• Nenhum resultado encontrado

Colectanea 5Ano dezembro2008[1]

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Colectanea 5Ano dezembro2008[1]"

Copied!
93
0
0

Texto

(1)

C

C

O

O

L

L

E

E

C

C

T

T

Â

Â

N

N

E

E

A

A

5

5

.

.

º

º

A

A

N

N

O

O

Dezembro de 2008

D

D

e

e

p

p

a

a

r

r

t

t

a

a

m

m

e

e

n

n

t

t

o

o

d

d

e

e

F

F

o

o

r

r

m

m

a

a

ç

ç

ã

ã

o

o

C

C

u

u

r

r

r

r

i

i

c

c

u

u

l

l

a

a

r

r

e

e

V

V

a

a

l

l

o

o

r

r

i

i

z

z

a

a

ç

ç

ã

ã

o

o

C

C

í

í

v

v

i

i

c

c

a

a

(2)

Dezembro de 2008 Caro colega,

Uma vez mais a AAFDL procura na época que se aproxima, proporcionar-te uma ferramenta de apoio para os exames. Para o efeito seleccionámos um conjunto homogéneo de testes e exames das cadeiras de 5º ano comuns a todas as menções, uma vez que não foi possível seleccionar o bastante para constarem da colectânea todas as cadeiras das diversas menções.

Esperamos que esta colectânea te possa auxiliar na preparação e estudo para os exames, contudo, devemos advertir que a recolha dos mesmos, não abarca todas as questões passíveis de serem colocadas em exame e não vincula as equipas docentes.

Por fim, resta agradecer a todos os que colaboraram e ajudaram a reunir todo o material desta compilação.

Boa Sorte e Bons Exames! Formação Curricular e Valorização Cívica

(3)

D

D

i

i

r

r

e

e

i

i

t

t

o

o

I

I

n

n

t

t

e

e

r

r

n

n

a

a

c

c

i

i

o

o

n

n

a

a

l

l

P

(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
(17)
(18)
(19)
(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
(27)
(28)
(29)
(30)

D

(31)
(32)
(33)

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DIREITO PROCESSUAL PENAL

A N 0 LECTIVO 200712008 5." A N 0

-

TURMA DIA

PROVA DE FREQU~NCIA ~ C (06- 12-2007) A

Atente a seguinte hipotese:

Uma patrulha da GNR, enquanto circulava por Aldntara, ouviu urna comunicagio via radio de que acabava de ser cometido um furto no Laranjeiro, no valor de 5000 euros perpetrado por um suspeito, do sexo masculino, com uma camisola cor de laranja, de raga caucasiana e cabelos loiros, com idade aproximada de 30 anos e que, ap6s subtrair aquele valor a uma senhora, Berta, hgira numa viatura "Nissan Micra", cor verde, em direcgio a Lisboa.

De imediato, os agentes da GNR puserarn-se em carnpo a saida da Ponte 25 de Abril e, vendo passar urn veiculo "Nissan Micra", de cor verde, conduzido por um homem louro, com urna "T-shirt" cor de laranja, foram em sua perseguigio e mandararn-no parar, acabando por dete-lo.

0 s agentes pediram a identificagio do condutor, que, nervoso, se identificou como sendo Antonio Alves. Instado a apresentar o seu bilhete de identidade, Antdnio abriu a carteira e os agentes aperceberam-se de que esta estava recheada de uma grande quantidade de notas de 100 euros. 0 s agentes de imediato procederam a apreenao da carteira de Antonio e, ap6s confekncia do seu conteudo, viram que as notas perfaziam o valor de 5000 euros. Convencidos de terem detido o agente do crime de furto, inquiriram-no sobre a provenikncia do dinheiro, ao que Antonio balbuciou que o dinheiro era seu.

0 s agentes da GNR deduziram que tinham apanhado o autor do furto cometido no Laranjeiro e levaram-no de imediato ao Ministdrio Mblico (MP), remetendo-lhe o auto com a descrigio completa e os meios de prova apreendidos.

Responda fundamentadamente As seguintes questbes (e apenas a estas)

':

I ) 0 s agentes da GNR podiam validamente deter Antonio?

-

4 valores

2) Devia Antonio ser julgado em alguma forma de process0 especial? - 2 valores

(34)

3) Qua1 o Tribunal material, funcional e territorialmente competente para o julgamento de Antonio? - 4 valores

4) Supondo que o process0 seguia para a forma comurn e que o MP acusava Antonio pelo crime de h r t o qualificado, p. e p. no artigo 204.", n." I, alinea a), do CP, podia Berta requerer a abertura de instruqiio para acrescentar o facto de Antonio ter retirado a quantia furtada do porta-luvas do carro dela, imputando- Ihe assim a circunsthcia prevista na alinea e) do n." 1 do mesmo artigo? - 4

valores

5) Admitindo que Antonio tinha sido pronunciado pelo crime de furto qualificado, p. e p. no artigo 204.", n." 1, alinea a), do CP e que no final da audi6ncia de julgamento o Tribunal niio deu como provada a subtracqiio, podia absolvblo do crime de furto e condend-lo pel0 crime de apropriaqgo ilegitima (p. e p. no art." 209.", n." 2 do CP)? - 4 valores

Apreciaqiio global (fundamentaqiio geral, sistematizaqiio, clareza e portuguh) - 2

(35)

FACmDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DIREITO PROCESSUAL PENAL

A N 0 LECTIVO 200712008 5." A N 0 - TURMA DIA

Tbpicos para a correcgdo da Frequ Encia ~ n i c a (06-12-200 7)

A resposta 6 afirmativa. Qualificaqiio juridica:

A subtracqiio de uma quantia no valor de 5000 euros consubstancia um crime de furto

qualificado p. e p. pelo art. 204", n." 1 , alinea a), do C6digo Penal (CP), uma vez que tal quantia deve ser qualificada como constituindo valor elevado nos termos previstos no art. 202", alinea a) do CP, pois corresponde a um valor que excede 50 UCP, avaliadas no momento da pratica do facto, i.e., 50 x 96 euros (valor actual da UCP) = 4800 euros (cfi. arts. 5" e 6" do DL n." 212189, de 3016 e valor fixado no DL n." 238105, de 30112).

PresunqHo de flagrante delito:

0 art. 256", n." 2 do Codigo de Processo Penal (CPP) consagra uma presunqgo de flagrante delito quando o agente for, logo ap6s o crime, encontrado com objectos ou sinais que mostrem claramente que acabou de cometer o crime. Ora, os agentes da GNR, tendo tomado conhecimento via radio patrulha de que acabava de ser cometido um crime de furto no Laranjeiro e de que o agente, com determinadas caractensticas fisicas, fugira numa viatura ((Nissan Micra)) verde em direcqiio a Lisboa, ou seja, que se dirigia para a Ponte 25 de Abril, puseram-se em campo a saida da Ponte e viram passar um suspeito que se enquadrava perfeitamente no perfil comunicado. Corn efeito, era um hornem de raqa caucasiana, cabelos loims, com idade aproximada de 30 anos, com uma ((T-shirt)) cor de laranja, que conduzia uma veiculo ((Nissan Micraw verde e estava a atravessar a Ponte naquele precis0 momento.

Nas situaqces previstas no n." 2 do art. 256" dispensa-se a visibilidade e actualidade que constituem o cerne do flagrante delito previsto no n." 1 e C suficiente que se possa

(36)

inferir de determinados factos, designadarnente o facto de ser encontrado com determinados objectos ou sinais (in cam, a descriG5o fisica do agente, a condu~iio de urn veiculo ((Nissan Micra)) verde e estar a atravessar a Ponte 25 de Abril em direcqBo a Lisboa), outros factos, ie., o facto de que se tratava do suspeito do crime de furto cometido no Laranjeiro.

Sllblinhe-se que crucial para a afirrnagiio de que se pode presurnir o flagrante delito neste caso e o facto de o suspeito ser encontrado corn os sinais e objectos referidos e nlo o facto de mais tarde se vir a descobrir que o suspeito tinha na carteira exactarnente a quantia furtada em notas de 100 euros, o que, quando muito, reforgou probatoriamente a presungiio que habilitou os agentes da GNR a procederem A detenqiio do veiculo a saida da Ponte, mas teve lugar em momento posterior a detengb.

