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RESENHA AS DEFCTOLOGIAS NA PERSPECTIVA DE VYGOTSKY E O AUXÍLIO DAS TECNOLOGIAS PARA A VERDADEIRA EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

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Revista Transformar |13(2), ago./dez. 2019. E-ISSN:2175-8255 189

RESENHA

AS DEFCTOLOGIAS NA PERSPECTIVA DE VYGOTSKY E O

AUXÍLIO DAS TECNOLOGIAS PARA A VERDADEIRA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

FAMILIY DYSFUNCTION AND HYPERACTIVITY IN CHILDREN:

contributions of the Systemic Family Approach

DISFUNCIÓN FAMILIAR Y HIPERATIVIDAD EN EL NIÑO:

contribuciones del Enfoque Sistémico de Familia

Lorena Simão da Costa

Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia (LIPEAD) na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), inscrita no Polo de Apoio Presencial UAB/CEDERJ Natividade, matrícula 16116080027. Graduada em Letras com Especialização em Língua Portuguesa/Língua Espanhola pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ). Atualmente é professora do projeto do governo do Estado do Rio de Janeiro “Mais Educação” na Rede Estadual de Ensino CIEP 468 Olga Thurler Mendonça da Fonseca e atua como Professora de Língua Portuguesa pelo contrato temporário do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC).

Maria das Graças Estanislau Mendonça

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola (FAFILE) e mestrado em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Atualmente é pedagoga da Prefeitura Municipal de Natividade, coordenadora do polo CEDERJ/UAB da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ e coordenadora do polo CEDERJ/UAB da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Administração de Sistemas Educacionais.

Lev Semenovitch Vygotsky Nasceu em Orsha, Bielorussia, em 17 de novembro de 1896, judeu russo, pertencente a uma família culta e bastante numerosa, era o segundo de oito irmãos. Recebeu uma educação privilegiada, desenvolvendo a capacidade de pensar de forma questionadora e crítica. Vygotsky começou sua carreira aos 21 anos, após a Revolução Russa de 1917. Formou-se em Direito, História e Literatura, tendo também desenvolvido grandes estudos na área da Psicologia. Em 1917, quando estudante na Universidade de Moscou foi um leitor ávido e assíduo de temas como Linguística, Ciências Sociais, Psicologia, Filosofia e Artes. De 1917 a 1924 lecionou Literatura e Psicologia em Gomel e fundou a revista literária Verask.

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Inicia seu trabalho sistemático em 1924, com auxílio de estudantes e

colaboradores, com uma série de pesquisas em Psicologia do

Desenvolvimento, Educação e Psicopatologia. Participa do II Congresso de Psiconeurologia (estudo das interações entre cérebro e mente) em Leningrado, onde expõe com uma clareza impressionante para um jovem de 28 anos, o tema da relação entre reflexos condicionados e comportamento consciente do homem (Ivan Pavlov e John Watson). De 1925 a 1934, lecionou Psicologia e Pedagogia em Moscou e Leningrado. Vygotsky morreu em 11 de junho de 1934, vítima da tuberculose, com apenas 37 anos.

Apesar de não possuir formação oficial na área (raridade para aquela época), podemos considerá-lo um psicólogo, pelo fato de que suas contribuições teóricas auxiliaram e contribuíram nos estudos da psicologia. Com sua morte precoce, Vygotsky deixou vários manuscritos (alguns dos quais ainda desconhecidos do grande público) de grande relevância para a psicologia. Possuía uma forma autêntica e atual para a época que viveu. Juntamente com outros pensadores da época criou a psicologia Histórico Cultural, uma teoria psicológica baseada em um tipo próprio de Materialismo com base no Marxismo. Muitas foram as contribuições de Vygotsky aos campos do desenvolvimento humano, da psicopatologia, da epistemologia da psicologia, da psicologia da arte, entre outras.

Vygotsky trabalha com teses dentro de suas obras, podendo serem citadas “A formação social da mente” e “Pensamento e Linguagem”, nas quais são possíveis descrever: a relação indivíduo/sociedade que afirma que as características humanas não estão presentes desde o nascimento, nem são simplesmente resultados das pressões do meio externo. Elas são resultados das relações homem e sociedade, pois quando o homem transforma o meio na busca de atender suas necessidades básicas, ele transforma-se a si mesmo.

