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Aplicação da Análise Técnica para Previsão de Preço do Dia Seguinte

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Academic year: 2021

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Thiago Eliandro de Oliveira Gomesa*

Aplicação da Análise Técnica para Previsão de Preço do Dia Seguinte

Technical Analysis to Predict Price Movement

aUniversidade Federal do Pampa, Curso de Pós Graduação em Engenharia Econômica, RS, Brasil *E-mail: teogomes26@gmail.com

Resumo

Num processo gradativo, passando por etapas, desde busca do conceito da análise técnica, até a escolha de quais ferramentas usar, dentre as tantas existentes, visando à obtenção da tendência futura o preço do Grupo CCR S.A. Neste contexto, para atingir esse objetivo, a metodologia deu-se pela combinação do estudo de caso, pesquisas bibliográfica e documental, para dessa forma, demonstrar qual a tendência do dia seguinte, buscando na análise gráfica a base para esta previsão. Portanto, com base na análise descritiva dos gráficos formados pelos preços identificados do ativo estudado, o estudo cumpriu seus objetivos específicos, uma vez que, com as ferramentas utilizadas, verificou que a previsão para o ativo possui uma tendência de alta, confirmadas por essas ferramentas. Concluiu-se que análise da tendência por meio do rompimento dos suportes e resistência, utilização da visualização gráfica por meio de candlestick e aplicação da Média Móvel, IFR e Fibonacci satisfizeram o interesse da pesquisa, salientando a Tendência de Alta dos preços do ativo CCR, confirmada na maioria das ferramentas da análise técnica utilizada. O estudo demonstrou, de forma geral, que os indicadores estudados são eficazes quanto à identificação da sua movimentação futura de preços que possibilitam ao investidor a tomada de decisão a respeito da operação de compra ou venda, mostrando-se adequados ao proposto.

Palavras-chave: Análise Técnica. Candlestick. Fibonacci.

Abstract

A gradual process, going through stages from search concept of technical analysis, to choosing which tools to use, among the many existing, in order to obtain future trend of the price of the CCR Group SA. In this context, to achieve this goal, the methodology was a combination of case study, literature reports, and documents, to demonstrate the trend of the next day, searching the basis for this prediction on the graphical analysis. Therefore, the study met its specific objectives, since an uptrend was found for the forecast for the asset, which was confirmed by these tools. It was concluded that the analysis of the trend through the breakup of supports and resistance, use of graphical display through candlestick, and application of Moving Average, IFR, and Fibonacci satisfied the research interest and thereby emhasizing the Bullish price of the active CCR. Overall, the present study demonstrated that the indicators are effective on the identification of future price movement, enabling the investor decision to make purchase or sale transactions.

Keywords: Technical Analysis. Candlestick. Fibonacci.

1 Introdução

O mundo sofreu profundas e rápidas mudanças principalmente nas últimas duas décadas (ASSAF NETO; LIMA, 2011, p. 7). O mercado de capitais vem passando por profunda e sofisticada evolução em todo o mundo, aprimorando seus produtos e operações no sentido de incentivar o ingresso de um número cada vez maior de participantes (ASSAF NETO; LIMA, 2011, p. 3).

Portanto, não sendo mais possível aguardar o crescimento real de seus mercados, empresas multinacionais saíram à procura de um mercado capaz de absorver seu potencial produtivo numa escala mundial, derrubando barreiras geográficas, com o objetivo de maximizar a sua riqueza. Para esse processo, chamamos de “globalização” (ASSAF NETO; LIMA, 2011).

A globalização, para Assaf Neto e Lima (2011, p. 5) constitui-se, em essência, na abertura das empresas visando à expansão de seus de seus comércios, permitindo ainda a livre transferência de empregos, capitais e riqueza entre nações.

A maior parte das crises e incertezas com o futuro, segundo os autores, está na incapacidade dos agentes econômicos em percebem as novas tendências de mercado.

A globalização, por se tratar de uma escala mundial com fronteiras abertas, faz com que as empresas nacionais entrem em concorrência com grandes empresas mundiais. Para superar tais concorrências, se faz necessário o entendimento e a evolução da viabilidade de sua atuação em um mercado exigente e competitivo, além de atender as expectativas de seus acionistas, com decisões diárias para que haja o sucesso do investimento aplicado (ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Ribeiro (2010) destaca que a finalidade básica do ser humano é a constante evolução. Além desse aspecto, se faz necessário “acordar” para o novo tempo, preparando-se para o futuro.

