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Desempenho da grama missioneira gigante (Axonopus catharinensis valls) na Região Noroeste do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE AGRONOMIA

DESEMPENHO DA GRAMA MISSIONEIRA GIGANTE (Axonopus catharinensis valls) NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Isadora Giacomini Lorenzoni

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Isadora Giacomini Lorenzoni

DESEMPENHO DA GRAMA MISSIONEIRA GIGANTE (Axonopus catharinensis valls) NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo no curso de Agronomia – Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ

Orientadora: Profª. Drª. Sandra Beatriz Vicenci Fernandes

Ijuí – RS 2016

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TERMO DE APROVAÇÃO

ISADORA GIACOMINI LORENZONI

DESEMPENHO DA GRAMA MISSIONEIRA GIGANTE (Axonopus catharinensis valls) NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita.

Ijuí, Junho de 2016

Profa Dra Sandra Beatriz Vicenci Fernandes ... DEAg/UNIJUÍ – Orientadora

Emerson André Pereira ... DEAg/UNIJUÍ – Dr. Zootecnia

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Dedico este trabalho especialmente aos meus pais, Josemar e Rosane Maria, eles que são minha base

e meu maior incentivo, e a todos aqueles que se fizeram importantes nesta jornada.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço aos meus pais, Josemar Lorenzoni e Rosane Maria Giacomini Lorenzoni, por me proporcionarem a vida, por todos os ensinamentos, valores e pelo incentivo aos estudos. Se hoje estou prestes a conquistar o primeiro grande sonho de minha vida, é graças a vocês. A minha irmã Daniele, aos meus avós Joaquim e Maria, Ervino e Jovita.

Quero agradecer a Deus, por me guiar no caminho certo, e por iluminar sempre a mim e minha família.

A minha querida Orientadora, Professora Dra. Sandra Fernandes, agradeço de todo o meu coração pelas longas conversas, pela atenção, dedicação, paciência, e por todo o conhecimento transmitido neste período... Você é uma pessoa fantástica!

Aos meus colegas da graduação e também do grupo de pesquisa, Jaqueline Tomm, Roberto Furlan, Letícia Lucca e Márcio Costa por todo o trabalho realizado, os momentos divertidos ao lado de vocês foram inúmeros e com certeza levarei sempre comigo.

Em especial a Jaque, pela amizade que levarei para a vida, por todo auxilio na faculdade e também na pesquisa. A Vanderléia Bertoldo, pelos momentos compartilhados, ao tempo que moramos juntas, aos instantes divertidos, e aos de estudos. Ao Marcos Margutti, pela amizade construída ao longo do curso, pelas caronas, e momentos de estudo e muita risada

A todos aqueles que foram meus colegas, em especial: Rafael Pretto, Rafael Lena, Roberto, Leonardo, Guilherme, Cristiane, Jussana, Idomar, pessoas que me acompanharam desde o inicio e que pude compartilhar conhecimento, experiências e momentos de diversão, vocês com certeza fizeram deste período um momento único de minha vida que vou lembrar pra sempre com carinho e saudade.

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RESUMO

Nos últimos anos a produção de leite na região noroeste do Rio Grande do Sul teve um aumento bastante significativo. Tal importância desta atividade tem impulsionado a pesquisa em torno de diferentes espécies forrageiras, para avaliar quesitos como produtividade, período vegetativo e qualidade bromatólogica para suprimento na alimentação do gado. Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial produtivo da grama missioneira gigante no ciclo 2015/16, e também avaliou-se a qualidade bromatológica da forrageira, visto a importância de se conhecer o valor nutritivo para um melhor manejo alimentar do rebanho. O trabalho foi desenvolvido na área experimental do IRDeR, pertencente ao DEAg da UNIJUÍ onde foi avaliado o ciclo 2015/16 da grama missioneira gigante, implantada em 2011 em modelo unifatorial de blocos ao acaso, com parcelas de 16m2 com 4 repetições. Para avaliar a produção foram realizados 5 avaliações quando a altura do dossel fosse superior a 0,25m de altura considerando o residual de 0,10m. Para avaliar a produção da forrageira, foram determinadas: Matéria Seca Total (MST), Matéria Seca Foliar (MSF), Matéria Seca de Colmo (MSC) expressos em kg há -1

, Taxa de Acúmulo de Matéria Seca de Lamina Foliar, de Colmo e Total, (TAMSLF), (TAMSC), (TAMST) respectivamente. Foi também avaliada a qualidade bromatológica através dos atributos: Extrato Etéreo (EE), Fibra Bruta (FB), Fibra em Detergente Ácido (FDA), Fibra em Detergente Neutro (FDN), Matéria Orgânica (MO), Matéria Seca (MS) e Proteína Bruta (PB). O ciclo de produção da grama missioneira gigante deu-se de Dezembro a Maio, totalizando uma média por avaliação de 2.541 kg de MS há-1 e uma produção

