• Nenhum resultado encontrado

Avaliação do processo de trabalho após implantação do programa nacional de melhoria do acesso e da qualidadade na atenção básica no município de Piracicaba, SP  

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação do processo de trabalho após implantação do programa nacional de melhoria do acesso e da qualidadade na atenção básica no município de Piracicaba, SP  "

Copied!
39
0
0

Texto

(1)

MAISA ROS ZORZETTO

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO APÓS

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA

DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA NO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA, SP

Piracicaba 2019

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

(2)

MAISA ROS ZORZETTO

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO APÓS

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA

DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA NO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA, SP

Dissertação de Mestrado Profissional apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Gestão e Saúde Coletiva.

Orientador: Profª. Drª. Jaqueline Vilela Bulgareli.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MAISA

ROS ZORZETTO E ORIENTADA PELA PROFª. DRª.

JAQUELINE VILELA BULGARELI.

Piracicaba 2019

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

(4)
(5)

DEDICATÓRIA

A Deus, por não escolher os capacitados, mas capacitar os escolhidos.

Aos meus queridos filhos Enzo e Enrico que me apresentaram o sentido de família e ao caminho de valores, fé, educação e persistência.

Aos meus irmãos Anderson e Vanessa e meus cunhados Raul e Jane, pelo companheirismo e incentivo constante.

Ao meu marido Carlos Adriano, por estar sempre presente através de orações e palavras acalentadoras.

(6)

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na pessoa Magnífico Reitor, Prof. Dr. Marcelo Knobel.

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do Diretor Prof. Dr. Francisco Haiter Neto.

À Profa. Dra Karina Gonzales Silverio Ruiz, Coordenadora dos cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP-UNICAMP pela dedicação ao programa.

Ao Prof Dr Jacks Jorge Junior Coordenador da Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) FOP-UNICAMP pela disponibilidade e agilidade nas solicitações.

Ao Prof Dr Marcelo de Castro Meneghim, Coordenador do Programa de Pós-graduação em Odontologia – FOP-UNICAMP pela oportunidade e atenção ao programa.

À Profa. Dra. Rosana de Fátima Possobon, Chefe do departamento de Odontologia Social da FOP-UNICAMP pela dedicação ao programa.

Aos professores da banca de qualificação Giovana Renata Gouvêa e Pedro

Augusto Thiene Leme.

À minha orientadora Jaqueline Vilela Bulgareli, por valorizar meu trabalho e esforço, e peloo apoio necessário. Agradeço por toda atenção e compreensão nesses anos.

À minha querida amiga Jamille Silva Nogueira, por toda colaboração oferecida desde o início da pesquisa e pela parceria.

Às enfermeiras das Unidades de Saúde da Família do município de Piracicaba onde realizei a coleta de dados, por disponibilizarem tempo e atenção de suas horas de trabalho para auxílio na pesquisa.

E finalmente, agradeço todos os amigos que torceram por essa conquista, em especial as amizades realizadas no decorrer da pós-graduação, tenho certeza que as guardarei no coração.

(7)

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o processo de trabalho após implantação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), na rotina das Unidades de Saúde da Família (USF) no município de Piracicaba - SP, Brasil. Foi realizado um estudo transversal descritivo com a aplicação de um questionário semiestruturado para avaliar o processo de trabalho da equipe e o instrumento de avaliação da matriz de intervenção nas unidades de saúde da família. Participaram do estudo 17 enfermeiras que coordenam as 17 Unidades de Saúde cadastradas no primeiro ciclo do PMAQ-AB em Piracicaba. Foram investigadas algumas questões relacionadas com as mudanças na equipe após implantação do PMAQ-AB e as dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção. Das entrevistadas, (15) 88,2% relataram que ocorreram mudanças no processo de trabalho equipe após implantação do PMAQ-AB e (9)53% das enfermeiras responderam que a equipe teve dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção dentre elas: dependência a nível de gestão municipal, estadual ou federal e outros setores (23%), equipe incompleta e mudanças de membro da equipe (12%) e falta de planejamento (12%). Os principais facilitadores são: a unidade já dispor de programação e planejamento (5,88%), algumas ações já eram realizadas (18%) e a equipe possuir foco e reflexão sobre o processo de trabalho (5,88%). Em relação ao índice de coerência e incoerência entre o escore e a nota do PMAQ das USF. Constatou-se que em 13 (76,5%) das unidades a avaliação da pesquisadora foi coerente com a avaliação feita pelo Ministério da Saúde, e em 3 (17,6%) as avaliações foram incoerentes. Uma unidade foi excluída, por não disponibilizar as matrizes de intervenção. Das ações propostas na matriz de intervenção, os temas mais citados pelas equipes para elaborar a matriz foram: Saúde da criança 15 (14,4%), doenças crônicas 13 (12,5%), saúde bucal 12 (11,5%), saúde da mulher 11 (10,6%). Conclui-se que a implantação do PMAQ ocasionou mudanças e dificuldades no processo de trabalho e que a na maioria das unidades a avaliação proposta pelo presente estudo foi coerente com a avaliação feita pelo PMAQ-AB.

Palavras-chave: Planejamento em Saúde. Atenção Primária a Saúde. Estratégia Saúde da Família.

(8)

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the work process after implementation of the National Program for Improvement of Access and Quality of Basic Care (PMAQ-AB), in the routine of the Family Health Units (USF) in the city of Piracicaba - SP, Brazil . A cross - sectional descriptive study was carried out with the application of a semi - structured questionnaire to evaluate the team 's work process and the evaluation tool of the intervention matrix in the family health units. The study was attended by 17 nurses who coordinate the 17 Health Units enrolled in the first cycle of PMAQ-AB in Piracicaba. We investigated some issues related to the changes in the team after implementation of the PMAQ-AB and the difficulties in implementing the proposed actions in the intervention matrix. Of the interviewees, (15) 88.2% reported that there were changes in the team work process after implementation of the PMAQ-AB and (9) 53% of the nurses answered that the team had difficulties in implementing the proposed actions in the intervention matrix among them : dependency at the municipal, state or federal level and other sectors (23%), incomplete team and changes of team member (12%) and lack of planning (12%). The main facilitators are: the unit already has programming and planning (5.88%), some actions were already carried out (18%) and the team has a focus and reflection on the work process (5.88%). Regarding the consistency index and incoherence between the score and the USF PMAQ score. It was verified that in 13 (76.5%) of the units the evaluation of the researcher was consistent with the evaluation done by the Ministry of Health, and in 3 (17.6%) the evaluations were incoherent. One unit was excluded because it did not provide intervention matrices. Of the actions proposed in the intervention matrix, the most cited themes by the teams to elaborate the matrix were: Child health 15 (14.4%), chronic diseases 13 (12.5%), oral health 12 (11.5%) , women's health 11 (10.6%). It is concluded that the implementation of the PMAQ caused changes and difficulties in the work process and that in most of the units the evaluation proposed by the present study was consistent with the evaluation made by the PMAQ-AB.

