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Desafios para o cumprimento das metas de atendimento em creche no

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Academic year: 2021

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SEADE

Desafios para o

cumprimento Das metas De

atenDimento em creche no

estaDo De são paulo

no 11 Fevereiro 2014

Autores deste número

Maria Paula Ferreira, gerente de

Meto-dologia e Estatística da Fundação Seade.

Margareth Izumi Watanabe, diretora

adjunta de Metodologia e Produção de Dados da Fundação Seade.

Coordenação e edição

Edney Cielici Dias

(2)

Diretora Executiva

Maria Helena Guimarães de Castro

Diretora Adjunta Administrativa e Financeira Silvia Anette Kneip

Diretor Adjunto de Análise e Disseminação de Informações Haroldo da Gama Torres

Diretora Adjunta de Metodologia e Produção de Dados Margareth Izumi Watanabe

Corpo editorial Maria Helena Guimarães de Castro; Silvia Anette Kneip; Haroldo da Gama Torres; Margareth Izumi Watanabe; Edney Cielici Dias e Osvaldo Guizzardi Filho

SEADE

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

Av. Cásper Líbero 464 CEP 01033-000 São Paulo SP Fone (11) 3324.7200 Fax (11) 3324.7324

(3)

apresentação

pesquisas inseriDas no Debate público

O Seade é uma instituição que remonta ao século 19, com o surgi-mento da Repartição da Estatística e do Arquivo do Estado, em 1892. Ao longo de mais de um século, tem contribuído para o conhecimento do Es-tado por meio de estatísticas, com um conjunto amplo de pesquisas sobre diversos aspectos da sociedade e do território de São Paulo. Levar parte importante desse volume de informação e suas interconexões ao público é, por sua vez, uma tarefa tão relevante quanto desafiadora.

O Projeto Primeira Análise visa divulgar parte do universo de conheci-mento da instituição, ao dialogar com temas de interesse social. Os artigos que compõem o projeto procuram sinalizar de forma concisa tendências e apresentar uma análise preliminar do tema tratado. Trata-se de texto au-toral, de caráter analítico e científico, com aval de qualidade do Seade.

Os textos são destinados a um público formado por gestores públi-cos, ao oferecer informação qualificada e de fácil compreensão; ao meio acadêmico e de pesquisa aplicada, por meio de abordagem analítica pre-liminar de temas de interesse científico; e para a mídia em geral, ao suscitar pautas sobre questões relevantes para a sociedade.

Os artigos do projeto têm periodicidade mensal e estão disponíveis na página do Seade na Internet. Os temas englobam aspectos econômicos, sociais e de interesse geral, abordados em perspectiva de auxiliar na formu-lação de políticas públicas.

Desta forma, o Seade mais uma vez se reafirma como uma instituição ímpar no fornecimento de informações de importância para o conhecimen-to do Estado de São Paulo e para a formulação de suas políticas públicas.

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Desafios para o

cumprimento Das metas De

atenDimento em creche no

estaDo De são paulo

1

resumo: O artigo faz um diagnóstico da situação atual do

atendimento em creche no Estado de São Paulo e traz proje-ções tendo em vista o cumprimento da meta preconizada pelo anteprojeto de lei do Plano Nacional de Educação, de modo a subsidiar o planejamento e a expansão do acesso e a melhoria da qualidade do atendimento das crianças menores de quatro anos. O presente trabalho delineia os principais desafios para a política pública de atenção à primeira infância na busca desse objetivo.

Destaques

• Em 2012, estavam matriculadas na creche 837.453 crianças em 12.236 estabelecimentos de ensino no Estado de São Paulo, sendo que a taxa de atendimento das crianças de 0 a 3 anos correspondia a 33,3%.

• A participação pública era de 81,8%, sendo 53,3% em rede própria e 28,5% por meio de convênio com a rede privada. • Em relação a 2009, houve aumento de 50,6% no número

de matrículas, com a rede conveniada registrando o maior crescimento relativo no período (74,0%).

1. Estudo desenvolvido no âmbito do convênio Elementos para a Melhoria das Condições de Oferta de Educação Infantil no Estado de São Paulo – Seade, Cepam, Fundap e Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, 2013.

As autoras agradecem os comentários realizados por Maria Helena Guimarães de Castro para a elaboração deste artigo.