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obteve-se um teor de PB de 8,7%, e teores de FDN e FDA de 67% e 34%, respectivamente.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Produção de Matéria Seca Total (MST), Matéria Seca Foliar (MSF) e Matéria Seca do Colmo (MSC) de Grama Missioneira Gigante no ciclo produtivo 2015/16. Augusto Pestana, RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016) ... 23

Figura 2. Percentual de produção de folhas e colmos e relação folha:colmo da Grama Missioneira Gigante no ciclo produtivo 2015/16. Augusto Pestana, RS. (IRDeR/UNIJUÍ, 2016)... 24

Figura 3. Produção de Folha, Colmo e Material Senescente (MSen) da Grama Missioneira Gigante no ciclo 2015/16. Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016) ... 24

Figura 4. Taxa de Acúmulo de Matéria Seca de Laminas Foliares (TAMSLF), do Colmo (TAMSC) e Total (TAMST) de Grama Missioneira Gigante. Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016). ... 25

Figura 5. Produção de Matéria Seca Total acumulada (MSTa (folha+colmo+material morto)), Matéria Seca de Lâmina Foliar acumulada (MSLFa) e Matéria Seca de Colmo acumulada (MSCa) durante o ciclo produtivo da Grama Missioneira Gigante. Augusto Pestana- RS, (IRDeR/UNIJUÍ 2016) ... 25

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise bromatológica química de Axonopus catharinensis Valls. Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016) ... 27

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 12 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 14 1.1 Pastagens e sustentabilidade ... 14 1.2 Gênero Axonopus ... 15

1.3 Grama missioneira gigante (Axonopus catharinensis Valls) ... 16

2 MATERIAIS E MÉTODOS ... 18 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 20 3.1 Produção de forragem ... 20 3.2 Qualidade bromatológica ... 26 CONCLUSÕES ... 29 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 30 APÊNDICE ... 33

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INTRODUÇÃO

A região noroeste do Rio Grande do Sul compõe a maior bacia leiteira do Estado, pelo fato de que a produção de leite é uma alternativa no incremento da renda nas propriedades de pequeno e médio porte que intercalam a esta a produção de grãos.

Em função da área destas propriedades serem, em geral, restrita, a atividade leiteira é uma boa alternativa de renda. A produção de leite a pasto permite uma sustentabilidade e flexibilidade maior no sistema, através da produção de pastagens anuais e perenes, permitindo que haja uma oferta alimentar com boa quantidade e qualidade para o rebanho mesmo nos meses de vazio forrageiro, como é chamado o período de transição entre uma cultura e outra, onde a oferta alimentar é baixa ou nula.

A produção de alimento para os animais é um fator crucial para o desempenho da atividade, e uma série de fatores devem ser levados em consideração, como o clima, área e relevo da propriedade, tipo de solo entre outros. O clima característico da região é o subtropical, que tem estações do ano bem definidas, e inclusive a formação de geadas no inverno, o que torna a produção de alimentos bastante complexa e diversificada, uma vez que as pastagens perenes encontram-se dormentes no período do inverno.

O cultivo de forrageiras perenes tem muitos benefícios, relacionados desde a qualidade e produção até mesmo a conservação do solo e a sustentabilidade do sistema, pois desta maneira, além de reduzir os impactos causados ao meio ambiente, é também uma forma de diminuir custos, uma vez que for implantada e manejada adequadamente perdura por anos no sistema. Estas características fazem do uso de pastagens em geral uma maneira de

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construir sistemas produtivos mais sustentáveis, ocasionando menos impactos ao ambiente como um todo, e proporcionando principalmente a oferta de alimentos de qualidade ao rebanho e consequentemente a população consumidora dos produtos oriundos da atividade agropecuária, seja ele o leite ou a carne.

Muitas espécies estivais tendem a iniciar o seu ciclo produtivo na primavera estendendo-se até o outono com boa produção de forragem até o final do ciclo, característica esta muito importante em função de que geralmente a partir do mês de março inicia-se o vazio forrageiro. Esse período é muito variável pois depende muito do clima, temperatura, precipitação e do ciclo da espécie. Portanto uma espécie que se mantenha produtiva até maio é uma boa opção para suprir a demanda alimentar dos animais até que as pastagens de inverno atinjam altura do dossel para pastejo.

