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Análise da aptidão muscular (força muscular) dos alunos do 7º ano: estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa de testes de FITescola®

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Academic year: 2021

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Vanda Íris Cerqueira Pinto

Relatório de Estágio

“Análise da Aptidão Muscular (Força Muscular) dos alunos do 7º Ano:

Estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa

de testes de FITescola®”

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL, 2017

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Vanda Íris Cerqueira Pinto

Relatório de Estágio

“Análise da Aptidão Muscular (Força Muscular) dos alunos do 7º Ano:

Estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa

de testes de FITescola®”

Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

Orientadores: Prof. Paula Guedes Prof. Dr. Nuno Garrido

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Relatório de Estágio apresentado à Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, com vista à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário em conformidade com o Artigo 20.º, alínea b) do Decreto-Lei n.º 79/2014 de 14 de maio, sob a orientação da Professor Paula Guedes e Professor Doutor Nuno Garrido.

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Agradecimentos

As palavras que se seguem são destinadas àqueles que contribuíram para a realização da presente dissertação. A todos deixo aqui o meu sincero e humilde agradecimento.

Um especial agradecimento à minha professora cooperante Paula Guedes e ao professor Nuno Garrido pela competência, dedicação, incentivo, apoio e disponibilidade com que sempre me receberam e se disponibilizaram para me ajudar. Estarei imensamente grato pela transmissão de conhecimentos, críticas, correções e sugestões que em muito contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e académico.

Aos meus amigos e colegas de estágio, Bruno Carvalho, Mário Morais e Raquel Silva, pela convivência, companheirismo, amizade e também disponibilidade que sempre tiveram quando precisei de ajuda.

A toda a comunidade escolar que sempre nos acolheu da melhor forma.

A toda a minha família, especialmente aos meus pais e irmã pelo apoio ao longo desta jornada da minha vida.

E finalmente a todos os meus amigos que de alguma forma me ajudaram ao longo deste percurso.

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Índice

Índice de Figuras ... vi

Índice de tabelas ... vii

Índice de abreviaturas ... viii

Resumo... ix

Abstract ...x

CAPÍTULO I (RELATÓRIO DE ESTÁGIO) ... 1

1. Introdução... 2

2. Enquadramento pessoal ... 3

3. Escola, Meio e Instalações Desportivas ... 4

4. Supervisão Pedagógica Em Educação Física. Parâmetros E Critérios De Avaliação Do Estagiário ... 5

4.1. Unidade Didática (UD) ... 5

4.2. Plano de Aula (PA) ... 8

4.3 Prática de Ensino Supervisionada (PES) ... 11

5. Tarefas de Estágio e relação Escola-Meio ... 13

5.1. Estudo de turma ... 13

5.2. Atividades da Escola ... 14

Dia do Não Fumador ... 14

Corta-mato... 14

Prova de orientação ... 15

Semana das broas ... 15

São Pedro Radical ... 16

Direção de Turma... 16

6. Narração Sumária do Estágio ... 18

7. Bibliografia ... 20

CAPÍTULO II (ESTUDO DESENVOLVIDO) ... 21

Resumo ... 22 Abstract ... 23 1. Introdução ... 24 2. Objetivo ... 25 3. Metodologia ... 25 3.1. Participantes ... 26 3.1. Instrumentos ... 26

3.2. Descrição dos testes... 26

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3.4. Procedimentos ... 29

3.5. Tratamento de Dados ... 30

4. Apresentação dos resultados ... 30

5. Discussão dos resultados ... 31

6. Conclusões ... 32

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Índice de Figuras

Figura 1- Programa de Treino DECAMOTES - Força 1 ...40 Figura 2- Comportamento das variáveis abdominais e flexões entre momentos

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Índice de tabelas

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Índice de abreviaturas

AF – Atividade Física GC – Grupo de Controlo GE – Grupo Experimental n – Amostra PA – Plano de Aula UD – Unidade Didática

PES– Prática de Ensino Supervisionada

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Resumo

O presente documento surge com o objetivo de projetar a minha experiência enquanto professor estagiário durante este ano letivo, destinado ao Estágio Pedagógico, inserido no âmbito do 2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

O Estágio Pedagógico é o culminar de uma etapa, a qual nos permite pôr em prática todas as competências adquiridas ao longo do nosso percurso académico, permitindo ganhar a experiência necessária para ultrapassar as dificuldades surgidas e aprender a adotar as melhores estratégias. O objetivo deste relatório é descrever todas as vivências de estágio e analisar as atividades realizadas durante o ano letivo, descrevo assim as dificuldades vivenciadas, assim como as dúvidas e preocupações, mas também estratégias, recursos e soluções.

Este relatório tem quatro áreas de intervenção, que são: as tarefas do professor estagiário no processo de ensino aprendizagem; a reflexão da prática de ensino supervisionada realizada ao longo do ano; a caracterização da turma do 7ºA; e por último, as atividades desenvolvidas no meio escolar.

Para a consolidação do meu desenvolvimento académico, este relatório contempla ainda um estudo sobre a “Análise da Aptidão Muscular (Força Muscular) dos alunos do 7º Ano: Estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa de testes de FITescola®”.

Participaram neste estudo 48 sujeitos divididos em dois grupos, 28 sujeitos no grupo experimental e 20 do grupo de controlo. Como instrumento de avaliação utilizou-se o teste de aptidão muscular (Abdominais e Flexões de braços) do FITescola®. Para análise dos dados, optou-se pela estatística ANOVA de medidas repetidas. Após analisarmos e compararmos os dados do grupo experimental e do grupo de controlo, verificamos que os alunos que foram submetidos ao Programa DECAMOTES melhoraram significativamente os seus resultados relativamente à aptidão muscular, enquanto os alunos do grupo de controlo não apresentaram melhorias significativas.

Posto isto, é fundamental a aplicação de Programas como o DECAMOTES nas aulas de Educação Física, de modo a melhorar a aptidão física dos alunos dos Ensinos Básico e Secundário melhorando assim a saúde das crianças e adolescentes.

Palavras-Chave: ESTÁGIO PEDAGÓGICO; EDUCAÇÃO FÍSICA; APTIDÃO MUSCULAR

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Abstract

This document appears with the goal of describing my experience as a intern teacher during this school year, for the Educational Stage, inserted within the 2nd cycle in teaching of physical education in Basic and secondary education from the University of Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

The Educational Stage is the culmination of one stage, which allows us to put into practice all the skills acquired over of our academic project, allowing you to gain the experience needed to overcome the difficulties that have arisen and learn to adopt the best strategies. The objective of this report is to describe all internship experiences and analyze the activities carried out during the school year, describe the difficulties experienced, as well as the questions and concerns, but also strategies, resources, and solutions.

This report has four areas of intervention, which are: the tasks of the teacher trainee in teaching learning process; reflection of teaching practice supervised held throughout the year; the characterization of the class of 7° (A); and finally, the activities developed in the school. For the consolidation of my academic development, there is also a study on the "analysis of Muscular fitness (Muscular strength) of the 7th grade students: a comparative study of the evolutionary process-with the contribution of FITescola ® testing program".

48 subjects participated in this study divided into two groups, 28 subjects in the experimental group and the control group 20. As an instrument for evaluating the muscular fitness test (sit-ups and Push-ups of arms) of the FITescola ®. For data analysis, we opted for repeated measures ANOVA statistic.

