PROPOSTA
DE
REGULAMENTAÇAO
DA QUALIDADE
DE SERVIÇO
EM
SISTEMAS
DE
DISTRIBUIÇÃO
Dissertação
submetida
àUniversidade
Federalde
Santa CatarinaComo
partedos
requisitospara
aObtenção do
grau
de
Mestre
em
Engenharia
Elétrica.GABRIEL
MAURÍCIO OLGUÍN PARADA
Gabriel
Maurício
Olguín
Parada
“Esta Dissertação foi
julgada
adequada
para obtenção
do
Titulode
Mestre
em
Engenharia
Elétrica,Área de
Concentração
em
Planejamento
de
Sistemas
de
Energia
Elétrica, eaprovada
em
suaforma
final peloPrograma
dePós-Graduação
em
Engenharia
Elétricada
Universidade
Federalde Santa
Catarina.”1
`
7
'7Prof
: orge Coelho,D.
Sc.Orientador
.Z
-Í”
_ _ Prof.: Ilclemar Cassana Decker, D.. Sc.Coordenador
doPrograma
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia ElétricaBanca
Examinadora:
I / ç .4%'
/
Pr
:Jorge Coelho, D. Sc.q
' esidente _ IPrr
Ô
emáflo~
gilolo, D. Sc.,
Prof _ ¬r.:â»,_ -. --fg; D. Eng.Agradeço
aDeus
pela vida e saúde nestes dois anos deformação
profissional.À
minha
esposa; Valeria e filhos;Manuel
e Paola, pela paciência, tolerância e participação nesseprojeto. V
Aos meus
pais e. irmãos pelo grande inventivo à realização deste projeto.Ao
Dr. JorgeCoelho
do
LabPlanda
Universidade Federal de Santa Catarina, pela aceitaçãocomo
orientado e a possibilidade de realização desta dissertação.À
CAPES
pelo apoio financeiro durante aminha
estadano
Brasil,sem
a qual este trabalhonão
teria sido possível.
À
Agência
Nacional de Energia Elétrica,ANEEL,
pelo constante apoio ao LabPlan daUFSC,
onde
este trabalhofoí desenvolvido.
Ao
Dr. Carlos Álvarez da Universidade Politécnica de Valencia, Espanha, pela orientação eamizade
durante aminha
estada nessa casa de estudos.À
Comissão
Européia quecom
o seu projetoALFA
7.009l.9 fez possível aminha
estadana
Universidade Politécnica de Valencia
na
Espanha.Aos
executivos deEmpresa
ElétricaEMEC
S.A., de Chile e especialmente ao seu Gerente de Operações EngenheiroAmbrosio
Concha
Varas, por possibilitarmeu
desenvolvimento profissional durante os dois anos deste mestrado.Aos meus
colegas e amigosda
UFSC
eUPV
pelocompanheirismo
e contribuição aoPROPOSTA
DE
REGULAMENTAÇÃO DA
QUALIDADE DE
SERVIÇO
EM
SISTEMAS
DE
DISTRIBUIÇÃO
GABRIEL
MAURÍCIO OLGUÍN
PARADA
Dezembro/
1999Orientador: Prof.: Jorge Coelho, Dr. Sc.
Área
de Concentração: Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica.Palavras-chave: qualidade
do
serviço elétrico, regulação, regulamentação, compatibilidade electromagnética, investimentosem
sistemas de distribuiçao.Número
de Páginas: 159A
presente dissertação aborda a problemática da qualidade dos serviços elétricos (Q.S.) sobuma
perspectiva sistêmica, analisando os diversos fatores que afetam a qualidadedo
serviço e doproduto eletricidade.
Os
aspectos de regulação são revisados, salientando amudança
no
mecanismo
de remuneração das distribuidoras,
quando
se passado modelo
atual paraum
modelo
de limitaçãode preços/receita
onde
se faz necessáriauma
regulamentação explícita da Q.S.A
Q.S. éapresentada, evidenciando a necessidade do uso de índices para quantificar o
desempenho
dasdistribuidoras.
São
analisados os distintosfenômenos
que deterioram o serviço e os atuais padrões.
~
1 ~
I ~
e
recomendaçoes
de qualidade. Revisa-se a experiência intemacional de regu amentaçao.A
visaoda
distribuidora e as incertezasdo retomo
dos investimentos é analisada, e os investimentosem
redes de distribuição são classificados
em
crescimentos e melhoramentos. Mostra-seque
osmelhoramentos
devem
ser avaliados usando a taxa de descontodo
setor, devido a queo
retomodesses investimentos estará garantido desde que eficientes.
O
objetivo finaldo
trabalho é a proposta deuma
regulamentaçãoda
qualidadedo
serviçoadequada
àsmudanças
com
que sedefronta o setor elétrico brasileiro.
É
propostauma
regulamentação parao
setor de distribuiçãobrasileiro baseada
em
minimizar O custo social,composto
pelasoma
do
custo de investimento dadistribuidora e
do
custo por falta de qualidade suportado pelos consumidores. Conclusões e futurosREGULATION PRoPosAL
FOR
QUALITY
or SERVICES
IN
DISTRIBUTION
SYSTEMS
Ar
GABRIEL
MAURÍCIO OLGUÍN
PARADA
December/
1999Advisor: Jorge
Coelho
_Area
of Concentration: LabPlanKeywords:
quality of services,economic
regulation, regulation, electromagnetic compatibility,investments in distribution systems.
Number
of pages: 159This Dissertation tackles the problematic of the quality of the electric service (Q.S.) since a systemic perspective, analyzing the diverse factors that affect the quality of product and services of
electricity.
The
regulation aspects are revised.The
change
in themechanism
of remuneration of thedistributions
companies
is highlighted, passing of amodel
of remuneration basedon
the cost of theservice,
where
all the costs are paid for the tariff, to amodel of
limitation of prices thatmakes
necessary an explicit regulation of the Q.S.
The
Q.S. is presented, evidencing the necessity of theuse of indices to quantify the performance of the distribution
firms. The
distinctphenomena
thatspoil the service are analyzed and the current standards
and
recommendations of quality arepresented.
The
international regulation experiences are revised.The
view pointof
the distributioncompanies
and
the uncertainties of the rollbackof
the investments are analyzed. Investments indistribution networks are classified in increasing
and
improvements. It'sshown
that improvementsmust
be evaluated using a discount rate equal to the regulated rate of the distribution sector,because the rollback of improvements are guaranteed if that investment are efficient.
