I
SA ]. VA R O S
]iliN
Õ Il'Í ß: N O Slittvtio
vbre
a noçfui detariø
Jisica tle Platão a Galileo 33j.
rl
t:sutlastit'aoislã
dahlalc
tl'ldlict(Juc
tloutrinu
astrollôrnica cr'rltvónr arlcltar'? l)e'vc-sc'ttsaro
sistcmadc
Ptolontcu?l)cvc-sc
crcr
tìa tcoria
dc
Al-lìitnrgi? As
construçõcs gcorttótricas propostas peloAlttttßcsto
síioadnriravclllcntc
adc<¡uadas para salvar os fcltônrcltos; conì a ajudadcs-lits
constntç(-ics,os
calculatlorcs¡lrderanr conì[Ðr
tabelast¡uc
anutrciatn os nlenores tlot¿rllrcstlos
nlovilnentos cclcstcs, c os dr-sacordos crrtrc us irrdir:ações dessas tabelasc-9s darlos
dc
obscrvação são inlpcrcel)tíveis; rrras ashi¡rtcsr's
sobrc as t¡uais rcpottsattt cssits construçõcs nâ-o lì¡ranr cstabclcci<.las pcla [ìísica pc'r'iPatr!tica,t,
o (lttci
pior, csLaFísicr
Jrroduz argunìetìtos apro¡rriados para dcrrubií-las.A
dttutritta
dc
Al-Bitrogi, pclo contrário, rccorreu a urna Físicir, <¡uc acrcclitava aristtltólica. Para obter scusl-utt-tlalnclrtos; ¡ìas
sr¡as dcrluçõcsfbralll
i¡rtcrrolnpidasrnt¡ito
rlltcs
dc
haver Produzidorcsultados suscetívcis
dc
scre¡tr corn¡raratlos às obscrvaçõcs; ulas ltíftr I'ora¡n lcvadas atéa
oorrstruçãode
tabclasc
clcrnóridcs,c
assirnnfo
sc ¡rotlctiatlizcr
sc e.sta dtttrtri¡la é srr l'i ci c r t tc ltltrt
su lva r o s J Þ t tr) r t rc t t tt s .A
cscolásticacristã
tlo
sóculoXllloscilou
erìtrc L.sses dois sistertlas astroltônrictrs, crrrpururda crrr dircçãoilo
dc,Ptolonre-u ¡rcla viva cLrriosidatlc t¡ttc lhc laziatlcscjrr
ulrracicrrcia
lrttural
r¡uc cstivcssctlc
acrlrdo conì os e-nsirtanrcnltts dacx¡rcriincia,
earras-tatla
para odc Al-llitrcgi
por scu ros¡rcito à Mctafísicado
tìilósol'o.
þlntrc os tncstres tlcss¿¡ oscolistica, e:xistcnr lt¡trclcs piìra os t¡uais a soluçdo dcstc dilcrna ó dcternrillada ¡rclu lcspostuù
scguirrtc t¡Lrcstño: r¡rrcvrtor
cortvótnatribtrir
às hipótesesda
Astrono-rrr ia'l
lrrci
Bcnlard
clcVcltlull,
ctìì scÌr
'Ilactott¿s sttpcrtotam Astntbgiamt,
cx¡rõe dclìr¡na
uttrito
conrplctatt
tlcbate crìtrc os
dois sistcn¡as astro¡lólllic:os, a¡xiso
qucdí
ga¡[o
clc causa ao sistcrlra clc Ptololllcr¡. Para c-lc, as hi¡ótcscs t¡ttc sustctttarll cstcsis-tclna
sño ver{adcil'as;c
sua verdadc é tlcrnorrstradapcltl
acordoquc
hi
tattto
tcttt¡xt rnantéltr-sccntrc
suas conscqüirrcias c os rn<lvirnerltos obscrvados. Dcvcnt scr cotlsidc-radas conro verdadcsde
fito
cuja
ccrtcza, ilncdiatarncntc lornccirJa ¡rcla expcriirlciasetrsível, cscapa
a toda
tlcnlolrstração,pcrquc
tal
certczaó
atttcrior
iìtlcnxltrstrlçixr
c a dirige:..O prinrciro procedinrento la tcoria clc
Al-llitrogiJ
dizelc2
é irnpossívcl;rrâod sufìcientc
para salvaros
fcnólnclros clrunrcrados antes, f-cnôttrcttos quetodtl
lromern razoável é obrigado a
ad¡lritir.