Keywords: PEDAGOGICAL INTERNSHIP; PHYSICAL EDUCATION; MUSCLE FITNESS;

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1. Introdução

O estágio pedagógico é muito importante para a aquisição de experiência, permitindo que futuramente, consiga ultrapassar todas as dificuldades que possam surgir neste contexto, permitindo adotar as melhores estratégias, sendo uma preparação para o mercado de trabalho.

Este documento está organizado em dois capítulos: em primeiro lugar, o relatório de estágio e, em segundo, o estudo realizado.

No primeiro capítulo está descrito todo o trabalho realizado ao longo do ano letivo 2015/2016 na Escola Secundária São Pedro, e o balanço final de todas as tarefas realizadas ao longo das Unidades Didáticas lecionadas, bem como a participação noutras atividades escolares, no âmbito de uma melhor inserção na comunidade escolar. Assim, este relatório visa demonstrar de forma descritiva, reflexiva e organizada, tudo o ocorrido desde o planeamento até à prática de ensino-aprendizagem. Contudo, em qualquer contexto é necessário conhecer o local onde se vai exercer o estágio, apresentando uma pequena síntese do mesmo de forma a conhecer qual o ambiente em que a escola se insere.

Com isto, numa primeira parte são apresentadas as tarefas de estágio de ensino-aprendizagem, onde estão referidas o enquadramento institucional, o enquadramento pessoal, bem como todas as fases de planeamento desde as Unidades Didáticas até à elaboração do plano de aula tendo em vista a aplicação do mesmo nas práticas de ensino supervisionado.

De seguida, estão descritas as tarefas de relação escola-meio, no qual é apresentado o estudo de turma com todos os procedimentos e as respetivas conclusões, assim como as atividades desenvolvidas na escola ao longo do ano letivo. É importante também referir os acontecimentos mais relevantes, positivos ou negativos que influenciaram a prática pedagógica, a tomada de decisões, e a pesquisa sobre determinados conteúdos durante o ano letivo. Fundamentalmente com este primeiro capítulo pretende-se refletir sobre as várias experiências e vivências adquiridas de modo a reconstruir novos conhecimentos, contribuindo fortemente para o meu enriquecimento a vários níveis.

Para concluir e sendo o segundo capítulo deste relatório será apresentado o estudo “Análise da Aptidão Muscular (trem superior e médio) dos alunos do 7º Ano: Estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa de testes de FITescola” realizado aos alunos do 7ºano da escola Secundária S.Pedro.

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2. Enquadramento pessoal

Após terminar a licenciatura em Ciências do Desporto, decidi ingressar no mestrado de Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na UTAD – Vila Real. Depois de concluído o primeiro ano, iniciava a segunda etapa, o estágio pedagógico integrado no 2º ano do curso, e como tal, era necessário escolher a escola pretendida para o realizar. Após todo o processo formou-se o núcleo de estágio da Escola Secundária S.Pedro conjuntamente com Ana Raquel, Bruno Carvalho, Mário Morais e a professora orientadora Paula Guedes.

Marcamos uma reunião com a Professora Paula Guedes para prepararmos o início das aulas, nessa primeira reunião ficámos logo com uma boa impressão da professora, pois mostrou-se interessada e disponível para nos ajudar em tudo o que fosse preciso fazendo desde logo uma pequena apresentação sobre o local de estágio e sobre como iria decorrer o estágio.

Em suma, esperava vivenciar novas aprendizagens e experiências enriquecedoras, ganhando assim capacidade de enfrentar situações imprevistas que podem acontecer neste meio, ficando assim melhor preparada para a realidade do mundo do trabalho.

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3. Escola, Meio e Instalações Desportivas

A Escola Secundária S.Pedro está situada no centro da cidade de Vila Real, localizada a cerca de 450 metros de altitude, sobre a margem direita do rio Corgo, um dos afluentes do Douro. Localiza-se num planalto rodeado de altas montanhas, em que avultam as serras do Marão e do Alvão. Vila Real é sede de concelho e capital de distrito. A escola tem uma oferta educativa desde o 7º ano ao 12ºano de escolaridade e também cursos profissionais/vocacionais.

No que respeita às instalações desportivas, estas têm um relevo importante na realização do estágio pedagógico, porque estão intimamente ligadas ao meio onde vamos exercer as práticas de ensino-aprendizagem. Posto isto, as instalações são constituídas por um pavilhão desportivo com um campo, uma sala de aula e ainda um Gabinete do Grupo de Educação Física, sendo que a sala de aula se encontra no 2º piso. Usufrui ainda de uma arrecadação para o material desportivo, e no piso inferior dois balneários para os alunos (feminino e masculino). Relativamente ao espaço exterior, este contém 4 campos desportivos ao ar livre (2 campos de basquetebol e 2 de futsal/andebol) e ainda uma caixa de areia.

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4.

Supervisão Pedagógica Em Educação Física. Parâmetros E

Critérios De Avaliação Do Estagiário

4.1. Unidade Didática (UD)

Bento (cit. Por Gonçalves, 2013) refere que as UD fazem parte do programa da disciplina e são bastante importantes uma vez que apresentam de forma clara e distinta as etapas do processo de ensino-aprendizagem. A duração de cada UD está sempre dependente do volume e da dificuldade das tarefas de ensino-aprendizagem. (Bento cit. por Évora, 2005).

Segundo Menegolla & Sant’Anna (2001), perante uma ação de ensino-aprendizagem é fundamental haver uma programação da mesma para garantir a qualidade das ações que devem ser lecionadas ao longo de qualquer UD. Esta deve ter sempre em conta todos os conteúdos e os objetivos gerais que constam no programa de Educação Física, em função do ano de escolaridade da população alvo.

Sendo as UD programadas logo no início de cada bloco de matéria, é possível que durante o decorrer da mesma existam alterações se se verificar que as progressões estão desajustadas ao nível dos alunos (Gonçalves, 2013).

Assim sendo, as UD são o início do processo de ensino- aprendizagem. Estas permitem estruturar os objetivos específicos, os conteúdos e as estratégias a utilizar, de acordo com o nível e características dos alunos da turma.

Na elaboração da UD, é fundamental ter um conhecimento prévio da população à qual vamos lecionar, as condições a nível espacial às quais iremos ter acesso e os recursos tanto humanos como materiais. Também fazem parte de uma UD as avaliações diagnósticas, avaliações formativas e as avaliações sumativas, tendo em vista a prática de ensino-aprendizagem.

Após se planear a UD, realizou-se a avaliação diagnóstica, de modo a conhecer o nível psicomotor dos alunos, assim como as suas principais dificuldades em cada modalidade, para assim podermos traçar quais os objetivos específicos, quais os conteúdos e quais estratégias utilizar no decorrer da unidade didática. É após a avaliação diagnóstica que existe um reajuste se necessário à UD de acordo com o nível geral da turma. A avaliação diagnóstica foi realizada através do preenchimento de uma

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ficha de acordo com os critérios de êxito dos gestos técnicos de cada modalidade de forma a avaliar a prestação inicial dos alunos.

Após a realização da avaliação diagnóstica, reformulei/planeei as aulas, com a elaboração de estratégias com vista a que o processo evolutivo dos alunos fosse aumentando de forma contínua. Neste ponto a ajuda da professora Orientadora Paula Guedes e dos meus colegas estagiários em reuniões de núcleo de estágio foram fundamentais uma vez que sempre que nos reuníamos discutíamos o que tinha corrido de melhor ou pior na lecionação e quais as melhores estratégias a adotar nas próximas aulas.

