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Biblioteca Digital do IPG: Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria (Coimbra)

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Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Instituto Politécnico da Guarda

___________________________________________________________________________________

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

MANUELA PINA LISBOA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL

(3)

I

Ficha de identificação

Estagiária: Manuela Pina Lisboa

Número de aluno: 5007006

Local de Estágio: Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria

Morada: Rua Dom Ernesto Sena de Oliveira - Casal da Nogueira

3030-378 Coimbra

Telefone: 239702838

Tutor da Instituição: Eliana Neto

Orientador da ESECD: Marisa Filipa Ramos Teixeira

Período de Estágio: 09 de julho a 09 de novembro de 2012

(O mês de agosto a Instituição esteve fechada)

(4)

II

Resumo

O presente relatório de estágio surge no término da Licenciatura em Animação Sociocultural, lecionada na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda e é o resultado do estágio curricular de três meses. Este foi realizado no Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria, iniciado a 9 de julho e finalizado a 9 de novembro de 2012, estando a Instituição encerrada o mês de agosto.

Este estágio teve como principais objetivos: aplicar e desenvolver competências e conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longo do curso; desenvolver e aperfeiçoar capacidades e potencialidades como animadora; desenvolver técnicas, métodos e estratégias mais adequadas para o grupo; participar e criar atividades, envolvendo-me na ambiência da Instituição.

Durante o período de estágio foram desenvolvidas diversas atividades com maior predominância na área das Expressões. Trabalhámos com a Expressão dramática, físico-motora, musical e plástica.

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III

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto pelos conhecimentos que adquiri ao longo da Licenciatura e, a todos os professores que estiveram presentes neste percurso.

Em segundo lugar, agradeço à minha orientadora Professora Filipa Teixeira, por todo o apoio durante e após o estágio, porque esteve sempre presente ao longo desta etapa, mostrando-se sempre disponível para me ajudar em tudo o que fosse necessário, agradeço-lhe do fundo do coração.

Agradeço também ao Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria, pela oportunidade que me deram em poder realizar o meu estágio curricular, e em particular à minha orientadora Educadora Elina Neto por todo o apoio, assim como à Auxiliar de Educação, a Maria João, que durante todo o estágio me foi dando dicas para que o meu trabalho corresse da melhor maneira possível.

Um agradecimento sincero à minha família, em especial à minha querida mãe, por ser o grande pilar da minha vida, pelo apoio absoluto, incentivo, compreensão, paciência e preocupação.

Por último, mas não menos importantes, a todos os meus amigos, que durante estes anos têm caminhado ao meu lado dando sentido ao verdadeiro significado da palavra.

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IV

Índice

Introdução ... 1

Capítulo I - Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria ... 3

1.1. Enquadramento Territorial ... 4

1.2. Caracterização da Instituição ... 5

1.2.1. Período e horário de funcionamento ... 8

1.2.2. Público-alvo... 8

1.2.3. Objetivos do Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria ... 8

1.2.4. Serviços prestados e atividades desenvolvidas ... 9

1.2.5. Quadro de pessoal/ Recursos Humanos ... 10

Capítulo II – Enquadramento Teórico ... 11

2.1. Antecedentes da Animação Sociocultural ... 12

2.1.1. Origem da Animação Sociocultural em Portugal ... 12

2.2. A Animação Sociocultural ... 13

2.3. O papel do Animador Sociocultural ... 15

2.4. Âmbitos da Animação Sociocultural ... 17

2.4.1. Animação Sociocultural na Infância ... 18

2.5. Estádios de desenvolvimento da criança ... 20

Capítulo III – Estágio... 22

3. O Estágio ... 23

3.1. Objetivos do Estágio e recursos utilizados ... 23

3.2. Caracterização do público-alvo ... 24

3.3. Atividades desenvolvidas ... 25

3.3.1. "Mini projeto" Escola do Peão ... 26

3.3.2. Expressão dramática ... 30

3.3.3. As potencialidades do jogo e a expressão físico-motora ... 33

3.3.4. Expressão musical ... 37

3.3.5. Expressão plástica ... 39

Reflexão crítica ... 42

Referências bibliográficas ... 44

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V Índice de figuras

Figura 1 - Distrito de Coimbra ... 4

Figura 2 - Freguesias do Concelho de Coimbra ... 5

Figura 3 - Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria ... 6

Figura 4 – Interior da Sala dos cinco anos ... 7

Figura 5 - Interior da Sala dos cinco anos ... 7

Figura 6 – Parque Infantil da Instituição ... 7

Figura 7 – Exame do Peão ... 28

Figura 8 – "Palestra" sobre Segurança Infantil ... 28

Figura 9 – Entrega da Carta de Peão ... 28

Figura 10 – Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio ... 29

Figura 11 – Dia Mundial da Música - Canção do Semáforo ... 38

Figura 12 – Dia Mundial da Música – Instrumentos Musicais ... 38

Figura 13 – Desenho "Atravessa a rua só nas passadeiras" ... 40

Figura 14 – Desenho "Nunca abras a porta a desconhecidos" ... 40

Figura 15 – Semáforo elaborado por uma das crianças ... 41

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VI Índice de tabelas

Tabela 1 - Horário de funcionamento e da rotina diária das crianças ... 8 Tabela 2 - Recursos Humanos ... 10

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VII

Glossário de siglas

ANASC – Associação Nacional de Animadores Socioculturais ASC – Animação Sociocultural

PSP – Polícia de Segurança Pública

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1

Introdução

O presente relatório de estágio surge no término da Licenciatura em Animação Sociocultural (ASC), lecionada na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda e é o resultado do estágio curricular realizado no Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria, iniciado a 9 de julho e finalizado a 9 de novembro de 2012, estando a Instituição encerrada o mês de agosto.

Este estágio teve como principais objetivos: aplicar e desenvolver competências e conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longo do curso; desenvolver e aperfeiçoar capacidades e potencialidades como animadora; desenvolver técnicas, métodos e estratégias mais adequadas para o grupo; participar e criar atividades, envolvendo-me na ambiência da Instituição.

Durante o período de estágio foram desenvolvidas diversas atividades com maior predominância na área das Expressões. Trabalhámos com a Expressão dramática, físico-motora, musical e plástica. Todas estas áreas artísticas são fundamentais no desenvolvimento da personalidade da criança, o que as torna parte integrante da sua infância, permitindo assim que as crianças se desenvolvam de forma global, a nível físico, cognitivo, sensorial e afetivo.

Ao longo do presente relatório pretendo expor todo um conjunto de informações e experiências vividas durante este processo de aprendizagem, assim como reforçar a importância do papel do animador sociocultural. De forma a possibilitar uma fácil compreensão e organização do relatório estruturei-o por capítulos.

O primeiro capítulo aborda tudo o que envolve a Instituição, o seu enquadramento territorial, a caracterização, o período e horário de funcionamento, o público-alvo que acolhe, os objetivos, os serviços prestados, as atividades desenvolvidas e os recursos humanos.

No segundo capítulo, após um grande trabalho de pesquisa e estudo, apresento uma contextualização teórica sobre a Animação Sociocultural, analiso os antecedentes e a sua origem em Portugal, assim como o seu conceito e o papel do animador. Refiro também os âmbitos da ASC, particularmente a ASC na infância, no qual está inserido o estágio, e abordo ainda os estádios de desenvolvimento da criança.