No conjunto das espécies tropicais e perenes encontra-se a grama missioneira gigante, uma gramínea proveniente do cruzamento de duas variedades de Axonopus (A. scoparius x A. jesuiticus). Esta forrageira possui bom potencial produtivo em distintas regiões do Brasil, com hábito de crescimento prostrado. Esta espécie forma gramados densos, sendo capaz de suportar temperaturas baixas e até mesmo geadas, além de tolerar sombreamento, tem boa aceitação pelos animais. Em função da grande demanda por forragem de boa qualidade para um bom desempenho produtivo dos animais, é indispensável a avaliação da produção durante o período do verão e o comportamento da forrageira durante o período hibernal, neste caso, da grama missioneira gigante, para que seja possível comprovar o seu potencial produtivo nas citadas condições ambientais.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento produtivo da grama missioneira gigante, no ciclo produtivo 2015/16 na região Noroeste do estado e também a qualidade bromatológica da forrageira.

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Pastagens e sustentabilidade

A evolução do cenário agrícola trouxe consigo vários aspectos positivos, mas também algumas consequências negativas, principalmente as relacionadas ao ponto de vista econômico e ambiental (GONÇALVES; FRANCHINI, 2007). O aumento significativo da demanda mundial por produtos de origem animal provenientes de criação a pasto revela a tendência dos consumidores em preferir produtos que tenham um comprometimento com a preservação ambiental com qualidade biológica, demanda esta que implica na necessidade de sistemas eficientes de produção a pasto que possibilitem a proteção e consequente conservação do solo e da água (LENZI, 2003).

O grande desafio para a agricultura será contornar os problemas decorrentes de anos de práticas agrícolas de monocultivo e de elevada pressão sobre o ambiente, tais como: a erosão e perda de fertilidade dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição do solo e da água e emissões de gases de efeito estufa (EMBRAPA, 2015). O manejo adequado de pastagens para ruminantes é uma das maneiras mais eficientes de atender as necessidades de um modelo de produção, que visam com a alimentação animal a base de pastagens, reduzir os impactos negativos ao ambiente, reduzir custos e fornecer alimento de qualidade a população (LENZI, 2003).

A degradação de pastagens é um processo evolutivo da perda de vigor, produtividade, e de capacidade de regeneração natural, estes fatores são os que possibilitam a produção e qualidade das pastagens exigidas pelos animais. Este processo impacta também na capacidade do sistema de produção em superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, que intensificam ainda mais a degradação dos recursos naturais por consequência de práticas errôneas de manejo, e com isso observa-se a diminuição da cobertura vegetal, a redução do teor de matéria orgânica no solo aumentando substancialmente a emissão de CO2. A recuperação das pastagens degradadas e a manutenção da produtividade das mesmas contribuem para mitigar as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) (MAPA, sd).

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O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, conhecido como plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) tem a finalidade de organizar e planejar ações que promovam a adoção de tecnologias de produção sustentáveis com o objetivo de responder ao compromisso de redução de GEE no setor agropecuário. O objetivo geral do Plano ABC é promover a redução das emissões de GEE na agricultura, para a melhor eficiência no uso dos recursos naturais, aumentando a resiliência de sistemas produtivos e de comunidades rurais e possibilitar a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas.

As gramíneas forrageiras em condições adequadas de produção de massa são capazes de acumular significativas quantidades de carbono, fixando-os no solo na forma orgânica. Tanto em sistema de pastagens puras, como em sistemas rotacionados de grão com pastagens (LEITE et al, sd). Ainda segundo Lenzi (2003) realizar um bom manejo da pastagem possibilita um melhor aproveitamento por parte do animal e, desta forma, um aumento substancial da produtividade. Para que isso seja possível é crucial o entendimento e conhecimento da dinâmica do crescimento de plantas forrageiras.

1.2 Gênero Axonopus

O gênero Axonopus é um importante componente da diversidade da vegetação campestre brasileira (SILVEIRA, 2015). Pois possui cerca de 75 espécies ocorrentes no Brasil, as quais representam 70% do número total de espécies do gênero (SANTOS, 2007). Composto por plantas que morfologicamente são classificadas como gramíneas perenes que possuem hábito de crescimento prostrado com colmos eretos ou geniculados ascendentes, compridos de 15 a 60 centímetros de altura com inflorescência ereta inclusa na bainha foliar, folhas compridas com laminas de 4 a 15 centímetros de comprimento por 8 a 10 mm de largura (ALCÂNTARA ; BUFARAH1 apud KRAHN, 2015).