Uma das estratégias utilizadas para a transmissão do conhecimento foi a exemplificação de cada exercício proposto utilizando os próprios alunos ou por vezes recorrendo aos colegas estagiários permitindo assim aumentar os índices de concentração e compreensão da turma, diminuindo o tempo de instrução. Esta estratégia permitia que os alunos observassem exatamente o que tinham de fazer durante os exercícios, desde as movimentações à organização, sendo que havia um aumento significativo da compreensão das tarefas a realizar.

A UD é uma mais valia no planeamento e controlo do processo de ensino aprendizagem, resultando em aulas bem organizadas tendo sempre em vista cumprir os objetivos propostos. No entanto, houveram alguns imprevistos ao longo das mesmas, quer a nível de estratégias, recursos materiais, mas acima de tudo ao nível dos recursos espaciais, pois quando a UD era lecionada em espaço exterior e as condições climatéricas não eram favoráveis tinha de adaptar a aula de forma a dividir o espaço interior com outros professores tendo muitas vezes de lecionar outras modalidades, havendo dessa forma alterações na UD elaborada.

No final de cada UD é realizada a avaliação sumativa, que permite também comparar se houve evolução entre a prestação motora inicial dos alunos e a prestação final, aplicando uma ficha semelhante à de avaliação diagnóstica.

A classificação final dos alunos recaiu sobre três domínios essenciais sendo estes: Psicomotor (que se dividia em Conteúdos Programáticos, Avaliação Contínua das Destrezas e Teste Prático), Sócio afetiva (que se dividia em Comportamento, regras da disciplina, Assiduidade/Responsabilidade e Interesse/Empenho) e Cognitivo (teste teórico). Estes domínios têm ponderações específicas que na conclusão da UD dão a nota final dos alunos. No caso de existirem alunos com atestado médico as ponderações não são as mesmas, sendo que os mesmos têm de elaborar um trabalho escrito sobre a UD em questão.

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A elaboração das UD permite com que seja mais fácil realizar os planos de aula, uma vez que já planeamos previamente o que lecionar em cada aula, sendo este planeamento suscetível de alteração de acordo com o desempenho dos alunos.

Por fim, foi realizado um balanço final de cada UD onde se refere tudo o que se passou durante a mesma, desde as dificuldades encontradas, as estratégias adotadas, aspetos a melhorar, a intervenção a nível de feedbacks, e também sugestões ou conteúdos a alterar com vista à melhoria do processo de ensino aprendizagem nas próximas UD. Foram ainda mencionados aspetos em relação aos alunos desde o comportamento e se com seguiriam alcançar os objetivos propostos, aspetos que se refletiam no sucesso da intervenção do professor.

O facto de planearmos UD a diferentes anos letivos não foi uma dificuldade visto que a metodologia da UD era igual para todos os anos. O que diferia na realização das UD eram as estratégias aplicadas de acordo com o número de aulas previsto e o planeado nos programas de Educação Física.

Durante o estágio pedagógico foram realizadas quatro UD, das quais duas de desportos coletivos (Voleibol e Basquetebol) e duas de desportos individuais (Ginástica e Atletismo/Natação).

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4.2. Plano de Aula (PA)

Para Catão (2011) um plano baseia-se num instrumento de aplicação dos conhecimentos, onde são descritas atividades e estratégias a realizar durante um período de tempo, tendo em vista o alcance dos objetivos, criando uma situação didática para os alunos.

O PA é onde está descrito tudo aquilo que vai acontecer ao longo da aula de acordo com os objetivos previamente definidos na UD, incluindo as tarefas e estratégias de planificação e organização a adotar de modo a alcançar esses objetivos, tornando-se assim o PA um objeto essencial para o bom funcionamento das aulas. O PA está estruturado em três partes. A primeira é a parte inicial, que contém informação referente à aula (instalação, data, ano, UD etc…), a função didática, os conteúdos, os objetivos específicos e operacionais. A segunda parte é a fundamental, onde se coloca a sequência das tarefas, juntamente com o tempo para cada uma, assim como a descrição/estratégias/controlo das mesmas. É também nesta parte que se apresentam as imagens que ilustram a disposição do material em campo, colocação do professor, dos alunos e até as deslocações destes durante a tarefa. É durante esta fase da aula que se verificam as instruções, as organizações, as transições, e os objetivos operacionais executados pelos alunos. Durante esta fase da aula verifica-se uma afluência de feedbacks (correções do gesto técnico realizado) e incentivos por parte do professor para que os alunos possam ultrapassar as suas dificuldades e aumentarem os graus de confiança. A terceira e última parte do PA é o balanço da aula/atividade, onde se questiona os alunos sobre os conteúdos abordados na mesma (método de ensino), é nesta fase que na maioria das vezes se põe à prova a capacidade cognitiva dos alunos que entram nos domínios da avaliação.

O PA é uma ferramenta muito importante para os professores, mas nem sempre pode ser seguido na íntegra, pois ao longo do decorrer da aula surgem sempre imprevistos onde é necessária uma adaptação às estratégias planeadas com o intuito de obter resultados mais consistentes/eficazes. Posto isto, um PA deve orientar o

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professor na busca de autonomia, resolução problemas e tomadas de decisões e não ser um limitador de ações.

De acordo com Aranha (2004), é essencial maximizar o tempo potencial de aprendizagem, aperfeiçoar a instrução e os feedbacks e melhorar as estratégias de organização, tentando assim atingir uma eficiência pedagógica. Foi a partir destes pontos que me basei para elaboração dos PA de forma a conseguir aperfeiçoar as estratégias, maximizar o tempo de atividade motora, a harmonia entre alunos e aumento de feedbacks, obtendo assim resultados mais satisfatórios a curto e médio prazo nas tarefas de ensino-aprendizagem. Sem dúvida que a ajuda da professora Paula Guedes foi fundamental na elaboração de alguns planos de aula principalmente durante a lecionação da UD de natação sendo uma modalidade em que tinha menos conhecimento e me sentia menos à vontade, sentindo muitas dificuldades na elaboração dos planos de aula. Posto isto, a professora Paula Guedes sabendo das minhas dificuldades forneceu vários livros sobre a modalidade de natação de forma a pesquisar e a encontrar as melhores estratégias a aplicar durante as aulas. Após esta pesquisa em reuniões do núcleo de estágio discutia com a Professora Paula Guedes quais então os melhores exercícios e estratégias de organização das aulas, ajudando-me assim a encontrar as melhores estratégias e os melhores exercícios a adotar para que os alunos conseguissem atingir os seus objetivos.

No final de cada PA era realizado um balanço da aula onde se referiam os aspetos mais e menos conseguidos, apresentando soluções para os menos conseguidos (estratégias), mencionando se os objetivos da aula foram alcançados ou não, fazendo ainda uma apreciação geral do comportamento dos alunos. O balanço de aula também é centrado nos dez tópicos da prática de ensino supervisionada onde o professor se coloca numa posição de observador da própria aula para conseguir ter uma visão mais crítica e identificar os principais erros, que ocorrem ao longo da mesma, tendo a capacidade de arranjar soluções ou até mesmo aperfeiçoar as estratégias aplicadas durante as tarefas desenvolvidas. Estes balanços de aula foram importantes permitindo melhorar os planos de aula posteriores corrigindo os erros cometidos de modo a melhorar a elaboração dos PA e a melhoria da prática ensino-aprendizagem. Os PA elaborados em todas as UD foram de encontro ao planeado na mesma, salvo algumas exceções devido a fatores externos (como condições climatéricas).

