• Nenhum resultado encontrado

Estado democrático de direito: voto compulsório e voto facultativo.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estado democrático de direito: voto compulsório e voto facultativo."

Copied!
60
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

VICTOR ATTHILA SCKELEMBERG SANTOS SILVA

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO:

VOTO COMPULSÓRIO E VOTO FACULTATIVO

SOUSA - PB

2010

(2)

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO:

VOTO COMPULSÓRIO E VOTO FACULTATIVO

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Jurídicas e Sociais do CCJS

da Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: Professor Dr. José Idemário Tavares de Oliveira.

SOUSA - PB

2010

(3)

E S T A D O D E M O C R A T I C O DE D I R E I T O : V O T O C O M P U L S O R I O E V O T O F A C U L T A T I V O

T r a b a l h o monografico a p r e s e n t a d o ao Curso de Direito do Centro de Ciencias Juridicas e Sociais da Universidade Federal de C a m p i n a G r a n d e , c o m o exigencia parcial da o b t e n c a o do titulo de Bacharel e m Ciencias Juridicas e Sociais.

Orientador: Prof. Dr. J o s e Idemario

Banca E x a m i n a d o r a : Data de a p r o v a c a o :

Orientador: Prof. Dr.

E x a m i n a d o r interno

(4)

minha existencia e tudo o q u e sou. S e g u n d o dedico as m i n h a s m a r a v i l h o s a s m a e s S ra. Rita

de Cassia Santos Silva e Julia Pereira dos Santos pelo g r a n d e a m o r c o m o qual m e criou e e x t r a v a s o u a o s seus s e m e l h a n t e s .

(5)

Gostaria de externar minha gratidao ao Professor e A m i g o J o s e Idemario Oliveira, por ter m e acolhido q u a n d o mais precisei.

A o m e u s a m i g o s e colegas de curso, Nyeli,, A r i a d n e e , Diana, Helena, Rafael, J o a m a , Miqueias, Crisdaianne, M a u r o Leonardo, T h a i s , Danielle Lucas, que, s e m duvida, d e r a m - m e a forga necessaria para nao desistir q u a n d o parecia impossivel completar a Jornada

(6)

O presente trabalho de conclusao de curso trata do voto compulsorio e do voto facultativo no Estado Democratico de Direito. Tern c o m o proposito de incitar a d i s c u s s a o c o m fulcro no e x a m e do r e f e r e n d a ! teorico f o r n e c e n d o e l e m e n t o s para a possivel implantagao do voto facultativo no o r d e n a m e n t o juridico patrio. O Estado Democratico de Direito se sustenta e m principios, c o m o a soberania popular, d e m o c r a c i a e a liberdade. C o m esteio na liberdade e que se d e s e n v o l v e a d e m o c r a c i a e o v o t o s e n d o u m instrumento por excelencia da d e m o c r a c i a nao deve sofrer qualquer restricao, ate porque e u m meio de exercicio da soberania popular. Entao, o sistema juridico brasileiro deve implantar o voto facultativo para que o voto se encontre e m c o n s o n a n c i a c o m os principios basilares da d e m o c r a c i a e do Estado Democratico de Direito. O estudo do presente trabalho de c o n c l u s a o de curso adotou o m e t o d o hermeneutico-juridico para a analise das d i s c u s s o e s sobre o voto compulsorio, voto facultativo no Estado Democratico de Direito.

P a l a v r a s - c h a v e : Estado Democratico de Direito. D e m o c r a c i a . V o t o Compulsorio. V o t o Facultativo.

(7)

This work of completion of c o m p u l s o r y voting is voting and optional in the democratic state. A i m s to e n c o u r a g e discussion with focus on the e x a m i n a t i o n of the theoretical elements providing for the possible d e p l o y m e n t of voluntary voting in Brazilian law. T h e democratic state is b a s e d on principles such as popular sovereignty, d e m o c r a c y and f r e e d o m . With support in f r e e d o m which d e v e l o p s d e m o c r a c y and voting is an instrument par excellence of d e m o c r a c y should not suffer any restriction, b e c a u s e it is a m e a n s for the exercise of popular sovereignty. So, the Brazilian legal s y s t e m must deploy the voting optional for the vote is in line with the principles of d e m o c r a c y and democratic rule of law. T h e study of this w o r k completion of course adopted the method hermeneutic-legal for the analysis of the discussions about c o m p u l s o r y voting, voting optional in a democratic state.

K e y w o r d s : Democratic State of Law. Democracy. C o m p u l s o r y voting. Optional voting.

(8)

1 INTRODUQAO 9 2 ESTADO 11 2.1CONCEITO DE ESTADO 11

2.2 EVOLUQAO HISTORICA DO ESTADO 12

2.2.1 ESTADO ANTIGO 13 2.2.2 ESTADO GREGO 15 2.2.3 ESTADO ROMANO 17 2.2.4 ESTADO MEDIEVAL 19 2.2.5 ESTADO ABSOLUTO 21 2.2.6 ESTADO MODERNO 23 3 S O B E R A N I A E DEMOCRACIA: E S T A D O DEMOCRATICO DE DIREITO 26

3.1 SOBERANIA 26 3.1.1 SOBERANIA DE BODIN E SOBERANIA ATUAL 27

3.1.2 SOBERANIA POPULAR 28 3.2 NOQOES A RESPEITO DA DEMOCRACIA 29

3.2.1 CONCEITO DE DEMOCRACIA 30 3.2.2 EVOLUQAO HIST6RICA 355 3.2.2.1 DEMOCRACIA ANTIGA 35 3.2.2.2 DEMOCRACIA MODERNA 36 3.2.2.3 DEMOCRACIA SEMIDIRETA 38 3.2.3 CONCEPQAO DE DEMOCRACIA POR TOCQUEVILLE 40

3.3 ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO 41 4 VOTO C O M P U L S O R I O E VOTO FACULTATIVO 44

4.1 CONCEITO DE VOTO 44 4.2 BREVE HIST6RICO DO VOTO NO BRASIL 45

4.3 VOTO COMPULSORIO E VOTO FACULTATIVO 49

5 C O N C L U S A O 55 R E F E R E N C E S 57

(9)

1 I N T R O D U Q A O

O voto s e n d o u m instrumento que permite a s o c i e d a d e a manifestagao de sua v o n t a d e s o b e r a n a e possibilita a persecucao da pratica da d e m o c r a c i a , d e m o n s t r a , pois, imprescindibilidade para o Estado Democratico de Direito. Este tern c o m o sustentaculo os direitos f u n d a m e n t a l s , a soberania popular, a d e m o c r a c i a e u m o r d e n a m e n t o constitucional que limite o poder autoritario.

O s Estados m o d e r n o s considerados d e m o c r a t i c o s tern perseguido a legitimacao d o s e u poder na d e m o c r a c i a , a qual se f u n d a m e n t a na liberdade e igualdade de cada cidadao. Na g r a n d e maioria d e s s e s p a i s e s d e m o c r a t i c o s o voto e facultativo, dentre eles estao paises que a p r e s e n t a m as d e m o c r a c i a s mais estaveis. Contudo, o sistema juridico brasileiro hodierno adota o voto c o m p u l s o r i o , o qual ha muito t e m p o fora introduzido e m seu bojo e que a Constituigao Federal de 1988 manteve tal preceito e m seu artigo 14°.

Destarte, surge o q u e s t i o n a m e n t o , qual seja, se a obrigatoriedade do voto e a forma mais c o m p a t i v e l c o m o principio democratico, c o m o atual Estado d e m o c r a t i c o de direito. Diante disso, faz-se necessaria a d i s c u s s a o s o b r e a implantacao da facultatividade do voto no Brasil.

A questao substancial deste trabalho de c o n c l u s a o de curso e examinar a controversia sobre a obrigatoriedade do voto no Estado D e m o c r a t i c o de Direito e de analisar as c o n s e q u e n c i a s d e s s a obrigacao para o principio d e m o c r a t i c o , b e m c o m o para o sistema j u r i d i c o do Brasil. Destarte, o presente trabalho tern c o m o proposito a investigacao s o b r e e s t a b e l e c i m e n t o do voto facultativo no Brasil.

Para d e s e n v o l v i m e n t o do presente trabalho m o n o g r a f i c o f o r a m utilizados os seguintes p r o c e d i m e n t o s metodologicos: o m e t o d o hermeneutico-juridico, pois analisar-se-ao as m o d a l i d a d e s de voto, facultativo e obrigatorio e as repercussoes introduzidas por a m b o s no Estado Democratico de Direito, partindo-se de e x e g e s e s bibliograficas, c o m a finalidade de solucionar a problematica d a presente pesquisa; o procedimento fora o monografico, ja que especificou-se a tematica utilizando-se de regras m e t o d o l o g i c a s ; a tecnica consistira na bibliografica , u m a vez que f o r a m utilizados consultas a livros, revistas, dissertagoes, artigos e visitas a sitios eletronicos especializados.

(10)

0 primeiro capitulo abordara o Estado e as varias t r a n s f o r m a c o e s por ele sofridas. E n g l o b a r a estudo sobre as diversas f o r m a s de Estado ao longo de sua existencia. Enfocara a analise do exercicio do poder nos Estados, bem c o m o a presenca ou ausencia d o s regimes democraticos nos Estados durante sua trajetoria pelos seculos.

Ja s e g u n d o capitulo tratara da soberania do Estado e m m o m e n t o s distintos, c o m o t a m b e m , do conceito e relevancia soberania popular. A d e m a i s , se e x a m i n a r a o surgimento do principio democratico seu d e s e n v o l v i m e n t o e m diversas f o r m a s de Estado, a l e m de suas diversas nocoes d e s t a c a n d o a ideia m o d e r n a de d e m o c r a c i a e a elaborada por Tocqueville. Delimitara o surgimento, a c o n c e i t u a c a o de Estado Democratico de Direito, verificara a sua a d o c a o pela Republica Federativa do Brasil.

