• Nenhum resultado encontrado

EFEITO DA METIONINA SOBRE A COMPOSIÇÃO QUÍMICA E A CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITO DA METIONINA SOBRE A COMPOSIÇÃO QUÍMICA E A CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

1 Departamento de Zootecnia. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal/FCAVJ. Universidade Estadual Paulista/Unesp. Via de Acesso Prof. Paulo D. Castellane, s/n. 14884-900 - Jaboticabal, SP. Bolsista do CNPq. E-mail: mauro@fcav.unesp.br.

2 Serviço de Tecnologia Aplicada - Degussa AG-. 3 Medico Veterinário Autônomo.

EFEITO DA METIONINA SOBRE A COMPOSIÇÃO

QUÍMICA E A CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS

DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA

(EFFECT OF METHIONINE ON MILK CHEMICAL COMPOSITION

AND SOMATICS CELLS COUNT BY DAIRY COWS)

M. D. S. OLIVEIRA

1

, E. DE OLIVEIRA

2

, M. D. NALIM

3

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição química e a contagem de células somáticas (CCS) do leite de vacas da raça Holandesa alimentadas com ração contendo ou não a metionina. Utilizaram-se 32 vacas leiteiras, distribuídas em dois tratamentos: 1 = vacas alimentadas com ração completa; e 2 = vacas alimentadas com ração completa contendo metionina (15g/vaca/dia). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com dois tratamentos e 16 blocos. As amostras de leite foram colhidas nas seguintes datas: 07/11; 25/11; 16/12; 27/12/98; e 09/ 01/99. Os resultados revelaram que houve queda (p<0,01) nos teores de gordura e de sólidos totais do leite no dia 16/12/98. De um modo geral, a CCS do leite das vacas que receberam a metionina na ração foi menor. Foram obtidas as médias de 3,59 e 2,90% de gordura do leite das vacas dos tratamentos 1 e 2, respectivamente. Nas amostras do dia 09/01/99 apenas o leite das vacas que não receberam a metionina apresentaram concentração acima de 500.000 células somáticas/mL (p<0,05).

PALAVRAS-CHAVE: Metionina, vaca leiteira, bovino, ração, nutrição.

SUMMARY

The objective of the present study was to evaluate the milk composition and somatic cells of dairy cows supplemented with or without methionine ration. Thirty-two dairy cows were utilized during 153 experimental days. The treatments were: 1 = total ration and 2 = 15g/cow/day of methionine inclusions in total ration. The experimental design was in complete randomized blocks with two treatments and sixteen blocks. The milk composition and somatic cells count (SCC) were analyzed in 07/11; 25/11; 16/12; 27/12/98 and 09/01/99 days. The results showed that decreased means of fat and total solids milk (16/12/98) were statistically significant (p<0.05) among treatments. In 16/12/98 day, the means were for fat: 3.59 and 2.90% for the treatments 1 and 2, respectively. In 09/01/99 day experimentation the means of SCC were higher than 500,000 cells in treatment 1 (without methionine in the total ration).

(2)

INTRODUÇÃO

A metionina é um dos aminoácidos mais importantes para o crescimento e para a produção e por isso tem sido considerada, juntamente com a lisina, como um dos principais aminoácidos limitantes (SCHWAB et al., 1992; PIEPENBRINK et al., 1996), principalmente no que diz respeito à produção de leite. É um aminoácido sulfurado, com peso molecular de 149 daltons e com 9,4% de nitrogênio em sua molécula. Conforme SCHWAB (1996), tal limitação parece estar associada ao tipo de alimento utilizado para compor a dieta. Neste contexto, BATEMAN et al., (1994) forneceram a 40 vacas da raça Holandesa uma suplementação alimentar de 10 gramas/ dia de metionina protegida no rúmen e 25 gramas/dia de lisina com dietas à base de farinha de sangue e farinha de peixe e suplementação protéica de soja ou uréia por 15 semanas. Tanto a metionina como a lisina proporcionaram aumento no teor de gordura do leite de 3,44 para 3,77%, embora não tenham afetado a produção de gordura.

