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Prática pedagógica: ações para o ensino da leitura e escrita

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Academic year: 2021

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PRÁTICA PEDAGÓGICA: AÇÕES PARA O ENSINO DA LEITURA E ESCRITA MARIA CLEONEIDE SOARES

UERN. E-mail: cleoneide_s@hotmail.com

ANA PAULA MARINHO DE LIMA

UERN. E-mail: ninapaula01@hotmail.com

SILVIA HELENA DE SÁ LEITÃO MORAIS FREIRE

UERN. E-mail: silviahpedagogia@gmail.com

Introdução

O presente trabalho emerge de observações realizadas em uma escola pública de Mossoró/RN, através da disciplina Práticas Pe-dagógicas Programadas III (PPP) do Curso de Pedagogia da Universi-dade do Estado do Rio Grande do Norte UERN. A disciplina faz parte do Currículo do Curso de Pedagogia oferecida desde o segundo perí-odo com o intuito de obter um maior contato com o espaço escolar.

Com este trabalho pretendemos abordar a aproximação do graduando do Curso de Pedagogia UERN com a realidade da escola/ sala de aula. Além de lançar olhares as práticas educativas da pro-fessora de uma escola de Ensino Fundamental da cidade de Mos-soró no que se refere ao ensino aprendizagem da leitura e escrita.

Logo, temos como objetivo refletir sobre a prática pedagó-gica da professora no que concerne o ensino da leitura e escrita, assim como, sua didática no decorrer das aulas, em uma turma do 1º ano do ensino fundamental I e tendo em vista as contribuições que a PPP III trouxe para a nossa prática formativa.

O percurso metodológico deste trabalho se deu através da pesquisa empírica na escola, em estudos documentais com base nos PCN´s BRASIL (1997), e de estudos bibliográficos em autores como: TEBEROSKY (2003), CAGLIARI (1997), FERREIRO (2010), FREIRE (1988) e ZABALA (1998), dentre outros que abordam a questões sobre o processo de aquisição da leitura e escrita das crianças bem como o tratamento prático pedagógico em sala de aula.

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Diante das observações e estudos percebemos que escrever e ler são duas atividades da alfabetização que devem ser conduzi-das paralelamente. No entanto contatamos que costuma-se dá mais ênfase à escrita do que à leitura. Isso se deve ao fato das escolas acreditarem que é mais fácil avaliar um aluno pelos seus acertos e erros durante sua escrita.

Estruturamos o trabalho em dois tópicos. O Primeiro, abor-dar conceitos de leitura e escrita e as práticas pedagógicas adota-das pela professora na transposição do conteúdo escolar com seus alunos. Além de tecer considerações sobre a formação de leitores por parte da escola. O segundo trata justamente, do processo de leitura escrita no qual as crianças observadas se encontravam, suas conquistas e fragilidades, respaldando ainda a relevância do plane-jamento da ação e reflexão do professor quanto ao ensino aprendi-zagem das crianças e evolução destas.

Por fim, tercemos considerações deste trabalho para nossa formação inicial, pois, acreditamos que ao observamos a prática da professora do ensino fundamental I durante a construção da escrita e da leitura seja um grande ganho a nossa formação como futuras pedagogas.

Procedimentos Metodológicos de Ensino Aprendizagem da Leitura e Escrita

De acordo com Freire (1988) o domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade plena de participação social e política na sociedade, pois, é por meio dela que os homens se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem pontos de vista, parti-lham ou constroem visões de mundo, produzem conhecimentos.

Essa é uma questão defendida por autores como Paulo Freire (1988), Emília Ferreiro (2010); Ana Teberosky (2003); Joana Ca-valcanti (2002), dentre outros. No entanto, sabemos que fica muito distante a garantia de educação de qualidade para uma significante

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parcela da população brasileira tendo por consequência altos índi-ces de analfabetos funcionais, diretamente ligados à dificuldade de ler e interpretar o que estar se lendo.

É com base nisso que direcionamos nossa pesquisa para a investigação do processo de aquisição da leitura e escrita pelas crianças da alfabetização. Percebemos que o tratamento metodo-lógico da transposição do conhecimento é um fator fundamental na aprendizagem das crianças, pois, a forma como a professora do ensino fundamental I aborda os conteúdos, tem uma significativa contribuição na assimilação e aquisição deste por parte dos alunos.

Diante disso, observamos os métodos e planejamentos pela professora utilizados para trabalhar a escrita e leitura com as crian-ças. Primeiramente notamos um planejamento antecipado das au-las, o ato de planejar requer um alto direcionamento nas aulas a serem administradas pelo professor.

Para Zabala (1998) a melhora de qualquer das atuações hu-manas passa pelo conhecimento e pelo controle das variáveis que intervêm nelas. Conhecer essas variáveis permitirá ao professor, previamente, planejar o processo educativo, e, posteriormente, re-alizar a avaliação do que aconteceu. Portanto, em um modelo de percepção da realidade da aula estar estreitamente vinculado ao planejamento, sua aplicação e a avaliação. Notamos isso nos proce-dimentos da professora, esta mantinha um planejamento, que se-gundo a mesma, era semanalmente realizado e avaliado de acordo com a evolução ou não dos alunos.