Por f i m , o quarto capitulo sera feita a definicao de voto, b e m c o m o um laconico historico sobre o voto no Estado brasileiro. Serao c o n s t r u i d a s criticas sobre o voto c o m p u l s o r i o . Igualmente, sera analisada a obrigatoriedade do voto no Brasil e os a r g u m e n t o s q u e Ihes sao o p o s t o s . O u t r o s s i m , verificar-se-a a compatibilidade do voto compulsorio c o m o Estado Democratico de Direito.

(11)

2 E S T A D O

0 Estado e conhecido d e s d e a antiguidade, p o r e m sua f o r m a nao era a m e s m a q u e se encontra na c o n t e m p o r a n e i d a d e . A estrutura estatal passou por diversas alteragoes ate atingir a atual f o r m a . O Estado e Fruto de u m a progressiva sistematizacao d o poder pela sociedade, para servi-la na tentativa de alcancar suas finalidades.

2.1 C O N C E I T O D E E S T A D O

A n o c a o de Estado nao e estatica, pois o m e s m o d e p e n d e da o r i g e m d a sociedade, do p e n s a m e n t o politico, do espago territorial, dentre outros. A l e m disso, outro fator p r o e m i n e n t e na c o n c e i t u a c a o e a estrutura da s o c i e d a d e s e n d o que esta se encontra e m constantes transformacoes alterando, por c o n s e q u e n c i a a c o n c e p c a o de Estado. C o m isso, a definigao de Estado nao e singela, porque d e p e n d e dos fatores supracitados.

H o d i e r n a m e n t e de maneira nao peremptoria p o d e - s e estabelecer Estado c o m o s e n d o u m a s o c i e d a d e politicamente organizada detentora de espago proprio, juridicamente regida por u m poder coercitivo s o b e r a n o .

Nao difere do j u i z o apresentado pelo Constitucionalista Walter Ceneviva consigna:

O Estado e entidade juridico-social soberana, constituida pelo povo, sob governo exercido sobre espago delimitado. Visto como instituigao, compreende os elementos fundamentals indicados (povo, territorio e governo), cuja conceituagao, por envolve ramos diversos das ciencias, varia conforme a posigao do observador (CENEVIVA, 1991, p.27).

U m a outra delimitagao de Estado leva e m conta p r i m o r d i a l m e n t e o fator luta de classes intrinseca no seio social, que e m d e t e r m i n a d o m o m e n t o a classe mais forte, independente de o n d e extrai a forga, p r e p o n d e r a s o b r e as d e m a i s , ou mais

(12)

fracas. T e n d o c o m isso, um poder irresistivel i m p o n d o - o frente as d e m a i s classes, ou seja, a t o d o s os individuos pertencentes a s o c i e d a d e natural. C o m o assevera Leon Duguit m e n c i o n a d o por Marcus Claudio:

O estado nao e uma pessoa juridica soberana. O estado e o produto historico de uma diferenciagao social entre os fortes e os fracos em determinada sociedade. O poder pertence aos mais fortes, individuo, classe, maioria, e mero poder de fato, jamais legitimo em sua origem. Os governantes que detem este poder sao individuos como tantos outros, sem nunca possuir, na qualidade de governantes, o poder legitimo de impor suas ordens [...] (apud ACQUAVIVA, 1994, p. 5 -6).

Do m e s m o p e n s a m e n t o c o m u n g a m Karl Marx e Friedrich Engels:

Quando, no curso do desenvolvimento, desaparecerem todas as distincoes de classes e toda a producao concentrar-se nas maos da associacao de toda a nagao, o poder publico perdera seu carater politico. O poder politico propriamente dito e o poder organizado de uma classe para oprimir a outra (MARX et al. 2003, p.46).

O poder pode esta f o c a d o e m uma classe, e m u m a p e s s o a , e m mais de uma classe, e m u m grupo de pessoas, m a s nao deixa de ser u m a o r g a n i z a c a o politica d e p e n d e n t e da s o c i e d a d e e produto da m e s m a .

2.2 E V O L U Q A O H I S T O R I C A D O E S T A D O

E preciso c o n h e c e r as m u d a n c a s preteritas para e n t e n d e r - s e o presente e c o m isso poder, nos t e m p o s vindouros, planejar c o m primor os valores morais, eticos, e buscar a paz, o d e s e n v o l v i m e n t o social, a felicidade, fraternidade, o bem c o m u m , tao a l m e j a d o s pelo h o m e m .

Da m e s m a f o r m a , d e v e - s e tratar do Estado. C o n s o a n t e aduz Dalmo de A b r e u Dallari (1998, p. 6 2 ) : " P r o c u r e m o s , pois, fixar as caracteristicas f u n d a m e n t a l s do Estado, e m suas f o r m a s mais diferenciadas, c o m o u m a p r e p a r a c a o para c o n h e c e r m o s melhor o presente e conjeturarmos c o m mais s e g u r a n g a sobre o futuro do Estado".

(13)

2.2.1 E S T A D O A N T I G O

A s s o c i e d a d e s da antiguidade nao a p r e s e n t a v a m u m a ciencia do Estado, careciam de erudigao politica, pois havia ingerencia de religiao, m o r a l , familia, governo e do proprio Estado caracterizando u m a rede c o n f u s a . Entretanto p o s s u i a m elementos f u n d a m e n t a l s de constituicao de Estado, m e s m o que sendo uma estrutura primitiva. C o n f o r m e , A d e r s o n de M e n e z e s , que d e n o m i n a Estado Antigo de Estado oriental, a s s e v e r a :

Sob esta denominacao, costuma-se englobar o Estado incipiente que apenas comegou a definir-se entre as mais antigas civilizagoes, tanto as do Oriente propriamente dito como as primeiras do mediterraneo: chineses, indus, persas, assirios, hebreus, egipcios, etc.

Sao muito parcas, geralmente incompletas, as informagoes disponiveis sobre a organizagao estatal no seio dessas civilizagoes orientals e mediterraneas, De formagao artificial, pela fortuna das armas de um conquistador, que anexava territorios e escravizava populagoes vencidas, o chamado Estado oriental ainda e um embriao como tal, mal delineado em sua fisionomia politica, em que prevalece absoluta diferenciagao de castas, da qual emerge, pelo predominio da classe sacerdotal, uma verdadeira teocracia, que se traduz com a presenga da autoridade divina no governo dos homens ( MENEZES, 1998, p.106).

Nesses Estados e m q u e pese o fato de a p r e s e n t a r e m s u a s peculiaridades foram m a r c a d o s por atributos e m c o m u m . Eram estruturados c o m base nas guerras onde a forga das a r m a s trazia para o imperio sua e x p a n s a o territorial, manutengao, m a o de obra e s c r a v a , riquezas. A l e m disso, o poder, q u a s e absoluto, estava reunido e m u m a unica p e s s o a . Esta o transmitia hereditariamente, caracterizando a monarquia.

U m d o s e l e m e n t o s , quiga, o mais importante, presentes nos Estados Antigos era a religiao. Ela estava i m p r e g n a d a no seio social e servia c o m o fulcro para justificar a alta concentragao de poder dos m o n a r c a s , c o m o t a m b e m , as leis de conduta social ou m o r a l . Por isso, os governantes r e p r e s e n t a v a m a soberania divina, ou muitas v e z e s ate m e s m o e r a m considerados a propria divindade. S e g u n d o comenta o D a l m o Dallari:

(14)

Ha, entretanto, duas marcas fundamentais, caracteristicas do Estado desse periodo:a natureza unitaria e a religiosidade. Quanto a primeira, verifica-se que o Estado Antigo sempre aparece como uma unidade geral, nao admitindo qualquer divisao interior, nem territorial, nem de fungoes. A ideia da natureza unitaria e permanente, persistindo durante toda a evolugao politica da Antiguidade. Quanto a presenga do fator religioso, e tao marcante que muitos autores entendem que o Estado desse periodo pode ser qualificado como Estado Teocratico. A influencia predominante foi religiosa, afirmando-se a autoridade dos governantes e as normas de comportamento individual e coletivo com expressoes da vontade de um poder divino. Essa Teocracia significa, de maneira geral, que ha uma estreita relagao entre Estado e a divindade, [...] ( DALLARI, 1998, p. 62 - 63).

Dentre os Estados A n t i g o s u m salientou-se c o m a c u i d a d e , e Israel. Apesar, de ser teocratico continha apanagios deveras d e m o c r a t i c o s , p o r q u e c o m seus principios, m e s m o derivados d a religiao, permita a todos, escravos, estrangeiros, nacionais, p e s s o a s e c o n o m i c a m e n t e mais necessitadas, a devida protegao da lei. Inclusive, as n o r m a s r e s g u a r d a v a m os mais fracos e d e s a m p a r a d o s c o m o p e s s o a s viuvas e m e n d i g o s , livrando-os das tentativas de o p r e s s o e s dos g o v e r n a n t e s . C o n s o a n t e Sahid Maluf, que c o m a p u r a d i s s i m o senso e x p r i m e :

Uma das instituigoes proprias do povo israelita foi o profetismo. Os profetas eram homens que recebiam inspiragoes de Deus, e, por essa razao, a sua palavra era respeitada e acatada por todos, inclusive pelos proprios reis. E como pregassem os principios eternos das leis de Deus puderam eles impedir, nos seus dominios, a tirania dos monarcas absolutos, imprimindo ao Estado de Israel uma orientagao mais humana, mais condizente com o direito natural e que hoje poderia receber o qualificativo de democratica (MALUF, 1999, p.95).