No terceiro e último capítulo, descrevo o estágio propriamente dito, refiro os objetivos e recursos utilizados, caracterizo o público-alvo, assim como todas as atividades desenvolvidas, dando mais ênfase ao mini - projeto a “Escola do Peão” e às diferentes áreas exploradas, sendo elas a Expressão dramática, físico-motora, musical e plástica. Para finalizar

(11)

2

o capítulo, é feita uma reflexão crítica, onde refiro os aspetos positivos e aspetos a melhorar com os quais fui aprendendo e crescendo ao longo do estágio.

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3

Capítulo I - Centro de Bem Estar Infantil

do Movimento de Casais de Santa Maria

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1.1. Enquadramento Territorial

Coimbra1 é a maior cidade da região Centro de Portugal, situada na sub-região do Baixo Mondego, com cerca de 143 052 habitantes (2011). Sendo o maior núcleo urbano, é centro de referência na região das Beiras, Centro de Portugal com mais de dois milhões de habitantes.

Banhada pelo Rio Mondego, Coimbra é sede de um município com 319,41 km² de área, subdividido em 31 freguesias, com densidade populacional de 448,94 hab/km2.

O município é limitado a norte pelo município de Mealhada, a leste por Penacova, Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo, a sul por Condeixa-a-Nova, a oeste por Montemor-o-Velho e a noroeste por Cantanhede.

É considerada uma das mais importantes cidades portuguesas, devido a infraestruturas, organizações e empresas para além da sua importância histórica e privilegiada posição geográfica no centro da espinha dorsal do país.

Coimbra é chamada também de "Cidade do Conhecimento" ou "Cidade dos estudantes", principalmente por ter uma das mais antigas e prestigiadas universidades da Europa – a Universidade de Coimbra.

Figura 1 - Distrito de Coimbra

Fonte: http://www.google.pt/imgres?q=distrito+de+coimbra

1

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5

Segundo o site da junta de freguesia2, Santo António dos Olivais é a maior freguesia da Região Centro e uma das maiores de Portugal. Com 19,13 km2 de área e com cerca de 38 936 habitantes (2011), é a mais populosa do concelho e mesmo do distrito de Coimbra, com densidade populacional de 2 035,3 hab/km2.

Criada em 1863, nela ainda é possível encontrar duas áreas distintas: a urbana e a rural.

Figura 2 - Freguesias do Concelho de Coimbra

Fonte: http://www.google.pt/imgres?q=Freguesias+de+coimbra

1.2. Caracterização da Instituição

Segundo o Regulamento Interno (setembro de 2010), o Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, com cerca de 1800 m2, construída em 1985.

Situada na Rua D. Ernesto Sena de Oliveira, Casal da Nogueira, freguesia de Santo António dos Olivais. Inserida numa zona habitacional, com alguns serviços ao dispor, como a PSP, a Escola Básica 2,3 Dr.ª Alice Gouveia e alguns estabelecimentos comerciais.

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6

Esta Instituição oferece um serviço de qualidade para crianças dos três meses aos seis anos de idade, usufruindo das valências de creche e jardim-de-infância. O edifício foi construído para os fins a que se propõe, pelo que as instalações podem ser consideradas boas.

As duas salas de atividades, destinadas à creche, respetivamente para crianças de um e dois anos de idade, são amplas, com boa luminosidade e arejamento natural, com revestimentos seguros e de fácil higiene e equipadas com recursos didáticos adaptados às características das crianças que as frequentam. As duas salas, de um e dois anos, possuem um WC, com instalações sanitárias próprias, bem como uma zona de higiene. Tanto uma como outra sala têm suportes com cabides na zona exterior às mesmas, que suportam mochilas e vestuário, entre outras coisas.

Além destas duas salas, existe o berçário que é composto por duas salas, em que uma delas tem a função de sala de berços, numa zona de higienização e uma copa.

As cinco salas de atividades, destinadas ao jardim-de-infância, frequentado por crianças entre os três aos cinco anos de idade, são igualmente amplas, com boa luminosidade e arejamento natural, com revestimentos seguros e de fácil higiene e equipadas com recursos didáticos adaptados às características das crianças que as frequentam. Excetuando uma sala que não possui WC privativo, as outras têm instalações sanitárias próprias, bem como suportes com cabides na zona exterior às mesmas, que suportam mochilas e vestuário, entre outras coisas. Os espaços comuns são igualmente espaçosos, permitindo uma boa mobilidade e segurança às crianças e seus familiares.

Figura 3 - Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria Fonte: Própria

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A instituição possui um salão polivalente e uma cozinha, onde são confeccionadas as refeições diárias. Dispõe de uma zona de tratamento de roupa, devidamente equipada com as respetivas máquinas necessárias ao tratamento e manutenção das roupas utilizadas na higiene pessoal das crianças, nas refeições e no repouso.

Além das salas e dos espaços acima descritos, o edifício tem uma secretaria, um gabinete do diretor técnico e da assistente social e um gabinete para a direção, dois WC'S para adultos, uma lavandaria, uma dispensa interior, uma sala de refeições para as funcionárias e uma sala de reuniões.

Existe ainda um espaço exterior, composto por recreio equipado com parque infantil e duas despensas destinadas a arrumações, situadas no exterior do edifício (Regulamento Interno, setembro de 2010).

Figura 4 – Interior da Sala dos cinco anos Fonte: Própria

Figura 5 - Interior da Sala dos cinco anos Fonte: Própria

Figura 6 – Parque Infantil da Instituição Fonte: Própria

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8 1.2.1. Período e horário de funcionamento

O ano letivo decorre desde o segundo dia útil de setembro a 31 de julho do ano seguinte. A instituição está encerrada por um período de 30 dias para férias dos funcionários, para limpezas e desinfeção, durante o mês de agosto.

Para além dos sábados, domingos e feriados obrigatórios, a instituição encerra nos dias 24 e 31 de dezembro e na Terça-Feira de Carnaval.

O horário de funcionamento é das 8h às 19h (ver tabela 1).

Entrada Almoço e higiene Descanso/ Ateliers/ Atividades Extra Curriculares Lanche e higiene Ateliers/ Atividades Extra Curriculares 08h00 às 09h00 12h00 às 13h30m 13h30m às 15h00 15h45m às 16h30m Até às 19h00

Tabela 1 - Horário de funcionamento e da rotina diária das crianças Fonte: Própria

1.2.2. Público-alvo

O Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria recebe crianças de várias zonas da cidade de Coimbra e arredores, dentro das quais se encontram crianças com necessidades sociais mais prementes. Consideradas deste modo como "casos sociais específicos", têm alguns privilégios dentro da instituição, os quais se encontram no Regulamento Interno da mesma.

As crianças que frequentam este Centro têm uma idade compreendida entre os três meses e os seis anos de idade.

Em termos quantitativos tem 141 crianças no total, 71 na creche e 70 no jardim-de-infância.

1.2.3. Objetivos do Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria

Segundo o Regulamento Interno (setembro de 2010) os objetivos do Centro são os seguintes:

 Promover o desenvolvimento integral das crianças através do aproveitamento das suas potencialidades;

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9

 Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e de segurança, designadamente, no âmbito da saúde individual e coletiva;

 Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam as aprendizagens significativas e diversificadas;

 Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade;

 Assegurar os cuidados de alimentação, higiene e segurança adequados à idade das crianças;

 Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;

 Despertar na criança a curiosidade e o pensamento critico;

 Assegurar, através da colaboração dos diversos níveis do pessoal técnico, a continuidade educativa, atendendo às necessidades bio-psico-sociais das diferentes etapas do desenvolvimento das crianças;

 Preparar as crianças para a transição para o 1º ciclo.