Por outro lado, essential a qualificagiio dos referidos sinais corno atestando claramente que o suspeito acabara de cometer o crime de furto foi o facto de ter sido encontrado a saida da Ponte logo ap6s a pdtica do facto e fuga em direcglo a Lisboa. Se, porventura, fosse encontrado algu6m que correspondesse i descriglo fisica a circular nurn ((Nissan Micrm verde em outra mna do pais ou dentro da cidade de Lisboa, ja niio se poderia afirmar que os sinais e objectos rnostrassem claramente que o agente acabara de cometer o crime.

DetenqHo em flagrante delito:

Tratando-se de uma situaqlo de flagrante delito e sendo o crime punivel com pena de prislo, os agentes da GNR poderiam proceder a deteng50, na medida em que o art. 25S0,

n." 1, alinea a), do CPP habilita p m tanto qualquer entidade policial (art. lo, n." 1,

alinea c), do CPP).

Natureza juridica do crime:

0 crime de h t o qualificado 6 um crime p6blico (art. 48" do CPP conjugado com o disposto no art. 204", n." 1, alinea a) do CP). Como tal, niio depende de queixa ou

acusagBo particular, o que significa que niio se verificam as circunstdncias condicionantes ou impeditivas da detengo em flagrante delito (cfr. art. 25S0, n." 3 e 4 do CPP, respectivamente).

(Outras questties que se podiam suscitar na hifitese, mas que ndo integravam a questdo):

(37)

-

Constituiggo obrigatoria de Antonio como arguido (art. 5S0, n." 1, alinea c), e 59", n." 1, do CPP) e omissiio desse dever por parte das entidades policiais e do MP (art. 1 18",

n." 2 e art. 58", n."s 3 e 5 e, eventualmente, art. 126", n."s 1 e 2 , alinea d), do CPP);

-

Identificaggo do suspeito e infoma$6es/inquiri$20 informal proibida (art. 250°, n." 1 e n." 8, do CPP);

-

ApreensFio do dinheiro (art. 249", n." 2, alinea c), e 178", n."s 1 e 4, do CPP);

-

Primeiro interrogatorio nlo judicial de arguido detido (art. 143O do CPP);

-

Auto de denlincia, em vez de auto de noticia (art. 243" e art. 2463 n."s 1 e 4 e art. 275O, n." 2, do CPP).

Ouestiio n." 2

A resposta 6 afirmativa.

Pode e deve ser adoptada a forma de processo sumirio, urna vez que se encontram reunidos todos os seus pressupostos e, desde a revis20 do CPP de 2007, o julgamento em processo sum6rio deixou de ser urna mera faculdade (cfr. art. 38 1 ", n." 1 e art. 390" do CPP).

Requisitos do processo sumario:

Antonio podia ser julgado em processo sumario: foi detido em flagrante delito, o crime de furto qualificado e punivel com pena de pris3o ate 5 anos (niio superior a 5 anos), foi detido por uma entidade policial (art. lo, n." I , alinea c), e art. 381°, n." I, alinea a), do CPP), pode ser submetido a julgamento no prazo de 48 h (art. 382", n." 3, do CPP) e verifica-se o requisite negativo implicit0 de o Tribunal competente n8o ser o Tribunal colectivo (ou de j ~mas , nunca seria o caso), segundo o critCrio qualitative.

0 s agentes da GNR siio brgios de policia criminal (art. lo, n." 1, alinea c), do CPP), sendo que, ao contr&io do que sucede na detenqgo fora de flagrante delito, em que so as

autoridades de policia criminal (art. lo, n." 1, alinea d), do CPP) podem ordenar a deten~iio por iniciativa propria, para a detenqiio em flagrante delito e julgamento em forma sumkria 6 suficiente que se trate de uma entidade policial.

Discusiio doutrinaria:

S6 nao seria adrnissivel se fosse defendido, na esteira do ensinamento de Teresa Beleza e Frederico Costa Pinto, que o jdgamento em forma sumaria nio deve ser utilizado nas situagBes de presun~lo de flagrante delito, previstas no art. 256", n." 2, do CPP, por falta

(38)

de consistencia probatoria, mas apenas nas situag6es do n." 1 em que a propria entidade que realiza a detengiio ionha assistido a execuflo do crime ou a parte dela. Com efeito, de harmonia com esta corrente doutrinal, a finalidade do processo sumh-io 6 a realizagiio mais cClere da justiga penal nas situagcks de flagrante delito em sentido proprio, caracterizadas pela actualidade e visibilidade da infraqiio, uma vez que apenas nestas se justifica a simplificagiio e aceleqiio do processo, atendendo a diminuiglo dos problemas de prova. JB niio se justificaria o sacrificio das garantias oferecidas pel0 processo comum nas situagks em que a autoridade ou entidade que procede detengiio n2o assistiu aos factos ou a uma parcela dos mesmos, constituindo urna mera presungiio de flagrante delito que deve ser harmonizada com a presun~2o de inocencia do arguido. E de real~ar, porGm, que com a revislo de 2007 e a expressa previslo de que se deve seguir a forma sumtiria mesmo que a detenggo tenha sido efectuada por um particular, desde que o detido seja entregue no prazo de duas horas a uma entidade policial ou judiciaria, enfraquecem consideravelmente os argumentos expendidos.

Jurisdiqiio:

A jurisdiggo e dos tribunais portugueses (arts. 202" e 21 l o da CRP e art. 8" do CPP).

CompetGncia funcional:

0 s tribunais competentes em funqiio da fase processual, in casu, na fase do julgamento, siio os tribunais judiciais de 1

."

insthcia (arts. 1 1" e 12" do CPP a contrario sensu e arts.

33" a 37" e 55" e 56" da LOFTJ).

Cornpetencia material:

A competencia material, deterrninada em d odas qualidades do agente, das matCrias e dos tipos de crime e respectivas penas, C do tribunal singular, tendo presente a inexistsncia de uma reserva de competgncia em d odo tipo penal de fUrto, aplicando- se, portanto, o critdrio quantitative previsto no art. 16", n." 2, alinea b), do CPP: a pena miixima do furto qualificado C inferior a 5 anos.

Competencia territorial:

No que respeita

a

compethcia territorial, niio se verificando nenhurn dos critdrios especiais previstos nos arts. 20" a 23" do CPP, siio aplicaveis as regras gerais constantes do art. 19" do CCP. A consumaqiio do furto deu-se no Laranjeiro, sendo competente o

(39)

Tribunal da Area da consuma@o (art. 19", n." 1, do CPP). 0 mapa JJ do RLOFTJ integra

o Laranjeiro na comarca de Almada. 0 Tribunal de comarca de Almada, nos termos previstos no mapa VI do RLOFTJ, 6 um tribunal de compettncia especializada, civel e criminal, mas nil0 dispik de tribunais de compettncia especifica (juizos e varas ou tribunal de pequena instiincia criminal, que seria o competente para o julgamento em process0 surnario). Em c o n c l ~ o , serh competente o juizo de competi?ncia especializada criminal de Almada.

( 0 crime de furto e uma crime de estado: nio ha uma acgio que se prolonga no tempo, nem uma compressiio do bem juridic0 posterior ao momento da consumagio, como sucede, por exemplo, no crime de sequestro ou no crime de furto de uso do veiculo, apenas subsiste o estado lesivo. Nio se aplica, em confomidade, o critirio do art. 19O, n." 3 do CPP).

A resposta 6 negativa.

Pretendendo o assistente imputar ao arguido uma alteragio n50 substancial de factos

(ANSF), o mecanismo apropriado seria a dedugio de acusagio subordinada, nos termos do art. 284", n." 1, inJne, do CPP.

Requisitos do requerirnento para a abertura de instruyfo:

Dever-se-ia comeGar por identificar que era admissivel, em abstracto, o requerimento para a abertura de instruqio, se estivessem preenchidos os seus requisitos, nomeadamente: i) legitimidade; ii) tempo (no prazo de 20 dias a contar da notificagiio da acusagio do MP, nos termos do art. 287", n." 1, do CPP); iii) contelido (atendendo ao disposto no art. 287O, n." 2, do CPP), e iv) pagarnento da taxa de justi~a devida (art. 51 9' do CPP).