Ele defende a educação inclusiva e acessibilidade para todos. Devido ao processo criativo que envolve o domínio da natureza, o emprego de ferramentas e instrumentos, o homem pode ter uma ação indireta, planejada tendo ou não deficiência. Pessoas com deficiência auditiva, visuais, e outras podem ter um alto nível de desenvolvimento, a escola deve permitir que

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dominem e depois superem seus saberes do cotidiano. As crianças cegas podem alcançar o mesmo desenvolvimento de uma criança normal.

Defectologia é o termo que se refere ao estudo de crianças com algum tipo de deficiência. Antigamente, dizia-se que as pessoas possuíam um defeito, fosse físico ou intelectual. Vygotsky foi um dos precursores deste estudo e pautava sua proposta nas potencialidades das crianças, sua preocupação era em mudar a visão das pessoas em relação a compreensão da deficiência, libertando-a do viés biológico e limitador, mostrando que todos têm capacidade de exercer as mesmas atividades e participarem em conjunto, porém os que possuem alguma deficiência terão certas dificuldades que os vistos “normais” não têm.

Antes de tudo, vale ressaltar que a diferença vem primeiramente da relação sujeito-sociedade, visto que, a criança com deficiência é tratada de forma diferente perante aos demais. Vygotsky reconhecia a base orgânica, porém argumentava que a questão maior estava em como o meio tratava e lidava com a diferença, pois essa diferença afetava antes as relações sociais da criança e não sua direta relação com o espaço físico. Destaca-se também que a deficiência não deve ser vista como insuficiência, mas como organização própria das funções psicológicas superiores.

Outra observação a ser feita, é que por mais parecida que sejam as características das deficiências de algumas crianças, cada uma tem particularidades e influências diferentes, dependendo do meio social em que vive. Vygotsky, em seus primeiros escritos, deu ênfase à educação social, aquela onde o profissional utiliza ferramentas pedagógicas para intervir nas problemáticas do indivíduo e também voltou-se para a potencialidade da criança para o desenvolvimento normal. Seus primeiros escritos concentraram-se nos problemas das crianças cegas, surdas e deficientes intelectuais.

Na época destes estudos, o que conduzia as escolas era o enfoque terapêutico, as clínicas passavam as primeiras informações sobre o aluno e a escola organizava ações pedagógicas para recebê-lo. Vygotsky considerava a sociedade dinâmica e acreditava que preparar essas ações seria limitar a criança a uma situação de estigmatização, onde o indivíduo é apto a realizar apenas aquelas atividades preparadas e lhe negando o direito de desenvolver

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suas potencialidades através de atividades desafiadoras, assim acarretando a separação de crianças em grupos, trazendo danos a sua formação social e psíquica.

Sendo assim, podemos notar a importância da Zona de

Desenvolvimento Proximal, que refere-se aos processos mentais que estão em construção na criança, ou que ainda não amadureceram, salientando que o que a criança faz com ajuda hoje, amanhã poderá realizar sozinha, devido as constantes transformações do domínio psicológico. Este trecho reafirma a parte anterior, constatando que a criança com deficiência deve estar inserida no mesmo ambiente e realizando as mesmas atividades que as crianças ditas “normais”.

Devemos deixar claro aqui outro termo, a compensação social, visto que não acontecia quando uma função psicológica supria outra prejudicada e nem a limitação em uma parte do organismo resulta na hipertrofia de outra, para Lev S. Vygotsky a compensação social consiste na reação do sujeito em superar suas necessidades através da mediação simbólica. Por isso, em sua concepção, ele instiga a educação a criar oportunidades para que de forma objetiva se concretize a compensação social.

Vygotsky possui contribuições específicas a respeito de cada deficiência pesquisada, para ele a cegueira não é apenas falta de visão, mas uma reestruturação das forças da personalidade, criando uma formação peculiar. A compensação social ocorre na capacidade da linguagem em superar as limitações produzidas pela impossibilidade de experiência visual, descartando a possibilidade de a compensação biológica vir através da audição ou qualquer outro sentido. E devemos salientar, que na perspectiva de Vygotsky, a cegueira não é uma deficiência em si, não é o problema, as consequências da integração de uma pessoa cega na sociedade é que poderão acarretar um desenvolvimento incompleto das funções psicológicas neste indivíduo.