BREMMER et al. (1997) verificaram que a suplementação com 12 gramas de Smartamine M e 12 gramas de Smartamine ML (50% lisina + 15% metionina) aumentaram a concentração de metionina e tenderam a aumentar a concentração de lisina no plasma e promoveram aumentos de 4,36% no teor de gordura e 1,6% no teor de proteína do leite, mas não promoveram aumentos na produção de leite. O aumento no teor de gordura do leite ou até mesmo na produção de leite de vacas suplementadas com a metionina foi explicado parcialmente por SHARMA & ERDMAN (1988), provavelmente por meio da ação da colina sintetizada a partir da metionina. É importante salientar que a acetilcolina é produzida a partir da colina e do ácido acético. Por outro lado, as respostas à produção de leite podem sofrer influência de outros fatores como: potencial genético da vaca, idade, período de lactação e estado nutricional (SCHWAB et al., 1992; RULQUIN et al., 1993; PIEPENBRINK et al., 1996). No entanto, esses autores verificaram que o efeito da suplementação pós-ruminal com a metionina e a lisina foram maiores no início do que no meio da lactação.

Geralmente os resultados são concordantes quanto ao aumento no teor de proteína do leite, porém nem sempre a suplementação de dieta de vacas com a metionina causa aumento no teor ou na produção de gordura.

SANCANARI (1988) observou, em vacas leiteiras suplementadas com metionina protegida da degradação ruminal, aumento de 26,5% na produção de gordura do leite, porém houve apenas tendência de aumentar a produção de leite devido à maior persistência na produção de leite pós-pico da lactação. Tal fato foi evidente em vacas multíparas em relação às primíparas.

O presente trabalho objetivou o estudo da adição da metionina na ração de vacas da raça Holandesa de alta produção, com o intuito de verificar o seu efeito sobre a composição química e a contagem de células somáticas (CCS) do leite.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Agrindus S/A, localizada no município de Descalvado- SP. A escolha das vacas utilizadas durante o período experimental (início no dia 10 de agosto de 1998 e término no dia 09 de janeiro de 1999, totalizando 153 dias) baseou-se em dois critérios: a) por produção de leite no início do período experimental, sendo a produção de leite a mais próxima possível; b) por ordem de parição, ou seja, grupo de vacas com a mesma ordem de parição dentro do bloco constituído pelos dois tratamentos. Cada vaca foi considerada uma unidade experimental.

Dos dois grupos de vacas em lactação (aproximadamente 130 vacas/grupo), foram utilizadas apenas 32 vacas raça Holandesa malhada de preto puras de origem (P.O.), as quais foram submetidas ao controle zoossanitário, totalizando 16 blocos com duas vacas/bloco. No período pré-parto, todas as vacas foram manejadas da mesma maneira, com o arraçoamento sem a adição da metionina. Após, aproximadamente, duas semanas da parição, as vacas foram distribuídas em grupos, os quais permaneceram durante todo o período experimental em instalações do tipo estabulação livre. Foram utilizados dois grupos de 16 vacas em lactação (tratamento 1 = vacas alimentadas com ração completa sem a metionina, e tratamento 2 = vacas alimentadas com a ração completa contendo 15 gramas de metionina (85% de DL-metionina)/ vaca/dia). As vacas foram ordenhadas três vezes ao dia (1a = 4 h, 2a = 12 h e 3a = 20 h), e as amostras de leite de cada ordenha e de cada vaca foram misturadas e armazenadas em frascos previamente identificados e encaminhadas para análise química e de CCS.

A composição químico-bromatológica, mineral e vitamínica do concentrado, da ração completa e dos volumosos, utilizados no experimento, são apresentadas nas Tabelas 1, 2, 3 e 4, respectivamente.

Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados, com dois tratamentos e 16 blocos. As análises estatísticas foram feitas conforme o modelo geral, a seguir: Yij = μ + ti + bj + eijk , em que: Yij = valor observado na parcela que recebeu o tratamento i no bloco j; μ = média geral; ti = efeito de tratamento; bj = efeito de bloco (animal); eij = erro aleatório. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey nos níveis de 5 e 1% de probabilidade.

