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Analise da estrutura organizacional das pequenas e medias industrias catarinenses

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(1)

_ UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

-

ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS

INDÚSTRIAS CATARINENSES

-A

DISSERTACÃO SUBMETIDA À UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA '›

Mário Otávio Batalha Florianópolis, maio de 1989

(2)

1

ANÁLISE DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS INDÚSTRIAS CATARINENSES

'

Mário Otávio Batalha

ESTA DISSERTACÃO FOI JULGADA ADEOUADA PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE

IWEETTREÍ EFI EñN3EhH4AFfiIê

ESPECIALIDADE 'ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E APROVADA EM SUA FORMA FI-

NAL PELO PROGRAMA DE PÓS~GRADUACÃO

Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph.D.

Coordenador do Curso `_-"‹ ~ ' \\. ~

, « ›\ -

?\/\/¢L¬Á/`› . '=

“ F'rm'~. Fr. i‹.=;f:c› J arm Neto, Dr.

I BANCA EXAMINADORA: Orientador \' K /(9 ‹

Pru+. An Í .o )iÓ ário Guair Dr.

Prof. Nelzon LasaroLLo rmlho, .mn9.

(3)

iii

A meus pais, Ar-3 E 1.111.

(4)

iv

AGRADECIMENTOS

Pelo incentivo à realização deste trabalho e pela colabora- cäo prestada, meus agradecimentos:

- Ao Professor Francisco José Hliemann Neto, pela orientação

do trabalho com dedicacão e eficiência.

¡ . ›

- Aos Proiessores João Ernesto E. Castro, Antônio Diomário de Queiroz e Neri dos Santos pela imensa colaboração.

_ A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina -

FIESC, especialmente na pessoa do Sr. Murilo Rosa.

- Ao Centro de Apoio a Pequena e Média Empresa - CEAG/SC.

`\

- À Secretaria da Indústria, do Comércio e do Turismo de

Santa Catarina - SICT, especialmente nas pessoas do Eng9 Nelson

Casarotto Filho e do Sr. Norton Bopré.

- Ao Banco do Estado de Santa Catarina - BESC, pelo .apoio

técnico e operacional à pesquisa.

~ A CAPES pelo apoio financeiro

~ Aos colegas Flavio Demori e Renato Guimarães, que partici-

param ativamente nesta dissertacão.

- Aos demais

das discussões e dos trabalhos que resultaram

professores, colegas e funcionários do EPS que,

direta ou indireta t `

"

' ` "

trabalho.

(5)

r

v

RESUMO

\

As pequenas e médias empresas - PMEs ocupam, cada vez mais,

posicão de destaque na economia internacional e nacional. 4Desta

forma, é importante estudar este segmento industrial através da

deteccão de suas caracteristicas `

"

se as sua "

possivel

TE'Q10|'1¿-l1':› P¿l\"ii CIL!!-2, Í.`.`L`H"lhE.*CE'flC|O"

s carencias 4 e os seus mecanismos de sobrevivëncia, seja auxilia-las no seu desenvolvimento.

Assim, este trabalho discute o 't' '

' ' `

' "

das PME s,'a sua importância sócio-econômica, a maneira c

s cri erios de classificacao

ONID SB

inserem na economia e as suas principais dificuldades.

De

junto às

sultados

tas às

produção

maneira mais especifica, o trabalho realiza uma pesquisa Pequenas e Médias Indústrias - PMIs catarinenses. Os re-

da pesquisa, realizada atraves de questionários e visi-

indústrias, são discutidos ao longo do texto. A área de das PMIs mereceu a maior atenção da pesquisa.

Finalmente, baseadas na realidade organizaciona1`das PMIs catarinenses, são apresentadas as conclusões do t rabalho, assim

como sugestões para novos trabalhos sobre o assunto.

(6)

vi

ABSTRACT'

Small and medium-sized businesses (SMB's) occupy a position

of increasing importance in the Brazilian and international eco~

nomies._ It is important to study this industrial sector and exa-

mine its regional characteristics. ln so doing, its shortcomings

and survival mechanisms may be identified and the businesses may be assisted in their development. Í

Hence, this work discusses the criteria of classification of

the SMB's, their socio-economic importance, the manner in which

they fit into the economy and their principal diff ETEHCBS.

More specificallv, this work researches the SMB's of S anta Catarina, Brazil. The results of the research, performed th rough

questionnaires and visits to businesses, are discussed in the text of the thesis. The area of production of the SMB's merited

the most attention. i

Finally, conclusions are presented based upon the`organiza~

tional reality of the local SMB's, and suggestions for further

(7)

CQPÍTULO 1. Ifltrü 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 Ó CAPÍTULO 2. Algum 2.1 2 2 2.3 2 4 2.5 E Ó 2 7 vii SUMÁRIO Pás. 1 . . . .. 1 dução . . . .. 1 Origem do trabalho . . . .. 1 Objetivos do trabalho . . . .. 1 4 Justificativas do trabalho . . . .. S Metodologia do trabalho . . . .. Ó Estrutura do trabalho . . . .. 8 Limites do trabalho . . . .. 9 2 . . . .. 11

as considerações sobre a caracterização geral das PMEs 11

Principais critérios de classificação das PMEs . . . ._ 13

2.1.1 Critérios qualitativos . . . .. 13

2.1.2 Critérios quantitativos . . . .. 16

Exemplos de critérios de classificação das PMEs no

exterior . . . .Í . . . . ... 19

Exemplos de.critérios de classificação das PMEs no Brasil . . . ..l . . . .. 22

Critérios de classificauão adotados neste trabalho... 24 A importância sócio-econômica das PMEs . . . ..i2Ó

Vantagens Comparativas das PMEs . . . .. 33

Problemas a€etos às PMEsTf . . . ._ 34

2.7.1 Área de produuão . . . .. 35

2.7.2 Área financeira . . . ._ Só

(8)

u _ viii 2.7.3 Área mercadológica . . . .. 38 2.7.4 z_s‹‹eâ administrativa . . . .. 39 cAPiTuL_o 3 . . . .. 40 3. Metodologia da pesquisa . . . .. 40

3.1 Planejamento da estratégia de acão . . . ._ 40 3.8 Determinação do espaco amostra1.' . . . . _ . . . _. 42 3.3 Elaboração dos questionários . . . ._ 43 ' 3.4 Teste piloto dos questionários . . . _ . . . ._ 44 3.5 Preenchimento dos questionários . . . .. 45

3.6 Tabulação e análise dos dados . . . _ . . . _ . . . .. 53

CAPÍTULO 4 . . _ _ . . . _ . . . . _ . . . _ . . . _ . _ . .._55 4. Tabulação e análise dos dados . . . _ . . . _. 55 ~ 4.1 Consideracoes iniciais . . . _ . . . ._ 55 4.2 Retorno dos questionários . . . _ _ . . . . .. 56

4.3 Participação das PMIs na estrutura industrial catari- nense . . . _ . . . _ . . . .. 63

4.4 êlgumas caracteristicas gerais das PMIs catarinenses. 65 4.4.i O processo formativo e evolutivo das PMIs ca- tarinenses . . . ._ 66 4.4.8 Análise da estrutura administrativa das PMIs catarinenses . . . ...74 4.4.3 Os níveis salariais e de escolaridade nas PMIs

catarinenses . . . ..- . . . _. BO

(9)