Após concluído o estágio noto que no inicio me sentia-me bastante dependente do PA, sentindo a necessidade de o seguir “à risca” e de cumprir com tudo o que estava planeado, ao longo do tempo e à medida que fui ganhando confiança na lecionação de aulas o PA passou a ser mais um “guia”, continuando a ter bastante importância na lecionação de uma aula. Por exemplo agora no fim do estágio se durante a aula

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observasse que os alunos precisavam de mais tempo num exercício do que aquele planeado no PA, prolongava a duração desse exercício até que os alunos o conseguissem realizar com sucesso ou efetuava alterações ao mesmo, implicando isso que não cumprisse com o plano de aula mas indo de encontro com os objetivos traçados para essa aula, algo que no inicio do estagio não se verificava, preocupando mais em cumprir com o plano de aula.

Posto isto, concluo ser bastante importante continuar a planear as aulas previamente, apesar da confiança que já se tenha a lecionar mas sendo esse planeamento um guia para aquilo que pretendemos atingir.

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4.3 Prática de Ensino Supervisionada (PES)

As PES têm um papel fundamental na formação de qualquer professor, pois permitem ganhar experiência, é através da observação das aulas que se consegue identificar possíveis erros, estratégias mal conseguidas ou prestações menos eficazes para posteriormente corrigir e conseguir obter melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem (Aranha, 2008).

De acordo com o documento “UNIFORMIZAÇÃO DE CRITÉRIOS” apresentado a todos os estagiários e professores orientadores no início do ano letivo, tivemos de realizar 20 observações à professora orientadora antes de serem os professores estagiários a lecionar aulas. Estas observações serviram para conhecer as turmas, as diferentes formas de lidar/relacionar com os alunos, intervir em diferentes situações e observar as estratégias pedagógicas utilizadas de forma a ultrapassar as dificuldades dos alunos.

Para fazer a observação das aulas foi utilizado como instrumento uma ficha de registo anedótico onde se colocava numa primeira parte o nome do observado, a UD o número da PES juntamente com a data e o ano. O registo anedótico era elaborado em relação ao tempo, pois, segundo Aranha (2008) permite saber a duração de cada tarefa realizada na aula tais como a instrução, transições, atividade motora e balanço de aula. A partir deste registro conseguíamos verificar quais os erros cometidos e se os objetivos eram atingidos ou não, de modo a melhorar de aula para aula.

Na realização das observações em função das atividades que o estagiário estava a desenvolver, era realizada uma descrição dos acontecimentos, onde se colocava, se o posicionamento era o ideal, se as estratégias resultavam ou não, se a organização das atividades era a melhor, se a linguagem utilizada era a mais correta, que tipo de feedbacks estava mais afluente durante a realização das tarefas, entre outros fatores.

Relativamente às observações da professora estas foram bastante importantes visto que como nunca tinha estado em contexto escolar, pude observar o comportamento da professora face ás diferentes situações que ocorrem durante a lecionação de uma aula, estando assim mais preparada para dar as aulas. Estas observações permitiram também ver como a professora lidava com alguns caso mais especiais, por exemplo com uma aluna com problemas alimentares e com alunos com necessidades especiais (quais as estratégias que aplicava para que esses alunos conseguissem atingir os objetivos mas sem por em risco a sua saúde), o clima de confiança que havia entre as turmas e a professora e a maneira como a professora geria as aulas (estratégias de organização, como por exemplo, não fazer a chamada, aproveitar o aquecimento para verificar que alunos estavam a faltar, exemplificar o exercício com todos os alunos a

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observar, aproveitar a organização do exercício anterior para o próximo, etc.) de modo a ter sempre o maior tempo de atividade motora possível, adotando depois estes comportamentos quando passei a lecionar as aulas.

As observações aos meus colegas de estágio permitiam registrar situações, que como professores não conseguíamos observar por termos de estar atentos a várias coisas ao mesmo tempo, sendo que observando de fora conseguíamos ver tudo fazendo-nos estar mais atentos a esses pormenores nas aulas seguintes e melhorando assim as práticas de ensino. Estas observações permitiam também verificar se adotávamos as melhores estratégias de ensino e de organização durante a aula a quantidade e o tipo de feedback dado aos alunos e também o tempo de atividade motora dos alunos, aspetos que melhorávamos de aula para aula devido às observações feitas tanto por nós como pela professora.

Por tudo isto a realização destas PES foi bastante importante durante todo o estágio pedagógico uma vez que registrávamos os acontecimentos da aula podendo posteriormente nas reuniões do núcleo de estágio discutir o que tinha corrido melhor e pior e quais as estratégias a aplicar para melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

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5. Tarefas de Estágio e relação Escola-Meio

5.1. Estudo de turma

Realizei um estudo referente à turma da qual na altura era o professor com o intuito de conhecer melhor os alunos e de recolher todos os dados que podiam dar informações sobre as situações dos alunos pretendidos. Este estudo permite ainda compreender melhor a situação de cada aluno para poder agir da melhor forma em virtude das situações que pudessem ocorrer ao longo do ano letivo.

O estudo teve como população alvo a turma A do 7º ano que estava inserida na Escola Secundária S.Pedro. A amostra era consistida por um total de 28 alunos, em que 13 eram do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 11 e os 12 anos, sendo a média de idades de 11,79 anos.

Para a recolha de dados do estudo, foi realizado um questionário, escrito de forma simples e sucinta, facilitando a interpretação do mesmo pelos alunos. Este inquérito era constituído por questões de dados individuais, saúde/alimentação, vida escolar, deslocação para a escola e vida desportiva.

Após a recolha dos questionários realizou-se o tratamento dos dados. Os resultados foram apresentados graficamente, utilizado o software Microsoft Excel 2013. Os gráficos utilizados para a apresentação dos resultados foram os gráficos de barras, nos quais o título corresponde à pergunta colocada aos alunos, sendo esta considerada importante para o estudo. Além disso, os resultados continham o valor absoluto das respostas, sendo o seu somatório correspondente ao número de alunos da turma, ou seja, o número da amostra. Foi com bastante agrado que se verificou que a maioria dos alunos tinham hábitos de prática de atividade física, por isso cabia principalmente ao docente de Educação Física continuar a estimular esses bons hábitos e tentando a todo o custo criar hábitos àqueles que não os têm, sempre chamando à atenção para os benefícios da atividade física para a saúde. Para concluir, resta acrescentar que o estudo de turma foi importantíssimo, pois com a interpretação dos inquéritos realizados, ajudou a compreender as suas características individuais para introduzir as Unidades Didáticas com a finalidade de não deixar nenhum dos alunos descompensado.

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5.2. Atividades da Escola

No início do ano letivo foi-nos proposto pela professora orientadora elaborarmos um plano de atividades desportivas para todo o ano letivo de modo a ganhar experiência em todas as vertentes e até para nos sentirmos mais inseridos no contexto da vida escolar e na qualidade de futuros professores. Elaboramos o plano de atividades logo no inicio do ano letivo, sendo que o mesmo foi sofrendo algumas alterações com o passar do tempo. No decorrer do estágio participamos em cinco atividades escolares, abaixo indicadas.