(3)

As amostras de leite para a determinação de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e da CCS foram obtidas nas seguintes datas: 07/11; 25/11; 16/12; 27/12/ 98 e 09/01/99. As análises foram realizadas no Laboratório de Fisiologia da Lactação “Lair A. de Souza” d a Esalq/ USP (Clínica do Leite - Programa de gerenciamento de rebanhos leiteiros), por meio de métodos eletrônicos, sendo a composição química obtida no equipamento-Bentle 2000 e a CCS no Somacount 300.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas Tabelas 5, 6 e 7 estão expressas as médias de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e da CCS do leite obtido de cada colheita, os valores de F e os coeficientes de variação.

O teste F não revelou diferença significativa entre as médias de proteína e de lactose do leite das vacas de ambos os tratamentos em nenhuma das datas de colheita (Tabelas 5, 6 e 7). Todavia, observou-se diferença significativa na CCS do leite amostrado em três datas, indicando menor concentração de células somáticas no leite das vacas do tratamento 2 (p<0,05). Entende-se por células somáticas do leite o conjunto de células epiteliais descamadas do úbere e os leucócitos do sangue (SCHULTZ, 1977; GUTHY, 1986), constituindo um dos critérios usados, mundialmente, para monitorar a saúde do úbere e a qualidade do leite (IDF, 1997). Convém salientar que vários fatores ambientais e fisiológicos

influenciam a CCS no leite, entre eles: estágio da lactação, idade da vaca, número de lactações, estação do ano, práticas de manejo e qualidade da ordenha, alimentação e intervalo entre ordenhas (SCHULTZ, 1977). No entanto, tudo indica que o estado de infecção da glândula mamária é o principal fator que afeta a CCS no leite (SCHULTZ, 1977; HARMON, 1994).

Considerando-se as médias de gordura (Tabela 6), pode-se notar uma diferença maior no tratamento 1, principalmente, no dia 16/12/98 (p<0,05). A presença da metionina na ração causou uma diminuição de 19,22% no teor de gordura do leite. Possivelmente a diferença esteja relacionada com a conservação das amostras de leite, pois geralmente a metionina causa aumento no teor de gordura do leite, conforme obtido no experimento de BREMMER et al. (1997). Esses autores obtiveram aumento de 4,36% no teor de gordura do leite de vacas alimentadas com 50% de lisina + 15% de metionina. No trabalho de BATEMAN et al. (1994) houve aumento de 9,59% quando forneceram para vacas leiteiras 10g de metionina protegida + 25 g de lisina/dia/vaca.

Geralmente a presença da metionina na ração proporciona aumento no teor de gordura e no teor e

Tabela 1 - Composição do concentrado e da ração

completa utilizada no experimento.

+MN = Matéria natural. PS = Proteína solúvel. MS = Matéria seca. FDA = Fibra em detergente ácido. PB = Proteina bruta. FDN = Fibra em detergente neutro. PND = Proteína não degradável. FB = Fibra bruta.

*Energia (Mcal/kg MS) EE = Extrato etéreo.

Tabela 2 - Composição mineral e vitamínica do

concentrado e da ração completa utilizada no experimento.

Milho Soja Farelo Refinasil Melaço Uréia Polpa Semente de Ração de soja cítrica algodão Completa MN, kg 4,89 1,10 3,30 1,50 0,02 0,01 1,50 1,20 43,80 MS, kg 4,31 0,99 2,90 1,35 0,02 0,01 1,35 1,08 23,31 Nutrientes, % na MS PB 1,80 1,80 6,20 1,40 --- 0,20 0,40 1,00 17,10 PND 1,00 0,90 2,20 0,30 --- --- 0,20 0,50 37,20 PS 0,20 0,30 1,20 0,70 --- 0,20 0,10 0,30 29,10 FDA 0,60 0,50 1,10 0,70 --- --- 1,40 1,50 19,80 FDN 1,70 0,60 1,50 2,60 --- --- 1,40 2,00 34,70 FB 0,50 0,20 0,80 0,60 --- --- 0,80 0,90 15,50 EE 0,80 0,80 0,10 0,10 --- --- 0,20 0,80 3,90 Mcal* 0,36 0,09 0,24 0,11 --- --- 0,11 0,10 1,68

(4)

Tabela 3 - Composição dos volumosos utilizados no

experimento.