(5)

1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 5

• Para cumprir as metas do Plano Nacional de Educação, de-verão ser criadas 284.845 vagas entre 2013 e 2020, totali-zando 1.122.298 matrículas em 2020.

• Serão necessários 168.915 docentes e auxiliares, o que sig-nifica um acréscimo de 44.421 profissionais em relação a 2012 – aumento de 36%.

• Os esforços implicam medidas de regulação, supervisão e orientação, além da necessidade de articulação das políti-cas de educação, saúde e de assistência social, de modo a oferecer atendimento adequado na expansão da oferta. • Critérios adicionais poderiam ser utilizados para priorizar

o atendimento, como vulnerabilidade social das famílias e adoção de metas intermediárias ao longo do tempo, priori-zando crianças com pelo menos dois anos de idade.

Introdução

A demanda por vagas em creches para crianças menores de quatro anos tem crescido e representa um desafio para a maioria das prefeituras brasi-leiras. O anteprojeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE), enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional e ainda em discussão, define meta de atendimento para a creche até 2020. O município será obrigado a oferecer vagas para 50% das crianças nessa faixa etária em 2020, mas, por não existir a obrigatoriedade de os pais matricularem os filhos, poderá ocorrer, dependendo da realidade local, sobra ou falta de vagas em creche. Atualmente, em nenhum país se verifica a obrigatoriedade da frequência à creche. Aliás, o atendimento antes de um ano de idade em creche é proi-bido em vários países, sendo que as políticas sociais priorizam assegurar licenças e auxílios monetários para que a própria mãe ou pai possam cuidar de seus filhos no primeiro ano de vida.

A proposta deste estudo é realizar um diagnóstico da situação atual do atendimento em creche, bem como apresentar projeções, tendo em vista o cumprimento da meta preconizada, de modo a subsidiar o planejamento e a expansão do acesso e a melhoria da qualidade do atendimento das crianças menores de quatro anos.

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T A B E L A 1

Distribuição das matrículas em creche, segundo dependência administrativa Estado de São Paulo – 2009-2012

Dependência administrativa

2009 2012 Crescimento no período

N. abs. % N. abs. % N. abs. %

Pública 315.870 56,8 446.587 53,3 130.717 41,4

Privada 240.032 43,2 390.866 46,7 150.834 62,8

Privada com convênio 137.035 24,7 238.403 28,5 101.368 74,0

Privada sem convênio 102.997 18,5 152.463 18,2 49.466 48,0

Pública e Privada com Convênio 452.905 81,5 684.990 81,8 232.085 51,2

Total 555.902 100,0 837.453 100,0 281.551 50,6

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar; Fundação Seade.

A Emenda Constitucional no 14/1996 definiu que os municípios atua-rão de forma prioritária não apenas no ensino fundamental, mas também na educação infantil. Assim, a competência da educação infantil cabe ex-clusivamente aos municípios e a do fundamental é compartilhada com os Estados. No entanto, a legislação envolvendo a creche, apesar de estabe-lecer que é dever dos municípios oferecer matrículas para as crianças de 0 a 3 anos de idade, não elencou essa etapa como obrigatória da educa-ção básica, não existindo, assim, obrigatoriedade dos pais em realizar a matrícula.

O estudo buscou dimensionar os desafios que o Estado de São Paulo enfrentará em um cenário de aprovação da meta estipulada no PNE. Para tanto, foram projetados o número de vagas e o de profissionais necessários para o atendimento da meta.

As creches em são PAulo

Em 2012, 12.236 estabelecimentos de ensino no Estado de São Paulo aten-diam 837.453 crianças em creche. A participação pública era majoritária (81,8%), sendo 53,3% em rede própria e 28,5% por meio de convênio com a rede privada. Em relação a 2009, observou-se aumento de 50,6% no número de matrículas, com a rede conveniada registrando o maior cresci-mento relativo no período, 74,0% (Tabela 1).

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1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 7

Apesar desse aumento, a taxa de atendimento das crianças de 0 a 3 anos na creche era de 33,3% em 2012, enquanto a de atendimento na creche correspondia a 37,4% – tal diferença resulta do fato de as creches atenderem crianças com idade superior à preconizada.2

Para mensurar o desafio relacionado ao alcance da meta, definida pelo Plano Nacional de Educação – PNE 2011-2020, de pelo menos 50% de atendimento na creche em 2020, foi estimado o número mínimo de vagas necessário para o Estado de São Paulo, com base nas projeções populacio-nais calculadas pela Fundação Seade e nos dados do Censo Escolar. Como resultado desse estudo, deverão ser geradas, no mínimo, 284.845 vagas no período 2013 a 2020, totalizando 1.122.298 matrículas em 2020.