Sucede que o assistente tem legitimidade para requerer a abertura de instruggo apenas para discutir quest6es de facto e, dentto destas (quando tenha havido acusaqlo do MP), apenas aquelas que representarem urna alteraqiio substancial de factos (ASF) - cfi. art. 287", n." 1, alinea b), e art. 284", n." 1, in$ne, do CPP.

Caso concreto:

No caso concreto, tudo dependia de saber se o assistente acrescentava urn novo facto que constituia uma ASF, caso em que poderia requerer a abertura da instrug20 (art.

(40)

abertura da instru@o, devendo antes recorrer A acusa~iio subordinada (art. 284", n." 1,

do CPP).

Sern rnargem para duvidas, o assistente pretendeu adicionar um novo facto, alterando o acontecimento e a sua valora~iio: que a carteira se encontrava dentro do porta-luvas do seu veiculo automovel. 0 novo facto constitui assirn uma altera~iio de factos.

Seria esta alteragiio substancial? Nos termos do art. lo, n." 1, alinea 0, do CPP sera substancial quando: i) agtavar a pena rnkima abstractarnente aplicavel (o que niio e o caso, pois o arguido ja era acusado de fbrto qualificado) ou ii) constituir uma imputa~lo de crime diverso (mas niio parece que fosse crime diverso, face a historia ja constante dos autos).

Deveria concluir-se que se tratava enti40 de uma ANSF, pelo que o requerimento do assistente deveria ser rejeitado por inadmissibilidade legal da instru~io, dado que o assistente deveria ter usado a acusa$io subordinada para o seu intento - art. 287", n." 1,

alinea b), e 284", n." 1, infine, do CPP.

(Apontamento susceptive1 de valorizaq30 da resposta):

Berta podia requerer a constituiqiio como assistente com base no art." 6S0, n." 1, alinea a), do CPP dado que era titular de um interesse especialmente protegido corn a incrirnina~iio, independenternente do conceit0 de ofendido perfilhado.

A resposta C igualmente negativa.

0 Tribunal n l o devia condenar o arguido nern pel0 crime de firto (pois niio se fez prova dos respectivos elementos do t i p ) , nern pelo crime de apropriaqiio ilegitima (o qua1 nlo C um minus face ao primeiro, pois exige a verificasio autonoma do elemento ((apropriac$o ilegitima))).

Deveria identificar-se uma s i t u a ~ l o de niio prova de factos (i-e., a subtracqiio), que levaria A absolvi~lo do arguido quanto ao crime de h r t o qualificado (art. 204", n." 1,

alinea a), do CP). S6 que o Tribunal pretendeu proceder a urna alteqiio da qualificagio juridica (AQJ) para passar a condenar o arguido pel0 crime de apropria~iio ilegitima (art. 209", n." 2, do CP). A ser uma AQJ, devia seguir o regime da ANSF na fase do julgarnento (art. 35S0, n." 1, ex vi n." 3 do rnesrno preceito do CPP).

(41)

0 problema C que, neste caso concreto, nio ha uma mera AQJ. Para a imputaqiio do crime de apropriaqio ilegitima era necess6rio que a coisa (i.e., o dinheiro) tivesse sido encontrada, e tal nlo resulta apenas da mera niio prova dos factos descritos na pronhncia (integrantes do crime de furto qualificado). Ou seja, a coisa ter sido encontrada e em si mesmo um facto novo (mudando o acontecimento/historia).

Seria assirn uma alteraqiio de factos. E seria esta alteraqio substancial? Nos termos do art. lo, n." 1, alinea f), do CPP C substancial quando: i ) agravar a pena mixima abstractamente aplicavel (o que nio 12 o caso, p i s a pena m h i m a ate e mais reduzida) ou ii) constituir uma imputago de crime diverso (o que seria o caso, p i s subtrair ou encontrar s i o historias distintas quer pel0 criterio naturalists, quer pelo criterio do problema sujeito a apreciaqiio juridica, incluindo o relevo da alteraqio para a estrategia de defesa do arguido).

Sendo uma ASF, esta seria autonomi~vel, p i s a ((nova historia)) (encontrar a coisa e apropriar-se ilegitimamente da mesma) 6 uma altemativa a historia inicial, que podia so por si ser object0 de um processo autonomo. A soluqlo final passava, p i s , pela absolviqio do arguido do crime de furto e pela comunicaqlo ao MinistCrio Pliblico para, noutro processo, proceder pelos novos factos. Mas isto s6 sucederia se o Tribunal

tivesse concluido realmente que os factos em nada condiziam com a acusaqio, ao passo que, pel0 contkio, parece que o Tribunal se limitou a convolar, a l i k contra legem, uma acusaqiio por furto noutra por urn crime menos grave, mas aut6nom0, caso em que a sentenqa seria nula (art. 3 7 9 O , n." 1, alinea b) do CPP).

(42)

FACULDADE DE DIREITO DA UNNERSIDADE DE LISBOA DJREITO PROCESSUAL PENAL

A N 0 LECTIVO 200712008 1 .O Semestre

5." ano - Turma: Dia

Exame escrito de 7 de Janeiro de 2008

CoordenaqZo e reghcia: Prof. Doutor Paulo de Sousa Mendes

Colaboraqb: Mestre JoZo Gouveia de Caires; Mestra Ana Gouveia Martins; L ~ c . ~ Ana de Oliveira Monteiro

Duraqlo: 2 horas

Urna jovern de 15 anos sofreu urna rnorte insolita. ao ser atingida por urna bala que n l o Ihe era dirigida.

0 s factos ocorrerarn no dia 1 de Janeiro de 2008. No interior de urn autornovel, que estava estacionado a beira-rio, junto a foz do Rio Tranclo (freguesia de SacavCrn, concelho de Loures), encontravarn-se, sentados a frente, Antbnio, de 25 anos, e a sua rnulher Beatriz, de 22 anos. Atras sentava-se Carla, irrnl de Beatriz.

Marido e rnulher discutiarn. Foi nessas circunsthcias que Beatriz se apoderou da arrna que

o rnarido guardava no porta-luvas. Nurn rnovirnento rapido, a rnulher apontou o can0 da pistola para o seu proprio peito e prerniu o gatilho. 0 projkctil atravessou-lhe o corpo, perfurou o assento e foi acertar em Carla.

Beatriz e Carla forarn transportadas de arnbuliincia para o Hospital Curry Cabral, em

Lisboa, onde a segunda rnorreu logo a chegada, ao passo que a prirneira conseguiria convalescer dos ferirnentos sofridos.

Responda fundamentadamente as seguintes questties (e apenas a estas):

1) 0 Ministirio Publico (doravante MP) deduziu contra Ant6nio acusaqlo por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, do C6digo Penal (doravante CP), dado ter contribuido para a rnorte de Carla ao deixar uma arrna de fog0 carregada no porta-

luvas do autornbvel.

Qua1 seria o Tribunal cornpetente para o iulgarnento de Antbnio? (3 valores).

2) 0 MP deduziu contra Beatriz identica acusaqlo por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP, dado ter produzido voluntariarnente o disparo que rnatou

Carla.

Deveria haver conexlo de processes? (2 valores).

* Inspirada nurn caso veridico apresentado por CARLOS A. ELBERT e HERNAN V. GULLCO,

Ejercicios de derecho penal (y derecho procesnl penal) por cronicas periodisticas y jurisprudencia,

(43)

3) Beatriz requereu abertura da instruglo. Segundo revelava no requerirnento, o rnarido,

durante a discusslo conjugal, gritara-lhe repetidarnente o seguinte: - Se estcis assirn tdo farta da vida, entdo ve' lb se te matas de urna vez p o r todas! Portanto, Beatriz

discordava da acusagiio, pois considerava-se sirnplesrnente vitirna de urn crime de incitarnento ao suicidio, p. e p. no art. 135.", n." 2, do CP, em vez de autora de urn crime de hornicidio negligente. Pelo que:

a) Pretendia obter urn despacho de niio pronuncia pel0 crime de hornicidio negligente de que vinha acusada.