A professora seguia uma sequencia didática de conteúdo, e tratava de administrar os conteúdos curriculares postos pela esco-la com cuidado, sempre organizando e adaptando aos seus alunos de acordo com as necessidades vigentes, considerando sempre as características destes, bem como, o nível de conhecimento prévios das crianças. Pois como afirma Zabala (1998) não é possível ensi-nar nada sem partir de uma ideia de como as aprendizagens se pro-duzem. Assim, entendemos que as aprendizagens dependem das

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características singulares de cada um dos aprendizes. Nesse senti-do, um enfoque pedagógico deve observar a atenção à diversidade dos alunos como eixo estruturador.

A professora realizava na sala um trabalho primordial na transposição do conhecimento, as crianças demonstravam os pri-meiros sinais de domínio da leitura e escrita. A sala de aula possuía uma pequena estante com vários livros infantis, situada em um dos cantos da sala, pedagogicamente conhecido como cantinho da leitu-ra. Este se encontrava como as orientações de TEBEROSKY (2003, p. 106), que afirma que “o ambiente onde a criança aprende a ler e a escrever deve ter uma quantidade suficiente de material escrito”. Assim, percebemos que alguns dos procedimentos adotados pela professora ao que concerne o ambiente da sala de aula geravam uma serie de pontos positivos para uma aprendizagem satisfató-ria, apontando, dessa forma, para a existencia do letramento dentro da sala de aula. Para Soares (1978), letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.

Outro aspecto relevante relacionado também com o ensino da leitura e escrita, como apontam os Parâmetros Curriculares Na-cionais – PCNs refere-se ao projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural que atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, di-reito inalienável de todos. Pois de acordo com os PCN’s a leitura é:

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses

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pro-cedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de com-preensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas (BRASIL, 1998, p.69 a 70).

Diante disso, salientamos nossa preocupação em realizar este estudo, visto que, acreditamos que o processo de ensino apren-dizagem da leitura e escrita vai além da concepção tradicionalista de alfabetização das crianças, chegando a ser um divisor de águas se pensarmos na desigualdade social, e nesse caso, desigualdade educacional. Além disso, a educação é um meio por onde é possível o processo de democratização social dos indivíduos.

Ainda constatamos como imprescindível ao ensino um bom planejamento didático, além de uma atuação comprometida com a qualidade de ensino por parte do professor.

A Escrita das Crianças: Fragilidades e Conquistas

Como nossa pesquisa foi realizada no 1º ano do ensino funda-mental percebemos que as crianças ainda não detém o domínio da leitura e escrita, e nas primeiras tentativas ao escrever elas produzem alguns signos que já não são desenhos, mas tampouco letras conven-cionais. Que de acordo com Ferreiro e Teberosky (2000) são grafias que tentam se parecer com as letras, com maior ou menor sucesso.

Percebemos nas palavras das autoras que as crianças têm noção do que está produzindo, ainda que seja momentaneamente dentro do mundo delas. Essas produções com o estimulo certo tor-na o processo de ensino-aprendizagem cada vez mais fácil e signifi-cativo na educação das mesmas.

Para Cagliari (1997) a atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. Este considera que é muito mais importante saber ler do que saber escrever. Po-rém, a leitura é a realização do objetivo da escrita, ou seja, quem escreve, escreve para ser lido e o objetivo da escrita é a leitura,

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sen-do assim, uma é inerente à outra. Ainda de acorsen-do com o autor ler é um processo de descoberta, às vezes requerendo um trabalho pa-ciente, outras vezes é feita de forma superficial ou lúdica. Podemos entender com a afirmação de Cagliari que se ler é uma atividade que requer paciência e aprofundamento não pode ser feita de qual-quer maneira, logo, é responsabilidade também da escola formar leitores. A nosso ver, esse seria um bom começo para diminuição do analfabetismo funcional.

Tais reflexões também devem ser acolhidas pelos os edu-cadores que ainda encontram-se fechados em um pensamento me-ramente tradicionalista e acaba por vêem a criança como um “reci-piente vazio” e assim sendo transmissores do que FREIRE (2005) chamou de “educação bancaria” que consiste em uma educação sem a participação do aluno tendo o professor como o dono do conhe-cimento, e o aluno como depósito, esse tipo de atitude acaba por comprometer a qualidade do ensino e aprendizagem da criança.

As primeiras tentativas para desenvolver seu processo de escrita, os escritos/rabisco das crianças mostram a principio ape-nas uma simbologia dos seus primeiros escritos, mas com bastante significado para elas. Ferreiro (2010) afirma que a escrita pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras, ou seja, a escri-ta é uma represenescri-tação gráfica dos sons.