Rostaconcluir, pttrtattltl,
t¡ueo
scguttdtlproceditnetìto, aquele tlue consiste enì sulÐr urn cxcôtttrico, trrn cpiciclo c orbes
nrÍrltiplos,
é
necessírio.Por
estc procedirncrtto, todos os irtcovcrtielttes dequc acabantos <le falar são cvitaclos, todas as aparôncias cnt¡nrcradas no capítulo
alttcrior
saio salvas; tottlando-o por prirrcípìo. podc-sedetcrmillar
e prevcr tudo r.rque
pode scr conhecidombre
os rnovinrentos, as distdncias e as grartdcz.as closI
l;rci lJcr¡rartlo rlc Vcrlun, 'l'ru(lotus oplin¡u,r,ç¿¿/rcr l()lûrt, Asltob,ql¿rlr ctlilus a lirittrc [ìt t lt¿ltltr
tlc
Virtluno ¡rtol'cssorc rlc ortlinclilttrnr
lnirrorttrrr (lìiltliotcca Nacioltilltlc
Paris. ltl:tlltlscritor latirros rp 7333 c rì9 ?334).2Vcrtl utr. A st rokryia m.tlisl inct io t I I, ea¡rit trltr trr 4.
L-corpos celestes;
e,
até hoje, todas essas previsões mostram-se exatas,o
que nãoocorreria se esse ponto de partida fosse falso; pois, em
todo
assunto' um pequenopor
mais numerosase
precisasque
s€jam as confirmações recebidas da experiên'cia
por
uma teoria, jamais as hipóteses que sustentam essa teoria adquirema
certeza das ìerdadesdo
senso comum; seriaum
graveerro
Pensar assim, eFIei
Bernard deciscano do século
XIII!
havia inserido uma exPosição s
hoje
perdida,do
OPus minus.to
para ser colocadas neste artigcomposta
por
Bacon com diversas ia naturalia.e fragmento3 é consagrado à com' de
Al-Bitrogi.
Essecapítulo,
onde34
Hqre
Duhem3Roger Bacon, Incipit liber primus comnunium natwaliunl F¡atris Rogeri Bacon. . . Incipit secundus liber communium naturalium, qui est de celestibus, aut de coelo et mundo.
..
Incipit quinta pars secundilibri
naturalium.
CapitulumXVII
(Bibliotcca Maza¡ine, manuscrito n9 3576. f. I 30).35
se
encontr¿rminseridas textualmente
passagensbem
característicasdo
Tlactatusstpø
totamAstnlogiam
de Bernard de Verdun,tem
às vezes a aparência de uma po-lêmica dirigida contra essa obraa"Aqueles
-
diz
Bacon-
quetêm
a intenção de destruir os epiciclos e osexcên-tricos, dizem que é melhor salvar a ordem da Natureza e contradizer os sentidos,
que muitas vezes falham, sobretudo nos casos em que os fenômenos se acham a
uma
gande
distância;mais vale,
em
suaopinião, deixar
sem solução algum sofismadifícil
de resolver do que supor aquilo que écontnírio
à Natureza."Proseguindo
sua exposição, Baconretorna a
esse mesmo pensamento,e
parece, agora, fazê-lo seu:"Os físicoymatenuíticog
aquelesque
seguemos
caminhosda
Natureza, esfor-çam-se sem dúvida,asim
como osmatemáticos puros, que ignoram a Física, para salvar as aparências; mas eles se esforçam, ao mesmo tempo, para salvar a ordeme os
princípios
da
Ffsica;
os
matemáticospuros,
aocontrário, os
destroem. Parece,portanto,
que mais vale, em nosas suposições, imitar os físicos, mesmo se isso nosimpedir
de resolver alguns sofismas ti¡ados menosda
razão do que dossentidos."
Quem escreveu ess¿rs linhas é aquele que geralmente é repreæntado como o temível
adver$rio da
Cosmologia dedutiva peripatética,como
o
precursordo
métodoexpe-rimental!
