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ESTUDO CORRELACIONAL DA PROPENSÃO Á QUEDAS COM O NÍVEL DE COGNIÇÃO E EQUILÍBRIO EM MULHERES IDOSAS

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ESTUDO CORRELACIONAL DA PROPENSÃO Á QUEDAS COM O NÍVEL DE COGNIÇÃO E EQUILÍBRIO EM MULHERES IDOSAS

OLIVEIRA, Camila Ferreira de *, BOAVENTURA, Cristina de Matos** MAGAZONI. Valéria Sachi***, CARDOSO FILHO, Geraldo Magela***

* Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI- MG, Brasil. (camiilaferreira2010@hotmail.com)

** Orientadora e Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI – MG, Brasil. (cboaventura@hotmail.com)

*** Professores no Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo – Unitri, (valeriasachi@gmail.com)

RESUMO

Introdução: O envelhecimento manifesta-se por declínio das funções dos diversos órgãos e sistemas. A população brasileira é de aproximadamente 190 milhões de habitantes, sendo que, 10% são pessoas com mais de 60 anos. As alterações decorrentes do processo de envelhecimento, evidenciada pela diminuição da força muscular, amplitude de movimento, da velocidade de contração muscular, da acuidade visual e auditiva, e pelas alterações posturais influenciam a mobilidade funcional e o déficit de equilíbrio em idosos; essas alterações podem acarretar alguns prejuízos para o idoso, como o aumento no risco de quedas. Objetivo: avaliar a propensão de quedas em idosos do sexo feminino correlacionando com o nível de cognição e equilíbrio. Metodologia: A pesquisa foi realizada no laboratório de Fisioterapia do Centro universitário do Triângulo-UNITRI em Uberlândia-MG, composta por 30 idosos do sexo feminino com idade entre 65 a 80 anos. A propensão a quedas foi avaliada utilizando os testes “Timed Up and Go” e “Functional Reach”, e a cognição foi avaliada pelo teste “Miniexame do Estado Mental”. Conclusão: Pode-se concluir que não houve risco de quedas aumentado nas idosas avaliadas, porém a minoria apresentou alterações sugestivas de déficit cognitivo.

Palavras-Chave: Quedas, Idosos, Cognição.

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento pode ser conceituado de diferentes formas, dentre as quais a definição mais difundida é a perda da eficiência dos processos envolvidos na manutenção da homeostase do organismo, implicando

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decréscimo da viabilidade ou aumento da vulnerabilidade ao estresse. (SILVA, et al., 2012). Tem sido descrito como um processo ou conjunto de processos, inerentes a todos os seres vivos e que se expressa pela perda da capacidade de adaptação ao ambiente e pela diminuição da funcionalidade. (TIGGEMANN, et al., 2013)

No Brasil, o processo de envelhecimento populacional vem ocorrendo em ritmo acelerado, pois já existem mais de 20 milhões de idosos no país e estima-se que, em 2025, o Brasil ocupe o 6º lugar entre os países com maior população idosa do mundo, tendo aproximadamente 32 milhões de indivíduos com mais de 60 anos de idade. (GONÇALVES, et al., 2014)

A população brasileira é de aproximadamente 190 milhões de habitantes, sendo que destes, 10% são pessoas com mais de 60 anos (consideradas idosas), e estimativas preveem que em 2050 este extrato da população corresponderá a aproximadamente 30%. (TIGGEMANN, et al., 2013)

As alterações decorrentes do processo de envelhecimento, evidenciada pela diminuição da força muscular, amplitude de movimento, da velocidade de contração muscular, da acuidade visual e auditiva, e pelas alterações posturais influenciam a mobilidade funcional e o déficit de equilíbrio em idosos, podendo estar relacionadas aos sistemas músculo-esquelético, neuromuscular e sensorial. Essas alterações podem acarretar alguns prejuízos para o idoso, como o aumento no risco de quedas, redução do nível de independência funcional e consequentemente a diminuição na qualidade de vida. (PINHO, et al., 2012)