Tabela 4 - Composição mineral e vitamínica dos

volumosos, premix, mistura mineral e sal comum utilizados no experimento.

Tabela 5 - Teores médios de gordura (G), proteína (P),

lactose (L), sólidos totais (ST) e de contagem de células somáticas (CCS) obtidos em amostras de leite (colheita dia 07 e 25/11/98), valores de F e coeficientes de variação (CV).

ns= não significativo (p>0,05). *(p<0,05).

Tabela 6 - Teores médios de gordura (G), proteína (P),

lactose (L), sólidos totais (ST) e de contagem de células somáticas (CCS) obtidos em amostras de leite (colheita dia 16 e 27/12/98), valores de F e coeficientes de variação (CV).

ns= não significativo (p>0,05). *(p<0,05).

Tabela 7 - Teores médios de gordura (G), proteína (P),

lactose (L), sólidos totais (ST) e de contagem de células somáticas (CCS) obtidos em amostras de leite (colheita dia 09/01/99), valores de F e coeficientes de variação (CV).

ns= não significativo (p>0,05). *(p<0,05). Tratamentos G, % P, % L, % ST, % CCS (x 1000) ___________ _____________ _____________ ____________ ________________ Data da colheita 07/11 25/11/98 07/11 25/11/98 07/11 25/11/98 07/11 25/11/98 07/11 25/11/98 1 3,22 3,18 3,14 2,99 4,85 4,77 12,21 11,82 152,35 236,12 2 3,16 3,12 3,04 2,81 4,88 4,80 12,08 11,59 53,71 59,62 Valor de F Tratamentos 0,06ns 0,09ns 1,58ns 4,30ns 0,25ns 0,23ns 0,26ns 0,96ns 4,92* 6,42* Blocos 1,10ns 1,00ns 1,18ns 0,83ns 1,37ns 1,88ns 1,37ns 1,50ns 1,78ns 1,60ns CV, % 22,25 18,07 7,57 8,19 3,76 3,67 6,31 5,61 125,90 133,25 Tratamentos G, % P, % L, % ST, % CCS (x 1000) _____________ _____________ _____________ ________________ _____________ Data da coheita 16/12 27/12/98 16/12 27/12/98 16/12 27/12/98 16/12/98 27/12/98 16/12 27/12/98 1 3,59 3,62 2,92 3,10 4,52 4,46 11,83 12,00 271,06 395,18 2 2,90 3,39 2,89 3,03 4,55 4,47 11,16 11,70 60,75 154,62 Valor de F Tratamentos 8,36* 1,72ns 0,19ns 0,65ns 0,40ns 0,03ns 7,95* 2,01ns 4,09ns 3,53ns Blocos 0,57ns 1,55ns 0,75ns 1,07ns 3,10* 1,30ns 0,87ns 1,64ns 1,40ns 1,20ns CV, % 20,82 14,47 6,41 7,99 2,95 4,54 5,86 5,01 177,20 131,73 Tratamen to s G , % P , % L , % ST, % CCS (x 1 0 0 0 ) 1 2 ,9 7 3 ,3 1 4 ,6 0 1 1 ,4 9 6 0 0 ,1 2 2 2 ,8 5 3 ,1 5 4 ,8 0 1 1 ,4 4 1 2 0 ,5 0 Valo r d e F Tratamen to s 0 ,3 7 n 2 ,6 2 n s 1 ,8 3 n s 0 ,0 4 n s 4 ,8 4 * Blo co s 0 ,8 2 n s 1 ,0 6 n s 1 ,0 6 n s 1 ,2 3 n s 1 ,1 7 n s CV, % 1 9 ,8 1 8 ,3 0 8 ,8 9 7 ,5 6 1 7 1 ,1 3 Silagem de milho Feno de capim-coast cross

Matéria natural, kg 28,00 1,50

Matéria seca, kg 9,24 1,29

Nutrientes, % na matéria seca

Proteina bruta 3,60 0,60

Proteina não degradável 1,10 0,20

Proteina solúvel 1,80 0,10

Fibra em detergente ácido 11,90 2,10

Fibra em detergente neutro 20,60 4,20

Fibra bruta 9,80 1,80

Extrato etéreo 0,90 0,10

Mcal* 0,59 0,06

*Energia (Mcal/ kg de MS).