(9)

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AB - Atenção Básica

AMAQ - Auto avaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica AMQ - Avaliação para a Melhoria da Qualidade

DSTs – doenças sexualmente transmissíveis

Dtpa - vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto ECA - Estatuto da criança e do adolescente

ESF - Estratégia de Saúde da Família

GM/MS - Gabinete do ministro/ ministério da saúde MS - Ministério da Saúde

PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PAISC - Programa de assistência Integral a saúde da Criança PHPN - Programa de Imunização no Pré Natal e Nascimento

PMAQ-AB - Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica PNAB - Política Nacional da Atenção Básica

PNI - Programa Nacional de Imunização

PROESF - Programa de Expansão e Consolidação da Saúde da Família PSE - Programa de Saúde na Escola

PSF - Programa de Saúde da Família SUS - Sistema Único de Saúde USF - Unidade de Saúde da Família VOP - vacina oral poliomielite

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 ARTIGO: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA APÓS IMPLANTAÇÃO DO 1º CICLO PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE ... 14

3 CONCLUSÃO ... 32

REFERÊNCIAS ... 33

APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ... 35

ANEXOS Anexo 1 - Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa ... 36

Anexo 2- Matriz de intervenção ... 37

Anexo 3- Submissão em Revista de APS ... 38

(11)

11

1 INTRODUÇÃO

O Programa Saúde da Família (PSF), foi criado após o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), surgiu no ano de 1994 para modificar a atenção à saúde e reorientar o modelo assistencial, com enfoque na promoção da saúde e prevenção de doenças, de forma a reorganizar os serviços segundo os princípios de universalidade, integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que a partir de 2003, teve início o Programa de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (PROESF), e em 2006, o PSF passou a se chamar Estratégia Saúde da Família (ESF). Desde então essa estratégia tem alcançado elevada cobertura populacional no atendimento integral da população e se tornado a porta de entrada preferencial da rede de atenção à saúde (Neves et al., 2018).

A ampliação do PSF, contribuiu para melhoria de alguns indicadores importantes na AB, dentre eles: maior acesso aos cuidados básicos de saúde (Paiva, 2006); redução da mortalidade infantil (Macinko et al, 2006p); melhor controle de condições crônicas, doenças e agravos não transmissíveis (Araujo e Guimarães, 2007); e resultados positivos em internação hospitalar por condições sensíveis à Atenção Básica (AB) (Abreu et al., 2007; Guainais e Macinko, 2009).

Em 2006 foi lançada a Política Nacional de Avaliação da Atenção Básica (PNAB) em Saúde pelo Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde com várias estratégias voltadas à institucionalização da avaliação no sistema. Para tanto, desenvolveu-se um instrumento avaliativo da Estratégia Saúde da Família elaborada pelo Ministério em 2005, conhecido como “Avaliação para a Melhoria da Qualidade (AMQ)”. Este instrumento de Avaliação em Saúde tinha como proposta um diagnóstico da percepção dos próprios atores envolvidos com a Saúde da Família em todos os níveis desde a gestão, coordenação e equipes de saúde, possibilitando a identificação de estágios de desenvolvimento, aspectos críticos, potencialidades e pontos já estruturados e consolidados (Brasil, 2005).

Desta forma, o Ministério da Saúde passou então a incentivar atividades de monitoramento e avaliação assumindo a maior responsabilidade pelo processo de avaliação para estruturar uma política de avaliação da Atenção Básica (AB) com vistas à superação dos seus limites organizacionais e a institucionalização de processos avaliativos no sistema de saúde (Felisberto, 2006).

(12)

12

A institucionalização é uma estratégia para inserir a avaliação no dia a dia de gestores e profissionais de saúde, partindo de uma visão abrangente dos processos avaliativos. Trata-se da compreensão que a avaliação vai além da obrigação de prestar contas para instituições financiadoras ou da simples medição de resultados para satisfação de agentes responsáveis por programas e/ou políticas setoriais (Felisberto, 2006).

No Brasil, desde as últimas décadas, são identificadas várias iniciativas do Ministério da Saúde pela institucionalização da avaliação da AB. Entre as mais recentes, encontra-se o Programa para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), criado pela Portaria nº 1.654 GM/MS, de 19 de julho de 2011. O programa além de reafirmar a importância da AB, como principal porta de entrada do sistema de saúde, possibilita a avaliação dos serviços, atuando como o indutor da reorganização do trabalho das equipes e da gestão municipal de saúde, além de induzir a ampliação do acesso a melhoria da qualidade da AB, com garantia de um padrão de qualidade comparável no âmbito nacional, regional e local de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à AB (Brasil, 2013).

O principal objetivo do programa é ampliar o acesso e melhorar a qualidade da atenção básica, fator esse que contribuirá para o desenvolvimento de um padrão de qualidade comparável em todo o País. Além disso, o PMAQ-AB possui o objetivo de satisfazer os usuários, por meio da facilitação do acesso à unidade de saúde e pela qualidade dos serviços prestados, fortalecendo a gestão da AB, a qual deve promover a auto avaliação e a educação permanente (Brasil, 2015).

O PMAQ-AB foi organizado a partir de um vasto processo de mobilização de trabalhadores, gestores das três esferas de governo e usuários, com a finalidade de provocar mudanças no processo de trabalho das equipes que a ele aderem, por meio de mecanismos que envolvem análise, avaliação, intervenção e certificação, aliando o repasse de recursos conforme o desempenho alcançado na implantação e no desenvolvimento dos aspectos que o compõem (Pinto et al., 2014).

O PMAQ-AB está estruturado em 4 fases. A primeira consiste na adesão ao programa, momento em que ocorre a contratualização de compromissos e indicadores a serem firmados entre as equipes de AB, gestores municipais e ministério da saúde. Esse processo implica a gestão dos recursos em função dos compromissos e resultados pactuados e

(13)

13

alcançados. Envolve a pactuação local, regional e estadual e a participação do controle social, contribuindo com o aprimoramento da cultura de negociação e pactuação no âmbito do SUS. A segunda fase do programa é o momento de desenvolvimento das estratégias relacionadas aos compromissos com a melhoria do acesso e da qualidade. É estruturada em quatro dimensões consideradas centrais na indução dos movimentos de mudança da gestão, do cuidado e da gestão do cuidado, produzindo assim, melhorias contínuas da qualidade da AB à saber: auto avaliação, monitoramento, educação permanente e apoio institucional. Já a terceira fase do PMAQ consiste na avaliação externa, momento em que será realizado um conjunto de ações que averigua as condições de acesso e de qualidade da totalidade de municípios e equipes da AB participantes do programa. E finalmente, a quarta e última fase é o momento de recontratualização com a gestão municipal e equipes de AB, a partir das realidades evidenciadas na avaliação externa. Após a conclusão das etapas, inicia-se um novo ciclo do programa com novas metas descritas na matriz de intervenção com a finalidade de melhorar os indicadores, e a qualidade dos serviços de saúde proporcionados a população (Brasil, 2013).

Sendo assim, a adesão das Unidades de Saúde da Família do Município de Piracicaba - SP ao PMAQ aconteceu em 2013, tendo como foco a busca pela qualidade no atendimento à população. Esta ação foi tomada com base nos padrões do Ministério da Saúde e no interesse do município em qualificar as ações das equipes que aderiram ao programa.

Por fim, considerando o PMAQ como uma ferramenta indutora da melhoria da qualidade da AB, e que as mudanças na atenção em saúde ocorrem na prática dos serviços, torna-se necessário o estudo desta temática, já que a literatura apresenta escassez sobre auto avaliação para melhoria da qualidade da AB. Portanto, este estudo avaliou o processo de trabalho após implantação do PMAQ-AB, na rotina das USF no município de Piracicaba.

