• Nenhum resultado encontrado

Poíitica nacional de resíduos sólidos : efeito nas condições e ambiente de trabalho das cooperativas de catadores conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Poíitica nacional de resíduos sólidos : efeito nas condições e ambiente de trabalho das cooperativas de catadores conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo"

Copied!
274
0
0

Texto

(1)

i

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

JOSÉ FRANCISCO BUDA

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: EFEITO NAS

CONDIÇÕES E AMBIENTE DE TRABALHO DAS COOPERATIVAS DE

CATADORES CONVENIADAS COM A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO

CAMPINAS 2014

(2)
(3)

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

JOSÉ FRANCISCO BUDA

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: EFEITO NAS

CONDIÇÕES E AMBIENTE DE TRABALHO DAS COOPERATIVAS DE

CATADORES CONVENIADAS COM A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO

Tese de Doutorado apresentada a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil, na área de Saneamento e Ambiente

Orientador: Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO JOSÉ FRANCISCO BUDA, E ORIENTADO PELO PROF. DR.BRUNO CORAUCCI FILHO.

Assinatura do orientador

CAMPINAS 2014

(4)
(5)
(6)
(7)

vii

RESUMO

A Política Nacional de Resíduos (PNRS), instituída pela Lei nº 12305 de 02 de agosto de 2010 e regulamentada pelo Decreto n° 7.404 de 23 de dezembro de 2010, apresenta a importância do tripé entre Poder Público, Empresas e Sociedade na gestão dos resíduos sólidos, incentivando a participação das cooperativas de catadores de material reciclável no processo de recebimento/coleta, triagem, enfardamento e comercialização dos materiais, como também pode-se destacar a importância que estas desempenham na inclusão social e geração de renda. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar efeitos causados pela PNRS, nas condições e no ambiente de trabalho das cooperativas, as mudanças ocorridas nas relações com as empresas e sociedade quanto ao volume e qualidade dos resíduos recebidos, e com os órgãos municipais. Foram pesquisadas as cooperativas conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo, onde estas responderam um formulário que levantou as variáveis: ambientais e sanitárias, econômicas, institucionais, infraestrutura e de saúde e segurança no trabalho. Foram entrevistados os presidentes das cooperativas, pois estes são os cooperados mais antigos e alguns até participarão na redação da lei. Foi possível assim retratar as condições das cooperativas e também conclui-se assim que a PNRS se configura como modeladora de novos paradigmas sociais, dentre os quais se destacam os princípios de responsabilidade social compartilhada e que as mudanças comportamentais pretendidas pelo documento legal não deverão ser obtidas de forma rápida, mas sim de forma gradual em avanços sucessivos. A aceleração deste processo somente será dada com o incremento da fiscalização e do apoio do poder público à questão da reciclagem, o que garantirá a efetividade da lei.

Palavras chave: Catadores de lixo – Aspectos sociais; Coleta seletiva de lixo;

(8)
(9)

ix

ABSTRACT

The National Waste Policy (PNRS), established by Law No. 12305 of August 2, 2010 and regulated by Decree No. 7,404 of December 23, 2010, shows the importance of the tripod between Government, the Companies and Society in waste management solid, encouraging the participation of waste pickers cooperatives in the receiving process / collection, sorting, baling and marketing of materials, but also can highlight the importance they play in the social inclusion and income generation. This research aimed to evaluate effects caused by PNRS under the conditions and in the work environment of cooperatives, changes in relationships with business and society about the size and quality of the waste received, and municipal agencies. The cooperatives were surveyed with the city of São Paulo City Hall, where they answered a form that lifted the variables: environmental, sanitary, economic, institutional, infrastructure, health and safety at work. We interviewed the presidents of cooperatives, as these are the oldest cooperative and some even participate in drafting the law. It was this possible to portray the conditions of cooperatives and concluded as soon as the PNRS is configured as shaping of new social paradigms, among which stand out the principle of shared social responsibility, required behavioral changes by the legal document should not be obtained quickly, but gradually in successive advances. The acceleration of this process will only be given to increasing the supervision and government support to the issue of recycling, which will ensure the effectiveness of the law.

Key Words: Garbage collectors – Social aspects; Garbage collection; Cooperatives; Public policies.

(10)
(11)

xi

SUMÁRIO

Página 1 INTRODUÇÃO... 1 2 OBJETIVOS ... 5 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 5 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 7 3.1 COLETA SELETIVA ... 7 3.1.1 TIPOS DE COLETA ... 9 3.1.2 DESTINAÇÃO DA RECICLAGEM ... 10 3.1.3 NOVOS RESÍDUOS ... 17 3.1.3.1 Isopor ... 17

3.1.3.2 Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos ... 20

3.1.3.3 Tecidos e Móveis ... 26

3.1.3.4 Resíduo da Construção Civil ... 29

3.1.3.5 Resíduo de Serviço de Saúde - RSS ... 31

3.2 COOPERATIVAS DE TRABALHO ... 33

3.2.1 EVOLUÇÃO DO COOPERATIVISMO ... 36

3.2.2 COOPERATIVISMO NO BRASIL ... 38

3.2.3 COOPERATIVAS DE CATADORES DE RESÍDUO SÓLIDO ... 40

3.3 CONDIÇÕES E AMBIENTE DO TRABALHO ... 42

3.3.1 AMBIENTE DE TRABALHO SEGURO -AMBIÊNCIA ... 43

3.3.2 ACIDENTES E QUASE ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO ... 44

(12)

xii

3.4 OTRABALHO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL ... 50

3.4.1 DISTRIBUIÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE RESÍDUO SÓLIDO NO BRASIL . 51 3.4.2 RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE DOS CATADORES ... 55

3.4.3 AMBIENTE DE TRABALHO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES ... 56

3.4.4 CASOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NAS COOPERATIVAS DE CATADORES ... 61

3.5 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 64

3.5.1 HISTÓRICO DA POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) ... 66

3.5.2 LOGÍSTICA REVERSA E RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA ... 70

3.5.3 APOLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS EMPRESAS ... 75

3.5.3.1 Companhia de Bebidas das Américas - AMBEV ... 76

3.5.3.2 Telefonia Móvel - VIVO ... 78

3.5.3.3 Embalagens Longa Vida - TETRA PAK® ... 79

3.5.3.4 Eletrônicos - ITAUTEC S/A ... 81

3.5.4 APOLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS PREFEITURAS ... 83

3.5.4.1 Prefeitura Municipal de Guarulhos ... 84

3.5.4.2 Prefeitura Municipal de Campinas ... 86

3.5.4.3 Prefeitura Municipal de São Paulo ... 88

3.5.5 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E AS COOPERATIVAS DE CATADORES .... 93

4 METODOLOGIA ... 97

4.1 ESCOLHA DO MUNICÍPIO ... 97

4.2 ESCOLHA DAS COOPERATIVAS DE MATERIAL RECICLÁVEL ... 98

4.3 PESQUISA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA ... 98

4.4 REGISTRO DA PESQUISA NO SISTEMA NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (SISNEP) E SOLICITAÇÃO DE APROVAÇÃO POR PARTE DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) ... 99