Silagem de milho Feno de capim-coast cross Premix Mistura mineral Sal comum --- Porcentagem --- Ca 0,03 0,01 0,53 0,08 --- P 0,06 0,01 0,15 0,03 --- Mg 0,08 0,01 0,12 0,01 --- K 0,30 0,09 0,02 --- --- Na --- 0,01 0,20 --- 0,05 Cl 0,24 0,08 0,01 --- 0,07 S 0,03 0,02 0,07 0,01 --- Fe 265,57 9,13 110,74 7,34 --- --- ppm --- Co 0,04 --- 0,46 0,37 --- Cu 3,17 0,22 14,06 2,57 --- Mn 15,86 5,04 46,96 4,58 --- Zn 8,32 1,88 52,16 9,90 --- Se --- --- 0,49 0,07 --- I --- --- 0,78 0,29 ---

--- Unidades internacionais (UI) ---

A+ 46,00 --- 115,00 17,00

D3 --- --- 58,00 5,00 ---

E --- --- 376,00 5,00 ---

(5)

produção de proteína do leite (Robert et al., citados por SANCANARI, 1988; HOLMES & WILSON, 1990; SEIMOUR et al., 1990; PISULEWSKI et al., 1996). No presente experimento tal fato não foi observado, uma vez que as médias foram semelhantes (p>0,05), exceto na data de 16/12/98, ocorreu queda no teor de gordura do leite das vacas que receberam a metionina. Foram obtidas as médias de gordura nos tratamentos 1 e 2 de 3,22 e 3,16%; 3,18 e 3,12%; 3,59 e 2,90%; 3,62 e 3,39% e 2,97 e 2,85%, respectivamente nas datas de 07/11; 25/11; 16/12; 27/12/ 98 e 09/01/99. Embora a gordura e a proteína sejam os nutrientes que sofrem mais alterações durante a lactação, vários fatores poderão afetar tais nutrientes (ordem de parição, idade, raça e proporção do volumoso em relação ao concentrado), alterando as curvas que normalmente são inversamente proporcionais à curva da produção de leite. Conforme Pell & Bauman citados por BREMMER et al. (1997), a suplementação de vacas leiteiras com aminoácidos protegidos da degradação ruminal está associada a alterações na concentração dos ácidos graxos. Esses autores observaram que ocorreu aumento na concentração plasmática de ácidos graxos não esterificados, permitindo que mais ácidos graxos fossem extraídos pela glândula mamária e incorporados à gordura do leite.

Pode-se observar, por meio das médias de proteína bruta do leite (Tabelas 5, 6 e 7), que as vacas pertencentes ao tratamento 2 apresentaram teores menores (p>0,05), concordando, por exemplo, com os resultados obtidos por GUINARD & RULQUIN (1995), haja vista que não obtiveram diferenças no teor e na produção de proteína do leite das vacas. Os autores utilizaram quantidades de 8 e 16 gramas de DL metionina/dia/vaca da raça Holandesa por um período de 12 a 22 semanas após o parto. Por outro lado, a suplementação de metionina na ração de vacas leiteiras causou aumento na produção de caseína e conseqüentemente de proteína (SCHWAB, 1996; BREMMER et al., 1997). Convém salientar que a manutenção dos valores, tanto de proteína como de gordura do leite, ocorre face ao fornecimento da metionina para vacas leiteiras apenas no período pós-parto, como é o caso do presente experimento e dos resultados obtidos por GUINARD & RULQUIN (1995).

