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Zero, 2012, ano 30, n.6, maio

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Texto

(1)

GI

'A6

Marcos Pacheco

o

ex-técnico

de

vôlei

da

Cimed fala da

sua

saída

da vitoriosa

equipe

que

pode

estar

com os

dias

contados

Sobrecarga

no

internato

Rotina exaustiva

dos estudantes de

Medicina,

com

aulas

e

plantões, antecipa

cotidiano

agitado

da

profissão

o que esperar

de

Roselane?

Nova reitora da

UFSC

toma posse

no

próximo

dia

10,

e

comunidade

uníversrtáría.

aguarda

os

primeiros

movimentos

(2)

EDITORIAL

DIRETO

DA

REDAÇÃO

Estamos

de olho

no

futuro de

Florianópolis:

de

ponta

a

ponta

/

E

do

jornalista

Leandro For­

tes, um dos

palestrantes

do2°SeminárioBrasil-Ar­

gentina

de

Pesquisa

eIn­

vestigação

em

Jornalismo,

realizado em abril naUFSC, adefi­

nição:

"O

grande

risco do

jornalismo

noBrasiléode

perdermos

apercep­

ção

sobrea

importância

e ovalor da

profissão

queestamosexercendo. Te­

mos uma

função

muito nobreeacho

que nenhuma outra

profissão

tem tanta

inserção

nasociedade".

Desde sua

criação,

quase 30

anos, o Zero tem sido um espaço

dedicado à

formação

dos futuros

jornalistas,

simulando o mercado sem seconfundircom suanatureza,

privilegiando

a reportagem e expe­

rimentando

linguagens.

O

rigor

do deadlinee o sabor da aventurape­

dagógica

estão presentes em mais

esta

edição

que

chega

agoraem suas

mãos,caríssimo leitor.

Ofuturo da

capital

dos

catarinen-sesestánocentrodessa

edição:

asdi­

ferenças

entre NorteeSul da Ilha de

Santa Catarinae os rumosdo

projeto

envolvendoaPontado

Coral,

foram

objetos

danossareportagem. O

jor­

nal segue suaintenção de

dialogar

com o

público

jovem

uníversítárío,

Retratamos

sustentabilidade,

caos no

trânsito

e

regras para

ocupação

urbana

contemplando

temascomo aforma­

ção

dos

jovens

médicosafetados

pela

jornada

excessivadesdeosbancos da

faculdadee a

polêmica

da

duplicação

darua

Deputado

AntônioEduVieira, no entornodaUFSC. Oentrevistado

éoex-treinadorda

Cimed/Florianó­

polis,

Marcos

Pacheco,

que

dirigiu

o

time de vôlei

supercampeão,

agora

sem

patrocinador

ecorrendoorisco

de

extinção.

Deolhonomomento

especial

que

aUFSC viveráem10demaio,com a

possedaprimeirareitoradesuahis­

tória,

a

professora

Roselane

Neckel,

nossareportagemfoiouvirosprota­

gonistas

da comunidade universitá­ riaesentir

qual

a

expectativa

quanto

à posse das

professoras

Roselane e

Lúcia Pacheco. Nocontraponto,traz

tambémumasíntese dopensamento

crítico à

própria

universidade como

instituição

fundamental à

produção

deconhecimentoe

inovação.

Esse

cardápio

informativo foi

preparado

com a mesma

dedicação

,e zelo

profissionais.

Esperamos

sua

crítica

pelos

canaisdecontatocom a

redação: pelas

redessociaisouviae­

-mail. Sua

opinião

é

importantíssima

paraa

qualificação

donosso

projeto.

Redação

do Zero iniciao fechamentoda

edição,

oscilando entre a tensãoe o bom humor

PINIÃO

ONDE

O LEITOR TEM VOZ

Parabéns

pela

primorosa

edição

de

abril, acompanhada

com aromasdeumexcelente Cabernet

Sauvignon,

frutado

com asensacionalentreoistacomMárioPratae amatéria do descasocomo

magistério

e seu

vergonhoso

"piso

salarial".

A

partir

desta

edição,

esteselo doZero

Convergência

mostramatériasdoZero

comconteúdoextranaweb PARTICIPE!

Mande

críticas, sugestões

ecomentários

E-mail

-zeroufsc@gmail.com

Telefone

-(48)

3721-4833 Twitter

-@zeroufsc

ValterF.

Bustos,

Joinville

.1110

3°melhorJornal-laboratório do Brasil EXPOCQM 1994

OMBUDSMAN

BERNARDO

KUCINSKI

JORNAL

LABORATÓRIO

ZEROAno XXX- N° 6- Maio de 2012 REPORTAGEMAmanda

Melo,Ana CarolinaPad,AriannaFonseca,CarolinaFranco,OanielGiovanaz, EdianeMattos,José

Fontenele,Juliana Ferreira, lucas Pasqual, Mafla Diamante, Manuela Lenzi, Mariana Pitasse,Mariane Ventura, Marina Empinotti, Matheus Lobo Pismel, Milton Schubert,MireneSá,

Nathale EthelFragnani, Nathan MattesSchafer,Rafaela Blacutt, RafaellaCoury, RodrigoChagas, Sendyda Luz,ThoméGranemanneVictor HugoBittencourt

EDiÇÃO

AlécioClemente,

Bárbara Lino,CamilaGarcia, Carolina Dantas,RodolfoConceição, RosielleMachado,Tulio Krusee Wesley Klimpel

DIAGRAMAÇÃO

LucasPasqual, Patricia Pamplona, RafaellaCourye

Viniclus SchmidtFOTOGRARAAndré Mariani,MarinaEmpinotti,SendydaLuz, Thomé Granemann,VictorHugoBittencourteWesley

Kiimpel

CAPAThoméGranemann

ILU�TRAÇÂO

André

MarianiPROFESSORES

RESPONSÁVEIS

RogérioChristofolettiMTb/SP25041eSamuelLimaMTb/SC00383MONITORIAFelipeFigueira,PatriciaPamplonaeVinicius SchmidtIMPRESSÃO

DiárioCatarinenseTIRAGEM5 milexemplares

DISTRIBUiÇÃO

Nacional FECHAMENTO3 de maio

Melhor'JornalLaboratório- IPrêmio Foca

SindicatodosJornalistasdeSC2000

ZERO

Sobre

jovens

e

jornalismo

Fui

diretoà matériadecapa. O pesodos

jovens

nas urnas.Título

interno e olho

reforçam

apromessada manchete:Jovem

pode

decidiras

eleições.

