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PENSAR A PRÁTICA DE ENSINO EM GEOGRAFIA.

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A CIDADE COMO ESPAÇO DE VIVÊNCIAS: NOVAS PERSPECTIVAS PARA SE PENSAR A PRÁTICA DE ENSINO EM GEOGRAFIA.

João Gabriel Gomes¹* *Gabriel.gms.fsa@hotmail.com

Gleicon Queiroz de Brito¹** **Gleicon_brasileiro@hotmail.com ¹ Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO:

Esse estudo tem como objetivo desenvolver um espaço de diálogo e reflexão através da importância em considerar o espaço vivido, o experimentado e todo o cotidiano do aluno como palco de possibilidade do processo de ensino e aprendizagem, no qual o educador utiliza de todo conhecimento que seu educando traz consigo, para trabalhar de forma holística os aspectos da ciência geográfica, assim valorizar as experiências e o mundo vivido do aluno para que o mesmo comece a construir um olhar investigativo daquilo que para muitos seria rotineiro. Para exemplificar essa relação da Geografia com o mundo vivido do aluno, escolhemos o município de Formosa-GO como palco do objeto de estudo, existindo assim dentro da cidade inúmeras possibilidades para se trabalhar pensar criar e recriar tais conhecimentos.

PALAVRAS – CHAVE: Cotidiano, Experimentado, Espaço Geográfico, Conhecimento.

INTRODUÇÃO:

Se desenvolver pelas vivências é uma das grandes possibilidades de se trabalhar Geografia dentro do atual cenário em que vivemos, para que através deste cenário possamos provocar o ato de pensar em nossos alunos, pois por acreditar que o papel do

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professor de Geografia, não é treinar seu aluno para se passar em um teste/vestibular, mais sim desenvolver todas as habilidades e conhecimento que seus educandos já trazem consigo mesmo, e assim se tornem cidadãos críticos na sociedade, pois,“Ninguém nasce feito: é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos” (FREIRE, 2013, p. 323) é através da experimentação, da vivência do aluno que a Geografia como prática de ensino pelo cotidiano, ira ser trabalhada, tendo em vista que tais fatores oferecem inúmeras possibilidades da ciência explorar novas leituras de mundo e de espaço, “A Geografia é uma ciência que estuda o espaço na sua manifestação global e nas suas manifestações singulares. Sendo assim, os conteúdos geográficos precisam ser “apresentados” para ser trabalhados pelos alunos nesta dupla inserção: global e local”. (CAVALCANTE, 2012, p 11) tendo a cidade como objeto de estudo e espaço rotineiro de relações do aluno,cabe ao educador apresentar e ganhar um imenso cenário para se trabalhar as multifacetas do espaço geográfico pelo vivenciado do educando, sendo assim:

“A escola e os espaços educativos de uma cidade possuem uma relação intrínseca com a Geografia, visto que tal disciplina pesquisa o espaço produzido pelas sociedades humanas, que é resultado de movimentos, desavenças e relações entre grupos sociais e natureza em diversos tempos históricos” (PONTUSCHKA, PAGANELLI E CACETE, 2009). Por tamanha importância este estudo tem como objetivo dialogar sobre a acuidade em se considerar a cidade como espaço de vivência e relações dos alunos, como um cenário de possibilidade do processo de ensino e aprendizagem, e como ação educadora e criadora, por isso cabe a Geografia como disciplinar interdisciplinar mediar esta ação, O município de Formosa-GO foi escolhido para elucidar e exemplificar a dinâmica do que se queria mostrar.

METODOLOGIA

O caráter desta pesquisa foi investigativo, tendo em vista o conhecimento e a familiarização dos autores com o objeto de estudo, a pesquisa desenvolveu-se através de levantamento de referencial bibliográfico, enriquecendo e contribuindo com a discussão do contexto abordado. Coleta de dados e informações por meio de entrevista semi