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Algumas plantas desenvolveram um sistema complementar à via C3, chamado de via C4, e entre estas algumas são gramíneas, a exemplo do gênero Axonopus. Espécies de metabolismo C4 são ligeiramente mais eficientes no uso da água, o que as confere maior resistência a períodos de déficit hídrico, salinidade e temperaturas mais elevadas (BERTOLI, 2012). A fotossíntese, o crescimento e produtividade são fatores que estão fortemente ligados a disponibilidade de nitrogênio, e a capacidade de fixação deste nutriente pelas plantas C4 tem sido associada à baixa fotorrespiração, especializada anatomia de folhas e vias bioquímicas diferindo-as das C3 2

BROWN (apud CASTAGNARA et al, 2010).

Costa (2003) constatou em estudo quando comparou a produção de biomassa aérea e de raízes, que plantas C4 produzem mais biomassa aérea visando a captação de luz enquanto que as C3 concentram assimilados na captação de recursos subterrâneos em função da competição com outras espécies. Isso pode justificar a maior eficiência do uso da água por plantas com mecanismo C4.

Dentre as espécies do gênero Axonopus, encontra-se a Grama Missio/neira Gigante, espécie da família Poaceae, tribo das Paniceae (BRINGHENTI, 2011). A coleta Tcacenco/Ramos 037, acesso EEI 85269, foi coletada em Rio do Oeste no estado de Santa Catarina, apresentando as características típicas de Axonopus jusuiticus (Araújo) Valls, conhecida como grama missioneira gigante e tem se destacado por sua produtividade e adaptação a condições de acidez elevada do solo (TCACENCO e SOPRANO, 1997).

1.3 Grama missioneira gigante (Axonopus catharinensis Valls)

A utilização de espécies forrageiras com boa adaptação as características locais, permite um melhor manejo e uma maior estabilidade na produção, diminuindo assim os riscos da atividade e seus custos (SANTOS, 2005).

A produção animal em pastagens nativas é uma atividade sustentável do

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Brown, R.H. 1978. A difference in N use efficiency in C3 and C4 Plants and its Implications in adaptation and evolution. Crop Sci., 18: 93-97.

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ponto de vista ecológico (SOARES, 2005), com base nisso, o fato de a Grama Missioneira Gigante ser uma espécie nativa a torna uma interessante opção de oferta alimentar.

No gênero Axonopus a coleta Tcacenco/Ramos 037, acesso EEI 85269 tem se destacado por sua adaptação a condições de acidez de solo elevada e também a sua alta produtividade, características estas típicas de Axonopus jesuiticus (Araújo) Valls, conhecida como grama missioneira gigante, grama jesuíta ou grama Argentina, seu cognome gigante se justifica pelo seu porte mais elevado (Tcacenco; Soprano, 1997). A partir de estudo realizado, Santos (2005) afirma que a grama missioneira se mostra mais estável entre as estações, tendo uma boa produção de lâminas foliares que ultrapassa duas toneladas por hectare. Trata-se de uma característica muito desejada visto que a produção de lâminas está diretamente relacionada com a qualidade de forragem disponível e ainda quando analisada no período de inverno primavera, mostrou boa produção de matéria seca verde além das laminas foliares.

Tcacenco e Soprano (1997) relatam em estudo realizado no Vale do Itajaí que a missioneira gigante se destaca no quesito qualidade devido aos altos teores de proteína e matéria orgânica digestível; Os teores de proteína da forragem com 28 dias foram de aproximadamente 11% e a digestibilidade em torno de 67% e aos 56 dias apresentou PB acima de 9% e digestibilidade em torno de 60%.

A grama missioneira gigante pode também ser consorciada com espécies leguminosas, conforme demonstrado por Jochims (2015) em que a espécie obteve uma produção média de 10,3 toneladas de matéria seca por hectare aceitando muito bem consórcio com o Amendoim forrageiro (Arachis pintoi), aumentando desta forma a produção de biomassa total.

Soares (2009) relata que, em experimento realizado com diferentes níveis de luminosidade produzidos a partir de Pinus taeda, que a grama missioneira gigante foi a que obteve o maior número de cortes, relatando que o primeiro foi no mês de agosto, desta forma é importante ressaltar que a data do primeiro corte é um fator a ser considerado do ponto de vista da escassez de

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crescimento prostrado e estruturas reprodutivas e de reserva que antecipam o rebrote.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho realizado é vinculado ao projeto “Sistemas forrageiros irrigados para a produção leite no Noroeste do Rio Grande do Sul”, e foi desenvolvido na área experimental do IRDeR (Instituto Regional de Desenvolvimento Rural), pertencente ao DEAg (Departamento de Estudos Agrário) da UNIJUÍ (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul). O IRDeR, está localizado no interior do município de Augusto Pestana/RS, geograficamente a 28° 26’ 30’’ de latitude S e 54° 00’ 58’’ de longitude Oeste no Meridiano de Greenwich e apresenta altitude de aproximadamente 298 metros.