4.5 OBTENÇÃO DOS DADOS ... 100

4.5.1 VARIÁVEIS LEVANTADAS PARA A OBTENÇÃO DOS DADOS ... 102

4.5.1.1 Variáveis Ambientais e Sanitárias ... 102

4.5.1.2 Variáveis Sociais ... 102

(13)

xiii

4.5.1.4 Variáveis Econômicas ... 104

4.5.1.5 Variáveis de Infraestrutura ... 104

4.5.2 REGISTRO FOTOGRÁFICO ... 105

4.6 ANÁLISE DOS DADOS ... 105

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 109

5.1 DESCRIÇÃO DAS COOPERATIVAS CONVENIADAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ... 110

5.1.1 COOPERATIVA TIETÊ ... 113

5.1.2 COOPERATIVA COOPERE-CENTRO ... 114

5.1.3 COOPERATIVA COOPERAÇÃO ... 115

5.1.4 COOPERATIVA COOPERLESTE ... 116

5.1.5 COOPERATIVA COOPERVILA E TIQUATIRA ... 117

5.1.6 COOPERATIVA SEM FRONTEIRAS ... 118

5.1.7 COOPERATIVA VITÓRIA DA PENHA ... 119

5.1.8 COOPERATIVA COOPERCAPS ... 119

5.1.9 COOPERATIVA NOVA CONQUISTA ... 120

5.1.10 COOPERATIVA COOPERVIVABEM ... 121

5.1.11 COOPERATIVA CRESCER ... 122

5.1.12 COOPERATIVA UNIÃO ... 123

5.1.13 COOPERATIVA COOPERMYRE ... 124

5.1.14 COOPERATIVA VIRA LATA ... 124

5.1.15 COOPERATIVA FÊNIX AGEPÊ ... 125

5.1.16 COOPERATIVA NOSSOS VALORES ... 125

5.1.17 COOPERATIVA COOPERMITI ... 126

5.1.18 COOPERATIVA CHICO MENDES ... 127

5.1.19 COOPERATIVA NOVA ESPERANÇA ... 128

5.1.20 COOPERATIVA COOPERPAC ... 129

5.1.21 ASPECTOS COMUNS ÀS COOPERATIVAS... 129

5.2 VARIÁVEIS SOCIAIS ... 130

(14)

xiv

5.2.2 ROTATIVIDADE ... 133

5.2.3 DIVISÃO POR GÊNERO ... 135

5.2.4 COMPOSIÇÃO ETÁRIA ... 138

5.2.5 ESCOLARIDADE DOS COOPERADOS ... 139

5.2.6 TURNOS DE TRABALHOS E REMUNERAÇÃO ... 140

5.3 VARIÁVEIS AMBIENTAIS E SANITÁRIAS ... 141

5.3.1 QUANTIDADE E TIPO DE MATERIAL COLETADO E SUAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS, VOLUME DE REJEITOS E DESTINAÇÃO... 141

5.3.2 CONDIÇÕES DE DEPÓSITO DE MATERIAL A SEREM MANIPULADOS E SEU ARMAZENAMENTO DEPOIS DE ENFARDADOS ... 146

5.4 VARIÁVEIS ECONÔMICAS ... 150

5.4.1 VALOR DE VENDA DO MATERIAL RECICLADO E RECEBIDO... 150

5.5 VARIÁVEIS INSTITUCIONAIS ... 153

5.5.1 DIVULGAÇÃO E CAPACITAÇÃO TÉCNICA DOS COOPERADOS ... 153

5.5.2 CAPACITAÇÃO TÉCNICA DOS COOPERADOS ... 154

5.6 VARIÁVEIS DE INFRAESTRUTURA ... 155

5.6.1 EQUIPAMENTOS,TRANSPORTE,CONDIÇÕES E TIPO DAS INSTALAÇÕES ... 156

5.6.2 LOCAIS DE CONVIVÊNCIA ... 169

5.6.3 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ... 173

5.7 AS COOPERATIVAS E A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 180

5.7.1 APNRS E A ROTINA DAS COOPERATIVAS ... 180

5.7.2 ALTERAÇÃO NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA COOPERATIVA ... 182

5.7.3 VOLUME DE RESÍDUOS RECEBIDOS ... 183

5.7.4 QUALIDADE DOS RESÍDUOS RECEBIDOS NA COOPERATIVA ... 184

5.8 COMPARATIVO DO VOLUME X QUALIDADE DOS RESÍDUOS RECEBIDOS NAS COOPERATIVAS APÓS A PROMULGAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 185

5.8.1 CONSCIÊNCIA DA SOCIEDADE ... 186

5.8.2 ADEQUAÇÃO DAS EMPRESAS ... 187

(15)

xv

5.8.4 COMPARATIVO DO IMPACTO DA PNRS SOBRE AS COOPERATIVAS DE CATADORES DE

RESÍDUOS SÓLIDO E A SOCIEDADE X EMPRESA X PREFEITURA ... 190

5.9 OBSERVAÇÕES FINAIS ... 192 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 193 6.1 CONCLUSÕES ... 193 6.2 RECOMENDAÇÕES ... 195 7 REFERÊNCIAS ... 199 8 APÊNDICES ... 213 9 ANEXOS ... 233

(16)
(17)

xvii

DEDICATÓRIA

Em memória de José Buda, meu pai, exemplo de vida e dedicação, que me ensinou a respeitar e tratar a todos com igualdade, respeito e amor.

(18)
(19)

xix

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Jesus e sua mãe Maria que me concederam a graça de terminar mais esta importante etapa da minha vida, conhecer lugares, pessoas e situações que me fizeram refletir e crescer interiormente.

Agradeço a minha mãe, irmãos, cunhados, sobrinhos pelo apoio, minha família que sempre torceu por mim.

Ao Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho pela sua orientação por todos estes anos desde o mestrado.

A Profª. Drª. Eglé Novaes Teixeira que também me acompanha nos meus trabalhos.

Ao Prof. Nelson Vilella do IFSP e Maria Cecilia Centini Goy por sua valiosa contribuição.

Aos meus amigos entre eles Ana Maria F. Lemos, Simone A. Freitas, Ana Maria Trevisam, José Augusto Mendes, Fernando Duarte e muitos outros pela paciência de me ouvirem e discutirem comigo temas que contribuíram para a reflexão desta pesquisa.

Aos professores do IFSP (Instituto Federal de Educação Tecnológica de São Paulo), que muitas vezes me ajudaram com sua experiência e conselhos.

A coordenação e aos colaboradores da AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), pelo acolhimento e apoio.

Aos presidentes e cooperados das cooperativas que compuseram este trabalho e outras que foram visitadas.

(20)
(21)

xxi

EPÍGRAFE

“...Dividiu entre todos também os dois

peixes. Todos comeram, ficaram

satisfeitos, e recolheram dozes cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes.” Marcos 9; 40a, 41.”

(22)
(23)

xxiii

LISTA DE FIGURAS

Página Figura 3.1 Evolução dos municípios que possuem serviços de coleta seletiva no Brasil de 1994 a 2012 ... 12 Figura 3.2 Distribuição em porcentagem dos municípios com programa de coleta seletiva por regiões territorial no Brasil ... 13 Figura 3.3 Evolução da população atendida por programa de coleta seletiva no Brasil período de 2006 a 2012 (em milhões) ... 14 Figura 3.4 Distribuição de modelos de coleta seletiva nos município brasileiros (em %) ... 15 Figura 3.5 Distribuição de agentes executores de coleta seletiva nos municípios brasileiros em 2012 (em %) ... 16 Figura 3.6 Armazenamento do isopor nas cooperativas para manipulação e destinação ... 19 Figura 3.7 Fluxograma do processo de reciclagem do isopor da coleta até sua reciclagem ... 20 Figura 3.8 Equipamentos que compõem o lixo eletrônico e sua participação em porcentagem, no volume coletado em 2006 ... 22 Figura 3.9 Fluxograma do encaminhamento dos resíduos eletrônicos realizado pelo consumidor em 2011 ... 23 Figura 3.10 Fluxograma dos Resíduos Eletrônicos no processo de logística reversa ... 24 Figura 3.11 Continuação do fluxograma dos resíduos eletronicos, tratamento e usos pós consumo, suas utilizações e descaracterização ... 25 Figura 3.12 Detalhe do local de entrega e equipamentos do Ecoponto Tatuapé ... 28 Figura 3.13 Detalhe de resíduos entregues no Ecoponto Tatuapé ... 29 Figura 3.14 Pirâmide de Bird da evolução dos incidentes até as lesões graves ... 46 Figura 3.15 Distribuição das cooperativas de catadores nos Estados brasileiros ... 51 Figura 3.16 Número de catadores de resíduos vinculados a cooperativas/associações ... 52 Figura 3.17 Percentual de municípios onde há existência de cooperativas/associações de catadores, segundo as Grandes Regiões em 2008... 53 Figura 3.18 Vista geral do modelo de um Galpão de cooperativa de catadores e sua organização por serviços e atividades ... 58