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estruturada e questionários com perguntas abertas e fechadas, de modo que as questões possibilitem informações fundamentais as quais norteiam a temática, possibilitando assim através destas informações e indagações, os autores fazerem uma reflexão a cerca da vivência do aluno, construindo um paralelo do que é ensinado com o seu cotidiano. Realizou-se entrevistas de cunho interrogativo a luz do método qualitativo, assim foram aplicados questionários com professores de várias escolas públicas do município de Formosa-GO, a pesquisa abrangeu cerca de 10% da totalidade das escolas da rede municipal e estadual do perímetro urbano, a abordagem trabalha com professores do ensino fundamental dois, na disciplina de Geografia, onde estes docentes proporcionam o conhecimento básico para os alunos, todavia, o alcance e a fixação do conhecimento advém do dia-a-dia dos discentes, com a teoria em sala, observação e até a prática do conteúdo abordado fora dela, tendo em vista que a pesquisa com os professores, dá o entendimento do que trabalhar, como trabalhar e porque trabalhar a vivência do aluno, através de questões que proporcionam a compreensão destes objetivos de ensino-aprendizagem. Pois a ação pedagógica na práxis e a realidade da escola.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O Município de Formosa tem uma área de 7.200 km², com seu relevo formado por extensos chapadões e terras vermelhas, tendo ainda variações com lugares baixos e planos elevados (VIEIRA, 2010). O município se enquadra na mesorregião do Leste goiano e na microrregião do Entorno de Brasília. A sede do município se localiza a 79 km da Capital Federal e a 280 km de Goiânia, a capital do Estado. O município juntamente com outros municípios do entorno do Distrito Federal faz parte da RIDE (Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal e Entorno).

A CIDADE COMO ESPAÇO DE VIVÊNCIAS E FONTE DE ENSINO

A cidade é o lócus da reprodução social, é através dela que a sociedade produz seus espaços de vivências, suas experiências dentro do seu próprio cotidiano, visto que

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“habitar implica mais do que morar, cultivar ou organizar espaço. Significa viver de um modo pelo qual se está adaptado aos ritmos da natureza” (BUTTIMER, 1985, p.166), tais ritmos está relacionado como o homem se desenvolverá dentro do próprio cenário epistemológico da sociedade em que está inserido, e assim o homem pela sociedade vai organizando seu espaço, conforme a sua necessidade, segundo Castoriadis (1987);

O homem só existe na e pela sociedade – e a sociedade é histórica. A sociedade como tal é uma forma, e cada sociedade dada é uma forma particular e mesmo singular. A forma implica a organização (CASTORIADIS, p. 288).

A forma de organização da sociedade incide lugares únicos dentro da própria organização espacial materializada nas cidades, lugares que se desenvolverão atividade pelo cotidiano, “a organização espacial é a expressão material do homem, resultado do trabalho social” (CASTROGIOVANNI, 2012, p. 55) sendo assim, elucidar tais atividades é um papel fundamental dentro da atual Geografia Escolar, é um dever do Professor de Geografia, a cidade deve ser vista pelo educador como fonte infinita de material didático e desenvolvimento cognitivo para os alunos, valorando através do cotidiano do próprio aluno as vivências dentro da sua própria cidade. Ao questionar os entrevistados se existe possibilidade de se trabalhar com o ensino de Geografia através da vivência dos alunos, 80% relatou que existe inúmeras possibilidades de se trabalhar com o mundo vivido do aluno dentro da sala de aula, alguns ainda demonstram possibilidades de se trabalhar a própria cidade, como relata a Professora “X”;

“Formulando desafios ao iniciar uma aula; percebendo alguma transformação seja em qualquer âmbito, da cidade local. Gerando assim oportunidade dos alunos exporem

suas ideias”, desta maneira o ensino passa a ter contribuições dos próprios educandos

os quais internalizam os conceitos por se tratar de questões vivenciadas todos os dias pela prática diária dos alunos, assim o professor rompe com o sistema mecânico de ensino o qual a educação deixa de ser “um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE, 2011, p. 80) e se torna um ato de

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elucidação do conhecimento, onde o aluno está diretamente inserido na construção do próprio conhecimento.

O atual cenário da Geografia Escolar é tendencioso por negligenciar as práticas do dia-a-dia e as ações do cotidiano, para elucidar tal cenário foi-se questionado se os professores trabalham o cotidiano geográfico em sala de aula, e como se abordar esse contexto na práxis educativa através do viés do urbano? 60% dos entrevistados responderam que trabalham rotineiramente com a construção de conhecimentos pelo cotidiano dos alunos, enquanto 40% relatam que; às vezes se exemplifica através da vida cotidiana dos alunos, demonstrando a grande lacuna existente no Ensino de Geografia elucidativo, demonstrativo o qual possibilita a internalizarão dos conceitos pelos alunos, mas ao mesmo tempo mostra um avanço pelos educadores, os quais começam a notar as inúmeras possibilidades de se trabalhar e pensar o cotidiano em sala de aula, demonstrando a importância de ensaios como este, para cada vez mais se romper com o ensino tradicional de Geografia, o que segundo Cavalcanti (2012.), a Geografia não era uma ciência que atraia os alunos, pelo fato dos alunos não compreenderem a importância dos conteúdos em seu dia a dia;

A Geografia como era ensinada não atraía os alunos; não havia uma consciência da importância dos conteúdos ensinados por essa matéria; o saber por ela veiculado era inútil e sem significado para os alunos, servindo antes, aos projetos políticos de formar um sentimento do patriotismo acrítico, estático e naturalizante; a memorização tornou-se seu principal objetivo e também orientou sua metodologia. (CAVALCANTI, p. 23).