1.2.4. Serviços prestados e atividades desenvolvidas

O Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Cascais de Santa Maria assegura, para além da educação e de todos os cuidados especiais facultados pelas educadoras e respetivas auxiliares de educação, a prestação dos seguintes serviços: alimentação, cuidados de higiene, assistência medicamentosa, socorro em caso de acidente, atividades sociopedagógicas.

O Centro assegura a realização das atividades decorrentes dos Projetos Curriculares de sala e ainda as seguintes atividades extracurriculares:

 Educação Musical (dos três aos cinco anos de idade);

 Iniciação à língua inglesa (dos quatro aos cinco anos de idade);  Natação (dos três aos cinco anos de idade).

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10 1.2.5. Quadro de pessoal/ Recursos Humanos

O quadro de pessoal da instituição encontra-se afixado em local bem visível, contendo a indicação do número de recursos humanos (direção técnica, equipa técnica, pessoal auxiliar e voluntários), formação e conteúdo funcional, definido de acordo com a legislação/normativas em vigor.

Atividade Profissional Pessoal

Direção Técnica 1 Diretor técnico que também desempenha as funções de Psicólogo Direção Pedagógica 1 Diretora Pedagógica/ Educadora de infância com acumulação de funções Secretaria 1 Secretária

Creche

Berçário 5 Auxiliares de ação educativa, sendo uma responsável

Sala de 1 ano 1 Educadora e 4 Auxiliares Sala de 2 anos 1 Educadora e 3 Auxiliares

Jardim-de-infância

1 Sala de 3 anos 1 Educadora e 2 Auxiliares 1 Sala de 3 anos 1 Educadora e 2 Auxiliares 1 Sala de 4 anos 1 Educadora e 2 Auxiliares 1 Sala de 5 anos 1 Educadora e 1 Auxiliar

Cozinha 1 Cozinheira e 3 Auxiliares de cozinha Lavandaria 1 Auxiliar de lavandaria

Limpeza 4 Auxiliares de limpeza

Tabela 2 - Recursos Humanos Fonte: Própria

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Capítulo II – Enquadramento Teórico

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2.1. Antecedentes da Animação Sociocultural

A Animação Sociocultural é uma forma de intervenção relativamente nova. Segundo Lopes (2006), a sua designação é originária dos países francófonos e é explicitada nos anos 60. Em Portugal atingiu a sua máxima expressão na segunda metade da década de 70, depois da revolução do 25 de abril. Contudo, os seus antecedentes remontam aos tempos longínquos da 1ª república (1910/1926), prolongando-se pela ditadura militar e pelo Estado Novo (1926/1974). Encontramos sinais de Animação no programa educativo da 1ª república. Em abono desta tese refere Cortesão (1981) citado por Lopes (2006: 95-96):

"Sente-se que durante toda a 1.ª república, uma atitude generosa e romântica, talvez utópica, esteve presente em muitas decisões. A aposta, a nível pelo menos do discurso, na dignificação do Homem e na sua promoção moral e social através da educação manifestou-se em inúmeras situações. Por isso, o combate ao analfabetismo, a difusão da cultura popular e o empenhamento na educação transformaram-se numa bandeira que uniu na atuação muitos republicanos."

Nesta época de combate ao analfabetismo, proliferaram inúmeras iniciativas de educação e cultura popular.

A par destas, outras iniciativas governamentais foram tomando forma, dando corpo a um sistema de ensino progressista e até vanguardista para a época. Projetaram-se reformas significativas, no quadro do sistema educativo, que passam pela institucionalização do ensino pré-primário oficial, o primário geral e superiores, inteiramente gratuitos. Outras medidas, tais como a criação de escolas móveis, as universidades livres e as universidades populares, foram implementadas com o intuito de se promover a elevação cultural das camadas populares.

2.1.1. Origem da Animação Sociocultural em Portugal

Não é possível identificar, de uma forma precisa, a origem, menos ainda atribuir uma cronologia àquilo que hoje designamos como Animação.

Por isso, partilho das opiniões de conceituados estudiosos, como Ventosa (1993), quando afirma que é muito difícil determinar em que data concreta se constitui a Animação uma vez que, ao longo da história da humanidade, sempre houve lugar para a eclosão de fenómenos de Animação. Em consonância com este princípio está Ucar (1992), quando sustenta que é difícil precisar o momento exato do aparecimento da ASC, visto que a sua difusa manifestação se perde no tempo.

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Em Portugal, a questão da origem da Animação é também considerada como sendo temporalmente indeterminada se a considerarmos como uma manifestação difusa de criatividade e de integração social, embora seja mais precisa se a considerarmos como uma metodologia ligada à intervenção nos campos social, político, educativo e cultural. Neste último sentido, ela nasce, nos anos 60, como resposta a problemas derivados da identidade cultural, integração, participação, comunicação, socialização, relação, educação, etc. (Garcia 1987).

Segundo este mesmo autor, a idade da infância da Animação é correlata da recomposição do tecido social provocado pelo nascimento das sociedades industriais, pelo êxodo da população do campo para a cidade e pela consequente necessidade de assegurar formas de intervenção junto das classes trabalhadoras.

A origem da Animação surge, assim, motivada pela necessidade histórica e social da vivência corresponder à convivência e a participação não ser reduzida a um ritual calendarizado, mas antes a uma prática comprometida com o desenvolvimento rumo à autonomia das pessoas e à auto-organização; pela necessidade de o tempo livre não ser ocupado, mas sim animado; de se privilegiar a comunicação interpessoal, em vez da distanciação mediatizada; de se promover a criatividade e expressividade humanas e não a robotização; de se favorecer a partilha de saberes em vez de se proclamar um saber unívoco; de se estimular o ator / pessoa em vez do espectador / pessoa, bem como de se valorizar as práticas e as experiências, expressas nas dimensões da educação não formal e informal (Garcia 1987).

2.2. A Animação Sociocultural

"A ASC é um conjunto de práticas sociais que visam estimular a iniciativa e a participação das populações no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integradas."

(UNESCO 1977)

Segundo Lopes (2006), temos cerca de meia centena de definições sobre o que vários autores consideram ser a ASC. Esta variedade conceptual joga com a diferente ênfase que é colocada através do quadro polissémico constituído a partir de uma tríade composta por três termos, Animação + Sócio + Cultural, associados a noções e aos sentidos de animar, de sociedade e de cultura.

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Deste modo, e de entre as múltiplas definições de ASC, parece-me que a produzida por Ander-Egg (1986: 125), e por ele próprio considerada como incompleta, continua a ser um bom ponto de partida. Diz o autor citado anteriormente que a ASC pode ser entendida como "um conjunto de técnicas sociais que, baseadas numa pedagogia participativa, tem

como finalidade promover práticas e atividade voluntárias que, com a participação ativa das pessoas, se desenvolvem num seio de um grupo ou comunidade determinada, e se manifesta nos diferentes âmbitos das atividades socioculturais que procuram a melhoria da qualidade de vida." 3

A ASC é, antes de mais, uma forma de intervir, em que a forma de atuar é mais importante do que os conteúdos, ou seja, as atividades específicas que se realizam não são o mais importante. O que realmente importa são os fins que essas atividades procedem e a maneira como são postas em prática.

Garcia (1976) citado por Lopes (2006), refere que a ASC é, na sua essência, vida e ação, pelo que se torna difícil expressar esta torrente e este turbilhão em constante movimento através do discurso escrito.