O solo da unidade experimental é descrito como Latossolo Vermelho distroférrico típico (U.M. Santo Ângelo), originário do basalto da formação da Serra Geral. Tem perfil profundo, bem drenado, coloração vermelho escuro, com altos teores de argila e predominância de argilominerais 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro e alumínio.

De acordo com a classificação climática de Köeppen, o clima da região se enquadra na descrição de Cfa (subtropical úmido). Apresenta ainda invernos frios e úmidos, com ocorrência de geadas frequentes. Os meses de janeiro e fevereiro são os meses com temperaturas mais elevadas, superiores a 22º C, enquanto que junho e julho são os meses mais frios, com temperaturas superiores a 3º C. Quanto ao volume pluviométrico, a estação meteorológica do IRDeR registra normalmente volumes próximos a 1600 mm anuais, com ocorrência de maiores precipitações no inverno.

As avaliações foram realizadas entre novembro de 2015 até maio de 2016 em uma gramínea perene, distribuída aleatoriamente com quatro repetições, seguindo um modelo unifatorial de blocos ao acaso. A espécie estuda foi a Grama Missioneira Gigante (Axonopus catharinensis Valls). A implantação da espécie ocorreu em 2011, em parcelas com 16 metros quadrados (4 x 4 m). (Croqui representado no Apêndice A)

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A adubação ocorreu após a aração, entre os dias 15 e 20 de dezembro de 2010, com aplicação de 245 kg ha-1 de super fosfato triplo, 138 kg ha-1 de cloreto de potássio e 295 kg ha-1 de uréia, sendo estes incorporados nas seguintes etapas: aplicação de ½ dose de calcário; subsolagem; aplicação metade da dose calcário + super fosfato triplo + cloreto de potássio; aração e gradagem. A implantação da espécie aconteceu no ano de 2011, sendo a implantação foi por meio de mudas, em covas distantes 0,5 metros entre si.

O preparo da área iniciou em novembro de 2010, precedido de coleta de amostras de terra, analisadas no Laboratório de Analise de Solos/Unijuí, seguindo a metodologia recomendada pela Rede Oficial de Solos e Tecido Vegetal do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (ROLAS). Foram encaminhadas duas amostras de solo, compostas de 15 subamostras, tendo em vista o tamanho da área. A calagem ocorreu no dia 11 de novembro de 2010 com a aplicação de 19 t ha-1 de calcário com o PRNT 70%, precedida do preparo do solo, realizado pela sequência de operações: subsolagem seguida de uma aração e gradagem.

A homogeneização das parcelas, após amostragem, foi feita de forma mecanizada, após cada avaliação. Na última avaliação não será realizada roçada no intuito de manter uma quantidade de biomassa que permitira proteger a nova brotação da geada no inverno, permitindo que o rebrote no ano seguinte seja facilitado.

As avaliações de produção de fitomassa foram realizadas levando em consideração a altura média do dossel forrageiro, de 0,25 m, mantendo um residual de 0,10 m. As amostras foram obtidas por meio do corte da forrageira, com um quadro metálico de 0,5 m2, alocado ao acaso no centro das parcelas, onde foi feita a coleta de duas amostras por parcela. O corte foi feito com uso de tesoura.

As amostras verdes foram pesadas, obtendo-se o valor total de matéria verde existente na parcela. De cada uma destas amostras foi retirada uma subamostra, sendo feita então a homogenização de ambas e somente metade da amostra foi separada botanicamente e a outra metade levada à estufa de ar

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secagem até peso constante realizou-se a pesagem de toda a subamostra, expressa em kg de matéria seca dos componentes da separação botânica.

Foram determinadas as seguintes variáveis: Matéria Seca Total (MST) em kg ha-1, Matéria Seca Foliar (MSF) em kg ha-1, relação folha:colmo e taxa de acúmulo de fitomassa. Determinou-se também a qualidade bromatológica da espécie em cada corte, sendo utilizada a amostra que não foi separada botanicamente. Foram determinadas a seguintes variáveis, expressas em percentagem: teor de Matéria Seca (MS), Matéria Orgânica (MO), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE), Matéria Mineral (MM), Fibra Bruta (FB) e Fibra em Detergente Neutro (FDN). As análises foram feitas no Laboratório de Bromatologia da UNIJUÍ, Ijuí –RS. As médias dos resultados obtidos no estudo foram analisadas pelo método de análise descritiva, e representados graficamente.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Produção de forragem

O ciclo de produção da grama missioneira gigante 2015/16 teve início no mês de novembro após a roçada de uniformização das parcelas do experimento, sendo que a avaliação da produção de forragem iniciou na primeira quinzena de dezembro. Este atraso no início do ciclo pode ser justificado pelo índice elevado de chuvas que acometeram o estado nos últimos meses de 2015 e também em função da última geada, registrada no dia 11/09/2015, esses dois fatores, aliados a períodos com ausência de luminosidade solar, acabam por atrasar o desenvolvimento inicial das plantas.