A importância das escolhas, para uma tomada de decisão, cada vez se faz mais presente dentre os investidores. Ao decidir pela compra de um ativo, o investidor está assumindo, na proporção do capital investido, um risco que, dentro de um

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mercado competitivo, requer sempre os mais exatos números, para que sejam usados como parâmetros nessa tomada de decisões (PIAZZA, 2010).

Vários são os fatores que interferem na tomada de decisão de um investidor antes da compra ou venda de uma ação que, na maioria das vezes, é feita sob a pressão dos momentos desfavoráveis. Para tanto, se faz necessário realizar certas análises em busca de critérios técnicos e combinações, que gerem melhores resultados. Assim, essas combinações geram a representação na forma gráfica, permitindo, essa soma de junções técnicas, abrindo assim, um leque para uma série de interpretações e dando uma maior credibilidade à tomada de decisões (PIAZZA, 2010).

Nesse contexto, tais decisões são embasadas na Análise Técnica, por se tratar de um método que tem a finalidade de buscar a previsão de um dado futuro, baseado no movimento dos preços ocorridos no passado, difundido a partir da década de 80 e que, desde então, vem conquistando o interesse de profissionais que atuam no mercado financeiro (SANTANA, 1997).

Esta pesquisa expõe alguns conceitos fundamentais para análise de gráficos financeiros por meio da Análise Técnica. Para a pesquisa, teve-se como objeto, o estudo de caso voltado para análise dos gráficos de série histórica do Grupo CCR S.A.

Em breve síntese histórica do Grupo CCR S.A., listada no Novo Mercado BM&FBOVESPA sob o Código CCRO3, tema deste artigo, relata que o referido grupo abriu seu capital em 2000 e realizou emissão primária de ações em 2002, quando foi a primeira companhia à aderir ao Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa). Há ainda 48,78% do total de ações que são negociadas no Novo Mercado da BM&FBovespa.

O Grupo CCR é uma empresa de concessão de infraestrutura, com atuação nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços, sendo o responsável por 2.437 quilômetros de rodovias da malha concedida nacional, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Dentre suas políticas, o grupo CCR tem como o planejamento estratégico de crescimento qualificado, a diversificação de seu portfólio e a atuação em novos negócios. Seguindo esta estratégia, a CCR tem 58% de participação na ViaQuatro, empresa que opera e mantém a Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo, e 45% do capital social da concessionária Controlar, responsável pela inspeção veicular ambiental em toda a frota da cidade de São Paulo.

Assim, como objetivos específicos, este estudo apresenta as seguintes vertentes:

• expor o banco de dados das ações e índices da Bovespa dos últimos 17 anos;

• apresentar gráficos do ativo CCR S.A para que sirvam de base às análises;

• prever qual tendência de preço seguir, por meio aplicação de ferramentas de identificação de riscos no ativo CCR S.A.

Diante do exposto, a execução do desenvolvimento do estudo deste artigo visa à aplicação da análise técnica nos preços de comercialização do ativo CCR S.A., com o intuito de prever o comportamento das tendências desse ativo dentro do mercado acionário brasileiro, baseados nos dados obtidos. 2 Material e Métodos

2.1 A Análise e sua Base Conceitual

Os primeiros rumores de que se tem notícia sobre as tentativas bem-sucedidas de análise e interpretação dos mercados ocorreu em Osaka, no Japão, sede da primeira Bolsa de Futuros no mundo, a Bolsa de Arroz Dojima, fundada em 1654 (PIAZZA, 2010, p. 18).

A Análise técnica, também conhecida Análise Gráfica, tem como objetivo o estudo de um comportamento histórico dos preços do mercado, para determinar o estado atual ou as condições futuras deste mercado, com seu embasamento em uma representação gráfica destes preços. As movimentações dos ativos, apresentada por meio de um gráfico, rastreia a tendência do ativo verificada pelo comportamento da “Lei da oferta e da procura” (BRADESCO, 2013).

Diferente da análise fundamentalista, que segundo Julia Wiltgen (2010), em artigo publicado a revista Exame, “[...] busca, basicamente, avaliar a saúde financeira das empresas, projetar seus resultados futuros e determinar o preço justo para as suas ações”. A Análise técnica trata-se de um estudo do comportamento histórico do mercado, para determinar a situação atual ou as condições futuras do mercado (CHAVES; ROCHA, 2004).