The
finalobjective for this
work
is a quality of service regulation proposal, suitable for thenew
regulationparadigm of electrical sector in Brazil. It”s presented one quality of service regulation for Brazilian
electrical sector
which
is basedon
a minimizationof
the social cost of quality.The
social cost ofquality is the
sum
of cost ofimprovement
investment and the cost of customer for deficiency inLISTA
DE
FIGURAS
... __ixLISTA
DE TABELAS
... ..xLISTA
DE ABREVIATURAS
... _. xiiCAPÍTULO
1 Immâuçâo Geral ... ._1 1.1 Relevância do Trabalho ... _.l 1.2 Objetivos do Trabalho ... ..21.3 Estrutura da Dissertação ... ..2
CAPÍTULO
2 Mudanças do Setor Elétrico e a Nova Regulação ... ..42.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 Introdução ... ... ... ..4
Mercado Competitivo (Concorrência Perfeita) e Monopólio de Redes ... ..4
Regulação e Regulamentação ... ... ..6
Regulamentação de Preços pelo Custo do Serviço ou Controle de Lucros ... ..8
Regulamentação de Preços por Limitação de Preços/Receita ou Price Cap/Revenue Cap ... ..9
O
Novo Paradigma de Regulação do Setor Elétrico ... __ ll 2. 6.1 2.6.2 2.6.3 2.6.4 2.6.5 2.6.6 2.6.7 Geração ... _. 1 J Atividades de Rede 12 Acesso na Transmissão e Distribuição ... _. 13 Investimentos na Transmissão ... ._ 14 Investimentos na Distribuição ...__ _ _ _ _. _. _ _ 15 Preços na Transmissão ... _. 16 Preços na Distribuição ... __17 2.7A
Nova Regulação ElétricaNo
Brasil ... ._ 17 2.8A
Qualidade do Serviço na Nova Regulação ... _.20 2.9 Conclusões ... ..21CAPÍTULO
3 Qualidade de Serviço em Sistemas Elétricos de Distribuição ____________________________________________________________________ ._23 3.1 Introdução ... ._23 3.2 Qualidade do Suprimento/Fomecimento: Continuidade ... ..253.2.2 Índices Globais de Continuidade ... ..29
3.3 Qualidade do Suprimento/Fomecimento: Conformidade ... ..34
3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.3.5 3.3.6 3.3.7 3.3.8 3.3.9 3.3.10 3.3.11 3.3.12
Padrões de Qualidade da Onda ... ..36
Compatibilidade Electromagnética
CEM
... ... ._ 37Curvas de Aceitação da Potência (Power Acceptability Curves) ... _. 38
Perturbações da Onda de Tensão ... ..39
Perturbações de Curta Duração: Sags ... _. 41
Perturbações de Curta Duração: Swell... ... _. 42
Perturbações de Curta Duração: Interrupções ... ._ 42
Quantificação das Perturbações de Curta Duração ... ._ 43
Desequílíbrio de Tensão ... _. 44
F
lutuações de Tensão e oF
enômeno de Cintilação (F licker) ... _. 45Variações de Tensão de Longa Duração (Regulação da tensão) ... ._ 47
Distorções Harmônícas da Onda de Tensão e Corrente ... .. 49
3.4 Qualidade da Atenção Comercial ... ..54
3.4.1
3.4.2 3.4.3 3.4.4
Reclamações dos Consumidores... 54
Faturamento ... _ _ 55
Tempos de Atendimento ao Cliente ... ._55
Pesquisas de Opinião ... . . . . . . _ . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . _ . . . . . ..57
3.5 Conclusões ... ._57
CAPÍTULO
4 Regulamentação da Qualidade do Serviço: Experiências Intemacionais ... _.594. 1 Introdução ... ._ 59
4.2 Regulamentação da Qualidade de Serviço no Chile ... ._6l
4.3 Regulamentação da Qualidade de Serviço na Argentina ... ..66
4.4 Regulamentação na Inglaterra e País de Gales ... ..73
4.5 França:
O
ContratoEMERAUDE
... ._764.6 Regulamentação da Qualidade do Serviço na Noruega ... _.77
4.7
A
proposta daNYSEG
dos Estados Unidos de Norte América ... _.784.8 Regulamentação da Qualidade de Serviço na Bolívia ... ..79
4.9 Análise Comparativa e Conclusões ... ..82
CAPÍTULO
5 Investimentos e Custos da Qualidade do Serviço em Sistemas de Distribuição ... _.865.1 Introdução ... _ _ 86 5.2 Investimentos
em
Sistemas Elétricos de Distribuição ... ._885.3 Melhoramentos das Redes de Distribuição ... __9l
5.4 Valor Equivalente das Perdas ... ..94
5.5 Melhoramentos e Custo de Interrupção ... __96
CAPÍTULO
6 Proposta de Regulamentação da Qualidade do Serviçoem
Sistema de Distribuição ... _. 1046.1 Introdução ... ._ 104
6.2 Elementos Conceituais de Regulamentação da Qualidade do Serviço nos Sistemas Elétricos de Distribuição105
6.3 Modelo Teórico de Regulamentação da Qualidade de Serviços em Sistemas Elétricos de Distribuição Sujeitos a Limitação de Preços ou Receita ... ._ 108
6.4 Incentivos e Penalidades ... ..112
6.5 Estratificação do Mercado Consumidor ... ._1 17
6.6 Proposta Prática de Regulamentação da Qualidade do Serviço Elétrico no Brasil ... _. 1 19
6.6.1 Modelo de Qualidade ... _. 121
6.6.2 Regulamentação da Continuidade ... ... ._ 122
6.6.3 Valor da Energia Não Suprida ... ._ 129
6.7 Aplicação da Regulamentação de Continuidade ... ._ 130
6.8 Considerações ... ._ 132
6.9 Conclusões ... ._ 134
CAPÍTULO
7 cønclusõzs z contribuições ... ..135 7.1 Introdução ... ._ 1357.2 Conclusões Gerais ... _. 137
7.3 Contribuições ... ._ 138
7.4 Futuras Linhas de Pesquisa ... ._ 138
Figura 1:
A
Qualidade do Serviço e os Agentes ... ._Figura 2: Diagrama do alimentador exemplo ... ._
Figura 3: Conceito de compatibilidade electromagnética ... ._
Figura 4: Curva de aceitaçao da potência ... _.
Figura 5: Exemplo de sag
em
alimentador de distribuição ... _.Figura 6: Sensibilidade de cintilação
em
110 volts (GEYDT, G. 91) ... ._Figura 7: Sensibilidade de cintilação
em
230 volts (AENOR, 1995) ... _.Figura 8: Correção do perfil de tensão usando regulador com e sem ajuste do
LDC
... ._Figura 9: Variação do nível de distorção harmônica de tensão VTHD no tempo ... ._
Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20: Figura 21 Figura 22
: Histograma de ocorrências de distorções harmônicas de tensão VTHD ... ._
Freqüência acumulada e valor de percentual
95%
(CP95%) de distorção harmônica de tensão ... ._Histograma de CP95 de distorção harmônica de tensão
em
54 pontos eum
mês de registro ... ._: Exemplo de custos de melhoramento da continuidade ... _.
Gráfico
DEC
X
Investimentos ... _.Planejamento baseado no valor da confiabilidade ... ._
: Regulamentação teórica da Qualidade do Serviço em sistemas elétricos ... _.
: Variação dos custos marginais, de melhoramento e dos clientes ... _.
Variação da remuneração da distribuidora com o nível de qualidade ... _.