Apesar
de
zua predileção pela Astronomia fundamentada emprincípios
da Física,ou
seja, pelaAstronomia de
Al-Bitrogi
-
predileção que recusa curvar-se mesmo aodesmentido dos fatos
-
Bacon é obrigado a reconhecer "que não se encontraminstru-mentos, nem cânones, nem tabelas construídas com o objetivo de submeter ao contro-le dos fatos as hipóteses dos
físicos";
ele é obrigado aadmitir
que o objetivo de toda téoria astronômica é fornecer ciílculos conformes com as obsewações."Há uma coisa que é preciso saber e que merece atenção: embora os matemáticos
puros,
por
um lado,
e
aquelesque
conhecema
Física,por outro,
proponham procedimentos diversos para salvar aquilo que aparece nos corpos celestes, todoseles,
no
entanto,
sedirigem
aum
só e mesmoobjetivo,
emborapor
caminhosdistintos;
esseobjetivo
é
conhecer as posþões dos astrosfìxos
ou errantes emrelação ao zodíaco; portanto, embora não concordem com
o
caminho a seguir,todos admitem que
o
caminho seguido deve terminar no mesmolimite
e mesmofìm."
aApds
"
redação deste trabalho, novas pesquisas nos convence¡î¡m de que foram os escritosde Roger Bacon que precederam e inspiraram o tratado de Be¡na¡d de Vcrdun: aquilo que
disc-mos aqui sobre a oposição entre as opiniiies desses dois franciscanos ndo se mantóm,
SALVAROS
FENÔMENOSEnvb
þbre
a noçiío de teorùøfísiu
de pløtãa a Galiteon-za
le
iori
e, tS¡ n- o-ra as le )s Íou
ls n-le it it 9 I IF
Seria
certa
que havia adotadomo-mentaneamen
persistido em colocar aCosrnologia
d
efato,
ele não demorouDe
Alkimis.
Como estetítulo
permite
pfever, este fragmento daOpustertium
discutelongamente
rPtolomeu
eo
proposto porAl-Bitrogi.
inseridapor
Bacon enr seusttttntunia
da discussão tftada da Opusminus,
sen't
que
seintroduziam
em suaenumerado e¡1 seu Tractatus super
totam Asttologiom,
e indicado comoo
conjuntoa salvar.
vacilações de Roger verdadeira natureza
ter
chegado até eles. Seu confrade, o bem-aventuradoIrmão
Bonaventura, pareceter
percebido umtipo
dereflexo
dessa sabedoria; ele a utiliza, todavia, contra aqueles que, fortalecidos pelasconfirmações da experiência, pretendem transformar o sistema de Ptolomeu em verda'
de demonst¡ada:
.,Quando julgada pelos sentidos,
diz
o
Doutor
seráficoE, parece que a suposiçãodos matenuitlcos é a mais exata, pois as deduções e julgamentos nela fundamen'
tados
nâ'oos
conduzem
a
nenhuma conseqüência errôneacom
relação aosmovimentos dos corpos celestes. No entanto, do ponto de vista da realidade, não C necessírio que essa posição seja a mais verdadeira (secundum rem tatnßn non
36
Pierre DuJrcmsBiblìot..u Nacional de Paris, nranuscrito latino n9 10264,
Ì'
186, frente, af'
220' frcntc' 6Bo.or,, communiumilatttalíum,libe¡
secundus, partis quintac, cap.II
andvl
(Bibliotcca Maza¡inc, ms. 3576,f.
120 a 130).?Bu-rl,
communitnn noturalium (Biblioteca Mazari¡e, ms. 3576,f.
129; Bibliotcca Nacional dc Paris, manuscrito latino n9 10264,f.20O.
8F¡ei Boave¡tura (Celebratissimi Patris Domini Bonaventurac Doctoris Scraphici)1n secundunt
tibntm Sententiantm disputata; disp.