Dia do Não Fumador

No dia 17 de Novembro foi realizado o dia do Não Fumador, no qual o departamento de Educação Física como é habitual acontecer, participou em conjunto com o departamento de Ciências. O dia de Não Fumador consistiu num peddy papper com questões sobre o tabaco em conjunto com jogos tradicionais em que participaram as turmas do 7º ano. A participação do núcleo de estágio consistiu na organização de 4 jogos tradicionais entre os quais, Corrida de Andas, Jogo dos Cotonetes, Corrida de Sacos e o Jogo da Água (transportar água com uma esponja). O jogo pelo qual fiquei encarregue foi a corrida das andas, que decorreu sem problemas e os participantes demonstraram grande entusiasmo. A corrida consistia em escolherem dois elementos da equipa, um de cada género, colocarem-se nas andas e percorrem um percurso estipulado, dando a volta ao cone e regressando ao ponto de partida. Após os alunos conjuntamente com as andas ultrapassarem por completo a linha de partida/chegada o tempo parava. A pontuação foi feita após todas as equipas passarem pela estação, a equipa mais rápida teve a pontuação mais elevada, diminuindo conforme o tempo das equipas até chegar à equipa mais lenta que teve a pior pontuação.

Corta-mato

No dia 19 de Novembro pelas 9:00 foi realizado o corta-mato escolar que como já é habitual é realizado em conjunto com as outras escolas de vila real na Fraga da Almoteria. Este corta-mato é realizado de modo a apurar quais os alunos da escola irão representar a mesma no corta-mato regional. A participação do núcleo de estágio consistiu em distribuir o lanche e acompanhar os alunos desde a escola até ao local do

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corta-mato, e lá no local encaminhar os alunos ao local de partida. Após concluída a participação dos alunos voltamos a acompanhar os alunos até à escola.

Prova de orientação

No dia 18 de Dezembro foi realizada uma prova de orientação para os TRE organizada pelo professor Alexandre Vereda. Foi solicitado ao núcleo de estágio para ajudar a colocar as balizas no local certo no dia da prova. Tal como pedido, os professores estagiários no dia 18 de Novembro pelas 8 horas da manhã foram distribuir as balizas pelos locais assinalados no mapa. Após terminada a colocação das balizas perguntamos ao professor se necessitava de mais alguma ajuda, sendo que o mesmo respondeu que não, dando assim por terminada a nossa tarefa.

Semana das broas

Sendo já tradição da escola Secundária S.Pedro no final do mês de Janeiro/início do mês de Fevereiro realiza-se a semana das broas que é uma semana cheia de atividades. Desde o início do ano estava planeado organizarmos um dia da semana das broas. Ficou então decidido que no dia 2 de Fevereiro pelas 15 horas iríamos realizar os jogos sem fronteiras. A atividade consistiu em 4 jogos sendo eles, o jogo das andas, caneta na garrafa, jogo da água e corrida de obstáculos. As equipas seriam constituídas por 3 raparigas e 3 rapazes e participaram alunos do 8º e 7º anos. O jogo pelo qual fiquei encarregue de organizar e controlar no dia da atividade foi o jogo da água. Cada equipa tinha um balde com água no ponto de partida e um recipiente no qual transportavam a água para o balde vazio que se encontrava mais à frente. Após o sinal de partida enchiam o recipiente com água e deslocavam-se até ao balde vazio mais à frente de forma a colocar lá a água. Após colocarem a água no balde voltavam ao ponto de partida com o recipiente e entregavam o mesmo para o seguinte colega e assim sucessivamente em forma de estafeta, não podendo o primeiro colega ir novamente sem os restantes colegas concluírem o percurso, mantendo a mesma ordem até ao final da prova. A prova tinha um limite de 2’. A pontuação foi dada consoante a quantidade de água existente no balde no final da prova.1º- 40 pontos; 2º- 30 pontos; 3º- 25 pontos; 4º- 21 pontos; 5º- 20 pontos; 6º- 19 pontos; 7º- 18 pontos; 8º- 17 pontos; 9º- 16 pontos; 10º- 15 pontos;

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16 São Pedro Radical

No início do ano letivo foi-nos proposto pela professora orientadora elaborarmos um plano de atividades desportivas, no qual estava já planeado realizarmos uma atividade no terceiro período, ficou posteriormente decidido que a atividade seria realizada no dia 3 de Junho, data que marcava o final de aulas para os anos de escolaridade com exames finais (nomeadamente o 9ºano,11ºano e 12ºano). O dia de São Pedro Radical foi organizado pelo núcleo de estágio de Educação Física com a colaboração do departamento de Educação Física da escola Secundária S. Pedro, a Camara Municipal de Vila Real, a Universidade de Trás-os-Montes-E-Alto-Douro, o ginásio Calicross e alguns amigos nossos que se voluntariaram a ajudar no dia da atividade. Como já é habitual, todos os anos é realizado um torneio de futsal de final de aulas pelo departamento de Educação, sendo que o núcleo de estágio sugeriu juntar as duas atividades, passando o torneio de futsal a ser realizado em conjunto com o São Pedro Radical no complexo de Codessais, passando a ser um torneiro de futsal de praia. A atividade realizada no complexo de Codessais consistiu numa manhã lúdica com várias atividades entre as quais tiro ao arco, canoagem, orientação, demonstração de cross-fit do ginásio Calicross o torneio de futebol de praia. Os alunos participavam nas atividades por equipas previamente inscritas, sendo que haviam equipas escritas exclusivamente para o torneio de futebol de praia, outras para as atividades lúdicas e outras equipas que realizavam tanto o torneio de futebol de praia como as atividades lúdicas. Cada elemento do núcleo de estágio ficou responsável por uma estação, sendo que eu fiquei responsável pelo tiro com arco, uma estação com bastante participação por parte dos alunos. Nesta estação era realizada uma pontuação somando os pontos de todos os elementos da equipa consoante o local no qual a seta batia. Se não acertassem no alvo obtinham zero pontos, no circulo mais exterior do alvo, 1 ponto; e assim sucessivamente até aos cinco pontos que era o circulo mais interior do alvo. No final da atividade o balanço foi bastante positivo sendo que todos os participantes se divertiram e aproveitaram as atividades disponíveis.

Direção de Turma

Por opção da nossa professora orientadora Paula Guedes participamos apenas na reunião final do 1º período. A participação nessa reunião permitiu-nos saber como funciona o processo de avaliação dos alunos, e o aproveitamento dos mesmos nas outras disciplinas.

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Todas as atividades em que participámos tiveram um caráter importante na aquisição de experiência, possibilitando adquirir conhecimentos que podem ser muito úteis no nosso futuro como professores.

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6. Narração Sumária do Estágio

O estágio pedagógico foi o completar de uma formação académica que teve inicio há cinco anos atrás, sendo que só através do estágio é que adquiri experiência, foi o mesmo que me proporcionou a minha primeira vivência numa escola e o primeiro contacto com os alunos, enquanto professora de Educação Física.

Graças ao estágio sinto que através das diferentes experiências vivenciadas cresci como pessoa e que futuramente estarei mais preparada para enfrentar o mundo do trabalho nesta área.