Os fatores de risco para a ocorrência de quedas podem ser divididos em intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos são aqueles relacionados às características da pessoa e às mudanças associadas à idade. Dentre eles, os mais comuns são fraqueza muscular e modificações na marcha. Estas ocorrem devido a alterações no sistema músculo-esquelético e nos sistemas nervoso central e periférico, acarretando modificações na velocidade angular pélvica e na força de impulsão dos pés. Também são considerados fatores intrínsecos de queda as deficiências ocular, auditiva e cognitiva, o uso de medicamentos,

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principalmente hipotensores, sedativos e hipnóticos, idade avançada, mobilidade prejudicada e, histórico anterior de quedas. (CHIANCA, et al., 2013)

Os fatores extrínsecos são geralmente relacionados a ambientes que oferecem perigo ao idoso. Estão incluídos entre eles a presença de piso escorregadio, tapetes soltos, iluminação inadequada, presença de entulhos, escadas, armários e interruptores fora do alcance, além do uso de calçados inadequados e pobre distinção de cores entre paredes e mobília. Este último está relacionado ao fato de que somada aos problemas de acuidade visual, a homogeneidade de cores no ambiente dificulta a orientação espacial do idoso, podendo acarretar quedas. (CHIANCA, et al., 2013)

O envelhecimento é um processo complexo e usualmente acompanhado de alterações biopsicossociais. Com essas alterações ocorre o declínio dos processos cognitivos e funcionais. Alguns processos cognitivos, como o tempo de reação, a memória de curto prazo, a memória de trabalho e a atenção, são de suma importância para o idoso, assim como as outras funções cognitivas. Eles determinam o tempo de resposta a um estímulo, a recordação de informações recentes e do planejamento executivo para realizar ações cotidianas e a concentração necessária para realizar tais ações com eficácia. (DIAS, et al., 2014)

O déficit cognitivo pode manifestar-se durante o processo de envelhecimento com início e progressão variáveis e relaciona-se com as próprias perdas biológicas inerentes ao tempo e à cultura do indivíduo. O déficit cognitivo em idosos consiste em lentidão leve, generalizada e perda de precisão, quando estes são comparados com pessoas mais jovens. (FERREIRA, et al., 2011)

Existem na literatura vários testes que avaliam a cognição, o equilíbrio e os riscos de quedas. Foram encontrados testes para avaliar a cognição como Mini Exame de Estado Mental (MEEM) validado em 1975 por FOLSTEIN e alguns testes para avaliação do equilíbrio como o Teste Funcional de Mobilidade (TUG) validado em 1991 por PODSIADLO e o Teste do Alcance (FRT) validado em 1990 por DUCAN.

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Com este trabalho foi possível verificar alterações de equilíbrio e alterações cognitivas em idosas aumentando o conhecimento sobre o assunto, podendo assim orientar melhor as idosas em como minimizar e prevenir tais quedas no seu dia-a-dia, melhorando desta forma sua qualidade de vida.

Portanto o objetivo deste presente estudo foi de avaliar a propensão a quedas em idosos do sexo feminino correlacionando com o nível de cognição e equilíbrio.

2. MÉTODOLOGIA

2.1 Casuistica

A amostra não probabilística por conveniência foi composta por 30 participantes com idade entre 65 a 80 anos do sexo feminino provenientes da Clinica de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI, situados no município de Uberlândia/MG.

Fizeram parte dos critérios de inclusão: idosas com idade entre 65 a 80 anos; idosas deambulantes; que apresentaram um bom estado de saúde; e que assinaram o TCLE, e como critério de exclusão: idosas analfabetas; idosas com déficits visuais (cegos); com doença neurológica; e aquelas idosas que apresentaram sinais e sintomas que colocassem em risco sua saúde durante a realização do teste.

Foi obtida autorização do responsável pelo local no qual foi realizada a pesquisa. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do (CEP) Centro Universitário do Triângulo nº 968.266.

Todas as idosas receberam esclarecimento sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a realização da pesquisa.

2.2 Matérias e Método

A coleta de dados foi realizada nos meses de março e abril de 2015, no laboratório de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI.

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Para a avaliação a propensão a quedas foram utilizados os seguintes testes: “TimedUpandGo Test” (TUG) e “FunctionalReach Test” (FR).

