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Da formação á prática na saúde

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Academic year: 2021

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VI JORNADA DE SOCIOLOGIA DA SAÚDE

Da formação á prática na saúde

REALIZAÇÃO:

GRUPO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA DA SAÚDE UFPR/CNPq

PRROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA DA UFPR Mestrado e Doutorado em Sociologia

PATROCÍNIO:

APOIO:

SETOR DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA

ISSN: 1982-5544

Os resumos publicados nos anais do evento são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não representam, necessariamente, pontos de vista do Grupo de Pesquisa em Sociologia da Saúde UFPR/CNPq.

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VI JORNADA DE SOCIOLOGIA DA SAÚDE

Da formação á prática na saúde

HISTÓRIA MANCHADA: MASSACRE E DOENÇAS AOS POVOS INDÍGENAS NO

VALE DO ITAJAÍ

Giana Carla Laikovski1 Rosane Santos Costa2

Leonilda Wessling3 O objetivo desse estudo é identificar a relação existente entre brancos e indígenas no Vale do Itajaí acerca do processo de colonização. Para tanto, utilizou-se a metodologia exploratória bibliográfica e discussões no grupo de estudos. Este estudo se justifica pela necessidade que se tem em construir um novo modo de pensar o indígena da região do Vale do Itajaí. Isso porque a colonização trouxe trágicas consequências aos povos indígenas que, além de terem sido vítimas de um massacre, tiveram sua cultura roubada, bem como os meios fundamentais para a sua sobrevivência, como suas terras e a natureza. Neste sentido, a imagem criada de que o índio era um selvagem que necessitava ser domesticado, foi essencial para o sucesso do processo de pacificação. Constatou-se que os indígenas morreram no confronto e nas doenças causadas pelo contato e falta de alimento provocado pelo modelo de ocupação. Constatou-se ainda, que esta imagem criada pela política nacional prevalece como verdadeira isso pode justifica a descriminação desses povos até a atualidade. No Brasil colonial, o choque cultural entre brancos e índios foi tão conflitante e catastrófico, que ocasionou a sobreposição de uma cultura sobre a outra. O etnocentrismo da cultura do branco ocasionou o genocídio e o etnocídio contra os povos indígenas. (THOMAZ, 1995) A realidade local não foi diferente: a pacificação dos povos indígenas no Vale do Itajaí trouxeram consequências devastadoras, sofridas por esta população até o atual momento. Neste sentido, torna-se necessária a discussão sobre a colonização do Vale a partir de outra ótica, desmistificando a figura do indígena e resignificando a história. (CUNHA, 1992). “Um povo primitivo não é um povo ultrapassado ou atrasado; num ou noutro domínio pode demonstrar um espírito de invenção e realização que deixa muito aquém os êxitos dos civilizados” (STRAUSS, 1967, p. 122). Porém, os europeus que chegaram ao Brasil não viam a organização social dos indígenas sob esta ótica. Segundo Cunha (1992), existem várias causas para a dizimação das populações indígenas. Embora as epidemias tenham sido consideradas as maiores causadoras de mortes entre os indígenas, fatores ecológicos e sociais como altitude, clima, densidade da população e o seu isolamento, causado pela política de concentração praticada por missionários e pelos órgãos oficiais, que favoreceu as epidemias, pesaram decisivamente. Além disso, há o fator da exploração do trabalho dos indígenas concomitantemente com as guerras, acompanhadas da fome. Os índios foram utilizados pela Coroa portuguesa na luta política pela manutenção das suas terras brasileiras. A Coroa tinha seus próprios interesses, fiscais e estratégicos acima de tudo: queria de certo ver prosperar a Colônia, mas queria também garanti-la politicamente. Para tanto, interessavam-lhe aliados índios nas suas lutas com franceses, holandeses e espanhóis, seus competidores internos, enquanto para garantir seus limites externos desejava

1

Bacharel em Serviço Social e está cursando Ciências Sociais – FURB- Universidade Regional de Blumenau.

gianacl@yahoo.com.br

2 Graduanda Ciências Sociais – FURB- Universidade Regional de Blumenau – costasantosrosane@gmail.com 3

Orientadora: leonilda.wessling@gmail.com Financiadora: PARFOR – Programa de Formação de Professores. Governo Federal