E possivel notar que o Estado de Israel a p r e s e n t o u , dentre os Antigos, u m dos que m a i s se a p r o x i m a r a m da d e m o c r a c i a , pois o principio da igualdade, tao contingente, era intrinseco a sua f o r m a de Estado. A l e m disso, p o d e - s e observar o carater h u m a n i s t i c o de sua legislagao por se estender ao mais necessitados c o m o para o estrangeiro. A opiniao politica e a moral da Idade m e d i a f o r a m influenciadas pelas organizagoes c o n s i g n a d a s na biblia. O n d e nao seria e x a g e r o n e m tao pouco incorreto afirmar a contribuigao e influencia do Estado de Israel e sua legislagao baseada na biblia para o direito publico medieval e dos t e m p o s m o d e r n o s .

(15)

2.2.2 E S T A D O G R E G O

Os g r e g o s c e r t a m e n t e e n c o n t r a m d e s t a q u e c o n c e r n e n t e a sua organizagao politica. A d e s p e i t o de os gregos nao exibirem u m Estado c o m o nacao unida d i s p u n h a m de varias estruturas institucionais, as tao c o n h e c i d a s polis. Estas exprimiam a u t o n o m i a e sistematizagao especial de o n d e se pode espreitar dos gregos a ideia que para eles o Estado deveria agir na p e r s e c u c a o d o s objetivos do ser h u m a n o .

A d e n o m i n a c a o Estado grego e u m a c o n v e n g a o , pois na Grecia Antiga nao existia u m Estado unificado propriamente dito e sim i n u m e r o s e distintos Estados helenicos, as polis, ou a c e r t a d a m e n t e cidades-Estado. Estas, nao obstante, deterem auto-suficiencia g o z a v a m de origem c o m u m e m a n t i n h a m religiao e organizacoes sociais s e m e l h a n t e s .

Foi na Grecia Antiga que surgiu a ideia de interesse publico. Mas para se estabelecer a estrutura social e estatal p a s s a r a m por m u d a n g a s . No antigo Estado grego a religiao influenciava as leis e os c o s t u m e s agindo diretamente na organizagao social principalmente no direito q u e era tido c o m o imutavel. Entretanto, c o m a criagao d a s leis das d o z e t a b u a s o direito passa a ter n o r m a s instituidas pelos h o m e n s t o r n a n d o - s e suscetiveis de modificagoes. Doravante, o direito passou a ter c o m o e s c o p o o interesse da sociedade.

A s s i m , o interesse publico passou a ser base para organizagao social a religiao c o m n o r m a s inflexiveis nao mais regia a conduta d a s o c i e d a d e . A s decisoes, as instituigoes publicas, o s e n a d o , as a s s e m b l e i a s populares, as leis e r a m direcionados pelo interesse publico. Este principio se tornou o fim a ser alcangado pela s o c i e d a d e g r e g a , c o m o t a m b e m , deveria subjugar a sua autoridade o interesse privado, as v o n t a d e s pessoais, os magistrados, os s e n a d o r e s . C o m o pontifica Fustel de C o u l a n g e s :

Mas no periodo em que entramos agora, a tradigao nao tern mais forga e a religiao nao governa mais. O principio regulador, do qual todas as instituigoes devem tirar de agora em diante sua forga, o unico que estara acima das vontades individuals, e que seja capaz de obriga-las a se submeter, e o interesse publico. O que os latinos chamam res publica, os gregos to koinon, eis o que agora substitui a velha religiao. (COULANGES, 2006, p. 513).

(16)

Devido ao s u r g i m e n t o do principio do interesse publico a s o c i e d a d e grega classica sofreu m u d a n g a s , que dariam origem a d e m o c r a c i a , m a s nao de maneira precipitada e sim gradativa. Essas alteragoes se iniciaram c o m a s u p r e s s a o do d o m i n i o religioso sobre as relagoes sociais, b e m c o m o no direito.

A n t e r i o r m e n t e o direito e s p e c i a l m e n t e os direitos politicos p r o v i n h a m da hereditariedade c o m i n a d o s pela religiao concentrando o poder na aristocracia que infligia o restante d o s c i d a d a o s . Entao, ao suprimir a religiao c o m o fonte do direito e dos direitos politicos f o r a m estabelecidos outros criterios para f u n d a m e n t a r tais direitos, por e x e m p l o , a propriedade de bens. Isto permitiu que p o u c o a pouco os direitos politicos f o s s e m concedidos a d e t e r m i n a d a s classes ate s e r e m cedidos a todos os h o m e n s livres, d a n d o origem a d e m o c r a c i a .

O s direitos politicos adquiridos pelos c i d a d a o s gregos permitiam a estes deliberarem sobre t o d o s os assuntos, tratados de alianga, guerra ou paz, atos administrativos, finangas. A l e m disso, geriam a justiga, n o m e a v a m juizes, autoridades militares, e l e g i a m os senadores, e d e c i d i a m as leis. Dessa f o r m a , se tinha u m a profunda intromissao dos cidadaos gregos nos a s s u n t o s publicos, pois toda materia de interesse geral era discutida e deliberada diretamente por eles.

A s decisoes a c o n t e c i a m nas a s s e m b l e i a s populares, o n d e os cidadaos exerciam os direitos politicos diretamente por meio do voto. Nas reunioes populares nas pragas publicas a v o n t a d e geral prevalecia sobre o interesse privado ou de d e t e r m i n a d a s classes. O voto direto representava o instrumento pelo qual os cidadaos o r g a n i z a v a m e g o v e r n a v a m a polis ou c i d a d e - E s t a d o .

A c i d a d e - E s t a d o era considerada c o m o pilar d a politica grega, porque e m seus limites que os c i d a d a o s decidiam sobre as n o r m a s as quais iriam submeter-se. Dai p r o v e m o t e r m o politica, visto que era na polis o n d e se d e t e r m i n a v a m o direito publico. Dentre as polis gregas s o b r e s s a i Esparta. Por q u a n t o , a c o m p r e e n s a o do nascimento d a d e m o c r a c i a ter sido na Grecia classica resulta do fato de e s s a cidade-Estado e m seu apice exibiu u m controle do Estado por m e i o de seus cidadaos, onde atraves d a s a s s e m b l e i a s participavam a t i v a m e n t e , ultimando o interesse publico. Como corrobora A n d e r s o n de M e n e z e s ao elucidar o periodo classico e m que viveu o povo grego:

Atenas em seu maximo esplendor, era governada pela assembleia do povo, como orgao supremo que fazia as leis principals e revia as

(17)

decisoes em geral; pelo senado de quinhentos membros, sorteados entre todos os cidadaos, cuja tarefa era votar certas leis menos importantes e fiscalizar os atos administrativos, principalmente os relacionados com o tesouro[...] (MENEZES, 1998, p. 112).

A importancia do Estado grego Antigo para o s u r g i m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o da d e m o c r a c i a e perceptivel. P o r e m , a d e m o c r a c i a na A n t i g a Grecia nao era ideal, c o m o idealizara Aristoteles c o m acurado rigor e m sua obra Politica, nem muito m e n o s a m p l a , pois s o m e n t e os cidadaos livres d e t i n h a m p o d e r e s politicos que para exerce-los era preciso dedicar-se q u a s e que integralmente as atividades politicas. C o m o adverte C o u l a n g e s (2006) que a pratica da d e m o c r a c i a no Estado grego antigo exigia do cidadao q u a s e exclusividade d a s s u a s atividades, nao d e i x a n d o praticamente n e n h u m t e m p o para s e u s afazeres pessoais e familiares. A d e m a i s , a existencia da polis e d a d e m o c r a c i a d e p e n d i a das atividades publicas exercidas pelos cidadaos.

2.2.3 E S T A D O R O M A N O

A s distincoes entre o Estado grego e o r o m a n o e r a m m i n i m a s , este havia sofrido influencia direta d a s filosofias daquele. C o m o , o u t r o s s i m , na sintese de seu povo, o qual derivava das m e s m a s familias helenicas que contribuiram para o surgimento dos gregos. Por isso, as civitas, E s t a d o - c i d a d e s r o m a n a s , e r a m s e m e l h a n t e s as polis gregas.

Entretanto, e perceptivel o progresso produzido pelos r o m a n o s aos principios politicos g r e g o s . O n d e o Estado passou a ter p e r s o n a l i d a d e d e s l i g a n d o - s e d a sociedade, distinguindo a soberania politica do m e s m o , ainda que ele fosse criador das leis, o poder e m a n a v a do povo. S e m olvidar o g r a n d e d e s e n v o l v i m e n t o alcangado pelo sistema j u r i d i c o c o m a instituicao de m a g i s t r a d o s e de leis mais d e m o c r a t i c a s .

O d e s e n v o l v i m e n t o do Estado r o m a n o era notavel, c o m o se examina na criagao de varias f u n g o e s dentre elas as de magistratura, as quais serviam para restringir os p o d e r e s dos c o n s u l e s , permitindo u m a maior distribuigao de poderes,

(18)

a c e n t u a n d o maior carater d e m o c r a t i c o e por obvio u m a maior seguranga para a populagao.

Destarte, c o m o e n c a r g o de magistrado de ultima jurisdigao no ambito civil figurava o questura, que assistia os consules e por estes escolhidos. Ja o pretura e r a m n o m e a d o s m e d i a n t e a previa consulta a o s d e u s e s , e m materia de direito privado s u a s decisoes e r a m amplas e absolutas, publicava editais, p r o m u l g a v a r e g u l a m e n t o s , a reuniao de s e u s atos e conhecido c o m o direito pretoriano.