Eleitoresde16a24anosrepresentam 16% do

eleitorado.Masareportagemnãoé sobreopesodovoto

jovem

nas

próximas eleições.

É

sobresuavisãoda

política,

seuativismo,

filiação

a

partidos.

E eis que sobreessa

participação

vem a

importante

revelação:

umterçodos

jovens

catarinensesestáfiliado a

algum partido

político.

Uauuu....

sutptise.

Santa Catarinasuperao

primeiro

mundo.Du­

vidam?AfonteéoTribunal

Regional

Eleitoral do Estado. Mesmoassim, duvideiefui àinternet.

Preguiçoso,

navegueisemmuito

empenho,

pesqui­

sas

várias,

nenhumaresposta

precisa,

mastodas desenhandoum

quadro

de

descrença

do

jovem

na

política.

algum

ativismo

juvenil

em asso­

ciações culturais, esportivas,

religiosas

e

ambientais,

mastraçosapenas de

participação

em

partidos políticos.

Umadessas

pesquisas

é resumidanum

boxsobreo

papel

dasmídiassociaisnas

campanhas

e ossonhos do

jovem,

que omiteodesencanto da

juventude.

Outra surpresa: maisdecemmil alunosde

graduação

vãoreceber bol­

sasdo governo paraestudar noexterior.Um programa tão

importante

e

ignorado

de modotãoabsoluto

pela grande

imprensa,

queanotícia

pode­

riatersido tratadacomofuro.Ditoisso,convinha

mergulhar

maisfundo

nasfalhas do programa,

apontadas,

masnãocom

energia.

Ficou uma

primeira impressão

deque falta contundência ao

jornal,

menos na

temática,

maisna

linguagem,

contida.A escritaé

amarrada,

não se

solta,

não há

vôos,

não hátrocadilhos ou

jogos

de

palavras.

Os

títulos,

parecemosda Folha:

sujeito

verbo

complemento.

Índio

quer

apito.

Nãofosseafala doMário Prataeuachariaqueestavalendoum

jornal

do

Rotary

Clube,

nãode alunos deumauniversidadede terceiro

mundo,

com

8 oshormôniose sensores

supostamenteàflor da

pele.

Um poucode ousadia

i I

não fariafaltaàreportagemsobreossaláriosinfames dos

professores

do '" Estado.

Porque

essaá

palavra

paraos saláriosquesepagamnoBrasila

¥

I

professores.

i Estátudo

politicamente

correto,as

reportagens

sobre os autistas,os

I

soro-

positivos,

oSUS,asmodalidadesdebolsas queauniversidade

oferece,

oNobelqueesteve

aqui,

amemóriado

primeiro

Zero,tudonos

conformes,

- mas careta.Tambémna

diagramação

senticonservadorismo e escassa

criatividade. Coma

exceção

dacapa, bem

desenhada,

edo

perfil

do

Nobel,

não hádesenvolturano usodosespaços.

Compare-

se com a

diagrama­

ção

doEstadãoou da

Folha,

eles

estão lána

frente,

usando os recur­ sos

gráficos

danova

tecnologia, rompendo

margense

linhas,

enquantoo I

Zerose

auto-aprisiona

nos

quadradinhos

deuma

diagramação

à

antiga.

[

Resumindo:

eufemismos,

fotos

anódinas,

títulos em

língua

de índio

-e

não venhammedizer queestousendo

politicamente

incorretoaofalarem

"língua

de índio."

Oeditorial do

jornal

falade

equilíbrio

entredinamismoeserenida­

deentre

ímpeto

ebomsenso,

arrojo

econhecimento. Talvezo

problema

esteja

aí.

Porque

essas

categorias

só são conflitantes

-parcialmente

-no

calordofechamento deum

jornal

diário,

quando

é

preciso

decidirentre

darumadenunciaainda não totalmente

apurada

ouarriscarserfurado

pelo

concorrente. Num

jornal

mensalnão é

preciso

limitar

arrojo

nem

conhecimento. Não é

questão

de

equilíbrio.

Ambos-assim creio

-podem

serlevadosaomáximo.

Físicoejornalista,é doutorepós-doutoremComunicação.LecionounaUniversidade deSãoPaulo,ondeseaposentouhá cincoanos.Éprofessorvisitante da UFSC.

---_ ...._..._--_._..._---'

������

Melhor

.peça

Gráfica SetUniversitário/ PI.JC-RS 1988, 1989. 1990, 1991, 1992e.:1.998

(3)

Uma

redação

de

caras-pintadas

Em

1992,

cobertura do

impeachment

misturou

jornalismo

e

militância

Nos

primeiros

anosda década

de

1990,

quando

se falava na

cassação

do então

presidente

Fernando Collor e

jovens

com

rostos

pintados

participavam

de

passeatas

portodoo

Brasil,

nãoeraincomumseescutarnocorredor docurso

de

Jornalismo

daUFSC:"Vaiterquecortarotexto,

matériacom20laudasnãotemcomo".

Naquele período,

todos sofreramcom oconfis­ co das cadernetas depoupançaeoutrasmedidas_

econômicas doPlano Collor.No dia29 desetem­

bro de1992,

quando

maisdecincomil pessoasse

reuniramemfrenteàCatedral

Metropolitana

para assistir à

votação

do processode

impeachment,

o

Zeroestavalá fazendoacobertura para

publicar

na

edição

de outubro.Amatéria descrevia a mo­

vimentação

nocentrode

Florianópolis

e também

comofoiodiano

Hospital

Universitário durantea

PÁGINAZERO

PRIMEIRAS LINHAS

apuração

dosvotos.

Com a

organização

do Diretório Central dos

Estudantes

(DCE),

váriosalunosda UFSCtambém

participaram

das

manifestações

domovimentoca­

ra-pintada

na

capital.

Omomentoeradedescon­

tentamentoe o

jornallaboratório publicava

oque

podia

sobrea

situação.

"Cobriro

impeachment

do Collorfoiumdesafio paraumaestudante deJorna­

lismo que,semmuita

prática,

tevequetranscrever

as

emoções

daqueles

jovens

estudantescom a cara

pintada

engajados

numa

campanha

quedefiniria os rumos do

país",

comentaa

jornalista

Roberta

Sandreschi,

integrante

da

equipe

da

época.

A

jornalista

MartaScherer

explica: "Finalmente,

podíamos participar

deummovimento

estudantil,

como nossos

pais,

tioseaté irmãos maisvelhos.A

história da ditadura militareramuito

presente

e os

debates

políticos

faziamparte da vida

acadêmica,

certamenterefletindona

produção

doZero".

Primeiradécada rendeureconhecimento e

elogios

ao Zero

, '

Maio de 2012

:eI'1

Poucos

recursos

e

muitos

prêmios

Nosdez

primeiros

anosde

produ­

ção,

o

jornallaboratório,

criadoem

1982, foi cinco vezes consecutivas

premiado

noConeSulcomomelhor

peça

gráfica.

Além

disso,

ganhou

elogios

do Diário Catarinensee da

revista

Playboy,

que o citouno seu

balanço

anual das melhores facul­

dadesdo Brasil.O ZeroZine,

produ­

zidoem 1992,

chegou

acircularna

Bienal Internacionalde

Quadrinhos.

Nesta

época,

era

impresso

em off-set

noextinto

jornal

O

Estado,

comtira­

gemde3 mil

exemplares

quinzenais.

Noinício dosanos90, osalunos faziamsuasreportagensem

máqui­

nas de escrever e

diagramavam

de

forma

artesanal,

utilizando

grandes

folhas de

papel, lápis

verdee

régua

de

paicas

parafazero

projeto

gráfico.

Acalculadora tambémera umafer­

ramenta

indispensável

para os dia­

gramadores:

"Para

expandir letras,

aumentarentrelinhasoucalcularas

colunas,

tínhamosquedesenharna

mãoefazer mil cálculosmeio incer­

tos",lembraMartaScherer.Elaconta

queo

primeiro

computador

docurso era uma

máquina

solitáriacomtela preta eletras verdes que, "ao invés

de

facilitar,

dificultava aindamaiso

ZERO

Alunosmobilizados foram às

passeatas

Há 20anos:

máquinas

de escrever e canetas

esferográficas

nossotrabalho". crever, Nunestinha que cobrireven­

tos ao

vivo,

que

exigiam

mudança

detextoatodomomento."Erapura

adrenalina,

mas a

paixão

pela

repor­

tagemfazia valerotrabalho."

Dentre as históriasquea

produ­

ção

guardou,

está adas estudantes

Cristiane Fonti­

nha Miranda e

Adriane Canan,

queforam atéo

centro da cida­ de para cobrir

uma greve ge­

ral. A

população

e dezenas de

Aprender

desta maneira foi im­

portante para o exercício da

profis­

sãoanosmais

tarde,

avaliaa

jorna­

listaAnaPaula Lückman.Como não

haviainternetnem

celular,

o

repór­

tertinhaquefazerasentrevistaspre­

sencialmente

ouportelefone

fixo. "Isto era

"A

vantagem

de

muito bom e é um hábito que a

tecnologia

fez os

jornalistas

de

hoje

per­

derem",

reco­ nhece Andressa

Fabris,

atual diretoradaAlfa

Comunicação

Empresarial.

A assessora Claudine Nunes as­

segura que a

experiência

foi funda­

mentalparasua

formação

e queas

dificuldades

encontradas, principal­

mente com a infraestrutura para

produzir

o

jornal,

não interferiram

no

aprendizado:

"Você tem que

aprender

a escrever com o recurso

quetem, colocando a

cabeça

para

funcionar". Numa

máquina

de

es-não haver internet

ou

celular

era

ter

que entrevistar

pessoalmente"

policiais

esta-vam nas ruas e

Fontinha ten-tava

fotografar

perto dos focos de tumulto: "Fomos avistadas porum PMe tivemos que

fugir

àscarreiras. Entramosem uma

farmáciapara dar um tempo e de­

pois partimos,

com ofilmeinteiroe as

informações

na

cabeça",

recorda

CristianeFontinha.

AriannaFonseca

aariannaf@gmail.com.br

(4)

\

ZERO

ENTREVISTA

MARCOS PACHECO

/

"Quando

a

Cimed foi derrotada

nas

quartas

de

final,

perdeu

também financeiramente"

Treinador analisa

sua

saída do vôlei de

Florianópolis

e

fim do

apoio

da empresa farmacêutica

Confiraum

especial

sobre

ofim dotimede vôleida Cimedemais

imagens

da

entrevistaem:

zeroconvergencia.

ufsc.br

casamento acabou.

Apesar

disso,

você ainda

deseja

felicidades

ao

ex-cônjuge

eesperamanteraamizade.Foi com esseclima

queoex-técnico da

Cimed/SKY

MarcosPachecoconversou com areportagemdoZero.GaúchocomSüanosde

voleibol,

como

atleta,

auxiliare

treinador,

Pachecopassouaúltima décadatra­

balhandoem

Florianópolis.

Em

janeiro,

depois

da derrota paraoVoltaRe­

dondaem casa

pela

Superliga,

Pachecosentiuquesuasverdades "nãoeram

maisconsideradas absolutas"eresolveuterminarociclocom a

equipe

da

capital

catarinense,porrazões nãoesclarecidas.Foram sete anosde rela­

cionamento,queainda fazemotreinadorusar a

expressão

"nossotime". O

casamentoPacheco-Cimed rendeu a

alegria

dequatrotítulosnacionaise a

tristezada

eliminação

nasquartasde final da última

temporada,

resultado quese

repetiu

em

2012,

sem apresença dotécnico.

Depois

da saída deMarcos

Pacheco,

tantoSKYquanto Cimedanuncia­

ram ofim do

patrocínio

paraotime,quetemseufuturoincerto. Prestesa

assumira

equipe

de

CampinasjMedley,

otreinador

tememmente

alguns

dos atletascom os

quais

deseja

contar.

Alguns

dessesnomestrabalhamcom

Pachecodesdeocomeço do

projeto

do vôlei de

Florianópolis.

Naentrevista.,

ele analisaovoleibol

brasileiro,

o

protagonismo

do

país

noesporte atéas

Olimpíadas

de

Londres,

suas

perspectivas

decarreiranosudesteedesmente oburburinho de quesuademissãoestavarelacionadacom a

chegada

do

patrocínio

da

operadora

de televisãoacaboSKYedos

campeões olímpicos

GibaeGustavo.

Comovocê recebeuanotícia sobre ofim do

patrocínio

da Cimed?

Foiem duasetapas. Primeiro,com a

saída da

SKY,

que não continuariano

projeto.

Vamos voltarum

pouquinho:

no ano

passado,

antesda

temporada

2011-2012,se não tivesseessaparce­

riacom a

SKY,

a

equipe

não seria tão

competitiva.

Perderíamos

jogadores

como Bruno, como

Éder,

tampouco

poderíamos

trazer

Giba,

Gustavoeetc.

Aideiaerafazerumrecomeço, como

foi láno

início,

mas avinda da SKY

viabilizoua

permanência

dos

jogado­

res e aindatrouxeos

reforços.

Coma

saída daSKY, o time da Cimed sabia

que não teriaumvalordeinvestimen­

to alto para

competir

no mercado.

Comoeu

disse,

aideiaerafazerumre­

corneço,pegarjogadoresjovens,

como

foi na

primeira temporada.

Por urna

estratégia

de

marketing,

aCimedficou

seteanos,masagoraaempresatornou

ZERO

até agora eram da

região

Sul,

e

agora

você

vai para o Sudeste.

É

umaoutrarealidade do vôlei?

outro rumo,queé investiremoutras

áreas.Foi meiodesurpresaa

decisão,

mastem que entenderem

função

do

posicionamento

da empresa.

Ago-"O

patrocinador

ra, se isso quer

dizerque não vai

mais ter

equipe

de voleibol em

Florianópolis,

aí eu

não posso afirmar nada. Então a Cimed para deinvestir no

vôlei,

devez?

É,

a Cimed não vai mais investir no

voleibol.ASKYficou sócom otimefe­

mininodoRio deJaneiropor

questão

decontrato,e aCimed mudouo

plano

de

marketing.

Talvez a maior

diferença

é que eles têm um es­

tadual

forte,

que

não temos em

Santa Catarina

ou noRio Gran­

de do Sul. Láem

São Paulo tem

quatro, cinco

equipes

alta-mente

competi­

tivas, então talvez

seja

essa a

grande

diferença.

Existe, além da

Superliga,

uma

disputà

anteriormuitoforte.

mudou

o

plano

de

marketing

e

não

vai mais investir

no

voleibol"

Todosostimesque você trabalhou

Você

pretende

levar para

Campinas

algum jogador

com quem traba­

lhouem

Florianópolis?

Euvou tentarlevar

alguns jogadores

(5)

daqui

sim. O Renato éum nome que eu

gostaria,

o

Eder,

entre outros.Osca­

ras

estão háseteanos

comigo

enão é poracaso.Mas vaisermuitodifícil.O

Éder

vaiterpropostaatédoLiraTênis Clube

aqui! Já

oRenatotem uma ca­

racterísticade passe.

Hoje

temmuitos

atacantes, tem muita gente pra· dar

porrada,

fazero ponto, característica

do brasileironé!? Mas quemviabiliza isso, que é o Renato, muito bom na

recepção,

tem

pouquíssimos.

[Nota

do

Zero: opontaRenatofechou contra­ tocom o

Campinas

nodia 13 de abril

enquantoque central

Éder

acertou,no

dia

seguinte,

suasaídaparao

Sesi-SP]

E

pretende

levar

alguém

dacomis­ sãotambém?

Da comissão técnicavou tentarlevar

uns

dois,

três.

Você

participou

do

projeto

da Cí­

med desde o começo. A

parceria

com a SKY na última

temporada

interferiu no

projeto

que sempre

existiu?

Não. A SKY veio efez a

parceria.

Em

nenhum momento teve

qualquer

in­

fluência.Apropostaerameioameio,

repartiu

o nome,

repartiu

acamiseta, mas emmomento

algum

houve uma

influência,

nem

positiva

nem

negativa.

Nemnaforma de trabalhar?

Emmomento

algum.

A SKY

queria

se

juntar

a uma

equipe

que tinha um

histórico vencedor.E nãohouve influ­

ência

alguma

quanto a isso. Nenhu­

ma.

Alguma

interferênciaaomontara

comissão técnica?

Houve um caso, mas não foi influ­

ência daSKYnão, tá? Eu tinha uma

comissão técnica eaíveio o

Douglas

Chiarotti. Elenãofoium

pedido

meu.

A

partir

domomento queeleveiopra

cá,

trabalhoumuito

bem,

foiextrema­ mente competente e leal. E

hoje

per­

guntam:

"Pacheco,

você contrataria

o

Douglas?"

Contrataria, não

tenha dúvidas disso. Sóa

ma-neira

pela qual

eleentrou

no

projeto

que eu não

concordei.

E como foi feita a

contratação

do

Douglas?

Via uma

reu-Maio

de 2012

nião quetevee

chegaram

àconclusão

que,por"ser

campeão

olímpico

e

pelo

trabalho que ele tinha feitono

VIVO/

Minas,seria interessantetero

Douglas

nogrupo. Ele foiuma

imposição

pra

mim.

Naquele

momento,eunão gos­

tei,

coloquei

meu

descontentamento,

mas eunãoposso falar nada dele.

Asuasaída deixaa

sensação

de de­

ver

incompleto?

Não.

Fiquei

quasesete anos

aqui

em

Florianópolis.

Fizemos um

negócio

muito

bacana,

só que

chegou

um mo­

mentoque...porqueassim,àsvezesé

uma

virtude,

àsvezeséum

problema,

mas eunãotenho

jogo

decintura para

algumas

coisas. E

chegou

um momen­

toemqueeu acrediteiqueasminhas verdadesnãoestavamsendoasverda­ des absolutas.Então,domeupontode

vista, o maiscorreto era sair.

Queria

ter

lembranças

maravilhosas da Ci­ medo Eu não

queria

brigar

oudiscutir.

Não

queria.

Foi fácil? Foi extrema­ mentedifícil. Talvez amaneiracomo eutrabalhavahaviasaturado.Não sei. Maseunãoestavamesentindo confor­

tável

naquela

situação.

Nãovaleriaapenairatéofim des­ sa

temporada?

Não. Eu não

conseguiria.

Você falou que

"parece

que não acreditavam mais nas suas ver­

dades absolutas". Isso vinha da

direção

do time ou dos

próprios

jogadores?

Como um todo. Teve uma reunião

que eu não

gostei...

Não

gostei

do

Redonda,

maspra um time com tn­ vestimento menor.Foi a

primeira

vez em seteanos. Então, foi

pensado

que

tinha que fazer um acontecimento, umfato...

alguma

coisa. Bom, o fato foi feito.

Existia

algum tipo

de

disputa

de

influência,

de gruposque fizeram

as suasverdades

não serem mais

absolutas?

Não houve ne­

nhum

problema

com os

jogado­

res. Foi

situação

de . cima, sabe?

Divergências

de comando. Eu não me senti mais confortável nessa

situação. Porque

como eu

digo: hoje

eudavaum chutenaporta.Amanhã:

"poxa,

Pacheco,

tu temque

quebrar

a

porta". Pô,

quebrar

a

porta? É

muito

difícileu

explicar.

Porque

éassim,um

fato representa 10%. Esses 10% não

fazemeu

pedir

demissão.Ai acontece outro

fato,

sãooutros1O%?

Não,

são 20%.

Aqueles

10%eunão

esqueci.

Pode

ter

passado

um ano,

pode

ter

passado

dois meses,

pode

ter

passado

um dia.

Aqueles

10% tão

aqui,

naminha cabe­

ça. Esses 20% não vãomefazer

pedir

demissão.Mas

daqui

apoucoacontece

mais

alguma

coisa. São ainda mais 10 %. Não, para um

pouquinho: já

são 30%! E 30%

é meu

limite,

não

dámais.Então,nãoéumfato

isolado,

sabe?

oara

colocar

os

ogadores

da

SKY

tom,não

gostei

de

algumas

situações,

algumas

imposições,

algumas

su­

gestões

que eunão concordei.Assim,

nãofoi nadacom os

jogadores

porque

depois

queeu

saí, surgiu

muita coisa:

"Ah! Foiporqueo Gustavotánoban­

co". Mas por que o Gustavotava no

banco?

Porque

ele voltou da

Copa

do Mundo do

Japão

lesionado.

Quando

ele estava quase

�:

rec����:��

'Nunca recebi

de novo e ficou

fora. "Ah! Então

renhurna

ordem

foi

problema

com o Giba!" O

Giba nem en­

trouem

quadra.

O Gibateve esse

tempo todo

lá,

�m

quadra"

foi

parceiro,

ele

ajudava

no que

podia.

Mas moeram

elena

Copa

do

Japão.

Ele

chegou

ma­

chucado e decidiu-se fazer uma re­

cuperação

mais

conservadora,

sem a

cirurgia.

A

recuperação

nãoteveefeito

e ele foi

obrigado

a fazer a

cirurgia.

Então oGiba também não tevenada

a ver.Nemosoutros

jogadores,

nada.

Não era uma

obrigação

que os

jogadores

da SKY estivessem em

quadra?

Não,nuncafoi

passado

paramimque

os

jogadores

contratados daSKYpre­

cisavamestarem

quadra.

Mesmopor­

que elesnãotinham

condições.

Agora,

não posso dizer se eles estariam em

quadra

ounão.

Você comentou de uma reumao

que teve, de

algumas sugestões

que vocênãoconcordou.Eramdo pontodevista

esportivo?

Sim. "Ah! Vamos criar um fato." O

fato que era pra ser

criado,

eu não

concordei.Ai eudisse

"ó,

vocês que­ rem o fato?Eu tô fora!

É

um baita

fato,

então

obrigado,

tchau." Sim­

ples.

Porque

é o que eu falei antes:

tenhopouco

jogo

decintura praal­

gumas coisas. Nãogosto,não

admi-.

to.Nãoabromãodoqueeupenso.

Umfato paramexer comtime?

Não, não para mexer, pra dar

uma...

Porque

nós

perdemos

para o Volta Redonda. Foi

a

primeira

vez que nós

perdemos

paraumtime,

nada contra o Volta

ZERO

30%noano? Ouna

temporada?

De uma

temporada,

se não, não dá.

Não tem como você trabalhar assim

em um grupo, com o investimento

e a

responsabilidade

que tem.O pro­

jeto

Cimed foi feito pra vencer, não pra

participar.

A

vitória,

o sucessote traz

felicidade,

te trazbonscontratos,

tetraz certezas.Aderrotanãote traz

bons contratos, te traz incertezas, te traz

frustrações,

te traz um montede

coisa. Obomé

ganhar.

Então,sempre

acontecem

divergências

numa situa­

ção

dessas.

A

geração

doourode 2004

está no fim de carreira. Como é que

vocêvêa

seleção

brasileira?As pos­

sibilidadespraLondres?

Eu acho que a

seleção

ainda é uma

dasfavoritas.ARússiacresceumuito, a Polônia sempre

respeitou

muito o

Brasile

hoje

éumtimemuito compe­

titivo.Cubatavano

encalço

do

Brasil,

mas tevetrês

jogadores

quetentaram

fugir

do

país

eque

hoje

estãoafasta­ dos da

seleção.

E tem um adversário

quemepreocupamuito,eparece que

estánahora de

ganhar

do Brasil:esse

país

éa

Argentina.

OBrasiltem

ganho

deles,

mas como

ganhava

da Rússia

antes:3a2,19a17no

tiebreak,

uma

bolinha que foiatrásdo

bloqueio,

que

umanimallánãofoinabolalNão ad­

versáriomuitodifícil.Ano

passado

eles

ganharam

o Mundial

Juvenil,

a

Liga

Mundial,

a

Copa

do Mundoeatéofu­

tebol deareiaaRússia

ganhou.

É

um

adversário

perigoso.

Existiram outras propostas além do

Campinas?

Sim, recebi outras

sondagens,

até de

algumas

equipes

de fora.

Equipes

da

Bélgica,

do

Japão,

da Itália.Eu ainda

vou trabalhar

fora,

tenho umavon­

tadede ir paraoutro

mercado,

ver se eu tenho

capacidade,

se tenho condi­

ções

de trabalhar. Mas acredito que

até2016oBrasiléo

lugar,

em

função

da

Copa

de 2014edas

Olimpíadas

de

2016.

Depois

dos

Jogos

de

Londres,

em

termos deesportes,só vai se falarno

Brasil. Entãonósvamosviverno rní­

nimo quatro anos de

"Brasil,

Brasil,

Brasil".Então,

talvez,

apesardaminha

vontade,

apesardetudoque,euacho que

hoje

não seriaomomentodesair

do

país.

Etrabalharna

seleção?

Como

qualquer profissional,

eu gos­

tariade

participar

deuma

Olimpíada,

deum Mundial. Gostaria muito. Mas

em

contrapartida

eu achoque

hoje

a

pessoa certaestá lá. Os técnicos das duas

seleções

brasileiras são os caras

certospara estarem lá. Eu tenho um

sonho,

tenhoumavontade

grande

de

participar

de uma

Olimpíada.

Neces­ sariamentecomotécnico?Não, talvez numacomissão técnicatambémseria

beminteressante. AmandaMelo amandacdmelo@gmail.com EdianeMattos edimattos@gmail.com Thomé Granemann granemannrosa@gmail.com

VictorHugoBittencourt

bittencourt.victorhugo@gmail.com

(6)

PASSAPORTE

PARA ACARREIRA

Internato

sobrecarrega

estudantes

Futuros

médicos

se

habituam

com

carga horária cheia

antes

da formatura

mercado éassim". O co­

ordenador do curso de

Medicina da UFSC Carlos Eduardo Pinheiro fala

com naturalidade sobre

a rotina dos internos na universi­

dade.

Nela,

estão incluídos

períodos

integrais

de

trabalho, começando

por volta das 8heterminandoentre 17h

e

18h,

muitasvezes

complementados

por

plantões

das 20h às 8h.

Logo

de­

pois

do

plantão,

atividades normais;

o descanso é na parte da tarde. "A cargahorárianãoé muito

pesada,

na

medicinaissoétradicional.Agenteé

diferente de todo mundo

[da

univer­

sidade

l", complementa

Pinheiro.

Internato éum

estágio

curricular

obrigatório

para

graduação

médi­

ca. Durante o

período,

que deve ter

duração

mínimade 2700 horas- ao

menos 35% da carga horária total

da

graduação

-, estudantes fazem

um treinamento

supervisionado

por

profissionais

em áreas como Clínica

médica, Cirurgia

ePediatria.Nastrês

maiores universidades catarinenses

que oferecemocurso,

UFSC,

Univalie

Unisul,

a

duração

é de doisanos.

Quando chegam

nessa etapa, os

alunos passaram por quatro anos

decurso

majoritariamente

teórico e

começamasededicaraostrabalhos

práticos

em

hospitais,

maternidadese

postosdesaúde. Aindahá discussões

decasosclínicose

aulas,

mas asDire­ trizes Curriculares Nacionaisdo Mi­ nistério da

Educação (MEC)

exigem

que

pelo

menos 80% do tempo

seja

investidonosatendimentos.

Atualmente,

a carga horária se­

manal do internato deve ser de 40

horas.Essaéuma

exigência

daLeide

Estágio

(Lei

11.788,de25 desetem­

bro de

2008),

masque,

segundo

Pi­

nheiro,

nãofoi feitaparaamedicina.

"Essaleinoscriouum

problema.

An­

tigamente,

eram 60horassemanais.

Durante muitos anos foi

padrão.

Agora

temosque diminuir horassem

diminuira

qualidade

da

formação,

o

quenãoéfácil.Precisamosde44 ho­

rassemanais,

pelo

menos",

justifica.

Para ocoordenador da Medicina

da

Unisul,

JoãoGhizzo

Filho,

alimi­

tação

da cargahorárianão compro­

mete a

formação

dos estudantes.Os

alunos da universidade têm aulasem

período integral

e cumprem

plantão

semanal das 18h às 24h- sem

perí­

odos de 12h como na UFSC -, mais

umavisitaemfins desemanasalter­ nados. "Formamosa

primeira

turma

no campus'Pedra

Branca,

com 24

alunos. 80% fizeram provasde resi­ dência e foram

aprovados,

embora

nemtodos chamados para trabalhar.

Esseéotermômetroque temos".

Ainda que estruturalmente

adap­

tadosà

lei,

na

prática,

os estudantes

afirmam que muitos

estágios

ultra­

passam40 horassemanais."A

pedia­

triadanonafasetem52 horas

sema-Ido

(P,Ve

er

40 h

ras

emanare,

rna

rofessor

diz que

é insuficiente

nais,

tranquilamente.

Entramos no

ambulatório às7h30edas 11hàs 12h

temaula. Para

almoçar,

temosque ir

em

duplas,

para não deixaro

serviço

descoberto.Atardeé inteirana emer­

gência

e uma vezporsemanatemos

plantão

de doze horasnoHU,das 20h

às 8h.Nessecasoda

pediatria

nãohá

pós-plantão,

queéatarde livre para

descansar. Não há nenhum

período

livre",

relataumalunodaUFSC,que

pediu

para nãoseridentificado.

Paraos

estudantes,

se as40h se­

manaisfossem bem

aproveitadas,

se­

riamsuficientesparao

aprendizado

pleno.

Parteda

jornada

nos

hospitais

é

cumprida preenchendo

papeis.

Em

horários em que há mais de uma

turma de internos, os mais velhos

assumem a maioria das

funções

e os outrosficam livres. "Estasemana

fiquei

atarde inteiranamaternidade e fiz duas consultas. Foram quatro

horasem que,

efetivamente, aprendi

duranteuma",contaoutroaluno.

Por não se tratar tecnicamente

de

trabalho,

e sim de atividade aca­

dêmica,

a

legislação

trabalhistanão

regula

o internato. O

advogado

do Sindicado dos Médicos de Santa Ca­

tarina,

Ângelo

Kniss,

explica

que se

algum

problema,

a universidade

é

responsável.

"Alguns

estudantes

entram emcontato conosco

questio­

nando as

jornadas

diáriasacimado razoáveloudo programa

pedagógico

do curso,além da

questão

do traba­ lho informal entre os

estudantes,

que

praticam

o ato médico no que

diz

respeito

a

alguns

pontos

[os

inter­

nos

consultam,

examinamelevamo

diagnóstico

aos

responsáveis

1

". Mesmoreconhecendoosexcessos, osestudantes daUFSCacreditamque

arotinacheiaénaturalizadaporeles

e

pelos

professores.

como sehou­ vesse umavia crucis parasetornar

médico. Você

estudou muito para

entrarnafaculdadeeé muito

exigi­

do do

primeiro

ao último semestre.

Você não se alimenta nem dorme

bem,

mas os

professores,

em

geral,

insistem que são nessas

condições

quevocêvaiviver",relataumaluno da nona fase. "A

lógica

parece ser: vamos

precarizar

o ensino

que o

serviço

está

precarizado", completa.

Falta de

acompanhamento

é

problema

Deacordocom

pesquisa

realizadaentreosalu­ nos

pelo

CentroAcadêmicoLivrede Medicina

(CA­

LIMED)

daUFSC, a

principal

defasagem

dointer­

natoestána

preceptoria,

o

acompanhamento

que

recebem de

profissionais.

Alunos relatam

situações

graves em que estavam sozinhos na

emergência

cirúrgica

do

Hospital

Universitário

(HU):

"Aconte­

ceudeeuestarsem

staff (médico experiente)

nem

residentee

chegar

um

paciente

politraumatizado.

Erameu

primeiro

estágio cirúrgico,

não

podia

fa­

zernadaalémde chamar

alguém qualificado

para

lidarcom o caso.

Fiquei

muito nervoso,masfeliz­

mentenãofoiumcasodevidaoumorte".

Segundo

os

alunos,

afalta de

acompanhamento, principal­

mentenos

estágios

cirúrgicos,

érecorrenteebem conhecida dentro docurso,que porenvolver fi­

guras

importantes

na

hierarquia

do

hospital

éum

hospital-escola

daforma que achamos quedeve­ riam. Nem sempreos

professores

estão lá. Então,

contamoscom os médicosem

serviço,

que

podem

nãotervínculocom a

universidade,

mastêmobri­

gação

denos

ajudar

justamente

pelo

statusdees­

colaque o estabelecimento

possui.

Mas eles não

recebemnadaamaisporisso,nãotêm

motivação

alguma"

relataa

presidente

doCentroAcadêmico de MedicinaProfessor Edison Villela

(CAPEVI)

da

Univali, Lygia

Cruz. O CentroAcadêmico da Unisul

nãofoi encontrado paracomentara

situação

e os

alunoscontatadosnão

quiseram

semanifestar.

problema

que permanecesem

solução.

Hátambém relatos de casosdefavorecimento

ou

retaliação

nas

avaliações

dos

alunos,

quemui­

tasvezesé feitaporresidentes oumédicos recém

formadosqueforam

colegas

decursodosinternos

e por isso não utilizam somente critérios

profis­

sionais nas

atribuições.

Na Maternidade Carmela Dutra, por

exemplo,

são os residentes que fazem as

avaliações.

"Na

enfermaria,

temuma

prescrição

padrão

que damos às

pacientes

que estãobem

após

daraluz.

É

imprimir

e levarparao residente

carimbar.

Alguns

sãonossosconhecidoseassinam

tudosemchecar.

É

umaflexibilidadeque nãodeve­

ria acontecer"conta outroestudante.

NaUnivali adificuldademaioré

pelos

alunos

nãocontaremcom um

hospital

universitáriopara trabalharem. "Os internos não são recebidos no

ZERO

Carolina Franco carol.limafranco@gmail.com MarinaEmpinotti marinaempinotti@gmail.com

Maio de

2012

(7)

---�--�---��--��---��--���---Duplicação

da

Edu

Vieira

é

saída

provisória

ESPAÇO

OCUPADO E TRANSFORMADO

Prefeitura,

universidade

e

moradores não

se

entendem

na

polêmica

sobre

o

trânsito

na

UFSC

oúltimo 13de março,osmembros do Conselho Universitário

(CUn)

daUFSC votaram contra a cessão

de18milmetros

quadrados

deárea da universidade paraa

duplicação

darua

Deputado

Antônio EduVieira, noPan­

tanal,

proposta

pela

Prefeitura

Municipal

de

Florianópolis

(PMF).

O

projeto,

analisadopor

umacomissão

especializada

desde setembro de

2010,

foi considerado

incompleto

emváriosas­

pectos.

Além

disso,

ovetoéumaformade

apoio

aos moradores da

região,

que seriam os mais

prejudicados

com a obra.A

discussão, porém,

teveinício hámais de dezanos com o

projeto

de

lei n°

088/2001,

duranteomandato da

prefeita

Angela

Amin

(PP).

A

primeira proposta,

elabo­ rada

pela

empresa Prosulem2003,foi reduzi­

da devidoaoscustoselevados.Areforma agora

deveserfeitaemapenasum

trecho,

masainda

depende

deconsensoentreaspartes,o queestá

longe

deexistir.

De um

lado,

a

prefeitura alega

queé uma

forma dereduzir otrânsito da cidadeem um

deseuspontosmaiscríticos. Aobra é também

necessária para a

implementação

do sistema

Propost,

está sendo

id:

Ol-

'de

o

houv

,

ClilS

nso

t:

n re

.nvolvidas

de transporte coleti­

vo BRT

(Bus

Rapid

Transit, trânsito rá­

pido

de

ônibus),

si­

milar ao

existente

emCuritiba.

A UFSC contesta. Deacordocom opro­

fessor

João

Fagundes,

presidente

da comis­

são, "a

duplicação

vai minimizar,enão

resolver o

problema

do

tráfego.

Sua va­

lidade se esvairá em

cinco anos."

Quanto

ao BRT, não há ne­

nhuma

menção

no

projeto

apresentado.

Para os membros .

do

conselho,

hámais Por

dia,

22mil carrospassam

pela principal

ruado

Pantanal,

o que

complica

o

tráfego

na

região

lacunas em outras

questões,

como emumestudo ambientale em um estudo de fluxos.Os

moradores,

represen­

tados

pelo

Conselho Comunitário do Pantanal

(CCPAN),

apresentamcríticas

parecidas

e acres­

centamque as

alterações

propostas em

alguns

pontosdo

projeto

não estãosendo levadasem

conta."A

impressão

que passaé que tudoisso

está sendofeitoàs

pressas."

segundo

o

vice-prefeito

e secretário de

transportes,

João

Batista Nunes,

pré-candidato

a

prefeito pelo

PSDB,

a PMF sempre esteve

abertaàdiscussão.ComaUFSC,por

exemplo,

"já

tentamos fazer uma

apresentação

para os

membrosda comissãoedoCUn,semsucesso".

Ironizandooqueédito

pela

maioriados

repre-Uma das maiores

mudanças

viria com a im­

plementação

do

tráfego

binário entrea Edu Vieirae a rua

Capitão

RomualdodeBarros,

na Carvoeira. Pordia, passam em média 22 mil carros na

primeira

e 18 mil na

segunda.

Na

intenção

de transformaressefluxo para

20mil em cada, elasseriam transformadas

em vias desentidoúnico para otrechoCen­

tro_ UFSC

e UFSC- Centro.

Essa parteda

obra não está

prevista

no

projeto

de 2010,

queé apenas uma partedo quefoi proposto

em 2001.A

prefeitura

feza

redução

porque

nãotem recursossuficientes. "Esse

pedaço

exige desapropriação

porpartedos rnoraco­

res.Só isso, custa mais de R$20 milhões",

observa o

vice-prefeito

João Batista Nunes. Oúnicoconsensoentreas partes équeos

moradores serãoos maisafetados. "Não há dúvidas.A

prefeitura

fará um novo postode

saúde de

'presente'

para acomunidade",

ironiza. O postodeve ocupardois mil metros

quadrados

do terrenocedido

pela

UFSC.

A

presidente

doCCPAN, AlbertinaSouza,

chama

atenção

para o

projeto

da

duplica­

ção.

"Obras

planejadas

têm resultadosa

longo

prazo.

É

importantepensarna cidade

Maio de 2012

sentantesda universidadeedos

moradores,

que

a

instituição

incentiva o

debate, João

Batista

tentaprovar."Vamostentar

ligar

agoraparao

reitor

(Alvaro)

ToubesPrata".Ele discaonúme­ ro,mas a

ligação

cainacaixa

postal.

Albertina da Silva de Souza,

presidente

do

CCPAN,

sabecomoéa

sensação

denãoseraten­

dida. "A universidade tambémnãoestabeleceu

um

diálogo

coma comunidadeemvários mo­

mentos,como aofazero

primeiro

relatório."O

vice-prefeito

afirma que "a comunidade

partici­

pouem

2001,

quando

foifeitoo

projeto

de

lei",

masdesdeentãoa

comunicação

vemdiminuin­

do.O

professor Fagundes

tema mesma

opinião.

"Esse

projeto

foi

apresentado

à UFSCem2010,a

para nomínimo 50 anos." Amesma

posição

é defendida

pela

universidade. "Tem que

sepensar em escalade

mobilidade,

não no

imediatismo de uma obracomoessa", de­

fendea

professora

SôniaAfonso, chefedo

departamento

de

Arquitetura

e Urbanismo. Somadoaos

problemas

encontradosno

projeto pela

comissão, afaltade confian-ça na obrafezoCUn adiaradecisão até outubro. A universidade e a CCPAN esperam quea PMF

faça

os

ajustes

pedidos.Sebas­

tiany,

responsável

da Prosul, nãovêfalhas

técnicas. Nunessentencia, "seelesacham queo

projeto

éruim, eles queapresentem

um melhoraté lá".

A

duplicação,

com custoavaliadoem cerca

de R$ 6 milhões,

depende

da concessãoda

UFSCpara acontecer. Caso asterras

sejam

cedidasaobra, e otranstorno queela acarreta, estão

planejados

para durardoze meses,fora otemponecessário à

licitação.

A

urgência

para o início das obrasainda em

2012 nãocombina nadacom a

paciência

de mais de umadécadade

planejamento.

Maisuma

solução provisória

a caminho.

ZERO

leiédenove anosantesesóaos45do

segundo

tempoaspessoas

quiseram

opinar".

As

opiniões

são

divergentes

até no mesmo

lado. A maioria dos moradores é contrária

porque a

duplicação

traria maiscarrosparao

Pantanalearredores. "Não éuma

solução

para o

problema

de mobilidade de

Florianópolis",

acredita Souza,da CCPAN. O

engenheiro

civil Robson

Sebastiany,

responsável

pelo

projeto

elaborado

pela Prosul,

admite queaobranão édefinitiva.

umamedida decurtoprazo que

deveseraliadaaoutras maiseficazes- emais difíceis de serem realizadas." De acordo com

Sebastiany,

o trânsito tendeadiminuircom a

duplicação.

Comunidade

pede

participação

Florianópolis

cresceu de manei­

ra desenfreada ao

longo

dos anos.

De acordo com a

professora

Sônia

Afonso,

a

capital

sedesenvolveusem a contratação de um instituto de

planejamento

forte. "A

política

pas­

soupor cimadas

questões técnicas,

fazendocomque acidadenãofun­

cionecomo umsistema."A

professo­

radestacaanecessidade desepensar a

questão

damobilidadeemescala

municipal.

Apesar

da promessa

oficial,

opro­

jeto

de

duplicação

darua

Deputado

Antônio Edu Vieira não é o único

capaz de atenuarotransitocaótico.

Umapropostaalternativa estásendo

desenvolvida

pelo

Grupo

de Estudos de Mobilidade Urbana

(Gemurb)

há trêsanos.Umdos membrose

presi­

dente do Conselho Comuntário

Jar­

dim Cidade Universitária

(Conjar­

dim),

Hélio Carvalho

Filho,

garante queo

objetivo

é

projetar

opções

para

a

inserção

de

Florianópolis

na

lógi­

ca

metropolitana.

A última

planta

feita

pelo

Gemurbseria

apresentada

fórum do

plano

diretor

participativo

da

cidade,

nofinal de abril.

O

projeto

prevê

a

implantação

deumtúnel que fariaa

ligação

da

ilha ao continente,

passando

sobo

maciço

doMorrodaCruz. Oscarros

teriam uma forma

rápida

de atra­

vessar a

ilha,

sem causartranstornos

aos

pedestres

emoradores locais.

aEduVieira seria

qualificada

parao

transportedemassa,dando exclusi­ vidade da

pista

central aosônibuse

dafaixa lateral aosautomóveis. As­

sim,a

priorização

beneficiariaa mo­

bilidade,

que nãoexcluia

possível

utilização

do túnelparaos

coletivos;

nemdaruaporcarros.

Morador do

Pantanal,

Carvalho ressaltao

pedido

de

participação

da

comunidadenos

projetos

da cidade.

"A

prefeitura

não nos reuniu para

desenvolverumaproposta,veiocom opratofeito.Nãoqueremosserape­ nas

espectadores,

esimmontar

equi­

pes paratrabalharem

conjunto."

AnaCarolinaPaci

ac_paci@hotmail.com

Mariana Pitasse

mariana.pitasse@gmail.com

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