Para Piazza (2010, p.18) a Análise Técnica

se interessa pela parte gráfica do histórico de preços da ação, e pelo seu desempenho ao longo de diversos períodos de tempo. Para tanto, dispõe de uma infinidade de ferramentas capazes de gerar uma previsão aproximada para os próximos movimentos de preços.

Esta análise descritiva destaca-se por gerar uma síntese dos dados que se deseja analisar, enquanto que uma previsão é uma manifestação relativa a sucessos desconhecidos em um futuro determinado (MARTINS, 2010), com a finalidade de traduzir o que está ocorrendo no mercado de ações, na tentativa de descobrir a nova tendência, a partir de ferramentas (PIAZZA, 2010).

Sob esse enfoque, Assaf Neto (2011, p.156) vê a Análise Técnica com uma ferramenta que “dedica-se a estudar os movimentos verificados nos preços e volumes de ativos financeiros negociados no mercado. Seu principal objetivo previsões futuras sobre os preços de mercado”.

Para tanto, Assaf Neto (2011, p.156) afirma que “a base de estudo da análise técnica são os gráficos que retratam o desempenho de mercado”, tendo a finalidade de predição de quando os preços irão se movimentar e quando é a hora certa para entrar ou sair do mercado.

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é composta por um eixo vertical, representando a variação dos preços do ativo, e um eixo horizontal que representa o passar do tempo, podendo esta última, variar a duração do período, que pode ser desde intradiário até gráficos de períodos maiores que um pregão (BRADESCO, 2013).

Na matemática, a variável independente encontra-se no eixo horizontal e a variável dependente, no eixo vertical. No entanto, na economia, é comum vê-las ao inverso, onde a variável independente é representada no eixo vertical e a dependente no eixo horizontal (VARIAN, 2012).

Entretanto, as ferramentas da análise técnica são eficientes apenas quando se tem disciplina para esperar o surgimento de padrões. O analista técnico observa tendências deste comportamento e avalia como o mercado reage a estas. Em sua essência, a análise técnica assume que os mercados exibirão comportamentos futuros que são consistentes com o passado, ou seja, o técnico se orienta pela repetição de padrões de comportamento do mercado. Tendo como objetivo, o prognóstico de quando os preços irão se alterar e quando será à hora certa para entrar ou sair do mercado (MARTINS, 2010).

A análise gráfica abrange uma imensidão de métodos, teorias e maneiras diferentes de acompanhas as oscilações dos preços. Assim, essa análise toma como base as suas informações acumuladas ao longo do tempo, na busca da previsão do que irá acontecer, identificando riscos, e também as oportunidades de otimização de seus lucros (PIAZZA, 2010).

Baseado nessas informações, o investidor tenta buscar a melhor alternativa para tomar uma decisão e prosseguir caminho seguro, pois o mercado de ações apresenta uma grande volatilidade (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Apesar de a escola técnica apresentar várias maneiras de verificação da movimentação dos preços, a fim de projetar a tendência que irá se manter, o presente estudo trará técnicas que envolvem os suportes e resistências, o Índice de Força Relativa (IFR) e as Médias Móveis.

Embora existam aparatos tecnológicos da atualidade, algumas teorias pioneiras ainda continuam ditando regras em relação a esse assunto, dentre elas a Teoria de Dow, além das teorias do Candlesticks e projeções de Fibonacci.

2.2 Os gráficos de Candlestick

Para formar um candlestick ou clandles, são utilizados os quatro preços padrão de mercado: preço de abertura, preço de fechamento, preço máximo e preço mínimo. Apesar de ser um gráfico e exigir um grau de atenção um tanto maior, os candlestick são ricos em detalhes valiosos e eficazes para a tomada de decisão, entretanto, faz com que os gráficos do tipo de linhas ou barras, se tornem obsoletos, além de tornar a análise gráfica, bem mais confiável (PIAZZA, 2010).

No candlestick, se o corpo do candle estiver preenchido, indica que o mercado fechou em baixa, sendo assim, o preço do fechamento foi abaixo do preço de abertura. Por outro lado, se o candle for sem preenchimento, indica um movimento de alta, ou seja, que o preço de fechamento foi maior que o de

abertura (PIAZZA, 2010).