Portanto, necessitamos pensar e agir de forma diferente, para que o ensino de Geografia não fique pautado em exposições de dados e decorar conceitos, “é preciso que o professor saiba pensar criticamente a realidade social e se colocar como sujeito transformador dessa realidade” (CAVALCANTI, 2012, p.73) para que assim possa elucidar a cidade como espaço de vivências e lócus da transformação social pelos próprios educandos. Construindo juntos (aluno/professor/professor/aluno), um ensino de

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Geografia pautado na vida cotidiana do vivenciando, o qual é agente transformador do espaço, para que através disso ocorra o aprendizado, o qual é necessário, segundo Vygotsky (in OLIVEIRA, 1998, p. 57), considerar “o processo de ensino-aprendizagem, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas (...) justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo”. Conforme demonstra Cavalcanti (2012), construir um ensino dinâmico, pela vivência geográfica, mediante da ação com a realidade social;

O ensino é um processo dinâmico que envolve três elementos fundamentais: o aluno, o professor e a matéria. Os três elementos estão interligados, são ativos e participativos, sendo que a ação de um deles influencia ação dos outros. O aluno é sujeito ativo que entra no processo de ensino e aprendizagem com sua “bagagem” intelectual, afetiva e social, e é com essa bagagem que ele conta para seguir no processo de construção; o professor, também sujeito ativo no processo, tem o papel de mediar às relações do aluno com os objetivos de conhecimento; a geografia escolar é considerada no processo como uma das mediações importantes para a relação dos alunos com a realidade (CAVALCANTI, 2012, p.48).

Essa conexão entre discente, docente e o espaço que o circunda, constrói uma rede de relação e produção, seja de matéria concreta ou de matéria subjetiva, engendrando metamorfoses espaciais, pois através do pensamento do homem e de sua ligação com o espaço, que ocorrerá as manifestações, as transformações e modificações espaciais. Todavia, é formidável que o docente seja o orientador do caminho educacional, mostrando as possibilidades de atalhos, os desafios do mesmo, buscando explorar o discente e despertando a perspicácia do aluno, enquanto a curiosidade pela analise da diferenciação das paisagens existentes no atual cenário geográfico, muitas veze materializadas em forma de cidades.

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É de suma importância elucidar a Geografia como conhecimento, e como conhecimento interdisciplinar, é fundamental para o desenvolvimento da integração do aluno com a cidade, por mediação da própria Geografia que tais conhecimentos devem ser desenvolvidos pelo experimentar do educando, como conhecer, as situações sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais que o circundam, presente em sua cidade. Possibilitando se pensar em inúmeras formas de se trabalhar o cotidiano do aluno não só pela Geografia mais, por inúmeras outras ciências, o que Segundo Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009):

A interdisciplinaridade pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a realidade social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e necessidade para o Brasil e para o mundo (PONTUSCHKA, PAGANELLI E CACETE, p. 145)

De tal modo, trabalhar a ciência geográfica pelas vivências do educando é abrir um leque para se abordar a interdisciplinaridade dentro da sala de aula, possibilitando desenvolver diversos fatores que são interesses da própria sociedade, para isso a sua diversidade não se limita apenas a conteúdos mais se expande para as várias formas de interpretação e de se ler o mundo, desenvolvendo uma Geografia que não se limita ao simples ato de se localizar, mais uma Geografia da percepção que possibilita olhares diversificados do mesmo espaço, por contribuição de variadas ciências.