D e s p o n t a v a c o m g r a n d e respeito e prestigio perante o povo r o m a n o o censura, era responsavel pelo zelo d a moralidade publica e privada e gerenciava as rendas do Estado. Outro exercicio d e estimavel valor, p r i m o r d i a l m e n t e para as c a m a d a s mais d e s f a v o r e c i d a s era o Tribunato. O s tribunos a g i a m na d e f e s a dos direitos individuals, d a i a s u m a importancia de sua atividade para os r o m a n o s , recorriam das d e c i s o e s dos magistrados, caracterizando disso a d e n o m i n a d a apelatio. E r a m os tribunos eleitos pelos plebeus.

T i n h a - s e a i n d a o edilidade nao m e n o s importante, pois desenvolvia o encargo s e m e l h a n t e a dos v e r e a d o r e s dos t e m p o s m o d e r n o s , c o m administragao na esfera municipal. E por ultimo, igualmente consideravel, f o r a m criadas as pro-magistraturas, advindas da imprescindibilidade de administrar as novas p r o v i n c i a s q u e iam s e n d o a n e x a d a s pelas conquistas do Estado.

Esse a p e r f e i g o a m e n t o se d e u na m e d i d a e m que as civitas iam se e x p a n d i n d o . E x p a n s a o esta produzida pelo desejo de tornar-se u m Estado universal, i m p r e g n a d o ha muito nos r o m a n o s . C o m isso, a g r e g a v a - s e a R o m a inumeras culturas e religioes o b r i g a n d o o Estado a se a d e q u a r as n e c e s s i d a d e s surgidas desse convivio. C o m o infere Darcy A z a m b u j a :

Nos primeiros seculos, o Estado romano era em tudo semelhante ao Estado grego, desde a extensao diminuta ate a absorgao igualmente absoluta do individuo na vida politica. Mas, o destino e a ambigao dos romanos era o Estado universal. Conforme ia conquistando novas terras e populagoes, Roma deixava de ser um Estado-cidade e se transformava em verdadeiro Estado. Como as cidades gregas, Roma tinha o seu culto religioso oficial e obrigatorio, mas o genio romano era mais pratico. Anexava ao seu culto o dos deuses dos povos conquistados e, assim, chegou um momento em que todos os deuses do mundo conhecido eram ou podiam ser adorados na cidade eterna (AZAMBUJA, 1995, p.141).

(19)

C o m o a d v e n t o do imperio, R o m a que e x p e r i m e n t a r a u m d e s e n v o l v i m e n t o singular e m seu m o d e l o estatal, sofre u m concreto retrocesso. Pois, s u a s organizagoes se v e e m m e s c l a d a s c o m a religiao, e o n d e o poder despotico dos imperadores d o m i n o u , d e i x a n d o de lado a cogitada d e m o c r a c i a outrora praticada.

2.2.4 E S T A D O M E D I E V A L

O a n o de 4 7 6 e c o n s i d e r a d o c o m o m a r c o de inicio da Idade Media c o m a ruina do imperio r o m a n o do ocidente. E seu t e r m o se d e u no seculo X V no ano de 1492 c o m o d e s c o b r i m e n t o da A m e r i c a . E nesse p e r i o d o que se d e s e n v o l v e u e consolidou o Estado medieval de caracteristicas peculiares, as quais o f a z e m c o m p l e x o e de dificil m i n u c i o s i d a d e .

A intricada delimitagao do Estado medieval e, m o r m e n t e , c o n s e q u e n c i a da origem de u m a nova e c o m p l e x a estrutura social. Esta t e v e c o m o substancias principals as invasoes d o s barbaros, o f e u d a l i s m o e o cristianismo, s e n d o que este ultimo e l e m e n t o influenciou de m o d o p r e p o n d e r a n t e na c o m p o s i g a o dos Estados medievais.

Sob a forte e g i d e do cristianismo o h o m e m adquiriu notavel valor independente de sua o r i g e m social. Esse, inclusive, e u m principio de s u m a importancia, pois nele todo h o m e m e igual, tern o m e s m o valor, ou seja, i n d e p e n d e n t e m e n t e da classe social, da etnia, o r i g e m , cor, s e x o , o h o m e m tern os m e s m o s direitos q u e qualquer outro. F o m e n t a n d o a ideia de fraternidade e h u m a n i d a d e na s o c i e d a d e medieval.

E a partir d e s s e principio q u e , o h o m e m c o m e g a a obter carater universal e o Direito Natural, arraigado na divindade, conquista g r a n d e relevancia. A s s i m , o cristianismo c o m i m p o n e n c i a pacifica consolidou-se no p e r i o d o medieval instituindo a s u p r e m a c i a d a lei e i m p o n d o principios gerais, universais. C o m o destaca Bigne Villencuve:

Existe um Direito natural, de origem divina, ao qual toda a atividade humana, e consequentemente a do Estado e subordinada. Existe um Direito Positivo de que o Estado e o criador, mas que tambem se

(20)

deve harmonizar com o Direito natural e tende a realizar o bem publico. Seus preceitos mais gerais sao obrigatorios tambem para o chefe do Estado (apud AZAMBUJA, 1995, p. 144).

A t r a v e s d e s s a s opinioes e que a Igreja R o m a n a p a s s o u a ter poder politico, e m b o r a de maneira descentralizada, junto c o m os s e n h o r e s feudais, s e n d o que estes e x e r c i a m o poder c o m fulcro e m relagoes contratuais, e a q u e l a c o m base no direito natural de procedencia divina. A superioridade do poder espiritual p e r m a n e c e u e m t o d o d e c u r s o da era Media, o n d e c o m tirania ditou as regras de maneira autoritaria d e s v i r t u a n d o - s e da ideia crista primitiva.

O poder t e m p o r a l pertencente aos m o n a r c a s e aos s e n h o r e s feudais, por isso o g r a n d e n u m e r o de a m a g o s de poderes, e m j u n g a o , e ao m e s m o t e m p o conflitante, c o m o poder espiritual e c o m o sistema feudal, e m b a s a d o na p r o p r i e d a d e de terras e nos pactos m e d i e v a i s , que estabeleciam a v a s s a l a g e m e suserania, d e s f a v o r e c i a m a produgao de u m Estado centralizado, r e d u n d a n d o e m u m a c o n t u r b a d a estrutura politica. C o n f o r m e sustenta Dalmo Dallari:

Conjugados os tres fatores que acabamos de analisar, o cristianismo, a invasao dos barbaros e o feudalismo, resulta a caracterizagao do Estado Medieval, mais como aspiragao do que como realidade: um poder superior, exercido pelo Imperador, com uma infinita pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida; uma incontavel multiplicidade de ordens juridicas, compreendendo a ordem imperial, a ordem eclesiastica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal que se desenvolveu extraordinariamente, as ordenagoes dos feudos e as regras estabelecidas no fim da Idade Media pelas corporagoes de oficios. Esse quadro, como e facil de compreender, era causa e consequencia de uma permanente instabilidade politica, economica e social, gerando uma intensa necessidade de ordem e de autoridade, que seria o germe de criagao do Estado Moderno (DALLARI, 1998, p. 70).

A c o m p o s i g a o do Estado medieval, o qual era dirigido pela Igreja R o m a n a e pelos privilegiados ( s e n h o r e s feudais) e onde nao existia a a s c e n s a o social d e v e r a s distanciou a populagao da vida politica nao h a v e n d o , por isso, d e m o c r a c i a . Dessa maneira, s o m e n t e as classes d o m i n a n t e s , clero e proprietaries de terras, participavam d a s d e c i s o e s retendo o poder. S e g u n d o preleciona Reinaldo Dias:

O sistema feudal se baseava na existencia dos estamentos, ou seja, na presenga de grupos sociais os quais devem sua existencia a um

(21)

conjunto de direitos e deveres juridicos de tal modo que a participagao politica de qualquer pessoa dependia do grupo social ao qual se encontrava integrada. Nao existem acoes politicas de carater individual, nem uma relacao direta entre o poder publico e o cidadao. A Idade Media desconhece a existencia de um exercicio concentrado do poder, pois a estrutura social estava atravessada por um emaranhado de pactos feitos entre os diferentes estamentos (DIAS, 2008, p. 60).

No Estado medieval a c o n c e n t r a c a o de poderes nas classes dos s e n h o r e s feudais e na clerical elidiu qualquer possibilidade de e m p r e g o tanto da soberania popular c o m o da d e m o c r a c i a . Donde, restava i m p e d i d o qualquer tipo de manifestacao volitiva do povo ficando este a m e r c e d a s classes d o m i n a n t e s , as quais o oprimiram por longos seculos.

2.2.5 E S T A D O A B S O L U T O

Diante da peleja entre os s o b e r a n o s e o poder eclesiastico r o m a n o , houve o e n f r a q u e c i m e n t o d e s t e e a tonificagao da m o n a r q u i a surgiu, entao, o Estado A b s o l u t o ou A b s o l u t i s m o , ou conhecido, t a m b e m , c o m o M o n a r q u i a A b s o l u t a . O poder do Estado f o c o u - s e na pessoa d o s s o b e r a n o s , os quais c o m fulcro no m o v i m e n t o Renascentista de e x t r e m a importancia, que f u n d a m e n t a v a o poder dos reis e a racionalizagao das leis, a c o s s a r a m a unificacao de territories e p o p u l a c o e s s u b m e t e n d o - o s a sua direcao.