Os gráficos de candlestick, sozinhos, não possuem grande significância, porém, ao analisar o conjunto de candle, pode-se verificar inúmeras indicações confiáveis, gerando varias técnicas de interpretações dos gráficos, auxiliando de maneira confiável os analistas gráficos.

2.3 Zonas de suportes e resistências

Para Assaf Neto (2011, p. 162), o mercado de ações é uma eterna luta entre compradores e vendedores. Todavia, toda operação possui um limite aceito pelo mercado. Nessa linha de pensamento, Lagioia (2011, p. 236) diz que não existe nada de sobrenatural com suportes e resistências. O que existe é a batalha entre procura versus oferta, típica de qualquer mercado.

No caso da análise técnica, esse limite varia de acordo com a tendência existente, onde o denominamos de suportes e resistências, que são linhas imaginárias que formam barreiras de contenção do preço de mercado (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Ainda, de acordo com Piazza (2010, p. 34), os pontos de suportes e resistências são de fácil identificação [...], entretanto apesar de tal facilidade, tais retas são de grande valia para a análise técnica (PIAZZA, 2010).

Essas barreiras de contenção de preço, quando rompidas, impulsionam a ação e, além de um grande movimento, promovem reversões na linha da ação e, consequentemente, o reposicionamento dos investidores que não venceram a disputa (ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Os suportes são níveis de preços onde as compras feitas pelos investidores são fortes o suficiente para interromper a queda durante algum tempo, assim os compradores passam a predominar sobre os vendedores (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Já as resistências são níveis de preços onde as vendas feitas pelos investidores são fortes o suficiente para interromper a elevação durante algum tempo; deste modo, a alta pode acabar quando as forças dos vendedores prevalecerem sobre os compradores, ou seja, há uma reversão, demonstrando, assim, o conceito de resistência de vendedores (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO, 2011).

2.4 Índice de Força Relativa (IFR)

Assim como a teoria de Dow, o Índice de Força Relativa – IFR (Relative Strentgh Index) é um importante método de interpretação, que mede a força de atuação de oferta e demanda, sendo utilizado para determinação dos melhores momentos de compra e venda de ações.

Pinheiro (2006) destaca a necessidade de se observar, no mínimo, 14 (quatorze) pregões e, na interpretação, deve-se considerar sua flutuação entre 0 e 100, em que o primeiro caso demonstra a parte total dos vendedores e o segundo, a parte total dos compradores (PINHEIRO, 2006).

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indica quando a ação está se aproximando de um período de esgotamento, ou seja, quando os preços estão perdendo força. Se IFR for maior que 70, indica que é o momento de vender e quando o IFR for menor que 70, significa o momento de compra (PINHEIRO, 2006).

2.5 Médias Móveis

O mercado diariamente busca prever qual direção real do movimento deve seguir. Assim, o mercado busca, nas Médias Móveis, a suavização dos caminhos em curvas.

Piazza (2010, p. 78) define as Médias Móveis como os rastreadores ou seguidores de tendência, e que nos ajudam a identificar o sentido real de uma tendência que pode aparecer camuflada nos gráficos, devido ao constante sobe e desce dos mercados [...], isto é, são rastreadores das oscilações dos preços.

Para tanto, ao traçar uma linha de Média Móvel, ou quantas o investidor achar necessário, se deve, antes, ter em mente qual será o período desejado, para assim, a longo das observações, realizar um cruzamento entre as linhas traçadas, para encontrar a indicação dos pontos de compra ou venda.

Entretanto, a Média Móvel possui uma desvantagem, que é de seguir o gráfico do preço com certo atraso, podendo ocorrer que o preço já esteja revertido, mas a média não. Este atraso pode ser diminuído, reduzindo a amplitude do período da média, ajustando-o para um período bem curto (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO; LIMA, 2011).