4.5.1 Analises vo . . . . .. 4.5.8 Análises 4.5.3 Análises ais... 4.5.4 Análises 4.5.5 Análises ' 4.5.6 quanto aos referentes referentes referentes referentes ou ix

tipos de processo Produti-

. . . .. 88 à matéria-Prima . . . .. 94 à movimentação de materi- . . . ._ 98 ao controle de gua1idade..103 ao planejamento e controle da producao . . . ..' . . . ..lO9

Análises referentes à absorcão e desenvolvi-

mento de tecnologias . . . .Ç . . . ..117

4.5.7 Análises referentes à normalização tecnica....189 4.6 Análises da área mercadológica e de vendas . . . ..13E

4.6.1 Características gerais . . . ..132

4.6 E Análises referentes à previsão de vendas nas

PMIs.... . . ..139

4.6.3 Análises referentes a sistemas de custeio in-

dustrial nas PMIs catarinenses . . . ..143

4.6.4 Análises referentes a dificuldades no cumpri- mento dos prazos de entrega dos produtos nas

PMIs catarinenses . . . ..1S6

4.7 Analises da area econômico-financeira . . . ..16E

4.7.1 Análises relativas ao faturamento das PMIs ca- tarinenses . . . ..163

4.7.8 Analises relativas ao fluxo de caixa nas PMIs catarinenses . . . ..,.165 4.7.3 Analises relativas ao capital de giro nas PMIs

catarinenses . . . .z....168

4.7.4 Análises relativas a informatizacão nas' PMIs

(10)

4.8 Princi Pa1s necessidades organizacionais das PMIs ca- tarinenses . . . , . . . .. CAPiTuLo 5... 5. Conclusões e recomendacões . . . ._ 5.1 Conc1usões..` . . . .. 5.8 Recomendações... . . . .. CAPÍTULO 6... Ó. Bibliografia 192

(11)

QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO QUADRO xi LISTA DE QUADROS

- Definições de PMEs no Japão de acordo com a lei bá-

sica das PMEs . . . .. EO

~ Critérios de classificação de PMEs no exterior..

_. 81

- Classificação das micros, pequenas e médias empre- sas - MPMES segundo o seu faturamento . . . ‹ . . . . .. EE

Classificação das PMEs segundo a quantidade de pes-

soal ocupado . . . .. EE

- Critérios de classficaçäo de PMEs utilizados pelo

Banco do Brasil . . . .r... E3

~ Critérios de classificação de PMEs utilizados Pelo

Banco Central . . . _. E3

- Critérios de classificação adotados pelo trabalho.. 85

_ Situação empresarial brasileira por tamanho de em-

presa . . . .. 32

- Situação do setor industrial brasileiro por tamanho

de empresa . . . ._ 38

(12)

LISTA DE FIGURAS ~

FIGURA 1 ~ Distribuição das yisitas efetuadas às PMIs catari- nenses de acordo com classificação ABC . . . ..

xii

(13)

LISTA DE GRÁFICOS xiii

GRÁFICO 1 - Curva ABC do número de PMIS catarinenses Por ati-

vidade . . . . ..

(14)

TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA xiv LISTA DE TABELAS

Distribuição das PMIs catarinenses de acordo com a

atividade e a região a que pertencem . . . . .T . . . .. 48

Distribuição das visitas efetuadas às PMIs catari- nenses de acordo com a região e a atividade . . . .. 52

PMIs catarinenses reagrupadas de acordo com a ati-

vidade e a região a que pertencem . . . .. 57

PMIs catarinenses, em números percentuais, agrupa-

das de acordo com a atividade e a região a que per- tencem . . . _ . . _ . . . _. 58

Distribuicão dos questionários recebidos, em núme-

ros absolutos . . . _. 59

Distribuição dos questionários recebidos, em núme-

T`U5` PBY`(.`£:?fltLl‹`:lÍlS . . . 4 . . . ..~. . . ..

Processo de transmissão de ordens dentro das PMIs catarinenses . . . .. 77

Participacão relativa dos Tuncionarios nas ativida-

des administrativas . . . _. 78

Salário médio dos funcionários das PMIs catarinen- r

(15)

TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA XV - Distribuição dos {uncionarios_das PMIs

catarinen-~

ses segundo o grau de escolaridade . . . .;.. 83

- Percentagem do emprego de mão-de-obra especializa- da nas PMIs . . . . , . . . .. B5

- Percentagem das PMIs catarinenses que trabalham sob encomenda . . . ..' . . . .. B8

- Índice de padronização nos produtos fabricados pe- las PMIs catarinenses . . . ._ 90

- Número médio de produtos fabricados pelas PMIs ca-

tarinenses . . . ._ 92

- Processos de fabricação mais utilizados pelas

PMIs catarinenses . . . .. 93

- Principais problemas enfrentados com as matérias-

primas pelas PMIs catarinenses . . . .. 95

~

- Principais diiiculdades na movimentação de materi- ais nas PMIs catarinenses . . . ._1OO

- Principais agentes responsáveis pela movimentação de materiais nas PMIs catarinenses . . . ..iO2

- Agentes internos das PMIs catarinenses responsá-

(16)

TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA xvi

Principais pontos da producão em que é realizado o

controle de qualidade nas PMIs catarinenses . . . . ._ 107

Principais instrumentos de gestão utilizados nas

PMIs catarinenses . . . , . . . .. 110

Formulários Padrão mais utilizados pelas PMIs ca-

tarinenses . . . .1.' . . . .. 111

Percentagem das PMIs catarinenses que destinam re~

cursos~especificos para o desenvolvimento de tecno- logia . . . .. 119

Principais di$iculdades encontradas pelas PMIs ca-

tarinenses na absorcão de novas tecnologias . . . . _. 121

Principais fontes utilizadas pelas PMIs catarinen- ses na busca de in$ormacões tecnológicas . . . .. 183

Grau de utilização de normas técnicas nas PMIs ca-

tarinenses . . . ..Í... 131

Distribuição, por região atingida, das vendas das

PMIs catarinenses . . . .. 133

Principais clientes das PMIs catarinenses . . . .. 13h

Metas de médio prazo, em relação ao mercado, das PMIs catarinenses . , . . . , . . . , . . . . .. 138

(17)

TABELA 30 - TABELA 31 ~ TABELA 32 ~ TABELA 33 - TABELA 34 - TABELA 35 ~ TABELA 36 W TABELA 37 ~ TABELA BB - TABELA 39 ~ xvií

Percentagem das PMIs catarinenses que fazem previ~

são de vendas..` . . . .. 140

Frequência de acertos na previsão de vendas das PMIs catarinenses . . . .. 148

Percentagem das PMIs catarinenses que possuem sis" temas de custo... .`

. . . .I . . . .. 144

Principais meios utilizados na apuração dos custos

das PMIs catarinenses . . . .. 146

Formas pelas quais as PMIs catarinenses atribuem o

preco de venda. caso não possuam sistemas de custos

. . . .. 151

Percentagem das PMIs catarinenses que utilizam o

cálculo da margem de contribuição . . . .. 154

Percentagem das PMIs catarinenses que apresentam

problemas com o prazo de entrega dos seus produtos

. , . . . . ..157

Principais problemas que originam atrasos na en-

trega dos produtos das PMIs catarinenses . . . ..z. 159

Faturamento medio das PMIs catarinenses . . . .[. 164

Percentagem das PMIs catarinenses que possuem flu- xo de caixa . . ‹ . . . _ . . . .. ióó

(18)

TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA WABELA 40 41 42 43 44 ‹I> L1 xviii