Das 284.845 vagas a serem criadas, 117.905 (41,4%) deveriam ser ofertadas nos 21 municípios do Estado que têm pelo menos 300.000 habi-tantes. Entre os 518 municípios com menos de 50.000 habitantes, haveria a necessidade de pelo menos 63.772 novas vagas (Tabela 2).3

2. A taxa de atendimento na creche foi calculada considerando-se a razão entre o total de ma-trículas na creche e a população de 0 a 3 anos. Já para a taxa de atendimento de 0 a 3 anos na creche consideraram-se no numerador apenas as matrículas na creche de crianças nesta faixa etária.

3. Informações sobre o número de matrículas, projeções populacionais e número mínimo de vagas necessário para atingir a meta para os 645 municípios estão disponíveis no SIM-Educação, sistema de informações municipais desenvolvido pela Fundação Seade em parceria com a FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação (http://www.fde.sp.gov.br/simeducacao). T A B E L A 2

Matrículas em creche e número mínimo de vagas para atingir pelo menos 50% de atendimento na creche, segundo localização e porte populacional do município

Estado de São Paulo – 2012-2020

Localização e porte populacional Municípios Matrículas em 2012 (A) Número míni-mo de vagas para atingir a meta em 2020 (1) (B) B - A

Até 50 mil habitantes 518 118.478 182.200 63.722

De 50 mil a 300 mil habitantes 106 246.841 350.059 103.218

Acima de 300 mil habitantes 21 472.134 590.039 117.905

Em região metropolitana (2) 14 404.932 514.185 109.253

Fora de região metropolitana 7 67.202 75.854 8.652

Total 645 837.453 1.122.298 284.845

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar; Fundação Seade.

(1) 50% da população de 0 a 3 anos projetada para 1o de julho de 2020.

(2) Refere-se às quatro regiões metropolitanas do Estado de São Paulo: São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba e Litoral Norte.

(8)

Para verificar o impacto desse incremento de vagas para os municípios paulistas, realizou-se simulação utilizando um modelo de regressão linear (incremento de vagas constantes) no período 2009 a 2012 para o ano de 2020 para cada um dos municípios paulistas (Tabela 3).

T A B E L A 3

Matrículas em creche, taxas de crescimento, vagas projetadas e taxas de atendimento, segundo localização e porte populacional do município Estado de São Paulo – 2012-2020

Localização e porte

populacional Municípios Matrículas em 2012

Taxas de crescimento 2009/2012 Vagas projetadas para 2020 (1) Taxas de atendimento em 2020 (2)

Até 50 mil habitantes 518 118.478 45,1 219.374 60,2

De 50 mil a 300 mil habitantes 106 246.841 39,0 437.772 62,5

Acima de 300 mil habitantes 21 472.134 59,2 941.198 79,8

Em região metropolitana (3) 14 404.932 59,9 810.663 78,8

Fora de região metropolitana 7 67.202 54,7 130.535 86,0

Total 645 837.453 50,6 1.598.344 71,2

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar; Fundação Seade.

(1) Vagas projetadas utilizando incremento de vagas constantes no período 2009 a 2012 para o ano de 2020.

(2) Razão entre o total de vagas projetadas e a projeção de população de 0 a 3 anos para 1o de julho de 2020.

(3) Refere-se às quatro regiões metropolitanas do Estado de São Paulo: São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba e Litoral Norte.

Como observado na Tabela 3, a taxa de atendimento na creche, para o total de Estado, alcançaria 71,2% em 2020, com 1.598.344 vagas ofer-tadas, ficando acima, portanto, da meta preconizada pelo PNE. Porém, quando se considera a distribuição da oferta nos 645 municípios do Estado, observa-se que 418 municípios apresentarão cobertura de pelo menos 50% em 2020 e 227 estarão abaixo desse patamar (Tabela 4).4

Ressalte-se ainda que esses resultados foram obtidos a partir de um incremento constante no número de matrículas no período.5 Assim, mesmo os municípios que atingiriam a meta teriam de gerar um grande número de vagas até 2020, dado o elevado crescimento das matrículas (50,6%) no período 2009 a 2012 (Tabela 3).