(24)

xxiv

Figura 3.19 Modelo de distribuição dos trabalhos na esteira de triagem nas cooperativas de catadores ... 59 Figura 3.20 Equipamentos normalmente utilizados nos trabalhos das cooperativas de catadores ... 60 Figura 3.21 Evolução dos canais de distribuição dos produtos manufaturados do fabricante até o consumidor ... 72 Figura 3.22 Apresentação dos canais de distribuição diretos e reversos, de produtos e manufaturas e os atores envolvidos ... 73 Figura 3.23 Fluxograma de catadores, empresas e prefeituras envolvidas na logística reversa e responsabilidade compartilhada ... 75 Figura 3.24 Evolução das embalagens tipo Tetra Pak® recicladas (mil milhões) ... 80 Figura 3.25 Volume embalagens tipo Tetra Pak® coletados e sua distribuição no processo de reciclagem e reutilização. ... 81 Figura 3.26 Ciclo de vida dos equipamentos produzidos pela Itautec, sua reutilização e reciclagem ... 82 Figura 3.27 Localização das estações de transbordo, aterros sanitários e de inertes no município de São Paulo... 91 Figura 4.1 Variáveis ambientais e sanitárias levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável ... 102 Figura 4.2 Variáveis sociais levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável ... 103 Figura 4.3 Variáveis institucionais levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável ... 103 Figura 4.4 Variáveis Econômicas levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável ... 104 Figura 4.5 Variáveis de Infraestrutura levantadas nas cooperativas de catadores de material reciclável ... 104 Figura 5.1 Concetraçao por Zona das cooperativas conveniadas no município de São Paulo por Região até janeiro de 2014 ... 111 Figura 5.2 Localização das cooperativas conveniadas no município de São Paulo... 112 Figura 5.3 Levantamento do número de cooperados no início das atividades e que atuam nas cooperativas conveniadas em dezembro de 2013 no município de São Paulo ... 131 Figura 5.4 Porcentagem da rotatividade dos cooperados nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo em dezembro de 2013 ... 134

(25)

xxv

Figura 5.5 Quantidade de homens e mulheres cooperados nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo até dezembro de 2013 ... 135 Figura 5.6 Porcentagem de homens e mulheres nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo ... 136 Figura 5.7 Número total e porcentagem de homens e mulheres das cooperativas conveniadas no município de São Paulo em dezembro de 2013 ... 137 Figura 5.8 Composição etária em porcentagem dos cooperados das cooperativas conveniadas no município de São Paulo ... 138 Figura 5.9 Escolaridade dos cooperados em porcentagem nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo ... 139 Figura 5.10 Quantidade média mensal por cooperativa em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos 2011 ... 142 Figura 5.11 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos 2012 ... 143 Figura 5.12 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos 2013 ... 144 Figura 5.13 Quantidade média mensal em toneladas do material entregue, comercializado e rejeitos – janeiro a agosto de 2014 ... 144 Figura 5.14 Recebimento de material reciclável com caminhão compactador da concessionária de serviços de coleta ... 147 Figura 5.15 Detalhe do recebimento de material reciclável com caminhão tipo gaiola cedido ou proprio da cooperativa de catadores... 148 Figura 5.16 Detalhe do acumulo de material reciclado a ser triado ... 149 Figura 5.17 Detalhe do material acumulado a ser triado ou que será destinado como rejeito ... 149 Figura 5.18 Detalhe do material reciclável recebido, cooperativa ... 150 Figura 5.19 Detalhe de mesa separadora com esteira rolante ... 156 Figura 5.20 Detalhe do final da linha da mesa separadora de material reciclável com esteira ... 157 Figura 5.21 Mesa separadora fixa de material reciclável ... 158 Figura 5.22 Detalhe do sistema de separação de material reciclável depositado em gaiola metálica ... 159 Figura 5.23 Detalhe de mesa separadora elevada com esteira rolante ... 160 Figura 5.24 Mesa elevada para separação de resíduos em fase de implantação. ... 160 Figura 5.25 Prensa hidráulica para material reciclável sendo alimentada ... 162

(26)

xxvi

Figura 5.26 Detalhe da prensa hidráulica com o material já prensado ... 163 Figura 5.27 Detalhe do material prensado e enfardado ... 163 Figura 5.28 Máquina picotadora de papel ... 164 Figura 5.29 Máquina trituradora de vidro ... 165 Figura 5.30 Caçamba para armazenamento e comercialização de vidros ... 165 Figura 5.31 Desfragmentadora de isopor ... 166 Figura 5.32 Empilhadeira ... 168 Figura 5.33 Mini carregadeira tipo Bob Cat ... 168 Figura 5.34 Local de descanso e alimentação ... 170 Figura 5.35 Local destinado a alimentação e descanso ... 171 Figura 5.36 Detalhe das condições sanitárias e de manutenção de banheiros e vestiários ... 171 Figura 5.37 Detalhe do estado de conservação e de higiene de sanitários e vestiário 172 Figura 5.38 Local destinado para leitura, descanso e reunião ... 173 Figura 5.39 Esteira rolante para a triagem de material reciclável. ... 175 Figura 5.40 Detalhe do início da esteira rolante para separação de material reciclável176 Figura 5.41 Circulação dos sacos plásticos na esteira sendo abertos para a triagem . 177 Figura 5.42 Detalhe dos “bags” para o depósito de material selecionado ... 177 Figura 5.43 Detalhe final da esteira, material rejeitado ... 178 Figura 5.44 Resultado das respostas em porcentagem de como a PNRS alterou a rotina das cooperativas ... 181 Figura 5.45 Alteração das condições no ambiente de trabalho após a implantação da PNRS ... 182 Figura 5.46 Alteração dos volume recebido nas cooperativas após a implantação das PNRS ... 183 Figura 5.47 Qualidade dos resíduos recebidos na cooperativa após a implantação da PNRS ... 184 Figura 5.48 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional de Resíduos Sólidos volume e qualidade dos resíduos recebidos ... 185 Figura 5.49 Consciência da sociedade na segregação dos resíduos recicláveis após a implantação da PNRS ... 186 Figura 5.50 Mudança de conduta das empresas após a implantação da PNRS... 187

(27)

xxvii

Figura 5.51 Mudanças observadas na Prefeitura do Município de São Paulo após a implantação da PNRS ... 189 Figura 5.52 Gráfico comparativo do impacto da Política Nacional dos Resíduos Sólidos sobre as cooperativas de catadores de material reciclável, com relaçao a sociedade, empresa e prefeitura ... 191

(28)
(29)

xxix

LISTA DE TABELAS

Página Tabela 3-1 Comparativo dos municípios atendidos com serviços de manejo de resíduo sólido no Brasil e sua distribuição por regiões territoriais no período de 2000 a 2008 ... 11 Tabela 3-2 Número de municípios que possuem programa de coleta seletiva por região territorial no Brasil... 13 Tabela 3-3 Peso e percentual de materiais reciclados por tipo no Brasil em 2010 ... 17 Tabela 3-4 Produção têxtil brasileira de produtos acabados e porcentagem de rejeitos gerados. ... 27 Tabela 3-5 Principais diferenças na organização entre as empresas cooperativas e as empresas não cooperativas ... 35 Tabela 3-6 Linha do tempo do cooperativismo, no Brasil: de seu surgimento à sua adoção e regularização ... 39 Tabela 3-7 Organização e distribuição das equipes dos trabalhos realizados nas cooperativas de catadores ... 57 Tabela 3-8 Tipos de acidente mais comuns nas associações de catadores de material reciclável no município de Governador Valadares ... 62 Tabela 3-9 Percentual e Volume de embalagens Tetra Pak® recicladas no mercado brasileiro ... 80 Tabela 3-10 Comparativo das características dos três maiores municípios do Estado de São Paulo. ... 84 Tabela 3-11 Coleta de materiais recicláveis realizada no município de Campinas no período de 2004 a 2009 ... 86 Tabela 3-12 Distribuição da destinação do material reciclável no município de São Paulo em % ... 88 Tabela 3-13 Distribuição gravimétrica do resíduo sólido domiciliar do município de São Paulo no período de março de 2011 a fevereiro de 2012 ... 92 Tabela 5-1 Porcentagem de aumento do número de cooperados nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo desde sua fundação até dezembro de 2013 132 Tabela 5-2 Turnos de trabalho e valores médios por hora trabalhada dos cooperados e renda mensal média nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo dezembro de 2013 ... 140 Tabela 5-3 Porcentagem de material comercializado, rejeitos e armazendo no periodo de 2011 a agosto de 2014 ... 145