U m d o s a p a n a g i o s primordiais do A b s o l u t i s m o e c e r t a m e n t e a personificagao d o Estado no individuo do Rei. D e s s e m o d o , todo poder fora c o n v e r g i d o na autoridade d o s principes. Q u e p a s s a r a m a d o m i n a r de m a n e i r a s u p r e m a toda populagao a n e x a d a a o s s e u s d o m i n i o s .

O m o n a r c a p o s s u i a autoridade para legislar, impor as n o r m a s , julgar nos territories sob seu d o m i n i o . Sua voligao era s o b e r a n a , pois havia d o m i n a d o a forga c o m a unificagao d o s exercitos s u b o r d i n a n d o - o s a s u a v o n t a d e , extinguindo os exercitos e s p o r a d i c o s , que e r a m f o r m a d o s pelos s e n h o r e s feudais, os quais t i n h a m o dever de prestar servigo militar ao m o n a r c a se necessitasse.

(22)

Igualmente, s u b m e t e u a politica sob sua diregao aniquilando os n u m e r o s o s focos de poder, provindos d o s pactos entre s e n h o r e s f e u d a i s e s e u s vassalos, r e m a n e s c e n t e s da Idade Media. C o m a eliminagao d e s s e s pactos entre os s e n h o r e s feudais e s e u s vassalos, transferiu o poder q u e s e n h o r e s feudais e x e r c i a m sobre s e u s v a s s a l o s para o rei e c o n s e q u e n t e m e n t e o m o n a r c a p a s s o u a subjugar as pessoas. Dessa f o r m a , as leis criadas pelo rei e r a m i m p o s t a s a toda populacao encontrada sob seu d o m i n i o , t e n d o - s e u m sistema juridico unitario.

No a m b i t o social o m o n a r c a uniu e sujeitou a sua autoridade as fungoes administrativas criando u m a hierarquizacao. A l e m disso, constituiu a especializacao d e s s a s f u n c o e s . C o m o c o n s i g n a Heller, aludido por Reinaldo Dias:

A emergencia do Estado deveu-se a concentragao de diversos instrumentos-militares, burocraticos, economicos em um so centro, de tal modo que, se o traco especifico da organizagao politica na Idade Media foi o pluralismo de poderes, o que distinguiu o novo modelo politico configurado no Estado moderno foi a centralizagao de poder. A tendencia a centralizagao e unidade do poder politico constituiu um dos tragos essenciais do Estado moderno. Os fatores que possibilitaram essa monopolizagao e unidade do poder foram: a) a criagao de um exercito permanente, cujos membros dependiam de pagamento. Os novos exercitos formavam uma organizagao integrada, como um unico centro de comando. Com a criagao de exercitos permanentes o rei tornou-se independente dos senhores feudais, que antes tinham o dever, atraves do pacto de lealdade, de fornecer homens para a defesa do reino;

b) a formagao de uma burocracia composta por funcionarios permanentes e competencias bem delimitadas, economicamente dependentes e organizados de forma hierarquica [...].

c) a criagao de um sistema de tributos que permitiu que os monarcas deixassem de depender das contribuigoes voluntarias da nobreza; d) o estabelecimento de uma unica ordem juridica em todo o territorio (apud DIAS, 2008, p . 6 2 - 6 3 ) .

A c o n d e n s a g a o dos poderes do Estado na pessoa do principe deu u m a nova configuragao a q u e l e , pois o m o n a r c a iniciou o g r a n j e a m e n t o de unificagao territorial e c o m isso t o r n o u - s e m a i s viavel e eficaz a fixagao de sua s u p r e m a c i a . Esta superioridade foi ratificada no apice do A b s o l u t i s m o no seculo XVII no reinado de Luiz XIV, o qual afirmava ser personalizagao do Estado, e ao qual se atribui a frase

"L'Etat c'est moi", q u e quer dizer O Estado sou eu (tradugao nossa). De acordo c o m e s s e p e n s a m e n t o prescreve D a l m o Dallari:

(23)

Isso tudo foi despertando a consciencia para a busca da unidade, que afinal se concretizaria com a afirmagao de um poder soberano, no sentido de supremo, reconhecido como o mais alto de todos dentro de uma precisa delimitacao territorial. Os tratados de paz de Westfalia tiveram o carater de documentacao de existencia de um novo tipo de Estado, com a caracteristica basica de unidade territorial dotada de um poder soberano. Era ja o Estado Moderno, cujas

marcas fundamentals, desenvolvidas espontaneamente, foram-se tornando mais nitidas com o passar do tempo e a medida que, claramente apontadas pelos teoricos, tiveram em sua definigao e preservagao convertidas em objetos do proprio Estado (DALLARI, 1998, p. 70-71).

C o m a unificacao territorial e a eliminagao d o s i n u m e r o s nucleos de poder o s o b e r a n o elidiu os obstaculos comerciais, fortalecendo o capitalismo e c o m isso fez surgir a b u r g u e s i a , que sob sua diregao mudaria n o v a m e n t e a c o m p o s i g a o estatal. C o n t u d o , a d e m o c r a c i a nao ressurgiu no p e r i o d o absolutista, pois o renascimento estava f a z e n d o ressurgir o p e n s a m e n t o politico, outrora s u p r i m i d o na e p o c a medieval.

2.2.6 E S T A D O M O D E R N O

O d e s e n v o l v i m e n t o do R e n a s c i m e n t o fez progredir no intelecto das populagoes as ideias de liberdade, e principalmente a nogao dos direitos do h o m e m , da pessoa, brotando d a i o p e n s a m e n t o Antiabsolutista, ou Liberalismo, p r o v o c a n d o a reagao social e e s t a b e l e c e n d o Estado M o d e r n o , liberal, ou d e m o c r a t i c o . C o m e s s e raciocinio, d e b u s c a d a s liberdades individuals a d e m o c r a c i a ressurgiu e d e s e n v o l v e u - s e aperfeigoando o ente estatal e as crengas sociais d e s e m b o c a n d o na fundagao do Estado social-democratico.

Para firmar o Estado m o d e r n o foi imprescindivel a reforma cultural q u e ocorreu por c o n s e q u e n c i a d a R e n a s c e n g a , a qual d e u f u n d a m e n t o as teorias liberals de g r a n d e s p e n s a d o r e s c o m o M o n t e s q u i e u , J o h n L o c k e , J e a n - J a c q u e s R o u s s e a u entre outros. T e o r i a s e s s a s , que c o m b a t i a m a s u p r e m a c i a do poder do Estado e p e r s e g u i a m restringir sua intensa forga, m o r m e n t e a atuagao direta na s o c i e d a d e oprimindo a m a s s a j a a t o r m e n t a d a . T a l qual estar a a d m o e s t a r R o u s s e a u :

(24)

Ve-se por ai que o poder soberano, por mais absoluto, sagrado e inviolavel que seja, nao passa nem pode passar dos limites das convengoes gerais, e que todo homem pode dispor plenamente do que Ihe foi deixado, por essas convengoes, de seus bens e de sua liberdade, de sorte que o soberano jamais tern o direito de onerar mais a um cidadao do que a outro, porque, entao, tornando-se particular a questao, seu poder nao e mais competente (ROUSSEAU, 1999, p.98).

A ideologia liberal fez prosperar conceitos de liberdade, d e m o c r a c i a , soberania popular, s e p a r a c a o entre os poderes, de s u m a importancia para a definigao do Estado hodierno. Essa ideia liberalista foi produto do m o v i m e n t o Renascentista e e s p e c i a l m e n t e d o s filosofos liberais e m a n a d a , principalmente, de suas teorias contratualistas vertidas do a n i m o s u p r e m o d a s o c i e d a d e nacional.

No c o n c e r n e n t e as teorias contratualistas, estas d e f e n d i a m ser por meio de u m contrato entre as p e s s o a s para impor suas v o n t a d e s e l a b o r a n d o s u a s proprias normas, g o v e r n a n d o a si m e s m a s , fazendo ressurgir o principio democratico, e s t a b e l e c e n d o u m Estado d e m o c r a t i c o de direito. O u seja, a soberania popular c o m o criadora e m a n t e n e d o r a do Estado e da propria s o c i e d a d e . C o m isso, as teorias contratualistas contribuiram de f o r m a indispensavel para o r e a v i v a m e n t o e propagagao da d e m o c r a c i a . C o n f o r m e Reinaldo Dias, ao analisar R o u s s e a u , sustenta:

Rousseau concebe as pessoas no estado de natureza como seres livres, bons e iguais entre si, e as sociedades e que as corrompem. Mas, como no estado de natureza existem dificuldades para satisfazer todas as necessidades, os individuos tern a necessidade de associar-se para colocar sua vontade a servigo de todos. Esta ele denomina de vontade geral, e ao obedece-la o individuo obedece a si mesmo. O resultado institucional deste contrato e o Estado democratico de direito, representative, em que o parlamento e instrumento fundamental da vontade geral que se expressa por meio da lei ( DIAS, 2008, p.72).

O Estado m o d e r n o tern c o m o pilares os direitos individuals e p r e c i p u a m e n t e o poder s o b e r a n o q u e o constitui validamente, o qual brota do povo q u e o exerce e administra c o m o Ihe aprouver. Dessa maneira, a d e m o c r a c i a se revigorou influenciando na f o r m a g a o d o s Estados Unidos da A m e r i c a do Norte, concretizando-se na Constituigao Federal de 1787 d a q u e l e pais. M a s , sua d i f u s a o mundial de m o d o a c e n t u a d o se d e u na Franga, tendo a revolugao f r a n c e s a de 1789 c o m o

(25)

marco, t o r n a n d o - s e parte indissociavel de praticamente t o d o s os Estados atuais. C o n s o a n t e corrobora Sahid Maluf:

O Liberalismo ganhava terreno, ao mesmo tempo, na Franca, sob a lideranga de Montesquieu, Voltaire, D' Argenson e outros que formariam a famosa corrente dos enciclopedistas. Helvetius, Holbach, Mably, Condorcet e inumeros outros revolucionarios, empolgados principalmente pelo genio fulgurante de Rousseau, abriram ao homem a estrada larga da democracia que deveria levar o povo escravizado a um mundo novo e melhor.