(14)

14

2 ARTIGO: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA APÓS IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE

EVALUATION OF THE WORK PROCESS IN THE FAMILY HEALTH UNITS AFTER IMPLEMENTATION OF THE ACCESS AND QUALITY IMPROVEMENT

PROGRAM

Artigo submetido ao periódico Revista de APS (Anexo 3)

MAISARÓSZORZETTO JAMILESILVANOGUEIRA

JAQUELINEVILELABULGARELI

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o processo de trabalho após implantação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), na rotina das Unidades de Saúde da Família (USF) no município de Piracicaba – SP, Brasil. Foi realizado um estudo transversal descritivo com a aplicação de um questionário semiestruturado para avaliar o processo de trabalho da equipe e o instrumento de avaliação da matriz de intervenção nas USF. Participaram do estudo 17 enfermeiras que coordenam as Unidades de Saúde cadastradas no primeiro ciclo do PMAQ-AB em Piracicaba. Foram investigadas algumas questões relacionadas com as mudanças na equipe após implantação do PMAQ-AB e as dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção. O universo do estudo foi 100% de mulheres, (3) 17,7% atuavam em equipes da USF entre 1 a 5 anos, (6) 35,3% atuavam entre 6 a 10 anos, e (8) 47% atuava há mais de dez anos na equipe. Das entrevistadas, 88,2% relataram que ocorreram mudanças no processo de trabalho equipe após implantação do PMAQ-AB e 53% das enfermeiras responderam que a equipe teve dificuldades. As principais dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção foram: dependência a nível de gestão municipal, estadual ou federal e outros setores (23%), equipe incompleta e mudanças de membro da equipe (12%) e falta de planejamento (12%). Os principais facilitadores são: a unidade já dispor de programação e planejamento (5,88%), algumas ações

(15)

15

já eram realizadas (18%) e a equipe possuir foco e reflexão sobre o processo de trabalho (5,88%). Em relação ao índice de coerência e incoerência entre o escore e a nota do PMAQ das USF. Constatou-se que em 13 (76,5%) das unidades a avaliação da pesquisadora foi coerente com a avaliação feita pelo MS, e em 3 (17,6%) as avaliações foram incoerentes. Uma unidade foi excluída, por não disponibilizar as matrizes de intervenção. Das ações propostas na matriz de intervenção. Os temas mais citados pelas equipes para elaborar a matriz foram: saúde da criança 15 (14,4%), doenças crônicas 13 (12,5%), saúde bucal 12 (11,5%), saúde da mulher 11 (10,6%). Conclui-se que a implantação do PMAQ ocasionou mudanças e dificuldades no processo de trabalho e que a na maioria das unidades a avaliação proposta pelo presente estudo foi coerente com a avaliação feita pelo PMAQ-AB.

Palavras-chave: Planejamento em Saúde. Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde da Família.

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the work process after implementation of the National Program for Improvement of Access and Quality of Basic Care (PMAQ-AB), in the routine of the Family Health Units (USF) in the city of Piracicaba - SP, Brazil . A cross - sectional descriptive study was carried out with the application of a semi - structured questionnaire to evaluate the team 's work process and the evaluation tool of the intervention matrix in the FHU. Participated in the study 17 nurses who coordinate the Health Units registered in the first cycle of PMAQ-AB in Piracicaba. We investigated some issues related to the changes in the team after implementation of the PMAQ-AB and the difficulties in implementing the proposed actions in the intervention matrix. The study population comprised 100% of women, (3) 17.7% worked in USF teams between 1 and 5 years, (6) 35.3% worked between 6 and 10 years, and (8) 47% more than ten years in the team. Of the interviewees, 88.2% reported that there were changes in the team work process after implementation of the PMAQ-AB and 53% of the nurses answered that the team had difficulties. The main difficulties in implementing the proposed actions in the intervention matrix were: dependence at the municipal, state or federal level and other sectors (23%), incomplete team and team member changes (12%) and lack of planning (12 %). The main facilitators are: the unit already has programming and planning (5.88%), some actions were already carried out (18%) and the team has a focus and reflection on the work process (5.88%). Regarding the consistency index and

(16)

16

incoherence between the score and the USF PMAQ score. It was verified that in 13 (76.5%) of the units the evaluation of the researcher was consistent with the evaluation made by the MS, and in 3 (17.6%) the evaluations were incoherent. One unit was excluded because it did not provide intervention matrices. Of the actions proposed in the intervention matrix. The most frequently cited themes were: child health 15 (14.4%), chronic diseases 13 (12.5%), oral health 12 (11.5%), women's health 11 (10, 6%). It is concluded that the implementation of the PMAQ caused changes and difficulties in the work process and that in most of the units the evaluation proposed by the present study was consistent with the evaluation made by the PMAQ-AB.

Keywords: Health Planning; Primary Health Care; Family Health Strategy.

INTRODUÇÃO

Com a expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF), e com a necessidade de monitorar e qualificar as ações, estimulando a auto avaliação é implantado o Programa Nacional de melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)1.

O PMAQ é um programa nacional e um instrumento de avaliação, que além de reafirmar a importância da Atenção Básica (AB) como a principal porta de entrada do sistema de saúde; é uma ferramenta para institucionalizar e avaliar os serviços, atuando como um indutor da reorganização do trabalho das equipes e da gestão municipal de saúde. Tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da AB, com garantia de um padrão de qualidade comparável no âmbito nacional, regional e local de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à AB em saúde2.

É prioridade do programa modificar as formas de gestão, além trazer uma nova cultura à atenção prestada em saúde e melhorar a implementação de políticas anteriores com a mesma perspectiva de qualificar a AB. Ele também contribui financeiramente para municípios que atingem melhorias no padrão de qualidade das equipes da AB3.

A avaliação é fundamental para a gestão, pois promove mudanças efetivas na atenção em saúde. É preciso avaliar as ações realizadas com um olhar ampliado, construindo reflexões sistematizando as ações a serem implementadas. Dessa forma, a avaliação possui grande potencial na identificação dos problemas, na organização das ações, a fim de possibilitar bons resultados na gestão em saúde4.

O PMAQ-AB considera o apoio institucional como uma prioridade federal, estadual e municipal, a fim de potencializar as ações na qualificação da AB; este apoio é fundamental para

(17)

17

transformar a gestão verticalizada em uma gestão horizontal na qual fortalece as relações, considerando as demandas de cada localidade. Nesse sentido, o PMAQ-AB tem sido um importante agente de mudanças, com potencial para a melhoria da qualidade dos serviços, dos processos de trabalho e ações em saúde5.

Portanto, o êxito da implantação do PMAQ-AB está condicionado à sua capacidade de mobilizar e envolver os sujeitos que atuam no SUS, influenciando nas práticas de atenção e gestão. Desta forma, torna-se relevante a investigação dessa temática, já que a literatura apresenta poucos estudos sobre auto avaliação para melhoria da qualidade da AB. Sendo assim, este estudo avaliou o processo de trabalho das equipes de saúde da família após implantação do programa de melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica (PMAQ/AB), na rotina das Unidades de Saúde da Família no município de Piracicaba.

METODOLOGIA

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP-Unicamp (CAAE: 62561616.9.0000.5418) (Anexo 1).