Este mesmo autor diz que a ASC, como todas as situações em movimento permanente, presta-se pouco à observação exterior tranquila e paciente, porque, na sua essência, ela é movimento, dinamismo, vida e sentido. Refere ainda que a "ASC é um processo que visa a

consciencialização participante e criadora das populações. É um método de intervenção, destinado a estimular as pessoas e os grupos no sentido do autodesenvolvimento… É a aquisição de capacidade necessária para que as comunidades sejam elas próprias, agentes de mudança e de criatividade cultural." (Garcia 1976, citado por Lopes 2006: 144)

A ANASC (1999) citado por Lopes (2006: 148), parte da mesma opinião ao referir que a "ASC é um conjunto de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento de uma

determinada realidade, que visa estimular os indivíduos, para a sua participação com vista a tornarem-se agentes do seu próprio desenvolvimento e das comunidades em que se inserem. ASC é um instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integrado dos indivíduos e dos grupos."

A ASC aparece essencialmente aqui como um método de integração e de participação das comunidades no seu próprio desenvolvimento, tentando a sua melhoria.

Esta Animação tem como finalidade favorecer a formação de grupos autónomos, responsabilizá-los pelos seus atos com vista a adquirirem a sua independência no que diz

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15

respeito ao seu sentido de responsabilidade perante a sociedade em que estão inseridos e com o mundo.

Quintas e Castaño (1998: 36), definem a ASC como "um processo racional e

sistemático, que pretende alcançar com a clareza dos objetivos, uma

organização/planificação dos grupos/indivíduos, através da participação ativa para realizar projetos eficazes e otimizantes de cultura, para a transformação da realidade social."

Para Simonot (1974), a ASC é um sector da sociedade em que os agentes são destinados a fixar alguma transformação de atitudes e relações entre indivíduos e coletivos, através da ação direta sobre os indivíduos. Esta ação é geralmente exercida através de várias atividades, utilizando uma pedagogia que atende métodos ativos, mas não diretivos.

É importante e necessário o indivíduo se submeter a um processo educativo intencionalmente dirigido para a promoção do seu desenvolvimento e crescimento.

O desenvolvimento dos indivíduos não pode ser deixado ao acaso, nem tão pouco a intervenção pode apenas ser pensada e dirigida para a resolução de problemas. Trata-se de centrar o indivíduo e as comunidades na otimização do seu funcionamento (Gouveia, 2008).

Os indivíduos só podem envolver-se neste tipo de atividades, caso estiverem conscientes da sua importância, perspetivando-as em termos do momento presente e futuro. É deste modo que aparece o papel do animador sociocultural.

2.3. O papel do Animador Sociocultural

A profissão de animador, como começa a perfilar-se, situa-se entre a do educador e a do agente social puro. Por isso, em muitos casos a sua formação transformou-se numa especialização da educação social ou da pedagogia social.

Segundo Trilla (2004), o animador é um educador, porque tenta estimular a ação, o que supõe uma educação na mudança de atitudes. Quer seja uma mudança mínima, como no caso de um animador turístico cuja função consista, simplesmente, em tirar do isolamento pessoas anteriormente desconhecidas para propor jogos ou atividades em comum, quer se trate de um animador que pretenda mobilizar uma comunidade inteira para um processo solidário.

Qualquer das múltiplas modalidades de animador que conhecemos pressupõe uma ação educativa que, neste caso, não se exerce com pessoas individuais, como noutras modalidades da educação, mas com grupos ou coletivos mais amplos.

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16 "Aquela pessoa que pela sua ação cria as condições mais favoráveis para conseguir a realização humana. O papel do animador deve ser encaminhado para conseguir que os membros do grupo conheçam, se sintam e se esforcem para chegarem a ser pessoas comunitárias."

De acordo com Limbos (1978), um animador deve:

 ter o sentido da responsabilidade, empenhar-se fortemente, possuir maturidade elevada;

 ser dinâmico e entusiasta, entusiasmar o grupo com o seu espírito, acreditar naquilo que faz;

 ter uma personalidade forte, ser alguém que num contacto não passe indiferente;

 inspirar confiança, ser honesto, reto e leal;

 ter a capacidade de iniciativa, ter ideias, ter imaginação e audácia;

 ter capacidade de organização e gestão;

 ser aberto, acolhedor, de ideias largas e saber aceitar a diferença;

 ter um ideal, dar ânimo ao grupo;

 ser objetivo, realista e saber distinguir o essencial do acessório.

A formação do animador é algo inacabado, trata-se de um processo formativo com carácter de permanência, onde o animador está sempre a aprender, nunca está concluído (Ander-Egg 2002).

Deve possuir uma capacidade para infundir vida, infundir calor a outras vidas, renovar o gosto de viver e transmitir aos outros o entusiasmo de lutar por objetivos que nos transcendem. Esta capacidade de infundir a vida, expressa na habilidade de animar e motivar, é uma qualidade indispensável para quem trabalha com as pessoas em atividade que supõem um certo grau de participação dos destinatários.

Segundo este mesmo autor, um animador é por definição um agente dinamizador que opera como catalisador de um processo, mas dificilmente pode animar se não for capaz de motivar. Só é animador quem anima, quem é capaz de dinamizar a vida pessoal, grupal e social. O bom ânimo e a alegria animam e criam entusiasmo, infundem energia, enfim, incrementam o estímulo pela ação, e o entusiasmo é o principal fator motivacional de que dispõe o animador. Ter capacidade para se relacionar e comunicar com as pessoas – a importância da comunicação interpessoal, empatia, confiança, humor. O animador deve trabalhar com as pessoas e não para as pessoas.

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Ter confiança, ter coragem, ter capacidade de correr um risco, ter disposição de aceitar a dor, o erro, desilusão, a incompreensão, isto requer a coragem de atribuir a maior importância a certos valores, os valores da vivência e da convivência.

A ANASC (1999) no V Congresso Internacional de ASC, aprovou o estatuto de animador, e definiu uma tipologia de animadores socioculturais assente nos seguintes princípios: animadores profissionais e animadores voluntários.

Também Ventosa (1993), defende que as diferentes tipologias de animadores existentes resultam da necessidade de se adequarem a um âmbito de Animação e a um modelo de intervenção. Com base neste princípio, considera uma tipologia triádica constituída por: animadores naturais, animadores voluntários e animadores profissionais.

Já se percebeu a importância da ASC numa sociedade que apresenta uma conjuntura cada vez mais instável. Face a esta realidade, o animador deverá estar permanentemente a educar-se e a educar socialmente os sujeitos de ação (Correia, 2008).

2.4. Âmbitos da Animação Sociocultural

Quanto aos âmbitos da ASC, Ander-Egg (2000) diferencia-os entre âmbitos de ação (que expressam o contexto onde se realizam) e os âmbitos geográficos.

De acordo com este autor, utilizando este critério de classificação, podemos distinguir cinco âmbitos principais de ação e dentro de cada um deles pode-se fazer outras classificações, tendo em conta os sectores específicos onde se realiza a animação.

 Contexto institucional: animação numa aula de cultura, clube de aposentados, casa pensionista, associação de vizinhos, clube juvenil, etc.

 Contexto técnico: animação teatral, recreativa, desportiva, musical, de dança, etc.

 Contexto social: animação para jovens, emigrantes, agricultores, etc.

 Contexto espacial: animação numa rua, num bairro, numa aldeia, numa cidade, etc.

 Contexto político: animação para a realização de determinados objetivos: reivindicação, ação, etc.