Partilha dos benefícios da melhora do nivel de qualidade (de
NQR
até oNOQ)
... ._Diagrama de fluxo do processo de regulamentação da continuidade para cada região e cada conjunto Efeito do fator
K
na procura do nível de continuidade ótimo ... ._Tabela 1: Qualidade do Serviço
em
Sistemas de Distribuição ... ..24Tabela 2: Qualidade do Serviço
em
Sistemas de Distribuição ... ..24Tabela 3: Classificação das interrupções longas ... ..26
Tabela 4: Registro de eventos (exemplo) ... ..29
Tabela 5: Carga, clientes e transformadores de distribuiçao atingidos ante a operação da proteção ... ..30
Tabela 6: Classificaçao das perturbaçoes ... ..40
Tabela 7: Exigências de continuidade no Chile (transitórias) ... ..63
Tabela 8: Valores máximos de severidade de cintilação no Chile ... ..64
Tabela 9: Máxima distorção harmônica de corrente injetável no sistema elétrico no Chile em
%
da corrente de carga à freqüência fundamental ... ..65Tabela 10: Tensões harmônicas limites
em
redes elétricas de Chile com tensão S110kV . . . . . . . . . .. Tabela 11: Exigências de Continuidade paraEDENOR
e EDSUR, etapa1 Tabela 12: Exigências de Continuidade paraEDENOR
e EDSUR, etapa 2 ... ..67Tabela 13: Limites de emissão para as correntes harmônicas injetadas por clientes com
P<10kW
(2 vezes os valores de IEC 1000-3-2) ... ..7l Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Tabela 24: Tabela 25 Tabela 26: Tabela 27: Tabela 28 Tabela 29: Tabela 30: Tabela 31 Tabela 32 Tabela 33 Tabela 34 Tabela 3 5 Limites de emissão para correntes harmônicas injetadas por consumidores com carga maior do que 10kW. ..72: Padroes Garantidos na Inglaterra e País de Gales ... ..75
: Padrões globais na Inglaterra e País de Gales ... ..75
Valores limites e objetivos da proposta
NYSEG
... ..79Qualidade do produto técnico exigido
em
Bolívia ... ..80Exigências de continuidade na Bolívia (Controle Semestral) ... ..81
Qualidade Comercial na regulamentação de Bolivia ... ..82
Algumas das atividades de uma empresa de distribuição elétrica típica em ambiente competitivo ... ..86
Caracterização dos investimentos em distribuição ... ..91
Investimentos
em
melhoramentos ... ..93 Interrupções: caso a ... ..98 Interrupções: caso b ... ..98 Interrupções: caso c ... ..99 Interrupções: caso d ... ..99 Interrupções caso e ... ... ..99Caracteristicas dos conjuntos e valores limites dos indices
DEC
e FEC, PortariaDNAEE
046/78 ... ..1 18 Custo de interrupção residencial (USD/kWh) ... ...l29 Custo de interrupção comercial (USD/kWh) ... .. 129Custo de interrupção industrial (USD/kWh) ... .. 129
Dados para o cálculo dos níveis de referência da empresa distribuidora fictícia ... .. 130
Valores DEC,ef e FEC,,,f periodo regulatório 1998 - 2000 ... .. 131
ANEEL
ASAI
AT
BRC
BRD
BS
BT
CAIDI CAIFICC
CEGB
CEM
CENELEC
CMD
CSQ
DCC
DEC
DEP
DET
DMC
DMP
DNAEE
EAF
EDF
EMC
ENRE
Agência Nacional de Energia Elétrica
Average Service Availability Index
Alta Tensão
Benefício Real do Cliente
Beneficio Real da Distribuidora
Benefício Social
Baixa Tensão
Customer Average Interruption Duration Index
Customer Average Interruption Frequency Index
Custos dos Clientes por falta de qualidade
Central Electricity Generating Board '
Compatibilidade Electromagnética
Comitê Europeu de Normalização Eletrotécnica
Custo de Melhoramento das Distribuidoras
Custo Social da Qualidade
Diminuição dos Custos dos Clientes
Duração Equivalente de Interrupção por Cliente
Duração Equivalente de Interrupção por Potência
Duração Equivalente de Interrupção por Transformador
Duração Media de Interrupção por Cliente
Duração Media de Interrupção por Potência
Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
Energia Anula Faturada
Electricite de France
Electromagnetic Compatibility
FEP FET Fic
ICMD
IEC IEEE IFE IPC IQF IRC IRT ITLDC
MAE
MQ
MT
NGC
NOQ
NPT
NQ
NQR
OISPCC
Q. S.QMG
REC
RPI SAIDI SAIFIFreqüência Equivalente de Interrupção por Potência
Freqüencia Equivalente de Interrupçao por Transformador
Freqüência de Interrupção por Cliente
Incremento de Custos de Melhoramentos da Distribuidora
International Electrotechnical Commission
Institute of Electrical and Electronics Engineers Índice de Faturação por Estimativa
Índice de Preços ao Consumidor
Índice de Qualidade do Faturamento
Índice de Reclamações Comerciais
Índice de Reclamações Técnicas
Incremento de Tarifa
Line Drop Compensation
Mercado Atacadista de Energia
Modelo de Qualidade
Meia Tensão
National Grid Company
Nível Ótimo de Qualidade
Nivel de Perturbações Toleráveis
Nivel de Qualidade
Nível de Qualidade de Referência
Operador Independente do Sistema
Ponto
Comum
de ConexãoQualidade do Serviço
Qualidade Minima Garantida
Regional Electricity Company
Retail Price Index
System Average Interruption Duration Index
Tl-ID Tic
TMAC
TMAS
TMAT
VAD
VENS
VPL
VUENS
Total Harmonics Distortion
Tempo de interrupção por Cliente
Tempo Médio de Atenção de Reclamações Comerciais
Tempo Médio de Atenção de Solicitações de Serviços
Tempo Médio de Atenção de Reclamações Técnicas
Valor Agregado de Distribuição
Valor Energia Não Suprida
Valor Presente Líquido
Valor Unitário Energia Não Suprida
1.1
Relevância
do
Trabalho
Este trabalho de dissertação aborda a problemática da qualidade dos serviços
em
sistemas elétricosde distribuição sob
uma
ótica sistêmica, destacando aspectos técnicos,econômicos
e de regulação.Visa analisar a Qualidade de Serviço (Q.S.)
em
sistemas de distribuiçãono novo
ambientede
reestruturaçao do setor elétrico brasileiro,fomecendo
as bases teórico/práticas necessárias nas Agências de regulação da distribuiçãode
energia elétrica.Historicamente as empresas de distribuição elétricas foram remuneradas
segundo
omodelo
decusto
do
serviço ou taxa de retorno de investimentos. Essemecanismo
de remuneração reconhece atotalidade dos investimentos feitos
no
sistema elétrico eremunera
esses investimentoscom
a taxaconsiderada na regulação. Desse
modo,
toda eficiênciaou
ineficiência da distribuidora é passadapara
O
consumidor na forma de tarifa.O
novo
paradigma de regulaçãodo
setor elétrico consideraremunerar as distribuidoras através
do
mecanismo
de limitação de preços/receita,onde
um
preço/receita
máximo
chamado
de preço/receita base é autorizado porum
período plurianual durante O qualuma
fórmula de indexação e' usada para adequar a tarifa àsmudanças
nos custos dasdistribuidoras. Desse
modo,
a distribuidora defronta-secom
um
cenário incertoonde
osinvestimentos- deverão ser cuidadosamente justificados.