Foram realizadas 5 avaliações para estimativa de produção de fitomassa ao longo do ciclo, observando sempre a altura igual ou superior a 0,25 m e respeitado o residual de 0,10m. As avaliações foram feitas em intervalos que variaram de 25 a 46 dias, com uma produção média de Matéria Seca de 2541 kg ha-1 (Figura 1). Média superior à encontrada por Krahn (2015), em mesmo experimento correspondendo 0a 1770 kg ha-1 por corte, porém com 11 avaliações. Esses valores demonstram a influencia do clima no comportamento

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vegetativo de forrageiras perenes, visto que o ciclo naquele ano teve início em outubro.

A maior produção de matéria seca pode ser observada no primeiro mês de produção o que se explica em função do vigor de rebrote pós período hibernal. Miranda (2010), em experimento com doses de dejeto líquido suíno observou que independente da dose aplicada, os melhores resultados foram os 3 primeiros períodos de avaliação, pelo fato da grama missioneira gigante ser estival.

Tcacenco (1994) avaliando diferentes forrageiras, com e sem o uso de adubação, observou que a grama missioneira gigante se destacou em produtividade, sendo que sua produção no verão foi de 3.180 kg de MS ha-1 média superior a encontrada no presente estudo que foi de 2.541 kg de MS ha -1

. Outro aspecto observado por Tcacenco (1994) foi o incremento na produção com o uso de adubação, com 2,3 vezes mais produção em comparação com as parcelas não adubadas. Isso demonstra a capacidade produtiva da grama missioneira gigante mesmo sem adubação. Além dos fatores de produção, Tcacenco (1994) observou um importante fator, o potencial de cobertura de solo da grama missioneira gigante, característica também observada a campo neste estudo, fator importante a levar em consideração no momento de implantar uma forrageira, principalmente se houver declividade na área pretendida.

Outro fator a ser observado é a produção de forragem no período outonal, neste estudo as avaliações estenderam-se até maio, com boa produtividade, o mesmo foi observado por Krahn (2015) em mesmo experimento. Este fator deve ser considerado como de importância visto que nessa região esta época consiste em baixa oferta de alimento para os animais.

No que se refere à proporção entre produção de matéria seca foliar e de colmo (Figura 1), pode-se observar que há uma diferença considerável, sendo a produção de lâminas foliares bem superior a de colmos, demonstrando a capacidade produtiva da espécie. Segundo Gomide e Gomide (2000), a produtividade de gramíneas forrageiras depende da constante emissão de folhas e perfilhos, processo importante na restauração do dossel após seu

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um aspecto relevante da qualidade forrageira, tendo em vista que as folhas representam a fração de maior digestibilidade da forragem e teores nutricionais.

Miranda (2010) afirma que a disponibilidade de pasto é um dos fatores determinantes para o desempenho animal, além de que é desejável também que consumam mais folhas. Nesse sentido, a relação entre a produção de folhas, colmo e fração de material senescente (Figura 3) na massa da forragem é um importante fator a ser observado. Segundo Rodrigues et. al (2008), o consumo de forragem em condição de pastejo é influenciado não só pela disponibilidade quantitativa de forragem, mas também pela relação folha/colmo. No presente estudo a média da relação folha/colmo foi de 2,3:1 (Figura 2), o que significa que para cada unidade de colmo há em média 2,3 unidades de folha. Gomes et al. (2015) trabalhando com Tífton-85 no Noroeste do Paraná, observaram que a relação folha/colmo não foi afetada pela irrigação e decresceu com o aumento das doses de N de 2,65:1 para 1,95:1 de 0 a 60 kg de N há-1. Os valores médios de relação folha/colmo na grama missioneira foram superiores aos observados naquele trabalho, demonstrando a potencialidade da espécie, mesmo na ausência de adubação e irrigação.

A produção de forragem ao longo do ciclo produtivo foi estável, com um pico de produção em abril que pode se justificar pelo maior intervalo entre cortes, de 43 dias, aliado às condições climáticas favoráveis. Além disso, a produção de forragem estendeu-se até o mês de maio, revelando potencial para suprir o período de vazio forrageiro, em que as forrageiras anuais de inverno ainda não estão aptas ao pastejo e as estivais, em final de ciclo.

A taxa de acúmulo de matéria seca total, que representa a velocidade de formação de fitomassa, variou de 46,9 a 96,4 kg de MS ha-1 dia-1 (Figura 4) sendo que a maior taxa foi registrada no último período de avaliação com 25 dias, pode ser justificado pelas temperaturas elevadas para o período na região e chuvas regulares. A produção total de MS durante o ciclo foi de 13.084 kg ha -1

,destes, 7.554 kg ha-1 de lâminas foliares e 4.400 kg ha-1 de colmos (Figura 5), revelando uma relativa constância de produção. Tcacenco (1994) relata que cerca de 42% da produção se concentra nos meses de verão, por tratar-se de

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espécie estival, sendo que seu ciclo se encerra com as baixas temperaturas e ocorrência das primeiras geadas.

Estudo realizado por Bringhenti (2011) em Santa Catarina comparando a produção de capim elefante anão (CEA), capim setária (CS) e grama missioneira gigante (GM) em dois períodos de pastejo, obteve produção de matéria seca estatisticamente igual no primeiro período correspondente ao mês de fevereiro para CEA e GM sendo 2.396,2 kg ha-1 e 2.121,4 kg ha-1, respectivamente; já no segundo período de avaliação, correspondente ao mês de abril, houve decréscimo na produção da GM para 1.418,18 kg ha-1. O autor justifica esse decréscimo na produção em função de que a GM é uma gramínea C4 e por isso respondem muito bem a produção de MS quando as condições climáticas são favoráveis, especialmente disponibilidade de água e temperatura elevada.

Figura 1. Produção de Matéria Seca Total (MST), Matéria Seca Foliar (MSF) e

Matéria Seca do Colmo (MSC) de Grama Missioneira Gigante no ciclo produtivo 2015/16. Augusto Pestana, RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016)

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Figura 2. Percentual de produção de folhas e colmos e relação folha:colmo da

Grama Missioneira Gigante no ciclo produtivo 2015/16. Augusto Pestana, RS. (IRDeR/UNIJUÍ, 2016)

Figura 3. Produção de Folha, Colmo e Material Senescente (MSen) da Grama

Missioneira Gigante no ciclo 2015/16. Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016)

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Figura 4. Taxa de Acúmulo de Matéria Seca de Laminas Foliares (TAMSLF),

do Colmo (TAMSC) e Total (TAMST) de Grama Missioneira Gigante. Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016).

Figura 5. Produção de Matéria Seca Total acumulada (MSTa

(folha+colmo+material morto)), Matéria Seca de Lâmina Foliar acumulada (MSLFa) e Matéria Seca de Colmo acumulada (MSCa) durante o ciclo produtivo da Grama Missioneira Gigante. Augusto Pestana- RS, (IRDeR/UNIJUÍ 2016)

(26)

3.2 Qualidade bromatológica

Para a recomendação e/ou implantação de uma forrageira, são necessários conhecer dois atributos principais: sua produtividade e sua qualidade bromatológica, pois estes indicadores são fundamentais para a boa nutrição dos animais. Na bromatologia, são empregadas análises químicas para caracterizar e quantificar a composição bromatológica de diferentes recursos forrageiros empregados na alimentação de animais ruminantes (RODRIGUES; VIEIRA 2006).

A qualidade da forragem é determinada pelas características físicas e químicas das plantas, sendo que a interação destas com mecanismos de digestão, metabolismo e controle de consumo voluntário determinam o nível de consumo e o desempenho animal (REIS et al. 2006). Os principais indicadores avaliados são os percentuais de Proteína Bruta (PB), Matéria Mineral (MM), Fibra em Detergente Neutro (FDN) e Fibra em Detergente Ácido (FDA).

Durante o ciclo de produção a forragem proporcionou uma média de 8,7% de PB (Tabela 1), valor este relativamente baixo. Contudo, há de se considerar o fato de não ter sido feita adubação nitrogenada. Estudo realizado por Miranda (2010) com diferentes doses de N, obteve valores entre 10,4% e 14% de PB, o que demonstra a resposta da forrageira ao uso do N não só em crescimento vegetativo, mas também em qualidade bromatológica. No presente trabalho a PB variou de 7,47% a 9,41% durante o ciclo, sendo que o menor valor verificou-se na primeira avaliação, concordando com valores obtidos por Krahn (2015) no mesmo período.

No que diz respeito à fração mineral da forragem as porcentagens médias de MO, MM e EE, foram 90,71%, 9,29% e 1,38% respectivamente, observando-se um pequeno aumento nessas concentrações nas últimas avaliações, provavelmente de decorrência do avanço do ciclo da espécie.

