuais. Os resultados encontrados indicaram que as participantes do sexo feminino de faixa etária 12, 13 e 14 anos apresentam repertório médio inferior das Habilidades Sociais, com resultados abaixo da média em grande parte dos itens, sendo eles, Empatia (percentil 30), Autocontrole (percentil 20), entre outros que serão abordados no artigo. Do sexo masculino apresentaram repertório abaixo da média inferior, o que indica a necessidade de Treinamento de Habilidades Sociais, especialmente naquelas subescalas e itens mais críticos para o ajustamento pessoal e profissional como Empatia, Autocontrole e Civilidade. Frente aos resultados encontrados, verificamos que a utilização demasiada das redes sociais virtuais pode ocasionar prejuízo nas Habilidades Sociais do Adolescente.

Palavras-chave: Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA), Adolescentes, Redes Sociais Virtuais

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Introdução

Realizou-se um estudo transversal, descritivo e quantitativo que teve como objetivo investigar as Habilidades Sociais em adolescentes usuários de redes sociais virtuais para que possamos entender como os espaços virtuais atuam na configuração de novos modelos de interação social e qual tem sido o impacto da criação desses novos mundos virtuais, que não existiam até então no cotidiano, mas que passam a fazer parte da realidade dos adolescentes.

Levantamos a problemática questionando quais são as Habilidades Sociais em adolescentes usuários de redes sociais virtuais. Tendo como hipótese que o uso intenso das redes sociais prejudica as habilidades sociais.

Pensar a virtualidade da relação na contemporaneidade talvez represente uma tomada de decisão; avaliar o modelo relacional nas redes virtuais é viabilizar a possibilidade de conjugar racionalidade e subjetividade e reconhecer a instabilidade do sujeito virtual.

Uma vez que a visão e o relacionamento do ser humano com a sua corporeidade no universo virtual apresentam-se corrompidos, pois, sob a luz do espetáculo sem fim, o ser humano passa a ter um corpo e não mais a ser corpo. (MELO, 2011).

Somente através de tais reflexões teremos alguma ideia de como a virtualidade se aplicará a uma situação concreta no futuro, e do que está "em jogo" nessas definições de relacionamentos virtuais, além da mudança que envolve essas práticas de comportamento.

Segundo Tapscott (1999, apud. Ramos e Silva, 2011)

essa geração de crianças e adolescentes, chamada de geração X, é a primeira a crescer cercada pela mídia digital, o que inclui o computador que pode ser acessado em vários espaços que vão desde o quarto a escola ou “lan houses”.

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Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o Questionário Sócio demográfico, Entrevista Estruturada e o Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA).

O IHSA foi desenvolvido por Del Prette e Del Prette (2000), instrumento que permite o levantamento das seguintes medidas: o desempenho de papéis em situações planejadas e as medidas baseadas em entrevistas e possibilita avaliar o repertório interpessoal de estudantes universitários. Foi construído a partir do levantamento das situações mais pertinentes ao conceito de habilidades sociais e de pesquisas realizados pelos autores. Em sua versão mais estudada do ponto de vista psicométrico, este inventário continha 38 itens.

Os itens deste instrumento de medida englobam contextos variados, sendo eles: público, privado ou indefinido, contem também diversos tipos de interlocutores, sendo eles: familiar, desconhecido, autoridade, etc. e variadas demandas interpessoais, como: reações a comportamentos desejáveis ou indesejáveis do interlocutor e emissões que não dependiam da ação explícita do interlocutor, com objetivo de caracterizar o desempenho social em diferentes situações - trabalho, escola, família, cotidiano - possibilitando diagnóstico para uso na clínica, na educação, na seleção de pessoal e no treinamento profissional.

Ao desenvolver este estudo buscamos contribuir com outros trabalhos, na compreensão do quanto o uso intenso das redes sociais pode ou não prejudicar as habilidades sociais, além de identificar quais são as habilidades sociais em adolescentes usuários de redes sociais virtuais participantes da pesquisa.