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„fronteiras vivas‟ formadas por grupos indígenas aliados (FARAGE, 1991 apud CUNHA,

1992, p.15). Até o início do século XX, a relação do Estado com as populações indígenas é marcada por políticas indigenistas. A criação de órgãos governamentais para tratar de questões indígenas inicialmente traz a perspectiva de controle desta população. Em 1910 é criado o “Serviço de Proteção aos Índios” que, em meio a acusações de corrupção, é substituído em 1967 pela “Fundação Nacional do Índio - FUNAI”, que persiste até os dias atuais. Segundo Santos (1973), a FUNAI foi criada em um momento em que a política governamental era a de exploração e ocupação do território nacional, voltada ao progresso e à extração dos recursos minerais. Neste processo, os índios são considerados empecilhos, sendo retirados de seu habitat mais de uma vez, seja para afastá-los das estradas ou da barragem que inundavam suas terras. A partir dos anos 80, de empecilhos passaram a ser vistos como risco a segurança nacional e ameaça às fronteiras (CUNHA, 1992). Por outro lado, com os movimentos sociais efervescendo neste período, multiplicam-se organizações não governamentais de apoio aos índios. No inicio da década de 80 o movimento indígena se organiza em âmbito nacional. Esta organização culminou em importantes conquistas com a Constituição de 1988, que reconhece direitos históricos em relação à posse da terra destes povos. Conforme Santos (1973, p.16) “o Sul tem a imagem, ás vezes, de um Brasil particular: de um Brasil branco, rico e dominador”. Esta imagem tem escondido a realidade que foi acometida ao indígena. Isso tanto no Paraná quanto em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os Xoklengs eram identificados como empecilhos ao desenvolvimento, porque eram resistentes e se organizavam para o conflito fabricando suas próprias armas. Santos (1973) relata que antes da ocupação europeia, habitavam o Vale do Itajaí os povos Tupi-Guarani, também conhecidos como „Carijós‟, que viviam no litoral e o povo Jê, também conhecidos por Kaingang e Xoklengs (Laklãnõ), estes por sua vez, habitavam o interior, mais especificamente o planalto. Durante todo o processo de ocupação das terras da região Sul, tanto tropeiros quanto imigrantes sempre foram atacados pelos Xoklengs e pelos Kaingangs. No entanto, Santos (1973, p. 55) nos diz que “as incursões dos Xokleng sobre as propriedades e seus habitantes civilizados eram relativamente raras”. A colonização no sul do país tomou caráter de frente pioneira. Frente baseada na exploração da pequena propriedade agrícola, que de geração em geração deveria seguir adiante, em busca de novas terras. Nesse movimento, a frente tendia a eliminar o indígena dos territórios em que tinha interesse, pois, ele era obstáculo à sua expansão. A ação dos bugreiros, tropas formadas em sua maioria por caboclos conhecedores dos sertões eram encarregados do extermínio. Os bugreiros atacavam a aldeias, matavam e ocupavam-se dos pertences das vítimas. Para justificar suas ações agressivas sobre os nativos, o governo e os bugreiros os caracterizaram como “selvagens desalmados”. Desta forma, criou-se uma imagem que eles não eram humanos. Constatou-se que a ideia de índio foi criada e disseminada em todo território nacional e que até a atualidade pouco se sabe desses povos que habitavam o território brasileiro, além disso, desde a chegada dos europeus no século XV, os indígenas vêm perdendo espaço e pouco se tem feito para garantir sua cidadania. Identificou-se e as doenças que tiveram em relação ao contato com o branco e a falta de espaço para coletar e caçar também contribuiu com a disseminação dos indígenas. Referências

CUNHA, Manuela Carneiro da. Introdução a uma história indígena. In. CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras – Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992.

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SANTOS, Silvio Coelho dos. Índios e Brancos no Sul do Brasil: a dramática experiência dos Xoklengs. Florianópolis: Lunardelli, 1973.

STRAUSS, Claude Levi. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967. THOMAZ, Osmar Ribeiro. A Antropologia e o Mundo Contemporâneo: Cultura e Diversidade. In: SILVA, Aracy Lopes e GRUPIONI, Luís Donizete Benzi (org). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC\MARI\UNESCO, 1995.

Referências

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