4. A taxa de atendimento foi calculada a partir das matrículas das redes públicas e privadas. 5. Característica da simulação para regressão linear entre dois instantes no tempo.

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1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 9

Esse cenário revela que os esforços serão diferenciados por parte das prefeituras municipais e que muitas terão dificuldades em financiar essa ex-pansão. Nos municípios paulistas, os gastos médios com a educação infantil, em 2012, representaram 35% das despesas com a educação. Para cumprir a meta preconizada pelo PNE (50% de vagas para creche, até 2020, e 100% para pré-escola, até 2016), os gastos projetados atuais teriam um acréscimo de 47%. Tal incremento fará com que os municípios despendam, em 2020, 13,3% das receitas correntes municipais para financiar a educação infantil, proporção que correspondia a 9%, em 2012.6

O governo estadual, com o Programa Creche-Escola, e o federal, por meio do Proinfância e Brasil Carinhoso, têm procurado suprir parte dessas necessidades. Mas os gastos com a manutenção e o custeio, por serem mais elevados para essa etapa de ensino, exigiriam uma revisão da forma de fi-nanciamento e do modelo atual de atendimento em creche.

Outra questão que emerge a partir desse quadro é a necessidade de garantir padrões mínimos de qualidade para que a expansão das vagas não

6. Convênio Elementos para a Melhoria das Condições de Oferta de Educação Infantil no Estado de São Paulo. Seade, Cepam, Fundap e Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional – 2013. T A B E L A 4

Municípios que não atingiriam a meta, por número de vagas projetadas para se atingir pelo menos 50% de atendimento na creche, segundo localização e porte populacional do município

Estado de São Paulo – 2020

Localização e porte populacional

Municípios que não

atingirão a meta (1) mínimo de Número vagas para atingir a meta (A) Total de vagas projetadas (2) (B) B - A N. abs. %

Até 50 mil habitantes 196 37,8 69.546 46.677 22.869

De 50 mil a 300 mil habitantes 26 24,5 101.811 75.566 26.245

Acima de 300 mil habitantes 5 23,8 62.471 49.360 13.111

Em região metropolitana (3) 5 35,7 62.471 49.360 13.111

Fora de região metropolitana - - - -

-Total 227 35,2 233.828 171.604 62.224

Fonte: Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar; Fundação Seade. (1) Meta: pelo menos 50% da população de 0 a 3 anos na creche em 2020.

(2) Vagas projetadas utilizando incremento de vagas constantes no período 2009 a 2012 para o ano de 2020. (3) Refere-se às quatro regiões metropolitanas do Estado de São Paulo: São Paulo, Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba e Litoral Norte.

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ocorra em detrimento da qualidade nessa importante fase de desenvolvi-mento infantil. O trabalho de supervisão e orientação pelas prefeituras de-verá ser ampliado tanto na rede direta quanto na indireta e na conveniada. Esse ponto é fundamental e a supervisão deveria ser integrada entre educa-ção, saúde e assistência às famílias.

O estudo também dimensionou a demanda por profissionais que a tuam diretamente nas creches gerada pela ampliação da oferta. O número estimado de funções docentes e auxiliares foi obtido a partir da projeção de vagas necessárias em 2020, do número médio de turmas e de funções docentes e auxiliares por turma existentes em 2012. Ou seja, manteve-se a atual configuração do quadro de profissionais presente nos municípios.

Serão necessárias 168.915 funções docentes e auxiliares, o que signifi-ca um acréscimo de 44.421 profissionais em relação ao que é observado em 2012 – crescimento de 36% no período.7 Dado que um docente pode atuar em mais de uma turma e/ou etapa de ensino, tem-se um total de 105.405 profissionais em 2012 – docentes e auxiliares.8

Nessa estimativa, observou-se que, em média, existe um docente por turma na creche. Deve-se ressaltar que o debate atual sobre padrões de atendimento abre possibilidades como, por exemplo, a de profissionais de nível médio capacitados e com a supervisão de um professor pedagogo para pelo menos duas turmas.