Na
prática essemodelo
regulatóriotem
demostrado ser motivador da reduçao de custos,
mas
essa diminuiçao de custospode
afetarseriamente a qualidade dos serviços elétricos. _
A
relevânciado
assunto desta dissertação está porum
lado baseado na crescente necessidadede
melhorar a qualidade dos sewiços elétricos, motivada pela presença de equipamentos e sistemas
mais sensíveis às perturbações e interrupções. Por outro lado, a
mudança
do
paradigma deregulação
do
setor implicanuma
revisão das estratégias para motivar os investimentosque
1.2
Objetivos
do Trabalho
O
objetivo principal da dissertação é a proposta deuma
regulamentação da qualidade dos serviçoselétricos
em
sistemas de distribuição sujeitos a limitação de preços/receita.Essa
proposta consideraa regulamentação explícita da continuidade, conformidade e
do
atendimento comercial.Objetivos Específicos
-
Investigar as atuaismudanças do
setor elétrico e o possível efeito na qualidadedo
serviçoelétrico.
-
Desenvolvero
conceitodo
Produto/Serviço Eletricidade,defmindo
suas características eparticularidades.
-
Investigar as distintas opções para regular a qualidade de serviço elétrico à luz dosesquemas
reguladores adotados
em
distintos países. -- Comparar
as atuais exigências,em
matéria de qualidade de serviço,com
asrecomendaçoes
de organismos taiscomo IEEE
e IEC, atendendo aos prejuízos queuma
qualidade ruimprovoca
em
instalações de usuários.-
Analisar a avaliaçãoeconômica
de investimentosem
qualidade de serviçoem
empresas
sujeitas a limitaçao de preços/receita.
-
Proporuma
metodologia para regulamentar a Qualidade de Serviço elétricono
Brasil, levandoem
conta asmudanças
que oraem
cursono
setor elétrico deste país.1.3
Estrutura
da
Dissertaçao
O
trabalho foi organizadoem
sete capítulos.O
capítulo dois apresenta asmudanças
por que passa atualmenteo
setor elétrico brasileiro.Aspectos
econômicos
que justificam e facilitam acompreensão
donovo paradigma
de regulaçãosão apresentados, salientando a necessidade de estabelecer controles às
empresas
de redesdo
setorelétrico. Esses controles sao fonnalizados através da regulaçao setorial. _
O
capítulo três aborda a Qualidade dos Serviços elétricos classificando-aem
suas ,três facetas:continuidade, conformidade e atendimento comercial.
Cada
uma
dessas facetas é estudada, analisando as causas e efeitos dosfenômenos
perturbadores dos sinais de corrente e tensao.O
conceito de Compatibilidade Electromagnética é apresentado, salientando a importância dospadrões
IEC
nessa matéria.São
apresentadas técnicasque
possibilitam a quantificaçãodo
nível dequalidade através de índices.
Também
são analisados os principais padrões internacionais dequalidade da
onda
ou
conformidade, identificando sus analogias e divergências.No_ capítulo quatro é feita
uma
revisão intemacional da regulamentaçãoda
Q.S.As
regulamentações vigentes
no
Chile, Argentina, Inglaterra, França e Bolívia são analisadas.Também
se estudam as propostas daNoruega
e da distribuidora deNova
IorqueNYSEG.
O
capítulo conclui
com uma
análise comparativa, salientando a necessidade explícita demecanismos
de incentivos e penalidades na regulamentação da Q.S.
O
capítulo cinco aborda oproblema
do retorno dos investimentos destinados a melhorar a Q.S.Nesse
capítulo os investimentos que as distribuidoras efetuam sao classificadosem
crescimentos emelhoramentos, sendo os
melhoramentos
aqueles investimentos destinados a atingir e manter os níveis regulamentados de Q.S.Sempre
que eficientes,o
retorno dosmelhoramentos
é garantido pela regulação e, portanto, a taxa de desconto dos benefícios futurosdo
investimento deve ser igualà taxa considerada
no
cálculoda
remuneração.Além
disso, nesse capítulo é simulada a curva demelhoramento
das distribuidoras, ilustrando-se a relação entre o confiabilidade esperadado
sistemae
o
investimento necessário.O
capítulo seis é a propostade
regulamentação para a Q.S.no novo
paradigmade
regulaçaodo
setor.
A
proposta baseia-seem
um
desenvolvimento teórico de regulamentação que visa minimizar o custo socialda
qualidade. Simplificaçoes aplicadas aomodelo
teórico possibilitam o desenvolvimento deuma
regulamentação prática da continuidade.O
capítulo sete apresenta as conclusões, salienta as contribuições deste trabalho e propõe novasCAPÍTULO
2
MUDANÇAS DO
sE
TOR
ELÉTRICO
E
A
NOVA
REGULAÇÃO
2.1
Introdução
Desregulamentação é
um
termo muito usado ao se referir às transformações quevem
ocorrendono
setor elétrico,
mas
pode se considerar mais apropriadoO
uso de termo re-regulamentação.Desregulamentação é
um
tipo de privatização(KAY
eTHOMSON,
1986),mas não
necessariamente a
venda
de ativosdo
Estado.De
fato alguns processos de desregulamentaçãodo
setor elétrico
tem
sido realizadossem
a venda das empresasdo
Estado (caso da reestruturaçãodo
setor elétrico da Noruega).
O
objetivo da desregulamentação épromover
a concorrênciaem
um
dado mercado
que, poralguma
razão, O Estado permitiu operarcomo
monopólio.A
desregulamentação implicano
estabelecimento de novas regras parao mercado
ena
maioria doscasos
vem
acompanhada
de regulação.No
caso de Brasil O processo contempla reestruturação, privatização, desregulamentação e regulação.Um
nome
maisadequado
para o processo de reestruturaçãodo
setor elétrico de Brasil é re-regulamentação, porque éuma
revisão e reformulação das relações entre O Estado e O setor privado.Este capítulo nao pretende discutir os méritos
ou
deméritosda
privatização, desregulamentação e regulação,mas
sim apresentar os conceitos econômicos que afundamentam,
mostrar sua relaçãocom
a Qualidade de Serviço (Q.S.), fazeruma
revisão dosesquemas
implementadosem
distintospaíses e a proposta feita para O Brasil.
2.2
Mercado
Competitivo (Concorrência
Perfeita)
e
Monopólio
de
Redes
Antes de
mais
nada é conveniente que se faça a distinção entremercado
competitivo ou deBasicamente,
um
mercado
caracterizado pela concorrência perfeita é um'mercado no
qualnenhum
comprador
ou
vendedor individualmenteinfluenciam
o preço através de suascompras
ou vendasenão existem barreiras à entrada ou à saída
do mercado
(LeROY
MILLER,
1981).O
preço édeterminado pelas quantidades ofertadas e
demandadas
de bensou
serviços.No
equilíbrio da oferta edemanda, o
preço resulta igual ao custo marginal,maximizando o
lucro daempresa
e gerando obem~estar
da
sociedade.De
acordocom
a teoria neoclássica,0
processo produtivo é eficientequando o
preço é igual ao custo marginal de sua produção. Essa éuma
situação de equilíbrioem
um
mercado
em
concorrência perfeita, poisalém
de atender ademanda
do mercado, o faz deforma
com
que as empresasobtenham
lucro,embora
moderados.A
concorrência excessiva podecomprometer
a qualidade dos bens ofertados,quando
a concorrência por preço é intensa. Nesses casos os produtores poderão ficar tentados a reduzir custos de produção, sacrificando a qualidadedo
produtoou
serviço. A' intervenção do regulador nessemercado
se faz necessária para estabelecerum
nívelmínimo
de qualidade e inibir aparticipação de
um
número
excessivo de concorrentes evitandoo
excesso de capacidade produtiva.No
setor elétrico oaumento
efetivo dos sistemas de geração, quetem
sido possível pelodesenvolvimento das redes de transporte, e a saturação das
economias
de escala,tem
permitido aexistência
de
concorrênciano
âmbito da produçao de eletricidade impulsionando asmudanças
regulatórias.