Foi realizado um estudo transversal descritivo com enfermeiras coordenadoras das 17 unidades de saúde da família cadastradas no 1º ciclo do PMAQ, em um município de médio porte que conta com uma população estimada de 400.949 mil habitantes, área territorial 1.378,501km² e 264,47 Hab/Km² a densidade demográfica7.

Em relação à rede pública de atenção à saúde, atualmente estão cadastradas 52 Unidades de Saúde da Família no 3º ciclo do PMAQ-AB, incluindo as 17 que participaram da pesquisa.

A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro a julho de 2017. Durante esse período a pesquisadora entrou em contato com as enfermeiras gestoras das USF, com a finalidade de agendar data e horário, para realizar a coleta de dados.

O contato com as enfermeiras foi realizado em um só momento, a pesquisadora foi até a unidade de saúde da família onde explicou a finalidade da pesquisa e, as enfermeiras que aceitavam participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e respondiam questões referentes a implantação do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade. Em seguida foi solicitada a matriz de intervenção (Anexo 2) elaborada de cada equipe de saúde, e perguntado para as enfermeiras quantas ações foram executadas e, no mesmo momento aplicou-se um questionário aplicou-semiestruturado que investigou algumas questões relacionadas com as

(18)

18

mudanças e dificuldades sentidas na equipe após implantação do PMAQ, e durante a implantação das ações propostas na matriz de intervenção (Apêndice 1).

Todos os participantes realizaram a auto avaliação usando o AMAQ, e também fizeram uso da matriz de intervenção disponível no documento. A partir desse momento de reflexão a equipe elaborou o planejamento estratégico, com objetivo de melhorar as ações que durante a auto avaliação não estavam sendo realizadas ou estavam sendo realizadas de forma inadequada.

As unidades foram enumeradas para manter o sigilo das informações. Foram excluídas as equipes de saúde que não disponibilizaram as matrizes de intervenção no momento da aplicação do questionário.

A pesquisadora, também solicitou junto a Secretária de Saúde do Município a nota da avaliação externa do PMAQ que varia de mediano, abaixo da média, acima e muito acima da média. A avaliação externa é o momento no qual será realizado um conjunto de ações para averiguar as condições de acesso e de qualidade dos municípios e das equipes de AB participantes do PMAQ. Busca reconhecer e valorizar os esforços e resultados das equipes e dos gestores municipais de saúde na qualificação da Atenção Básica8.

Após a coleta dos dados foram avaliadas as respostas dos questionários, as matrizes de intervenção elaboradas por cada equipe e a quantidade de ações executadas. Foi dado a cada unidade um conceito de acordo com escore elaborados pela pesquisadora, e realizado uma comparação entre as notas dadas pelas pesquisadoras e a nota da avaliação externa realizada pelo Ministério da Saúde, para avaliar a coerência entre as duas avaliações.

O escore variou de acordo com a quantidade de ações executadas, de 0 a 2 (insatisfatório), de 3 a 4 (pouco satisfatório), de 5 a 6 (satisfatório), de 7 a 8 (muito satisfatório), de 9 a 10 (totalmente satisfatório), a fim de identificar o índice de coerência entre as duas avaliações. O índice de coerência foi calculado de acordo com o Quadro 1.

A avaliação foi considerada coerente quando a nota atribuída pelos pesquisadores e a nota dada pela avaliação externa do MS era compatível, ou seja, as equipes desenvolveram muitas ou poucas ações e também obteve notas que variavam de acima e muito acima da média, ou mediano e pouco abaixo da média, respectivamente. Já a incoerência foi atribuída para as equipes que desenvolveram poucas ações e teve uma boa nota na avaliação externa ou desenvolveram muitas ações e foi mal avaliada pelo PMAQ.

(19)

19

Coerência entre escore e nota PMAQ

Escores (nº de matrizes

executada) (total: 10 matrizes). Notas do PMAQ

Coerente

Totalmente Satisfatório (9 a 10) Muito acima da média Muito Satisfatório (7 a 8) Acima da média

Muito acima da média Satisfatório (5 a 6) Acima da média

Muito acima da média Pouco Satisfatório (3 a 4) Mediano um pouco

abaixo da média Insatisfatório (0 a 2) Mediano um pouco abaixo da média Abaixo da média Incoerente

Totalmente Satisfatório (9 a 10) Mediano um pouco abaixo da média Muito Satisfatório (7 a 8) Mediano um pouco

abaixo da média Satisfatório (5 a 6) Mediano um pouco

abaixo da média Pouco Satisfatório (3 a 4) Acima da média

Muito acima da média Insatisfatório (0 a 2) Acima da média

Muito acima da média

Foi realizado uma análise descritiva dos dados apontados no questionário com distribuição de frequências do impacto da implantação nas USF, além de avaliar o perfil dos participantes da pesquisa.

RESULTADOS

Em relação ao perfil dos participantes, constatou-se que 100% das entrevistadas eram do sexo feminino, 3 enfermeiras atuavam entre 1-5 anos (17,6%), 6 atuavam entre 6-10 anos (35%), e 8 (47%) atuavam há mais de 10 anos na USF. Foram relatados pelas participantes mudanças no processo de trabalho após implantação do PMAQ em 15, (88,2%) das 17 USF.

O Quadro 2 mostra as mudanças ocorridas no processo de trabalho após a implantação do PMAQ e a distribuição de frequências do impacto da implantação nas USF pesquisadas, em função das variáveis analisadas. Todas as mudanças citadas impactaram diretamente no processo de trabalho de forma positiva, pois todos tiveram a oportunidade de opinar, e as mudanças mais citadas foram percebidas pela maioria dos membros das USF pesquisadas, e as

(20)

20

mais frequentes estavam relacionadas com organização e planejamento (47%) e melhora no processo de trabalho (41%).

Quadro 2 - Mudanças relatadas pelas entrevistadas após a implantação do PMAQ e a frequência das USF.

Mudanças após a implantação do PMAQ Nº de USF (%)

Organização e planejamento das ações 8 (47%)

Melhora no processo de trabalho 7 (41%)

Controle, acompanhamento e avaliação das ações 6 (35%)

Reflexão do trabalho pela equipe 3 (17%)

Compromisso e envolvimento da equipe 3 (17%)

Responsabilidade da equipe 3 (17%)

Conscientização, entendimento e entrosamento da equipe 3 (17%)

Preocupação da equipe 1 (5,88%)

Olhar diferenciado para o trabalho 1 (5,88%)

As unidades tinham objetivos de executar todas as ações descritas nas matrizes de intervenção. Do total de 17 equipes, 9 (53%) entrevistadas relatam que tiveram dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção, e 8 (47%) entrevistadas, não tiveram dificuldades.

Dentre as unidades que tiveram mais dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção, os principais motivos foram: dependência a nível de gestão municipal, estadual ou federal e outros setores (23%), equipe incompleta e mudanças de membro da equipe (12%) e falta de planejamento (12%).

As entrevistadas justificaram quais foram os principais facilitadores presentes no momento da execução das ações propostas nas matrizes de intervenção, são eles: a unidade já dispor de programação e planejamento (5,88%), algumas ações já eram realizadas (18%) e a equipe possuir foco e reflexão sobre o processo de trabalho (5,88%).

A tabela 1 mostra a coerência e a incoerência entre o escore e a nota do PMAQ das USF. Constatou-se que em 13 (76,5%) das unidades a avaliação da pesquisadora foi coerente com a avaliação feita pelo MS, e em 3 (17,6%) as avaliações foram incoerentes. Uma unidade foi excluída, por não disponibilizar as matrizes de intervenção.