Justificava-se o requerirnento para abertura da instruclo para este efeito? (2 valores).

b) Requeria a sua constituigiio corno assistente, referindo que a irmii n l o tinha rnais farniliares.

Tinha legitirnidade para se constituir assistente? ( I valor).

c) Solicitava que Antonio fosse pronunciado pel0 referido crime de incitarnento ao

suicidio.

Justificava-se o requerirnento para abertura da instruciio para este efeito? ( 2 valores).

4) 0 juiz de instrugzo:

a) Pronunciou Antonio por crime de incitarnento ao suicidio, p. e p. no art. 135.", n."

2, CP, alern de que, relativarnente a rnorte de Carla, ainda o pronunciou por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP.

D e que forrna poderia Antonio reagir contra o despacho de pronuncia? (2

valores).

b) Relativarnente a rnorte de Carla, pronunciou tarnbtrn Beatriz por crime de hornicidio negligente, p. e p. no art. 137.", n." 2, CP.

Poderia Beatriz recorrer do despacho de pronuncia? (2 valol-es).

51 0 Tribunal condenou Antonio corno autor rnediato de urn crime de hornicidio

qualificado na forma tentada contra Beatriz, nos termos conjugados do art. 132.", n.OS 1

e 2, alinea b) e dos arts. 26." e 23.", n." 2, do CP, considerando que o estado passional de

Beatriz induzido pelas palavras de Antonio - tal corno estava docurnentado nos autos atravis de pericia psiquiitrica ordenada pel0 M P no decurso do inquirito - fundarnentava urna incapacidade rnornentkea de autodeterrninagiio dela no rnornento d o disparo, nos terrnos do art. 20.", n." 1, CP, tomando-a assirn urn "joguete" nas rnlos d o rnarido, o qua1 niio podia deixar de saber que a rnulher levaria a serio o desafio para se rnatar, bastando isso para se afirmar que tinha havido pel0 rnenos dolo eventual por parte dele relativarnente a possivel rnorte dela, nos terrnos do art. 14.", n." 3, CP. Acresce que o Tribunal condenou Antonio por ter causado a rnorte de Carla corn

negligsncia grosseira, nos terrnos do art. 137.", n." 2, CP. Em concurso de infracgbes, o ~ r i b i n a l aplicou-lhe a pena de 3 anos de prisiio. Em conforrnidade, o Tribunal absolveu

Beatriz.

Essa decislo respeitou o principio da acusaciio, quanto a vinculaciio ternatica e quanto a igualdade d e arrnas? (3 valores).

6) 0 M P recorreu dessa decislo, pedindo urna condenagiio d e arnbos os arguidos nos terrnos da pronuncia.

0 Tribunal ad ~ u e m podia agravar a Dena aplicada a Antonio? ( I valor).

(44)

FACCLD.UJL D I DIRLlT ODA L%TVERSD.UIE DE LISBCL+ DIRE IT 0 P R O a =-AL. IrL N.4L

-4.S;O LECaR' 0,2007 3308

Y

-

-T-: Dra

T+spwe a cmruc& tda Emma escnto G% T d r faneno d a 2 W

Courderryk ere@-. I ' d Doutor Paulo de 5ousaSIede5

C c l z b - ~ k J a i n G u ~ - c u & C-, Me* & a G = % . c n L& h a & O h ~ - - a ~ a

L b *

Pergunta 1 COT. M.&. COT OBTIDA

JurisdiGBo dos Tribunais portugueses - cfr. arts. 202." e 21 1 ." CRP e 8." Competdncia funcional

Fase de julgamento - Trib. 1 .' lnstancia - arts. 11 ." e 12."a contrano Arts. 33.' a 37." e 55." e 56.' da LOFTJ

Compet~ncia material

Nao aplicaMo do art. 14.012/a): nao e crime doloso Pena abstractamente aplicavel - ate 5 anos Criterio quantitativo art. 16."12/b)

Tribunal singular - Juizo Criminal Competencia territorial

N l o verifica~lo dos arts. 20." a 23." Regra geral art. 19."

Homicidio- art. 19."11 - local da consuma~ao

Aplica~ao do art. 19."/2: area onde o agente actuou: Sacavem

Valoriza@o da resposta: discussao do criterio legal da proximidade da prova (e n l o do local da morte)

Mapa Ill RLOFTJ - Sacavem - Comarca de Loures Mapa VI RLOFTJ - TC Loures - Juizo Criminal Competdncia: Juizo Criminal de Loures TOTAL PERGUNTA 1

Pergunta 2

Questlo previa: competdncia para o processo-crime de Beatriz Remissao para a compet&ncia referida na questao 1

Competdncia: Juizo Criminal de Loures Requisitos da conexao:

i) pluralidade de processos (verificado);

ii) pluralidade de tribunais competentes - nao estava verificado;

iii) situa~ao tipica de conexao ( n l o estava verificado: autorias paralelas n i o integram o art. 24.");

iv) t r a m i t a ~ l o concomitante e n l o verifica~lo de exclusbes da conexao (verificado) 1 Discussao: autorias paralelas nao integram o art. 24."111d);

Porem, as finalidades da conexao justificam a analogia, admitindo-se assim a conexao, porque nao e contra reurn

Ndo havia necessidade de determinar o Tribunal competente em virtude da conexao Haveria apenas conexao com apensaqao dos processos (art. 29.");

Nao se devendo aplicar os arts. 27." e 28." TOTAL PERGUNTA 2

(45)

Pergunta 3

-

a)

Admissibilidade do RAI: Requisitos Legitimidade - arguida: art. 287.'/I/a)

Tempo - 20 dias a contar da notificaqiio da acusaqiio do MP Conteudo do requerimento - art. 287.'/2

COT. M ~ . X COT. OBTIDA

Legitimidade da arguida: discutir materia de facto e de direito (maior amplitude possivel)

No caso: factos novos (0s alegados pela arguida que constituern incitamento ao

suicidio) 0,s 0 3

TOTAL PERGUNTA 3-a) 1 1

Pergunta 3

-

b)

Adrnissibilidade do requerimento de constituiqao como assistente: Requisitos:

i) Legitimidade - crime publico: art. 48.' - ofendido (art. 68.'/l/a)) falecido; art. 68.011/c), 2.' grupolclasse: na falta (fisica) dos elementos do 1 ." grupo/classe;

ii) Tempo -art. 68.'/3/b): no prazo do RAI;

iii) Pagamento da taxa de justiqa (art. 519.'). 0 5 0 6 Valorizaqao da resposta: discuss30 sobre o sentido da expresslo "na falta deles":

parece ser "falta fisica", e nao falta de capacidade de exercicio 0,4 0,4

TOTAL PERGUNTA 3-b) 1 1

Pergunta 3

-

c)

Adrnissibilidade do R.A.I.: Requisitos

i) Legitimidade - constituiqao corno assistente: art. 287.0/1/b) ii) Tempo - 20 dias a contar da notificaq50 da acusaqao do MP iii) Conteudo do requerirnento - art. 287.'/2

iii) Pagarnento da taxa de justip (art. 519.')

Podia a assistente abrir a instruqio para este efeito?

Tratava-se de acrescentar novos factos que perrnitem irnputar ao arguido outro crime Seria uma ASF? Art. l.'lf): crime diverso: vitirna e acontecirnento historic0 distintos dos da acusaqao do MP;

Conclus50: podia requerer a abertura da instruqao porque se tratava de urna ASF 1,5 1,5

TOTAL PERGUNTA 3-C) 2 2

Pergunta 4

-

a)

Nao se aplica o art. 309.' urna vez que despacho de pronuncia nSo e nulo visto que n%o importa qualquer ASF

0 despacho de pronuncia por crime de incitarnento ao suicidio e recorrivel nos termos

(46)

FICWLD.WL DE DIRLlT O D 3 L?iiIZRSID.9DE D L LIS30.4

DIRE IT0 PRO(I. SEX.& PE K.4L

mO L E C m - 0 X?O7 ?008

Y EM - Tnrma. m a

T+spara a

~~

&a

E r a m e rscrito dr ? d r Janeuo d s 2 S

C o o r d e n q k ere&-. Prof. Pautor Paulo de SousaLlendes

C d & e z ~ b l&&e J m i c & u r - c u & Cmrrr h Z e h rlnaGo~~rrra a%, Ld h acL Qhr--a hIuntmr0

COT. ~ k . COT. OBTIDA

0 despacho de pronuncia na parte correspondente ao crime de hornicidio negligente n8o e recorrivel porque irnputa os mesrnos factos constantes da acusa~8o do MP: art.