As médias obtidas em diversas pesquisas indicando aumento na produção de proteína do leite em função da suplementação com a metionina são conhecidas, e, segundo ARMENTANO et al. (1993) e ARMENTANO et al. (1997), para cada 1 grama de metionina suplementada a produção de proteína pelo leite pode aumentar em 4 gramas. Todavia, esses autores salientaram que vários fatores poderão alterar essa proporção, uma vez que 100% da metionina que chega ao intestino delgado na forma protegida é absorvida pela corrente circulatória, mas apenas

15% é convertida em proteína do leite. Isso enfatiza um maior impacto do catabolismo pós-absortivo pelo fígado e para o suprimento de metionina em outros tecidos da glândula mamária. Portanto, esta baixa conversão pós-absortiva de metionina em proteína do leite poderá influir na composição final do mesmo.

Conforme as médias de lactose do leite das vacas de ambos os tratamentos, nas diferentes datas de colheita (Tabelas 5, 6 e 7), pode-se notar semelhança (p>0,05), apesar da superioridade de 4,34% na média favorável ao leite das vacas pertencentes ao tratamento 2, na data de 09/01/99 (Tabela 7).

As variações ocorridas nos teores de sólidos totais do leite foram pequenas conforme as datas de colheita (Tabelas 5, 6 e 7). Observou-se diferença significativa nos teores de sólidos totais apenas na data de 16/12/98 (Tabela 6). A proximidade das médias de sólidos totais do leite demonstrou que a suplementação com a metionina não afetou a composição do leite (p>0,05), exceto no dia 16/ 12/98 (Tabelas 6), haja vista a alteração no teor de gordura, uma vez que esta é um componente dos sólidos totais do leite.

Com relação às médias da contagem de células somáticas (Tabelas 5, 6 e 7) observou-se que no leite das vacas do tratamento 1 os valores foram maiores, diferindo estatisticamente (p<0,05) nos dias 07 e 25/11/98 (Tabela 5) e 09/01/99 (Tabela 7), demonstrando que a metionina, de alguma forma, influiu proporcionando menor concentração de células somáticas no leite das vacas do tratamento 2. No entanto, observou-se que apenas na última data de colheita (09/01/99) a concentração obtida no leite das vacas do tratamento 1 superou 500.000 células somáticas/mL. Nesse sentido, vários autores relatam que o leite de glândulas mamárias isentas de infecção raramente contém mais de 500.000 células/mL (SCHULTZ, 1977; POULTREL & RAINARD, 1982).

CONCLUSÕES

1. A suplementação do alimento fornecido a vacas de alta produção leiteira com metionina na ração não proporcionou alteração na composição química do leite, exceto na data de 16/12, quando ocorreu queda nos teores de gordura e sólidos totais das vacas alimentadas com esse aminoácido.

2. O leite das vacas cuja ração foi suplementada com a metionina, obtido nas diferentes datas de colheita, apresentou menor concentração de células somáticas. 3. Tornam-se interessantes novos estudos a fim de verificar o efeito da metionina fornecida durante o pré e o pós-parto sobre possíveis alterações na composição do leite das vacas.

(6)

AGRADECIMENTO

Ao Dr. Roberto Hugo Jank Júnior, pela colaboração durante a condução do experimento.

REFERÊNCIAS

ARMENTANO, L.E., SWAIN, S.M., DUCHARME, G.A. Lactation response to ruminally protected methionine and lysine at two amounts of ruminally available nitrogen.

Journal of Dairy Science, v.76, n.9, p.2.963-9, 1993.

ARMENTANO, L.E., BERTICS, S.T., DUCHARME, G.A. Response of lactating cows to methionine, or methionine plus lysine added to high protein diets based on alfalfa and heated soybeans. Journal of Dairy Science, v.80, n.6, p.1.194-9, 1997.

BATEMAN, H.G., MARSHALL, R.T., BELYEA R.L., KERLEY, M.S., SPAIN, J.N. Comparison of rumen protected methionine and lysine or blood meal and fishmeal as protein supplements for early lactation Holstein cows.

Journal of Animal Science, v.72, suppl. 1, p.91, 1994.

(abstract 344).

BREMMER, D.R., OVERTON, T.R., CLARK, J.H. Production and composition of milk from Jersey cows administred bovine somatotropin and fed ruminally protected amino acids. Journal of Dairy Science, v.80, n.7, p.1.374-80, 1997.