Dessa forma a Adolescência tem sua origem na palavra latina “adolesco”, que significa crescer. Fase repleta de questionamentos e instabilidade. Fase caracterizada por uma intensa busca pessoal no intuito de obter sua liberdade e autoafirmação. O adolescente nessa fase tem por hábito realizar questionamentos que lhes são impostos pelos pais e a sociedade. (MELO, 2009). E ainda para a autora:

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As mudanças na maneira como os adolescentes pensam sobre si mesmos, sobre seus relacionamentos pessoais e sobre a natureza da sua sociedade tem como fonte comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica que ele chamava de operações formais (PIAGET, 1976 apud MELO, 2009).

Del Prette e Del Prette (2011) definem habilidades sociais como classes de comportamentos sociais presentes no repertório do sujeito, que possibilita a aprendizagem para uma otimização do desempenho. Por diversas razões mesmo o sujeito possuindo as habilidades sociais necessárias não as utilizam. “Por isso se entende habilidades sociais como um constructo descritivo que não se confunde com competência social.”

Segundo Del Prette e Del Prette (2011) os Componentes das Habilidades Sociais são, Componentes Comportamentais- Verbais de Conteúdo(Fazer/responder a perguntas), Componentes Comportamentais- Verbais de Forma, Componentes Comportamentais- Não Verbais, Componentes Cognitivo-Afetivos-Conhecimentos Prévios, Componentes Comportamentais- Expectativas e crianças, Estratégias e Habilidades de Processamentos, Fisiológicos, Outros Componentes.

As redes sociais, segundo MARTELETO (2001 apud TOMAÉL et.al ,

2005) representam “[...] um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados”. Segundo a autora o trabalho individual tornou um equipamento organizacional, por mais que as atividades em grupo já pudessem ser percebidas desde os primórdios da humanidade.

A utilização das redes virtuais vem crescendo o que proporcionou uma nova ordem social, formados por indivíduos com interesses em comum. Os relacionamentos que se iniciaram por meio do ciberespaço, espaços esses que podem ser compreendidos como lugares de intenso fluxo de informação e comunicação.

O universo virtual possibilita ao adolescente uma experiência puramente individual, ou seja, não compartilhada com pais e professores. Segundo Ramos (2008), “o mundo virtual cria uma realidade intensa e fictícia sem consequências concretas para a vida cotidiana…” Novaes (2000) acrescenta que virtual é “o que existe sem estar precisamente

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localizado no tempo e no espaço”. O adolescente encontra no mundo virtual, experiências e possibilidades que seriam incapazes de vivenciar no mundo real. (LEVY, 2011).

Esclarecemos que a palavra virtual vem do latim, de virtus, e significa força, potência e na filosofia escolástica o virtual é o que existe em potência e não em ato. Assim, o virtual “não se opõe ao real, mas ao atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de ser diferentes” (LEVY, 1996 apud Levy, 2011).

Método

O presente estudo é quantitativo uma vez que busca enumerar ou medir eventos, onde serão utilizados instrumentos estatísticos para análise de dados.

Uma pesquisa é caracterizada como quantitativa quando leva em conta a quantificação dos resultados finais, ou seja, traduz em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Tanto no uso, na coleta e no tratamento das informações quantifica-se através de técnicas estatísticas, desde as mais simples, como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. “Logo, o método quantitativo constitui-se em quantificar dados obtidos pelas informações coletadas por meio de questionários, entrevistas, observações e utilização de técnicas estatísticas” (OLIVEIRA, 2007).

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Participantes

A amostra não probabilística por conveniência foi composta por 30 participantes, seguindo assim as orientações de Barbetta (2002), que sugere a utilização de uma amostra mínima de trinta participantes para a validação da pesquisa. Deste total, 15 participantes foram do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com idade entre 12 à 17 anos, pois o teste IHSA é voltado para essa faixa etária. Participaram da pesquisa apenas sujeitos com condições cognitivas de responder aos instrumentos e que residem em Uberlândia. Tais participantes receberam autorização do responsável, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, além de consentirem em participar da pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Instrumentos

Para medir as habilidades sociais, utilizaremos o Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) Del Prette e Del Prette (2000). Esse instrumento foi criado para avaliar o repertório interpessoal de estudantes universitários.