(30)

xxx

Tabela 5-4 Massa e valor de venda de cada material reciclado e porcentagem de cada material em relação ao total coletado e comercializado mês base novembro e dezembro 2013 ... 151 Tabela 5-5 Valor médio recebido pelas cooperativas com a venda de material reciclável, total de despesas mensais e receita final em 2013 nas cooperativas conveniadas no município de São Paulo ... 152 Tabela 5-6 Riscos ambientais das mesas separadoras e gaiola metálica ... 161 Tabela 5-7 Riscos ambientais na prensa hidráulica, triturador de vidro, picotadora de papel e desfragmentadora de isopor ... 167 Tabela 5-8 Riscos ambientais da empilhadeira, mini carregadeira e caminhão gaiola 169

(31)

xxxi

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária

ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção ABRAPEX – Associação Brasileira do Poliestireno Expandido ACI - Aliança Cooperativas Internacional

AMA – Assistência Medica Ambulatorial

AMBEV - Companhia de Bebidas das Américas ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

ASMARE - Associação dos Catadores do Papel Papelão e Material Reaproveitável ATM - Automated Teller Machine

ATT - Área de Transbordo e Triagem

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento

CEAGESP - Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo CEDIR - Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática

CEMPRE – Compromisso Empresarial Para Reciclagem CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

COOPEMARE - Cooperativa dos Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis

COOPESP - Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Educação do Estado de São Paulo

(32)

xxxii EPC – Equipamento de Proteção Coletiva EPI – Equipamento de Proteção Individual EPS - Poliestireno Expandido

FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

GRID - Global Resource Information Database IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IPC – Índice de Preços ao Consumidor

LCD - Liquid Crystal Display

MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NURENE – Núcleo Regional Nordeste OAF – Organização de Auxílio Fraterno

OCB – Organização das Cooperativas do Brasil OIT – Organização Internacional do Trabalho ONG – Organização Não Governamental PET - Politereftalato de Etileno

PEAD - Polietileno de Alta Densidade PIB – Produto Interno Bruto

PMSP – Prefeitura do Município de São Paulo PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

(33)

xxxiii PP - Polipropileno

PVC – Policloreto de Polivinila

RCC – Resíduos de Construção Civil RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

RECESA- Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental REEE - Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SINDITÊXTIL SP - Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo

SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo SMA – Secretaria do Meio Ambiente

(34)
(35)

1

1 INTRODUÇÃO

A reciclagem no Brasil é fortemente dependente da presença dos catadores, coletores e de suas cooperativas. Os dirigentes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) calculam que existam de 300 mil a 1 milhão de catadores em atividades no país, dos quais 35 mil são postos formalizados em 450 cooperativas (MNCR, 2012).

Segundo dados da prefeitura de São Paulo (PMSP, 2014b), em 2007 cerca de 20 mil catadores evitaram, com seu trabalho de coleta, que 8,0 toneladas diárias de resíduo reciclável fossem depositadas em aterros sanitários.

Em levantamento realizado pelo CEMPRE (2012), o custo da venda dos diversos materiais coletados variou entre R$ 0,03 a R$ 0,26 por kg e, apenas em São Paulo, estima-se uma receita para estas cooperativas da ordem de R$ 740.000,00 por ano, ou em números atualizados pela variação do IPC da FIPE, em cerca de R$ 1,45 milhão, número este bastante significativo em termos econômicos e sociais.

As cooperativas de catadores de resíduo estão cada vez mais organizadas e normalmente oferecem aos seus cooperados alguns benefícios para melhorar suas condições de trabalho como banheiros, refeitórios (em alguns casos com oferta de café da manhã e almoço), espaço para recebimento e separação de material, cesta básica e recolhimento de INSS. Sendo assim, as cooperativas de reciclagem podem ser entendidas como novos arranjos institucionais do setor produtivo em um mercado profissionalizado.

As cooperativas de catadores vivem uma situação contraditória: por um lado se tornam essenciais dentro da cadeia da reciclagem do ponto de vista econômico e social, mas por outro ainda possuem deficiências estruturais que podem tornar as

(36)

2

cooperativas inviáveis sob o ponto de vista da organização do ambiente do trabalho nestes locais e, em muitos casos, precárias condições de higiene e limpeza.

Ao observar estas cooperativas sob a ótica da higiene ocupacional, verificam-se condições de trabalho que remetem àquelas observadas no início da Revolução Industrial, com condições extremas de trabalho, para os cooperados, nos serviços de coleta, seleção, prensa e armazenamento.

Os equipamentos de proteção e segurança são muitas vezes utilizados de forma incorreta devido à desinformação e conscientização por parte dos cooperados. Estes trabalhadores estão expostos a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos à saúde durante o manuseio do material reciclável, bem como riscos ergonômicos na separação, prensagem, estocagem e transporte e, ainda, a riscos de acidentes como cortes, eletricidade, quedas e outros.

Fortalecidos pelo estabelecimento do marco legal para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305 de 2010, que incentiva o papel dos catadores como agentes da coleta seletiva, e atribui a responsabilidade compartilhada do gerenciamento de resíduos sólidos entre prefeituras, empresas e sociedade, gerando aumento da demanda deste tipo de trabalho, incrementando as atividades de reciclagem das cooperativas. Este marco legal determina ainda que os resíduos recicláveis não poderão mais ser enviados aos aterros sanitários.

Diante do desafio em fazer cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2011b), seja nas Administrações Municipais, na iniciativa privada, na sociedade civil de forma geral ou ainda nas Cooperativas de Catadores, a proposta deste trabalho foi a de verificar quais foram as mudanças tanto para as organizações, quanto para seus trabalhadores, com relação à qualidade e ao volume de material selecionado, seu armazenamento e destinação dos refugos. Buscou-se, portanto, identificar os efeitos ocorridos nas cooperativas de catadores de material reciclável

(37)

3

nestes primeiros quatro anos da implantação da Lei nº 12.305/10, ou seja, a eficácia deste marco legal sobre a sociedade brasileira.

Neste trabalho também se levantou as condições do meio ambiente (ambiência) nestas cooperativas e quais os riscos para os cooperados, decorrentes de fatores como: cortes, problemas ergonômicos (tais como peso dos materiais e postura inadequada), contusões e outros.

A pesquisa foi realizada nas cooperativas cadastradas na prefeitura do munícipio de São Paulo, com agendamento de entrevistas com seus presidentes, e visitas nos locais de trabalho, onde se pode verificar as condições de trabalho, a forma de armazenamento dos materiais, máquinas e existência, uso dos equipamentos de proteção individual. Para o adequado registro das informações, foi desenvolvido formulário contendo algumas questões, reproduzido no Apêndice A deste exemplar.

Para ABES (2014), os catadores são elementos importantes na coleta seletiva do País, mas ainda vivem sob condições de trabalho muito precárias, nas ruas e nos galpões, que são de responsabilidade do poder público, mesmo após a promulgação da Lei nº 12305/10.

Espera-se que o resultado desta pesquisa possa trazer dados e provocar reflexões sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sua efetividade e as mudanças que esta política poderá propiciar ao meio e às condições de trabalho dos catadores, de forma a possibilitar a melhoria deste marco legal e/ou de sua aplicação, bem como, instaurar a responsabilidade compartilhada das prefeituras, empresas e sociedade civil.