(21)

21

Tabela 1 - Coerência e incoerência entre o escore e a nota do PMAQ das USF.

USF Matriz de intervenção proposta/Matriz de intervenção executada Escore (nº de matrizes executada) Nota do PMAQ Coerência e Incoerência entre escore e Nota PMAQ 1 10/2 Insatisfatório 0 a 2 Mediano um pouco abaixo da média Coerente 2 10/7 Muito Satisfatório 7

a 8 Acima da média Coerente 3 8/1 Insatisfatório 0 a 2 Mediano um pouco abaixo da média Coerente 4 10/4 Pouco Satisfatório 3

a 4 Acima da média Incoerente 5 Não consta Não consta Acima da média Não consta

6 10/4 Pouco Satisfatório 3 a 4 Mediano um pouco abaixo da média Coerente 7 10/9 Totalmente Satisfatório 9 a 10 Muito acima da média Coerente 8 10/8 Muito Satisfatório 7

a 8 Acima da média Coerente 9 10/8 Muito Satisfatório Muito acima da

média Coerente 10 7/5 Satisfatório Muito acima da

média Coerente 11 20/7 Muito Satisfatório Mediano um pouco abaixo da média Coerente 12 10/6 Satisfatório Acima da média Coerente 13 10/8 Muito Satisfatório Acima da média Coerente 14 10/4 Pouco Satisfatório Acima da média Incoerente

15 10/8 Muito Satisfatório

Mediano um pouco abaixo da

média

Incoerente 16 10/8 Muito Satisfatório Acima da média Coerente 17 10/5 Satisfatório Acima da média Coerente

Em relação as intervenções propostas nas matrizes de intervenção as mais citadas pelas equipes foram a temática da saúde da criança 15 (14,4%), doenças crônicas 13 (12,5%), saúde bucal 12 (11,5%), saúde da mulher 11 (10,6%) e outras áreas estratégicas 53 (50,9%).

(22)

22

DISCUSSÃO

Todas as mudanças citadas impactaram diretamente no processo de trabalho de forma positiva, e as mais frequentes estavam relacionadas com organização e planejamento e melhora no processo de trabalho. As unidades que tiveram mais dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção, citaram como principais motivos: a dependência a nível de gestão municipal, estadual ou federal e outros setores, equipe incompleta e mudanças de membro da equipe e falta de planejamento. E os principais facilitadores presentes no momento da execução das ações propostas nas matrizes de intervenção, estão relacionadas diretamente a rotina de programação e planejamento, e a reflexão da equipe sobre o processo de trabalho.

Conforme estudo o PMAQ – AB, está estreitamente relacionada à participação efetiva dos trabalhadores da saúde para implementar as mudanças propostas, o que constitui um desafio e envolve situações complexas que merecem ser estudadas9.

O presente estudo identificou o empenho das unidades em refletir sobre o trabalho realizado no momento da auto avaliação, e a partir desse momento assumiram o compromisso de desenvolver ações que não estavam sendo realizados, ou mesmo aquelas realizadas de forma inadequada, é possível afirmar que as unidades que estão mais organizadas e investem em planejamento estratégico, conseguiram desenvolver uma maior quantidade de ações propostas na matriz de intervenção e consequentemente obtiveram um melhor conceito na avaliação externa do MS.

A literatura tem apontado a crescente necessidade da incorporação da avaliação em saúde como procedimento indispensável para a tomada de decisão10.

A avaliação é uma ferramenta de gestão que deve estar presente em todo processo que busque atingir metas e resultados, com valorização dos atores envolvidos na produção dos resultados.

Na maioria das unidades o escore atribuído pelos pesquisadores, e a avaliação externa foram coerentes com exceção de 3 (18%) unidades. Em 2 unidades, o escore atribuído pela pesquisadora divergiu da nota da avaliação externa, ao analisar o questionário aplicado e a matriz de intervenção das respectivas unidades pode-se notar que executaram todas as ações dos eixos estratégicos do PMAQ, e deixaram de executar ações principalmente de infraestrutura, e algumas que não era de governabilidade da unidade, e que dependia diretamente da gestão municipal.

Em contrapartida em uma unidade, ao elaborar as matrizes de intervenção, a equipe planejou várias ações para melhorar identificação e adequação do espaço físico, realizar

(23)

23

reuniões com comunidade, e criar um conselho local de saúde. A maioria das ações foram executadas, e as mesmas estão dentro do AMAQ, nas dimensões de infraestrutura e controle social respectivamente, mas não contemplava áreas prioritárias do PMAQ-AB.

O PMAQ-AB, define como áreas estratégicas atenção integral a Saúde da Mulher, Saúde da Criança, Controle de Diabetes e Hipertensão, Saúde Bucal, Produção geral, Tuberculose e Hanseníase, e Saúde Mental. Diante disso podemos afirmar que o PMAQ, norteia e direciona as unidades a se organizarem interferindo positivamente desde a adequação do espaço físico até o processo de trabalho, mais mantém como prioridade atendimento integral a saúde, com definição de grupos prioritários1.

O Ministério da Saúde tem priorizado a execução da gestão pública com base em ações de monitoramento e avaliação de processos e resultados. A garantia da qualidade da atenção apresenta-se atualmente como um dos principais desafios do SUS. Essa qualidade deve compreender os princípios de integralidade, universalidade, equidade e participação social2.

A organização do processo de trabalho na AB traz o acolhimento como uma nova tecnologia relacional. Os profissionais percebem este como uma escuta qualificada (atenta e acolhedora), que vai além do olhar sobre a queixa física do paciente, contribuindo para o estabelecimento do vínculo entre o profissional, usuário e o serviço de saúde. Assim, valorizar o resultado da auto avaliação da AMAQ, problematizando os processos de trabalho em construção, pode ser considerado um subsídio importante para induzir a reflexão junto às equipes, além de atuar como estratégia dinamizadora de mudanças, a partir do cotidiano dos serviços e das necessidades da comunidade, orientando para novas demandas de educação permanente, o que possibilita, além da qualificação profissional, ganhos de qualidade e resolutividade às ações11.

Efetivar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea, e o primeiro atendimento às urgências são algumas das recomendações do Ministério da Saúde para o processo de trabalho na AB12.

Pode-se afirmar que o PMAQ tem como principal objetivo avaliar os resultados das políticas em saúde principalmente no componente da AB. Para isso, gestores e trabalhadores devem ampliar momentos de auto avaliação e escuta, e o planejamento deve fazer parte da rotina do serviço facilitando a organização e execução de serviços de saúde que atendam às necessidades de saúde da população1.

Considerando a análise das matrizes de intervenção elaboradas, foi possível identificar que as unidades também se preocuparam em melhorar indicadores de áreas estratégicas

(24)

24

preconizadas pelo programa, principalmente saúde da criança, doenças crônicas, saúde bucal e saúde da mulher.

No presente estudo, em relação a saúde das crianças, os principais objetivos relatados pelas equipes de saúde foram aumentar a taxa de aleitamento materno, melhorar cobertura vacinal, aumentar a média de atendimento de puericultura e melhorar o acompanhamento odontológico dos bebês desde o nascimento. A população infantil é privilegiada, pois várias ações foram implantadas para promover um atendimento integral a saúde da criança.