GUINARD, J., RULQUIN, H. Effects of graded amounts of duodenal infusions of methionine on the mammary uptake of major milk precursors in dairy cows. Journal

of Dairy Science, v.78, n.10, p.2.196-207, 1995.

GUTHY, K. O significado da contagem de células somáticas do leite cru em relação à qualidade do leite tratado por calor e produtos derivados. Revista do

Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.41, n.246,

p.36-8, 1986.

HARMON, R.J. Physiology of mastitis and factors affecting somatic cell counts. Journal of Dairy Science, v.77, n.7, p.2.103-12, 1994.

HOLMES, C.W., WILSON, C.F. Produção de Leite a

Pasto. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola,

1990. 708p.

INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION for presentation of mastitis-related data. International Dairy

Federation Bulletin, n.321, p.6-15, 1997.

PIEPENBRINK, M.S., OVERTON T.R., CLARK, J.H. Response of cows fed a low crude protein diet to ruminally protected methionine and lysine. Journal of Dairy

Science, v.79, n.9, p.1638-1646, 1996.

PISULEWSKI, P.M., RULQUIN, H., PEYRAUD, J.L., VERITE, R. Lactational and systemic responses of dairy cows to postruminal infusions of increasing amounts of methionine. Journal of Dairy Science, v.79, n.10, p.1.781-91, 1996.

POULTREL, B., RAINARD, P. Predicting the probability of quarter infection (by major pathogens), from somatic cell concentration. American Journal of Veterinary

Research, v.43, n.7, p.1.296-9, 1982.

RULQUIN, H., PISULEWSKY, P.M., VÉRITÉ, R., GUINARD, J. Milk production and composition as a function of postruminal lysine and methionine supply: a nutrient- response approach. Livestock Production

Science, v.37, p.69-90, 1993.

SANCANARI, J.B.D. Efeito da metionina protegida e

não-protegida de degradação ruminal sobre os aspectos de produção de leite de vacas Holandesas,

Jaboticabal-SP, 1988, 76 p. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista.

SCHULTZ, L.H. Somatic cell counting of milk in production testing programs as a mastitis control technique

Journal of the American Veterinary Medical Association, v.170, n.10, p.1.244-6, 1977.

SCHWAB, C.G., BOZAC. C.K., WHITEHOUSE, N.G., MESBAH, M.M.A. Amino acid limitation and flow to duodenum at four stages of lactation. 1. Sequence of lysine and methionine limitation. Journal of Dairy Science, v.75, n.12, p.3.486-502, 1992.

SCHWAB, C.G. Rumen-protected amino acids for dairy cattle: progress towards determining lysine and methionine requirements. Animal Feeding Science Technology, v.59, p.87-101, 1996.

SEIMOUR, W. M., POLAN, C.E., HERBEIN, J.H. Effects of dietary protein degradability and casein or amino acids infusions on production and plasma amino acids in dairy cows. Journal of Dairy Science, v.73, n.3, p.735-48, 1990.

SHARMA, B., ERDMAN, R.A. Abomasal infusion of choline and methionine with or without 2-amino-2-methyl-1propanol for lactating dairy cows. Journal of Dairy

Referências

Documentos relacionados

A expressão “Três Marias” foi cunhada por Johanna Smit (1999) para chamar a atenção para as três principais instituições coletoras de cultura que, apesar

O barateamento de dispositivos de localização e sua disponibilidade em veículos, celulares e outros aparelhos, criam um aumento de dados espaço-temporais, o que gera a necessidade

Fonte: o autor. Os gráficos das curvas TG e DTG para as taxas de aquecimento de 10 K/min e 20 K/min estão no apêndice. Os resultados obtidos para a energia de ativação, fator

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários

Para Melo Neto (2002), entretanto, a ditadura se preocupou em inserir algumas das reivindicações dos estudantes no contexto das universidades, porém fez isso de acordo com

A operação sequencial de um sistema fechado ao longo de três ciclos permitiu avaliar a aplicabilidade de um processo sequencial à mineralização de um efluente de uma indústria de