Portanto com a promulgação da Lei nº 12.305/10, que implantou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujos principais alicerces residem na responsabilidade compartilhada e na logística reversa, introduziu-se o entendimento que as cooperativas

(38)

4

de catadores de material reciclável devem desempenhar um papel importante, não somente nas questões ambientais, mas também por ser responsável pela inclusão social dos cidadãos de baixa renda, ligados a elas.

Diante deste fato, faz-se necessário verificar e avaliar os resultados obtidos junto às cooperativas e seus cooperados em relação às ações dos órgãos públicos municipais, em específico as da Prefeitura Municipal de São Paulo; as empresas privadas e a sociedade, para a melhoria da qualidade e quantidade do material reciclável, das condições de trabalho e do desenvolvimento da consciência dos atores envolvidos.

(39)

5

2 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho foi avaliar os efeitos causados pela publicação da Lei Federal nº 12.305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, nas condições e no ambiente de trabalho dos profissionais que trabalham nas cooperativas de catadores de resíduos sólidos conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo.

2.1 Objetivos específicos

Para avaliar os resultados obtidos com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e para melhor entendimento do funcionamento das cooperativas e atingir ao objetivo principal, buscou-se:

 identificar as cooperativas conveniadas com a Prefeitura do Município de São Paulo;

 descrever as características das cooperativas de catadores de resíduos sólidos do Município de São Paulo e suas atividades desenvolvidas;

 avaliar as mudanças qualitativas e quantitativas com relação aos materiais recicláveis recebidos na cooperativa de catadores;

 avaliar as condições e o ambiente de trabalho nas cooperativas selecionadas de catadores de resíduo sólido do Município de São Paulo e o meio ambiente antrópico (vizinhança) das cooperativas; e,

 verificar as ações de melhoria das condições do ambiente de trabalho nas cooperativas de catadores.

(40)
(41)

7

3 REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

3.1 Coleta Seletiva

IPT/CEMPRE (2010), define coleta seletiva como o recolhimento de resíduo sólido tais como papel, plásticos, vidros, metais e orgânicos previamente separados na fonte geradora. Estes materiais após serem coletados, separados e enfardados são vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros.

Este autor também expõe que as principais formas de coleta seletiva, aqui no Brasil, são: porta a porta ou domiciliar; postos de entregas voluntárias em supermercados, postos de gasolina, praças; postos de troca; e, por catadores.

Segundo Adeodato (2008), o conceito de reciclagem de materiais como papel, metal, borracha, madeira, tecidos e outros, não é novo, pois em 1940 o mundo estava envolvido em um dos grandes conflitos da humanidade, no caso a Segunda Guerra Mundial. Para tanto, estes bens eram necessários para o “esforço de guerra”, quando na época ficou famoso o slongan “Get some cash for your trash”, que significa “ganhe um troco pelo seu lixo”. Com a entrada do Brasil no conflito, esta campanha também foi aqui adotada, e as pessoas eram incentivadas a doar panelas para o aproveitamento do metal.

Mas a reciclagem foi abandonada no período pós-guerra, quando o desenvolvimento econômico e o aumento do consumo, atrelados à melhoria de renda, anulou o sentido de se reutilizar o que era comprado. Assim, itens como eletrodomésticos, roupas, utensílios e outros eram descartados e substituídos por outros mais modernos ou eficientes.

(42)

8

Adeotado (2008), traça uma linha no tempo mostrando a história da coleta e da utilização do resíduo pela humanidade e os caminhos percorridos no Brasil:

 1031: o Japão desenvolve um sistema de reutilização da matéria-prima do papel;

 1690: o moinho Rittenhouse da Filadélfia, nos Estados Unidos, começa a reciclar papel a partir da fibra obtida de trapos de algodão e linho;

 1865: criado o Exército da Salvação em Londres. Entidade emprega as pessoas mais pobres para coletar e reciclar material usado;

 1897: inaugurado o primeiro centro de reciclagem de material em Nova York no qual metais, papéis, tecidos e cordas são separados;

 1904: são criados os primeiros centros de reciclagem de alumínio em Chicago e Cleveland;

 1939-1945: milhares de toneladas de material são recicladas nos países aliados para ajudar no esforço de guerra contra o Eixo;

 1968: a indústria de latas de ferro e alumínio reconhece a importância de reaproveitar a matéria-prima e introduz um programa em larga escala de reciclagem. Nos Estados Unidos é lançada a campanha “Ban the Can“ (Elimine as latas) para evitar o problema do lixo;

 1985: o bairro de São Francisco, em Niterói, inicia a primeira experiência brasileira formal de coleta seletiva de lixo;

 1989: nasce em São Paulo a COOPEMARE, a primeira cooperativa de catadores de material reciclável do País;

 1990: em Belo Horizonte é criada a ASMARE, que reunia os moradores de rua;

 2007: sancionada a Lei Nacional de Saneamento Básico, reconhecendo as cooperativas de catadores como agentes de saneamento;

 2008: o Brasil recicla algo em torno de 12% do lixo urbano (140 mil ton/dia), e está entre os países do mundo que mais reciclam latinhas de alumínio, além de papelão, plástico tipo PET e embalagens longa vida; e,

(43)

9

 2010: aprovada a Lei n° 12.305 instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Para Gouveia (2012), a importância da gestão do resíduo é fundamental no que se refere à saúde pública e no caso dos atores envolvidos, como as cooperativas de catadores, é um elemento de inclusão social. Ainda para o autor, devem-se buscar cada vez mais políticas públicas que incentivem o mercado de coleta seletiva, ou seja, está na destinação correta de resíduos o caminho para outros ganhos ambientais em um desenvolvimento saudável, ambientalmente sustentável e sob uma perspectiva socialmente justa.

3.1.1 Tipos de Coleta

IPT/CEMPRE (2000) descreve que no município de São Paulo são realizadas as seguintes formas de coleta de resíduos sólidos recicláveis:

 porta a porta: coleta realizada pelo serviço público, por meio de caminhões com carrocerias fechadas com compactador ou abertas;

 voluntária: o gerador do resíduo faz a segregação prévia do material reciclável e o entrega em supermercados, postos de gasolina, entidades religiosas, praças, shoppings e outros locais que funcionam como ponto de coleta, e para posteriormente os encaminha às cooperativas ou aos locais de tratamento específico quando recebem materiais;

 catadores autônomos: normalmente conhecidos como carroceiros, fazem o serviço de recolher o resíduo em residências ou comércio. Nas residências, muitas vezes, o catador é conhecido e agenda a retirada;

 no comércio, o resíduo é retirado no estabelecimento, e normalmente não está separado. Estes resíduos são provenientes de escritórios,

(44)

10

lojas, restaurantes e outros. Para grandes volumes, a responsabilidade da retirada é do gerador;

 o resíduo de serviços de saúde proveniente de farmácias, consultórios e hospitais têm destinação específica, e a responsabilidade pelo descarte é do gerador;

 cooperativas de catadores: recebem o resíduo coletado pelos cooperados e de catadores autônomos, faz a segregação fina, o enfardamento e a comercialização do resíduo;

 sucateiros: recebem o resíduo das cooperativas de catadores e outras fontes de grande porte; e,

 indústria: utiliza o material reciclado como papel, vidro, garrafas PET e plásticos para processamento e beneficiamento de seus produtos.

3.1.2 Destinação da reciclagem

A Política Nacional de Resíduos Sólidos BRASIL (2011b), Cap. III, Seção II, Art. 31, IV, pag. 14, determina que:

“(...) os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm responsabilidade que abrange (...) recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa (...)”

Conforme o Atlas de Saneamento 2011 (IBGE, 2011), ocorreu aumento nos serviços de saneamento básico, caminhando para a universalização do manejo do resíduo sólido.

(45)

11

Este avanço pode ser destacado no período de 2000 a 2008, conforme apresentado na Tabela 3.1 (IBGE, 2014a).