Na fase de zero a cinco anos, a criança desenvolve grande parte do potencial físico, psicológico e emocional de toda a sua vida. Abordagem dinâmica, interdisciplinar e multidirecional serão necessárias para cuidar da criança e do seu familiar em sua complexidade. Dessa forma torna se fundamental uma avaliação adequada do desenvolvimento infantil, para identificar vulnerabilidades e potencialidades desse período13,14.

Consiste em estratégias para alcançar os objetivos citados nas matrizes de intervenção das USF investigadas, priorizar estas crianças durante a fase de crescimento até 1 ano, nas ações de vigilância à saúde que estejam implantadas, ou seja: captação precoce e busca ativa para a manutenção do calendário de atenção à saúde da criança, segundo proposta de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança nos protocolos específicos, além da avaliação de assistência especial com retornos mais frequentes15.

Pesquisa de âmbito nacional sobre a efetividade da ESF, evidenciou que locais com maiores coberturas de Saúde da Família apresenta melhores resultados em indicadores de saúde, em especial a mortalidade infantil. O estudo evidenciou que, no estado de São Paulo, a ESF teve impacto positivo sobre a redução da mortalidade pós-neonatal e internações por pneumonias em crianças menores de um ano16.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) se utiliza de alternativas para melhorar a cobertura vacinal, em 2012 passou a compor a rotina de vacinação no calendário da criança a vacina poliomielite inativada, em esquema sequencial com a vacina oral poliomielite (VOP) de vírus vivos atenuados, nesse mesmo ano, por meio da Portaria no 2.336/2012, o Ministério da Saúde fomentou a estruturação das salas de vacinação com aporte de recursos financeiros para aquisição de equipamentos de informática, a serem instalados em cada uma das 34 mil salas de vacinas disponíveis na rede pública de vacinação, essas medidas contribuem para melhorar a qualidade dos dados, auxiliar o diagnóstico situacional das coberturas vacinais e o resgate dos não vacinados, com o objetivo de avançar ainda mais na conquista da homogeneidade e de coberturas vacinais mais próximas da realidade17.

(25)

25

A segunda área estratégica mais citada nas matrizes de intervenção elaboradas pelas USF, foram relacionadas a atenção as pessoas portadoras de Doenças crônicas.

São doenças crônicas prioritárias o Diabetes Mellitus e a Hipertensão Arterial Sistêmica, na maioria das vezes silenciosa podendo acarretar várias complicações, além de causar sequelas, amputações e aumento de mortalidade principalmente por eventos renais e cardiovasculares18.

O estudo mostrou que as equipes de saúde ao planejarem estratégicas com foco nas doenças crônicas tinham como principal objetivo realizar ações de apoio ao auto-cuidado e ampliação da autonomia das pessoas com doenças crônicas, melhorar a adesão ao tratamento, aumentar a proporção de cadastros e acompanhamento de diabéticos e hipertensos no domicílio, principalmente com realização de visitas domiciliares pela equipe técnica.

Podemos afirmar que uma forma de atingir as metas propostas na matriz de intervenção a população portadora de doenças crônicas, inicia-se com o acolhimento e humanização, além da garantia de uma atenção voltada para o usuário , conforme as suas necessidades, e a garantia de uma efetiva rede de atenção, valorizando a autonomia do usuário, participação social e uma adequada formação profissional e educação permanente, por meio de atividades que visem à aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais de Saúde para qualificação do cuidado, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde12.

A terceira área estratégica mais citada foi atenção integral a Saúde bucal, as matrizes de intervenção organizadas pelas equipes de saúde planejaram ações para melhorar o acesso dos usuários aos procedimentos de saúde bucal, para além de medidas curativas eventuais e não programadas, pois tinham como objetivos diminuir o grande número de consultas odontológicas de urgência, realizar busca ativa das gestantes, para atendimento odontológico, facilitar acesso das crianças as consultas odontológicas, realizar avaliação da saúde bucal na escola, aumentar a média de escovação dental supervisionada, consulta odontológica programada e cobertura de primeira consulta e tratamentos concluídos.

Um estudo avaliou o acesso e a qualidade das ações e serviços de saúde bucal ofertadas pelas equipes de AB com saúde bucal integrantes do PMAQ-AB. Através das categorias infraestrutura, equipamentos e insumos odontológicos, processo de trabalho e percepção dos usuários. O resultado do estudo constatou haver disponibilidade de equipamentos e insumos odontológicos, garantindo a realização de procedimentos clínico-cirúrgicos, para a realização das ações e serviços de saúde bucal, em atendimento aos dispositivos da PNAB19.

(26)

26

Conforme avaliação das matrizes de intervenção, no presente estudo também não houve relato de inadequação de infraestrutura, equipamentos e insumos odontológicos, a grande parte das unidades ao abordarem o tema de saúde bucal, priorizou mudança no processo de trabalho, além da necessidade de melhorar a percepção dos usuários, principalmente daqueles que comparecem as consultas odontológicas de urgência. Apenas uma matriz falava da necessidade de contratação do profissional dentista como medida para facilitar o acesso ao usuário.

Não houve relato de dificuldade de fluxo de encaminhamento para outros níveis de atenção, nem dificuldade em receber contra referência.

E a quarta área estratégica mais citada nas matrizes de intervenção foram ações voltadas a Saúde da Mulher. Foi observado que as unidades estavam preocupadas em melhorar as ações voltadas para a mulher em todo ciclo de vida. Foram citados como metas diminuir a incidência de gravidez na adolescência, melhorar a cobertura de coleta de Papanicolau na faixa etária de rastreamento, realizar busca ativa das pacientes com citologia alteradas, além de realizar ações sistemáticas de identificação precoce do câncer de colo do útero e da mama, orientações para prevenção de DSTs e realização de grupos terapêuticos.

Como ações para atingir os objetivos propostos na matriz de intervenção, faz-se necessário ampliar o acolhimento com escuta qualificada, favorecendo o acesso e o atendimento da demanda espontânea, melhorando a relação entre profissionais de saúde.

Um estudo recente apontou que apenas metade das unidades de saúde da rede básica no Brasil apresentou estrutura adequada para o rastreamento do câncer de colo de útero por meio do exame citopatológico e somente 30% das equipes foram classificadas com processo de trabalho adequado para detecção do câncer de colo de útero, o mesmo estudo apontou que a prevalência de adequação da estrutura foi maior entre as UBS cujo modelo assistencial era a ESF e entre aquelas que haviam aderido ao PMAQ. No âmbito das unidades básicas de saúde (UBS), a população tem maior acesso à informação sobre o rastreamento. Além disso, as equipes de saúde têm maior facilidade para a identificação de mulheres na faixa etária elegível para o programa e as com maior risco de desenvolvimento do evento, além da convocação das mulheres para a realização dos exames periódicos e da busca das faltosas20.

No entanto, as informações obtidas sobre avaliação do processo de trabalho após implantação do Programa de Melhoria do Acesso da Qualidade na rotina das Unidades de Saúde da Família no município de Piracicaba, podem ser usadas como ferramenta essencial para o planejamento das ações de saúde.