31 O.O/l ("dupla-conforrne") 1 1

TOTAL PERGUNTA 4-a) 2 2

Pergunta 4

-

b)

Beatriz n8o pode recorrer do despacho de pronuncia urna vez que foi pronunciada

pelos rnesrnos factos constantes da a c u s a ~ i o : art. 310.0/1 1 1

Ratio legis do art. 310°1 1: "dupla conforme". Justifica~80 e interpreta~go do art. 310.0/ 1

TOTAL PERGUNTA 4-b)

Pergunta 5

Qualifica~80 corno altera~ao da qualifica~80 juridica (AQJ):

A condenaq80 de Antonio corno autor mediato de urn crime tentado de hornicidio qualificado irnporta urna rnera altera~8o da qualifica~ao juridica, urna vez que os factos ja constavarn do requerirnento de abertura de instruq8o e do despacho de pronuncia e o estado passional de Beatriz se encontrava docurnentado nos autos desde a fase do inquerito

Discuss30 dos principios da acusa~8o quanto a vincula@o ternatica e a igualdade de arrnas.

Regime da AQJ: art. 358.Y 3 e viola@o do principio da igualdade de arrnas, ernbora n8o tenha sido violado o principio da vinculaq80 ternatica

SanMo para o desrespeito do art. 358.O13: rnera irregularidade? Ou aplica~8o por analogia do disposto no art. 379.0111b)? TOTAL DA PERGUNTA 5

Pergunta 6

A reformatio in pejus n8o e proibida, salvo nos casos previstos no art. 409.011

No caso, aplica-se o art. 409.0/1 a Antonio, posto que a promo~8o do MP visava urna qualifica~80 juridica rnais favoravel no caso deste arguido. Por conseguinte, o MP recorreu no interesse dele, ja n8o no interesse da Beatriz (mas nada se perguntava

sobre esta).

ConclusBo: o Tribunal ad quem nao podia agravar a pena a Antonio.

(47)

PdCULD.4.DE DL DIREIT O D 3 L3iTZRSD.4DE DE LISIFOA DIRE I T 0 P R O a SSU-AL PE Pi.=

XWO LECm 0 ,W' F ano - Turma m a T + x p v a a -4 do

E t a m e .n& de 7 d e Jane~ro d r Z W

C m r d w q k e regCnaa Pmf Doutar Padm de Souse51edes

C o l A - q h &;bc J o L b u r - c u & C-s Blc& h z b m v e u L- tLL h adc Ohr-a

B b Q x z n

Sisternatiza~So, clareza e portuguks TOTAL

COT. ~ h . COT. OBTIDA

(48)
(49)

D

(50)
(51)
(52)
(53)
(54)

D

(55)

FACULDADEDE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA Frequhcia de Direito Penal

II

5" an01 noite Regente: Prof. Doutor Augusto Silva Dias

Duraq2o: 60 minutos Colaborador: Mestre Antonio Sol

I I de Dezembro de 2007

..

Abe cansado de viver,

&

(3

a Bento que o . Para o efeito,

m,

com

conhecimento e concordiincia de Abe!, s o l ~ i e c t a v e l

e x

-. ~~~

Carlos forneceu a Bento um liquido, garantindo-lhe qge

-

.

A x i r i a sofier uma morte sem qualquer dpr. No entanto, Carlos,

-

que sempre odiara em

susce~tivel de ~rovocar ~ r a n d e s o f i d o , realizar a vontade de Abel, injectando-lhe o

referido liquid0 letal, n2o so porque a q u e m - poraue er?

o que sempre sonhara ter. isaes de Carlos.

- 1

Determine a responsabilidade criminal de Bento e de Carlos.

Maria, de 17 anos, odiava o seu professor de Historia, por o mesmo seLnegro e

-

lhe dar sempre notas aquem do que ela pensava merecer. Farta das iniusticas daquele

professor, decidiu par-lhe termo

a

vida. Para o efeito, pediu a Jo , de 14 anos, seu

-

c*a e filho daquele professor, que e asse ao seu pai um bolo envenen~do,

oc,ultando-lhe, no entanto, tal facto. Jolo a ~ r a d e c w

-

e deu o bolo envenenado ao pai, que

o comeu, acabando por morrer na sua f i y t e . Inconsolavel com a morte do gai, x o

decidiu suicidar-qe, pedindo a Catariy., uma farmacEutica que conheci

comprimidos para d o q i r , alegando aue andava com insonias por causa do que lhe

havia sucedido. Catarina deu-lhe os comprimidos e, nessa mesma noite, Abel tomou-os

..

todos, acabando por morrer. +

Determine a responsabilidade criminal de

w,

Jolo e Catarina.

(56)

5' ano/noite Duraqao: 1 hora

3 de Dezembro de 2007

Regente: Prof. Doutor Augusto Silva Dias Colaborador: Mestre Araujo Sol

Josefina, gravida de cinco meses, cansada da vida, decide 4 ~dr-lhe termo. Para tal pede a

Bento, seu amigo, que abra a tomeira do g& do fogao da cozinha, depois de ela mesma se ter amarrado A porta do frigorifico por meio de algemas. Bento procedeu de acordo com o pedido, fechou portas e janelas e abandonou a casa da amiga. Cerca de meia hora depois Josefina ficava insconsciente

em

consequ&cia da into~caqiio com o gas. Carlos, companheiro de Josefina, chegou a casa alguns minutos depois e, percebendo o que se estava a passar, abriu imediatamente as janelas e +u a inWenqao de uma ambulacia. Josefina acabou por ser salva por intervenqgo dos medicos. So* diversa teve a crianqa, que nao conseguiu resistir A into~caqiio da mae.

* .

Determine a responsabilidade QvIunal dos intervenientes.

se ela voltasse a abordar a sua filha Maria. propo_ndo-lhe namoro. Nao queria que Maria tivesse namoridas l4sbicas e havia de o impedir custasse o que custasse. Um dia viu as

duas

raparigas conversando na rua. Decidiu enMo esperar Sflvia num sitio ermo por onde esta teria de passar a canrinho de casa. Quando ela se encontrava perto, Abel saltou-lhe ao canxido e, com raiva, atacou-a com uma faca, golpeando-a ate A

morte. Depois de ter enterrado o cadaver nn local.

A b L

regressava a casa no seu

-

autom6vel, quando foi s-dido

-

por uma operacSo - <<stop>>. Como MO levava carta de

conduqiio e a documentaq%o do v d d o e o poficia Mo foi sensivel As suas explicaqGes, Abel, para Mo ser autuado e Mo ter de pagar coima elevada, e s f a c p e o u - o e s e em ia 'acabaria por morrer

em

co-umaa aos ferimentos causados a pelas

facadas.

-

Determine a responsabilidade c r h i n a l de Abel.

Gmpo

I

(10 valores): grupo I1 (8 valores); clareza e correcqao da escrita (2 valores).

(57)

H

H

i

i

s

s

t

t

ó

ó

r

r

i

i

a

a

d

d

o

o

P

P

e

e

n

n

s

s

a

a

m

m

e

e

n

n

t

t

o

o

J

(58)

Antonio, funcionario da Direcqiio-Geral dos Impostos, em Lisboa, foi promovido a director de serviqos em 3 de Junho de 2002. Contudo, para que pudesse ocupar este cargo, teria de aceitar a transferencia para a cidade de Leiria, uma vez que 1120 havia em Lisboa nenhuma vaga para aquele cargo.

Niio podendo aceitar essa transferencia por raz6es familiares, Antonjo recusou a proinoqiio naquelas condiqaes, pel0 que, apesar de ser o mais antigo e bein classificado funcionario da Direcq20-Geral, niio foi promovido.

A partir dessa data, Antonio passou a ser sistematicamente discriminado no serviqo, sendo-lhe distribuido mais trabalho do que aos colegas, e foi deslocado para uina sala na cave, sem luz natural e sem telefone.