Nos
mercados
de livre concorrência a nível de geração, existeem
cadamomento
um
preçoatacadista
de
equilíbriocom
o qual as geradoras são remuneradas.Mais
adiante seráexaminado
com
maior detalhe omecanismo
de remuneração das empresasdo
setor,mas
antes serádefinido
o
monopólio
natural.Em
contrastecom
ocomportamento
deuma
empresaem
concorrência perfeitaque toma
o preçocomo
dado
pelo mercado,uma
empresa que exerce o poder demonopólio
pode
elevar o seu preçosem
perder todos os seus clientes. Estecomportamento
leva aum
preçodemasiadamente
alto e auma
perdade
bem-estar da sociedade.Em
um
mercado
monopolista as empresas sacrificam obem-
estar social,
vendendo
seus produtos aum
preço maiordo
que o
custo marginal, poismaximizam
seus lucros
vendendo
aum
preço igual à receita marginal.A
teoria dos monopólios é extensa ecomplexa (TIROLE,
1990),mas
para efeito desta dissertação,monopólio
será aquele criado por força de lei ecom
características demonopólio
natural.Uma
situação
de monopólio
natural relaciona-secom
a existência de economiasde
escala,onde
oscustos são decrescentes na
medida
em
que seaumenta
a escala de produção. Destemodo
resultarãomenores custos unitários (eficiência tecnológica) se
uma
únicaempresa
atende ademanda
totaldo
monopólio
natural.Nesse
caso a duplicação do capital fixo, produtoda
participação de mais deuma
empresa
nomercado,
resultaráem
desperdício de recursosuma
vezque
qualquer situação deequilíbrio obtida
com
duasou
mais empresas poderia se conseguircom
um
menor
custo seuma
única
empresa
atuasseno
mercado.Segundo
a teoria neoclássica(TIROLE,
1990), o monopolista originauma
distorção nomercado
ao poderfixar
um
preçomaior
que o preço socialmente ótimo.A
distorção nos preços é maiorquando
os consumidoresreduzem
suasdemandas
apenas levemente frente aum
aumento
do
preço(elasticidade da
demanda
baixa).A
A
existência deum
monopólio
natural leva auma
discrepância entre as possibilidades de obtenção de eficiência tecnológicano
processo e os incentivos necessários para a obtenção de bem-estarda
sociedade.Da
definição
demonopólio
natural, depreende-se que pode se obter maior eficiência tecnológica da existência deuma
única empresa,mas
aempresa pode
aproveitar o poder demonopólio
parafixar
preços que prejudicam o bem-estar social(DEMSETZ,
1968).Nesses
mercados, a intervenção
do
regulador justifica-seno
objetivo de obter eficiência tecnológica juntocom
uma
restriçãoadequada
do poder demercado da empresa
de rede.A
regulamentação objetivacorrigir essas distorções,
promovendo
políticas de preços ƒirst best,onde o
preço deve ser igual aocusto marginal,
ou
second
best, preço igual ao custo unitário de produção,quando
o produtorcom
custos decrescentes auferir prejuízoscom
o
first best.2.3
Regulação
e
Regulamentação
A
regulaçãopode
ser entendidacomo
um
sistemaque
permiteou
possibilita aum govemo
formalizar os seuscompromissos
de proteger aos consumidores e investidoresem um
dado
setorindustrial
(LAFFONT,
1994). Regular é estabelecerum
conjunto demecanismos
que restringem asatividades de
um
setor.Por
outro lado, a regulamentação éum
mecanismo
de restrição, geralmentenormas, regras, e regulamentos, usado
na
regulação deum
setor industrial.Para efeito desta dissertação, a regulação deverá ser entendida
com
um
sentido setorial, enquanto aregulamentação será
o
estabelecimento de regras,normas
e regulamentosque
formalizam aregulação setorial.
Assim
a regulaçãodo
setor elétrico estacomposta
por distintos regulamentos que restringem as atividades do setor.Em
geral a justificativa de qualquermedida
de regulação relaciona-secom
a existência de falhasno mercado, quais
sejam
(RODRIGUEZ
ROMERO,
1995):-
Existência de efeitos externos relacionadoscom
situações debem
público por exemplo:meio
ambiente, saúde, segurança e tecnologia.-
Existência de problemas de informação, onde a regulação busca equilibrar as assimetrias de informação entre produtores e consumidores atravésdo
uso demecanismos
de certificação, padroes, etc.-
Existência demono
P ólio natural or razões de eficiência tecnoló ica, onde a re ula ãopretende articular medidas adequadas para fazer frente ao efeito negativo de
uma
restrição daconcorrência sobre a colocação de recursos.
Embora
existam justificativas para a regulação, há alguns aspectos que são necessários considerar :-
Qualquerforma
de regulaçao incentiva determinadoscomportamentos
e inibe outros.-
É
substancialmente diferente estabelecer a regulação deum
monopólio
verticalmente integradodo
que regularum
setor desveiticalizado,onde
alguns segmentospodem
contarcom
características de monopólio e outros de
mercados
em
concorrência.-
O
regulador deve se preocuparcom
a recuperaçao dos custos das empresas, a eficiênciaeconômica
edeve
incentivar as empresas reguladas a se comportar coerentementecom
ointeresse público.
O
interesse público inclui não só aqueles aspectos básicoscomo
universalidade, qualidade
do
serviço e justiça dos preços,mas também
aspectosde
interessegeral
como
promoção
da eficiência energética e proteçãodo meio
ambiente.No' caso das empresas de serviços públicos, apresentam-se condições que fazem
com
que sejanecessário regulamentar os preços e serviços prestados pelas empresas. Características típicas dos
monopólios
naturais sao.-
Intensidade de capital e presença de economias de escala.-
Flutuaçãoda
demanda
sem
possibilidade dearmazenamento do
produto.-
Especificidade de localização gerando clientes cativos.-
Produto essencialou
necessário para a comunidade.-
Conexão
diretacom
os consumidores.A
indústria elétrica preenche todas essas condições e assimo
setor elétricodeve
estar submetido aocontrole social. Particularmente
na
distribuição,o
proprietário' da rede e dos ativos associadosdetém
um
enorme
poder demercado que
deve ser limitado.O
preceito básico da _regulação para o setor elétrico é minimizar o custo da eletricidadecom
garantir
no
longo prazo a adequação e aeconomia
do
suprimento.O
objetivo da regulaçãopode
seobter resolvendo três problemas conceituais definidos por
PÉREZ
ARRIAGA
(1995):-
Minimizar o custodo
suprimentono
curto prazo (operação) e no longo prazo (expansão dosistema), sujeito às restrições de viabilidade das empresas e de qualidade
do
serviço.-
Fixação de preços deconsumo.
-
Remuneração
das empresas, procurando redução de custos e qualidadedo
suprimento.Tradicionalmente esses problemas
tem
sido resolvidos através de forte regulaçãodo
setor elétrico eremunerando
as empresassegundo
o custo do serviço. Atétempos
recentes a regulaçãoda
indústriaelétrica era a correspondente a
um
serviço público prestadoem
condições de monopólio, i.e.,garantia de franquia, de suprimento e regulamentação de preços atendendo
no melhor
dos casos aocusto de prover o serviço.