Principais problemas relativos ao capital de giro nas PMIs catarinenses . . . .. 169

Percentagem das PMIs catarinenses que Possuem com-

putador . . . .f 174

Principais ocupações do computador nas PMIs cata-

rinenses . . . .I . . . .. 176

Principais motivos que levam as PMIs Catarinenses

a não possuírem computador . . . ._ 178

Setores onde se encontram as maiores dificuldades operacionais das PMIs catarinenses . . . .. 180

Atividades prioritárias na organização interna da

produção das PMIs . . . .. 184

(19)

ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO xix ANEXOS

Critérios de classificação de PMEs . . . .. 801

Questionário enviado por mala postal . . . .. 805

Questionário aplicado pessoalmente nas indústrias.. E10 Guia de entrevista . . . ._ 219

Agrupamento das indústrias por atividade . . . .. 230

Agrupamento das cidades por região . . . .¬ . . . .. 837

Ano de fundação das PMIs catarinenses por atividade

e por região a que pertencem . . . .. E4ó

Distribuição dos funcionários das PMIs catarinenses segundo o grau de escolaridade . . . .. 870

Distribuição, por região atingida, das vendas das PMIs catarinenses . . . 4 . . . , . . . .. E75

(20)

,

J.

CQPÍTULO t

INTRODUÇÃO `

1.1 Origem do trabalho

Apesar da relevante importância que os Qrãfldëã Qfupos empresariais

gempre possuíram para a economia e da atenção destacada que sempre

mereceram dos orgãos governamentais nota-se, atualmente, uma forte

tendência, a nível nacional, no sentido de conhecer, analisar e

propor alternativas para o segmento empresarial composto por pe-

quenas e médias empresas - PMEs. Este fato e facilmente explica-

vel. ~

Os grandes conglomerados empresariais possuem condições fi-

nanceiras e técnicas de implantar em suas unidades modelos tecno~

lógicos de gestão e de produção em compasso com os rápidos avanços científicos." Por outro lado, olhando~se as pequenas e médias em- presas vêem-se as grandes dificuldades. geralmente impostas pela

escassez de recursos de ordem financeira e de pessoal) que empre- endimentos deste porte enfrentam para acompanhar os crescentes avanços tecnológicos.

(21)

ill)

Estas considerações são igualmente válidas para o Estado de

Santa Catarina onde verifica-se que uma parcela considerável da

economia é representada por empresas de pequeno e médio porte. Es-

te fato setorna claro através de rápida sondagem na estrutura in-

dustrial catarinense. O Estado de Santa Catarina caracteriza-se

por ter desenvolvido um parque industrial diversificado a partir

1

do crescimento de Pequenas indústrias que, em Vmaioria, tiveram

origem no es+orco de empresários locais, baseados numa estrutura tipicamente familiar. Desta maneira; Santa Catarina apresenta al-

gumas grandes indústrias, a nivel nacional, mas sem a presenca ex-

Pressiva de multinacionais.

z

Fazendo uma análise conjuntural da situação atual verifica-

se, grosso modo, que muitas das pequenas e médias empresas catari-

nenses têm condições de dar um salto, tanto quantitativo quanto

qualitativo, na direção do enriquecimento de suas atividades. Para

tanto, nos dias de hoje não são necessários somente a operosidade

dos empresários e o seu senso de oportunidade mercadológica. É im-

portante que as empresas estejam municiadas com instrumental bási-

co de tecnicas que permitam uma gestão empresarial ágil e eficien-

te, além de condizente com suas disponibilidade s financeiras e de Pessoal.

O trabalho proposto fica inserido, de maneira importante, na

filosofia de acão exposta acima. Um trabalho de diagnostico da pe-

quena 'e média empresa catarinense é imprescindível para que se

possa saber, de forma mais precisa, como está configurado o pano- rama atual deste importante setor produtivo. SÓ se deve prescrever

(22)

3

remédio ao paciente depois do diagnostico!!

É misterf ainda. salientar que as PMEs podem ser divididas basicamente em três tipos: comercial, industrial e de servicos. O

presente trabalho Pretende deter-se nas pequenas e médias empresas de caráter predominantemente industrial, ou seja. PMEs que exercam

i 1

atividades de transformação industrial. Confo rme o exposto, no que

toca a insercão desta dissertação em uma linha de Pesquisa desen-

volvida por um grupo mais amplo, a opção pelas PMIs, em detrimento

dos outros dois "tipos" de PMEs, torna-se bastante lógico. Técni-

cas de Qerenciamento da produção são essencialmente aplicáveis a

empresas de transformação industrial.

\

Dados levantados através da pesquisa de campo que faz parte deste trabalho dizem respeito somente às PMIs catarinenses. P orém,

durante Pesquisas bibliográficas realizadas, ficou patente que muitos autores não fazem a necessária divisão quanto ao tipo de

PMEs a que se referem nos seus escritos. Desta forma. a obtenção

-

. vv

de informacoes relativas especificamente às PMIs torna-se proble-

mática. Assim,

PMEs, de forma

encontram-se ao longo do texto algumas alusões as _genérica. ou a outro tipo de PME, que não a indus-

trial. Essas citações sempre serão referenciadas de acordo com a

.

f\ .

nomenclatura utilizada pela bibliografia consultada. `

Devido às várias e importantes semelhanças que guardam entre

si as PMEs comerciais, de servicos e industriais, as citações, ge- ralmente a titulo de exemplos, são interessantes ao desenvolvimen-

(23)

4

Dentro desta discussão, o importante é evidenciar que as PMIs

estão inseridas no conjunto das PMEs e que, quanto possivel, se rá

feita a necessária distincão do tipo de PME a que o tekto alude.

Esta discriminacão. em ê19UHS CBSOS CÕWO. por exemplo. na utiliza-

uv

Cao de critérios classificatórios de ta

di%ici1 dado o tipo de aborda

manho, é particularmente

sem que os autores consultados reser-

vam ao assunto. Além disso, a classificação de uma empresa em co-

mercial, de servicos ou industrial nem sempre é tare4a fácil. No

caso das PMEs, tal dificuldade é ainda maior , porquanto grande

parte destas empresas mescla suas atividades industriais com as de

servico e comércio.

1.8» Objetivos do trabalhü

Esta dissertaCão pretende realizar um diagnóstico geral sobre

a egtrutura, os problemas e as necessidades das pequenas e médias indústrias catarinenses.

~

apegar de a pesquisa abordar várias áreas ligadas à gestão

industrial, será na gestão da producão que as investigações e co-

mentários assumirão caráter mais aprofundado.

O presente diagnóstico objetiva, fundamentalmente, identifi-

car Quais as principais carências na estrutura organizacional, em

geral, e produtiva, em particular, das PMIs, assim como as princi-

pais vantagens oriundas de caracteristicas

deste porte. i

QUE' ãPY'ëSE'fltaÍfl @mPY'EE›ã'5

z

(24)

5

Como objetivo secundário pode-se citar o repasse das informa-

.-.‹

'

coes constantes deste trabalho aos empresários, para que possam

eles. situar, de maneira mais efetiva, suas indústrias no contexto

do mercado.