XIV,
parsIl,
quaest.II:
Utrum luminaria moveantur in orbibus suis rnotibus ProPriis.I
no-tra
:ou de lue ,US via rtoSALVAR
OS FENÕfuÍENOSEnsaio
vbre
ø noção de teoria físíca de Platão o Galileo 37oportet
esse verius), poiso
falso é freqüentementeum
meio para se descobrir averdade; parece que
o filósofo
da naturezautiliza um
método e uma suposição mais razoáveis".Entre
o
sistemade
Ptolomeu,que
salva as aparóncias rejeitando os princípios daFísica peripatética,
e
o
sistema das esferas homocêntricas,que
se apóia sobre essesprincípios
masnão
concorda com os fatos, São Bonaventi¡rr não sabe como escolher,lcmbra'se'então'do'ïilåi:in::;ïTî"'åï:,ï'åiï:"iiåïf
;å"ï"",ä;lïîi3:
re as quais repousa a teoria; talvez, de
fato,
as aparências pudes-de outras hipóteses; assim, ele nlantérn a esperança na iuvençdoe os
princípios
do
físico e
as observaçõesdo
astrônomo se-j am igualmente salvaguardado s.Esse sentimento, que apenas se pode
intuir
na ob¡a cloDoutor
serátìco, se afìrma nos escritos doDoutor
Angélico.Em
suæ lições sobre o Decaeb
et Mundo de Aristóteles, Tomás deAquino
esboça os fundamentos fìlosofìcos d'e uma teoria astronômica que apenas admite rotaçõesuni-formes em
torno
ao centro do Universo.Essa teoria das revoluções celestes salva todos os princípios da Metafísica
peripatéti
ca; concordará ela igualmente com as
observaçõ
Aquinosa-be
que
nãoe.Já
Eudoxos, Callippos eAristóte
pararepre-sentar os diversos acidentes
do
movimentodos
mantente o sistema das esferas homocêntricas,e
muitas das complicações que elesintroduzi¡am
não encontram justificação na fìlosofia do Estagirita. Com maior razão pode-se dizer o mesmo dos excêntricos e dos epiciclos imaginados por Hipparchos e ptolomeu.
Que grau de confìarça deve ser
atribuído
a essas hipóteses sobre as quais se funda-mentam os diversos sistemas astronômicos? Averroes já havia insistido em que as consi-derações pelas quaisos
geômetras asjustificam
nadaposuem
de uma demonstraçãológica.
A
crítica
de Averroes parece haver inspirado a São Tomás a seguintereflexÍo:
"As
suposiçõesque
os astrônomos imaginaramnio
sâ'o necessariamenteverda-deiras; embora
essas
osfenômern
não se deve
afirmar
,
pois poder-smovimentos
aparent
outro
procedainda não concebera
são Tomás
já
havia, aliás, formulado antes essa reflexãor 0, embora dc. umrmaleira
um pouco
mais
concisa,ao expor
esteaxioma fundamental
de
Aristóteles:
todo movimento circular simples éfeito
emtomo
do centro doMurdo.
eSão
Tonrás de Aquino, Exæsitio super libro de Cacb et Mundo,lib. II, lectio XVII
roTom¿Ís cle
Aquino,
Expsitio,lib.
I, lect.III.
aef tza es. po las la-ca tal nt in¡.-.
38
Piqre
Dultem"Com
efeito, uma roda que se move emtomo
de seupróprio
centronÍo
se movecom
um
movimento
puramentecircular;
seu movimento é complicadopor
um subir e um descer."Mas
parece, segundo essa observação, que os corpos celestes não se movemtodos
com movimentocircular.
Comefeito,
segundo Ptolomeu, os movimentosdos planetas se realizam seguindo epiciclos e excêntricos, e esses movimentos nâ'o se fazem em
tomo
do
centrodo
Mundo, que éo
centro da Terra; eles se fazem emtorno
decertosoutros
centros."Deve-se obsewar,
a
pro$sito
disso,que Aristóteles não admitia
que assim fosse; ele supunha,com
os astrônomos de sua época, que todos os movimentoscelestes fossem descritos em
torno
do
centro da Terra. Mais tarde, Hipparchos e Ptolomeu imaginaram os movimentos dos excêntricos e dos epiciclos para salvaraquilo que se manifestava aos sentidos, nos corpos celestes. Isso nâ-o é, portanto, algo demonstrado;
é
apenasuma certa
suposição (Undehoc
non
estdenons-tmtum,
sedsuppositb
quadam).