Tabela 3-1 Comparativo dos municípios atendidos com serviços de manejo de resíduo sólido no Brasil e sua distribuição por regiões territoriais no período de 2000 a 2008

Brasil e Regiões

Total de Municípios Manejo de Resíduos Sólidos

2000 2008 2000 2008 Brasil 5507 5564 5475 5562 Norte 449 449 446 449 Nordeste 1787 1793 1769 1792 Sudeste 1666 1668 1666 1667 Sul 1159 1188 1149 1188 Centro-Oeste 446 466 446 466

Fonte: Adaptado IBGE, (2014a)

Para Fuzaro (2007), algumas prefeituras não têm como prioridade a coleta do resíduo sólido, ficando a cargo da comunidade, a coleta e sua destinação. Embora se registre o esforço da comunidade, é ela também a responsável por cobrar das autoridades competentes gestão mais eficiente dos resíduos.

Ainda para o autor, a coleta seletiva para o administrador público pode ter interesses variados, dependendo do município e do envolvimento das autoridades, como o uso de aterros sanitários ou um manejo mais sustentável.

Segundo dados apurados pelo IBGE (2014b), nos municípios brasileiros no período compreendido entre os anos de 2000 a 2008, houve aumento no manejo dos

(46)

12

resíduos sólidos, sendo que a coleta seletiva em 2000 era realizada por apenas 8,2% dos 5.564 municípios, e aumentou para 17,9%, em 2008.

Apesar do aumento observado, este percentual ainda é baixo, sendo que, entre os municípios que oferecem o serviço de coleta seletiva, apenas 38% o fazem em todo o município.

Segundo CEMPRE (2012), a grande concentração dos municípios que possuem programa de coleta seletiva está localizada nas regiões sudeste e sul do país, que registram cerca de 86% dos municípios com oferta deste serviço para a comunidade local.

Ainda para CEMPRE (2012), os serviços de coleta seletiva eram oferecidos para apenas 766 municípios brasileiros, ou seja, cerca de 14% do total dos municípios brasileiros. A Figura 3.1, apresentada a seguir, registra a evolução destes serviços no Brasil, no período de 1994 a 2012.

Figura 3.1 Evolução dos municípios que possuem serviços de coleta seletiva no Brasil de 1994 a 2012

81 135 192 237 327 405 443 766 1994 1999 2002 2004 2006 2008 2010 2012

Municipios com Coleta Seletiva no Brasil

(47)

13

Na Tabela 3.2, apresentam-se os municípios, agrupados por região territorial, que possuem programa de coleta seletiva.

Tabela 3-2 Número de municípios que possuem programa de coleta seletiva por região territorial no Brasil

Região Número de Municípios atendidos

Norte 14 Centro Oeste 18 Nordeste 76 Sul 257 Sudeste 401 TOTAL 766 Fonte: CEMPRE, (2012)

Para melhor compreensão da distribuição territorial dos serviços de coleta seletiva, na Figura 3.2 apresenta-se, a porcentagem dos municípios brasileiros distribuídos por região que contam com esta modalidade.

Figura 3.2 Distribuição em porcentagem dos municípios com programa de coleta seletiva por regiões territorial no Brasil

(48)

14

Outro dado importante é o que registra a quantidade de habitantes que possui acesso a algum programa municipal de coleta seletiva.

Segundo CEMPRE (2012), 26 milhões de atendimentos foram realizados em 2008; em 2010 este número caiu para 22 milhões, representando uma redução de 15,38%. Em 2012 observa-se uma retomada de crescimento, quando se registrou 27 milhões de atendimentos, conforme demonstrado na Figura 3.3.

Figura 3.3 Evolução da população atendida por programa de coleta seletiva no Brasil período de 2006 a 2012 (em milhões)

Fonte: CEMPRE, (2012)

Os municípios podem contar com mais de um agente executor dos serviços de coleta seletiva, e estes variam do sistema porta a porta, no qual o resíduo é retirado no ponto de origem, da entrega voluntária, em que o gerador entrega seu resíduo reciclável no ponto de coleta e/ou são retirados pelas cooperativas de catadores. (CEMPRE, 2012).

Estas modalidades de coleta estão distribuídas de forma diferenciada, e a Figura 3.4 apresenta a distribuição em porcentagem nos municípios brasileiros.

(49)

15

Figura 3.4 Distribuição de modelos de coleta seletiva nos município brasileiros (em %)

53%

88%

72%

PEVs Porta a Porta Cooperativas

Modelos de coleta seletiva existentes nos

municipios brasileiros

Fonte: CEMPRE, (2012)

Os agentes executores dos serviços de coleta seletiva podem ser profissionais de entidades contratadas pelas prefeituras, empresas particulares, também conhecidas como concessionárias dos serviços de limpeza pública e por fim, as cooperativas de catadores de material reciclável.

Na Figura 3.5, pode-se observar a expressiva participação das cooperativas na coleta dos resíduos recicláveis destacando-se sua importância neste serviço de natureza ambiental e de geração de renda e trabalho.

(50)

16

Figura 3.5 Distribuição de agentes executores de coleta seletiva nos municípios brasileiros em 2012 (em %)

Fonte: CEMPRE, (2012)

A coleta seletiva desempenha importante papel ambiental em decorrência do aumento de material reciclável que não será destinado para os aterros sanitários, além da redução do consumo de energia elétrica e água.

Há grande gama de materiais com potencial de reciclagem, e estes variam pelo tipo e pelo valor de mercado. Na Tabela 3.3 é apresentada a porcentagem de material reciclado classificado, no Brasil em 2010. (CEMPRE, 2010)

Pode-se destacar as latas de alumínio, que pelo alto valor comercial é um dos produtos mais coletados e reciclados, e também os pneus que, pelo disposto na Resolução 258/99 do CONAMA (CONAMA, 2014), a partir de janeiro de 2002, para cada quatro pneus novos inclusive os importados ou fabricados no país, e aqueles que acompanham os veículos importados, as empresas fabricantes e as importadoras devem ser responsáveis pela destinação final de um pneu inservível (JURAS, 2014).

(51)

17

Tabela 3-3 Peso e percentual de materiais reciclados por tipo no Brasil em 2010

Material Peso (mil toneladas) Reciclado p/ano (%)

Papel de escritório 1 28

Papel ondulado Não informado 70

Plásticos 981 19 Latas de alumínio 239,1 98 Latas de aço 300 49 Vidros 470 47 Pneus 350 97 Pet 282 56

Embalagens longa vida 50 25

Composto urbano Não informado 4 Fonte: CEMPRE, (2010)

Apesar de alguns números serem bastante animadores, como os relacionados, para o papel ondulado, latas de alumínio, pneus e pet, ainda há muito por fazer para a melhoria da destinação dos resíduos sólidos no Brasil, através de campanhas de conscientização e de educação, especialmente para os compostos urbanos que ainda possuem baixa utilização.

3.1.3 Novos Resíduos

A seguir, relacionam-se alguns resíduos presentes no dia a dia da sociedade, e que merecem atenção especial em decorrência da dificuldade de sua disposição e ou de seu tratamento.

3.1.3.1 Isopor

O isopor, poliestireno expandido, é um derivado do petróleo e possui na sua composição 95% de ar, logo possui grande volume e baixa densidade, o que dificulta seu transporte e comercialização (AKATU, 2012).

(52)

18

Segundo Castellani (2012), a utilização deste resíduo tem aumentado bastante para o uso de acondicionamento e proteção de produtos, conservação de alimentos e outros usos.

Este material atualmente é coletado e armazenado nas cooperativas e após a sua prensagem é enviado para a indústria para ser transformado em novos produtos de isopor e de plástico injetado. Para uma cidade que coleta cerca de 20 toneladas de material reciclável, o isopor pode representar de 1 a 1,5% desse total, ou seja, cerca de 200 kg a 300 kg ou 17.125 m³ por dia (ABRAPEX, 2012).

Normalmente este material é proveniente do acondicionamento de eletrodomésticos como geladeiras, televisores e outros. Algumas empresas já optaram por substituir o isopor por materiais mais facilmente recicláveis, como papelão e plástico.

Na Figura 3.6 observa-se, ao fundo, o armazenamento do isopor nas cooperativas de coleta de resíduo, para destinação posterior.