1.3 Justi+icativa do trabalho

As PMEs brasileiras no ano de 1980 contribuíram com 43,24%

dos empregos gerados, 58,19% do valor dos salários pagos aos tra-

balhadores brasileiros e com 58,83% do valor da produção nacionali

\

No setor industrial, em particular, as PMIs também ocupam um

papel de destaque na economia nacional. A

Para o caso de Santa Catarina, esses valores também são de

relevante importância. Constituem-se as PMIs num importante seg- mento industrial do parque fabril catari

pesquisa descrita neste trabalho. " '

nense, conforme relata a

›. \

Além do que {icou expresso, as PMIs também apresentam alguns pontos positivos. no concernente à maneira como se inserem na es- trutura econômica. Assim, as PMIs ajudam a democratizar o capital,

reduzem o *luxo migratório, propiciam o aparecimento de empresá-

rios genuinamente nacionais, atuam de forma complementar-aos gran-

des grupos, etc. A

1. FIBE ~ Censo Industrial de 1980.

(25)

Ó

Diante deste quadro, e conhecendo-se a carência de recursos financeiros e humanos que caracteriza esse tipo de indústria, fica

clara a importância de se concentrarem esforcos no sentido de co-

nhecer e analisar O atual nivel de desenvolvimento das técnicas e

procedimentos de gestão utilizados por estas I

viabilizar a proposicão de novas sistemáticas de gestão mais adap-

empresas, de_forma a

tadas às suas caracteristicas operacionais.

1.4 Metodologia do trabalho

Deve-se, aqui, chamar a atenção para o fato de que esta dis-

ou

sertacao faz parte de projeto mais amplo de pesquisa na área das pequenas e médias empresas, desenvolvido no Programa de PÓs-Gra- duacão em Engenharia de Producão da Universidade Federal de Santa

Catarina. O grupo de trabalho pretende, inicialmente, pesquisar e

analisar quais técnicas de gestão as pequenas e médias empresas

utilizam na administração de seu processo produtivo, além de cole-

tar inúmeros outros dados que permitam uma análise. conjuntural

mais precisa. Alicercados nas deficiências administrativas encon-

tradas e nos demais indicadores sócio-econõmicos que vão ser le-

vantados, tecnicas encontradas na literatura especializada serão

adaptadas, e proposto um modelo gerencial. A adaptação das técni- cas existentes na literatura torna-se necessária que a grande

maioria dos modelos sugeridos foi desenvolvido para grandes empre-

sas, exigindo recursos financeiros consideráveis e razoáveis co-

nhecimentos técnicos do pessoal envolvido, o que nem sempre , OU

melhor, quase nunca, está disponivel na pequena e media empresa.

(26)

Outrossim, e importante destacar que esta dissertacäo em particu- lar e a pesquisa _ em ge ra se 1 preocuparao, ' 'N numa primeira etapa, com

os aspectos relativos ° t"

a ges ao dos processos de producão, conside- rados os demais aspectos como fontes de in4ormacão.

As

fico objetivando verificar a

to. D estudo dessa literatura permitiu um emba

o tema, assim como balizou, d e maneira mais precisa, os rumos fu-

turos que a pesquisa poderia assumir.

U estudo bibliográfico ' 't' '

' ' 'M

permi iu, tambem, a elaboracao de con- siderações de aspecto teórico sobre as PME ` ` “

s e a definicao dos cri-

térios de classificação das ' d' '›><

_ in ustrias, os quais nortearam todo 0

posterior processo da pesquisa de campo. ~

A metodologia empregada r'xa co eta de 1 dados e nas sua poste-

rior análise pode ser dividida em seis etapasz;

. A

\

1. Planejamento da estratégia de ação.

E. Determinação do espaco amostral

3. Elaboração dos questionários.

4. Teste piloto dos questionários.

5. Preenchimento dos questionários.

Ó. Computação e análise dos dados obtidos.

No Capitulo 3 pod~ b ` '

' ' M

em ser o tidas iniormacoes mais detalhadas

respeito dessa metodologia.

sim, numa primeira etapa efetuou¬se levantamento bibliogra-

literatura disponível sobre o assun- samento maior sobre

(27)

B

Na etapa' seguinte, os

processo de análise. A Posse das informacões obtidas nessas análi-

ses, aliada às informações obtidas na literatura especializada,

conclusöes finais do trabalho. permitiu, então, elaborar as

1.5 Estrutura do trabalho

A estrutura deste trabalho apresenta-se na forma de seis ca-

pitulos, que serão discutidos, brevemente, nos parágra{os seguin~

tes.4

U capitulo 1 faz a introdução do assunto objeto desta disser~

tacäo, contextualizando-o como problemática importante e' atual.

São discutidos, ainda, neste capitulo,os objetivos, a justificati-

va, a metodologia, a estrutura e as limitacöes do trabalho.

No capitulo E são tecem~se considerações a respeito dos vá-

rios critérios de classiíicacão empregados na divisão.das indús-

trias em pequenas e médias, bem como das_limitacões desses crité-

rios. Aborda-se, também, a importância sócio~econômica que as PMIs

apresentam, além dos principais problemas que elas enfrentam.

A metodologia da pesquisa utilizada para a coleta de dados é

descrita no capitulo 3. Os varios passos necessários à execucão

desta Pesquisa estão enumerados e relatados de forma minuciosa na- quele capitulo.

(28)

<â›

No capitulo 4 realiza-se a discussão dos dados obtidos. Nele

são apresentadas as tabelas originárias da tabulação dos dados,

discutindo-se os principais resultados obtidos. A apresentação e a

análise dos resultados da pesquisa fizeram-se por área de ativida-

de organizacional da empresa.

Finalmente. o capitulo 5 apresenta as conclusões da pesquisa

e recomendações para futuros trabalhos sobre as PMIs.

:

1.6 Limitações do trabalho

O trabalho apresenta algumas limitações que serão abordadas*

rapidamente. nesta seção. A brevidade dos comentários prende~se 80

fato de estas questões serem novamente discutidas, no decorrer do

texto, com maior profundidade; Q

Os critérios de classificação, por número de empregados, ado- tados pelo trabalho, apresentam problemas que levam a distorções

nesta classificação. Assim, seria necessário considerar outros as-

pectos das indústrias, para classifica-las com maior precisão.

O diagnostico, no que toca ao trabalho de campo, restringe~se

ao Estado de Santa Catarina. Dentro do segmento das PMEs somente

.H

sao consideradas, para fins da pesquisa, as empresas que possuem atividades predominantes de transformação industrial..

(29)

i0

A pesquisa analisa com maior atenção a área de prDdu¢ãD das

indústrias. Outras áreas são investigadas, porém, superficialmen-

te.

O trabalho apresenta caráter eminentemente exploratório; não

pretende esgotar o assunto. A massa de dados levantada poderá ser-

vir de valioso subsidio para trabalhos futuros na área. Sem dúvi-

da, inúmeros outros Pontos que não foram discutidos neste primeiro

trabalho poderão ser abordados com maior profundidade em estudos posteriores; tudo a partir da massa de informações coletadas pela pesquisa de campo.