Se,no
entanto,
essa suposiçãofose
verda-deira, os corpos celestes continuariam a se mover em
torno
do centro do Mundo,pelo
movimentodiário,
que éo
movimento da esfera suprema: esta anasta todo o Céu em suarevolução".As hipóteses que sustentam
um
sistema astronômico nâ'o se transformam em verda-des demonstradas apenas porque suæ conseqüências concordamcom
as observações;Tomás de
Aquino
o
declara, seguindo Averroes, embora de umaforma
menos rude;e
ese princípio da
Lógicalhe
parece sem dúvida essencial, poiso
formula
ainda emoutro localt
I
:"Pode'se
dar
conta
de uma
coisa de
duas maneiras diferentes;uma
primeiramanei¡a consiste em estabelecer
por
uma demonstraçã'o suficiente a exatidão deum princípio do qual esa
coisa decorre; assim, na Física, dá-se uma razão que é suficiente para provar a uniformidade do movimento do céu.um
segundo modode dar a razão de uma coisa consiste n suficiente, mas em fazer ve¡ que efeito
inicialmente;
assim,em
Astrologia,jus
fato
de que, por meio desas hipóteses,tivas
aos movimentos celestes; mas isso nãoé um
motivo
sufìciente de prova, pois os movimentos aparentes poderiam, talvez, ser salvos por meio de umaoutra
hipótese."
Nessas diversas passagens,
são
Tonuis
de Aquino
adota
asidéias
expresas por Simplicios e quasetoma
empÍestados os termos dos quais ooutro
se serviu.Reconhe-visíveis
de uma influência
exercidapelo
comentador gregooliístico.
Além
disso, essainfluência não
pode ser negada:De
C-aebet Mundo de Aristóteles,
São Tomás de Aquino1 r
I
S,4LVAR OS FENÔMENOS
Ettvb
sobre a rnçdo de teoria física de PI¿tfu a Galileo 391a-3S;
te; )m
cita,
várias vezesr2,os
comentáriosque
Sirnplicios havia composto sobrea
mesma obra.Os
princípios
supostospor
São Tornás de Aquino, seguindo Simplicios, permitiramaos astrôIìomos
utilizar
sem escrúpulo as hipóteses de Ptolomeu para estudar osmovi
mentos
aparentesdos
astros, embora suas opiniões metafísicas devessem obrigá-losa
rejeitar
essas hipóteses.Assim,
Jeande
Jandun,
apesarde
grande admirador deAristóteles
e de
Averroes,adota,
com
todos os
astrônomosde
sua época, a únicateoria
astronômicaque
fornece
aos observadorese
aos calculadoresos
cânones eefemérides.
Ele
afirrnat',
"conì
Ptolomeue
todos os astrônomos nrodemos", <1ue ónecess¡írio supor a existência de excêntricos e de epiciclos.
"De
lato,é
precisoadmiti¡
quanto
aos corpos celestes as hipótesesque
permitern salva¡ os fenôlnenos (salvareappøentias)
observadoshá muito
tempo
e
constatados semque
se tema qualquererro,
quando
é
imposível,
semrecorrer
a
essas hipóteses, salvar esscs fe¡ômenose dar-lhes uma razão."
Mas
se
"essasórbitas determinam
exatamenteos
lugarese
os
movirnentos dos planetas, se elas convêm perfeitamente ao cálculo e à construção das tabelas dcrnovi-mentos
celestes", resultarádaí
que
elas tenhamuma
existOncia essenciale
real, in esse et secundumrem? Pouco importa ao astrônomo."Pa¡a ele é sufìciente saber o seguinte: se os epiciclos e os excêntricos existissem,
os
movimentos celestese
osoutros
fenômenos seriam produzidos exatamentecomo se produzem; e isso pelo simples fato de suporem-se tais excêntricos e tais
epiciclos, existam essas órbitas realmente entre os corpos celestes ou
nio;tal
é suficiente ao astrônomo,pois,
enquanto astrônomo, nâ'otem llue
se preocuparcom o
porquê(unde);
desde quetenha
o
meio
de deterrninar exatamente os lugares e os movimentos dos planetas, ele não pergunta se isso provém ou não dacxist6ncia
real
detais órbitas
no
Céu; esta pesquisa cabeao
físico;
pois
uma conseqùência pode ser exata mesmo quando seu antecedente tjimposível."