Dos 105.405 profissionais em 2012, 64.981 eram docentes, sendo a maioria com ensino superior (71,8%) e 23,4% com ensino médio normal/ magistério (Tabela 5), e 40.424 exerciam funções de auxiliares de creches, sendo que 69,8% tinham concluído no máximo o ensino médio e, entre esses, menos de 10% possuíam curso de formação específica para creche (Tabela 6). Ou seja, as creches reproduzem um modelo de atendimento com predomínio de profissionais de ensino superior completo em detrimento de auxiliares, pajens ou monitores de nível médio qualificado, o que, em tese, dificulta o atendimento multidisciplinar integrado.

Assim, para o atendimento das metas preconizadas pelo PNE 2011-2020 e mantida a configuração atual do quadro de profissionais, será neces-sário um aumento de 36% em relação a 2012, gerando esforços no sentido de promover formação inicial e continuada dos profissionais da educação,

7. O cálculo pode ser expresso por: funções docentes e auxiliares em 2020 = [(vagas necessá-rias em 2020)/(número de alunos por turma em 2012)] x (número médio de funções docentes e auxiliares por turma em 2012). Para fins de cálculo foram excluídas as turmas de educação infantil – unificada.

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1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 11

em especial para os auxiliares de creche. Dado o volume demandado, de-vem ser consideradas e ofertadas formas alternativas para a complementa-ção ou formacomplementa-ção desses profissionais, como, por exemplo, capacitacomplementa-ção de profissionais de ensino médio.

consIderAções sobre A metA e As Projeções

A frequência à creche é uma escolha da família e uma oportunidade a ser assegurada pelo Estado. A legislação vigente, ao definir a creche como a primeira etapa da educação infantil, reflete uma mudança de concepção acerca dessa instituição. Em vez de serem consideradas apenas ação de as-sistência social ou de apoio às mulheres trabalhadoras, as creches fazem parte de um percurso educativo que deve se articular com outras políticas sociais e com os outros níveis de ensino.

A inserção produtiva das mulheres pode, é claro, tornar a necessidade desses equipamentos mais premente. A taxa de participação das mulheres com filhos passou de 49%, em 2001, para 53%, em 2011,9 sinalizando o aumento da demanda potencial por creches. Os dados revelam que, apesar do expressivo aumento da oferta entre 2009 e 2012 (50,6%), o cumprimen-to da meta exigirá esforço adicional para os municípios. Caso se mantenha o mesmo ritmo de expansão, mais de 35% dos municípios paulistas não atingiriam a meta preconizada em 2020. Tal desafio, por ser maior especial-mente nas áreas metropolitanas, justaespecial-mente aquelas que apresentam maior inserção produtiva das mulheres, aponta para a discussão de novos padrões construtivos e formas de financiamento, desde aumento de recursos até intensificação de parcerias, de modo a possibilitar a expansão física neces-sária e a diversificação dos modelos de atendimento. Merece atenção o fato de os municípios possuírem capacidades diferenciadas, envolvendo, assim, diferentes estratégias para o atendimento. Enquanto os maiores municípios se deparam com grande demanda por equipamentos, os menos populosos, apesar da menor demanda, podem enfrentar dificuldades financeiras dado o custo operacional mínimo de uma creche.

Entre as estratégias a serem adotadas pelo municípios, poderiam ser utilizados critérios adicionais, como priorizar o atendimento de crianças re-sidentes em domicílios em áreas de maior vulnerabilidade social,10 em

es-9. Fundação IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Estado de São Paulo. 10. A Fundação Seade, em parceria com a Alesp, mapeou para todo o Estado de São Paulo as áreas vulneráveis à pobreza por meio do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS (http://www.iprsipvs.seade.gov.br).

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pecial nos municípios das áreas metropolitanas, ou, ainda, adotar metas intermediárias por idade, priorizando aquelas com pelo menos dois anos de idade, ou privilegiar o atendimento das famílias beneficiárias de programas de transferência de renda, como, por exemplo, o Bolsa Família e o Renda Cidadã.

Outra questão que emerge a partir desse quadro é a necessidade de garantia de padrões mínimos de qualidade para que a expansão das vagas não ocorra em detrimento da qualidade. Além dos impactos relativos ao aumento do número de profissionais (36%) e de ações relativas à formação inicial e continuada dos profissionais da educação, as políticas de atenção à primeira infância devem promover medidas de regulação, supervisão e orientação, de modo a oferecer atendimento adequado, possibilitando às crianças menores de quatro anos o desenvolvimento de seu potencial nos aspectos físico, psíquico e social, o que contribui para que tenham maiores oportunidades de realização pessoal e social. Além disso, o envolvimento das famílias, por meio de ações de apoio e orientação, é essencial e deve ser articulado com as áreas de saúde e de assistência social, cobrindo inclusive a fase de gestação e não se resumindo, assim, à entrada das crianças na creche.