`
2.4
Regulamentação
de Preços
pelo
Custo
do
Serviço
ou
Controle
de
Lucros
A
regulamentação pelo custodo
serviço,também
chamada
de regulamentação pela taxa de retorno, é a definiçãodo
preço pelo custo médio, onde os preços são determinados de forma a igualar areceita ao custo total, incluindo inclusive a remuneração do investimento
(CONTI
GOMES,
1998).A
regulamentação da taxa de retorno evita queo monopólio empresa
elétrica obtenha lucrosmonopolísticos.
No
modelo mais
simples de processo regulatório, acompanhia
em
questão produzum
serviçoou
produto e utiliza dois insumos, mão-de-obra e capital,em
que cadaum
dos dois estádisponível
em
quantidade ilimitada, a preços determinadosno
mercado.Não
se permite mais do queuma
porcentagemfixa
do
valordo
capitalganho
a cada ano. Esta porcentagemfixa
é a taxa deretomo calculada,
ou
a assimchamada
taxa base. Para que omodelo
faça sentido, a taxa de retomoe, portanto,
o
preçodo
serviço permitido pela agência reguladora émenor
do
que a taxa que seriaobtida
sem
restrições.Com
restrições, omodo
pelo qual a firma irá agir paramaximizar
os seuslucros é diferente do que
numa
situaçãosem
restrições. Sujeita a restrições na taxa de rentabilidade,a
firma
superinveste, porque o objetivo é maximizar os lucros totais e dadauma
taxafixa
deretorno sobre
o
investimento, porquenão
aumentar o investimento de capital?A
regulamentação pelo custodo
serviço sobre a óticado
produtor é vantajosa poistem
assegurada a remuneraçãodo
seu investimento.Do
ponto de vista dos consumidores, estes se sentem maisEntretanto,
nem
tudo ébom
na
regulamentação pelo custodo
serviço,embora
tenha sido muitousada, esta proposta
contém
algumas limitações.A
primeira limitação da regulamentação pelo custo do sen/iço é quanto à definição dosinvestimentos remuneráveis, pois existem investimentos cuja justificativa
econômica
é duvidosa,cabendo ao regulador glosá-lo (ou não) da base de cálculo da remuneração.
Um
outroproblema
associado a esse tipo de regulamentação éque
não proporciona incentivo àsempresas a conter os seus custos, pois estes serão sempre passados para o consumidor.
Ou
dito deoutra
forma
os ganhos ou perdas de eficiência são totalmente passadospara o
consumidor.Na
regulamentação pelo custodo
serviço não existe partilha dosganhos
de eficiência, o que fazcom
que a
empresa não
tenha incentivo a melhorar.Na
realidade, nesta forma de regulamentação opera informalmenteuma
partilha dos ganhos de eficiência entreempresa
e consumidor, atravésdo
atraso(regulatory lag)
com
que os preços são ajustados à evolução dos custos.Além
dissoo
efeito desuper investimento,
denominado
Averch-Johnson, é facilmente observável, já que na análiseeconômica
dos investimentoso
fator incertezanão
é contemplado.Quanto
à qualidadedo
serviço, é precisoque o
preço por unidade de qualidade constante sejaregulamentado,
mas
na maioria dos modelos adotados tradicionalmente, a qualidade naotem
sidouma
preocupação e a regulamentação não a contemplava.Considere-se, agora, a regulamentação pelo custo
do
serviço deuma
empresa
distribuidora deeletricidade, e as várias facetas da qualidade
do
serviço elétrico.Tempo
de atendimento deum
novo
serviço, a freqüência e a duração das interrupções, a regulação de tensão, presença deharmônicas, flicker, etc. são alguns dos itens de qualidade que
devem
ser observados.Os
reguladores preocupam-secom
a qualidadedo
serviço,mas
se eles não conseguirem regulamentar todas asdimensões
da qualidade, a empresa poderia baixar custos cortando qualidade e obtendoassim maiores lucros. Este problema
também
apresenta-se na regulamentação price cap/revenue capou
limitaçao de preços/receita. .2.5
Regulamentação
de
Preços
por
Limitação de
Preços/Receita
ou
Price
Cap/Revenue
Cap
A
regulamentação baseadana
limitação de preços ou de receita (pricecap
or revenuecap
regulation) permite que as empresas seaprimorem
dos potenciaisganhos
de eficiênciasuplementares durante o período plurianual de vigência dos preços, fornecendo-lhes assim
um
forteincentivo à procura de eficiência.
A
regulamentação não pretende controlar a rentabilidade das empresas,embora
assuma
implicitamenteque
esta se situará dentro deum
determinado intervalo.Na
Inglaterra essemodelo
de regulamentação éamplamente
utilizadocom
onome
de sistema RPI-X
(retaíl price indexminus
X).O
preçodo
serviço ou produto é fixado porum
determinado período(4 a
6
anos), sofrendo reajuste de acordocom
a variaçãodo
índice de preços ao consumidor,menos
(ou mais)
uma
taxa anual (X) fixada pelo reguladorque
corresponde aum
ganho
esperado deprodutividade ou eficiência.
Esse
modelo
é, teoricamente, consideradocomo
incentivador à eficiência, poiscom
os preçoslimitados, a empresa seria estimulada a reduzir custos para auferir maiores lucros.
A
regulamentação baseada na limitação de preços,pode
se modelar da maneira seguinte(CONTRERAS,
1996,ROMÁN
et al., 1997): zP=PL+(1-p)0C
(1)onde
PL corresponde ao preço limite; C, aos custos considerados, e (l-p) éo
elemento detransferência de custos (cost passthrough).
Existem dois casos extremos: se p igual l,
o
limite de preços depende sódo
preçomáximo; no
caso de
p
igual 0 ,o
incentivo dasempresas
para ser eficientes é nulo, pois todos os custos saorepassados para a tarifa.
Logo
da
mistura deambos
extremos é possível a obtenção deuma
regulamentação ótima.Caso
trate-se de limitação
da
receita, basta substituirP
e PL pela receita limite autorizada.A
aplicaçaodo
sistema limitaçao de preçostambém
apresenta dificuldades.O
regulador,no
modelo
limitação de preços,não
se preocupacom
os custos históricos e simcom
os custos futuros.Ao
serem
fixados os preços, as empresas secomportam
estrategicamente tendoem
vista as futurasrevisoes de preços.
À
medida
que a revisao de preços se aproxima, as empresastêm pouco
estímulo para conter seus custos, paraque o
reguladorfixe
um
menor “X”
para onovo
período.Quanto
à qualidadedo
serviço, o regulador deve ficar atento para os padroes exigidos, pois asempresas
podem
sacrificá-los de forma a abaixar os custos.A
vulnerabilidade quanto à variação dos custos exógenosnão
controláveis pela empresa, étambém
um
ponto fraco da regulamentação por limitação de preços/receita.Na
prática porém,quando
severifica
que
a rentabilidade da empresa foi inferior ao nívelque
assegurao
equilibrioeconômico
financeiro da empresa,ou
superior aum
nível julgadoadequado
e justo, torna-se inevitável a intervenção antecipada sobre os preços. Tal intervenção é tanto mais justificada quantomais
extemas ou
exógenas forem as causasdo
desvio. »2.6
O
Novo
Paradigma
de
Regulação do
Setor
Elétrico
A
nível mundial, a existência deum
processo demudança
do
paradigmade
regulaçãodo
setorelétrico é
um
fato inquestionável.Até
poucos anos atrás havia uniformidade na regulação dosserviços de eletricidade.