Os dados levantado s foram convenientemente agrupados e anali-

sados por secão e por atividade. Análises que levassem em conta as

peculiaridades de cada região somente foram efetuadas quando re-

vestidas de especial importãncia para ¿.cQmpreen5äQ do te×tQ_

(30)

- ii

CAPÍTULO E

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS PMEs

¢

A de§inicão de PME vem, ao longo do tempo, suscitando discus-

ru

soes no Brasil e no exterior. As controvérsias em relação à de{i-

_ fu ‹

nicao e a aplicabilidade da conceituação levaram aos mais variados conceitos do que é uma PME. A heterogeneidade de definições não é

observada tão somente entre países distintos, mas também pode ser

notada entre as diferentes regiões do mesmo pais e até entre os

diferentes orgãos que nele atuam;

`A importância de existir uma definição de PME prende-se ao

fato de, afora o caráter formal, ser necessario que os Órgãos de

fomento a este segmento empresarial saibam distingui-la entre o

universo das empresas existentes. Convém que as normas de proteção

e estímulo à iniciativa privada levem em consideração as diferen-

tes caracteristicas das micro, pequenas, médias e grandes empre-

sas. A propria de+inição destas características não tem constitui-

(31)

Mesmo a comunidade acadêmica sente a necessidade de, para bem

desenvolver o seu trabalho de geração de tecnologias para as em-

presas, conhecer melhor as caracteristicas de cada estrato empre-

sarial.

A discrepância entre as definições existentes origina-se, em

parte. “B C°“50fiäflCia que deve haver entre a definicão do tamanho

da empresa e a conjuntura econômica onde ela se encontra inserida.

Em outras palavras, a classificação da empresa pode depender, en-

tre outras coisas, do grau de desenvolvimento do Pais onde ela se

acha instalada. Uma empresa que em pais desenvolvido, de economia

Pujaflte, se considere pequena pode, em país pobre e subdesenvolvi-

do, ser classificada de grande empresa.

Por outro lado, a conceituacão também varia a juízo da insti-

tuicão coordenadora dos programas existentes, em função dos obje-

tivos de Politica desejados e, evidentemente, em funcão dos ins-

trumentos de acão disponiveis1.`Tomando como exemplo as institui- ções financeiras, nota-se que elas utilizam como cr itérios em seus

planos de apoio às PMEs itens tais como; faturamento,,indicadores

de investimento, origem do capital e vendas, etc. Já Órgãos como a

Organização Internacional do Trabalho adotam critérios basicos re-

lativos ao tipo de gerenciamento adotado?

Desta forma, antes de qualquer estudo ou es{orco de carac-

fu

terizacao do setor econômico representado pelas PMEs, é mister

1. BMRTIS. Francisw R. ll PUIEPJESI. R. L.

_ . _ . ¡ ,_ .S _¡ rn n¬š ... Q Z

(32)

5.* 'ski

conceituá-las adequadamente através da definição de critérios que mais se adaptem as condições e necessidades do usuário.

Ao que se observa, não existe definição universalmente aceita

do que seja pequena e média empresa. Por consequência, cada pais, e até mesmo cada região de um pais, dependendo

elas, possui critérios es

da diferença entre pecificos às suas empresas e aos objeti-

vos a serem alcançados por esta classificação.

Anteriormente à definição dos critérios a se uti lizarem neste

trabalho, é interessante conhecer as várias formas de classifica-

ção relatadas pela bibliografia.

8.1 Principais criterios de classificação das PMEs

Podem-se dividir os critérios de classificação em dois tipos

basicos, passíveis de aplicação em conjunto ou separadamente; cri-

térios qualitativos e critérios quantitativos, .

i

8.1.1 Critérios Oualitativos:

O crescimento de uma empresa implica o fato de que ela deverá aumentar a sua estrutura organizacional em tamanho e complexidade,

para poder-se desta forma or Qanizar mais eficientemente suas ati-

vidades. Assim, observado mais de perto como se organiza a empresa

internamente, obter-se-ão alguns parâmetros que auxiliem na clas- sificaCão das PMEs.

(33)

14

Nesse sentido. alguns autores elaboraram listas de caracte-

risticas que. segundo eles, identificam uma PME. De acordo com

Barnett & NãCkflGS§. uma PME se caracteriza porza

z

'

, Falta de servicos especializados no sistema de informação

para a administração;

- Necessidade de os dirigentes serem envolvidos em todas as

decisões dentro da empresa;

_

~ Apenas uma ou duas pessoas estarem envolvidas com o Prof

cesso decisório dentro da empresa; À

- Falta de tempo do dirigente para elaborar o planejamento do seu empreendimento.

Ja o Bolton Report on Small Firmsl define assim a PME: " P055Ui Uma Pequena fatia do seu mercado;

i - É administrada por seus propriétarios de uma forma Persona-

lista. isto .é, os proprietários participam de todas as decisões

administrativas; .

A

~ É ifldeeendente de controle externo nas principais tomadas de decisão.

Para Ferraria as caracteristicas que tipificam com maior exa-

tidão as PMEs são: l

- A administragão geral da empresa é realizada por uma

pessoa. geralmente o próprio empresário;

3. BARNTT, T. R. and HACKNESS, J. R. “An Action Research Sludv of Small Firm Hanageoeot“. Jouzng1_gí_gg1¡gg_515§gm5_fln¡11515, Vol.

10, 198€, pg.63‹82 l

4. Bolton Report no Sall Firms, HHSU Emo 48ii,í97l.

5. HRRAR1, N-ator D. Lê ei2m'âi'1m mgmzââ ao congresso Reoimalde Cu-

(34)

_s._\ :'‹'!

' - Existe contato

pessoal entre a diretoria da empresa e a

maior parte dos trabalhadores;

* É Empresa é Propriedade de uma só

pessoa ou de uma família;

- A maior parte do seu mercado encontra-se

na comunidade onde

ela esta inserida.

Na visão de Robalinhoó uma PME;

. - Possui um estreito contato Pessoal entre

o diretor da em- presa e os trabalhadores; ` H

- O contato entre os clientes e os produtores também

é es~

treito;

- Não tem acesso ao capital atraves de um mercado de valores

organizado; W

» Não mantém posição dominante no mercado de um produto im?

portante;

- Encontra-se intimamente ligada ao mercado local.

Estas caracteristicas. aliadas a algumas outras, têm o grande

mérito de procurar descrever uma PME, mas pecam por não as definir Az

objetivamente e por nao diferenciar a pequena da média empresa.'

Sem dúvida, do ponto de vista conceitual é muito interessante

conhecer e analisar as caracteristicas comuns às PMEs. A partir da

compreensão de sua estrutura organizacional e de seus principais métodos de sobrevivência e expansão, pode-se conceber uma politica global que as auxilie no seu desenvolvimento.

(35)

ÍÍ. ‹(;›

Analisando a literatura sobre O assunto chega~se à Conclusão de que a maneira como as PMEs se organizam, em vários paises dife~

rentes, em muito se assemelha.

Algumas das caracteristicas apresentadas carecem de julgamen-

to subjetivo na sua identificação com a empresa. Este fato, aliado

. ,~

\

a dificuldade de estudar-se empresa por empresa para a sua poste-

rior classificação, faz com que estas caracteristicas não sejam

utilizadas frequentemente como critérios gerais, funcionando ge- ralmente como critérios complementares de classificacão.

Isto e ainda mais relevante no Brasil, onde dificuldade de se obterem até os mais elementares dados sobre o parque empresa~

rial. Estas deficiências e as complicações de ordem operacional

que adviriam da aplicação destes critérios de classificação difi-

cultam sobremaneira a classificacão por estes parâmetros.

2.1.2 Critérios quantitativos; _

Varios são os critérios quantitativos aplicados na tentativa de classificar as empresasi Também na aplicação destes critérios

›¬z 1 _

nao ha consenso.