Em sua versão mais estudada do ponto de vista psicométrico, este inventário c o n t e m 38 itens. O IHSA foi desenvolvido a partir da necessidade de levantamento das situações que são mais pertinentes ao conceito de habilidades sociais e de pesquisas realizados pelos autores com universitários. Os itens deste instrumento de medida englobam variados contextos (público, privado ou indefinido), diversos tipos de interlocutores (familiar, desconhecido, autoridade, dentre outros) e variadas demandas interpessoais (reações a comportamentos desejáveis ou indesejáveis do interlocutor e emissões que não dependiam da ação explícita do interlocutor), com objetivo de caracterizar o desempenho social em diferentes situações (trabalho, escola, família,

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cotidiano), possibilitando diagnóstico para uso na clínica, na educação, na seleção de pessoal e no treinamento profissional.

Procedimentos

Este trabalho de Conclusão de Curso foi primeiramente submetido às normas do Comitê de Ética em Pesquisa, na qual seguia a resolução nº 466/2012 que trata de pesquisa e testes em seres humanos, depois de ser aprovado veio a segunda etapa que seria ir a campo par avaliar as Habilidades Sociais em Adolescentes Usuários de Redes Sociais Virtuais, através de questionário Sociodemográfico, entrevista estruturada, e o teste IHSA. O termo de consentimento era dois um para o responsável do Adolescente e o segundo para o Adolescente estando ciente que está participando de uma pesquisa.

Resultados

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Do total dos entrevistados, 46,67% afirmaram que moram com os pais, 30% moram apenas com a mãe, 20,00% marcaram a alternativa outros e 3,33% mora apenas como o pai.

Com o objetivo de investigar o uso das redes sociais pelos participantes da pesquisa, os pesquisadores organizaram uma entrevista estruturada cujos resultados serão apresentados a seguir.

A primeira pergunta da entrevista estruturada se refere há quanto tempo os participantes costumam ficar conectados e verificamos que 63,33%

permanecem conectados em um período superior a 04 horas por dia, 13,33% permanecem conectados até 04 horas, 13,33% permanecem conectados até 02 horas por dia, e 10,00% permanecem conectados até 03 horas por dia.

A pesquisa sobre o comportamento e hábitos dos brasileiros na internet revela que 53% dos brasileiros navegam na internet por aparelhos celulares. O

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tempo de uso, em média, do celular para o acesso à internet, é maior do que dez horas por semana. Nos tablets, 46% das pessoas entrevistadas, passam mais de 20 horas por semana na internet. No geral, 34% dos brasileiros navegam mais de 40 horas, por semana, na Internet. (TRINDADE; HÜTTNER, 2013).

Quando questionados sobre os aparelhos utilizados para acessar a internet 46,67% responderam utilizar computador, 33,33% celular, 13,33% tablet, 3,33% ipad, e (3,33%) não responderam.

Quando indagados sobre a existência ou não de internet em casa a maior parte dos participantes 73,33% possuem internet em casa, 20,00% não possuem internet em casa, 6,67% não possuem internet em casa, mas usa Wifi do vizinho.

Sobre a frequência com que acessam a redes sociais, 40,00% informaram que acessam as redes sociais mais do que 06 vezes por dia, 30,00% acessam de 01 a 03 vezes por dia, 23,33%de 03 a 06 vezes por dia, e 6,67% não acessam as redes sociais todos os dias.

Quanto à frequência com que permanecem conectados às redes sociais, 36,67% permanecem conectados mais do que 08 horas por dia, 30,00% de 03 a 06 horas por dia, 26,67% permanecem conectados até 03 horas por dia e 6,67% de 06 a 08 horas por dia.

Com relação ao período do dia em que o sujeito costuma ficar mais tempo conectado no computador e 43,33% responderam que ficam conectados das 15h00min às 23h00min, 43,33% ficam conectados das 13h00min às 18h00min, 10,00% ficam conectados das 07h00min ao 12h00min.

Quanto às redes sociais mais utilizadas, 53,33% utilizam a rede social WhatsApp, 36,33% utilizam Facebook, 6,67%utilizam outras redes sociais e 3,33% utilizam o Skype.

Quando questionados se as amizades são todas advindas de redes sociais e 36,67% responderam que todos os amigos não fazem parte da rede social, 23,33% disseram que os amigos são originários das redes sociais, 23,33% que os amigos foram incorporados às redes sociais e 16,67 disseram que são amigos virtuais.