A
regulação “tradicional” que considerava o suprimento de eletricidadecomo
um
serviço público prestadoem
condições demonopólio
natural,com
fixação dos preçosatendendo a taxa de rentabilidade
ou
custo do serviço, era omodelo mais
usado.Uma
revisãocompleta dos
modelos
de regulaçãodo
setor elétrico é apresentadaem
(PÉREZ ARRIAGA,
1995).A
nova
regulação elétrica temcomo
princípio que é possivel a existência deum
mercado
atacadistade energia elétrica
(MAE).
As
experiências internacionais apresentamo mercado
spot deeletricidade
como
centro domercado
atacadista,onde
alternativamente estabelecem-se contratos demédio
e longo prazo e aindamercados
organizados de derivados,como
mercados
futuros.Nos
países que
adotam
a livre concorrênciano
setor de geração, os preçosda
energia nomercado
spot são determinadossegundo
o funcionamento deuma
bolsa de energia.Os
agentes que realizam transações nessemercado
spot são geradores, grandes consumidores,empresas
distribuidoras ecomercializadores.
O
argumentoque
realmente justifica falar deuma
nova
regulação do setor elétrico é o fatoque
o suprimento de eletricidade precisa de atividades associadascom
as redes de transporte edistribuição, cujo controle outorga
um
poder absolutono
mercado. Portanto éda
maior importânciaque as atividades de rede sejam independentes das atividades competitivas.
Essa
é a razão pela qualo processo de introdução de concorrência nos
mercados
elétricos inicia~secom
adesverticalização das empresas, separando aquelasque
realizam atividades de geração das de transmissão edistribuição.
Também
deve-se prestar atenção para a concentração horizontal das empresas.No
resto deste capítulo são revisadas as tendências que anova
regulação mostra para as distintasatividades que se
desenvolvem no
setor elétrico(PÉREZ
ARRIAGA,
1998a).2. 6.1
Geração
As
atividades de geração consideram a geração usualem
usinas do sistema e a geração especial,tipicamente cogeração e tecnologia de produção elétrica
com
recursos renováveis.Também
devem
ser incluídas as atividades
chamadas
serviços complementares,quando
proporcionadas porgeradores.
Os
serviços complementarestem
por objetivo que o suprimento elétrico tenha condições adequadas de confiabilidade e qualidade de serviço e, portanto,devem
ser regulamentados.A
geração usualou
em
regime ordinárioé
uma
atividade que se realizaem
condições deconcorrência,
sem
restrições de entrada ou saídado
mercado
ecom
livre acesso às redes.A
compra
evenda
de energiapode
se realizar através de contratos bilaterais oucompra
diretano mercado
spot.Sob
a ótica de regulação, a geração especialem
nada
se diferencia da geração ordinária.Contudo
ageração especial precisa de
mecanismos econômicos
de promoção, especialmente atendendo aofato de gerar
menor
impacto ambiental. Entre osmodelos
de regulamentaçãoem
uso quepromovem
a geração especial estão:-
Obrigatoriedade das empresa distribuidoras e comercializadoras de comprar a energia a preçosfixados
administrativamente .-
Não
pagamento
de impostos, especialmente aqueles impostos relacionadoscom
geração deenergia.
-
Subsídiosdo
governo para pesquisa e desenvolvimento.Além
de produzir energia, os grupos geradores realizam outras atividades que são importantes paraum
suprimento elétrico eficiente e seguro: proporcionam reservas de operação, regulação de tensão, energia reativa eajudam
a recuperar o serviço anteuma
falha generalizada.A
tendência atual na regulamentação das atividadeschamadas
de serviços complementares, pode se resumir nautilização de critérios de mercado,
quando
possível,ou
na regulamentação diretaquando
não, e queos custos sejam
pagos
pelo solicitantedo
serviço.2.6.2
Atividades
de
Rede
As
atividades de rede consideram o planejamento dos investimentos, a construção das redes, oplanejamento da manutenção, a
manutenção
e a operação.O
planejamento dos reforços e damanutenção da
rede afetam as atividades domercado
elétrico eportanto deve-se garantir a independência da entidade responsável por sua gestão. Essas atividades
na
nova
regulação são, tipicamente, responsabilidadedo
Operador Independentedo
Sistema (OIS),o qual é
uma
entidade independente dos agentesdo
mercado. Entretanto,ambas
as atividades deplanejamento
também
afetam as atividades demanutenção
e construção de redes,que
são de responsabilidade das empresas de transporte. Portanto há razões para separar a operaçãodo
sistema de qualquer empresa de transporte, aindaque
por outro lado existam sinergias entre asdistintas atividades de rede, que
fazem
que seja recomendável que sóuma
empresa realize estasNas
redes de distribuição,não
existe o problema de interferênciacom
a coordenação do mercado,portanto
não
há inconvenienteem
que todas as atividades de rede sejam realizadas poruma
empresa
em
um
setor geográfico. `Sob
o ponto de vista regulatório, a atividade de distribuição se diferencia da atividade de transporteem
dois aspectos fundamentais:-
A
rede de distribuição se liga diretamentecom
a maioriados
usuários e, portanto, os aspectosde qualidade do serviço
tem
especial importância.-
A
grande quantidade de instalações não permiteum
tratamento regulatório individualizado,sendo necessário adotar procedimentos globais e simplificados.
A
nova
regulamentaçao das redespode
se resumirem
três aspectos que sao: acesso, investimento epreço.
2.6.3
Acesso
na
Transmissão
e
DistribuiçãoNos
sistemas quetem
adotado anova
regulaçao, existe livre acesso às redes para todos os agentesdo mercado
atacadista de energia. Entretanto, a disponibilidade de capacidadedo
sistema restringetal livre acesso e portanto a regulamentação
deve
considerarmecanismos
de resolução dospossíveis problemas.
Uma
solução é autorizar o acesso das novas conexões para.rede sujeito à disponibilidade de capacidade,mas
isto resultanum
conceitoambíguo
pois depende das condiçõesde operação.
Um
enfoque altematívo é usarmecanismos
demercado
para a resolução dos problemas de excesso de cargana
rede,sem
conceder prioridadeno
acesso aos agentes conectadosanterionnente.
Assim
o gerador mais eficiente suplanta omenos
eficiente, usando critérioscomo
preços nodais ou zonais.
Contudo
o problema dos acessos é ainda embrionário é precisa depesquisa e divulgação.
No
caso da distribuição, trata-se deum
mercado
regulado e as empresas distribuidorastem
obrigatoriedade de servir a área na qualtem
franquia territorial. Portanto todoconsumidor
na áreade serviço
tem
direito a ser ligado para a rede e supridosegundo
as condições de qualidade deserviço estabelecidas nos regulamentos.