Um dos indices mais utilizados em todo o mundo é o refletido

pelo faturamento ou volume de vendas. Este índice apresenta dis~ torcões devido ao fato de os criterios variarem segundo o mercado

(36)

tecnologi-17 ca. Apesar destas contradições, parece pouco provável, salvo em

circunstâncias especiais, que pequenas empresas registrem vendas que cheguem aos níveis habituais das médias e grandesf

Parece então aceitáveis iniciativas do tipo se proposto pelo

SBA (Small Business Administration), órgão norte-americano de fo-

mento às PMEs, que aplica diferentes valores de 4aturamento a di-

fëfëfltëã tipos de atividadesg. Segundo este Órgão, considera-se

PÊClUefl¿l EmPY`E"5ñ EIQUEIH CC)ÍTlZ

1. Comércio varejistaz faturamento anual in{er1or a US$ 1.000.000.

E. Comércio Atacadista; faturamento anual in{erior a US$

5.000.000.

3. Empresas prestadoras de servicos: taturamento anual in£e-

rior a US$ 1.000 000.

4. Comércio de Transportes: faturamento máximo anual de US$

3.000.000.

5. Empresas de Construção: faturamento médio anual dos últi-

mos 3 anos de, no maximo, US$ 5.000.000.

Alguns ramos comerciais especi+icos recebem critérios espe- ciais, tais como o comércio de artigos alimentícios, que é consi-

derado pequeno até 500 empregados, as empresas de trafego aéreo com menos de 1000 empregados, os hospitais com menos de 100 lei- tos, etc9

7. Pequena e Héoia Fopreâaz classilicação. Associação Comercial do Rio de Janeiro.

B. As Pflts na Economia Brasileira. lll Conferência Nacional das Classes Produtoras. Associação Comercial de São Paulo. 9. loem ibidem

(37)

18

Um outro critério amplamente utilizado e o da ocupação de mão-de-

obra por estabelecimento fabril. Este critério também apresenta

distorcões, e não pode ser considerado de forma absoluta. Por

exemplo, uma empresa com alta tecnologia e alto grau de

automati-~

zação pode possuir um grande faturamento, uma posicao destacada no

mercado, enfim, pode ser classificada como uma

por este critério, mas na realidade apresentar-

PGQUÊUB EMPVESR

se como grande em-

presa. Ao contrário, uma empresa de mão-de-obra.intensiva não ne-

cessariamente pode ser considerada uma grande empresa e será, PDT

este critério, afastada de facilidades econômicas que venham a ser

concedidas pelo governo.

Desta forma, tal indice deveria ser diferenciado por ramo de

atividade, por capacitação tecnológica e por região onde a em Pfëãä estivesse instalada.

A aplicacão pura e simples deste criterio para a concessão de

incentivos governamentais pode limitar o desenvolvimento ao cres- cimento das indústrias de mão-de-obra intensiva, em prejuizo de

indústrias mais modernas, automatizadas e competitivas.

U capital também é largamente utilizado na definição das

PMEs. Novamente aqui este critério fica dependendo da forma de

in-N

b€TQãO dê BMPTGSG flü GCDHOMÍH.

Dentro deste parâmetro, o que provoca discussões entre os au-

tores e a inclusão ou não do capital de giro para a consideracão

deste indice. Consideram alguns que a inclusão de itens do capital

de giro como custo da matéria-prima, custo de insumos energéticos,

(38)

1 \'::)

mascara o verdadeiro tamanho da empresa, em virtude dog degniveis

ocasionados pelo tempo e pelo local de instalação da empresa. De

sorte que considerado somente o ativo fixo, se comporia base mais

consistente de julgamentow.

Os três critérios apresentados representam a maioria dos cri- térios adotados, o que não elimina a possibilidade de'se usarem

outros ainda mais especificos, como o consumo de energia.

2.2 Exemplos de critérios de classificação de PMEs no exterior

`šz0

âlguns exemplos de-classificação das PMEs , embora ofi-

ciais e adaptados a outro contexto politico e econômico. permitem

visualizar os vários critérios combinados entre si, que estão sen-

do utilizados, O que poderá servir de apoio para a definição do

critério a ser empregado neste trabalho.

O Quadro 1 apresenta esquematicamente o critério de classifi-

cacão das PMEs adotados pela legislação japonesa.

Para os EUA já foram apresentados, neste 'traba1ho, alguns criterios de classificação . No tocante a indústria, conforme foi

salientado anteriormente. as definições variam de acordo com o Ór-

gão que os utiliza.

(39)

O

AS5imI o Departamento de Comércio considera PMI a que tiver

até 100 EmPFE9ados e faturamento não superior a US$ E 000 000

fi“Uai5- Ú meãmü Órgão classifica como pequena empresa comercial a

que N50 Efetuär vendas superiores a US$ 500.000 anuais. Definição

também aceita nos USA é a que diz contar a PME com menos de 850 EmPrB9ados, pertencer a proprietários independentes e ser por eles mesmos dirigida. alem de não usufruir posição de destaque no mer-

~ M ..._ .

-

, , , , _

LGÚO I D que Ldracteriza mescla conveniente de criterios qualita-

tivos e guantitativos. //

`-'I

CLASSE IPO DE ATIVIDADE NÚMERO DE EMPREGADOS OU CAPITAL

I I I I 'U I I I II ----'I' I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I _-+--__+_ I II III

INDÚSTRIA * até 300 empregados

* capital até 100 milhões de iene N COMÉRCIO *rate 100 empregados

I I ATACADISTA

I * capital até 30 milhões de ienes I

I I II I m I I II -- -_ _- _- + _- __ -_ I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I -- +- + --+ I I

I

I I I I I I I I I I I I II I IIII I II I I I I I I I I I II

BÚMÉRCÍU AREJISTA *~até 50 empregados

* capital ate 10 milhões de ienes

I _..._._.._._...__.._...._.__._._..._....__..__._.._..__.._..._..._

iNDúSTR1A '

MICRO Í_ÍÍÊ_Ê9_ÊTÊÍÊÊͶÊÍ ________ _c_-___

EMPRESA COMÉRCIO E * até 5 empregados `»

sERv1cos »-~~ "i~

QUADRO 1 ~ Deiinimöeâ úe PMEs ae aúúrúú com a Iei básica ae PME ‹i9¿3›

Fntez IIDA, Itiro. Pequena e Média Empresa no Japão. CNI/DAHPI, 1984.

-_

Os criterios de classificação adotados por alguns outros pai-

595 SGD VISÍOS no Quadro E, que demonstra a diversidade de classi-

ficacões existentes no mundo.

(40)

EHRESÊ išãšg Eãfliš ~‹-af v-19;: sf* ....\-.‹-›-,.. ._ -.- .z_ ,...n",›_-.- -=-ai-¬

“mx”

..._-:- z ›...›.. - ..«_›« -zw ..,,, ~_ .,.¡z¬.»›. W |z› '.,~z¬-.,›-,.--›- CRRáCTERI8TlCfl ASSOÇIRDQ s PNE z Franca -št Q. OF.S ¡?š BIS D3 O$ OS III 10<N0(560 -Õ z Hexico PNE ¿ Dšferenca entre a_i9o e passivo M no de .... Zšgèú pesos f

Operar tora das ãrandes_concentra-_ coes in ustriais P

1 Reino

= Unido;

PNI 18<fl0(5B0 - 1

É Italia PNE 1580 milhoes de

iiras fl0(580 -V Í Espanha PNE J 1 .z 6(fl0(250 -

*sega de carater privado _

"

*nao vinculada a outras organiza- f

_coes industriais, bancarias ou_;

'comerc1a1s. _

^g

*dirigidas por seus proprietarios'§

:ââmf

£°f2êu2:,:“r"°°â° -d n

_ en o re uzi os ~‹

*nao ocupam posicao destacada no ë

!`3.M0z É India Éequena \ nenâr que E K § npresa 56006 rupias - ' ' Ç Turquia Pequena 0

5 Empresa fl0(i6 EE(10CU

-

1.