Iso
era escrito perto do a¡ro de 1330 na Unive¡sidade de Paris.O
final
da Idade Média escoou-se sem que o ensino dessa Unive¡sidade nos trouxesse qualcluer novo documento relativo ao valor das hipóteses astronômicas; no séculoXlV.
em Paris, a ciência dos movimentos celestes atravessou um desses períodos de domínio
pacífìco,
no
qual
ninguém discuteos princípios
sobre os quais repousam as teorias,e todos os
esforços tendema
aperfeiçoar as aplicações.o
sistema deptolomeu
era, então, admitido sem contestaçâ'o.As
escolasitaliânæ da
mesma época também nãonos
forneceln test¿munhosin-teresantes;
o
estudoda
ciência astronôrnicaé aí
menos avançadodo
que em paris, nessa época; favorece-sesobretudo
a
Astrologia
e
discute-sepouco a
naturezae
ovalor das hipôteses empregadas.
l2Tomis de Aquino, Expositio,lib.
I,lcct. VI c lib. II, lcct. IV. l3Jcan de Jandun (Joannis de Jantluno)
,
Acutissímae quaestiottes in cluod.ecint libros Metø-physicæ and Aristotelíset
ùúgni Conrilentatol¡s intentionetn ab coden cxactissirne disputatæ, lìb. XII, quacst. XX.or
le-go la: noL-40
Piøre
ÐuJrcntr
Liznrente,
o
copista-
chalnado Petrus Collensis-
era tão mal escriba quanto ignorante clo Latim.Pietro de
Abano era
um
compilador; não
se deveexigir dele princípios
lógicospcrl-eitamente
fi¡nes
e
claros,
no
entanto,
quando cliscutels
as hipóteses Soble osãxcô¡tricos
e
os
epiciclos,é
visivelmentedirigido
pelos ensinamentosde certa
filo-sofìa; talfilosofia
é, claramente. a de Ptolomeu.Ele lembra quel 6
apenas dezoito movimeltto s".
Após
haver exposto longamente os diversos sistemas propostos pelos astrônomos, ele adicíonal 7 :,.Mostramos, portanto, brevemente, que nenhuma das opiniões precedentes pode salvar de tnaneira perfeita aquilo clue o astrólogo observa, embora certos sistemas
impliquem
consecluêucias rnais absurdasdo
que
asque
decorremde
outrossisternas.
"
"Contudo,
convém dar preferência aos sistemas de Ptolomeu e de seusdiscípu-los, clue supõem excêntricos e epiciclos, pois dão conta das aparências de forma suficiente, e isso pelo tnenot ttúmero de movitnentos".
topi.tro
tl'Abano (Pctrus Patlul¡ancnsis). Lucidator Astrctn¡niæ (llibliotcca Nacional dc I'aris, nranuscrito latino rlg 2598, [. 99 tìentc a l'. 125 verso).lspi.t.o
cl'Abano, Lucidotor;ditf. IV.
a: An sit poncrc cccctltricos ct cpicyclos? (n1s.2598,r
u2-116).t 6Pi.tro d'Abano, Lltcidator,f.
ll2,
col. c.1 TPi"tro
us le-rte os OS Io-to. tm eu lo, rfa
l4
)Stlc
r8,SALVAR
OSFEN0IvTENùS
4I
Etlvio
Ðbrc
øno@
de tæria ftsicø de pløtAo a GalileoPietro de
Abano
invoc4
então,
a
autoridadede
simplicios,
e
depois continuanestes termosr E.
"o
que me confìrmaesa
suposição é que ela emprega,para
reproduzir omovi-mento
celeste,o
menor número de órgãos; considero, defato,
que nâ-o se devecompor
o
movimento
em questãocom um
grande número de elementos se seEsas diversas passagens escritas
por
Pietro de Abano resumem a fìlosofia científica dos astr'ônomos cristãos da Idade Média;tal
filosofìa
condensa-se em dois princípios:As hipóteses asfiorúmicas devem ser as mais simples possíveß. Elas
dqem
salvar os fenômenoso
maß exatamente possívelrEPi.t¡o d'Abano,Iuc¡døtor,