O TUG é um teste de equilíbrio comumente utilizado para examinar a mobilidade funcional. O teste requer que o indivíduo levante-se, caminhe 3 metros, vire, caminhe de volta e sente. O tempo tomado para completar o teste está fortemente correlacionado ao nível de capacidade funcional. Se a voluntária levou até 20 segundos para completar a tarefa, foi considerado independente em suas atividades básicas do cotidiano, se a tarefa foi realizada num tempo maior que 30 segundos possuiu risco aumentado de quedas e de dependência funcional.

Para a aplicação do teste foram utilizados uma cadeira sem braços, um cronômetro digital da marca Vollo e fichas para anotação dos dados. Antes do início do exame as voluntárias receberam informações sobre a execução do teste e, a partir da voz de comando do examinador, iniciou-se o teste. No início da cronometragem a voluntária partiu da posição inicial com as costas apoiadas no encosto da cadeira, membros superiores ao longo do corpo e pés paralelos no chão, levantou da cadeira sem braços, percorreu a distância de 3 metros e retornou à cadeira no menor tempo possível. Foi permitido que as voluntárias realizassem o teste duas vezes, sendo que a primeira foi apenas para aprendizado (não foi permitido que a voluntária recebesse nenhuma ajuda de outra pessoa durante o teste).

O “FunctionalReach Test”, foi empregado para avaliar a estabilidade antero-posterior, medindo o deslocamento máximo anterior com os braços estendidos, em pé. Durante este teste, a voluntária foi solicitada a se esticar-se o máximo possível para frente, a partir de uma posição em pé confortável. A voluntária deveria manter os membros superiores ao nível de uma régua fixada na parede na mesma altura de seu acrômio, o examinador estava posicionado bem próximo da régua a fim de registrar a posição inicial e final de alcance para então obter o deslocamento medido em centímetros. Se a voluntária obteve alcance menor que 15 cm, foi atribuído a ela, risco de quedas, escore igual ou maior que 15 cm, a voluntária teve risco de quedas diminuído. Essa medida

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testa a capacidade e o desejo da voluntária mover-se voluntariamente até as bordas de sua base de sustentação.

Para avaliação do perfil cognitivo da voluntária foi utilizado o teste “Miniexame do Estado Mental” (MEEM). O MEEM envolve duas categorias de respostas, verbais e não-verbais. Os sub-testes verbais mediram, em particular, a orientação espaço-temporal, a memória imediata, a evocação e memória de procedimento, a atenção e a linguagem. Os subtestes não-verbais mediram a coordenação perceptivo-motora e a compreensão de instruções. O MEEM foi composto por 30 questões categóricas e a pontuação e feita da seguinte forma:

-30 a 26 pontos: função cognitiva preservada; -26 a 24 pontos: alteração não sugestiva de déficit; -23 pontos ou menos: sugestivo de déficit cognitivo

Escores acima de 26 pontos são considerados ótimos e refletem cognitivo normal.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa, 30 pacientes do gênero feminino, não houve perda amostral.

Tabela 1- Valores mínimos, valores máximos, médias e desvios padrão, relativos às idades das pacientes e aos resultados obtidos com o teste “Timed Up and Go”, com o “Functional Reach Test” e com o “Mini Exame do Estado Mental.”

Variáveis V. Mínimos V. Máximos Médias Desvios Padrão Idade 65 anos 79 anos 70 anos e 4 meses 4 anos e 9 meses TUG 6`` 12´´ 9`` 2``

Functional 13 44 26,77 6,24 MEEM 19 29 26,00 3,29

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No teste “Timed Up and Go”, nenhuma voluntária levou mais do que 20 segundos para completar o teste, sendo, portanto, consideradas independentes em suas atividades básicas do cotidiano.

Tabela 2- Classificações obtidas pelas voluntárias, no “Functional Reach Test”, com as porcentagens correspondentes e resultados totais.

Classificações Freqüências Porcentagens

Menores de 15cm – risco de quedas 01 3,33

Acima de 15cm – risco de quedas diminuído 29 96,67

Total 30 100,00

No “Functional Reach Test”, apenas uma voluntária realizou o teste com o deslocamento do diamentro antero-posterior menor que 15cm, sendo assim, tendo um aumento no risco de quedas.

Tabela 3- Classificações obtidas pelas voluntárias, no “Mini Exame do Estado Mental”, com as porcentagens correspondentes e resultados totais.