(27)

27

Por isso, as necessidades de acompanhamento através de estudos científicos são válidas para que sempre haja a constância de melhoria do acesso e da qualidade na AB, através do monitoramento e avaliação realizados pelos próprios atores envolvidos na execução das ações. Um estudo desenvolvido na cidade de Amargosa Bahia teve como objetivos identificar as estratégias utilizadas por gestores e trabalhadores no momento em que se processou a implantação desse programa, analisar o apoio institucional como ferramenta de gestão e destacar os limites/ dificuldades, facilidades, avanços e desafios para a melhoria do acesso aos serviços de saúde ofertados pelas USF. Os resultados encontrados demonstraram que houve mudanças no processo de trabalho das equipes e na gestão municipal, assim como no acesso aos serviços de saúde, garantindo a melhoria na qualidade dos serviços ofertados à população; identificando as estratégias utilizadas pela gestão, como acolhimento, educação permanente e papel desenvolvido pelos apoiadores institucionais municipais, elementos considerados balizadores na implantação do Programa, demonstrando que a implantação do PMAQ no município foi de suma importância para a qualificação dos serviços da AB, modificando as práticas de cuidado e de gestão implementadas no município21.

A exemplo do que aconteceu no município de Amargosa, em Piracicaba, após a implantação do PMAQ o processo de trabalho foi ressignificado, pois promoveu mudança na forma como os trabalhadores organizavam o processo de trabalho, ao modificarem a rotina de trabalho e incluírem, na agenda, o debate sobre indicadores, metas, tipos de atendimento, possibilitando o reconhecimento do território de atuação. A produção do cuidado passou a ser associada aos processos e tecnologias de trabalho, considerando que os trabalhadores da saúde passaram a agir para ofertar produtos que buscassem qualificar o cuidado e, com base neles, obter resultados capazes de melhorar a situação de saúde do usuário.

O PMAQ, mesmo que de forma inconsciente pelos gestores, tem sido uma ferramenta importante na gestão dos recursos destinados à saúde, auxiliando na utilização e contribuindo com melhorias como: implantação da comissão de gerenciamento de risco; padronização da assistência de enfermagem; controles no setor de regulação, facilitando o encaminhamento de especialidades e reduzindo filas (tempo de espera para o atendimento/assistência); controles implantados na coleta de exames laboratoriais, favorecendo a segurança do paciente, e organização do processo de trabalho (implantação de normas e rotinas, manuais, protocolos assistenciais), garantindo a gestão da qualidade e, consequentemente, melhorando o desempenho dos indicadores de saúde22.

Dessa maneira, é possível afirmar que a partir da implantação do programa houve uma melhor compreensão e reflexão dos atores envolvidos, o que promoveu não apenas aquisição

(28)

28

de ferramentas de planejamento e controle, mas, em especial, o empenho da equipe em assumir o compromisso em melhorar o seu processo de trabalho.

Por fim, processo de trabalho em saúde é formado por atividades ou ações organizadas ou não, que tem como principal objetivo oferecer acesso aos serviços e cuidados de saúde aos usuários. Nessa temática o PMAQ/AB impactou de forma positiva o processo de trabalho, pois mostrou-se uma ferramenta que além de nortear o modelo de atenção, impõe a necessidade de transformação do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das equipes, exigindo maior capacidade de análise, intervenção e autonomia para o estabelecimento de práticas transformadoras.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a maioria das equipes relataram a ocorrência de mudanças no processo de trabalho da equipe após implantação do PMAQ, principalmente pela possibilidade de auto avaliação, sendo que as mais citadas estavam relacionadas com organização e planejamento e melhora no processo de trabalho.

A dependência a nível de gestão municipal, estadual ou federal e outros setores, equipe incompleta e mudanças de membro da equipe e ainda falta de planejamento foram as dificuldades mais presentes. Já a rotina de programação e planejamento e a reflexão da equipe sobre o processo de trabalho foram os principais facilitadores presentes no momento da execução das ações propostas nas matrizes de intervenção.

Conclui-se ainda que, na grande parte das unidades, a avaliação proposta pelo presente estudo foi coerente com a avaliação feita pelo MS.

(29)

29

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual instrutivo para equipes de atenção básica e NASF. Programa de Melhoria do Acesso a Qualidade (PMAQ) – terceiro ciclo – (2005-2017). Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado 26 nov 2018]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ .pdf.

2. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual instrutivo: saúde mais perto de você – acesso e qualidade. Programa de Melhoria do Acesso a Qualidade (PMAQ). Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [citado 26

nov 2018]. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_instrutivo_PMAQ_AB2013. pdf.

3. Pinto HA, Sousa ANA, Ferla AA. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: várias faces de uma política inovadora. Saúde Debate. 2014 out;38(n.esp):358-72. doi: 10.5935/0103-1104.2014S027.

4. Santos TC, Ozorio JC, Ferreira AV, Ribeiro DT, Nascimento DT, Cunha FM, et al. PMAQ-AB e os pactos do SUS: função dispositivo ou repetição. In: Gomes LB, Barbosa MG, Ferla AA, organizadores. Atenção Básica: olhares a partir do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB). Porto Alegre: Rede Unida; 2016. p. 75-99. doi: 10.18310/9788566659610.

5. Flôres GMDS, Weigelt LD, Rezende MSD, Telles R, Krug SBF. Gestão pública no SUS: considerações acerca do PMAQ-AB. Saúde Debate. 2018;42(116):237-47. doi: 10.1590/0103-1104201811619.

6. Feitosa RMM, Paulino AA, Lima Júnior JOS, Oliveira KKD, Freitas RJM, Silva WF. Mudanças ofertadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Saúde Soc. 2016;25(3):821-9. doi: 10.1590/s0104-12902016151514.2014 7. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Piracicaba [citado 11 jan

(30)

30

8. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): desempenho das equipes de Piracicaba na autoavaliação. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.

9. Lopes EAA, dos Anjos SMD, Costa AM. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica e a organização dos processos de trabalho. Tempus Actas Saúde Coletiva. 2015;9(2):237-50. doi: 10.18569/tempus.v9i2.1757.

10. Felisberto E. Da teoria a formulação de uma Política Nacional de Avaliação em Saúde: reabrindo o debate. Ciênc Saúde Coletiva. 2006;11(3):553-63. doi: 10.1590/S1413-81232006000300002.

11. Vecchi MPS, Campos SEM, Farah BF. Autoavaliação: instrumento para reflexão do processo de trabalho nas equipes de saúde da família. Rev APS. 2017;20(4):527-38. 12. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Saúde mais perto de você – acesso e qualidade. Programa de Melhoria do Acesso a Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Manual instrutivo. Brasília: Ministério da Saúde;

2012 [citado 26 nov 2018]. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_instrutivo_pmaq_site.pdf. 13. Alexandre AMC, Labronici LM, Maftum MA, Mazza VAM. Mapa da rede social de apoio

às famílias para a promoção do desenvolvimento infantil. Rev Esc Enferm USP 2012 Apr;46(2):272-9. doi: 10.1590/S0080-62342012000200002.

14. Silva, TP, Silva MM, Valadares GV, Silva IR, Leite JL. Gerenciamento do cuidado de enfermagem à criança em condição crônica hospitalizada. Rev Bras Enferm. 2015;68(4):641-8. doi: 10.1590/0034-7167.2015680410i.

15. Bezerra ACC. Saúde da criança no Estado do Rio Grande do Norte: acesso e qualidade do cuidado na atenção primaria à saúde [dissertação]. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2016.

16. Venancio SI, Rosa TEDC, Sanches MTC, Shigeno EY, Souza JMP. Effectiveness of Family Health Strategy on child's health indicators in São Paulo State. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2016;16(3):271-81. doi: 10.1590/1806-93042016000300004.