Também
nas redes de distribuição, anova
regulação considerao
livre acesso, permitindo aoconsumidor eleger seu fomecedor. Neste caso consideram-se clientes cativos e livres, diferenciados
por características de
consumo
de energiaou
de potência instalada.Contudo
é importante notar quea
mudança
defomecedor
em
nada
altera as obrigações do distribuidor paracom
o
cliente ao qualA
problemática do acessoem
distribuição complica-se aindacom
a presença nas redes de outrasempresas distribuidoras (cooperativas) e de pequenas instalações de cogeração.
Os
aspectos de regulamentaçao relacionados sao vários, salientando para a cogeraçao:-
A
necessidade denormas
de segurança e preço para aconexão
de geradores atendendo acritérios de qualidade
do
suprimento e das instalaçoes.-
Estabelecimento de pedágios pelo uso das linhas, tendoem
conta a redução da capacidade darede e a diminuição de perdas devido à proximidade da geração.
- Reconhecimento
da maior incerteza nas estimações dedemanda
agregadado
distribuidor.Também
para distribuidoras que compartilham áreas geográficas econcorrem
por clientes,apresentam-se problemas de regulamentação.
A
resolução desses problemas deve impediro
exerciciode
poder demercado
provocado pela presença de empresas de redesem
mercados
sedimentados e usados para inibir a concorrência (poder de
mercado
posicional).2.6.4
Investimentos
na
Transmissão
O
objetivoda
regulamentação é conseguiruma
rede de transporte adaptada para ademanda
e geraçao,com
condiçoes adequadas de confiabilidade eminimizaçao
dos custos.O
modelo
tipico éo
planejamento centralizado, ondeuma
entidade especializada preparao
programa de
investimentos.Na
nova
regulação éo
Operadordo
Sistema, entidade independente, que deve realizaro
planejamento sujeito a critérios de seleção das melhores alternativas.
A
remuneração da rede éfixada
pela entidade reguladoraou
pode ser resultado da adjudicação deuma
oferta de construção emanutenção
de determinadas obras.Uma
outraopção
é passar a responsabilidade das seguintes tarefas ao Operadordo
Sistema:-
Informar aos usuários sobre o estado de congestionamento das redes nos distintos nós de acesso.-
Responsabilizar-se para que a redecumpra
com
determinados padroes fixados naregulamentação.
-
Construir ou fazer construir as instalações necessárias para manter os padrões.O
terceiro enfoque é deixar os investimentos necessáriosna
rede para a iniciativa dos usuários.Nesse
caso o usuário avalia os beneficiosda
sua participação no investimento considerandoetc.
O
regulador avalia a utilidade dos investimentos propostos e organizauma
licitação paraadjudicar a melhor oferta de construção e manutenção.
A
empresa
de transmissão éremunerada
de acordocom
a oferta eo
Operadordo
Sistema é responsável pela operação. Este é o enfoquemais
próximo
aum
mecanismo
demercado
sujeito às restrições, que exige a regulamentação das redes,mas
écomplexo
de administrar e baseia-se na existência de sinais corretos de preços de redeque
promovam
a alocaçãoadequada
dos agentesno
sistema de transmissão.2.6.5
Investimentos
na
DistribuiçãoComo
na
transmissão, anova
regulamentação procura nos investimentosdo
sistema de distribuiçãouma
rede ótima.O
ótimo
neste caso éo
justo equilíbrio entre custo da energia elétrica e qualidadedo serviço.
O
conceito de qualidadedo
serviço vai ser discutido nopróximo
capítulo,mas
éimportante salientar
que
ele considera a qualidadedo
produto eletricidade, através da conformidade daonda
de tensão, a qualidade dofomecimento
atravésda
continuidade e a qualidadedo
serviço comercial.Entretanto, devido à elevada quantidade de instalações, a distribuição precisa de
um
enfoque
específico e
com
soluçoes globais para sua regulamentaçao.O
fator chave da regulamentação da distribuição é omecanismo
de retribuição, que deve permitirremunerar
adequadamente
os investimentos de acordocom
o
nível de riscodo
negócio, contudosem
considerar os custos reais, impossíveis de ser contabilizadosem
detalhe, incentivando a qualidadedo
serviço e a diminuiçao das perdas.Os
enfoques quetem
sido adotadosna nova
regulação são variados,mas podem
se resumir nosseguintes:
-
Aplicaruma
remuneração
unitária (ou global ) tipoRPI-X
ou
limitação de preços (ou receita)por
kWh
distribuído, onde o regulador ajusta o fatorX
tendoem
vista os resultadoseconômicos das empresas e aplicando técnicas de benchmarking.
O
regulador não precisaentrar
em
detalhesem
relação aos investimentos. Consideram-se explicitamente asnecessidades
de
investimento,mas
baseando-se só noskWh
distribuídos.A
questão dosinvestimentos ótimos é tratada
com
padrões obrigatórios de projeto e construção de redes,tentando assegurar
uma
mínima
qualidade. Esse éo
modelo
adotadona
Inglaterra e país de Gales para aremuneração
das distribuidoras-
Um
segundo enfoque faz uso deuma
regulamentação porcomparação
(yardstíck competition)entre empresas distribuidoras similares.
Com
uma
base de dados das caraterísticasmais
comparações entre as empresas e
determinaro
níveladequado
de remuneração para cadadistribuidora 9
-
Um
terceiro enfoque usa o conceito de redeou empresa
de referência,também chamada
empresa
modelo. Neste caso a necessidade de análises da empresaou
redemodelo
é maior,entretanto a informação obtida permite
uma
remuneração
mais justificada para cada empresa.A
empresamodelo
ou de referência é projetada otimizando sua estrutura organizacional eadaptando seus ativos para a
demanda.
Logo,com
os custos daempresa
modelo
corrigidos paraas características particulares de cada empresa, a remuneração é calculada visando
que
arentabilidade
da
empresa não ultrapasse limites estabelecidos.A
maiorvantagem
dametodologia é a possibilidade de representar níveis de qualidade de serviço e de perdas
em
forma
explícita e, portanto, determinar os custos associados. Esta metodologiatem
sido aplicadano
setor de distribuição de Chile, classificando as empresasem
5 áreas típicas edeterminando para cada área o Valor
Agregado
de Distribuição(VAD).
O
VAD
representa os custos da distribuição determinados parauma
empresa modelo
perfeitamente adaptada para ademanda.
Os
resultadoseconômicos
dasempresas
distribuidorastem
sido excelentes(OLGUÍN
eVIDAL,
1998),mas
as condições de qualidade de serviço nãotem
seguido amesma
tendência.A
explicação deste fato estána
carência deum
marco
de regulamentação daqualidade
do
serviço que considere os sinaisadequados
de investimento (sóem
setembro de1998, foi publicado
um
regulamento que considera a qualidade do serviço no Chile).2.6.6
Preços
na
Transmissão
Na
definiçaodo
preço dos serviços de transporte os seguintes aspectos sao consideradosna nova
regulação: -
-
Preçosdevem
pagar os custos totais (eqüidade e viabilidade).-
Os
agentes participantesdo
mercado
devem
receber os sinais econômicosadequados
correspondentes a sua alocaçao na .rede, considerando perdas e congestionamento.-
Preços nãodevem
ser discriminatórios.Geralmente são considerados
como
parte dos custos dos serviços de transporte os custosda
rede,as perdas ôhmicas, os congestionamentos da rede e os serviços complementares.