Classificações Freqüências Porcentagens Sugestivo de déficit cognitivo – 23 pts ou menos 07 23,33 Alteração não sugestiva de déficit – 24 ou 25 pts 02 6,67 Função cognitiva preservada – 26 a 30 pontos 21 70,00

Total 30 100,00

No “Mini Exame do Estado Mental”, das 30 voluntárias, 07 estão sujeitas a um déficit cognitivo, pois obtiveram 23 pontos ou menos no questionário.

Com o objetivo de verificar a existência ou não de correlações, significantes, entre os valores obtidos com as pacientes, nos três testes e ainda considerando-se as idades, foi aplicado o Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman (SIEGEL, 1975), aos dados em questão.

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O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em uma prova bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 4.

Tabela 4 – Valores de r, e das probabilidades a eles associadas, encontradas quando da aplicação do Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman aos valores obtidos com as pacientes, nos três testes e ainda considerando-se as idades.

Variáveis Analisadas Valores de rs Probabilidades

Idade x TUG 0,3613 0,050 Idade x Functional 0,1097 0,564 Idade x MEEM -0,1675 0,376 TUG x Functional -0,2698 0,149 TUG x MEEM -0,0574 0,763 Functional x MEEM 0,3890 0,034* (*) p< 0,05

De acordo com os resultados demonstrados na figura 4, foi encontrada correlação positiva, significante, somente entre os resultados dos testes “Functional Reach Test” e “Mini Exame do Estado Mental”.

Isto indica que, à medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável aumentam, também; à medida em que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável diminuem, também.

DISCUSSÃO

A capacidade funcional pode ser definida como a manutenção da capacidade de realizar Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD), necessárias e suficientes para uma vida independente e autônoma. Para o idoso, a realização das ABVD aparece como

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algo presente e necessário para a sua sobrevivência, mantendo-o participativo na gestão e nos cuidados com a própria saúde, e no desenvolvimento de tarefas domésticas. Sendo assim é de extrema importância essa independência para eles, pois isso melhora a qualidade de vida e a velhice torna-se cada vez mais confortável e menos traumática. (FERREIRA et.al, 2012)

No presente estudo todas as trinta voluntárias avaliadas apresentaram independência em suas atividades de vida diária avaliado através do teste “timed Up and Go” no qual nenhuma levou mais de 20 segundos para completá-lo. Acredita-se que isso ocorreu devido as participantes serem ativas. ALMEIDA et.al, (2012), em seu estudo com 267 idosos avaliados de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos (média = 70,22 ± 7,30 anos), encontrou uma média de 12,7 ± 5,5 segundos ao realizar o mesmo teste (TUG). Sendo observado um declínio funcional pela correlação entre TUG e idade. Já no presente estudo não houve correlação significante entre a idade e o TUG.

É muito comum no envelhecimento acontecerem alterações progressivas no organismo, tornando-o mais suscetível às agressões intrínsecas ou extrínsecas. Um exemplo, dentro desta suscetibilidade é a queda, que pode estar relacionada a instabilidade postural e alterações dos sistemas sensoriais e motor. Sabe-se que o desenvolvimento das alterações devidas ao envelhecimento segue um padrão que é exclusivo de cada indivíduo, as quais se processam à medida que a idade avança. Tal fator faz repensar as repercussões da idade sobre a função, que podem levar à queda da pessoa idosa, entre as quais se observam: diminuição da força muscular, dos reflexos, da flexibilidade, da velocidade espontânea da marcha, acuidade visual e função vestibular. (PIOVESAN,et.al, 2011)

A autonomia pode ser definida como a liberdade para agir e tomar decisões no dia a dia, relacionadas à própria vida e à independência. Pode também ser entendida como a capacidade de realizar atividades sem a ajuda de outra pessoa, necessitando, para tanto, de condições motoras e cognitivas suficientes para o desempenho dessas tarefas. No entanto, autonomia e

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independência não são conceitos interdependentes, haja vista que o individuo pode ser independente e não ser autônomo, como acontece, por exemplo, nas demências. Ou então, ele pode ser autônomo e não ser independente, como no caso de um indivíduo com graves sequelas de um acidente vascular cerebral, mas sem alterações cognitivas: nessa situação, ele é autônomo para assumir e tomar decisões sobre sua vida, mas é dependente fisicamente. (FERREIRA et.al, 2012)