(53)

19

Figura 3.6 Armazenamento do isopor nas cooperativas para manipulação e destinação

Fonte: Suframa, (2012)

Após manipulação, o isopor passa por um processo de compactação, moagem e extrusão, quando está pronto para ser preparado para uso na geração de novos produtos, o fluxograma apresentado na Figura 3.7 informa o processo da reciclagem do isopor.

(54)

20

Figura 3.7 Fluxograma do processo de reciclagem do isopor da coleta até sua reciclagem

Fonte: Adaptado de Castellani, (2007)

O isopor coletado pode ser reutilizado para a aeração do solo quando incorporado à argila em jardinagem, gramados e campos de futebol e no uso da fabricação de cimento leve utilizado na regularização de lajes, calçadas, sub-base para pisos de acabamento, elementos de mobiliários como bancos e mesas, elementos pré-moldados, elementos de fachadas, vasos ornamentais, balaústres, pedestais entre outros materiais de acabamento (ABRAPEX, 2012).

No Capítulo 5 será apresentado o processo de trituração do isopor, que é realizado em algumas cooperativas de material reciclado.

(55)

21

Outro resíduo presente na cadeia de material reciclável e que atualmente é enviado para as cooperativas de catadores ou para a indústria é o Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE).

A velocidade da evolução tecnológica faz com que equipamentos como aparelhos de telefonia celular, computadores, monitores, televisores, rádios, lâmpadas fluorescentes, geladeiras, máquinas de lavar, chuveiros, brinquedos eletrônicos, equipamentos de foto e vídeo, entre outros, tornem-se obsoletos rapidamente.

O consumismo e o desejo por equipamentos mais velozes e com mais recursos e comodidades, com desenho mais moderno, fazem com que frequentemente se substituam os equipamentos “antigos, muitas vezes com menos de um ano de uso, por novos. Resultado deste fato está no aumento da quantidade de equipamentos descartados, gerando grandes volumes de resíduo.

Segundo GRID (2012), tem-se observado um aumento no descarte deste tipo de resíduo, sendo que na União Europeia registrava-se que cerca de 4% do resíduo municipal são resíduos eletrônicos.

Na Figura 3.8 observa-se a composição deste resíduo por categorias, não computando-se lâmpadas fluorescentes, brinquedos, ferramentas elétricas e eletrônicas e outros. A grande porcentagem é atribuída à linha branca: geladeiras, máquinas de lavar, aspiradores de pó e outros. Este fato segundo GRID 2012, é decorrente da melhoria da renda do consumidor, possibilitando a troca dos produtos antigos por novos.

(56)

22

Figura 3.8 Equipamentos que compõem o lixo eletrônico e sua participação em porcentagem, no volume coletado em 2006

Fonte: GRID, (2012)

Para melhor entendimento do caminho que o resíduo de equipamentos elétricos e eletrônicos percorre da venda até o descarte e tratamento, é apresentado nas Figuras 3.9 a 3.11 o fluxograma deste ciclo.

Na Figura 3.9 apresenta o início do processo, da compra dos equipamentos e seu descarte, por ter ficado obsoleto, por quebra ou por desgaste do aparelho.

Máquinas de lavar, secadoras, aspirador de pó, etc 30% Monitores 10% Televisores 10% Computadores, celulares, impressoras e outros 15% Geladeiras 20% DVD, vídeo-cassete, rádios e outros 15% Resíduo Eletrônico Resíduo Elétrico

(57)

23

Figura 3.9 Fluxograma do encaminhamento dos resíduos eletrônicos realizado pelo consumidor em 2011

Fonte: Adaptado de Rosa, (2012)

Após o descarte o resíduo pode ser encaminhado para doação, coleta para reciclagem ou retorno para a indústria. Este processo denomina-se Logística Reversa e é apresentada na Figura 3.10. A logística reversa será vista com mais detalhes no item 3.5.2.

(58)

24

Figura 3.10 Fluxograma dos Resíduos Eletrônicos no processo de logística reversa

4.b- Pontos permanentes de coleta Prefeitura 4.a- Feiras de descarte e de conscientização ambiental 4.c- Pontos de coleta No varejo

Logística

Reversa

Fonte: Adaptado de Rosa, (2012)

Por fim, o resíduo recebe tratamento para que se realize a separação dos elementos perigosos, a destinação de peças para for reaproveitamento, o descarte do resíduo inservível e o envio dos elementos químicos para tratamento (Figura 3.11).

(59)

25

Figura 3.11 Tratamento e usos pós consumo, suas utilizações e descaracterização

Fluxo do Resíduo Eletrônico

5-DESMONTE e TRIAGEM Empresas e cooperativas 6- REUSO -Recondicionamento para reutilização dos equipamentos 6.3- Instituições Beneficentes Telecentros 6.2- Creches 6.1- Escolas Publicas 7- RECICLAGEM reaproveitamento de matéria prima 7.1. -Plásticos 7.2. -Metais 7.3- Placas de circuito impresso

Insumos de alto valor agregado para reuso industrial . De outra forma teriam de ser extraídos da natureza, com

danos ambientais

8 - REJEITOS

Fonte: Adaptado de Rosa, (2012)

A Universidade de São Paulo recebe este tipo de resíduo, como computadores, monitores, baterias e outros, por meio do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática – CEDIR. O material é recebido, podendo ser reaproveitado ou desmontado. As peças nobres são reutilizadas e os contaminantes separados para destinação apropriada. O CEDIR também oferece cursos de capacitação para as cooperativas de catadores, com o intuito de conscientizar e ensinar como separar os elementos que são prejudiciais à saúde do trabalhador e ao ambiente, como, por exemplo:

(60)

26

 mercúrio (monitores de LCD, baterias, ligamentos, termostatos, lâmpadas);

 chumbo (soldas, baterias, circuitos integrados, monitores de tubo – também chamados de CRT);

 cromo (placas);

 cádmio (bateria, chips, semicondutores, monitores); e,

 arsênio (celulares).

A reciclagem do resíduo de equipamentos elétricos e eletrônicos não é tão simples e deve-se adotar cuidados especiais para o adequado descarte dos rejeitos. Por esta razão, é importante a conscientização sobre a importância e o treinamento dos atores envolvidos para a destinação adequada para este material.

3.1.3.3 Tecidos e Móveis

Segundo o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo, no bairro do Bom Retiro em São Paulo, estão instaladas cerca de 1.200 confecções, gerando 12 toneladas/dia de resíduo têxtil, o que representa 2% dos retalhos gerados anualmente no Brasil. A coleta dos resíduos é realizada de forma desordenada, e estes são enviados para aterros sanitários. O registro da produção têxtil brasileira e a porcentagem de rejeitos e desperdícios, pode ser observado na Tabela 3.4 (SINDITÊXTIL, 2013).

(61)

27

Tabela 3-4 Produção têxtil brasileira de produtos acabados e porcentagem de rejeitos gerados.

Tonelada/Ano Rejeitos (%)

Vestuário 1.100.000 12 Meias/acessórios 20.000 2

Linha Lar 370.000 5 Artigos técnicos 300.00 5 Fonte: elaboração ABIT a partir de dados do IEMI/2012.

Com o objetivo de criar um plano de gerenciamento dos resíduos da indústria têxtil, foi elaborado um projeto objetivando minimizar os impactos causados por estes rejeitos. O referido projeto é composto por três etapas:

1ª Etapa: diagnóstico da região, mobilização das empresas, planejamento da execução do projeto;

2ª Etapa: levantamento da infraestrutura necessária para implantação do projeto e da demanda por resíduo têxtil; e,

3ª Etapa: implantação do projeto.

Para a implantação da terceira etapa, seria necessária a organização da coleta seletiva e a organização e o treinamento de uma cooperativa que receberia estes resíduos, bem como a locação de um galpão de aproximadamente 10.000 m2. Este projeto foi apresentado para a PMSP em 19 de agosto de 2013. Neste projeto, cabe à Prefeitura a responsabilidade pela coleta dos resíduos, organização da cooperativa e por fornecer área adequada para a instalação da unidade recicladora (SINDITÊXTIL, 2013).