ÊRe£ublica Pequena ; rabe Empresa ip Unida

QUADRO 2 - Criterios de ciassificacao de PHEs no exterior c3 mm vv: No ua'-1 Q âfl U0 « .\...‹ 1; , ¬,,¬ ,_ .~¬,._. W 0 H0(50 - “ ,4i.\..z..z¬~›z«.-\ ›\z., .\.,,» ,. _ ~ -«. , ¬ ¬-'zõ.›_z‹.¬.-,'¬,.-‹:z¬>z: W ~ '1

(41)

2.3 Exemplos de critérios de classificação das PMEs no Brasil

Os critérios ad

geneidade na classificação das PME

a sua própria variação conforme os Órgãos que os aplicam.

1 3, CEBRAE -‹Centro Brasileiro

de presa INDÚSTRIQ 1 11 1 11 1 1 _ I » + 1 1 1 I 11 1 1 1 1 11 1 1 +L 1 1 1 11 1 1 1 1 1 MICRO PEQUENA MÉDIQ E5000 OTNs _ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 + » + 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 + » + ~ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 BOOOO OTNs 380000 OTNS

Apoio à Pequena e Média Em-

COMÉRCIO E_SERVICOS

10000 UTNS 40000 OTNS 140000 OTNs

-_.____.__.-_.-..._

QUADRO 3 - Ulassiíicacão das micro, pequenas e médias empresas (MPHEs) segundo 0 seu faturamento

Fonte: Critérios de classificação de HIHES. Cehtro de documentação e idformacão, CEAB/SC. Florianópolis, 1983.

Devido se esperar nz çoes mas. sendo usado I I I I I I I I I I I I I I I I I I -_ + -_ + __-- MICRO PEQUENA I I I I I I I I I -I- MÉDIQ

QUADRO 4 ~ UIassiIicaÇäo segundo a quantidade.de pessoal

Fate: Critérios de classificação de flfls. Centro de doumentacão e informação, BEGE/SE. Florianópolis. 1933.

Và_velocidade com que a economia brasileira muda, é de

que alguns destes critérios já tenham sofrido altera-

de qualquer forma, servem

a nivel de Brasil. “ INDÚSTRIQ até 19 emp. COMÉRCIO E 11 1 11 1 1 1 1 1 1 11 + -« + 1 1 1 1 1 1 11 1 11 .ue 1o a 49 -+-.. I I I I II II I I I de EO-99 emp.

para exemplificar o que vem

SERVICOS

até 9 empregados ¿

empregados

de 99~499 emp. de SO a`99 empregados

¬-z~‹.._«~é~1.‹...».1-»:‹.\«».z...›z‹a.»».›...¬... .,...,.._. _ ‹

/

~ _._...__._..-.._...-.-..- ocupado 1 ¡)¡I

iante apresentados evidenciam a falta de homo- s no Brasil, isto é, demonstram

(42)

b. Banco do Brasil 1 1 i I1 1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 I 11I + -- + -- INVESTIMENTO FIXO CRÉDITO RURAL . 0 + _- ..._.__._..._.____..__.._..-¬.,.._.... IAPOIO INTEGRADO ÀS IPMES P/ A INDÚSTRIA I II I I I II II III I I II I I .|. -_ IAPOIO INTEGRADO ÀS IPMES P/ O COMÉRCIO MICRO < Um O3 OQ OwW 3 CEJ IF?m Droducão até 200 MVR -- + -- + -- + - 1 m 1: 1 1 < :nm U1: ou om om 3m <r'1' :om~ --+ 1 _-_.____.._....-..._. PEQUENA _.-.___ _.- Q-_. UI I +_ I I I II II 'I I I I I I I MÉDIA

0ÍJ< UIIB O3 OC. ODJ UI

3

. CIB' Ir?

11;.

-+ ____________ ...__ roducão entrelproducão entrei

00.e 600 MVR 2600 e 3000 MVRI

vendas até ã vendas de

35000 MVR I35 a 85000 MV vendas até 12000 MVR -›+ --- --1 1 -+ 1 11I1 1 11 1 1 1 11 111 vendas entre 1E`e 40000 MVR I I _- I I II III II I I I I I

QUADRO 5 - Critérios de classificação utilizados pelo Banco do Brasil

Fonte: Critérios de olassiiicacão de HPHES. Centro de documentação e informação, CEAC/SC. Florianópolis. 1983.

c. Banco Central INVESTIMENTO FIXO I

I

I I I I I I I I 1 I I 1 I I I I |..-I CRÉDITO RURAL IAPOIO INTEGRADO ÀS I IPMES P/ A INDÚSTRIAI IAPOIO INTEGRADO ÀS iPMEs P/ O COMÉRCIO ~o MICRO vendas até 5000 MVR zu producao até 800 MVR I I Iproducao entre IEOO e 600 MVR PEQUENA vendas até 85000 MVR zu vendas até 35000 MVR vendas até 18000 MVR I MÉDIA I vendas até 85000 MVR ,II I I I I I I I I I I zu lproducao entrei IÓOO e 3000 MVRI vendas de 35 a 85000 MVD lvendas entre #18 e 40000 MV IU

OHADRU Ó ~ Critérios de cTassiIiuaoäo utilizados pelo Banco Central

Fonte; Critérios de classificação de HPMES. Centro de documentação e informação, CEAB/SC. Florianópolis, I988z

(43)

B4

A falta de uniformidade na classificação das PMEs dificulta o

entendimento entre os varios orgãos que atuam neste setor, preju- dicando também uma ação coordenada de apoio a este segmento econô-

mico. ”

Numa economia com altos indices inflacionários, como a brasi-

leira Por exemplo, a utilização de critérios financeiros na clas-

sificacão das empresas é ainda mais complicado. Para o caso brasi-

leiro. a indexação da economia através dos vários indices existen-

tes não soluciona definitivamente este problema. O casuismo na ma-

av

nipulacao destes índices torna-os impróprios à execução de uma po-

lítica mais duradoura nesta area.

No Anexo 1 estão relacionados alguns outros critérios de

classificacão.

ÉK4 Critérios de classificação adotados neste trabalho

A classificação qualitativa pressupõe razoável conhecimento das estruturas interna e externa da empresa. O levantamento destas características no universo das empresas que serão` pesquisadas torna inviabiliza operacionalmente a utilização destes critérios.

Voltando-se para os três principais critérios quantitativos

de classificação (número de empregados, faturamento e ativo .fixo

ou total). nota-se que os dois últimos dados são dificeis de serem obtidos e, quando obtidos, nem sempre refletirão a realidade da

empresa, devido às distorções impostas pelos proprios empresários.

Observado que este trabalho se preocupara fundamentalmente

com a estrutura produtiva das PMIs catarinenses, a classificação

1 l

(44)

PU por número de empregados atende razoavelmente às necessidades re-

queridas. O número de Pessoal empregado reflete, com algumas dis-

torcões, o grau de complexidade da estrutura produtiva da empresa,

principal objeto de análise deste diagnostico.