A Franga, que era caldeira fervente das ideias liberals, estava destinada a conseguir a vitoria das ideias democraticas para si e para o mundo inteiro (MALUF, 1999, p. 125).

A revolugao f r a n c e s a e a independencia dos Estados Unidos da A m e r i c a do Norte f i n c a r a m p e r e m p t o r i a m e n t e no m o l d e do Estado m o d e r n o as garantias individuals, o principio d e m o c r a t i c o e notoriamente a soberania popular, legitimadora do poder e existencia d o s Estados atuais. C o m isso, s u r g e m as d e n o m i n a d a s Constituigoes d e m o c r a t i c a s , que dao e n f a s e aos direitos f u n d a m e n t a l s e e s t a b e l e c e m o Estado d e m o c r a t i c o s de direito.

(26)

3 S O B E R A N I A E D E M O C R A C I A : E S T A D O D E M O C R A T I C O D E D I R E I T O

D e m o c r a c i a e soberania estao indissociavelmente interligadas, m o r m e n t e c o m o p r o g r e s s o ocorrido do conceito de soberania t r a n s m u d a n d o - a e m soberania popular. Visto q u e , a soberania popular e sustentaculo para a d e m o c r a c i a , pois esta s o m e n t e pode existir se h o u v e r r e c o n h e c i m e n t o de que o poder d i m a n a do povo, ou admitindo a q u e l a . A l e m disso, sao conceitos essenciais a o s m o d e r n o s conceitos de Estados, que d a o f u n d a m e n t o s principalmente aos d e n o m i n a d o s Estado Democratico de Direito.

O voto, o u t r o s s i m , esta imprescindivelmente ligado a d e m o c r a c i a , visto q u e desde a o r i g e m d a d e m o c r a c i a , na Grecia Antiga, e u m instrumento que permite sua concretizacao. A l e m disso, o voto se fez presente nas diversas f o r m a s de Estado e de d e m o c r a c i a , c o m o o b s e r v a d o no capitulo a n t e c e d e n t e d e s t e trabalho. M e s m o c o m as alteracoes nas f o r m a s e conceitos de d e m o c r a c i a o v o t o ainda sim p e r m a n e c e u ligado a d e m o c r a c i a .

3.1 S O B E R A N I A

A definicao de S o b e r a n i a tern sido d e m a s i a d a m e n t e limitada por parte da doutrina. C o n t u d o , e preciso elucidar a sua extrema importancia para a Existencia de qualquer E s t a d o , pois o p r e c e d e e o e essencial. Imprescindivel, porque para se formar u m Estado e indispensavel q u e o povo t e n h a a v o n t a d e particular de se

constituir e g o v e r n a - s e , s e n d o e s s e desejo a substancia da S o b e r a n i a .

Portanto, a S o b e r a n i a e elemento essencial para a f o r m a c a o do Estado, s e n d o este outro nao e o p e n s a m e n t o d e A n t o n i o J o s e e Miguel R o s a , que a s s e v e r a m :

Quando um povo, compondo uma nacao, passa a ter vontade propria, afirmando sua personalidade e governando-se a si mesmo, diz-se que adquiriu soberania, passando a formar, dai em diante, um Estado. Esse Estadp torna-se uma pessoa juridica de direito internacional (ANTONIO; ROSA, 1998, p. 103).

(27)

No c o n c e r n e n t e a poder, a Soberania e a sua e x p r e s s a o m a x i m a na esfera da o r d e m interna. Destarte, no piano interno nao existe outro poder q u e o subordine ou se quer esteja a s e u nivel. Entao, e s s e poder ira reger o proprio Estado, t o r n a n d o este S o b e r a n o . A s s i m , Celso Bastos citado por V i c e n t e Paulo infere:

Soberania e a qualidade que cerca o poder do Estado. Entre os romanos era denominada suprema potestas, imperium. Indica o poder de mando em ultima instancia, numa sociedade politica [...] A soberania se constitui na supremacia do poder dentro da ordem interna e no fato de, perante a ordem externa, so encontrar Estados de igual poder. Esta situacao e a consagracao, na ordem interna, do principio da subordinacao, com o Estado no apice da piramide, e, na ordem internacional, do principio da coordenagao (BASTOS, 1998, p. 158).

A nocao s o b e r a n i a e tida c o m o u m poder s u p r e m o legitimador que d a ensejo a instauragao de u m Estado. S o m e n t e no poder s o b e r a n o o Estado e legitimo. A d e m a i s , a soberania m o d e r n a e abordada e m dois a m b i t o s o externo e interno. Este seria o poder m a x i m o , que nao c o n h e c e limites s u b o r d i n a n d o t o d o e qualquer poder na delimitacao d o Estado. Ja no ambito externo, prevalece a igualdade entre os outros p o d e r e s s o b e r a n o s , sendo a esfera internacional c o m p o s t a por Estados igualmente s o b e r a n o s .

3.1.1 S O B E R A N I A DE B O D I N E S O B E R A N I A A T U A L

J e a n Bodin p e n s a d o r do seculo XVI e c o n s i d e r a d o c o m o teorico da soberania. Para ele a soberania se f u n d a v a e m dois atributos p e r e n i d a d e e de ser absoluto, s e g u n d o Bodin (apud B O B B I O , 2 0 0 1 , p.96) afirma: "Por soberania se e n t e n d e o poder absoluto que e proprio do Estado". A s s i m , a n o c a o de s o b e r a n i a para ele era b a s e a d a na insubordinacao do poder s o b e r a n o as leis positivas, c o m o t a m b e m , na eternidade d e s s e poder.

Para Bodin o poder s o b e r a n o d i m a n a do povo que o transfere para o principe, que nao poderia ser s u b j u g a d o a outro poder nem as leis e l a b o r a d a s pelo proprio

(28)

poder s o b e r a n o , e s t e pode instituir ou revogar leis q u a n d o b e m entender. Isso se verifica s e g u n d o afirma Bodin ( 1 5 3 0 - 1 5 9 6 ) :

Quern e soberano nao deve estar sujeito, de modo algum, ao comando de outrem; deve poder promulgar leis para seus suditos, cancelando ou anulando as palavras inuteis dessas leis, substituindo-as—o que nao pode fazer quern esta sujeito as leis ou a pessoas que Ihe imponham seu poder (apud BOBBIO, 2001, p. 96).

A t u a l m e n t e a soberania tern sido relativizada pelo fato de os Estados cada vez mais e s t a r e m interdependentes, devido a i n u m e r o s fatores, e s p e c i a l m e n t e o da globalizacao. Destarte, para u m Estado exercer sua soberania d e v e r a estar atento aos outros Estados s o b e r a n o s , pois os p a i s e s na c o n t e m p o r a n e i d a d e a p r e s e n t a m intensas relacoes, principalmente e c o n o m i c a s . D e s s a s relacoes s u r g e m acordos internacionais, os quais tern reduzido sensivelmente o poder s o b e r a n o dos Estados m e m b r o s d e s s e s pactos. C o m o observa Raquel:

Uma das mudangas que se pode observar e com relagao aos limites da soberania. Referida mudanga parece dever-se ao fato de que, se antes ja havia autores que nao aceitavam o carater ilimitado da soberania, hoje a tendencia que as relagoes entre os paises vem mostrando, de uma interdependencia principalmente economica -cada vez maior, devido, por sua vez, a globalizagao da economia e ao desenvolvimento e democratizagao dos meios de transporte e comunicagao, vem aumentando o numero de defensores da limitagao da soberania (PERINI, 2003, p. 1).

C o m isso, o conceito de soberania tern sofrido m u d a n g a s c o m d e s t a q u e para sua caracteristica externa, de ser um poder ilimitado frente a outros poderes s o b e r a n o s . H o d i e r n a m e n t e a soberania tern sido limitada pelo proprio Estado s o b e r a n o ao se relacionar c o m os p a i s e s m e m b r o s da c o m u n i d a d e internacional atraves de a c o r d o s internacionais ao qual estara s u b o r d i n a d o .

3.1.2 S O B E R A N I A P O P U L A R

A p o s a Revolugao Francesa d e u - s e inicio a u m novo tipo de p e n s a m e n t o relativo a D e m o c r a c i a e c o n s e q u e n t e m e n t e ao poder. Floresceu u m a nova nogao de

(29)

Soberania, o n d e haveria u m a maior participacao do povo, o qual exerceria o poder direta ou indiretamente, d e s e m b o c a n d o entao no tao s o n h a d o Estado Democratico de Direito. No qual d e v e haver p e r m a n e n t e , i m p r e s c i n d i v e l , respeito aos direitos f u n d a m e n t a l s e total repudio a qualquer f o r m a de poder autoritario materializando-se dessa maneira a S o b e r a n i a Popular.

A soberania popular e a prevalencia da v o n t a d e do p o v o dentro do Estado. E torna-se concreta ao reger o Estado, ao determinar sua organizagao politica, financeira, administrativa, s e u f u n c i o n a m e n t o , e s t a b e l e c e n d o os vinculos sociais, dirigindo de m a n e i r a geral o proprio Estado. T o d a estrutura estatal d e p e n d e d a soberania popular tanto para dar existencia ao Estado, c o m o para legitimar s u a s acoes e m busca d a realizagao das finalidades do povo e das do proprio Estado, c o m o leciona A n t o n i o J o s e e Miguel F e u :

Dotada desses atributos, a soberania se manifesta interna e externamente.

