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DIREITOPENALIII aula10

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DIREITO PENAL III Prof. Carlos Humberto Fauaze

AULA 10

(ESTELIONATO E RECEPTAÇÃO)

1) ART. 171 CPB – ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Considerações preliminares

- Crime contra o Patrimônio - Vide art. 181, 182, 183 CPB Bem jurídico tutelado

– inviolabilidade do patrimônio Sujeitos

ativo – qualquer pessoa (crime comum)

passivo – duplicidade de sujeitos ativos: quem é enganado e quem sofre o prejuízo, que é a vítima efetiva.

necessidade de que a vítima seja pessoas determinada;

criança e débil mental: impossibilidade (necessidade de que haja capacidade de discernimento);

Se não há capacidade de discernimento, aplica-se o art. 473 do CPB;

Diferenciação entre fraude civil e fraude penal Malícia nas negociações comerciais; Fronteira: limites do moralmente legítimo atos maliciosos de comércio

fraude civil: lucro com o próprio negócio; fraude penal: lucro ilícito.

Tipo objetivo .

obtenção de vantagem ilícita, induzindo ou mantendo alguém em erro

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Elementos: emprego de artifício, engano da vítima, vantagem e prejuízo.

Emprego de artifício, ardil ou outro meio fraudulento:

– Artifício: simulação ou dissimulação idônea, causando falsa aparência da realidade;

– Ardil: trama, armadilha;

-Induzimento ou manutenção da vítima em erro. Induzimento : incutir ou persuadir alguém;

Manutenção da vítima em erro: conduta comissiva, que faz com que a pessoa se mantenha em erro. Não se trata de conduta meramente omissiva.

Obtenção de vantagem ilícita em prejuízo alheio

Crime material: necessidade de obtenção do proveito em prejuízo alheio.

Duplo resultado: vantagem ilícita e prejuízo alheio; Vantagem ilícita; elemento constitutivo. Vantagem econômica?

Diferença entre vantagem e prejuízo. Crime contra o patrimônio

A fraude deve preexistir à obtenção da vantagem; É irrelevante a má-fé da vítima

Tipo subjetivo - Dolo;

Consumação e tentativa

- Consumação: colocação da vítima em erro e obtenção da vantagem - Tentativa: possível.

Estelionato e outras fraudes

estelionato absorve a falsidade, quando esta é meio para consumação daquele (Súmula 17 STJ);

Concurso formal;

Falsidade prevalece sobre estelionato, se se tratar de falsidade de documento público, cuja pena é maior;

Concurso material.

Pena – reclusão- de 1 a 5 anos e multa

Ação penal – pública incondicionada, salvo nos casos do art. 182 do CPB quando será pública condicionada à representação.

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§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

Diferença entre pequeno valor do prejuízo e pequeno valor da coisa (art. 155 § 2º);

Admite-se ainda que o prejuízo seja superior a 1 SM

ART. 171 § 2º CPB – FIGURAS ESPECIAIS DE ESTELIONATO

- Aplicação das disposições relativas à figura fundamental

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

Não abrange a promessa de venda, que é uma obrigação de fazer;

Crime próprio; Defraudação de penhor

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Bem jurídico tutelado: patrimônio do segurador; Crime formal

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

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frustração do pagamento pressupõe existência de fundo no momento da emissão;

não se trata de cheque como garantia de dívida; não se trata de cheque pós-datado

ART. 171 § 3º CPB – FIGURAS MAJORANTES

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

2) ART. 180 CPB – RECEPTAÇÃO

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Considerações preliminares

- Crime contra o Patrimônio

- Três modalidades: simples, qualificada e culposa;

- Necessidade de que a coisa seja produto de crime, não bastando que seja de contravenção penal.

- Certeza da ocorrência de crime anterior - Receptação simples: própria e imprópria

- Qualquer produto do crime, de maneira direta ou indireta, em sentido amplo;

- Classificação (receptação simples): crime comum, doloso, comissivo (podendo ser omissivo próprio na modalidade de ocultação, a depender do caso concreto), material (maioria da doutrina considera a receptação imprópria crime formal), instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente.

- Bem jurídico tutelado: inviolabilidade do patrimônio - Sujeitos

- ativo – qualquer pessoa (crime comum), inclusive o proprietário da coisa, já que não se exige que a coisa seja alheia. Não pode ser sujeito ativo quem participou do crime anterior

- passivo – qualquer pessoa, sendo que o sujeito passivo do crime anterior também será o sujeito passivo da receptação.

- Tipo objetivo.

- Receptação própria: adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar...

- Adquirir: forma onerosa ou gratuita, independentemente de vínculo negocial;

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- Receber: ter a pose ou detenção da coisa para o fim de utiliza-la em proveito próprio ou de outrem;

- Transportar: Roubo de carga. Necessidade de tipificação? - Conduzir: veículo roubado. Transportar?

- Ocultar: subtrair das vistas de outrem, disfarçar, esconder, etc. - Imprópria: influir para que terceiro adquira...

- O terceiro deve estar de boa-fé, se não, trata-se também de receptador

- Não tipificou ou verbos transportar e conduzir -Tipo subjetivo: Dolo;

- Consumação e tentativa - Consumação:

-Receptação própria: prática de qualquer dos comportamentos previstos no tipo.

- Receptação imprópria: necessidade de que o terceiro adquira a coisa?

- Tentativa: possível, na receptação própria. Na receptação imprópria, depende de se considerar o momento da consumação.

- Receptação qualificada

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

- crime próprio - Tipo objetivo.

- Ter em depósito: armazenar, guardar, manter (crime permanente)

- Desmontar: separar peças, desencaixar forma onerosa ou gratuita, independentemente de vínculo negocial;

- Montar: juntar peças, permitindo o funcionamento da coisa; - Remontar:....

- Conduzir: veículo roubado. Transportar? - vender:

- expor à venda:

- utilizar: “de qualquer forma” equivale à utilização, e não a outras condutas

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- O terceiro deve estar de boa-fé, se não, trata-se também de receptador

- Não tipificou ou verbos transportar e conduzir

-Tipo subjetivo: Dolo. Controvérsia entre o “sabe” e o “deve saber” - Consumação e tentativa

- Consumação: prática de qualquer dos comportamentos previstos no tipo.

- Tentativa: possível. - Receptação culposa

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. - Tipo culposo fechado

- Autonomia da Receptação

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.

-Perdão judicial

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.

- primariedade;

- pequeno valor da coisa (art. 155) - Figura majorada

§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.

- Outras considerações:

- Receptação em cadeia - Imputação alternativa

Referências

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