(31)

31

17. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe técnico da introdução da vacina inativada poliomielite (VIP). Brasília: Ministério da Saúde; 2012 [citado 26 nov 2018]. Disponível em: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2012-08/informe-tecnico-introducao-da-vacina-inativada-poliomielite-vip-2012.pdf.

18. Arruda GOD, Schmidt DB, Marcon SS. Internações por diabetes mellitus e a Estratégia Saúde da Família, Paraná, Brasil, 2000 a 2012. Cienc Saúde Coletiva. 2018;23(2):543-52. doi: 10.1590/1413-81232018232.23092015.

19. Lorena Sobrinho JE, Martelli PJDL, Albuquerque MDSVD, Lyra TM, Farias SF. Acesso e qualidade: avaliação das Equipes de Saúde Bucal participantes do PMAQ-AB 2012 em Pernambuco. Saúde em Debate. 2015;39(104):136-46. doi: 10.1590/0103-110420151040209.

20. Tomasi E, Oliveira OF, Fernandes PAA, Thumé E, da Silveira DS, Siqueira FV, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica à Saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade-PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2015;15(2):171-80. doi: 10.1590/S1519-38292015000200003. 21. Andrade RTSD, Santos AMD, Oliveira MC. Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade

da Atenção Básica no Municipio de Amargosa, Bahia. Rev Baiana Saúde Pública. 2017 Set;40(1): a796. doi: 10.22278/2318-2660.2016.

22. Souza ROA, Machado CV, Noronha MF. Desafios da gestão municipal da atenção básica em saúde no brasil: um estudo de caso. Rev APS. 2015 abr/jun;18(2): 166-79.

(32)

32

3 CONCLUSÃO

O estudo revelou que a implantação do PMAQ ocasionou mudanças no processo de trabalho, pois ao mesmo tempo que o programa julgava as ações desenvolvidas, proporcionava apoio para a organização do processo de trabalho, através dos resultados de monitoramento e avaliação. Na maioria das unidades, a avaliação proposta pelo presente estudo foi coerente com a avaliação feita pelo MS.

As próprias matrizes de intervenção apresentavam temas relacionados a melhoria e ampliação do acesso e da qualidade, promovendo discussão sobre os processos de trabalho e as ações favorecendo o aperfeiçoamento dos serviços.

As enfermeiras entrevistadas relataram que a implantação do programa favoreceu a sensibilização de toda equipe, que se empenhou em buscar material de apoio para ampliar, melhorar e refletir sobre as ações desenvolvidas.

Diante dos resultados encontrados, vale ressaltar a importância de ações que ampliem momentos de auto avaliação e escuta, dando voz aos sujeitos que se esforçam, cotidianamente, na organização e produção de serviços de saúde que atendam às necessidades de saúde da população.

(33)

33

REFERÊNCIAS*

Abreu, DMX, Cesar R, CC; Franca, EB. Relação entre as causas de morte evitáveis por atenção à saúde e a implementação do Sistema Único de Saúde no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2007;21(5):282-91.

Araujo JC, Guimaraes AC. Controle da hipertensão arterial em uma unidade de saúde da família. Rev Saúde Pública. 2007;41(3):368-74. doi: 10.1590/S0034-89102007000300007.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Avaliação para melhoria da qualidade da estratégia saúde da família. Documento técnico. Brasília: Ministério da Saúde; 2005 [acesso 2018 Nov 26]. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/10001019925.pdf.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual instrutivo: saúde mais perto de você – acesso e qualidade. Programa de Melhoria do Acesso a Qualidade (PMAQ). Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [acesso 2018 Nov 26]. Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_instrutivo_PMAQ_AB2013.pd f.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): desempenho das equipes de Piracicaba na autoavaliação. Brasília: Ministério da Saúde; 2015.

Felisberto E. Da teoria a formulação de uma Política Nacional de Avaliação em Saúde: reabrindo o debate. Ciênc Saúde Coletiva. 2006;11(3):553-63. doi: 10.1590/S1413-81232006000300002.

Guaianais FC, Macinko J. The health effects of primary care decentralization in Brazil. Health Aff (Millwood). 2009 Jul-Aug;28(4):1127-35. doi: 10.1377/hlthaff.28.4.1127.

Macinko J, Guaianais FC, Souza MFM. Evaluation of the impact of the Family Health Program on infant mortality in Brazil, 1990–2002. J Epidemiol Community Health. 2006 Jan;60(1):13-9.

*De acordo com as normas da UNICAMP/FOP, baseadas na padronização do International Committee of Medical

(34)

34

Neves RG, Flores TR., Duro SMS, Nunes BP & Tomasi E. Tendência temporal da cobertura da Estratégia Saúde da Família no Brasil, regiões e Unidades da Federação,

2006-2016. Epidemiol Serv Saude. 2018 Sep 3;27(3):e2017170. doi: 10.5123/S1679-49742018000300008.

Paiva DCP, Bersusa AAS, Escude RMML. Avaliação da assistência ao paciente com diabetes e/ou hipertensão pelo Programa Saude da Família do Município de Francisco Morato, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Publica. 2006;22(2):377-85. doi:

10.1590/S0102-311X2006000200015.

Pinto HA, Sousa ANA, Ferla AA. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: várias faces de uma política inovadora. Saúde Debate. 2014 out;38(n.esp):358-72. doi: 10.5935/0103-1104.2014S027.

(35)

35

APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

I. PERFIL DO SUJEITO

a. Identificação das equipes b. Identificação do Sujeito

QUESTÕES NORTEADORAS

 Ocorreram mudanças na equipe após implantação do PMAQ? Se sim quais foram?

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

 A equipe teve dificuldades na implantação das ações propostas na matriz de intervenção? Sim ou Não? Aponte-as:

___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

(36)

36

ANEXOS

(37)

37

Anexo 2- Matriz de intervenção

DESCRIÇÃO DO PADRÃO:

DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA PARA O ALCANCE DA META: OBJETIVO/META Estratégias para alcançar os objetivos e metas Atividades a serem desenvolvidas (detalhamento da execução) Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades Resultados esperados

Responsáveis Prazos Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

(38)

38

(39)

39

Referências

Documentos relacionados

Em vista disso, será realizada uma comparação entre a importação de mercadorias para revenda concebida através do DIAT com a realizada por vias normais, sem a utilização

O Instrumento de Avaliação Institucional Externa traz a seguinte descrição para avaliação: “a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente

Terrenos PrÛprios

Behavioral characteristics, morphology and histology of reproductive structures and reproduction of females of Podisus nigrispinus (Dallas) (Hemiptera: Pentatomidae) were evaluated

O reino à oeste é o Reino Zenital, um reino de pessoas ricas, organizado e isolado, com acesso apenas pelo ar. Um reino muito bem estruturado cheio de moradores

A evidente percepção da saúde percebida desta amostra de idosos que responderam o questionário e que participam de atividades fisioterapêuticas, também pode ser confirmada com

Vitamin D status and its association with cardiometabolic risk factors in Korean adults based on a 2008-2010 Korean National Health and Nutrition Examination Survey.. Nutrition

bipinnatifidum e avaliação de atividades biológicas in vitro e in vivo, bem como realizar o encapsulamento do extrato de acetato de etila através da técnica SEDS.. As