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1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 13 T A B E L A 5

Docentes de creches, por dependência administrativa onde lecionam, segundo escolaridade/formação Estado de São Paulo – 2012 Escolaridade/formação

Docentes (n. abs.)

Docentes (%)

Total (1)

Apenas rede pública Apenas privada

conveniada

Apenas

privada não conveniada Total (1) Apenas rede pública Apenas privada

conveniada

Apenas

privada não conveniada

To TAL DE D o CENTE s DE C r EC h E 64.981 35.123 15.633 13.951 100,0 100,0 100,0 100,0 Ensino fundamental 286 117 26 141 0,4 0,3 0,2 1,0

Com curso de formação específico para creche

45 14 3 27 0,1 0,0 0,0 0,2

Sem curso de formação específico para creche

241 103 23 114 0,4 0,3 0,1 0,8 Ensino médio 18.040 6.801 7.087 4.103 27,8 19,4 45,3 29,4

Ensino médio normal/magistério

15.228 5.903 6.622 2.671 23,4 16,8 42,4 19,1

Com curso de formação específico para creche

1.565 700 561 300 2,4 2,0 3,6 2,2

Sem curso de formação específico para creche

13.663 5.203 6.061 2.371 21,0 14,8 38,8 17,0 Ensino médio 2.812 898 465 1.432 4,3 2,6 3,0 10,3

Com curso de formação específico para creche

208 82 35 87 0,3 0,2 0,2 0,6

Sem curso de formação específico para creche

2.604 816 430 1.345 4,0 2,3 2,8 9,6 Ensino superior (2) 46.655 28.205 8.520 9.707 71,8 80,3 54,5 69,6 Fonte:

Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar.

(1) Inclui docentes que lecionam em mais de uma dependência administrativa. (2) Superior com Licenciatura ou curso de Pedagogia. Nota:

Docentes são os indivíduos que estavam em efetiva regência de classe em 25/05/2012.

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T A B E L A 6

Auxiliares de creches, por dependência administrativa onde lecionam, segundo escolaridade/formação Estado de São Paulo – 2012 Escolaridade/formação

Auxiliares (n. abs.)

Auxiliares (%)

Total (1)

Apenas rede pública Apenas privada

conveniada

Apenas

privada não conveniada Total (1) Apenas rede pública Apenas privada

conveniada

Apenas

privada não conveniada

To TAL DE Aux ILIA r Es DE C r EC h E 40.424 26.195 6.649 7.555 100,0 100,0 100,0 100,0 Ensino fundamental 3.490 1.910 650 928 8,6 7,3 9,8 12,3

Com curso de formação específico para creche

367 224 47 96 0,9 0,9 0,7 1,3

Sem curso de formação específico para creche

3.123 1.686 603 832 7,7 6,4 9,1 11,0 Ensino médio 24.741 16.522 3.967 4.239 61,2 63,1 59,7 56,1

Ensino médio normal/magistério

7.790 5.487 1.498 804 19,3 20,9 22,5 10,6

Com curso de formação específico para creche

852 635 149 68 2,1 2,4 2,2 0,9

Sem curso de formação específico para creche

6.938 4.852 1.349 736 17,2 18,5 20,3 9,7 Ensino médio 16.951 11.035 2.469 3.435 41,9 42,1 37,1 45,5

Com curso de formação específico para creche

1.356 957 136 263 3,4 3,7 2,0 3,5

Sem curso de formação específico para creche

15.595 10.078 2.333 3.172 38,6 38,5 35,1 42,0 Ensino superior (2) 12.193 7.763 2.032 2.388 30,2 29,6 30,6 31,6 Fonte:

Ministério da Educação – MEC/Inep – Censo Escolar.

(1) Inclui docentes que lecionam em mais de uma dependência administrativa. (2) Superior com Licenciatura ou curso de Pedagogia. Nota:

Auxiliares são os indivíduos que estavam em efetiva regência de classe em 25/05/2012.

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1a Análise Seade, no 11, fevereiro 2014 15

notA Aos colAborAdores

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