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Para a pergunta que investigou a frequência com que os participantes se encontram pessoalmente com seu amigo virtual, 50% responderam se encontrar frequentemente com 10 a 20 amigos diariamente 26,67% se encontram diariamente com menos de 10 amigos, 13,33% se encontram diariamente com 20 a 40 amigos, 10,00% se encontram diariamente com 50 amigos.

Segundo Gonçalves e Nuernberg (2012) a internet possibilita que o adolescente realize contatos que na vida real ele estaria impossibilitado de fazer. Situações como distância, horários e distinção de grupos não são empecilhos. Mas, contudo, o adolescente acaba realizando contatos superficiais e de falsa intimidade, facilitando o afastamento social.

Dos participantes, 46,67% disseram ter mais de 501 amigos, compondo a sua rede social, 26,67% tem de 101 a 300 amigos na rede social, 23,33% tem de 301 a 500 amigos da rede social, e 3,33% inferior a 100 amigos na rede social.

Quando perguntamos sobre a relação dos participantes com seus familiares, 56,67% tem a relação ótima, 40,00%tem relação boa, 3,33% tem relação ruim.

Quanto à idade em que o participante começou a usar as redes sociais, 50,00% começaram a usar entre 10 a 14 anos, 30,00% começaram a usar de 07 a 10 anos, 16,67% começaram a usar as redes sociais com idade inferior a 07 anos, 3,33% superior a 14 anos.

Segundo Cardoso e Ferreira (2012) o levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE, 2010) de mostrou que as crianças mesmo antes de falar já navegam na internet: Nielsen mostrou “28,5 milhões de brasileiros navegaram na internet, desses quatro milhões eram crianças de dois anos a onze anos”. Atualmente a população Brasileira que tem acesso à internet já ultrapassou a marca de 73 milhões de usuários, deste total, 4,8 milhões são usuários com idade inferior a 14 anos, ou seja, encontra entre a faixa etária de 06 a 14 anos.

O escore total do Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) de Del Prette e Del Prette (2009) permite uma primeira avaliação da

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existência de recursos e déficits em habilidades sociais no repertório do respondente. Porém, considerando o caráter situacional das habilidades sociais, é importante verificar o quanto tais déficits são generalizados ou se situam em determinadas classes de habilidades sociais, ou seja, nos escores das subescalas.

Os escores das subescalas representam a especificidade situacional das habilidades sociais na medida em que agrupam demandas associadas a determinadas conjuntos de comportamentos, contexto ou interlocutores (Del Prette; Del Prette 2009).

O IHSA avalia as frequências e as dificuldades dos sujeitos em apresentarem as habilidades sociais, de acordo com quatro tabelas expostas no Manual do Del Prette e Del Prette, indicando os percentis separadas de acordo com o sexo e idade, os percentis são: feminino 12, 13 e 14 anos, feminino 15, 16 e 17 anos, masculino 12, 13 e 14 anos e masculino 15, 16 e 17 anos.

No que diz respeito à frequência em que apresentam as Habilidades Sociais, as meninas com idade 12, 13 e 14 anos que participaram da pesquisa apresentam repertório médio inferior, com resultado geral abaixo da média em grande parte dos itens. Os resultados encontrados indicam a necessidade de Treinamento de Habilidades Sociais, especialmente naquelas subescalas e itens mais críticos para o ajustamento pessoal e profissional. A respeito da dificuldade tivemos como resultado que essas meninas apresentam baixo custo de resposta ou ansiedade na emissão das habilidades.

Apesar do resultado geral abaixo da média, os resultados das subescalas demonstraram que as participantes tem um bom repertório nas Habilidades Sociais de assertividade (percentil 45) e abordagem afetiva (percentil 60), mas nas Habilidades Sociais de empatia (percentil 30) e desenvoltura social (percentil 35) apresentaram um repertório médio inferior enquanto na subescala relativa ao autocontrole (percentil 20) e à civilidade (percentil 25) apresentaram um repertório abaixo da média inferior.