A cegueira em si não faz a criança deficiente, não é um defeito, uma deficiência, uma carência, uma enfermidade. Chega a ser só em certas condições sociais de existência do cego. É um signo da diferença entre sua conduta e a conduta dos outros. A educação social vencerá a deficiência (VYGOTSKI, 1997, p. 82)

Em relação à surdez, no princípio Vygotsky era favorável a oralização, visando que a Língua de Sinais era limitada para o estabelecimento de troca de

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sinais entre os sujeitos, porém em seus últimos textos sobre o desenvolvimento e a educação de surdos, ele assume a relevância de variados sistemas comunicacionias na educação de surdos, considerando a oralidade e a língua de sinais aliadas no processo de desenvolvimento cultural dos surdos. Sabe-se que a linguagem foi uma preocupação nos estudos de Vygotsky, valendo ressaltar que para ele a educação e o desenvolvimento do surdo são as questões mais complexas da pedagogia, pois em sua grande maioria, os surdos não desenvolvem a linguagem oral.

Vygotsky (1989) explicitou nos seus estudos que se uma criança estiver inserida em uma comunidade e utilizar uma língua em suas interações com os membros da mesma, valer-se-á desta língua tanto para comunicar-se como para o seu desenvolvimento cognitivo, a partir da internalização desta língua. Sendo assim, a língua de sinais permite que o surdo desenvolva-se cognitivamente. A língua de sinais tem potencialidade de expressar o conjunto de significados do mundo interior e exterior de quem a utiliza. A língua de sinais é o suporte para o desenvolvimento cognitivo do surdo. (KENDRICK DENI, 2010) A Língua de Sinais é de suma importância, não tem apenas função de permitir a comunicação, e portanto, deve ser valorizada, pois permite ao surdo pleno desenvolvimento de suas funções mentais superiores. Vygotsky ainda relatou que a criança surda deve adquirir a linguagem da mesma forma que os ouvintes, que os diferentes tipos de linguagem utilizada por elas deveriam ser revistos e que a interação e o convívio com os modelos adultos é como a criança surda poderá desenvolver a linguagem e o pensamento, acarretando assim seu pleno desenvolvimento.

No que diz respeito à deficiência intelectual, Vygotsky acreditava na heterogeneidade deste grupo e salientou a importância também da personalidade dos sujeitos, visto que a deficiência estimula o organismo e a personalidade a estimularem processos de compensação, estes processos formam funções que compensam ou nivelam a deficiência, tornando a criança mais ativa ao meio e com a mesma capacidade de desenvolvimento de crianças com outro tipo de deficiência. Assim como as outras crianças, ela é dotada de um organismo que responde às suas necessidades e a compensação serve justamente para responder aos desafios que o meio social lhe impõe. Segundo Vygotsky (1997)

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(...) a personalidade se equilibra, se compensa, com os processos de desenvolvimentos da criança. É imprescindível, desta forma, mais que conhecer a deficiência, visualizar a criança deficiente, sua personalidade, o meio em que vive, assim poderemos ter um estudo mais fiel sobre o desenvolvimento desta criança.

Em suma, podemos concluir que Vygotsky preocupava-se com o meio e com a inserção do indivíduo com algum tipo de deficiência, neste meio. Atualmente, podemos notar que essa preocupação foi em parte atendida, ainda há muito para ser feito, mas notamos cegos, surdos e até mesmo deficientes intelectuais fazendo parte de nosso cotidiano, seja nas escolas, no mercado de trabalho ou no simples convívio em sociedade. Com os avanços da tecnologia ficou mais fácil a comunicação e também facilitou a vida e o desenvolvimento de pessoas com deficiência, pois hoje em dia possuímos aplicativos e softwares que os ajudam.

Claramente podemos desenvolver este trabalho nos cursos de pedagogia, psicologia, letras, cursos em geral na área de humanas e também relacionados a saúde. Entre as diversas possibilidades de disciplinas onde poderia ser desenvolvido este estudo, deixo aqui destacadas: filosofia, psicologia da educação, educação especial e tópicos em educação especial, já que este estudo é dirigido a alunos e professores da área da educação, principalmente os que lidam com educação especial e alunos com algum tipo de deficiência.

Podemos destacar aqui três exemplos que auxiliam essas deficiências citadas acima. Seja meus olhos, do inglês Be My Eyes, é um aplicativo onde as pessoas que enxergam podem se voluntariar para ajudar aqueles que não enxergam, a transmissão é feita por áudio. Conversa de mão, do inglês Hand Talk, é o aplicativo utilizado por pessoas surdas que traduz textos e áudios para a Língua de Sinais, a transmissão é feita através de imagens. Aramumo é um jogo estilo palavras cruzadas, que facilita a aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual, desenvolvendo melhor suas habilidades de raciocínio. Todos estes aplicativos podem ser baixados no celular gratuitamente.

VYGOTSKI, L. S. (1997) Obras Escogidas. V – Fundamentos de defectología. Trad. Julio Guillermo Blank. Madrid: Visor.

Referências

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