Opera internamente ao dominar toda a vida do Estado: economia, seguranca, instituigoes, funcionamento, organizagao administrativa, enfim, tudo que se refere aquela sociedade humana e sua evolugao. Tanto nas relagoes dos cidadaos entre si como relativamente as relagoes Estado-cidadaos (JOSE; ROSA, 1998, p. 109).

A existencia do Estado d e m o c r a t i c o de direito d e p e n d e direta e p r e c i p u a m e n t e d a soberania popular, pois a confecgao d a s leis, as quais f o r m a r a o o Estado dirigindo-o, e produto da soberania popular, q u e o d a r a validade. E nesse prisma q u e , o Estado m o d e r n o esta solidificado atingindo a praticamente todas as sociedades politicas existentes.

3.2 N O Q O E S A R E S P E I T O DA D E M O C R A C I A

A d e m o c r a c i a d e s d e seu nascimento na Grecia Antiga esta infundida no h o m e m influenciando-o a buscar seu concreto exercicio. E m b o r a , e m seu inicio era aplicada s o m e n t e de u m m o d o , c o m o decurso do t e m p o foi d e s e n v o l v e n d o - s e e g a n h o u outras m a n e i r a s de ser exercida. A evolugao da d e m o c r a c i a esta diretamente vinculada a evolugao do Estado. Pois, o atual e x e r c i c i o d e m o c r a t i c o

(30)

necessitou d a s m u d a n g a s ocorridas nas f o r m a s de Estado para implantar a soberania popular, q u e e f u n d a m e n t o de constituigao de Estado c o m o da propria d e m o c r a c i a . A n o c a o de d e m o c r a c i a , t a m b e m , sofreu m u d a n g a s e m sua f o r m a , ate se d e s e m b o c a r no principio d e m o c r a t i c o hodierno. A d e m o c r a c i a criada pelos gregos c o m o decorrer nos a n o s e devido as t r a n s f o r m a g o e s e m sua estrutura difundiu-se nas s o c i e d a d e s e p e r m a n e c e na c o n t e m p o r a n e i d a d e .

3.2.1 C O N C E I T O D E D E M O C R A C I A

Definir d e m o c r a c i a e u m labor arduo, pois c o m o d e c u r s o do t e m p o adquiriu novos e l e m e n t o s o b t e n d o u m a evolugao e h o d i e r n a m e n t e e c o m p l e x o . Nao se resume, portanto, a ideia simploria de g o v e r n o do povo. A l e m disto, e s t a o a g r e g a d a s a d e m o c r a c i a as c o n c e p g o e s de Estado, liberdade e igualdade. E a s s i m , o conjunto d e s s e s principios e conceitos v i s a n d o a alcangar a disposigao estatal, coexistencia e fins sociais, c o m fulcro no d e s e j o do povo, tendo c o m o c o n s e q u e n c i a o exercicio da soberania popular.

D e m o c r a c i a necessita da concepgao de Estado, pois s o m e n t e existira este se for de Direito respeitando e p r e s c r e v e n d o as garantias individuals, c o m o t a m b e m , a soberania popular, a qual ao m e s m o t e m p o a f u n d a m e n t a , na m e d i d a e m que as leis sao sintetizadas direta ou indiretamente pelo povo e e m c o n f o r m i d a d e c o m o desejo deste, c o n s o a n t e leciona Kelsen:

Se o Estado e reconhecido como uma ordem juridica, se todo Estado e um Estado de Direito, esta expressao representa um pleonasmo. Porem, ela e efetivamente utilizada para designar um tipo especial de Estado, a saber, aquele que satisfaz aos requisitos da democracia e da seguranga juridica. "Estado de Direito" neste sentido especifico e uma ordem juridica relativamente centralizada segundo a qual a jurisdigao e a administragao estao vinculadas as leis isto e, as normas gerais que sao estabelecidas por um parlamento eleito pelo povo, com ou sem a intervengao de um chefe de Estado que se encontra a testa do governo os membros do governo sao responsaveis pelos seus atos, os tribunals sao independentes e certas liberdades dos cidadaos, particularmente a liberdade de crenga e de consciencia e a liberdade da expressao do pensamento, sao garantidas (KELSEN, 1999, p. 346).

(31)

No referente a liberdade e a igualdade sao indispensaveis a d e m o c r a c i a , visto que para se garantir o poder ao povo, por obvio a soberania popular, os sujeitos que o c o m p o e d e v e m impreterivelmente ser livres decidindo s e g u n d o sua ciencia. E para que o principio da liberdade seja concreto e imperativo o principio da igualdade, donde t o d o s os individuos d e v a m possuir os m e s m o s direitos relativos ao poder de decisao e c o m isso d e l i b e r e m tudo quanto Ihes aprouver. C o m lucidez, a q u e l e que e c o n s i d e r a d o pai da d e m o c r a c i a m o d e r n a , R o u s s e a u a s s e g u r a :

Encontrar uma forma de associacao que defenda e proteja a pessoa os bens de cada associado com toda a forga comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, so obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tao livre quanto antes (ROUSSEAU, p.69-70).

E p r o s s e g u e a firmar seu e n t e n d i m e n t o o pensador:

Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que nao pertence a sua essencia, ver-se-a que ele se reduz aos seguintes termos: Cada um de nos poe em comum sua pessoa e todo seu poder sob a diregao suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisivel do todo. (ROUSSEAU,

1999, p.71).

C o m o e sabido, na historia do h o m e m as c a m a d a s sociais privilegiadas, na maioria das v e z e s detentora do poder e c o n o m i c o , e principalmente do poder de governar, infligiam s e u s d e s e j o s ao restante d a populagao, que c e r t a m e n t e era a m a s s a constituinte do povo. Neste, e quern repousa, e s e m p r e p e r m a n e c e r a o ideal d e m o c r a t i c o . Por isso, relevantemente, o anseio d a s o c i e d a d e na incessante busca

por modificagoes e m s e u a m a g o e por alcangar a s u p r e m a c i a de sua v o n t a d e .

Disso resultaram as m u d a n g a s sucedidas na textura d o Estado ao longo dos seculos tanto as sociais q u a n t o as politicas as quais, c o n t i n h a m c o m o um de s e u s alicerces a d e m o c r a c i a . Destarte, permite c o n c e b e r u m a outra nogao de d e m o c r a c i a nao so c o m e l e m e n t o s politicos, mas t a m b e m , a s p e c t o s sociais.

C o m e l e m e n t o s politicos e a d e m o c r a c i a e m s e u sentido adstrito, de ser u m sistema de g o v e r n o e m q u e o proprio povo g o v e r n a a si. Ja os s u b s i d i o s sociais d e v e m estar presentes na concepgao de d e m o c r a c i a , visto q u e a v o n t a d e do povo

(32)

s o m e n t e sera s o b e r a n a se aos c o m p o n e n t e s deste f o r e m a s s e g u r a d o s os direitos sociais e os direitos individuais do h o m e m . Do m e s m o jeito, e x p o e Darcy A z a m b u j a :

Em primeiro lugar, a democracia nao e concebida como devendo ser essencialmente politica, e reclamada a intervengao do Estado em materia economica, pois nao poderia haver liberdade politica sem seguranca economica. Ao lado dos direitos individuais, a democracia deve tambem assegurar os direitos sociais; nao somente deve defender o direito do homem a vida e a liberdade, mas tambem a saude, a educacao, ao trabalho, e dai, nos Estados modernos, a abundante legislagao social.

Em resumo, a democracia nao deve ser apenas politica, e sim politica e social (AZAMBUJA, 1995, p. 219-220, grifo nosso).

P o d e - s e ainda denotar o sentido juridico a c o n c e p g a o de d e m o c r a c i a . Esta englobaria o sentido j u r i d i c o realizando-o na m e d i d a e m q u e a e l a b o r a c a o das leis seria a m a n i f e s t a c a o do anseio do povo, e ao m e s m o t e m p o a lei seria imposta e obedecida pelo proprio povo. S e n d o assim, o sistema j u r i d i c o seria f o r m a d o pelas leis e x p o e n t e s da volicao da sociedade.

Destarte, o sistema juridico brotaria do povo e se direcionaria ao m e s m o . Pois, o o r d e n a m e n t o juridico e c o m p o s t o pelas leis e estas d e v e m ser obtidas do desejo do povo e i m p l e m e n t a d a s e m s e u seio. C o m isso, t e m - s e u m conceito de d e m o c r a c i a c o m feicao juridica, que ao m e s m o t e m p o legitima o proprio organismo juridico. I g u a l m e n t e , e x p o e Elcir Branco:

A democracia em sua plena extensao e contraditoria, porque parece absurdo que todos governem alguns poucos. O normal seria a situacao inversa. Contudo, e o caminho legitimo para a consagracao das leis a serem observadas pelo povo.

A lei e que deve governar por si, como expressao da vontade geral. Como um texto tecnico que discipline igualmente todas as pessoas, levando-as a crer que tais disposicoes sejam a satisfacao de suas necessidades juridicas (BRANCO, 1988, p. 97).