De acordo com o âmbito geográfico em que se desenrolam as atividades, pode-se fazer a seguinte classificação:

 Animação rural

 Animação suburbana

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Falar em âmbitos de ASC, segundo Lopes (2006), significa ter presente a perspetiva tridimensional respeitante às suas estratégias de intervenção:

 dimensão etária: infantil, juvenil, adultos e terceira idade;

 espaço de intervenção: animação urbana, animação rural;

 pluralidades de âmbitos ligados a setores de áreas temáticas, como a educação, o teatro, os tempos livres, a saúde, a comunidade…

Todos estes âmbitos implicam o recurso a um vasto conjunto de termos compostos, para designar as suas múltiplas atualizações e formas concretas de atuação: Animação socioeducativa, Animação cultural, Animação teatral, Animação desportiva, Animação comunitária, Animação turística, Animação infantil, juvenil, de adultos, na terceira idade, entre outras.

Muitos são os âmbitos presentes na história da ASC em Portugal.

Temos presente que, quando falamos em âmbitos ligados a atividades, estamos a entrar num universo demasiado subjetivo, marcado pela rotatividade imposta pelos ritmos humanos ao longo do tempo. Estamos a refletir sobre um método de intervenção assente em técnicas que, independentemente do âmbito da ASC, têm de possuir uma dimensão social, cultural, educativa e política interligada entre si (Lopes, 2010).

Quando falamos em âmbitos de ASC, estamos a falar, sobretudo, na relação de determinadas áreas com processos que se ligam a esta metodologia, sem a qual não pode ser considerada ASC. Entendemos também, que estas modalidades (social, cultural e educativa), não são estáticas nem autónomas, antes se ligam ao movimento da história que mais não é que o movimento dos homens.

Por tudo isto temos de associar a ASC a uma intervenção onde o social é simultaneamente cultural e educativo e vice-versa.

O âmbito que será abordado a seguir está diretamente relacionado com o estágio curricular realizado no Centro de Bem Estar Infantil do Movimento de Casais de Santa Maria, que recebe crianças com idades compreendidas entre os três meses e os seis anos, é a Animação infantil.

2.4.1. Animação Sociocultural na Infância

Para diferenciar a ASC na infância de outras atividades educativas que também têm lugar nos tempos livres, convém proceder, previamente, a uma série de precisões.

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19

Segundo Calvo (2004), a Animação infantil aproveita o potencial educativo do ócio para criar processos de desenvolvimento pessoal e social. Defende o valor da liberdade e não se preocupa em entreter ou distrair as crianças, ocupando os seus tempos livres com atividades educativas concebidas e conduzidas de forma restrita, nem também pretende servir-se dos tempos livres dos sujeitos para alcançar objetivos instrutivos.

Para a ASC na infância, as atividades não são um fim, mas um meio com o qual se conta para atingir o objetivo último de educar no ócio.

Ana Calvo situa a ASC na infância dentro do contexto das relações entre educação e tempos livres.

Quando falamos de ASC na infância, estamos a delimitar um âmbito da ASC dirigido a um coletivo específico, que identificamos utilizando o critério da idade.

Sob uma perspetiva geral, podemos afirmar que as características fundamentais deste tipo de Animação são as mesmas que definem o estilo próprio deste género de Animação no sentido mais amplo.

Segundo a mesma autora, a ASC na infância "mantém, na sua forma de proceder, os

princípios próprios que a ASC defende e somente nos seus programas de intervenção, nas suas atividades e metodologias, encontraremos processos específicos e diferenciais, fruto, por um lado, do ajuste às características e necessidades dos grupos destinatários da sua ação e, por outro, da sua estreita relação com a pedagogia do ócio" (Calvo 2004: 209).

Esta trata das atuações educativas próprias da educação nos tempos livres, cujos objetivos estão diretamente relacionados com o ócio. É o caso da ASC na infância, cujo objetivo último, como já referi, é educar no ócio.

Segundo Lopes (2006: 316), qualquer ação a levar a cabo no domínio da Animação infantil deve obedecer a princípios que contemplem:

 "a criatividade: promovida, sobretudo, a partir do envolvimento em áreas expressivas, que considerem formas inovadoras e processos de aprendizagem, a improvisação e a espontaneidade;

 a componente lúdica: que faça com que o prazer da ação se manifeste na alegria de participar, num clima de confiança, em atividades portadoras de satisfação e promotoras de um permanente estado de convívio;

 a atividade: geradora de uma dinâmica, fruto de uma interação resultante da ação;  a socialização: encontrada a partir da envolvência com outros e de programas que a

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 a liberdade: fruto de ações sem constrangimentos, castrações e repressões, o sentimento de liberdade é uma procura permanente e uma necessidade vital;

 a participação: mediante a qual todos são atores protagonistas de papéis principais e não relegados para planos secundários."

Considero pois, com todo o exposto até agora, que a ASC na infância tem, e pode ter mais ainda, uma importante presença tanto como metodologia como âmbito específico de intervenção. No que à metodologia se refere, de acordo com Masó (2008), a ASC pode ser um recurso idóneo nos diferentes espaços, serviços e projetos de intervenção educativa, social e cultural, tanto no âmbito formal como informal. O potencial educativo do grupo, o valor formativo do ambiente e a consideração da educação como processo transformador, são alguns dos princípios que fundamentam e se aplicam a prática desde a ASC neste sentido.

2.5. Estádios de desenvolvimento da criança

Piaget considera que o ser humano evolui, passando ao longo do seu desenvolvimento pelos seguintes estádios:

1. Estádio Sensório-Motor (0-2 anos)

2. Estádio Intuitivo ou Pré-Operatório (2-6 anos) 3. Estádio das Operações Concretas (7-11 anos)

4. Estádio das Operações Formais (12 anos em diante).

Portanto, como o meu estágio curricular foi desenvolvido com crianças entre os quatro e cinco anos de idade, insere-se no segundo estádio de Piaget.

Uma das características deste período é o desenvolvimento da atividade simbólica, caracterizada pelo facto da criança diferenciar o significante do significado.

A criança desenvolve a linguagem, estando esta muito ligada à função simbólica. Segundo Piaget, as características deste período de desenvolvimento são as seguintes:

 Egocentrismo – considerado como a incapacidade manifesta da criança de se colocar no ponto de vista do outro. Neste estádio, a criança afirma mas nunca demonstra, porque o carácter social da sua conduta, dado o seu egocentrismo, não lhe permite provar as coisas perante os outros. A criança não sente necessidade de se justificar.

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 Irreversibilidade – refere-se à incapacidade manifesta pela criança para entender a reversibilidade de certos fenómenos, ou seja, ela não percebe que as coisas permanecem as mesmas (iguais) mesmo que sofram uma operação (transformação). É em consequência desta característica que se chama a este período de Pré-Operatório. A criança não entende o problema da conservação (quer dos líquidos, quer dos sólidos).

 Raciocínio transdutivo – é um tipo de raciocínio que parte do particular e chega ao particular.

 Animismo – tendência para considerar as coisas como sendo vivas, dotadas de intenções e de consciência. Esta caraterística exprime uma confusão entre a realidade subjetiva e objetiva.

 Artificialismo – é a crença de que as coisas foram construídas pelo homem ou por uma entidade divina, mas de forma semelhante ao da fabricação humana.

 Jogo simbólico – o jogo, neste período é essencialmente um jogo de imaginação e imitação. O jogo para a criança neste estádio de desenvolvimento, é uma atividade real do pensamento. Através do jogo, a criança satisfaz o eu, porque transforma o real em função dos seus desejos. O jogo é, pois, nesta idade, uma forma de assimilar o real ao eu.