As médias podem ser simples (aritméticas) ou exponencial. A Média Móvel simples ou aritmética é a média das cotações do período preestabelecido, pegando-se um período “X” de dias e, à medida que um novo dia (recente) se insere à equação, descarta-se o ultimo dia. Todavia, vale salientar que todos os “X” dias terão o mesmo peso de equivalência (PIAZZA, 2010; ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Já as médias exponenciais, a equivalência de peso, é vista de outra maneira, uma vez que, quanto mais recente do dia inserido, maior será sua atribuição de peso no resultado, fazendo com que o rompimento das zonas de suportes e resistências sejam sentidos mais rapidamente do que ocorreria com a emprego da média móvel simples (PIAZZA, 2010). 2.6 Teoria de Dow

As origens da análise técnica moderna estão nos trabalhos de Charles Henry Dow no ano de 1884 que, aliado ao seu sócio, Edward Jones, publicava um informativo financeiro em que apresentava suas observações sobre o primeiro índice de ações, afirmando, assim, que o desempenho dos papéis que formavam esse índice (11 papéis) poderia fornecer indicações quanto à saúde econômica do país, por meio de interpretações destas. (PEREIRA, 2008; LAGIOIA, 2011).

Assim, a Teoria de Dow, segundo Lagioia (2011, p. 232) dizia que antes que aconteça qualquer modificação no mercado, quer para uma alta, quer para uma baixa, aparecem formação sinalizadora dessas mudanças.

No entanto, essa teoria possuía alguns pressupostos

importantes:

a) O preço desconta tudo: todo fator que afeta o preço de um ativo está descontado, sejam eventos, notícias, fundamentos, expectativas da economia, entre outros, a não serem os atos de Deus (PIAZZA, 2010).

b) O mercado obedece tendências: para tanto, Dow, percebeu em seus estudos que toda a movimentação nos preços dos ativos não era desprovida de ordem, isto é, havia uma sequência, na verdade três: primária, secundária e terciária.

A primária, é a principal dentre as três, para Lagioia (2011, p. 233) representa um movimento longo que pode ser de alta ou baixa e que leva uma grande valorização ou desvalorização dos papéis.

Já secundária e a terciária, eram de curtos prazos eonde havia altos e baixos, e juntas formavam a tendência primária (LAGIOIA, 2011).

2.7 Aplicação das Projeções de Fibonacci

Os números de Fibonacci surgiram quando da publicação do Livro de Cálculos, escrito pelo matemático Leonardo de Piso, conhecido por Fibonacci (PIAZZA, 2010). Nesse livro, estavam inseridos os primeiros ensaios sobre seu conceito dos números de Fibonacci, que nada mais é do que uma sequência especial de números, hoje [...] utilizados para previsão do tamanho das correções e das expansões dos preços das ações (PIAZZA, 2010, p. 143). Tal sequência lógico-matemática é gerada pela soma dos dois números anteriores a ele (PIAZZA, 2010).

Entretanto, para que haja sua utilização nos preços das ações, Ralph Nelson Elliot apud Piazza (2010) percebeu que os números de Fibonacci poderiam ser aplicados além das proporções descobertas por Fibonacci. Elliot, baseado em suas observações durante vários anos, afirma que os movimentos dos integrantes do mercado, suas tendências e suas mudanças seguem determinado tipo de comportamento de padrões ou figuras que, com o uso da ferramenta de criada por Fibonacci, poderia prever exatamente os próximos movimentos do mercado (PIAZZA, 2010).

2.8 Procedimentos metodológicos

O presente trabalho foi elaborado a partir de um estudo de caso, definido como [...] estudos dos eventos em seu contexto de vida real (YIN, 2009, p. 110), por consistir este, num levantamento de dados de um objeto real, permitindo o maior conhecimento do mesmo (GIL, 2009). O estudo de caso classifica-se como um estudo avaliativo, ou seja, envolve uma descrição e uma explicação, proporcionando informações que facilitam na construção de julgamentos.

A base da pesquisa partiu da coleta de dados realizada por meio documental, com análise das observações realizadas do acesso ao histórico das cotações diárias do ativo do Grupo CCR, referente ao período determinado, obtidos por meio do banco de informações que compõe o Índice Bovespa (2013),

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a partir do preço de fechamento das ações da empresa, onde logo após aplicou-se a técnica japonesa dos candlesticks, seguindo como a literatura conduz, para assim obter-se um gráfico rico e valioso em detalhes para tomada das decisões (PIAZZA, 2010).

Além da complementação da técnica japonesa, usou-se de outras ferramentas técnicas, como a média móvel, o IFR, além das análises das tendências por meio de suportes e resistências.