Na sequencia destes acontecimentos, Antonio teve um esgotamento e uina depressiio, encontrando-se ern tratamento medico.

Por isso, Antonio intentou uma acqiio contra a Administraqiio, nos termos do artigo 37", 11" 2, aliileas d) e e) do Codigo de Processo nos Tribunais Adininistrativos, para obter a promoqiio a que julga ter direito, bem colno uma indemnizaq20 por todos os danos inorais e patriinoniais entretanto sofridos.

(59)

Faculdade de Direito de Lisboa

Hist6ria do Pensamento Juridico

Ano Lectivo 2004

-

2005

Exame

4 de Fevereiro de 2005

c\

iii

Disserte, sobre tres, dos seguintes temas:

1

-

0

govern0 pelas leis no period0 medieval;

2

-

A

funqao regia e o poder de legislar na epoca medieval;

3

-

0

poder legislative como mama da soberania;

4

-

A

Lei no Liberalism0

-

garantia da liberdade e da propriedade

5-

A

obediencia

a

Lei na epoca moderna.

(60)

Temas para

o

Exame de Historia do Pensamento

Jurldico

1"

-

0

Governo pelas Leis no periodo medieval;

2"

-

A Fun@o

Regis

e o Poder de Legislar na 6poca

medieval;

3"

-

A Obediencia as leis no periodo medieval;

4"

-

0

poder legislativo como marca da soberania;

5"

-

A Lei no Liberalism0

-

Garantia da Liberdade e da

Propriedade;

6"

-

A

Lei e a Democracia

-

A

Lei como manifestaqgo da

vontade geral;

7"

-

CriaqBo, InterpretaqZio e Aplica~ao

da Lei na epoca

moderna;

8"

-

A

obediencia a Leina epoca moderna;

(61)

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

HISTORIA DO PENSAMENTO JUR~DICO 5.' AN0

-

NOlTE

EXAME FINAL 21 de Junho de 1999

As relafles entre o pensamento grego e a classificagio tripartida do Direito Romano.

0

conceit0 grego de natureza e a perspectiva estoica.

I I

ImportAncia do humanism0 cristso no Direito Natural medieval.

(62)

E

(63)

ECONOMIA PORTUGUESA

I. Com

base

no quadro, indique os principais factores que explicam

a

evolugiio do

PIB portuguts durante os

periodos

considerados.

PIBper

capita

em Portugal (taxas mWas de crescimento anual)

I

PIB

Lais, P. e Silva, A., Hbtdria Econdmica de Portugal, vol. 111, p. 129.

"Falta de regulagso efectiva ou excess0 de regulagiio econdmica ou tkcnica

(...)

siio factores de ineficiencia na economia."

Mateus, A. E c o m i a Pomguesa, 2006, p. 491

Tendo por base a economia portuguesa, comente esta afirmagso atendendo Bs

formas, fundamentus e irnpacto econdrnico

da regula@o.

111.

Analise a posigso de Portugal no comercio

international

atendendo

a teoria d a s

vantagens comparativas,

das

f o v centnOpetaslcentnOFrgas

e ao

modelo gravitacionul.

Cota@o:

I

(7

valores),

I1

(7

valores),

111

(6

valores).

(64)

ECONOMIA PORTUGUESA

I.

Responda

As

seguintes quest6es:

1. Caracterize,

sucintamente,

o

corporativisn~o e

o

nacionalismo econ6mico que marcaram a "ordem

econ6n1ica" do Estado Novo.

2. No context0 institucional da economia portuguesa

coexistem a regulaqao sectorial e as normas de defesa da

concorrencia. Explique a sua articulaqao e respectivos

findamentos ecoi~omicos.

3.

A

posiqiio de Portugal no comercio internacional e aplicavel

o modelo gravitacional. Porqut?

11.

"

...

o actual modelo de desenvolvimento do nosso pais estA

esgotado."

Prof. Abel Mateus, Econom ia Portuguesa (2006), p. 408.

Comente esta afirn~aqb

atendendo aos seguintes aspectos:

-

convergencia real com a media comunith.ria;

-

produtividade media dos factores;

-

teoria neoclhsica do crescimento e teoria end6gena do

crescimento;

-

politica

economics

(orqamental e fiscal).

Cota$iIo: Grupo I - 1 ( 3 3 valores), 2 (5 valores), 3 ( 3 3 valores); Grupo 11 -8 valores.

(65)

ECONOMIA PORTUGUESA

( ~ ~ o c a

especial de Dezembro)

I.

Responda

iis

seguintes questoes:

1. Qua1 a relevfincia do "condicionamento industrial" e dos

"planos de desenvolvin~ento" (Planos de Fomento) na

configuragb da estrutura produtiva portuguesa do Estado

Novo?

2. Que factores macroecon6micos justificaram a intervengao

do FMI nos anos de 1978 e 1983-85?

3. Comente: "o BCE adoptou uma politica monethria mais

expansionista face

il

desaceleragao da economia na zona-

euro7?.

I1

Analise a evolugZlo da economia portuguesa atendendo aos

- .# 1

seguintes aspectos:

-

abertura da economia;

-

context0 normative e institucional da concorr&icia

-

evolugb da despesa publica

Cotaqlo: Grupo I - 12 valores (4 valores por resposta); Grupo I1 - 6,5 valores ;

ApreciaqIo global (capacidade de analise, de sintese e expresslo escrita: art. 73' no 1 do

Reg. de Avalia~go) - 1,5 valores.

(66)

ECONOMIA PORTUGUESA

(coincidencias)

Comente a seguinte afirma@o:

"No regime democritico, [ao contririo do Estado Novo] as regras da contabilidade

piiblica passaram a ser menos

rigidas

e o control0 das despesas passou a ser muito

menos rigosos. Multiplicaram-se

os

servicps com autonomia financeira, os

institutes

publicos e

as fundams piiblicas.

(...)

floresceram as priticas de

desorpmenta@o de despesas

..."

(Sihra Lopes, J. "Finamps fiblicasn, In Hkt6ria fiodrnica & Portugal, vol. 111,2005, p. 275)

"Podem distinguir-se duas filosofias diferentes: uma filmfia que "absolutiza" a

conconencia

(...)

de uma filosofia que reconhece as virtnalidades de uma maior

dimenao e de uma maior mncentra@o empresarial, devendo actuar-se apenas

quando

hB

uma pratica lesiva dos interesses a defender."

(Manuel Porto, Economia; Urn T d o hbw&.&jrio, 2004, p. 180)

Comente, atendendo aos seguintes aspectos:

-

concep@o de conconencia acolhida pelo ordenamento juridico portuguCs;

-

a~-ticula@o

entre regulaqo sectorial e defesa

da

conconencia;

-

aplica@o paralela do direito comunitario e do direito

national.

"A

nova macroeconomia do euro

C

uma mistura de teoria

macroeconomics

e de

economia regional."

(Abel Mateus, fimmia Portugupsa, 2006, p. 420)

Tendo por base a frase reproduzida, analise, sucintamente:

-

impact0 na economia portuguesa da entrada na

CTlEM,

-

convergencia real com a m M a comunitaria;

-

posi@o de Portugal no comkrcio

international.

Cotago: I (6 valores), I1 (7 valores), Ill (7 valores) Duraqio: Duas horas

(67)

ECONOMIA PORTUGUESA

(Frequencia)

"Nos finais de 1929 C adoptada uma nova pauta aduaneira de cariz fiancamente proteccionista, e, em 1932 C introduzida uma sobretaxa de importa@o de 20%."

(Abel Mateus, Economia Portuguesa, 2006, pp. 62-63)

Comente esta afirma~go relacionando-a com os principios e politicas econ6micas do Estado Novo.

Analise o impact0 da UniZio Econ6mica e Monetiria, sobre a economia portuguesa, atendendo exclusivamente aos seguintes aspectos:

-

efeito da queda das taxas de juro provocada pela entrada no euro;

-

efeitos da disciplina do Pacto de Estabilidade e Crescirnento.

"A falta ou distor~iio da concorrencia tem prejudicado seriamente as economias de todos os paises capitalistas, incluindo o nosso."