 O realismo moral – a criança considera que os deveres e os valores têm uma identidade própria, independentemente da consciência do sujeito, impõem-se por si. A gravidade de um ato não é medida em função da intenção que o motivou mas sim em função dos prejuízos materiais.

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Capítulo III – Estágio

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3. O Estágio

O estágio curricular é o culminar de três anos de licenciatura, visando que o aluno aplique na prática aquilo que aprendeu ao longo desses anos. Atingindo, assim, um vasto leque de conhecimentos e experiências para futuramente ingressar no mundo do trabalho.

Este estágio teve início no dia 9 de julho e finalizou no dia 9 de novembro de 2012, estando o mês de agosto a Instituição encerrada para férias. Foi realizado no “Centro de Bem Estar Infantil do Movimento dos Casais de Santa Maria” em Coimbra, onde trabalhei na sala dos quatro anos o mês de julho com 17 crianças, e na sala dos cinco anos o restante tempo com 22 crianças.

3.1. Objetivos do Estágio e recursos utilizados

Durante estes três meses de estágio, o meu grande objetivo foi proporcionar atividades novas e diferentes daquelas a que as crianças estavam habituadas a fazer, quebrando um pouco a rotina que elas tinham.

Pude assim aplicar competências adquiridas em unidades curriculares teórico-práticas que tive ao longo do curso, pois muitas proporcionaram-me uma dimensão conceptual das múltiplas expressões ao serviço da Animação, neste caso direcionadas para a infância.

Assim, durante o estágio tive como objetivos gerais os seguintes:

 Aplicar e desenvolver competências e conhecimentos teórico-práticos adquiridos ao longo do curso;

 Desenvolver e aperfeiçoar capacidades e potencialidades como animadora;  Desenvolver técnicas, métodos e estratégias mais adequadas para o grupo;  Participar e criar atividades, envolvendo-me na ambiência da Instituição.

Perante cada atividade proposta estabeleci objetivos, sendo estes os objetivos

específicos do estágio:

 Desenvolver a capacidade de concentração e coordenação motora;  Desenvolver a criatividade e imaginação das crianças;

 Desenvolver a capacidade cognitiva e de raciocínio;

 Desenvolver e aperfeiçoar as capacidades motoras e motricidade fina;  Incutir na criança o gosto pela música, dança e leitura;

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 Promover a interação entre as crianças;  Compreender e aplicar as regras dos jogos;

 Desenvolver o espirito de equipa entre as crianças;  Estimular a atividade física.

Estes foram os objetivos que marcaram presença no trabalho que realizei com as crianças ao longo do estágio.

Quanto aos recursos materiais utilizados ao longo do estágio, estes foram todos disponibilizados pela própria Instituição, pois tinha ao meu dispor todo o material que precisasse para realizar as atividades.

Quanto aos recursos humanos, durante o estágio tive todo o apoio da Educadora Eliana (orientadora na instituição), da Maria João (auxiliar de educação), do Dr. Alexandre (psicólogo e Diretor Técnico) e da Dr.ª Cristina (Secretária), assim como o resto da equipa que trabalhava na Instituição.

3.2. Caracterização do público-alvo

Durante o estágio o público-alvo com o qual trabalhei foi sempre o mesmo grupo de crianças, entre os quatro e cinco anos de idade. O número de crianças ia variando entre as 17 e 22, sendo que algumas iam de férias com os pais, ou ficavam em casa com os familiares durante os meses de verão.

As crianças eram todas do concelho de Coimbra, sendo a maior parte da freguesia onde se centra a Instituição, Santo António dos Olivais.

Todas as crianças já sabiam escrever o seu primeiro nome e algumas até o último, e já copiavam os números, quando os escrevíamos no quadro.

Era um grupo relativamente calmo, claro que havia meia dúzia de crianças que eram mais agitadas, mas normalmente conseguiam estar com atenção às atividades desenvolvidas. Apesar de serem um grupo grande, com 22 crianças, a Educadora tinha "técnicas" e conseguia controlá-las naturalmente.

No início foi complicado, pois eu era uma pessoa nova na sala e as crianças não estavam habituadas, achavam estranho, mas depois da segunda semana elas começaram a habituar-se. Comecei a falar com elas, a fazer jogos e fui-as cativando. Claro que encontrei algumas dificuldades, como refiro nas reflexões semanais (ver anexo II), algumas vezes era difícil obter a atenção das crianças, tinha de fazer um grande esforço. Quando as mandava

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sentar para ouvirem com muita atenção a explicação do que íamos fazer, houve alturas em que tive mesmo de levantar a voz e ser "má" para elas, só assim conseguia ter a sua atenção. Havia dias que saía da sala exausta, cansada, mas sabia que o dia seguinte iria ser melhor.

Ao longo destes três meses tive todo o apoio da Educadora Eliana, assim como da Maria João (auxiliar de educação) ajudavam-me em tudo, e iam-me dando "dicas" para que o meu trabalho fosse desenvolvido da melhor maneira.

As crianças tinham a mesma rotina todos os dias, entre as 8h e 9h30m iam chegando à Instituição. Às 10h sentavam-se no tapete e comiam o pão, depois preenchíamos a tabela das presenças e falávamos das atividades que iríamos realizar a seguir. Normalmente desenvolvia as minhas atividades das 10h30m às 12h. Posteriormente as crianças iam à casa de banho lavar as mãos e às 12h30m almoçavam. Às 13h iam para a sala lavar os dentes, depois dormiam a sesta das 13h30m às 15h. Quando acordavam iam à casa de banho, eu penteava-as, e geralmente viam um filme até à hora do lanche. Às 15h45m lanchavam, às 16h vinham para a sala ou iam para o parque brincar e, após as 16h30m ficavam com a Maria João. Durante todo o dia eu estava sempre presente, participava em todas as atividades e auxiliava a Educadora no seu trabalho.

3.3. Atividades desenvolvidas

Durante o primeiro mês de estágio o meu horário era das 9h às 13h30m e das 15h às 17h30m. Nos outros dois meses, o meu horário mudou, só tinha meia hora de almoço e almoçava na Instituição, porque das 13h30m às 15h ficava com oito crianças que já não dormiam a sesta, e saia às 16h30m. O horário, às vezes, prolongava-se por mais algum tempo dependendo das atividades do dia.

As atividades que desenvolvi ao longo do estágio iam variando, não dando portanto ênfase apenas a uma área específica. Mais à frente será destacado o cronograma (ver figura 10) com as atividades que foram repartidas pelos três meses de estágio, com relevo para as atividades de Expressão Dramática, Físico-Motora, Musical e Plástica.

Como já referi anteriormente, na primeira semana de estágio limitei-me a observar as crianças e tentei adaptar-me ao espaço. Participei nas atividades desenvolvidas pela Educadora com o objetivo de ganhar a confiança dela e das próprias crianças.

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Na segunda semana de estágio já propus atividades, jogos tradicionais, como o “jogo das cadeiras”, “o gato e rato”, “o lencinho”, “o bom barqueiro”, “a corda humana”, “coelhos às tocas”, “rede dos peixinhos”, “serpentes” e “a mamã dá licença”.

Nas semanas seguintes desenvolvi várias atividades com as crianças, que estão mencionadas detalhadamente nas planificações semanais (ver anexo I).

Todas as atividades desenvolvidas foram planificadas de acordo com o público-alvo a que se destinavam, crianças com idades compreendidas entre os quatro e cinco anos.

Quanto ao tempo de duração das atividades desenvolvidas com as crianças, eu só tinha 1h30m da parte da manhã para o fazer.

Na última semana de estágio dediquei o meu tempo todo a fazer as pastas para as crianças guardarem os trabalhos deste ano. A educadora tinha-me pedido para pensar numa forma de fazer as pastas para as crianças, então decidi fazer com tecidos de ganga. Primeiro pedi aos pais para trazerem uma peça de ganga que já não usavam, depois conforme iam chegando as peças eu ia descosendo e cortando à medida. A Maria João ensinou-me a trabalhar com a máquina de costura e a cozer e lá fui tentando fazer. Foi complicado aprender, porque nunca tinha trabalhado com uma máquina daquelas, mas com bastante esforço, dedicação e horas a mais, lá fui aprendendo. No total consegui fazer 12 pastas (ver anexo XI).

Todas as atividades que desenvolvi com as crianças estão minuciosamente explicadas nas planificações semanais que realizei durante o estágio (ver anexo I).

Uma das atividades mais importantes que desenvolvi foi o "mini projeto" Escola do Peão, como refiro no ponto a seguir.

3.3.1. "Mini projeto" Escola do Peão

A Escola do Peão foi um "mini projeto" que desenvolvi durante o mês de outubro. Este teve como principais objetivos a aprendizagem, por parte das crianças, das principais regras de trânsito e de segurança infantil.

A intenção foi sensibilizar e alertar as crianças para os cuidados a ter na rua (e em casa/escola) quanto às pessoas estranhas ou no que poderão, de alguma forma, atentar contra a segurança das mesmas.

Este projeto foi pensado de acordo com as preocupações dos pais e os interesses e necessidades das crianças. Visto serem crianças de 5 anos, que para o próximo ano letivo vão

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para a Escola Primária, senti que tinham de aprender algo mais, de acordo com a sua própria segurança.

Comecei por entregar aos pais uma pequena explicação do que iria ser a Escola do Peão (ver anexo IV), assim como uma ficha de inscrição para poderem inscrever os seus filhos (ver anexo V).

Outra das atividades que desenvolvi foi o "Exame do Peão". Para que esta se concretizasse fui ao Comando da Polícia de Coimbra pedir ajuda, expliquei o que pretendia e os Polícias disponibilizaram-se a dar uma "palestra" às crianças sobre Segurança Infantil e a fazerem um percurso com sinais de trânsito para efetuarem de bicicleta.

Durante o mês de outubro desenvolvi várias atividades com as crianças de acordo com o tema, nomeadamente a execução na via pública do atravessamento correto nas passadeiras e nos semáforos. Expliquei-lhes as regras de trânsito para os peões e os principais sinais de trânsito. Procedi à leitura de livros relativos ao tema, com situações do dia-a-dia, e dei-lhes desenhos para pintarem. Para além de elas gostarem muito de pintar, para mim também era mais fácil conseguir explicar às crianças o que pretendia. Acheipor bem dar-lhes um desenho ilustrando a situação, o que tornava mais fácil a sua compreensão. No final juntei os desenhos de cada criança e fiz um dossier para cada uma, em anexo apresento um dos dossiers (ver anexo VIII).

Escrevi também duas histórias relativas ao tema que posteriormente contei às crianças. Elas ficaram entusiasmadas e gostaram muito, para além de terem compreendido a mensagem.

Todos os dias, antes de iniciarmos as atividades planeadas, havia uma conversa no tapete relativamente ao que íamos fazer. Era importante que as crianças percebessem o que iam fazer e o que era pretendido, para não terem dúvidas durante as atividades e não estarem sempre a perguntar o que era para fazer e/ou distraídas.

No dia 30 de outubro foi feito o "Exame do Peão", como eu tinha planeado, os Polícias foram à nossa Instituição a fim de fazerem um pequeno percurso com sinais de trânsito, para as crianças fazerem de bicicleta. As crianças gostaram muito, como foi uma atividade nova, estavam entusiasmadas. Depois do Exame do Peão, os Polícias deram uma pequena "palestra" sobre Segurança Infantil, onde passaram um PowerPoint (ver anexo IX) e pequenos filmes relacionados com o tema. No final houve um debate onde as crianças fizeram perguntas. Despois disto, eles entregaram a Carta de Peão (feitas por mim) a cada criança (ver anexo VII).

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Figura 7 – Exame do Peão Fonte: Própria (30-10-2012)

Figura 8 – "Palestra" sobre Segurança Infantil Fonte: Própria (30-10-2012)

Figura 9 – Entrega da Carta de Peão Fonte: Própria (30-10-2012)

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29 Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio

Dias Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Ju lh o 9 - 13 16 - 20 Exame de recurso 23 - 27 S et em b ro 3 - 7 Encerrado 10 - 14 17 - 21 24 - 28 Ou tu b ro 1 - 5 Feriado 8 - 12 15 - 19 22 - 26 29 - 2 Feriado Folga Nove m b ro 5 - 9 Expressão Físico-Motora Expressão Dramática Expressão Musical Expressão Plástica Jogos didáticos Culinária Halloween Filme Observação, adaptação… Exame do Peão

Elaboração de gráficos de acordo com os questionários preenchidos pelos pais Costura – Execução das pastas para os trabalhos das crianças

Figura 10 – Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio Fonte: Própria

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30 3.3.2. Expressão dramática

Dentro do espírito eclético que é característica dos portugueses, as perspetivas do jogo dramático, do teatro infantil, do drama educativo e da psicologia da expressão artística, deram origem a uma expressão dramática característica, designando uma área educacional em que todas estas perspetivas se fundem e se confundem.

Originalmente ligada à educação pela arte, correspondendo ao jogo dramático e considerada por Read (1943) como um dos melhores métodos educativos, a expressão dramática vai sucessivamente ganhando uma ênfase muito grande quanto às suas características expressivas.

Read (1943) citado por Sousa (2003: 20) refere que "a expressão dramática é

fundamental em todos os estádios da educação". Considerando-a mesmo como uma das

melhores atividades, pois consegue compreender e coordenar todas as outras formas de educação pela arte.

Mota (1985) citado por Sousa (2003: 20) mostra-nos outro ponto de vista, ao referir que "falar de expressão dramática é falar do eu e do eu a partir para os outros… A nossa

função é ir descobrindo e transformando. A expressão dramática é um retirar de máscaras, é estabelecer o equilíbrio entre o mundo exterior e o mundo interior do homem, ou seja, é harmonizar a vida social e a essência do homem."

A dimensão conceptual da expressão dramática, por ser tão vasta, é hoje indiferenciadamente aplicada, quer se referindo a uma metodologia educativa, a técnica de ensino ou a disciplina curricular de cursos de formação de atores (Sousa 2003).

Como área curricular presente nos cursos de formação de atores, Chevaly (1978) citado por Sousa (2003: 21) enaltece as suas virtudes: "a expressão dramática é na realidade

um método de educação ativa, um meio pedagógico, uma técnica educativa que põe em ação os dois motoros essenciais da arte teatral, as duas qualidades fundamentais do intérprete, a imaginação e a ação."

Vários autores, com formação teatral e educacional, fazem questão em chamar a atenção para as profundas diferenças que existem entre a expressão dramática educacional e a expressão dramática teatral.

A expressão dramática não é teatro. Este parte de um texto que traduz uma ação dramática a ser representada por atores. Para a criança, este texto é já de si uma barreira… (que a leva) a reduzir-se à palavra, ignorando a representação (Lenhardt 1973, citado por Sousa 2003).