Após organização e conferência da documentação e definido o objetivo da análise, o tratamento dos dados foi feito a partir dos objetivos propostos e a análise foi desenvolvida seguindo as etapas do modelo de previsão abordado.

Foram seguidos os seguintes procedimentos:

a) Análise da tendência por meio do rompimento dos suportes e resistência;

b) utilização da visualização gráfica por meio de candlestick; c) Aplicação das ferramentas Médias Móveis, IFR e

Fibonacci.

Assim, pode-se analisar as variações dos gráficos, o comportamento dos preços, buscando-se prever a tendência

do preço, realizar as previsões do dia seguinte, com a manipulação e tratamento da análise técnica.

3 Resultados e Discussões

3.1 Análise da tendência por meio do rompimento dos suportes e resistência

Inicialmente, criou-se a representação gráfica da série de cotações de preços diários do ativo CCR, conforme apresentado no Gráfico 1. Observa-se que o gráfico do ativo apresenta, entre os meses de julho a novembro, se formou um pivot de alta, formado por um canal entre a resistências e suportes, onde a resistência foi rompida, significando que, nesse período, havia uma forte concentração de vendedores, com interesses de desfazer de seus ativos, isto é, criando uma tendência de alta em seus preços. Para o Gráfico 2, utilizou-se da ferramenta de média móvel, gerando uma linha próxima aos preços, para assim demonstrar certo grau de visualização suave do período. Por meio dessa média móvel, percebeu-se os pontos de entradas e a saídas da operação.

Gráfico 1: Série de cotações de preços diários de preços das ações do Grupo CCR S.A.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 2: Aplicação Média Móvel na série de cotações de preços diários de preços das ações do Grupo CCR S.A.

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Assim, buscando a previsão para o final do mês de novembro, os preços ficaram acima da linha da média, logo após o momento em que os preços do mês de outubro cruzam para baixo da linha, significando que, o mês de novembro será um momento para que haja a compra.

Diante do Gráfico 3 apresentado, percebe-se com a

aplicação da técnica de Fibonacci, que houve uma correção no valor, próximo aos 23,6%, quando o movimento de queda teve seu fim, retomando aos 61,8%, isto é, retomando a uma tendência de alta. A análise técnica para o Gráfico 4 fez uso do IRF, oscilando num sistema gráfico com intervalos críticos, e padrões de 0 a 30 e 70 a 100 (PIAZZA, 2010).

Gráfico 3: Aplicação do Fibonacci na série de cotações de preços diários de preços das ações do Grupo CCR S.A.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 4: Aplicação do IFR na série de cotações de preços diários de preços das ações do Grupo CCR S.A.

Fonte: Dados da pesquisa.

O IFR no mês de fevereiro esteve acima de 70, significando um topo atingido no mercado. Entretanto, nos períodos de julho a novembro, houve queda no IFR, aproximando de 50. Percebe-se no gráfico que os preços obedeceram a essa lei. Logo, a probabilidade, tanto de tendência de alta, como de baixa, ainda encontra-se em aberto, podendo existir ou não uma reversão. Dessa forma, a literatura diz que o preço encontra-se em zona de atenção e recomenda-se aguardar a confirmação por meio de outra

ferramenta de análise técnica. 4 Conclusão

Neste contexto, através da aplicação da metodologia de algumas ferramentas da análise técnica, com a manipulação na execução dos comandos para a origem dos gráficos, tornou-se possível a escolha das técnicas de análitornou-se que melhor tornou-se ajustassem aos gráficos apresentados para os preços.

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expor o banco de dados do ativo CCR S.A, buscando na análise gráfica da base para prever qual tendência de preço seguinte. Portanto, com base na análise descritiva dos gráficos formados pelos preços identificados, o estudo verificou que a previsão para o ativo possui uma tendência de alta confirmadas pela análise da tendência por meio do rompimento dos suportes e resistência, utilização da visualização gráfica por meio de candlestick e aplicação da Média Móvel, IFR e Fibonacci.

Entretanto, em virtude da enorme quantidade de ferramentas de análise, podendo ainda gerar inúmeras combinações, o estudo não finaliza, necessitando dar continuidade para que haja uma efetiva confirmação da tendência. Quanto à eficácia na utilização da Análise Técnica, a mesma apresentou-se de grande valia para a execução da previsão de tendência do preço do dia seguinte.

Referências

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