Um fator importante a ser ressaltado com respeito a esta

c1assi+icacão é a ocorrência de unidades fabris de Pequeno PUFt9›

mas pertencentes a grandes conglomerados. Assim, estas unidades

ticam c1assi$icadas como PMEs apesar dos suportes financeiros e

tECflD1Ó9ico do grupo que detém o seu controle. A estrutura produ-

tiva da empresa pode ser a de uma PME, contudo, ela possui carac- teTiStiCaS que certamente não a classificariam desta forma. Porém,

para manter a homogeneidade do critério estabelecido, estas empre- sas permaneceram no universo amostral.

O critério adotado pelo trabalho, dentro das consideracões efetuadas, foi o que também é utilizado pelo CEBRAE. Estes crité- rios estão descritos no quadro abaixo:

SEGMENTO MICRO PEQUENA MÉDIA GRANDE + - + - + - .+-- EMPRESA ATÉ 19 EMPREGADOS ENTRE EO E 100 EMPREGADOS ENTRE 101 E 500 EMPREGADOS ACIMA DE 500 EMPREGADOS QUADRO 7 - CRITÉRIOS ADOTADOS PELO TRABALHO

(45)

R6 2.5 A importância sócio-econômica das PMEs

Ds grandes grupos empresariais são, sem dúvida alguma, a base de qualquer sistema que se diga capitalistaie. Porém, o papel que

as PMEs representam na economia, não só nos paises em desenvol-

vi-mento mas também nos desenvolvidos, é de fundamental importân- cia.É importante' salientar, ainda, que a participação das PMEs tende a ser mais representativa nos países em desenvolvimento do

que nos desenvolvidos”, A

No caso do Brasil, as PMEs constituem a essência do empresa- riado nacional e, como tal, através destas unidades se podem de- senvolver tecnologias gerenciais, ou adaptar as importadas, no

Sentidp de õdequà-las às necessidades e condições de operação na-

cionais. '

A formação destas empresas proporciona oportunidades para que as iniciativas individuais se desenvolvam. Assegurando o sucesso destes empreendimentos garante-se a criação de novos empregos, a

geracão de riquezas, enfim, a dinamização da economia como um to- do.

_ O inicio destes pequenos empreendimentos fica faci1itado.pe1o

baixo investimento inicial que geralmente eles requerem. Este ca-

pital é mais acessivel a iniciativa privada e tem, pelo seu bai-

i2. BÍNALVES, Carlos E. N. Tese de doutorado. F.B.V., São Paulo,

1976.

i3. FERRARI, Nestor D. U. cii. P9. 14.

.M , _ , ....«.e.f _. --

(46)

H7

xo valor, melhores condições de ser financiado pelo poder público.

A divisão em menores fatias dos capitais produtivos presta grande

vv

auxilio na democratizacao dos lucros gerados pela economia.

L

A flexibilidade das PMEs, aliada à sua natural predisposição para inovações, permite que elas sejam agentes de mudanças ocasio-

nando, o aparecimento de novos servicos e produtosH_ Degta fgrmg,

as PMEs podem responder mais rapidamente às flutuações do mercado, adaptando-se-lhe de maneira mais ágil e eiiciente. Convém salien-

tar que, a persistir a tendência de crescimento de uma dada PME,

os grandes grupos tenderão a investir no sentido de neutralizá-la neste ramo de negócio. De qualquer sorte, o papel de captador catalisador de mudancas mercadologicas já representa um papel im-

portante da PME na economia, visto que, em última instância, quem

lucra e a sociedade, que terá a seu dispor novos bens e servicos.

A descentralização industrial promovida pelas PMEs consti- tui-se em importante motivo promotor deste tipo de empreendimen-

to. Esta descentralização evita os fluxos migratórios prendendo

o homem a sua região e levando-o a participar e ajudar no seu de-

senvolvimento. O uso intensivo de mão-de-obra e a utiliza-

cão de tecnicas e equipamentos relativamente simples fazem A com

que as pessoas encontrem trabalho na propria região, apesar de

z

14. FERRflR(, Nestor D. Up. cít. pg. lê.

._f..». ,_=,,,¡,_,,__,,,;, V ...›_....-ú..t -.gs ._› ,.-_.. ...›¢ ,z.. . t

5

n

(47)

nã /¬ do ca PT nã HB _ I _

o possuirem experiência em atividades industriaisfi,

Além disso, a dispersão das indústrias pelas várias regiões

pais proporciona o aparecimento de unidades mais adaptadas as

racteristicas de demanda regional. Caracteristicas que nem sem-

e necessitam de grandes plantas industriais para ser atendidas, o justificando. Portanto) Qrandes investimentos com vistas a

I

economias de escala. Desta forma deter '

~d do €› ao gl um me da de pr

. mina os segmentos de merca-

nz fu I

nao sao, em epocas normais, muito atrativos às grandes empresas

assim podem ser ocupados pelas pequenasu,

A funcão de complementaridade que as PMEs desempenham frente 5 grandes oligopolios também é importante ao de senvolvimento

obal da economia. Isto é, as PMEs e os grandes grupos podem ter

a coexistência pacífica, onde as primeiras ocupariam nichos de

rcado que não justificassem as economias de escala decorrentes

implantação destas últimas.

Esta hipotese da coexistência pacífica leva implícita a idéia

_ zu

uma associacao simbiotica entre as PMEs e os grandes grupos. O

oblema inerente a esta simbiose e que os dois organismos que a

compoem auferem lucros di+erentes desta associacão.

PG

Analisando mais detidamente a situação, admite-se que a. de-

ndência extrema das PMEs em relação aos grandes grupos pode

15. 0 SÊNAI e a Pequena e Hdia Emresa. SENAI-SP, 1980.

ló. BQBLRGER, Ingoli. L5__2lAn1i1LÃl1fln_fl2_lÃ_Eflli1i£uüL1kL1£uiLBBLiãfl_flâD&_híJmí. Stratégies et structures n” 5 1979 1- › 1 W-

31-40.

(48)

R9 z

leva-las a uma falta de autodeterminação, ou seja, quem ditaria as

YGQFBS 00 3090 Seriam U5 Olisopolios. De acordo com esta visão, os

grupos servem-se das PMEs até que se torne inconveniente a sua po- sição no mercado. Ainda nesta linha de raciocinio, a estrutura de

custos. tradicionalmente mais baixa Para as PMEs, faz com que a

:u

relacao de com pra e venda entre as duas estruturas_gere uma taxa

,‹ ¬

.

de geracão de excedentes de capital favorável aos grandes grupos”_

Porém, esta idéia não deve obscurecer os inúmeros beneficios

que nascem dessa ação de complementaridade. Conforme mencionado, a

proliferacão das PMEs permite a democratizacão dos lucros do capi-

talz O crescimento e o aumento do número de grandes grupos indus-

triais geram maior número de intersticios mercadológicos a serem

ocupados. A rede de empreendimentos "anexos" aos oligopolios faz

com que as PMEs desenvolvam ainda mais as suas atividades relacio-

nadas à subdivisão dos trabalhos manufatureiro e comercial.

Na realidade, a questão da complementaridade existe, e o de-

senvolvimento global de uma economia necessita desta ~acão. Neces-

sita na medida em que as PMEs proporcionam aos grandes grupos uma rede de assistência que lhes permite o crescimento (além do que, em épocas de crise, as PMEs, por sua maior adaptabilidade e aces-

sibilidade, funcionam como um cinturão protetor da economiam)*

l7.lB. ONAVES, Carlos E. N. Op. cit. pg. Ebm

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Referências

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