Dentre os fatores que influenciam a qualidade de uma dieta destaca-se o teor de fibra em detergente neutro (FDN), fração esta inversamente relacionada com o teor de energia disponível do alimento e seu consumo (VAN SOEST3 apud KOZLOSKI et al., 2006). A grama missioneira gigante apresentou neste

3

VAN SOEST, P. J. Nutritional Ecology of theRuminant. 2.ed. New York: Cornell University Press,1994. 476 p.

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estudo uma FDN média de 67,19%, valor similar ao obtido por Bringhenti (2011) em grama missioneira gigante submetida a pastejo simulado, correspondente a 63,8%. Já Soares (2009) obteve teores de 68% de FDN, demonstrando que a forrageira apresenta teor relativamente alto, característica pouco desejável, visto que a fibra afeta negativamente o consumo de forragem pelos ruminantes. A FDN tem lenta taxa de passagem pelo rúmen além de baixa taxa de degradação, por isto, dietas com elevada FDN provocam redução na ingestão de MS total em detrimento do enchimento do rúmen prejudicando assim a expressão do potencial de produção do animal (KOZLOSKI et al. 2006).

O teor de Fibra em Detergente Ácido (FDA) indica a digestibilidade, pois a esta fração se atribui a maior proporção de lignina que corresponde à fração indigestível da fibra, logo, a FDA é um indicar do valor energético, quanto menor o teor, maior é o valor nutritivo. Teores de FDA considerados bons variam em torno de 30% (CRUZ et al. sd).

O teor médio de FDA na grama missioneira gigante foi de 34,39%, e durante o ciclo produtivo não houve uma variação significativa, o que indica que a forrageira tem um bom valor nutritivo e se mantém estável mesmo com o avanço do ciclo.

Tabela 1. Análise bromatológica química de Axonopus catharinensis Valls.

Augusto Pestana RS (IRDeR/UNIJUÍ, 2016)

Cabe ainda registrar que a grama missioneira demonstrou relativa resistência ao ataque da cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta), enquanto

Quinzena/Intervalo

MS% da

forragem

MS% na

APS

MM% na

MS

MO% na

MS

PB% na

MS

FDN%

na MS

FDA%

na MS

EE% na

MS

1ª Dez 46 dias

27,03

94,35

8,42

91,58

7,47

68,74

35,15

0,77

1ª Jan 38 dias

19,17

94,10

9,01

90,99

9,08

65,05

34,56

1,24

2ª Fev 37 dias

24,99

94,59

9,00

91,00

9,41

67,23

33,07

1,15

1ª Abr 43 dias

20,08

94,33

9,76

90,24

8,94

67,25

34,20

1,68

1ª Mai 25 dias

22,80

93,63

10,24

89,76

8,70

67,65

34,95

2,09

Médias

22,81

94,20

9,29

90,71

8,72

67,19

34,39

1,38

(28)

e Fedatto (2013) observaram em Chapecó - SC que a grama A. catharinensis apresentou resistência inferior quando comparada com a grama A. jesuiticus em relação a incidência de cigarrinha das pastagens.

Entretanto, esse aspecto não foi avaliado, merecendo atenção de futuros trabalhos, uma vez que essa praga é considerada um importante fator restritivo do potencial produtivo das pastagens. Valério e Nakano (1988) afirmam que a cigarrinha das pastagens causa, danos reconhecidamente importantes, ocorrendo em diversos países da América, e quando em altas populações, reduzem significativamente a capacidade de suporte das pastagens.

Sabe-se que o controle destes insetos ainda é um obstáculo para muitos agricultores, visto a ineficiência do controle químico e biológico. Muitos produtores desconhecem ainda a possibilidade do controle biológico por meio de fungos e acabam aplicando agrotóxicos, mesmo não sendo de todo recomendado seu uso, quando o pastejo é realizado por bovinos leiteiros.

(29)

CONCLUSÕES

A grama missioneira gigante apresentou um potencial produtivo que se estende até o outono (maio) sendo uma importante característica, por preencher o vazio forrageiro. A produção total de MS foi de 13.084 kg ha-1, destes, 7.554 kg ha-1 de lâminas foliares e 4.400 kg ha-1 de colmos, com uma produção média por corte de 2.541 kg de MS há-1 ao longo do ciclo. Os teores médios de PB foram de 8,7%, e os teores de FDN e FDA de 67,19% e 34,39% respectivamente, revelando ser uma espécie de potencial para a região Noroeste do Estado.

(30)

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE

Apêndice A. Croqui do experimento situado no IRDeR – Augusto Pesta – RS. Ijuí/2015.

Apêndice B. Precipitação média nos meses correspondes ao ciclo de produção da Grama Missioneira Gigante. Estação Meteorológica IRDeR/UNIJUÍ, 2016.

Referências

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