De acordo com os resultados obtidos pela aplicação do Functional Reach Test no qual se avalia o deslocamento anterior do tronco houve um risco de quedas em 3,33% das 30 idosas participantes da presente pesquisa. Karuka et al, (2011), em seu estudo com idosas entre 61 a 74 anos entre vários testes utilizou o Teste de Alcance Funcional (TAF) (Functional Reach Test - FRT), e observou que todas as participantes tiveram resultados acima das notas de corte descritas na literatura para discriminar o risco de quedas ou não, representados por alcance funcional maior que 15 cm e 17 cm. GAI et.al, (2010), no seu estudo relacionados a fatores associados a quedas em mulheres composto por 83 idosas com idade igual ou mais de 60 anos, utilizando também o Teste de Alcance Funcional (TAF) obteve pontuação abaixo de 17 cm, concluindo que as idosas estudadas apresentam 13 vezes maiores chances de ocorrência de queda. No presente estudo apenas uma das trinta participantes obteve resultado abaixo de 15 cm, o que determinou a ocorrência de risco de quedas.

Inúmeros estudos têm encontrado uma frequência de quedas maior em mulheres do que em homens. Ainda não há uma explicação conclusiva sobre este fato, o qual parece estar relacionado ao melhor estado funcional das mulheres idosas em comparação aos homens e maior mobilidade com consequente maior exposição ao risco de queda. Também há maior fragilidade entre as mulheres, pois a quantidade de massa magra e a força muscular são menores em idosas. (FERREIRA & YOSHITOME, 2010)

Alterações características do envelhecimento levam aos déficits cognitivos comumente observados como naturais no envelhecimento: esquecimento de fatos recentes, dificuldades de cálculo, alterações de

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atenção. Muitas vezes, a perda só pode ser observada se o paciente requer mais de sua memória que o comum; pessoas com uma rotina estabelecida, sem necessidade de muita atividade intelectual, só perceberá quando a perda for mais pronunciada, o que pode atrasar o diagnóstico de algo mais grave. (NORDON et.al, 2009)

Quando realizado o teste de Mini Exame do Estado Mental no presente estudo para verificar a cognição das voluntarias, 70% das mulheres tiveram sua função cognitiva preservada. LENARDT et.al, (2009) observou em um trabalho realizado com 34 idosas de com idade igual ou superior a 65 anos, que as idosas com idades mais avançadas obtiveram piores desempenhos no MEEM. Segundo o mesmo autor a prevalência de transtornos demenciais aumenta com a idade, passando de 1,3% nos indivíduos com 65 a 69 anos para cerca de 17% entre aqueles com 80 a 84 anos, alcançando aproximadamente 37,8% entre os que possuem 85 anos e mais.

Já LEITE et.al, (2012), em seu estudo com 85 idosos de ambos os sexos com 60 anos ou mais, demonstrou que 20 (23,5%) das participantes do estudo apresentaram declínio cognitivo, cuja média de pontuação foi de 25,99 pontos; quando foram considerados os idosos com 80 anos ou mais de idade, estes foram os que apresentam maior incidência de declínio cognitivo na população avaliada. No presente estudo não houve correlação significante entre as idade das voluntárias e o MEEM, somente sete idosas avaliadas obtiveram pontos igual ou menor que 23, sendo portanto sugestivas de déficit cognitivo.

Neste estudo não houve dificuldades das participantes em realizar os testes TUG e FR, por serem testes simples e fáceis de serem executados. Em relação ao MEEM houve um pouco de dificuldade para ser realizado principalmente no quesito onde as voluntárias tinham que desenhar e escrever uma frase, parte do questionário que requer mais a cognição das participantes, isso ocorre devido ao próprio declínio fisiológico da cognição em decorrência da idade.

Os testes empregados no presente estudo são fáceis de serem aplicados e de grande utilidade para o fisioterapeuta, visto que podem

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descrever quem tem mais risco de queda, e quem tem déficit cognitivo, permitindo assim ao fisioterapeuta adotar medidas preventivas precocemente. CONCLUSÃO

No presente estudo pode-se concluir que não houve risco de quedas aumentado nas idosas avaliadas, sendo que a minoria apresentou alterações sugestivas de déficit cognitivo.

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REFERÊNCIAS

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