Antes de começar o estágio tinha grandes expectativas e ao mesmo tempo muitas dúvidas sobre aquilo que ia encontrar visto ser a primeira experiência fora do contexto universitário, uma vez que anteriormente apenas tinha dado aulas aos meus colegas de curso durante os três anos de licenciatura e o primeiro ano de mestrado, sendo esta experiência completamente diferente da realidade escolar; os alunos deixam de ser nossos amigos que se comportam de forma exemplar e cumpre com tudo o que nós dizemos, e passam a ser alunos “reais”, com comportamentos imprevisíveis.

Posto isto, como seria de esperar nas primeiras aulas estava um pouco expectante sobre aquilo que iria encontrar, baseando-me apenas nos conhecimentos que adquiri ao longo do percurso académico. Também o facto de estar a ser observada, gerava algum desconforto no decorrer das primeiras aulas, isto devido ao “medo” de errar na escolha das estratégias, podendo ser penalizado na minha avaliação. Apesar disso com o decorrer das aulas, isto foi superado, sentindo assim uma maior confiança a lecionar as aulas e a escolher as estratégias o que contribuiu para o bom decorrer das aulas e atingir mais facilmente os objetivos propostos.

Desde o início do ano letivo tive experiências boas e outras menos boas, que me permitiram melhorar como professor, sendo que as principais dificuldades vivenciadas foi ao nível da organização dos alunos e de identificar os erros dos alunos e dar os feedbacks adequados, mais concretamente dos termos técnicos, dificuldades essas que foram rapidamente ultrapassadas com a ajuda das reuniões do núcleo de estágio.

Numa componente mais teórica, consegui compreender e realizar todo o processo que envolvia a preparação e planeamento das Unidades Didáticas, Planos de aulas e consequentes relatórios e reflexões.

O facto de termos lecionado aulas a diferentes turmas de diferentes anos vivenciei diferentes estratégias de ensino aprendizagem e dificuldades, sendo que tínhamos de sempre de nos adaptar, ganhando assim mais experiência o que poderá ser bastante útil para o futuro. Relativamente ao envolvimento nas atividades escolares, penso que

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foi benéfico a minha participação pois foi confrontada com algumas situações fora do contexto da aula propriamente dita, novas vivências e responsabilidades.

Há ainda a destacar que as boas relações estabelecidas com o núcleo de estágio, com a professora orientadora, com o orientador da Universidade, com o grupo de Educação Física, e com a restante comunidade escolar, que foram fundamentais para o desenvolvimento do nosso trabalho, contribuindo para o sucesso das tarefas realizadas.

Na minha opinião este estágio contribuiu imenso para a minha formação como futura professora, não só pelas competências que adquiri como também pela forma como procurei ultrapassar as dificuldades, procurando sempre novas estratégias.

Em forma de conclusão, este estágio foi uma das etapas mais importantes no meu percurso académico, pois o trabalho realizado no contexto escolar diretamente com os alunos é totalmente diferente do ambiente das aulas práticas/teóricas da universidade. Nesta etapa encontrei vários obstáculos que consegui ultrapassar, uns com maior dificuldade outros com menos dificuldades. Penso que acabo o estágio com um balanço bastante positivo porque sinto que desde o primeiro dia de estágio até ao último evolui bastante.

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7. Bibliografia

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Menegolla, M. Sant’Anna, I. (2001). Por que planejar? Como planejar?, 10ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes;

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Resumo

O presente estudo tem como objetivo avaliar se os alunos melhoram a sua aptidão Muscular com a implementação do programa DECAMOTES através dos testes de aptidão de força (abdominais e flexões de braços) do FITescola.

Este estudo baseia-se em 3 momentos fundamentais, o pré-teste, a implementação do programa DECAMOTES e o pós-teste.

O tema deste estudo é a “Análise da Aptidão Muscular (Força Muscular) dos alunos do 7º Ano: Estudo comparativo do processo evolutivo - com contributo do programa de testes de FITescola®”. Participaram neste estudo 48 sujeitos divididos em dois grupos, 28 sujeitos no grupo experimental e 20 do grupo de controlo. Como instrumento de avaliação utilizaram-se os testes de força, Abdominal e Flexões de braços do FITescola®. Para análise dos dados, optou-se pela estatística ANOVA de medida repitidas. As conclusões identificadas nesta pesquisa foram: 1º) o grupo experimental apresentou melhorias significativas na aptidão muscular; 2º) o programa de treino DECAMOTES foi bastante eficaz no desenvolvimento da aptidão muscular dos alunos.

Palavras-Chave: APTIDÃO FÍSICA; APTIDÃO MUSCULAR; DECAMOTES; FITESCOLA;

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Abstract

The present study aims to assess whether students improve your Muscular fitness with the implementation of the DECAMOTES programme through the aptitude tests (pull-ups and push-ups of arms) of the FITescola. This study is based on 3 fundamental moments, the pre-test, the implementation of the DECAMOTES programme and the post-test.

The theme of this study is the analysis of Muscular fitness (Muscular strength) of the 7th grade students: a comparative study of the evolutionary process-with the contribution of FITescola ® testing program ". 48 subjects participated in this study divided into two groups, 28 subjects in the experimental group and the control group 20. As an instrument of evaluation using tests of strength, Abdominal and Push-ups of the arms of the FITescola ®. For data analysis, we opted for the ANOVA statistic of repeated measurement. The findings identified in this research were: 1) the experimental group showed significant improvements in muscle fitness; 2nd) training program.

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1. Introdução

Atualmente o sedentarismo está cada vez mais presente na nossa sociedade, uma vez que as pessoas estão mais ocupadas com os estudos, trabalho e vida social, ficando com menos tempo para praticar atividade física regularmente (Carmo, N. et al., 2013).

Segundo Ortega et al., (2008) a atividade física é qualquer movimento produzido pela ação muscular que leva a um dispêndio energético.

Recentes pesquisas apontam evidências de que a atividade física regular previne várias doenças e melhora a saúde em geral, com o aumento de força, resistência muscular, resistência cardio-respiratória, flexibilidade e composição corporal (Centers for Disease Control and Prevention - CDC, 2009, cit. por Carmo, N. et al. (2013)).

A infância e a adolescência são períodos cruciais da vida, uma vez que é nesta altura que ocorrem mudanças fisiológicas e psicológica. Da mesma forma, o estilo de vida saudável/sedentário são comportamentos estabelecidos durante estes anos, o que pode influenciar o comportamento e o estado de saúde na fase adulta (Ortega et al., 2008).

Existem cada vez mais evidências que maiores níveis de atividade física em idade pré-escolar, podem ser associados a melhor estado de saúde (Binkley and Specker, 2004).

Para os autores Vieira, Priori e Frisberg (2002) a atividade física na adolescência pode estimular o crescimento físico, melhorar a autoestima, relaxamento, gasto de energia, perceção do próprio corpo, colaborar para o desenvolvimento social, além de propiciar uma série de benefícios para a saúde e bem-estar.

O problema do sedentarismo e a consequente epidemia da obesidade deve ser enfrentado com a expansão da educação física escolar, dissuadindo as crianças de praticar atividades sedentárias, fornecendo modelos adequados para a prática de atividade física (PEDIATRICS, 2008).

A Educação Física Escolar é crucial, não somente no combate ao sedentarismo, mas também nas aulas ministradas principalmente ao nível do ensino fundamental, melhorando o comportamento dos alunos em vários aspectos sociais, como responsabilidade, no relacionamento com os pais, autoconfiança, assiduidade às aulas e diminuição do uso de drogas (Junior, 2008)

Como os índices de atividade física estão a baixar em idade escolar, é fundamental, que tanto os profissionais de saúde como os de Educação Física arranjem estratégias para combater essa diminuição, tendo sempre em conta o conhecimento do comportamento da capacidade em relação a idade, género e relação dos níveis de aptidão física em critérios de saúde (Farias et al., 2009).