A CIDADE COMO PALCO ELUCIDADOR DA PRÁXIS SOCIAL

O cotidiano é algo que geralmente nos coloca a uma afetividade e proximidade com o espaço, ou seja, a realidade que nos cerca. Exaltando essas relações de vivência entram numa condição exponencial, enquanto sua condição de ensino, já que alguns profissionais da educação não fazem o uso deste beneficio, elemento que pode propiciar um desenvolvimento único. Desenvolvimento este que é identificado, através do empírico, da percepção, do espaço em que está inserido, como do espaço que está longe e ao mesmo tempo perto, do espaço de vivência do educando, que inicia sua formação pelo seu experimentado, deste modo, todos iniciam sua formação escolar com

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conhecimentos advindos de suas experiências e vivências, para ilustrar se os atuais professores de Geografia também acreditam o mesmo, foi-se questionado se todos os alunos têm com si conhecimentos agregados pelas suas vivências, é 100% dos entrevistados relatam que os alunos já trazem com si, conhecimentos advindo de suas próprias vivências, os quais ora ou outra desenvolve-se junto com o próprio ensino geográfico, mostrando assim que a Geografia não é apenas ensinada mais também vivenciada, e que ''Não há saber mais, nem saber menos, há saberes diferentes''( FREIRE, 2011, p.68), portanto, o professor não pode ser considerado/tratado como um ser que detém total conhecimento , o qual deve ensinar de forma vertical/depositante, pois somos todos “seres inconclusos” (FREIRE, 2011, p.101) ,e pelo desenvolvimento desta inconclusão que nós nos formamos.

A própria prática de viver proporciona o conhecimento de diversos aspectos, ou seja, o nosso dia-a-dia é condicionalmente interdisciplinar, sendo ao passar nas ruas e identificar onde estar, a matemática presente na condição dos números nos endereços, à distância a percorrer, a velocidade necessária para chegar ao seu objetivo, o material que compõe a estrada ou rua onde está, o ar que se desloca em seu rosto, os debates políticos que estão na mídia e/ou em sua sociedade, a chuva que cai e a chuva que não cai (estiagem), toda a vida presente em sua volta. Tudo isso, pode ser e dever ser trabalhado para que o discente saiba o porquê estudar aquela disciplina e mais que isso, desenvolva um olhar crítico perante os fenômenos que os circundam, interpretando e compreendendo a sua complexidade. Tal olhar proporcionará uma visão de que “as paisagens, locais, na maioria das vezes, fazem parte das vidas particulares das pessoas que vivem no lugar. Portanto, agrega-se a essas paisagens, além de um valor afetivo, um sentido estético capaz de marcar no imaginário das pessoas a identidade do lugar” (CALLAI, 2012, p.83)

Esta abordagem do cotidiano abrange um conjunto de diversas ciências que estão ligadas as dinâmicas do mundo vivido, realçando que estas são bases para o desenvolvimento do aluno e de qualquer indivíduo, proporcionando uma base de conhecimento e acima de tudo de viver, pois o conhecimento diverso proporciona ao

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aluno fazer ligação de fenômenos e colocar a sua opinião em prol da condição estabelecida, sendo um agente transformador da realidade a qual está inserida e não condicionado, para isso é necessário que o professor de Geografia, rompa com a dificuldade em se trabalhar o cotidiano em sala, “Há dificuldades, entretanto em relacionar a noção de mundo vivido á linguagem e esforço geográfico” (BUTTIMER, 1985, p. 171), assim sendo, cada educador deve desenvolver sua metodologia pautada no vivenciar de seu aluno, na realidade a qual o educando está inserido, para que assim consiga desenvolver uma linguagem de cunho geográfico pelo mundo vivido, é partir do local para se discutir aspectos globais, pois nem sempre os conflitos vivenciados dentro da própria cidade é completamente diferente dos conflitos globais, dos conflitos da mídia.

A cidade estabelece um elo com o aluno, fazendo parte dele e ele fazendo parte dela, onde a escola é a estrutura para esclarecer esses caminhos, visto que essa intersecção pode ser rica, já que o ganho é advindo de ambas as partes, portanto, o aluno quando estabelece uma ligação do cotidiano com o conhecimento adquirido ou despertado através da escola, o mesmo sabe da responsabilidade estabelecida por certos critérios discutidos em sala, olhando o espaço de maneira mais ponderada e percebendo a modificação de tal, já que é existente um dinamismo do espaço com o individuo relacionado às ações antrópicas, “a percepção espacial de cada sujeito ou sociedade é resultado também de relações de afetividade e referência sociocultural” (CASTROGIOVANNI, 2012 p.70). Possibilitando desenvolver novos olhares do mesmo espaço, através do dinamismo entre a percepção e o conhecimento geográfico.