Continua a autora que a escrita estar dividida nos seguintes níveis/fase de leitura e escrita, nível pré-silábico onde a criança ten-ta diferenciar o desenho e a escriten-ta, utilizando duas ou três letras no mínimo para descrever palavras. A fase silábico, onde a criança encontra – se dividida entre a silábico e a silábico alfabético, pois na silábico ela entende que precisa usar uma forma de grafia para cada silaba. Enquanto na silábico alfabética apresenta a sua escrita de forma fonética ou ortográfica, já no nível alfabético a criança enten-de a sílaba como uma unidaenten-de, ienten-dentifica o som que gera cada silaba e percebe as dificuldades ortográficas a medida que escreve e ler.

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Vimos na escola que no inicio de sua escrita, a criança des-cobre suas primeiras habilidades escrita/rabisco que são em for-ma de códigos, e elas estão sempre relacionando a algum objeto ou pessoa do seu convívio social, tais como as letras de seu nome, observamos que algumas crianças ao escrever, repetiam as letras quando não sabia escrever a palavra designada a elas, ou ainda re-petia qualquer palavra que ela visse escrita.

Essas crianças já tinham contato com a escrita, pois de acor-do com Ferreiro (2010), o processo da escrita não inicia primei-ramente na escola, pois o primeiro contato com a escrita e com os símbolos se dá dentro de casa, quando a criança manipula livros, folhetos, ao ouvir a mãe ler algo, ou quando alguém conta-lhes al-guma história.

Percebemos que o ensinar e o aprender não se limitam somen-te a escola, há aprendizagem em seu convívio social, mas diariamensomen-te elas são instruídas a aprender a escrever e consequentemente a ler na escola limitando sua aprendizagem a um único local. Pouco se perce-be que a alfaperce-betização não é um processo mecânico, pois, as crianças usam um sistema de representação para o desenvolvimento da escri-ta/rabisco e só depois começam a escrever convencionalmente.

Outro ponto percebido, com o trabalho da professora foi as atividades de escrita e leitura com os seus aluno, bem como, a utili-zação de recursos didático, onde seja possível a viabiliutili-zação de uma prática de leitura e produção textual mais dinâmica e significativa, levando em consideração o aluno como sujeito ativo do processo.

Considerações Finais

A PPP III (Prática Pedagógica Programada) é um momento de reflexão e aprendizagens junto à escola com o objetivo de unir teoria e prática enaltecendo dessa maneira a formação dos futuros profissionais. De perceber como se dá o processo inicial da cons-trução dos primeiros escritos/rabiscos dos alunos na fase inicial

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da alfabetização e quais elementos o professor utiliza para instiga o desenvolvimento do ensino/aprendizagem das crianças.

Ao final diagnosticamos que o processo de aquisição da es-crita e da leitura das crianças do fundamental I acontece paralela-mente com a prática do professor, ou seja, a alfabetização desses meninos e meninas não será completa se o educador não criar uma ponte entre sua atuação, os conteúdos e a aprendizagem da criança. Nesse caso, o planejamento se faz um elemento primordial nesse processo, uma vez que, ele organizará a prática do educador de forma sistematizada dando-lhe segurança durante o desenvolvi-mento da tarefa, corroboramos com Freire (1996) quando diz que o educador deve estar com o aluno e não sobre ele para que haja uma educação comprometida com o “eu” do formando, com a constru-ção do cidadão a qual a escola também tem seu papel.

A escrita e a leitura das crianças devem ser estimuladas por meio de recursos onde o professor poderá desenvolver inúmeras si-tuações de aprendizagem levando em consideração que a criança já traz do seu meio saberes oriundos da cultura a qual estar inserido.

Cabe salientar, que a escrita da criança merece um novo olhar, que entenda seus primeiros rabiscos, passando pelos níveis de escrita até chegar a escrita convencional, pois em seus rabiscos estar suas leituras de vida, de mundo que eles representam com o passar do tempo, essa aproximação parte do estimulo do professor a aproximação da forma convencional de escrever se torna cada vez mais presente e atuante no processo de aprendizagem.

A leitura é inerente à escrita, por isso, o professor também deve promover momentos de leituras de maneira lúdica, prazerosa que motive a criança perceber as letras, os signos e símbolos e des-sa maneira, ir levando o aluno a compreender e associar esses dois polos bastante proeminente na aprendizagem.

Para tanto, o processo que desenvolve o hábito da leitura e escrita deve ser constante e em “dose” adequada para que o apren-diz continue a buscar por novas leituras contribuindo, dessa forma, para construção da sua escrita. E que essa seja continuo.

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Referências Bibliográficas

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa/ secretaria de Educa-ção Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. 10a ed. São Paulo:

Sci-pione, 1997.

CAVALCANTI, Joana. Leitura: o despertar da Cidadania. 1ª ed. – Re-cife, UNESCO, 2002.

FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre alfabetização, edição 25, São Paulo. Cortez, 2010, coleção questões da nossa época; v. 6.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22ª ed. São Paulo: Cortez, 1988.

______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educa-tiva. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

SOARES, M. B.; Campos, E. N. Técnica de Redação: As Articulações

Lingüísticas como Técnica de Pensamento. Rio de Janeiro: Ao Livro

Técnico, 1978.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Referências

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