Constatamos que as meninas do subgrupo de faixa etária entre 12, 13 e 14 anos apresentaram um índice de Habilidades Sociais menor do que as

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meninas no subgrupo de faixa etária de 15, 16 e 17 anos. Essas ultimas apresentam bom repertório de Habilidades sociais, com resultados dentro da média para a maior parte dos itens ou equilíbrio entre recursos e déficits nesses itens e subescalas em que aparecem. Quanto à dificuldade essa faixa etária apresenta médio custo de resposta ou ansiedade na emissão das habilidades

A pontuação das subescalas dessa faixa etária demonstrou que elas têm um bom repertório nas Habilidades Sociais com resultados dentro da média de civilidade (percentil 40), assertividade (percentil 55), abordagem afetiva (percentil 40) e desenvoltura social (percentil 45), mas quando se trata de empatia (percentil 35) constatamos um repertório médio inferior e na habilidade social de autocontrole (percentil 15) apresentaram repertório abaixo da média inferior.

Verificamos que os meninos de ambos os subgrupos de faixa etária pesquisada apresentam repertório abaixo da média inferior de Habilidades sociais – escore total com percentil 10 para 12, 13 e 14 anos e percentil 05 para 15, 16 e 17 anos - Com indicativo de necessidade de treinamento de Habilidades Sociais, especialmente naquelas subescalas e itens mais críticos para o ajustamento pessoal e profissional, por exemplo, Abordagem Afetiva e Desenvoltura Social. Apesar do repertório abaixo da média inferior a dificuldade da faixa etária de 12, 13 e 14 anos (tabela 29) apresenta médio custo de resposta à ansiedade na emissão das habilidades, enquanto a faixa etária de 15, 16 e 17 anos apresenta baixo custo de resposta ou ansiedade na emissão das habilidades.

Em todas as subescalas do teste IHSA, os adolescentes do sexo masculino de ambos as faixas etárias demonstraram repertório abaixo da média inferior nas Habilidades Sociais. Sendo que a faixa etária 12, 13 e 14 anos, teve percentil 15 em Empatia, percentil 20 em Autocontrole, Civilidade, Assertividade e Desenvoltura Social e percentil 25 na abordagem afetiva. Na faixa etária 15, 16 e 17 anos, teve percentil 10 na subescala Empatia, Civilidade, Assertividade e Desenvoltura Social e percentil 25 em Autocontrole e Abordagem Afetiva.

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Del Prette e Del Prette (2001) sustenta que as habilidades sociais tais como a habilidade de se comunicar, a assertividade, a civilidade, a empatia, a expressão emocional, etc., formam o conjunto de habilidades necessárias pra um bom relacionamento social. As crianças apresentam um conjunto de habilidades mais restrito, logo os adultos apresentam um conjunto de habilidades mais amplo. Contudo, é possível encontrar um declínio em várias faixas etárias. Em relação a grande vulnerabilidade, dificuldade de assertividade aliado a dificuldade de adaptação vivenciada por vezes nessa fase pode acarretar vários prejuízos, gerando estado penoso de solidão. (PEREIRA;PICCOLOTO,2013)

Com o objetivo de verificar a existência ou não de correlações, estatisticamente significantes, entre o tempo em que os adolescentes ficam conectados à Internet e os escores totais e, também, entre os escores obtidos nas habilidades sociais, através do teste IHSA foi aplicado o Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman (SIEGEL, 1975), considerando-se os escores obtidos nas frequências e nas dificuldades.

De acordo com os resultados , foram encontradas correlações positivas, estatisticamente significantes, entre os valores das variáveis: Tempo em que os participantes ficam conectados à Internet e Escore Total e Tempo em que os participantes ficam conectados à Internet e habilidade de Autocontrole, na situação de Dificuldades, em ambos os casos.

Isto indica que, à medida que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável aumentam, também; à medida que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável diminuem, também.

De acordo com os resultados foi encontrada correlação negativa, estatisticamente significante, entre os valores das variáveis: Tempo em que os participantes ficam conectados às redes sociais e Autocontrole, na situação Frequência.

Isto indica que, na medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável diminuem; na medida em que os

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valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável aumentam.