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Aptidão física é a capacidade de realizar atividades do dia a dia com tranquilidade e menor esforço. Existem duas abordagens, uma é a aptidão física relacionada à saúde e a outra é a relacionada à performance desportiva.

A definição de aptidão física muda de autor para autor e segundo Martínez-Viszcaíno & Sánchez-López, (2008), “a aptidão física é a capacidade de um indivíduo em realizar atividades diárias sem fadiga excessiva e com o menor esforço possível, refletindo um conjunto de atributos que o indivíduo possui e desenvolve, relacionados nomeadamente com a sua capacidade de realizar AF.”

A aptidão física é um “estado dinâmico de energia e vitalidade” que permite às pessoas realizar tarefas diárias, aproveitar dos momentos de lazer, responder a situações imprevistas sem grande fadiga, e ajuda a evitar doenças relacionadas com a falta de exercício físico (Giráldez, 2008).

Assim sendo, uma prática regular de atividade física é necessária para a obtenção de um nível de aptidão física adequado e por esse motivo as crianças e adolescentes devem ser motivados a participarem e a manterem uma atividade física frequente, devendo ser esse o principal objetivo da Educação Física (Rocha e Pereira, 2006).

A aptidão física está diretamente relacionada com a saúde dos adolescentes e, é fundamental para a promoção da saúde e estilos de vida mais ativos, daí ser de extrema importância o desenvolvimento de programas de AF. (Ardoy et al., 2011; Verloigne et al., 2012).

A nível do desempenho motor, existem fortes evidências que suportam o facto de o treino de força ser um meio eficaz na melhoria da condição física de crianças (Faigenbaum, et al., 2002). Além do aumento da força muscular, também os programas de treino de resistência muscular em jovens têm sido relacionados com melhorias no desempenho muscular (Faigenbaum, 2003; Stratton et al., 2004).

Lopes, Maia e Mota (2002) referem que as crianças quando sujeitas a programas de treino de força, com intensidade, volume e duração suficientes, reagem positivamente, apresentando ganhos de força.

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2. Objetivo

O objetivo deste estudo é verificar se os alunos submetidos ao programa de treino DECAMOTES durante 12 semanas, aplicado nas aulas de Educação Física apresentam melhorias na aptidão muscular (força muscular) relativamente ao grupo de controlo.

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26 3.1. Participantes

A amostra deste estudo foi constituída pelos alunos das turmas A e C do 7º ano da escola Secundária S.Pedro. No total a amostra é composta por 43 alunos, 21 do sexo masculino e 22 do sexo feminino divididos em dois grupos. Os 23 alunos do 7ºA constituem o grupo experimental enquanto os 20 alunos da turma C fazem parte do grupo de controlo.

3.1. Instrumentos

Para efetuarmos a avaliação da aptidão muscular dos alunos tanto no grupo experimental como no grupo de controlo recorremos ao programa do FITescola. Este programa destina-se a crianças e jovens do ensino básico e secundário de modo a avaliar a sua composição corporal, aptidão aeróbia e aptidão muscular e, ainda, incentivar a prática de atividade física/exercício adequada (o) a cada jovem. Neste estudo apenas foram utilizados o teste de abdominais e o teste de flexões de braços que se inserem na aptidão muscular.

3.2. Descrição dos testes Teste Abdominais Objetivo:

O teste de Abdominais consiste na execução do maior número de abdominais a uma cadência predefinida. Este teste tem como objetivo avaliar a força de resistência dos músculos da região abdominal.

Equipamento/Instalações:

Colchões de ginásio, rádio com leitor de CDs ou leitor de mp3 e o CD ou ficheiro áudio (mp3) do teste com a cadência para a realização dos abdominais.

Instruções para a realização do teste:

Dividir a turma em dois e emparelhar os alunos de forma a facilitar a avaliação. Explicar aos alunos que enquanto um grupo realiza o teste, o outro conta o número de abdominais efetuados. O professor deve exemplificar como se efetua a técnica correta transversalmente aos alunos.

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27 Modo de execução

O aluno deve continuar o teste até não conseguir realizar mais repetições ao ritmo da cadência, ou até alcançar o número máximo de abdominais (75 repetições). O teste deve ser interrompido à segunda execução incorreta considerando os seguintes erros: Os pés não estão em contacto com o colchão/chão; A cabeça não toca no chão entre repetições; A mão não envolve os joelhos.

Resultados:

O valor registado é o número de repetições realizadas pelo aluno (por exemplo, um resultado de 24 abdominais é registado como 24). Para facilitar o registo, é possível contabilizar a primeira falta no resultado final.

Flexões de braços Objetivo:

O teste de Flexões de Braços consiste na execução do maior número de flexões

de braços (movimento de flexão dos braços e extensão dos antebraços), a uma cadência pré-definida. Este teste tem como objetivo avaliar a força de resistência dos membros superiores.

Equipamento/Instalações:

Colchões de ginásio (opcional), rádio com leitor de CDs ou leitor de mp3 e o CD ou ficheiro áudio (mp3) do teste com a cadência para a realização das flexões de braços.

Instruções para a realização do teste:

Divida a turma em dois e emparelhe os alunos de forma a facilitar a avaliação. Explique aos alunos que enquanto um grupo realiza o teste, o outro conta o número de flexões de braços efetuadas. O professor deve exemplificar como se efetua a técnica correta transversalmente aos alunos.

Modo de execução:

O aluno continua o teste até não conseguir realizar mais repetições dentro da cadência ou até alcançar o número máximo de flexões de braços. O teste deve ser

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interrompido à segunda execução incorreta considerando os seguintes erros: - Não respeita a cadência sonora; Não atinge os 90º na descida do tronco; Não mantém a posição de prancha; Não realiza a extensão completa do cotovelo quando retorna à posição inicial.

Resultados:

O valor registado é o número de repetições realizadas pelo aluno (por exemplo, um resultado de 24 flexões de braços é registado como 24). Para facilitar o registo, é possível contabilizar a primeira falta no resultado final. O aluno que está a registar o número de repetições deverá informar o colega do número total de repetições efetuadas, trocar de posição com o colega e completar o teste de acordo com as instruções de execução aqui descritas.

3.3. Programa de treino aplicado

Nas aulas compreendidas entre o pré-teste e o pós-teste, os participantes que integraram o GE foram submetidos a um programa de treino de força inserido no “Projeto de desenvolvimento das capacidades motoras na Escola – DECAMOTES” (Ferreirinha, J.; Ferreira, R.; Aranha, A.; 2012).

Assim sendo, no inicio de cada aula de Educação Física os alunos inseridos no grupo experimental realizaram o programa de treino durante 12 semanas (2 vezes por semana) visando, melhorar a aptidão muscular (força muscular) dos alunos inseridos no grupo experimental. Durante o programa de treino não foi controlada a atividade física extracurricular.