(Abel Mateus, Economia Portuguesa, 2006, p. 489)

Comente, analisando os fundamentos econdmicos e as fonnas de regulaqtio, em sentido amplo.

CotaGo: I (6 valores), I1 (7 valores), 111 (7 valores) DuraGo: Uma hora

(68)

D

(69)

Direito Administrativo I1 (Contratos e Funqio Piiblica) Teste de subturma

-

9 de Maichde 2003

Subturma 4

0 reitor da Universidade de Lisboa pretende celebrar um contrato para remodelaqilo da aula magna da reitoria.

Para o efeito, o reitor fez um despacho autorizando a realizaqgo da despesa, no montante estimado de 50.000 contos, e ordenou o lanqamento de um concurso publico, cujo anuncio foi publicado no Jornal Oficial das Comunidades Europeias (JOCE).

No programa do concurso estabelecia-se que s6 podiam concorrer empresas com capital social superior a 1.000.000 de contos e que possuissem nos seus quadros

>,

". . .pessoal tecnicamente qualificado.. .

Sete empresas apresentaram a sua candidatura, mas uma delas - a empresa A -

n8o enviou nenhum representante ao act0 publico do concurso, raz2o pela qual foi excluida pela comiss2o de abertura do concurso.

Na fase de qualificaqgo dos concorrentes, realizada pela comiss20 de analise das propostas, foram excluidas mais duas empresas, uma por ter um capital social inferior a

1.000.000 de contos (empresa B) e outra por n2o ter pessoal devidamente qualificado

(empresa C).

A mesma comiss2o elaborou um relat6rio no qual as restantes quatro empresas foram ordenadas em fung2o do criterio da proposta economicamente mais vantajosa, tendo tambem em conta a qualificaqgo tecnica do pessoal.

Procedeu-se seguidamente a audiencia previa de todos os concorrentes, no Smbito da qual:

-

a empresa A alegou que foi indevidamente excluida, uma vez que a n2o comparencia no act0 publico do concurso n2o e motivo de exclus20;

- a empresa B invocou a ilegalidade do programa do concurso por considerar que a exigencia quanto ao capital social violava o principio da proporcionalidadz;

-

a empresa C invocou a ilegalidade de todo o procedimento por incompetencia do reitor para autorizar a despesa e ainda por outras irregularidades ocorridas durante o procedimento.

Na sequencia da audiencia privia, a comiss2o de analise das propostas manteve o seu relatorio. Como deve agir a entidade competente para a adjudicag20, face as invalidades invocadas pelos concorrentes? Porqut?

(70)

0 Ministtrio da Cultura pretende construir uma nova sala de espect~culos na cidade de Braga, tendo em vista a candidatura desta cidade a capital Europeia da Cultura no ano de 2006.

Para o efeito foi lanqado, por despacho do Ministro da Cultura, datado de 3 de

Maio de 2002, urn concurso limitado sem apresentaqiio de candidaturas para escolher o projecto de arquitectura "mais inovador e mais arrojado ", tendo o contrato o valor estimado de 250.000 contos.

No act0 publico do concurso, o jtiri excluiu tres concorrentes, pel0 que ficou apenas um concorrente, cujo projecto, segundo o juri, niio reunia condiq6es para ser adjudicatario. Por isso, no relat6rio o juri sugeriu que o concurso fosse considerado deserto.

Contudo, ap6s a audihcia prtvia desse concorrente, a entidade competente para autorizar a despesa decidiu adjudicar o contrato a esse concorrente.

Ap6s a adjudicaqgo do contrato de c o n c e ~ i i o , o Ministtrio da Cultura lanqou urn concurso limitado com publicaqiio de antincio para adjudicar o respectivo contrato de empreitada de obras publicas, no valor estimado de 2 milhaes de contos.

Na sequencia desse concurso, o contrato foi adjudicado a um empreiteiro cuja proposta apresentava um preqo muito superior ao preqo base do concurso.

(71)

Imagine a seguinte

1. De acordo com o Estatuto da Ordem dos Paisagistas, aprovado por

Decreto-Lei, constitui atribuiqiio da Ordem ((admitir e certificar a inscriqiio dos paisagistas, bem como conceder o respectivo titulo profissional>>. E um outro preceito do mesmo Estatuto preve que a Ordem possa submeter os candidatos a inscriqao a provas de admissiio destinadas a avaliar a sua capacidade profissional, mas que tambem possa dispensar dessas provas os licenciados por cursos que, no entender da Ordem, garantam s6 por si a idoneidade profissional exigivel.

2. Nos termos do Estatuto do Ensino Superior Particular e Cooperativo,

constitui atribuiqiio do Estado, atraves do Ministro competente, avaliar a qualidade cientifica, pedag6gica e cultural do ensino e autorizar o funcionamento de cursos conferentes de graus e reconhecer os graus. Por Portaria de 2000, o Ministro do Ensino Superior aprovou o plano do curso de licenciatura em paisagismo da ((Universidade Latinan, pertencente a ((Fundaqiio Almada Negreirosn.

3. Por deliberaqiio de 20.04.2005, o ((Conselho Nacional de Delegadow da

Ordem, sob parecer do ((Conselho de Admissaesn (um 6rgiio niio previsto no Estatuto), decidiu niio reconhecer a licenciatura em paisagismo da ((Universidade Latinan por insuficiencia de tempos lectivos e de

percentagem de paisagistas no corpo lectivo. 0 ((Conselho Nacional de

Delegadom e formado por um presidente e dez vogais. Estiveram

presentes sete membros e houve quatro votos favoraveis e tr@s contrarios.

Dois dos membros que votaram favoravelmente siio directores de uma cooperativa proprietaria de outra universidade privada na qua1 tambem se professa o curso de licenciatura em paisagismo.

(72)

4. Em 19.10.2006, o <<Conselho de Admiss6esn indeferiu o requerimento

-

entrado dois dias antes

-

de Amelia, licenciada em paisagismo pela

<<Universidade Latinan, de presta@o de provas de admissso a inscri@o na

Ordem. 0 act0 teve exclusivamente a seguinte fundamenta@o: <<A requerente nso disp6e de licenciatura reconhecida pela Ordemn.

5. Em 30.06.2006, Amelia interpas dois recursos da delibera~so de 19.10.2006

do <<Conselho de Admiss6esn.

Um deles e dirigido ao Ministro das Obras Publicas, com o fundamento

de que, cabendo-lhe a tutela sobre a <<Ordem dos Paisagistasn, <<lhe assiste

por tal motivo e nesse ambit0 o poder de supervisZo>>.

0 outro recurso e dirigido ao Ministro do Ensino Superior. Amelia alega

que, <<tendo sido exercida indevidamente por um orggo da Ordem uma

cornpetencia deste membro do Governo, lhe cabe a ele restabelecer a legalidade, revogando o act0 recorridon.

6. Em 21.05.2007, n3o tendo ainda os Ministros despachado sobre os

recursos a eles dirigidos, Amelia impugnou o act0 do <<Conselho de

Admiss6esn perante o tribunal administrativo, pedindo a declarac30 da respectiva nulidade.

PERGUNTA-SE:

a) Identifique, a luz dos dados constantes da hipotese, os vicios de que

enferma a deliberaqso de 20.04.2005 do <<Conselho Nacional de Delegadow.

b) Sofre a deliberaq30 de 19.10.2006 do <<Conselho de Adrnissdem de vicios

de procedimento proprios?

c) Poderiam os Ministros ter decidido favoravelmente os recursos para eles

(73)

d) Poderia a <<Universidade Latins,, vir impugnar hoje a deliberag20 dc

20.04.2005 do <<Conselho Nacional de Delegadosn?

e) Comente os seguintes fundamentos deduzidos pela Ordem dos

Paisagistas na contestaqao da ac@o administrativa especial dc

impugnaq8o de act0 administrativo intentada por Amelia contra 2

deliberaq20 do c<Conselho de AdmissGes,,:

(i) 0 act0 e irrecorrivel por ser mero act0 de execuqzo;

(ii) A acq8o administrativa especial de impugnaqgo de actc

administrativo e intempestiva;

(iii) So as decisaes dos Ministros, a proferir nos recurso:

administrativos pendentes, poderiam ser impugnadas

contenciosamente por Amelia.

f) Tem alguma critica a fazer ao meio escolhido por Amelia para defender os

seus interesses por via contenciosa?