Quanto aos resíduos de móveis e de outros volumes, no município de São Paulo há um programa chamado “Cata Bagulho”, que tem a finalidade de recolher, em dia e hora predeterminados os resíduos destes materiais. É um serviço gratuito, com a

(62)

28

finalidade principal de evitar o descarte de material em vias públicas e de dar destinação correta para resíduos como eletrodomésticos, móveis velhos, restos de madeiras, pneus, entre outros.

Estes materiais também podem ser entregues pelo munícipe nos Ecopontos, locais de entrega voluntária, inclusive pequenos volumes dos resíduos de construção civil de até 1 m³, estes locais também estão preparados para receber grandes volumes como móveis, poda de árvores e materiais recicláveis. Estes pontos de entrega estão presentes em vários bairros de São Paulo (PMSP, 2012).

A Figura 3.12 apresenta alguns dos equipamentos para o recebimento de resíduos do Ecoponto Tatuapé.

Figura 3.12 Detalhe do local de entrega e equipamentos do Ecoponto Tatuapé

Na Figura 3.13 pode-se observar os resíduos entregues no Ecoponto Tatuapé, como por exemplo, móveis, restos de madeira, eletrodomésticos e outros.

(63)

29

Figura 3.13 Detalhe de resíduos entregues no Ecoponto Tatuapé

Estes resíduos de difícil manipulação e reutilização, muitas vezes têm sua destinação, para os aterros sanitários. É por este cenário que se torna um desafio o adequando seu tratamento.

3.1.3.4 Resíduo da Construção Civil

O resíduo da construção civil (RCC), é aquele proveniente de obras, reformas, demolições, escavações, reparos e outros serviços. Há orientação específica sobre seu armazenamento e destinação, registrada na Resolução CONAMA n⁰ 307 (CONAMA, 2012a).

A Resolução CONAMA n⁰ 307 ainda determina que o resíduo Classe A (tijolos, blocos, telhas, resíduos de pavimentação, escavações, tubos e peças de pré-moldados etc.), o resíduo Classe B (plásticos, papel, vidro, metais, madeiras, etc.), o resíduo Classe C (gesso) e os que ainda não possuem tecnologia economicamente viável para

(64)

30

sua reciclagem e reutilização, devem ser reciclados, reutilizados ou encaminhados para aterro específico. Os resíduos Classe D considerados perigosos, como tintas, óleos, graxas, solventes e outros, devem ser segregados, armazenados, transportados e, se possível, reciclados. O armazenamento, o transporte e a destinação destes resíduos são de responsabilidade do gerador (CONAMA, 2012a).

O SINDUSCON (2014), orienta para que os resíduos da construção civil tenham a seguinte destinação:

 PEV (ponto de entrega voluntária ou Ecoponto): parte integrante do Plano Municipal de Gestão de RCC, constituído por área pública ou viabilizada pela administração pública, e apta para recebimento de pequenos volumes destes resíduos, com restrição ao recebimento de não inertes (tintas, solventes, óleos e outros) e perigosos;

 área de Transbordo e Triagem (ATT): licenciada pela administração pública municipal, constitui-se em estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos gerados e coletados por agentes privados. Estas áreas deverão ser usadas para triagem, transformação e posterior remoção para adequada disposição dos resíduos;

 área de Reciclagem: licenciada pela administração pública municipal e pelo órgão de controle ambiental estadual, expresso na Licença de Instalação e Operação. Caracteriza-se por estabelecimento público ou privado destinado a transformação dos resíduos Classe A em agregados;

 aterro de Resíduos Classe A: licenciamento municipal e estadual conforme legislação específica, porte e localização. Constitui-se em estabelecimento privado ou público onde serão empregadas técnicas de disposição no solo de resíduos Classe A da construção civil, visando à reservação dos materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou uso e utilização da área do aterro, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente;

(65)

31

 aterro para Resíduos Industriais: área municipal licenciada e licenças estaduais, em certos casos com elaboração de EIA/RIMA. Estes estabelecimentos compram/vendem embalagens plásticas e ou metálicas destinadas ao acondicionamento de produtos químicos; e,

 sucateiros e cooperativas: grupos de coleta seletiva e outros agentes que comercializam resíduos recicláveis: estes estabelecimentos possuem contrato social ou congênere, alvará de funcionamento e inscrição municipal.

3.1.3.5 Resíduo de Serviço de Saúde - RSS

O resíduo de serviço de saúde (RSS) tem como geradores todos os serviços que proporcionam atendimento à saúde humana ou animal; assistência domiciliar e trabalhos de campo; laboratório de análises clínicas de produtos de saúde; necrotérios; funerárias e serviços de embalsamento, medicina legal; farmácias, drogarias e farmácias de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores, importadores e produtores de artigos farmacêuticos e de materiais e controles para diagnóstico in vitro e unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, tatuagem e similares (ANVISA, 2006).

A Resolução CONAMA n° 358/05 (CONAMA, 2014b), que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde no seu anexo I, classifica-os em cinco grupos, conforme apresentado a seguir:

 GRUPO A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção;

(66)

32

 GRUPO B: resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;

 GRUPO C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação específicados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista;

 GRUPO D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; e,

 GRUPO E: materiais perfurocortantes ou escarificantes.

Para Melo (2011), devido ao potencial de risco à saúde deste resíduo, os profissionais que o coletam e o transportam, entre outras atividades, devem ser devidamente treinados para a correta identificação dos resíduos e paramentados com equipamentos e ferramentas adequados para o seu manuseio.

Para Teixeira et al. (2008), citado por Melo (2011), devido à grande descartabilidade do resíduo de serviço de saúde, seu aumento de volume que é significativo, necessita de melhor segregação e destinação dos mesmos.

Por fim, este resíduo representa um grave risco para a saúde ocupacional dos profissionais e das pessoas que o manipulam, e ao meio ambiente e locais em que circulam, que podem agravar os riscos quando sua destinação é inadequada (ANVISA, 2006).

(67)

33

3.2 Cooperativas de Trabalho

Segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho, na sua Recomendação n° 193/2002 (OIT, 2011), o termo “cooperativa” é definido como sendo uma associação autônoma de pessoas que estão unidas voluntariamente e que têm como objetivo satisfazer suas aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, tendo como instrumento uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida.

A Lei n° 5.764 de 1971, do código civil brasileiro (BRASIL, 2011a), rege sobre as cooperativas, e em seu artigo 4°, define as cooperativas como “...sociedades de

pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados...”.

Esta lei ressalta que as cooperativas podem ser distinguidas de outras sociedades comerciais existentes, devido a algumas características peculiares, como as apresentadas a seguir:

I. a adesão nas cooperativas é voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços;

II. variabilidade do capital social representado por quotas-partes;

III. limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;

IV. insensibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade;

Referências

Documentos relacionados

DISCUSSION We found inconsistencies in the completion of death certificates, such as the inversion between the causality sequence of the death certificate lines, which could damage

Thus, the central objective of this investigation was to understand, from the perspective of Critical Analysis of Discourse (CAD), the students’ discursive

As key results, we found that: the triceps brachii muscle acts in the elbow extension and in moving the humerus head forward; the biceps brachii, pectoralis major and deltoid

É preciso esperar por Fernando Pessoa, ou antes, por Álvaro de Campos, para que venhamos a encontrar uma Lisboa cosmopolita, , , , mas que ainda não consegue , impor-se à

Lopes et al., (2013), utiliza imagens de sensoriamento remoto do TM LANDSAT 5 na análise da qualidade da água com relação do clorofila-a espacializado nas margens

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Daí que o preâmbulo, seja por indicar os fins a serem atingidos pelo ordenamento constitucional e, por isso, ser capaz de influenciar a interpretação dos seus preceitos, não pode

De forma a sustentar esta ideia, recorro a Costa et.al (1996, p.9) quando afirmam que “A aprendizagem da profissão docente não principia com a frequência de um