E possivel notar, que a nocao de d e m o c r a c i a na atualidade nao se resume aquela m a x i m a outrora c o n s i d e r a d a por muitos doutrinadores c o m o sua melhor definicao, qual seja, d e m o c r a c i a ser u m a f o r m a de g o v e r n o . P o r e m , se observa que a d e m o c r a c i a e n g l o b a varios a s p e c t o s politicos, sociais, principiologicos, e c o n o m i c o s . C o m isso, a p a r e c e r a m classificagoes novas para a d e m o c r a c i a , diferenciando-a entre d e m o c r a c i a formal e substancial.

(33)

Substancial seria u m a acepgao dinamica de d e m o c r a c i a s e n d o u m meio pelo qual a s o c i e d a d e visa a atingir seus objetivos. Por isso, a d e m o c r a c i a se encontra intimamente ligada ao Estado, porque este d e p e n d e da s o c i e d a d e , q u e o constituiu, para se organizar e satisfazer s u a s finalidades. E para q u e isso se efetue o Estado precisa d a d e m o c r a c i a . S e n d o esta u m a m b i e n t e , q u e atraves do a m p a r o aos direitos individuais, aos direitos sociais, ao principio da igualdade, a liberdade, e a soberania popular, permite, c o m f u n d a m e n t o na v o n t a d e na maioria do povo, a pratica das atividades sociais, politicas e e c o n o m i c a s .

Essa classificagao substancial seria u m principio, u m m o d o de ser. S e n d o que o Estado d e v e ser d e m o c r a t i c o , a t u a n d o c o m respeito aos principios basilares estabelecidos pelo povo para a c o n s e c u c a o de s u a s finalidades, s e g u n d o o b t e m p e r a Sahid Maluf:

Ja se ve que assume maior importancia o conceito substancial, insto e, o conceito de democracia como um ambiente, um clima, em que se desenvolve as atividades sociais, politicas e economicas. Vale dizer que a democracia serve ao Estado como um meio para atingir seu fim, e o fim do Estado so pode ser o mesmo da sociedade civil que o organizou e em fungao da qual ele existe.

O fim do Estado nao consiste em simplesmente em realizar a democracia. O Estado tern um fim imediato, que e o de manter a ordem socio-etico-juridica; e tambem um fim mediato, que e o de estabelecer, para todos, indistintamente, condigoes propicias tendentes a realizagao dos imperativos naturais da pessoa humana. A grande vocagao do Estado, como afirmou Angelo Bruculleri, e servir a pessoa humana. O Estado nao visa a realizar a democracia apenas para ser democratico, assim como o individuo nao pode pretender a liberdade apenas para ser livre. A democracia para o Estado, assim como a liberdade para o individuo, e um meio e nao um fim. Procuram, o Estado e o homem, atingir os seus fins pelo caminho do ideal democratico (MALUF, 1999, p.282).

Ja a classificagao f o r m a l , se restringe a ideia que u n i c a m e n t e por muito t e m p o d o m i n o u a c o m p r e e n s a o de d e m o c r a c i a , s e n d o u m a f o r m a de g o v e r n o exercida pelo proprio povo, c o n f o r m e p o n d e r a Celso Bastos (1999, p. 113): "A d e m o c r a c i a e o governo do proprio povo".

A s s i m , e perceptivel a diferenciagao feita a t u a l m e n t e entre d e m o c r a c i a substancial e f o r m a l , s e n d o esta u m a f o r m a de g o v e r n o a d o t a d a , aquela u m m o d o , b a s e a d o nos principios sociais mais elevados, da igualdade, liberdade, pelo qual o povo pretende conquistar s e u s e s c o p o s , s e g u n d o manifesta Norberto Bobbio:

(34)

[...] a linguagem politica moderna conhece tambem o significado de democracia como regime caracterizado pelos fins ou valores em diregao aos quais um determinado grupo politico tende e opera. O principio destes fins ou valores, adotado para distinguir nao mais apenas formalmente mas tambem conteudisticamente um regime democratico de um regime nao democratico, e a igualdade, nao a igualdade juridica introduzida nas constituigoes liberals mesmo quando estas nao eram formalmente democraticas, mas a igualdade social e economica (ao menos em parte). Assim foi introduzida a distingao entre democracia formal, que diz respeito precisamente a forma de governo, e a democracia substancial, que diz respeito ao conteudo desta forma (BOBBIO, 2000, p. 157).

E possivel c o n c e b e r a nogao de d e m o c r a c i a c o m o u m m e i o o n d e o c o r r e m constantes modificagoes devido a v o n t a d e do povo, representada pala maioria de s e u s m e m b r o s , p r o c u r a n d o i n c e s s a n t e m e n t e o b e m da s o c i e d a d e , s e n d o u m habito continuo. O u seja, e a procura ininterrupta pelo bem estar social a m p a r a d o pela soberania popular e a s s e g u r a n d o os direitos individuais, sociais, a igualdade de todos, o n d e o p o v o g o v e r n a - s e , tragando s e u s objetivos e d e c i d i n d o s e u proprio destino. Do m e s m o jeito doutrina M e n e z e s m e n c i o n a d o por Elcir Castello Branco:

Apos a analise das varias acepgoes de governo do povo, Anderson de Menezes define democracia como "ambiente em que um governo de feito constitucional garante, com base na liberdade e na igualdade, o funcionamento ativo da vontade popular, atraves do dominio da maioria em favor do bem publico, sob fiscalizagao e critica da minoria atuante" (apud BRANCO, 1988, p. 89).

C o m o e n s i n a Canotilho (2000) a d e m o c r a c i a e u m principio dinamico, u m processo c o n t i n u o e indissociavel da s o c i e d a d e q u e c o m fulcro nos direitos f u n d a m e n t a i s proporciona as pessoas possibilidades d e realizar os direitos e se desenvolver p l e n a m e n t e , permitindo a o s c i d a d a o s e q u i t a t i v a m e n t e a participagao racional no p r o c e s s o politico.

A d e m o c r a c i a atual e conceituada de maneira a m p l a e dinamica. Sua definigao nao m a i s se p r e n d e a conceituagao estatica de u m a simples f o r m a de governo. Entretanto, e entendida c o m o u m principio a que se d e v e buscar i n c e s s a n t e m e n t e , d a n d o prevalencia a soberania popular e t e n d o c o m o sustentaculos os direitos e garantias f u n d a m e n t a i s .

(35)

3.2.2 E V O L U Q A O H I S T O R I C A

Para alcancar p r e s e n c a na q u a s e totalidade dos Estados c o n t e m p o r a n e o s a d e m o c r a c i a sofreu diversas variagoes d e s d e seu s u r g i m e n t o ate a presente epoca. Muitas d e s s a s variagoes s o m e n t e ocorreram devido as manifestagoes do sociais, que por diversas v e z e s se perfizeram por meio de revolugoes, estas a l g u m a s vezes s u c e d e r a m - s e de f o r m a muito violenta ceifaram a vida de i n u m e r a s p e s s o a s , e d a s alteragoes ocorridas na estrutura do Estado.

3.2.2.1 D E M O C R A C I A A N T I G A

A doutrina d e m o c r a t i c a d e s p o n t o u por m e i o dos teoricos gregos no periodo classico da Grecia e s p e c i a l m e n t e e m A t e n a s . O u t r o s s i m , sua d e s i g n a g a o teve seu primordio na A n t i g a Grecia e m seu sentido literal significava poder do povo, mas era entendida c o m o poder exercido pelo povo. Essa nogao de p o d e r do povo foi sintetizada p o r q u e , os c i d a d a o s gregos deliberavam sobre interesses publicos. Por isso, reputa-se a Grecia a qualidade de ser bergo d a d e m o c r a c i a direta.

O r e c o n h e c i m e n t o da importancia da d e m o c r a c i a na Grecia Antiga d e v e - s e ao m o d o c o m o d e l i b e r a v a m as leis, os assuntos de interesses publicos, ate m e s m o sobre a s s u n t o s j u r i d i c o s . A s decisoes e r a m e f e t u a d a s pelos c i d a d a o s gregos nas pragas publicas o n d e m a n t i n h a m as assembleias. Nestas e r a m n o m e a d a s p e s s o a s para c a r g o s publicos de e x t r e m a importancia, c o m o t a m b e m , a c o n t e c i a m j u l g a m e n t o s de crimes. De fato os gregos, principalmente os a t e n i e n s e s , exerciam as fungoes estatais: legislativa, judiciaria e executiva. S e g u n d o a s s e v e r a J o s e de A l e n c a r citado por B o n a v i d e s :

A praga representava o grande recinto da nagao: diariamente o povo concorria ao comicio; cada cidadao era orador, quando preciso. Ali discutiam-se todas as questoes do Estado, nomeavam-se generais, julgavam-se crimes. Funcionava a demos indistintamente como

Referências

Documentos relacionados

Câmara dos Santos.. A pesquisa deste casal é divulgada no mundo a partir da publicação do primeiro artigo que tratava da teoria pelo Van Hiele na França, pois até então a teoria

No presente estudo, catorze animais (34,15%) apresentavam algum tipo de parentesco procedente de oito diferentes propriedades rurais (26,66%), ora relacionado à vaca, ora ao touro,

Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos fundos Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos

Feitiço do Segredo: deposita um segredo numa pessoa de confiança, essa pessoa fica deposita um segredo numa pessoa de confiança, essa pessoa fica sendo o "Fiel do sendo o

Durante as nictemerais, os valores do fósforo total e do fosfato total nos dois viveiros apresentaram também valores acima do recomendado pela GAA, exceto para o fosfato total na

Distribuição espectral dos sistemas de iluminação LED e do controle Observa-se na Figura 12A, a análise de componentes principais, relacionado à biometria das mudas pré-brotadas

A respeito das propostas de desregulamentação nas relações de trabalho e da seguridade social no Brasil, percebidas tanto nas defesas do Banco Mundial quanto nas

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue