Extinções em massa
Extinções
As extinções são eventos inerentes ao processo
evolutivo
As espécies têm um período natural de duração
(algumas duram centenas e outras milhões de anos)
Estas extinções geram um padrão normal de
extinções num dado período
Fenômeno chamado de background de extinções
Dependendo o período, o background varia de 5 a 10% das espécies a cada milhão de anos
Extinções em massa
Eventos de extinção
São períodos no qual ocorre uma perda de
biodiversidade acima do padrão normal (background)
Extinção em massa
Perda de uma grande diversidade de organismos em períodos relativamente curtos de tempo
Perdas acima de 30% de espécies de animais e plantas
Envolvem períodos de intensas mudanças ambientais (geralmente causadas por catástrofes)
Características das extinções em massa
Todos os eventos de extinção em massa
compartilham algumas características
Muitas espécies de clados diferentes se tornam extintas
(mais de 30% das espécies)
Os organismos extintos são de diferentes modos de vida, nichos e formas
(geralmente não há seletividade de grupos)
As extinções são globais
Ocorre num período relativamente curto de tempo
Periodicidade dos eventos
Periodicidade dos eventos
Existe um extenso debate se existe ou não uma
periodicidade nos eventos de extinção em massa
Vários pesquisadores já buscaram causas únicas para os eventos
Estas explicações atribuíram os mais diversos fatores
Causas astronômicas
Ciclos de expansão e retração dos oceanos
Periodicidade dos eventos
Em 1984 foi proposta uma hipótese de ciclos de
26 Ma
Apesar de ocorrerem picos de extinção a cada ciclo, alguns deles são apenas de menor magnitude
Definição dos eventos
Definir os limites temporais dos eventos é dificil
Para definir o desaparecimento de um táxon são necessárias boas evidências
Registros fósseis de boa qualidade
Amostragens de vários registros do mesmo extrato
A preservação incompleta ou amostragem deficiente podem levar a erros de interpretação
Lacunas no registro fóssil podem gerar artificialmente extinções abruptas de uma espécie fóssil
Amostragens de apenas períodos “áureos” da espécie podem não demarcar uma extinção abrupta (efeito Signor-Lipps)
Definição dos eventos
Lacunas no registro fóssil
Definição dos eventos
Amostragem deficiente
Magnitude dos eventos
De acordo com a ordem de magnitude as extinções
em massa são classificadas em 3 categorias
1. Evento principal de extinção em massa
(apenas 1 evento – 50% das famílias – 90% das espécies)
2. Eventos intermediários de extinção em massa
(4 eventos – 20 a 30 % das famílias – 50% das espécies)
3. Eventos menores de extinção
Principais eventos
Principais eventos
A maioria dos paleontólogos consideram
que ocorreram 5 grandes eventos de
extinções em massa (the big five)
1. Extinções do final do Ordoviciano 2. Extinções do Devoniano Tardio 3. Extinções do final do Permiano 4. Extinções do final do Triássico 5. Extinções do Cretáceo-Terciário
Extinções do final do Ordoviciano
Evento intermediário de extinção que ocorreu a
cerca de 445 milhões de anos atrás
Verificou-se uma grande substituição de espécies
das faunas marinhas
Perdas de várias famílias de diferentes grupos
Recifes de corais
Braquiópodes
Equinodermos
Ostracodermos
Extinções do final do Ordoviciano
As principais hipóteses para as causas
apontam para grandes alterações
climáticas
A glaciação se espalhou do norte para todas as direções
O oceanos ao sul se tornaram mais frios
(faunas de águas quentes se extinguiram)
Toda a fauna tropical se extinguiu
Faunas dos polos se moveram para a região equatorial
Extinções do final do Ordoviciano
Extinções do Devoniano Tardio
Segundo evento intermediário de extinção que ocorreu
entre 380 e 360 Ma
(constituído por uma sucessão de pulsos de extinção)
Perda de vários grupos de organismos
Cefalópodes Placodermos Corais Braquiópodes Crinóides Esponjas Ostracodermos Trilobitas
Extinções do Devoniano Tardio
As hipóteses para as extinções do Devoniano
apontam para duas causas
Resfriamento e redução dos níveis de oxigênio do ambiente marinho
Ocorrência de massivos impactos de objetos extraterrestres
Extinções do Devoniano Tardio
Extinções do final do Permiano
O maior evento de extinção em massa da Terra
Ocorreu cerca de 250 Ma
Mais de 50% da biodiversidade marinha e terrestre foi perdida
Cerca de 96% das espécies
Principais grupos extintos
Trilobites
Corais tabulados
Amonóides
Ostracodermos
Extinções do final do Permiano
Várias causas já foram propostas para este evento
A rapidez e a magnitude sugerem uma causa
catastrófica como o choque de meteoros ou vulcanismo
A principal hipótese foi a atividade vulcânica na Sibéria (Sibéria Traps)
Volume de 2 milhões de m3 de lava basáltica expelidos
Área de 1,6 milhões de km2
Fendas no solo de 400 a 3000 m
Extinções do final do Permiano
Efeitos no ambiente
Aumento nos níveis de CO2
Expulsão de lava
(devastação de ambientes terrestres e bentônicos)
Alteração nos níveis dos oceanos
(devastação de habitats litorâneos)
Extinções do final do Permiano
Extinções do final do Triássico
Representou o quarto evento de extinção em massa
200 milhões de anos atrás
Evento intermediário de extinção
Principais grupos extintos
Maioria dos amonóides
Braquiópodes
Bivalves
Gastrópodes
Extinções do final do Triássico
As principais hipóteses para as causas envolvem
duas causas principais
Massivas erupções vulcânicas basálticas
O aumento da concentração de metano e CO2 causando aquecimento global e anoxia dos oceanos
Extinções do Cretáceo-Terciário
Último grande evento de extinção em massa
É o evento com maior número de evidências
Ocorreu a cerca de 65 milhões de anos atrás
Culminou com a extinção do grupo dos dinossauros
Dinossauros marinhos
Dinossauros terrestres
Dinossauros voadores
Extinções do Cretáceo-Terciário
Várias causas foram propostas para explicar a
extinção em massa dos dinossauros
Alteração climática global
Alteração nas floras
Impacto de meteoros
Tectonismo
Alteração nos níveis dos oceanos
Extinções do Cretáceo-Terciário
A hipótese mais aceita foi a queda de um
meteorito de 10 km de diâmetro
A queda do meteorito foi aceita pelo aumento repentino nos níveis de um elemento químico raro na Terra
Extinções do Cretáceo-Terciário
As consequências do impacto foram globais
O impacto gerou uma nuvem de poeira que bloqueou o sol em escalas globais
Os níveis de fotossíntese caíram drasticamente nos ambientes terrestres no fitoplâncton
A perda dos produtores gerou um desequilíbrio na cadeia alimentar
Eventos menores de extinção
Entre os grandes eventos de extinção em massa, extinções locais e de grupos específicos foram identificados
Evento Ediacariano
Ocorreu há 540 milhões de anos
Marcou a extinção dos organismos da fauna pré-cambriana
Eventos do Cambriano
Cerca de seis eventos de extinções foram verificados no Cambriano
Eventos menores de extinção
Evento Guadalupiano
Ocorreu no Permiano Médio
Perda de muitos grupos marinhos e terrestres
Evento Carniano-Noriano
Ocorreu no meio do Triássico
Perda de grupos de anfíbios e répteis
Substituição de comunidades de floras
Precedeu o surgimento dos dinossauros e grupos modernos de répteis e mamíferos
Eventos menores de extinção
Eventos do final do Jurássico
Perdas de grupos de moluscos e braquiópodes
Resultado de diminuição dos níveis de oxigênio na água
Evento Cenomaniano-Turoniano (Cretáceo)
Perda de grupos planctônicos, peixes e ictiossauros
Associados a alterações nos níveis dos oceanos
Eventos do Eoceno-Oligoceno
Perdas de organismos planctônicos e peixes
Substituições de faunas de mamíferos
Eventos do Pleistoceno
Perda dos grandes mamíferos
Pós-extinções
O que acontece após as extinções em massa?
Alguns grupos são capazes de resistir às alterações
Pós-extinções
O desaparecimento de grupos de organismos libera nichos a serem ocupados
Estes nichos disponíveis promovem a radiação de grupos remanescentes
O tempo de recuperação depende da magnitude do evento de extinção
(de 10 a 100 milhões de anos para recuperação da biodiversidade)
Considera-se que os eventos de extinção em massa renovam todas as tendências e processos evolutivos