Com as dinâmicas da sociedade, a organização espacial é algo que se constrói e reconstrói. Essa dinâmica influência poderosamente no pensamento do aluno, visto que os espaços trazem consigo algumas particularidades, exaltando os lugares em que o aluno frequenta, portanto um espaço é denotado de sentimentalidade, os quais estão diretamente ligados no processo de ensino-aprendizagem através da percepção do lugar, para isso “estudar o lugar, em Geografia, significa entender o que acontece no espaço onde se vive para além das suas condições naturais ou humanas”

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(CASTROGIOVANNI, 2012, p.72). Logo, o percurso do discente quando se locomove em sua cidade, da sua casa a sua escola, seja onde for, existirá um mundo repleto de paisagens que denota diversas características do espaço que o cerca, sendo o mundo um infinito exemplar de aprendizagem e o docente o mediador do processo de ensino, pela percepção geográfica do urbano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A condição dinâmica dos conhecimentos geográficos inclui nova possibilidade de reflexão sobre a cidade como espaço vivido e de ensino aprendizagem para e pelos educandos, os espaços externos da escola devem ser considerados como fontes fornecedoras de material de ensino interdisciplinar, construindo um ensino além dos murros da própria escola, tais necessidades só podem ser supridas pelo cotidiano, todavia, as transformações que ocorre ao longo do tempo na educação são resultantes dos movimentos do espaço, sendo a sociedade o aparato modificador. E a adaptação do ensino-aprendizagem é preenchida pela vivência do aluno, para que o progresso do aluno alcance um futuro discente com uma visão holística não apenas de sua cidade, mas de uma visão que abranja o mundo com seus diferentes fenômenos, onde o experimentado faz um paralelo com o espaço geográfico, destacando essa condição empírica como possibilidade de desenvolvimento do aluno.

Para que assim a Geografia como fonte de referenciais pelo vivido, possa desenvolver em seus educandos um olhar investigativo de toda cotidianidade existente nas cidades, possibilitando desenvolver reflexões que rompa os limites existentes no processo de ensino e aprendizagem, vinculado ao processo de maximização do sucesso escolar, e da vida escolar dos alunos, onde uma educação integrada à sociedade contribui para a ampliação pedagógica no quesito formação integral dos educandos, pois o ensino rompe “os murros da escola”, e elucida a aprendizagem rotineiramente.

Pensar em um ensino de Geografia pela percepção é pensar a elucidação da própria sociedade, pois “não há sociedade sem prática educativa nem prática educativa sem sociedade” (LIBÂNEO, 2013, p. 17), demonstrando a mutualidade ligada as

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necessidade sociais, dentro ou fora da cidade, e permitir que as disciplinas escolares tenham uma expansão para se trabalhar o dia-a-dia, pois a maior das disciplinas é o cotidiano, o qual compõe grandes períodos de nossas vidas, sendo assim viver é um ato de ensino-aprendizagem, onde estaremos sempre prontos a apreender ou disseminar algo.

REFERÊNCIAS

BUTTIMER, Anne. Aprendendo o Dinamismo do Mundo Vivido. 1985. In: CHRISTOFOLETTI, Antonio. Perspectivas da Geografia. São Paulo- SP: DIFEL, 1985, 318 p.

CASTORIADIS, Cornelius. As Encruzilhadas do Labirinto I. Tradução de Carmen Sylvia Guedes e Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, 288 p. CAVALCANTI, Lana de Souza. A Geografia Escolar e a Cidade: ensaios sobre ensino de geografia para a vida urbana cotidiana, 3° Ed.- Campinas –SP; Papirus, 2012, 190 p.

CAVALCANTI, Lana de Souza. O Ensino de Geografia na Escola, Campinas-SP; Papirus, 2012, 208 p.

CALLAI, Helena Copetti. Estudar o Lugar para Compreender o Mundo. 2012. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos/ CALLAI, Helena Copetti/ KAERCHER, Nestor André. Ensino de Geografia: prática e textualizações no cotidiano, 10° Ed.- Porto Alegre: Medição, 2012, 144 p.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Apresentação e Compreensão do Espaço Geográfico. 2012. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos/ CALLAI, Helena Copetti/ KAERCHER, Nestor André. Ensino de Geografia: prática e textualizações no cotidiano, 10° Ed.- Porto Alegre: Medição, 2012, 144 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da tolerância; Organização, apresentação e notas Ana Maria Araújo Freire, 2° Ed. – Rio de Janeiro – RJ; Editora Paz e Terra 2013, 399 p. ________, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50° ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2011. 253 p.

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OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizagem e desenvolvimento, um processo sócio- histórico. São Paulo: Scipione, 1998.

PONTUSCHKA, N. N.; PAGANELLI, T. I. CACETE. N. H. Para ensinar e aprender Geografia. 3ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 2009, 383 p.

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