Programa de Treino de Força – Circuito 1

6 Grupos - Executar cada exercício durante 1 minuto, 2 voltas ao circuito,havendo um descanso de 1 minuto entre cada circuito:

1. Flexão de braços com apoio facial; 2. Abdominal pernas fletidas;

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29 4. Carrinho-de-mão 10m;

5. Abdominal cruzado e alternado cotovelo-joelho; 6. Salto de caixa 50cm para caixa de 50cm.

Figura 1- Programa de Treino DECAMOTES - Força 1

3.4. Procedimentos

Realizamos a primeira avaliação designada como pré-teste, usando dois dos testes do programa FITescola®, nomeadamente o teste de abdominais e flexões de braços. Após a primeira avaliação (Pré-teste), procedemos à aplicação do Programa de Treino 2 – Força 1 DECAMOTES durante 12 semanas com o objetivo de melhorar a aptidão muscular dos alunos do 7ºA. O programa de Treino era aplicado duas vezes por semanas no início das aulas de Educação Física. No final das 12 semanas realizamos a 2ª avaliação (Pós-teste) através do mesmo método utilizado no Pré-Teste.

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30 3.5. Tratamento de Dados

A análise de todos os dados foi efetuada através do Software de tratamento e de análise estatística SPSS (Statistical Package for the Social Sciences, SPSS Science, Chicago, USA), versão 21. Foi efetuada uma análise exploratória de todos os dados para caracterizar os valores das diferentes variáveis em termos de tendência central e dispersão. Realizou-se uma observação gráfica com o objetivo de detetar possíveis outliers e introduções incorretas de dados de todas as variáveis utilizadas. Com o objetivo de realizar a análise estatística inferencial, foi necessário avaliar a normalidade da distribuição dos dados recolhidos através do teste de Shapiro-Wilk e a esfericidade através do teste de Mauchly. Feitos os procedimentos referidos, verificados os pressupostos da utilização de testes paramétricos, foi utilizada um t-test para medidas independentes para se verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre grupos no momento pré, de forma a assegurar que os dois grupos partiam nas diferentes variáveis de forma equivalente. De seguida, e após se verificar o pressuposto anteriormente referido, foi usada uma ANOVA para medidas repetidas com o modelo (2 momentos X 2 grupos), para avaliar a existência, ou não, de diferenças, estatisticamente significativas, entre as variáveis analisadas. Foi efetuada a estimativa do tamanho do efeito através do valor do eta parcial quadrado (µp2), segundo Cohen (1988). Foi

analisado a possibilidade de existência de diferenças estatisticamente significativas entre momentos, em cada grupo isoladamente através do t-test para medidas relacionadas. O nível de significância foi mantido em 5%.

4. Apresentação dos resultados

A tabela 1 apresenta os resultados as variáveis extraídas dos testes de flexões e abdominais.

Tabela 1 - resultados dos pré e pós testes nos grupos experimental e controlo.

Experimental (n=24) Controlo (n=18)

Pré-teste Pós-teste Sig. Pré-teste Pós-teste Sig.

Abdominais 48,71 ± 18,80 66,29 ±17,58 0,000 43,78 ± 12,90 37,28 ±

18,55

0,101

Flexões 11,83 ± 5,83 16,04 ± 7,17 0,004 9,56 ± 5,19 13,11 ± 6,19 0,008

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É de enaltecer que foi feito um esforço para criar grupos homogéneos de partida, atestado pela ausência de diferenças entre os grupos no pré teste (Abdominais p=0,345; Flexões p=0,197). No Pós teste as diferenças intensificaram-se apenas para a variável abdominais (p=0,000), não havendo diferenças na variável flexões (p=0,173).

Verifica-se da observação da tabela 1 que houve um aumento dos valores das variáveis em teste, após a intervenção, no grupo experimental, nomeadamente nos abdominais (≈36,09%; p=0,000), e flexões (≈35,59%; p=0,004). No grupo de controlo, verificou-se um decréscimo dos valores dos abdominais entre os dois momentos, apesar de não significativo (≈-14,85%; p=0,101). Por outro lado, no mesmo grupo, verificou-se um aumento de desempenho nas flexões (≈37,13%; p=0,008) entre os momentos de teste. De uma análise mais profunda, verificou-se um efeito do grupo no comportamento das variáveis abdominais (F(1,40)=12,79; p=0,001; η2=0,242), não se verificando o mesmo

efeito na variável flexões (F(1,40)=2,33; p=0,135; η2=0,055) entre o pré e pós-teste,

indicando que o tratamento ao qual o grupo experimental foi sujeito, nos abdominais, revelou resultados positivos.

Figura 2- Comportamento das variáveis abdominais e flexões entre momentos comparando ambos os grupos.

.

5. Discussão dos resultados

O objetivo deste estudo foi verificar o efeito de um programa de treino de força aplicado nas aulas de Educação de Física em crianças que frequentam o 7º ano de escolaridade.

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Os resultados principais indicam que a aplicação de um programa de treino de força tem um efeito positivo no ganho de força muscular, uma vez que houve um aumento de força significativo no GE em relação ao GC. Estes resultados são apoiados pelo Colégio Americano de Medicina Desportiva que indica que programas de força corretamente concebidos e supervisionados podem aumentar as capacidades motoras e o desempenho desportivo (Faigenbaum and Micheli, 1988).

Relativamente aos abdominais houve um aumento significativo entre o pré-teste e o pós-teste no GE, enquanto que no GC houve uma diminuição do número de repetições comprovado por Kraemer e Fleck (citado por Tavares, 2009) que referem que um programa de treino de força devidamente prescrito e adequado é bastante benéfico para as crianças. Os principais benefícios são:

• Aumento da força muscular;

• O aumento da capacidade de resistência muscular;

• A diminuição do risco de ocorrência de lesões durante a prática de atividades desportivas e recreativas;

• O aumento da capacidade de desempenho das atividades desportivas e recreativas.

Em relação ás flexões de braços tanto no GE como no GC houve um aumento do número de repetições entre o pré-teste e o pós-teste, sendo que no GE esse aumento é mais significativo. O facto de no GC também ter havido um aumento de força poderá estar relacionado com o facto de estar a ser lecionado a esses alunos modalidades que potenciam mais a força superior (braços e peito) tais como o Basquetebol e Ginástica, que poderão ter tido uma influência na evolução que se verificou no GC.

Estes resultados confirmam o que Lopes, Maia e Mota (2002) afirmam, que as crianças quando sujeitas a programas de treino de força, com intensidade, volume e duração suficientes, reagem positivamente, apresentando ganhos de força.

6. Conclusões

Terminada a análise dos dados e discussão dos resultados, apresentamos o conjunto das diversas conclusões obtidas.

Após analisarmos e compararmos os dados do grupo experimental e do grupo de controlo, verificamos que os alunos que foram submetidos ao Programa DECAMOTES melhoraram significativamente os seus resultados relativamente à

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aptidão muscular, enquanto os alunos do grupo de controlo não apresentaram melhorias significativas.

Assim sendo, podemos concluir que o programa de treino de força (Decamotes) aplicado ao grupo experimental teve presumivelmente um impacto direto no ganho de força superior e abdominal.

Posto isto, é fundamental a aplicação de Programas como o DECAMOTES nas aulas de Educação Física, de modo a melhorar a aptidão física dos alunos dos Ensinos Básico e Secundário.

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Figura 1- Programa de Treino DECAMOTES - Força 1
Tabela 1 -  resultados dos pré e pós testes nos grupos experimental e controlo.
Figura  2-  Comportamento  das  variáveis  abdominais  e  flexões  entre  momentos  comparando ambos os grupos.

Referências

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