Foi encontrada, também, correlação positiva, estatisticamente

significante, entre os valores das variáveis: Tempo em que os participantes

ficam conectados às redes sociais e Autocontrole, na situação Dificuldade. De acordo com os resultados foi encontrada correlação negativa,

estatisticamente significante, entre os valores das variáveis: Quantidade de amigos que compõem as redes sociais dos participantes e Abordagem Afetiva. Isto indica que, na medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável diminuem; na medida em que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável aumentam.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou investigar as Habilidades Sociais em adolescentes usuários de redes sociais virtuais e responder a seguinte questão: Quais são as Habilidades Sociais em adolescentes usuários de redes sociais virtuais? Os resultados indicaram que os participantes da pesquisa apresentam baixo custo nas subescalas como Empatia, Autocontrole e Civilidade. A utilização demasiada nas redes sociais virtuais pode ocasionar prejuízo nas habilidades sociais no adolescente, sendo assim nossa hipótese foi confirmado, já que participantes acessam acima de quatro horas por dia a internet.

Ressaltamos que todas as Habilidades Sociais, sendo elas Assertividade, Civilidade, Empatia, Autocontrole, abordagem afetiva e desenvoltura social, dos participantes, precisam de treinamento e só é possível desenvolver essas habilidades através da relação com o outro. Concluímos que a veracidade da hipótese levantada em relação ao uso intenso das redes sociais prejudica as habilidades sociais.

Visto que tais tecnologias exercem uma espécie de sedução no adolescente, ferramentas como emotions, sons, vídeos, jogos, postagem de fotos, são como uma avalanche na mente em desenvolvimento do adolescente. Podemos ainda acrescentar que esta fase do desenvolvimento por vezes apresenta uma dificuldade de adaptação, pois a aceleração do surgimento das tecnologias, tais como blogs, facebook, whatsapp, Instagram, chats, dentre outros, não supre a dificuldade de relacionar-se com o outro, assim formando contatos “superficiais” e de “falsa intimidade”, facilitando para o afastamento social, já que é somente através da relação com o outro que o adolescente pode obter um desenvolvimento mais a contento.

O ciberespaço, o mundo sem fronteiras de alguma forma é capturado pelo corpo do adolescente que em seu imaginário interpreta a falta do limite como um ganho de potência, mas, contudo a expressão sem fronteiras muito utilizada nos processos midiáticos, corresponde à falta de contato, já que,

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quando se há o abraço, beijo, aperto de mão, o corpo entra em contato com o outro, estabelecendo um limite, ou seja, o encontro entre corpos.

No que tange a civilidade, o mundo sem fronteiras de toda ordem afeta a cultura que antes de tudo é regional, por exemplo, as grandes companhias de cosméticos, farmacêuticos, indústria cinematográfica e fonográfica, cirurgias plásticas, entre outros, massacram a cultura do terceiro mundo, influenciando o seu (modis vivendi), fato que pode ser continuamente constatado.

Contudo as Redes Sociais Virtuais podem ser positivas se os participantes souberem usa lá, assim como as Habilidades Sociais pode ser positiva se for bem trabalhada pelo psicólogo, pois, os adolescentes estão formando sua identidade, e os profissionais podem auxiliar na Assertividade, Civilidade, Empatia, Autocontrole, abordagem afetiva e desenvoltura social.

Devemos entender a rede como uma estrutura que une, aproxima e que proporciona interação, diferentemente do que foi constatado através deste breve estudo que mostrou outro conceito de rede, que é prejudicial, ou seja, a rede como captura aprisionamento e superficialidade nas relações. Cabe aos profissionais de psicologia promover uma maximização das potencialidades positivas das ferramentas contidas na internet, permitir que o ciberespaço seja um território habitado e explorado mais a contento por parte do adolescente usuário da internet.

Sendo assim é um projeto de saúde pública, pois nos parece que os adolescentes estão cada vez mais intrapessoais do que interpessoal, e é necessário alguma forma interventiva através do Governo que poderia apresentar projetos de saúde para que esse uso intenso das redes virtuais possa ser adequado e não como está sendo exacerbado. Assim é necessário que seja feito mais estudos sobre esse mundo virtual e o quão ele pode prejudicar os jovens.

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Referências

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