VALORES A. Quest20 de desenvolvimento B. Hipotese a) b) c) d) el r) C. Apreciaqiio global TOTAL 20

(74)

GRELHA DE

RESOLUCAO

DA HIPOTESE

-

Verifica-se incompetencia absoluta, ou por falta de atribuiqaes;

- Verifica-se vicio de procedimento e violaqiio do principio da

imparcialidade devido a participaqiio na votaqiio de dois vogais

impedidos (CPA, artigo 44.', n.' 1, alinea a));

-

A audiqiio de urn parecer de urn <<conselhon sem natureza de 6rgFio

niio parece constituir fonte de ilegalidade desde que niio tenha sido olhado como vinculativo, caso em que haveria err0 quanto a urn pressuposto de direito.

-

Inexistencia, visto nso se tratar de uma conduta de urn orgiio da

Administraqiio;

Mas, alem disso:

-

Vicio de procedimento por falta de audiencia (CPA, art. 100.');

-

Vicio de forma por insuficiencia de fundamentaqiio (CPA, arts. 124.',

n.' 1, alinea c); 125.', n.'s 1 e 2).

c) Niio:

(i) 0 poder de tutela niio inclui, salvo norma expressa, o poder de

supervisiio (CPA, art. 177.', n.' 2 e 142.', n.' 3);

(ii) 0 titular da competencia indevidamente exercida por outrem niio tern competencia revogatoria (CPA, art. 142.9 n.' 1).

d) Podia, visto tratar-se de act0 nulo por incompetencia absoluta (CPA, art.

(75)

e

1

(i) E duvidoso que seja um act0 de mera execuq30; mas mesmo que o

fosse, sofria de vicios proprios como se viu em b);

(ii) Se o meio fosse o proprio, a acqgo de impugnaq3o ngo seria

intempestiva por se tratar de um act0 inexistente (resposta a alinea

b) e art. 58.", n." 1, do CPTA) e porque a pendencia de meios de impugnaqso administrativa suspende o prazo de impugnaqgo contenciosa (CPTA, art. 59.", n."4);

(iii) Falso: ngo se trata de recursos administrativos necessarios, nem hoje ha uma regra geral de necessidade de recursos administrativos; e a pendencia de meios de impugnaqso administrativa nso impede o

interessado de proceder B impugnaqgo contenciosa (CPTA, art. 59.",

n." 5).

f) 0 meio processual proprio para reagir contra o indeferimento do

requerimento de prestaqgo de provas de admissgo a inscriqgo era a acqgo

de condenaqgo a pratica de act0 administrativo devido (CPTA, artigos

51.O, n." 4; 66.', n." 2 e 71.", n." 1).

NOTA: Todas as questdes suscitadas na presente hipotese foram object0 de exposiqgo nas aulas tebricas.

(76)

C

(77)

TESTE DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO . Turma da Noite

Dia 3 de Maio de 2007

Suponha que:

a) o Presidente da C b a r a Municipal de Condeixa-a-Nova, pretendendo opor-se a

instalaqiio de antenas de telemoveis junto de escolas e creches do municipio

(todas elas respeitando as dist&ncias impostas por legislaqgo comunitiria e

national), emite uma postura n a qual se proibe tal instalaciio, ordenando a

suspensZio de todas as operac6es de instalaqgo em curso. 0 fundamento d a

proibiqiio e o d a defesa da saude publica, em virtude das duvidas que pairam sobre os efeitos d a s ondas hertzianas para a integridade fisica d a s pessoas.

Qual(is) a(s) mais eficaz(es) via(s) processual(ais) que

TMN

e Vodafone (as

empresas que viram as operaq6es de instalacgo suspensas) tern ao seu dispor

para se opor a esta postura?

b) Joiio, vizinho, contra a

pai de duas c r i a n ~ a s em idade pre-escolar, residente no municipio

prop6e uma intimaqiio para protecciio do direito a vida dos seus filhos

TMN, que detem duas antenas de d i f u c o do sinal de telecomunica~6es no tecto do edificio d a creche que estes frequentam, requerendo ao juiz

que condene a TMN a retira-las imediatamente. A TMN defende-se, afirmando

que:

i) e parte ilegitima, n a medida em que tem uma autoriza~80 concedida pelas

autoridades camaririas e estas n5o foram chamadas a juizo;

ii) a intimacgo n5o se revela indispensavel a tutela do direito invocado;

iii) niio existe urgencia que sustente a concessiio de tutela cautelar porque as

antenas ja se encontram no local ha mais de cinco anos e nunca se verificaram

quaisquer danos a saude das criancas

Analise os argumentos d a TMN e de a s u a opiniZio sobre qual deve ser a decido

do juiz

COTAGAO:

9 x 2 = 18 (+ 2 vdores para sistematizaqao e correcqgo ortogrsca)

(78)

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

26 de Seternbro de 2003

Resolva a seguinte hip6tese.

Antbnio, aluno da Faculdade de Medicina do Porto, residente em Lisboa, requereu, ao abrigo da Portaria n." 2 112001, uma bolsa de estudos.

A referida Portaria estabelece que "a bolsa sb pode ser atribuida aos alunos com

mddia superior a 16 valores no ano lectivo anterior e que comprovem urna situaqiio

econ6mnica dificil."

A bolsa C atribuida pelos yinistros de Finanqas e do Ensino Superior, precedicio

de parecer favoravel do Conselho Cientifico da Faculdade respectiva.

9 Conselho Cientifico da Faculdade de Medicina deu parecer negativo li

pretens5o de h t 6 n i o . Afirmou que este niio tinha m a situiqiio econbmica dificil,

porque nos dois anos anteriores niio requereu a bolsa e tambem porque, como dirigente associativo, promoveu uma greve contra o pagamento das propinas.

0 s Ministros competentes indeferiram o pedido e Antonio recebeu a notificaqzo em 6 de Maio de 2003.

Em 12 de Novembro de 2003 apresentou urna acqiio administrativa contra o despacho com hndamento na violaqiio dos pressupostos estabelecidos na Portaria.

Ped.iu tambkm a declaraqBo de nulidade do despacho, porque a Portaria violava o n." 8

do artigo 1 12." da Constituiqgo.

No entanto, o Tribunal convidou o autor a substituir a petiqiio inicial ac; abrigo do

disposto no n." 4 do artigo 5 1 ." do CPTA.

Na contestaqiio apresentada pel0 Ministro do Ensino Superior afirma-se que o

indeferimento da pretensgo de Antbnio 6 totalmente vinculado em hnqso do parecer do

Conselho Cientifico. Acrescentou, ainda, que o tribunal niio podia substituir-se

A

Administraqiio na valoraqiio de conceitos vagos e indeterminados. Defendeu, igualmente, que a impugnaqiio era intempestiva.

Referências

Documentos relacionados

vimos, irrompe como pré-construído de diferentes posições discursivas: a despeito das distintas representações sobre o leitorado, esse é, invariavelmente, concebido como um cargo

Segundos os dados analisados, os artigos sobre Contabilidade e Mercado de Capital, Educação e Pesquisa Contábil, Contabilidade Gerencial e Contabilidade Socioambiental

Buscando contribuir para a composição do estado da arte da pesquisa contábil no Brasil, a investigação lançou mão de técnicas de análise bibliométrica para traçar o perfil

É primeiramente no plano clínico que a noção de inconscien- te começa a se impor, antes que as dificuldades conceituais envolvi- das na sua formulação comecem a ser

referencial serve de base para o desenvolvimento de um tópico, a presença de um tópico oferece tão somente as condições possibilitadoras e preservadoras da

O presente artigo se propôs a estabelecer as bases fundamentais do Direito &amp; Literatura e, a partir delas, examinar relevantes aspectos da obra literária “1984” de

O experimento foi desenvolvido em uma propriedade do sistema produtivo de bovinos no município de Parelhas, no Estado do Rio Grande do Norte, e nos laboratórios

Como já destacado anteriormente, o campus Viamão (campus da última fase de expansão da instituição), possui o mesmo número de grupos de pesquisa que alguns dos campi