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Em expressão dramática a criança pratica a vida, está a fazer funcionar estruturas interiores emocionais muito importantes, está a desenvolver-se ao nível do domínio da ligação dos fenómenos imaginação/ação (Avelino e Bento 1989, citado por Sousa 2003).

É através da expressão dramática que a criança se experimenta a si mesma, vive a sua imaginação, os seus sonhos, as suas fantasias e até os seus medos, provando a si própria as suas capacidades de transformação e de se imaginar em outras situações.

Podemos dizer que, de um modo geral, a expressão dramática se propõe sobretudo a ajudar a criança a desenvolver a sua personalidade, a autoeducar-se e a satisfazer algumas das suas necessidades presentes mais fundamentais, nomeadamente necessidades de expressão dos sentimentos, criatividade, ludismo, desempenho de papéis, evasão pela ficção, catarse, ab-reação, compensação, sublimação (Sousa, 2003).

Também Landier e Barret (1999: 12) referem que "a expressão dramática, enquanto

prática pedagógica do teatro no sentido mais lato, pode-se fixar como finalidade favorecer o desenvolvimento, o desabrochar da criança através de uma atividade lúdica que permita uma aprendizagem global (cognitiva, afetiva, sensorial, motora e estética)."

Neste sentido, ela partilha das intenções da finalidade geral da educação que é o desenvolvimento global da personalidade da criança.

No que se refere à Expressão dramática, passo a descrever algumas das atividades que desenvolvi com as crianças4:

Romeu e Julieta - Duas crianças têm os olhos vendados, são o famoso par "Romeu e

Julieta". No centro do círculo formado pelas outras crianças, "Romeu" procura alcançar a sua amada. De vez em quando chama: "Julieta" e esta deve responder-lhe: "estou aqui!" e, disfarçar a voz. As outras crianças divertem-se ao verem a mímica de "Romeu e Julieta" os quais, sem darem por isso, passam muitas vezes ao lado um do outro. O jogo termina quando "Romeu" encontrar a "Julieta".

Esta atividade tinha como principal objetivo desenvolver a orientação da criança no espaço, a exploração da voz e a concentração.

Dramatizações - As crianças escolheram duas histórias, a "Branca de neve e os sete

anões" e o "Capuchinho vermelho" e depois representaram-nas com a minha ajuda.

Esta atividade tinha como principal objetivo desenvolver a criatividade e imaginação das crianças.

4

Atividades consultadas em: Pinto, A. et al. (2003). Interagir – Técnicas de Animação. 2ª edição. Porto: Edições Salesianas. Beja, F., Topa, J. e Madureira, C. (2010). Jogos e Projectos de Expressão Dramática. Porto: Porto Editora.

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32 Dramatização do atravessamento correto nos semáforos - Esta atividade consistiu

em as crianças dramatizarem o atravessamento correto nos semáforos, mas dentro da sala, em que uma criança era o peão, outra o carro, outra o semáforo para os carros e outra o semáforo para os peões. Depois quando o semáforo para os carros levantava uma cor, por exemplo o verde, o semáforo para os peões tinha de levantar o boneco vermelho, então o carro podia passar e o peão esperava, e assim sucessivamente, foram dramatizando quatro crianças de cada vez, até passar a vez por todas.

Esta atividade tinha como objetivo relembrar o atravessamento correto nos semáforos.

Leitura de histórias – Por várias vezes, as crianças estavam sentadas no tapete, e eu

contava-lhes histórias.

Esta atividade tinha como objetivo desenvolver na criança o gosto pela leitura.

Imitar o chefe - As crianças formam uma roda e escolhe-se uma para ser a primeira a

começar o jogo. Esta é o chefe e propõe uma maneira de andar: aos saltos, de gatas, ao pé-coxinho, entre outros elementos. Todos na roda o imitam, reproduzindo o movimento proposto e, ao meu sinal, a criança seguinte da roda passa a ser o chefe, propondo ela uma nova maneira de andar. O jogo só termina quando todas as crianças tiverem passado pelo papel de chefe.

Stop - Com as crianças espalhadas pela sala, à minha voz "ação!", todos andam pela

sala, sem chocarem uns com os outros. Quando eu disser "Stop!", todos têm de parar imediatamente e ficar imóveis formando uma estátua expressiva. À nova voz "Ação!", é retomada a caminhada. Quando eu disser "Cima!" todos devem parar com os braços no ar, "Chão!" todos param deitados no chão, "Pé!" todos ficam com um pé no ar, "Mão!" todos põem uma mão no chão, "Cabeça!" e todos deitam as mãos à cabeça.

Estes dois exercícios tinham como objetivo desenvolver a capacidade de concentração na criança.

Pato, pato, ganso - As crianças formam uma roda sentadas no chão. Escolhe-se um

voluntário, que dá a volta à roda pelo lado de fora, poisando a mão levemente na cabeça de cada um dizendo "pato, pato, pato, pato". Quando essa criança tocar na cabeça de alguém e disser "ganso", as duas crianças correm à volta da roda tentado chegar ao lugar e sentar-se rapidamente. A que ficar sem lugar é a que continua à volta da roda, dizendo "pato, pato, pato".

Este exercício tinha como objetivo desenvolver a agilidade e rapidez da criança.

O polícia e o ladrão - Escolhe-se um polícia e um ladrão. As restantes crianças

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33

dos dedos a tocarem-se. O jogo começa com o polícia e o ladrão em cantos opostos. O objetivo é, como tem de ser, o polícia apanhar o ladrão, mas… À minha voz "virar!", as filas rodam um quarto de volta para o lado previamente combinado (por exemplo, a direita), alterando assim o percurso da caçada e dificultando a vida ao polícia ou ao ladrão. Quando o polícia apanhar o ladrão troca-se, e escolhe-se outro polícia e outro ladrão, para dar a vez a todas as crianças.

Este jogo tinha como objetivos estimular a atividade física e testar a agilidade e rapidez da criança.

Infelizmente não consegui desenvolver mais atividades de Expressão dramática com as crianças, embora ache estas extremamente benéficas no seu desenvolvimento. Não o consegui porque estas não se mostravam muito interessadas pelas mesmas, era uma área que não as chamava muito à atenção. E como eram crianças de quatro e cinco anos de idade, eram muito irrequietas, então eu tinha de planear atividades que as cativassem mais, como atividades de expressão físico-motora e plástica pelas quais manifestavam maior interesse.

3.3.3. As potencialidades do jogo e a expressão físico-motora

Jogar e aprender, descobrir e conhecer, tomar consciência do próprio corpo, são peças básicas para a formação pessoal da criança entre os três e seis anos. Os pedagogos concordam que a melhor maneira de conseguir esses objetivos é jogar. O jogo satisfaz a necessidade de expressão e de reação espontânea da criança, além de lhe permitir conhecer um sem-números de novos conceitos.

Segundo Ros e Alins (2002: 4) "a partir do momento em que a criança descobre o seu

esquema corporal e as suas possibilidades, é importante que aprenda a utilizar o corpo para comunicar, expressar sentimentos, dramatizar situações, etc."

Os principais objetivos da expressão corporal são dar forma ao que se compreende e ao que se sente, mostrá-lo e saber comunicar tanto individual como coletivamente.

O desenvolvimento da comunicação através do movimento corporal, a mímica e o gesto, fomentam o crescimento mental e motor da criança e ensinam-na a relacionar-se com os outros e com o espaço envolvente.

A expressão físico-motora e o jogo são meios muito unidos entre si, visto que a criança comunica brincando, ao mesmo tempo que se diverte dramatizando determinadas situações.

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